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Padrão I: Princípios Estruturantes 14 —Princípio Republicano

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católicas nas escolas públicas»). Para além das normas declaradas inconstitucionais (DL 323/83, de 5/7, art. 2.°/l/2/3)
por exigirem uma declaração expressa dos que não desejavam receber ensino da religião e moral católicas, o Tribunal
absteve-se de se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da inserção do ensino da religião católica no «currículo
escolar normal das escolas públicas». A norma é inequivocamente inconstitucional: (1) uma coisa é o direito
prestacional das igrejas a divulgar a sua mensagem nos estabelecimentos públicos, (2) outra é a da neutralização do
princípio constitucional da não con-fessionalidade do ensino (CRP, art. 43.73) através da imposição autoritária, pelo
Estado, do ensino de religião nas escolas públicas. Vide, precisamente, os votos de vencido do Acórdão em
referência. Em sentido contrário, cfr. JORGE MIRANDA, Manual, IV, p. 373. Num sentido que julgamos
constitucionalmente "insuportável" cfr. o recente Ac. TC 174/93, DR, II, 1.6, que, a nosso ver, ultrapassa todos os
limites da interpretação ao converter o princípio da separação do Estado e das igrejas no seu contrário: obrigação de o
Estado ensinar uma religião, formar professores e pagar a professores de uma religião!
3. A «forma republicana de governo»
A forma republicana de governo é uma expressão utilizada no art. 288.76 da Constituição13,
mas não se descortina com segurança qual o sentido que, concretamente, lhe poderá ser
atribuído. Com um sentido útil, e na sequência da «decisão» normativo-constitucional pela
República contra a Monarquia, a forma republicana de governo aponta, desde logo, para a
necessidade de legitimação popular, directa ou indirecta, do Presidente da República. Em
segundo lugar, implica também a existência de uma assembleia representativa dos cidadãos
portugueses com base no sufrágio popular. Daí a expressa designação do «Presidente da
República» e da «Assembleia da República» como órgãos representativos da «República
Portuguesa» (art. 123.°) e dos «cidadãos portugueses» (art. 150.°). Em terceiro lugar, a forma
republicana de governo implica eleições periódicas, e por tempo limitado, dos órgãos
representativos (proíbem-se assim presidentes vitalícios, assembleias hereditárias). Finalmente,
dada a dimensão de «res publica», a forma republicana de governo implica a responsabilidade
13
O legislador constituinte foi aqui possivelmente influenciado pelas fórmulas contidas noutras constituições
(francesa, italiana). A origem da expressão é talvez o ajt. V, Secção 4 da Constituição dos Estados Unidos: «The
United States shall gua-rantee to every state in this Union a Republican Form of Government». Cfr. W. WIECEK, The
Guarantee clause of the United States Constitution, Ithaca y London, 1972.

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