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RELATO DAS PRINCIPAIS ALGIAS EM PROFISSIONAIS CABELEIREIROS NO BAIRRO


DOS BANCÁRIOS EM JOÃO PESSOA – PB

Luciane Pinho Dias*


Ana Ellen Maciel Andriola **
Maria Ângela Ramalho Pires de Almeida***
Ms. Karen Lucia de Araújo Freitas Moreira****

* Aluna do curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba


** Aluna do curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba
*** Aluna do curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba
**** Professora Mestre do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba
Universidade Federal da Paraíba – UFPB, João Pessoa – Paraíba – Brasil.
lufisioufpb@yahoo.com.br

RESUMO:
Os problemas que acometem os profissionais cabeleireiros são principalmente afecções do
sistema osteo-mio-articular, que estão intimamente relacionados à repetição de movimentos
desses profissionais na execução de suas tarefas. O artigo objetiva identificar as principais
algias relatadas por cabeleireiros. A amostra contém 15 profissionais sem diagnóstico de
LER/DORT e sem ter tido atenção Fisioterapêutica. Utilizou-se uma abordagem indutiva, com
procedimento descritivo, e técnica de observação direta. Fez-se uso de um formulário, com
perguntas objetivas, referente à dor, destacando-se: o local; intensidade; tipo; horário; tempo e
a freqüência, a fim de minimizar ao máximo as possíveis diferenças de resultados. O somatório
de todas as dores relatadas foi de 28 resultando-se em: com relação aos locais de dor: ombros
21,4%; coluna 17,9%; pescoço 14,3%; pernas e calcanhar 10,7%, cada; punho e punho e mão
7,1%, cada; mão, MMSS e joelho 3,6%, cada. Quanto à intensidade da dor, 39,3% dor forte,
35,7% média e 25,0% fraca. Quanto ao tipo de dor, 39,3% mencionaram dor profunda, 14,3%
dor em fisgada, 10,7% dor superficial, em peso e em queimação, 10,7% dor contínua, 3,6% em
pontada, 3,6% não souberam definir, e não relatou-se dor referida. Quanto ao tempo do
aparecimento da dor, 21,4% relataram dor há um tempo de um a cinco meses; 10,7% de seis a
11 meses; 46,4% de um a dois anos; 17,9% de três a cinco anos e 3,6% relataram dor a mais
de cinco anos. Com relação ao horário de aparecimento da dor, 7,1% relatos de dor durante o
trabalho; 46,4% depois; 3,6% antes e depois; 17,9% antes, durante e depois; 25,0% durante e
depois e ninguém relatou dor antes do trabalho. Quanto à freqüência, houve 42,9% relatos de
dor todos os dias; 17,9% raramente; 10,7% às vezes; 21,4% em trabalho intenso e 7,1% relato
de dor somente em crises. Conclui-se que as algias, na maioria dos resultados analisados,
foram classificadas como fortes e de aspecto profundo, surgindo todos os dias após o trabalho,
sendo os locais mais acometidos ombros, coluna e pescoço. Quanto ao tempo de
apresentação de dor, o mais referido foi de um a dois anos. Fica evidente que a postura
adequada é algo inerente para o bem-estar e um rendimento positivo no trabalho, bem como, a
necessidade da realização da prevenção e promoção da saúde neste setor.
Palavras-chaves: Cabeleireiro, Dor, Fisioterapia.

ACCOUNT OF THE MAIN CAUSE OF PAIN IN PROFESSIONAL HAIRDRESSERS IN THE


DISTRICT OF BANCÁRIOS IN JOÃO PESSOA - PB

ABSTRACT:
The problems that attack the professionals hairdressers, are mainly affection of the system to
ostheo-meow-articulate, that they are intimately related to the repetition of those professionals
movements in the execution of their tasks. Its purpose is to identify the main algias told by
hairdressers. The survey contains 15 professionals without diagnosis of RSI (Retition Strain

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Injuries)/Ostheomuscular Work-related Diseases and without Physiotherapeutic care. An
inductive approach was used, with descriptive procedure, and technique of direct observation. It
was made use of a form, with objective questions, regarding the pain, pointing out: the place;
intensity; type; schedule; time and the frequency, in order to minimize to the maximum the
possible different of results. The sum of all of the reported pains was of 28 being resulted in:
regarding the painful areas: shoulders 21,4%; column 17,9%; neck 14,3%; legs and heel 10,7%,
each; fist and fist and hand 7,1%, each; hand, upper limbs and knee 3,6%, each. As for the
intensity of the pain, 39,3% strong pain, 35,7% medium pain and 25,0% of weak pain. As for the
pain type, 39,3% mentioned deep pain, 14,3% stabbing pain, 10,7% superficial pain, in weight
and in burning, 10,7% continuous pain, 3,6% pain in twinge, 3,6% didn't know how to define,
and no existent reports to the referred pain. As for the time of the appearance of the pain,
21,4% reported pain there is a time of one to five months; 10,7% from six to 11 months; 46,4%
of one to two years; 17,9% from three to five years and 3,6% reported pains more than five
years. Regarding the schedule of the appearance time emergence of the pain, 7,1% pain
reports during work time; 46,4% after; 3,6% before and after; 17,9% before, during and after;
25,0% during and after and nobody reported pain before work. As for the frequency, there were
42,9% pain reports everyday; 17,9% rarely; 10,7% sometimes; 21,4% in intense work and 7,1%
pain report only in crises. One concludes that the pain, in most of the analyzed results, were
classified as strong and of deep aspect, appearing everyday after work, being the places most
attacked shoulders, column and neck. As for the time of the pain occurrence, the referred was
from one to two years. It is evident that the appropriate posture is something inherent for the
well-being and a positive income in the work, as well as, the need of the accomplishment of the
prevention and promotion of the health in this section.
Word-key: Hairdresser, Pain, Physiotherapy.

INTRODUÇÃO
Estudos diversos relatam o grande número de problemas de saúde relacionados ao
trabalho em profissionais cabeleireiros. O objetivo geral deste artigo é identificar o tipo e o local
das algias mais freqüentes relacionadas à execução da atividade profissional de cabeleireiros.
Dentre os principais acometimentos destacam-se as disfunções do sistema osteo-mio-articular,
destacando-se as tendinites, mialgias, bursites, tenossinovites, posturas antálgicas,
relacionadas, diretamente, ao esforço repetitivo e movimentos que exigem o uso de força,
podendo causar lesões mecânicas localizadas e, com o tempo, causar dores. Somado a isso,
estão os problemas de ordem psicológica, relacionados ao estresse da carga horária imposta,
à necessidade de aumentar a renda e a produtividade.
Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho (2007), o
profissional cabeleireiro tende a ser polivalente. Além disso, trabalha em horários
extremamente irregulares e em posições desconfortáveis, durante longos períodos. Por ainda
não existir regulamentação para os profissionais que trabalham nos 400 mil salões espalhados
por todo território brasileiro, esta profissão se torna um alvo para abusos na carga horária.
Posturas de inclinação de cabeça e tronco, braços elevados e sem apoio normalmente
assumidas pelos cabeleireiros durante suas atividades laborativas, provocam dores no
pescoço, nas costas e nos ombros, tornando-os extremamente suscetíveis a adquirirem
doenças ocupacionais, principalmente as LER /DORT.
A LER/DORT por ser de grande incidência entre os cabeleireiros, é importante a
atuação da Fisioterapia na prevenção e promoção da saúde, como também no tratamento das
lesões já instaladas, através da adoção de exercícios supervisionados, orientações posturais e
modificações do trabalho para aliviar queixas e algias.
A relevância de uma pesquisa abordando os aspectos inerentes à atividade dos
profissionais cabeleireiros se justifica pela escassez de estudos na área e a conseqüente falta
de dados que fundamentem um aprofundamento nas principais afecções relativas a estes

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profissionais, seus fatores predisponentes, bem como um embasamento adequado para um
melhor tratamento e acompanhamento de acordo com as necessidades dessa classe de
trabalhadores.

METODOLOGIA
A pesquisa utiliza uma abordagem indutiva através da aplicação de um formulário
produzido com base no questionário do Programa Escola de Posturas e nos conhecimentos
adquiridos através dos estudos da literatura.
Fazem parte do universo da pesquisa, os profissionais cabeleireiros cujos seus locais de
trabalho localizam-se no bairro dos Bancários na cidade de João Pessoa, nossa amostra
constitui um total de 15 profissionais, escolhidos de forma aleatória e que concordaram em
participar da pesquisa assinando o termo do consentimento livre e esclarecido.
Como critério de inclusão da amostra, foi definido o fato desses profissionais
trabalharem a um ano ou mais na profissão de cabeleireiro. Foram excluídos da amostra os
que já se apresentavam com uma LER/DORT confirmada ou que já tivessem passado por
algum tipo de atenção fisioterapêutica.
Para a observação direta, feita pelas pesquisadoras, foi utilizado um roteiro que se
encontra junto ao formulário, a fim de minimizar ao máximo as possíveis diferenças de
resultados.
Será feita uma análise quantitativa dos dados obtidos através do formulário e da
observação, com uso de estatística simples.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi realizada com um formulário indutivo que constava de questões
referentes a dados pessoais, atividade profissional e histórico da dor.
A amostra contém 15 profissionais. Entre os entrevistados 12 (80,0%) eram donos do
estabelecimento e três (20,0%) eram contratados, e o tempo de trabalho variou de três a 27
anos, com uma média de 15 anos. A altura variou de 1,50m (mulher) a 1,78m (homem), e o
peso variou de 50kg (mulher) a 106kg (homem). Dos profissionais pesquisados quatro
(26,70%) são homens e 11 (73,3%) mulheres. Com relação ao total de horas trabalhadas por
dia, seis (40,0%) deles trabalham até oito horas diárias e nove (60,0%) trabalham de nove a 15
horas diárias. No que se refere à presença de dores relacionadas ao trabalho, 12 (80,0%)
afirmaram sentir dores, e três (20,0%) negaram.
Nos gráficos a seguir analisamos as dores citadas, suas intensidades, tipos e tempo de
aparecimento. Em cada um deles o somatório de todas as porcentagens será sempre superior
a 100%, pois cada um dos entrevistados referiu mais de um local de dor, com tipos,
intensidades e tempo de aparecimento diferentes.

7
6 Local da dor
6
Mão (dedos)
5
N° de relatos de dor

5 Punho
4 punho e mão
4
MMSS
3 3
3 Pescoço
2 2 Pernas
2
Joelho
1 1 1
1 Ombros
Calcanhar
0
Coluna
Local da dor

Gráfico 01: Quanto ao local da dor.

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Com relação aos locais de relato de dor, os resultados foram: ombros (seis relatos =
21,4%); coluna (cinco = 17,9%); pescoço (quatro = 14,3%); pernas e calcanhar (três = 10,7%),
cada; punho e punho e mão (dois = 7,1%), cada; mão, MMSS e joelho (um = 3,6%), cada, e o
somatório de todas as dores relatadas foi de 28, distribuídas em 10 pontos diferentes do corpo.
Esses dados são confirmados por Espaço do Cabeleireiro (2007), quando diz que nesses
profissionais, as principais partes do corpo afetadas são: ombros, pescoço e coluna. Os
principais sintomas identificados são: dor e desconforto na região afetada, pelo menos 01 vez
por mês.

12 11
10
10 Intensidade da

N° de relatos de dor
dor
8 7 Forte

6
Médio
4

2 Fraco

0
Intensidade da dor

Gráfico 02: Quanto à intensidade das algias.

Quanto à intensidade da dor, houve 11 (39,3%) relatos de dor forte, 10 (35,7%) de dor
de intensidade média e sete (25,0%) relatos de dor fraca.

12 11 Tipo de dor

Pontada
10
Fisgada
N° de relatos de dor

8 Contínua

Superficial
6
4 Profunda
4 3 3 3 Referida
2
2 Peso
1 1
0 Queimação
0
Não soube
Tipos de dor
definir

Gráfico 03: Quanto ao tipo das algias.

Quanto ao tipo de dor, houve 11 (39,3%) relatos para dor profunda, quatro (14,3%) para
dor em fisgada, três (10,7%) para dor superficial, em peso e em queimação, dois (10,7%)
relatos para dor contínua, uma (3,6%) para dor em pontada, uma (3,6%) pessoa não soube
definir, e não houve relato de dor referida.

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14 13

12

Meses

N° de relatos de dor
10
1a5
8
6 6 a 11
6 5 Anos

4 3 1a2
3a5
2 1
Acima de 5
0
Meses Anos

Gráfico 04: Quanto ao tempo do aparecimento da dor.

Quanto ao tempo de dor, houve seis (21,4%) pessoas que relataram dor há um tempo
de um a cinco meses; três (10,7%) de seis a 11 meses; 13 (46,4%) de um a dois anos; cinco
(17,9%) de três a cinco anos e uma (3,6%) pessoa relatou dor a mais de cinco anos.

14 13
Horário
12
Antes
N° de relatos de dor

10
Durante
8 7
Depois
6 5
Antes e depois
4
2 Antes , durante
2 1 e depois
0 Durante e depois
0
Horário da dor

Gráfico 05: Horários da dor.

Com relação ao horário de aparecimento da dor, ninguém disse sentir dor antes do
trabalho; houve dois (7,1%) relatos de dor durante; 13 (46,4%) depois do trabalho; uma (3,6%)
para antes e depois; cinco (17,9%) para dor antes, durante e depois; e sete (25,0%) relatos de
dor durante e depois.
Quanto à freqüência, houve 12 (80,0%) relatos de dor todos os dias; cinco (33,3%)
para raramente; quatro (26,7%) relatos de dor “às vezes”; seis (40,0%) relatos de dor quando
da ocorrência de muito trabalho; e um (6,7%) relato de dor somente em crises.

14
12 Frequência
12 da dor
N° de relatos de dor

Todos os dias
10
Raramente
8
6
5 Às vezes
6

4 3 Muito trabalho
2
2 Em crises

0
Frequência da dor

Gráfico 06: Quanto à freqüência.

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Quanto à freqüência, houve 12 (42,9%) relatos de dor todos os dias; cinco (17,9%)
para raramente; três (10,7%) relatos de dor “às vezes”; seis (21,4%) relatos de dor quando da
ocorrência de muito trabalho; e dois (7,1%) relato de dor somente em crises.

CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que os critérios utilizados na pesquisa, formulário e observação
direta, foram satisfatórios para se detectar que a maior parte dos profissionais cabeleireiros
apresentaram várias algias relacionadas a movimentos repetitivos e à má postura no posto de
trabalho. As algias, na maioria dos resultados analisados, foram classificadas como fortes e de
aspecto profundo, surgindo todos os dias após o trabalho, sendo os locais mais acometidos os
ombros, a coluna e o pescoço. Quanto ao tempo de apresentação de dor, o mais referido foi de
um a dois anos.
Com todos esses resultados fica evidente que a postura adequada é algo inerente para
o bem-estar e um rendimento positivo no trabalho, bem como a necessidade da realização de
um trabalho de prevenção e promoção da saúde a estes profissionais.

REFERÊNCIAS

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EDUCAÇÃO POSTURAL E QUALIDADE DE VIDA. Profª Ms. Érica Verderi - EFISO-ACM -
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Tel. (83) 32478658; (83) 88111187


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