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Bohoslavsky, Rodolfo. Orientación vocacional - La estrategia clinica.

Buenos Aires, Editorial Calerna, 1971.

A obra de Bohoslavsky reflete o trabalho de equipe dos técnicos do De-


partamento de Orientação Vocacional da Universidade de Buenos Aires,
reforçando a ação preventiva da psicologia na orientação vocacional e a
necessidade do desenvolvimento de novas técnicas e recursos, além de
diversa reformulação dos esquemas conceituais pertinentes a essa temática
específica.
Orientação vocacional é processo que pressupõe distintas atividades
que correspondem a pontos de referência, teorias e concepções filosóficas
e científicas, podendo ser abordado de duas maneiras: a atuarial e a clínica.
A primeira seria uma abordagem que levaria o psicólogo a conhecer as
aptidões, características e interesses dos indivíduos, além das possibilidades
do mercado de trabalho, servindo-se de testes e de instrumentos específicos.
Já a modalidade clínica encara a decisão profissional como uma
situação típica que o jovem deve enfrentar até chegar a uma opção pessoal
e responsável, sendo as entrevistas os principais recursos a serem utilizados
pelo psicólogo, numa posição não mais diretiva, uma vez que o indivíduo
pode elaborar a própria decisão. O autor em questão é partidário de tal
modalidade, pois não acredita na infalibilidade da mensuração de todas
as potencialidades humanas requeridas pelas diversas profissões e, por
outro lado, como a realidade social e cultural muda muito, exige constante
reformulação dos próprios profissionais, estando a tarefa da orientação
mais ligada à de esclarecimento e informação.
Define a orientação vocacional, dentro dessa estratégia clínica, como
processo de colaboração não diretiva com o cliente, ajudando-o a esta-
belecer uma identidade profissional e promovendo o estabelecimento de
imagem não conflitiva com a sua própria identidade pessoal.
Tal estrategia clínica refere-se ao conjunto de operações e de aborda-
gens mediante às quais o psicólogo facilita a compreensão pelo adolescente
da conduta do "outro", e favorece o seu autoconhecimento.
O livro destaca ainda os principais problemas vocacionais a saber:
I. ter uma visão compreensiva e ampla dos problemas da juventude:
2. estabelecer relações causais entre os diversos fenômenos que ocorrem, e
3. distinguir entre problemas vocacionais e demais problemas da per-
sonalidade.
Um adolescente, ao procurar a orientação vocacional, demonstra ge-
ralmente preocupação a respeito de sua pessoa em relação ao futuro e
aos outros, estando inserido em três esferas institucionais distintas: família,
escola e sociedade.
Assim, para o autor, o importante seria reforçar a identidade profis-
sional, ou seja, a autopercepção no decorrer do tempo, em termos de
papéis ocupacionais, sendo a atividade profissional o conjunto de expec-

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tativas do papel assumido e o papel profissional a seqüência pautada de
ações apreendidas, executadas por uma pessoa em situação de interação.
Devem ser levadas em conta as identificações com o grupo familiar, a
percepção valoritiva do próprio grupo familiar, a problemática vocacional
da família, a identificação com determinados grupos profissionais e as iden·
tificações sexuais profissionais.
Além disso, o parâmetro temporal do eu em termos de expectativas é
importante, pois condiciona as funções do eu no processo contínuo da
adaptação à realidade, entendida como adequação de meios, fins e síntese
entre a originalidade pessoal e a aceitação de pautas sociais ou soluções
pré-inventadas.
Os estágios do desenvolvimento da identidade profissional estabeleci-
dos por Super são mencionados: dos 4 ao 10 anos, onde predomina a
fantasia expressando as necessidades básicas da criança; dos 11 aos 12 anos
aparecem os interesses e gostos pessoais; dos 13 e l4 anos começa a fase
do desenvolvimento do autoconceito profissional, passando pelo período
da exploração e estendendo-se até os 15 anos, ocasião em que entra o
adolescente no período das tentativas até aos 17 anos, passando dos 18
até aos 21 anos pela fase da transição e entrando dos 22 aos 24 anos na
da experimentação.
Assim, a carreira universitária caracteriza-se por ser mais uma fase
de exploração, não sendo raro surgirem crises vocacionais.
Dos 25 aos 44 anos dá-se a fase da estruturação profissional que
começa com o ensaio das mudanças de áreas profissionais. Segue-se a fase
da estabilização e da sustentação, até chegar depois à do declínio, desace-
leração, afastamento e aposentadoria profissional.
Portanto, há três grandes momentos no processo da orientação voca-
cional:

1. o da eleição fantasiada que vai da infância até a adolescência;


2. o da tentativa da escolha profissional durante a adolescência, e
3. o da escolha definitiva e da eleição realista que se desdobra em
exploração de uma área de realidade profissional, cristalização de um
vínculo com uma área de realidade profissional e social, e da especificação
do vínculo com uma área da realidade profissional.

Em síntese, uma decisão profissional dependerá da elaboração de


conflitos pessoais e não da negação dos mesmos, do nível de perspectivas
vitais, da independência executiva e volicional. A estrategia clínica carac-
teriza-se pelo caráter operativo realista e funcional, oposto ao de um
modelo teoricamente impecável, mas operativamente estéril, com táticas
estereotipadas e apenas ritualizadas. Acentua tal visão que toda identidade
profissional é um aspecto do eu e não pode ser entendida de outro modo,
expressando a manifestação adulta normal da onipotência infantil e a
força da coerência interna do indivíduo, em luta contra a ambigüidade
externa.

Resenha bibliográfica 117


Como vemos, trata-se de posrçao interessante, relacionada aos proble-
mas da escolha vocacional; recomendando-se o livro pela sua originalidade
e conceituação dinâmica atualizada.

MARIA HELENA NOVAES MIRA

Chapman, A. H. The games childl'en play. C. P. New York, Putnam's


Sons, 1971. 250 p.

The games children play é um livro de divulgação, destinado ao público


leigo, mais especialmente aos pais. Inclui 10 capítulos, abrangendo con-
ceitos básicos do desenvolvimento emocional, desde a infância até a ado-
lescência. Os assuntos tratados podem ser condensados num tema básico
que é o relacionamento da criança com o mundo em que vive: pais, irmãos,
escola, professores. Refere-se o livro ainda a problemas psicossomáticos,
bem como à sexualidade infantil e aos problemas típicos da adolescência,
tais como liberdade e responsabilidade. Um capítulo especial refere-se ao
uso de drogas. O livro termina com o estudo da repercussão dos problemas
emocionais da infância e da adolescência na vida adulta.
A forma de apresentação - cenas da vida quotidiana, na maioria das
vezes entre pais e filhos - é das mais convenientes, evitando a intelectua-
lização e procurando refletir ao vivo o diálogo entre os familiares. As
noções teóricas são intercaladas entre os exemplos e expressas em lingua-
gem clara, acessível ao público a que se destina o livro.
A cada situação correspondem quase sempre dois exemplos de cenas,
um deles refletindo o manejo negativo, seguido pela ilustração da melhor
maneira de conduzir o conflito na mesma situação. Por meio desses exem-
plos, o autor pretende mostrar os efeitos da conscientização como processo
de estabelecer padrões de relacionamento adequado. A primeira restrição
que se pode fazer ao livro diz respeito à utilização de exemplos negativos,
como uma constante. Estes são sabidamente contra-indicados em publica-
ções pedagógicas e de divulgação, já que para pessoas menos tranqüilas
ou menos esclarecidas, pode ocorrer exatamente a fixação do erro. Ainda
que citados, esses exemplos de manejo inadequado poderiam ser dispostos
ou apresentados de maneira que não ocupassem a atenção do leitor no
mesmo nível do exemplo correto.
A outra restrição, embora envolvendo convicções pessoais na área
das teorias psicológicas, diz respeito à excessiva carga que se depreende
de todo o texto, na responsabilidade dos pais e de sua atuação quanto
aos problemas dos filhos e à repercussão desses problemas na vida adulta.
Assim fazendo, parece-nos que o autor reforça o efeito negativo a que
ele próprio se refere, nas páginas 73 e 74, quanto à intensificação da ~ulpa
dos pais, conduzindo ao "bloqueio na solução das tensões causais mter-
pessoais na vida de seus filhos".
Conforme declara na introdução, Chapman baseia-se nas teorias de
Sullivan, adotando portanto uma posição culturalista. Seu conceito de
culpa, por exemplo, é expresso na página 49: "culpa é um fenômeno

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