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FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO Data: 22/03/2018

Aluna: VALÉRIA REGINA SALLA DE OLIVEIRA –


Turma: DIREITO NOT 3º B
RA 1701268
Manual de Direito Penal – Cap. II – Escolas penais
NUCCI, GUILHERME S., Manual de Direito Penal, Rio de Janeiro, Forense, 2014, 10ed,
pp 9-18
As regras de convivência social são desde os primórdios da humanidade violadas e, de alguma
maneira, sempre foi cobrado ou esperado pela sociedade um “pagamento” por estas violações.
Surge desta necessidade as diversas sanções e aplicações de penas que fazem parte da
evolução histórica do Direito Penal e das concepções defendidas pelas Escolas Penais.

Da vingança divina pautada nas forças sobrenaturais, passando pela “justiça pelas próprias
mãos” até chegar à estadualização da pena, no Direito Romano, as penas transitaram entre
caráter coletivo e preventivo a caráter individual e repressivo.

Em meados do séc. XVIII, a publicação da obra Dos delitos e das penas, de Cesare Bonesana,
marca o nascimento da corrente de pensamento denominada Escola Clássica. Bonesana era
contrário às penas cruéis e a pena de morte, e pela primeira vez se defende a
proporcionalidade da pena à infração praticada, bem como a sua fixação prevista em leis, não
cabendo aos juízes sua interpretação, mas apenas sua aplicação. Outro princípio defendido foi
o caráter pessoal das penas, visando que as mesmas atingissem apenas o infrator e não seus
familiares ou outros membros da sociedade.

A Escola Clássica tem fortes influências dos pensadores iluministas, tais como Montesquieu,
Voltaire, Feuerbach entre outros. Além do próprio Marquês de Beccaria, como ficou conhecido
Cesare Bonesana. Estes pensadores se preocupavam com a racionalização da aplicação das
penas, procurando evitar o arbítrio judiciário, ganhando um contexto de utilidade, destinado a
prevenir os delitos e não simplesmente castigar.

A partir daí, duas teorias contrapostas se firmaram na Escola Clássica:


A primeira, denominada absoluta (Carrara, Kant, Hegel, entre outros), defendia que a pena
deveria ser retributiva, voltada ao castigo do criminoso. Uma forma de compensar o mau
causado ou de se contrapor ao crime praticado.

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A segunda, considerada relativa (Beccaria, Feuerbach, entre outros), entendia que a pena
deveria ter um fim utilitarista, de forma a prevenir outros crimes similares, de ser usada como
exemplo.

A Escola Clássica (assim denominada somente após a Escola Positiva, como forma de contrapor
suas ideias e até com um certo tom pejorativo) inaugurada por Beccaria, teve em Carrara seu
grande consolidador e representante. Suas principais características podem ser sintetizadas nos
seguintes aspectos:
 O criminoso infringia as regras por livre arbítrio (responsabilidade penal e moral)
 As penas deveriam ser proporcionais ao crime cometido
 Individualização da pena, que deveriam servir de exemplo e retribuir (compensar) o
crime cometido

Foi também a publicação de uma obra que marcou o início de uma outra linha de pensamento
na criminologia. O homem delinquente (1876), de Cesare Lombroso, marca o início da Escola
Positiva. Em sua obra, Lombroso, atribui às características pessoais físico-psiquicas a
determinação do “ser criminoso”, sem livre arbítrio. Deste modo, o homem já nasceria
delinquente, portador de características que o impediriam de se adaptar socialmente,
tornando-se criminoso por simples e mero atavismo.

Esta linha de pensamento trouxe para seara do Diereito Penal, a investigação científica,
proporcionando o surgimento de ciências como a antropologia, psicologia e sociologia
criminais. Os positivistas viam o criminoso como um produto da sociedade em que vivia,
combatendo veementemente a ideia de livre arbítrio, bem como, que as penas tivessem caráter
de prevenção.

Enrico Ferri e Garofalo, discipulos de Lombroso, foram os grandes expoentes desta escola que
exerceu forte influência na individualização da pena e na consideração da personalidade e da
conduta social do delinquente para o estabelecimento da justa punição (princípios que até
hoje estão presentes no Direito Penal). Podemos resumir os principais pressupostos da Escola
Positiva, como:
 O criminoso não tem livre arbítrio, é um produto da sociedade e de ações atávicas.
 Foco no homem criminoso e não no delito cometido
 Pena não tinha conotação de castigo e sim de prevenção, podendo ser aplicada
enquanto fosse útil

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Segundo o autor
“Ambas as escolas merecem críticas, justamente por serem radicalmente contrapostas.
Enquanto a clássica olvidava a necessidade de reeducação do condenado, a positiva fechava
os olhos para a responsabilidade resultante do fato, fundando a punição no indeterminado
conceito de periculosidade, conferindo poder ilimitado ao Estado, ao mesmo tempo em que
não resolve o problema do delinquente ocasional, portando, não perigoso.”

Buscando conciliação entre as ideias clássicas e positivas, várias outras linhas de pensamento
surgiram, mas que não se consolidaram como as primeiras.

Palavras chave: Escola Clássica, Escola Positiva, Direito Penal

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