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Tráfico de drogas e violência: culpa do usuário e negligência do Estado

No Brasil, as discussões acerca da violência causada pelo tráfico de drogas têm


oportunizado reflexões sobre a parcela de culpa do usuário e a ineficiência do Estado. Esses
questionamentos surgem após a constatação de que as políticas públicas contra o tráfico não têm
sido eficientes para reduzi-lo. Enquanto o usuário e pequeno traficante são afetados, aqueles que
comandam facções e buscam manter o controle sobre as rotas das drogas o fazem mesmo dentro das
prisões.
Nesse contexto, o usuário possui uma parcela de culpa, já que o dinheiro usado na compra
de drogas servirá de fonte para a aquisição de armas. Contudo, haveria incoerência em apenas
transferir a responsabilidade da violência do tráfico para ele. Uma vez que as medidas coercivas
tomadas contra o comércio de drogas têm se mostrado, em sua maioria, ineficazes. Além disso,
matérias jornalísticas já revelaram o envolvimento de políticos e policiais corruptos com traficantes.
Nessa situação, há uma permuta na qual são oferecidos recursos financeiros e armamentos visando
ao recebimento de apoio político, dinheiro ou outras vantagens.
No país, desde 2006 quem for apanhado consumindo drogas será julgado em um juízo
especial. Isso mostra que é cada vez mais comum deixar de incriminar o usuário pelo tráfico e
concentrar os esforços na responsabilização dos grandes traficantes. Outros países possuem uma
visão distinta, a Suécia, por exemplo, decidiu incriminar os dois de modo igualitário e obteve
resultados positivos. No entanto, cabe lembrar que as diferenças culturais, legislativas e territoriais
são fatores que contribuem para que certas medidas funcionem em determinados países e fracassem
em outros. Assim, não significa que as leis aplicadas nesse sentido pelo parlamento sueco também
seriam eficazes no Brasil.
Dessa maneira, a culpa do usuário e a negligência do Estado contribuem para a violência
gerada pelo tráfico de drogas. Em relação a isso, faz-se necessário que os governantes aprofundem
as discussões em relação às drogas e que medidas punitivas eficientes sejam aplicadas não apenas
aos comandantes do tráfico como também aos agentes públicos que tenham envolvimento com
esses criminosos.

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