Sie sind auf Seite 1von 22

Sistema de Informação Gerencial

Aula 06

Prof. Luciano Frontino de Medeiros

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Conversa Inicial
Implantar um ERP numa empresa não é um processo simples e precisa
levar em conta uma série de fatores. Numa empresa sem a cultura de um
sistema integrado de gestão, os gerentes estão acostumados a controlar seus
setores de forma muito pessoal, de acordo com suas percepções e
experiências. Apesar da diferença substancial entre as funções empresariais
em qualquer organização, não se deve pensar que as coisas acontecem de
forma isolada. Toda operação em nível de processo organizacional demanda
alguma transação de informações. Assim, é importante considerar não apenas
a necessidade técnica de um sistema integrado, mas também a cultura
organizacional estar alinhada com a gestão integrada. Esta aula trata dos
Sistemas de Informação (SIs) aplicados às funções empresarias, e também
dos sistemas integrados de gestão, os ERPs.

TEMA 01 - SIG para a administração financeira


Os SIs para a administração financeira – também chamados de sistemas
financeiros ou softwares de gestão financeira – são provavelmente os mais
desenvolvidos de uma organização. Isso se explica pela importância vital que
estas operações desempenham no negócio de uma empresa. O objetivo
fundamental de um sistema financeiro é apoiar o gestor no cumprimento das
obrigações da empresa e no gerenciamento de seu plano financeiro
(ELEUTÉRIO, 2016).
Tais sistemas concentram as transações financeiras e contábeis, como
os registros de receitas, despesas, compromissos de pagamento,
recolhimentos de tributos, quitação de títulos, pagamentos de pessoal, caixa,
emissão de notas fiscais, conciliação bancária, entre outros. Além disso,
exercem a função primária de um SIG, que é o apoio à gestão, através da
geração da vasta gama de relatórios gerenciais e documentos de auditoria,
como veremos adiante.
O sistema financeiro também desempenha um papel essencial no

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


planejamento e no controle orçamentário da empresa. Quando o plano
financeiro de uma organização – ou orçamento geral – é elaborado e aprovado,
os gerentes de cada área assumem a responsabilidade de manter suas
receitas, custos e investimentos dentro dos limites aprovados. Caberá ao
sistema financeiro ajudar o gestor a cumprir o plano estabelecido e maximizar o
resultado das outras áreas por meio de relatórios gerenciais. Para ajudá-lo
nessa tarefa, os sistemas financeiros geram diversas informações gerenciais,
como: relatórios de contabilidade, orçamentos operacionais e de capital,
relatórios de capital de giro, previsões de fluxo de caixa, demonstrativos de
resultado, entre outros.
Além da rotina gerencial periódica – que é a função básica de um SIG –,
os sistemas financeiros geralmente desempenham algum tipo de função
analítica, incorporando ferramentas básicas para apoiar os gestores em suas
tomadas de decisão, como, por exemplo, análises quantitativas dos indicadores
financeiros, observações de tendências, avaliações de risco e análises do tipo
“se-então”. No entanto, dependendo do grau de precisão que se deseja obter
dessas análises, o sistema financeiro pode ser acoplado a ferramentas
específicas e mais sofisticadas, como os Sistemas de Apoio à Decisão (SADs).
Os SADs – como vimos no capítulo anterior – são desenvolvidos exatamente
para essa finalidade, processando os dados de maneira mais aprofundada e
abrangente por meio de métodos numéricos complexos e algoritmos
inteligentes.

Funções de um sistema financeiro


De forma geral, podemos elencar as seguintes funções de um sistema
financeiro:
 Coletar informações financeiras provenientes de diversas fontes, de
forma precisa, completa, consistente e no tempo correto;

 Fornecer relatórios gerenciais para o acompanhamento cotidiano das

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


transações financeiras da empresa;

 Apoiar as decisões relativas às políticas fiscais e governamentais;

 Ajudar no planejamento e execução orçamentária;

 Facilitar a preparação de documentos financeiros, como balanços,


relatórios de receitas, fluxo de caixa, etc.;

 Fornecer informações financeiras aos órgãos fiscais em todas as esferas


governamentais;

 Possibilitar a análise financeira por meio de ferramentas de fácil


utilização, incluindo análises comparativas da atividade atual com
históricos financeiros; e

 Gerar informações detalhadas para fins de auditoria interna e/ou


externa.

Os sistemas financeiros são geralmente constituídos dos módulos


descritos a seguir.
Controle contábil. Mantém as informações contábeis, administra as
contas a pagar/receber, a emissão de faturas e ordens de pagamento, os
fechamentos contábeis, os demonstrativos de resultado, entre outros.
Administração de caixa. Registra os recebimentos e desembolsos da
empresa, possibilitando a administração de caixa, incluindo também as
movimentações entre contas, gestão de excessos de caixa, antecipação de
situações de déficit, possibilidade de investimentos, etc.
Planejamento orçamentário. Realiza o registro e o controle das
receitas e despesas futuras, incluindo as análises de risco e variações de fluxo
de caixa, além da avaliação das opções de capitalização da organização.
Administração de investimentos. Administra portfólio de investimentos
da empresa e apoia o gestor nas decisões de compra e venda de títulos, de

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


forma a minimizar os riscos e maximizar os resultados dos investimentos.

Figura 19 - Diagrama de um sistema financeiro.

TEMA 02 - SIG para o relacionamento com os clientes: os


CRMs
O relacionamento com os clientes é um dos pilares que sustentam o
negócio de uma empresa e, por isso, tornou-se uma das maiores
preocupações das organizações na atualidade. No atual ambiente competitivo
da era digital, em que a internet coloca as empresas a um clique de distância
dos consumidores, é fundamental estabelecer e manter um relacionamento de
excelência com os clientes. Mas em que consiste isso?

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


O relacionamento com o cliente pode ser definido como o conjunto de
práticas e estratégias usadas por uma empresa para interagir com os clientes,
de forma a aumentar as vendas. Portanto, o relacionamento com o cliente é a
base que sustenta a atividade comercial. Segundo Laudon (2010), ele se
constitui de três atividades fundamentais: Marketing, Vendas e Atendimento ao
Cliente.
A área de Marketing promove e divulga os produtos e serviços de uma
empresa, a de Vendas trata do fechamento das transações comerciais, e o
Atendimento ao Cliente se ocupa do contato com o consumidor. Mas para que
essas atividades tenham êxito, é necessário, antes de tudo, conhecer os
clientes.
Em pequenas empresas, que atuam em regiões bem definidas, não é
muito difícil conhecer o perfil dos clientes. Mas nas grandes empresas, com
milhares (ou milhões) de clientes dispersos geograficamente, com diferentes
perfis e hábitos de consumo, essa tarefa pode ser um grande desafio. É para
isso que existem os Sistemas de Gestão do Relacionamento com os Clientes,
mais conhecidos pela sigla em inglês CRM (Customer Relationship
Management).
Os CRMs são sistemas de informação usados para gerenciar as
atividades de relacionamento com o cliente, com forte viés comercial. Eles
podem ser fornecidos como soluções específicas para uma determinada
atividade comercial, mas em geral formam pacotes de software compostos por
módulos – ou subsistemas – que abrangem as três atividades vistas acima. Um
sistema de CRM completo é constituído dos seguintes módulos: Automação da
força de vendas, Atendimento ao cliente e Marketing, como mostra a figura
abaixo.

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Figura 20 - Módulos do CRM.

Automação da força de vendas. Cada vez mais as equipes de vendas


utilizam modernos recursos digitais – como smartphones, tablets e notebooks –
para coletar informações de clientes e prospects em suas visitas de campo. E
para isso precisam cada vez mais de sistemas de informação que agilizem o
seu trabalho e aumentem a sua produtividade. Ajudando nessa tarefa, estão as
ferramentas de automação da força de vendas, que servem de apoio à
operação comercial, facilitando o cadastro online de contatos e o registro das
informações de prospecção, além de auxiliar na segmentação de clientes e
automatização das ações de campo.
O módulo de automação da força de vendas também é útil para
centralizar os diversos documentos e recursos usados pela equipe comercial
em seu cotidiano, como: catálogos de produtos, demonstrações técnicas,
modelos de propostas, contratos de prestação de serviço, tabelas de preços,
vídeos institucionais, treinamentos online, entre outros, mantendo esses
recursos sempre atualizados e disponíveis para a equipe de vendas em
qualquer lugar e a qualquer momento.
Mas esse módulo não serve apenas para agilizar o trabalho de vendas.
Ele é de grande utilidade como ferramenta de gestão comercial, em particular

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


para as empresas que precisam gerenciar grandes equipes de vendas
espalhadas em diversas filiais e diferentes regiões geográficas. Por meio das
informações coletadas em campo, o gestor comercial acompanha a atividade
de sua área, avalia a produtividade de sua equipe comercial, monitora o
histórico de venda de seus produtos e obtém relatórios gerenciais importantes
para o constante realinhamento de sua estratégia comercial.
Atendimento ao cliente. Módulo destinado a registrar e gerenciar o
contato e a interação com os clientes e prospects,consiste de ferramentas de
apoio às equipes de atendimento, incluindo call center, atendimento eletrônico
e suporte técnico (help desk). As ferramentas geralmente permitem o registro
detalhado dos contatos, incluindo a geração de protocolos que permitirão o
futuro rastreamento dos atendimentos realizados.
O módulo de atendimento ao cliente é um bom exemplo de Sistema de
Processamento de Transações (SPT) que, como vimos anteriormente, é parte
integrante de um SIG. Sua função é coletar e armazenar os dados de contatos
que serão interligados aos outros módulos do sistema e usados para fins
gerenciais. Antes de uma visita comercial, por exemplo, o vendedor pode
acessar o histórico de contato daquele cliente com a empresa e verificar
possíveis reclamações e solicitações de suporte que podem ser de grande
utilidade em sua ação comercial.
Marketing. Em razão da grande concentração de informações de
clientes e prospects, muitos fornecedores incluem módulos de Marketing em
seus pacotes de CRM. A ideia é utilizar essas valiosas informações, coletadas
em campo pela equipe de vendas, para ajudar as equipes de marketing a criar
uma grande variedade de campanhas, incluindo marketing direto, geração de
leads, e-mail marketing, programas de fidelização e ações promocionais. São
também importantes ferramentas para a criação de modelos – ou templates –
que agilizam a elaboração de hotsites, e-flyers, banners e newsletters enviados
em larga escala aos clientes através domailing gerado pelo CRM.
Além de ajudar a equipe de marketing a criar e divulgar produtos e

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


serviços, as informações contidas no CRM podem ser usadas estrategicamente
para avaliar o desempenho de venda dos produtos, identificar nichos de
mercado, observar tendências de consumo por meio de pesquisas, além de
conhecer melhor o perfil dos clientes. Essa capacidade do sistema de ajudar a
compreender o consumidor é de grande importância para otimizar os
investimentos de marketing e refinar a estratégia comercial da organização.

A integração do CRM

Algumas empresas utilizam o sistema de CRM de forma isolada,


independente dos demais sistemas empresariais. O software Salesforce®, por
exemplo, que se popularizou mundialmente pela utilização em nuvem e pela
conveniência de contratação na modalidade software como serviço (SaaS –
software as a service), é um exemplo de CRM online que pode ser usado de
maneira independente.
No entanto, a utilização de um CRM se torna mais eficiente quando ele é
fornecido como parte de um Sistema Integrado de Gestão – ou ERP.
Atualmente, a maioria dos ERPs disponíveis no mercado possui módulos de
CRM, o que facilita a integração das informações oriundas das transações
comerciais feitas através dos módulos financeiros e RH. Por meio dessa
integração, é possível, por exemplo, incluir comissões de venda diretamente na
folha de pagamento quando uma venda é efetivada, assim como lançar os
valores das vendas diretamente no sistema financeiro, gerando faturas e
registros contábeis. Esse é um bom exemplo da eficiência proporcionada pelo
uso de ERPs, como veremos adiante.
TEMA 03 - SIG de manufatura
Em uma organização produtiva, há sistemas de informação que
desempenham um papel essencial no planejamento e controle dos processos
de produção – são os chamados Sistemas de Informação de Manufatura. Eles
são usados para planejar, monitorar e controlar as compras, os estoques e o
fluxo de materiais e produtos. Segundo O’Brien (2004), os SIGs de manufatura

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


gerenciam os cinco componentes de um processo produtivo: matéria-prima,
equipamentos, pessoal, instruções/especificações e instalações de produção.
Em razão da abrangência das informações manipuladas pelos sistemas de
manufatura, eles geralmente fazem parte de um Sistema Integrado de Gestão
(ERP).

Subsistemas de um SIG para Manufatura

Projeto e Engenharia. Esse módulo possibilita aos projetistas realizar a


prototipagem virtual, ou seja, a construção de modelos em computador que
simulam a forma e o comportamento físico dos produtos. A prototipagem virtual
é feita por meio de duas ferramentas:

 CAD (Computer-aided Design), ou Projeto Assistido por Computador.

 CAE (Computer-aided Engineering), ou Engenharia Assistida por


Computador.

As ferramentas de CAD ajudam os projetistas e designers industriais a


criar, modificar, analisar e otimizar o design de um produto. Com elas, o
designer cria o modelo geométrico – bidimensional (2D) ou tridimensional (3D)
– do produto e especifica suas características técnicas, como os materiais
utilizados, a produção, as dimensões e tolerâncias. Nas indústrias de
manufatura, os softwares de CAD são usados, por exemplo, para projetar
peças, equipamentos e motores, produzindo animações tridimensionais para
analisar e demonstrar os produtos, além de criar bases de dados para o
processo de manufatura.
As ferramentas de CAE, por outro lado, são softwares numéricos que
ajudam os engenheiros a simular as condições de uso dos produtos e observar
o seu comportamento em diferentes situações. Esses softwares utilizam
modelos analíticos, como a técnica de elementos finitos, a cinemática e a
análise de fluidos, para testar os produtos antes de serem manufaturados. As

10

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


indústrias automotiva e espacial utilizam ferramentas de CAE para simular
situações de colisão e observar o comportamento térmico e aerodinâmico dos
produtos em situações extremas de uso, sem a necessidade de usar protótipos
físicos.
Planejamento e escalonamento da produção. Módulo do sistema que
trata de destinar, controlar e otimizar o trabalho e as cargas de trabalho em um
processo produtivo. Na prática, as empresas usam os sistemas de
planejamento da produção para alocar materiais e máquinas industriais,
planejar a mão-de-obra, projetar os processos de produção e a aquisição de
materiais. Trata-se, portanto, de uma ferramenta de grande valia para apoiar os
gestores da produção em suas tomadas de decisão.
Uma das funções centrais desse tipo de sistema é o planejamento das
necessidades de materiais – ou MRP (Material Requirements Planning) –, que
ajuda a garantir a disponibilidade dos materiais necessários nos tempos
corretos. Por meio do MRP, é possível determinar as quantidades e tempos em
que os itens devem ser adquiridos ou produzidos, a fim de atender ao
planejamento da produção, gerando as respectivas ordens de compra.
Segundo Herrmann (2006), o grande benefício de adotar um sistema de
planejamento e escalonamento da produção – e também seu grande desafio –
é mudar a cultura produtiva de uma organização, evitando que o planejamento
da produção seja tratado como uma coleção de planos independentes e
fragmentados, e frequentemente ignorados pelas pessoas, gerando momentos
de crise e tratamentos de exceção, sem uma visão integral da empresa.
Os sistemas de MRP, segundo descrito por Herrmann, foram as
primeiras ferramentas computacionais usadas para o planejamento da
produção e que, ao longo de sua evolução, se integraram aos demais sistemas
de informação, até se transformarem nos atuais sistemas de ERP (Enterprise
Resource Planning), como veremos mais detalhadamente no próximo capítulo.
Os módulos de planejamento e escalonamento da produção hoje
utilizados são ferramentas avançadas, que oferecem sofisticados algoritmos de

11

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


escalonamento e uma ampla gama de opções e parâmetros para se adaptar
aos requisitos dos diferentes processos produtivos.
Controle de processos. Os sistemas de controle de processos –
também chamados de sistemas de controle industrial ou PCS (Process Control
System) –, automatizam um processo produtivo por meio da aquisição de
dados e do controle dos equipamentos da linha de produção durante o
processo de manufatura. Operam no nível do chão-de-fábrica, interferindo
diretamente nos equipamentos de produção e gerando informações do status
do processo aos operadores e supervisores de produção.
Um PCS pode ser um sistema relativamente simples, composto por
sensores que recebem como entrada os dados do processo (p. ex.,
temperatura, nível, pressão e posição) e um controlador que processa as
entradas e gera as saídas de controle que atuam diretamente nos
equipamentos (p. ex., válvulas, interruptores e acionadores). Sistemas mais
complexos incluem dispositivos robóticos que realizam múltiplas tarefas de
forma autônoma. Em geral, um PCS se interliga com o sistema ERP por meio
de uma camada intermediária de software chamada de MES (Manufacturing
Execution System), ou Sistema de Execução de Manufatura.
Gestão da Qualidade. Assegurar a qualidade dos produtos finais é
essencial em qualquer organização produtiva. Em razão do alto nível de
automação e complexidade dos modernos processos produtivos, torna-se cada
vez mais importante o apoio da tecnologia nessa tarefa. Os SIGs de
manufatura geralmente incorporam módulos de software para ajudar a
gerenciar aspectos qualitativos, tais como: o controle de qualidade, a
otimização de processos, a rastreabilidade, o monitoramento de lotes, a análise
de falhas e a conformidade aos padrões (compliance). São os chamados QIS
(Quality Information Systems), ou Sistemas de Informação para a Qualidade.
Por meio da captura e análise em tempo real dos dados da produção, o
QIS ajuda as equipes de qualidade e os operadores a identificar rapidamente
problemas na linha de produção para minimizar desperdícios, evitar variâncias

12

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


indesejadas, retrabalhos e tempos de parada. A interface com o usuário se dá
por meio de telas de monitoramento, gráficos, análises de tendências,
documentos da qualidade e relatórios gerenciais com indicadores de qualidade
do processo de forma sumarizada.

TEMA 04 - SIG para a gestão de pessoas


Nas últimas décadas, a gestão dos recursos humanos tornou-se uma
atividade estratégica das organizações, e um dos principais ingredientes para o
sucesso de seu negócio. Na sociedade pós-industrial, o trabalho deixou de ser
considerado um “custo necessário” para se tornar o maior ativo das empresas.
Nas modernas organizações, o capital intelectual assume papel central como
fator de vantagem competitiva. Com isso, o maior desafio dos gestores de RH
passa a ser a captação e retenção de talentos.
Assim como nas outras áreas funcionais, os Sistemas de Informação
(SIs) são valiosas ferramentas para os gestores de recursos humanos no apoio
às atividades de planejamento, administração, controle e tomada de decisão.
Entre as principais aplicações de um sistema de RH, estão o recrutamento e
seleção de colaboradores, a administração da folha de pagamento e
benefícios, a gestão de convênios, o planejamento de capacitação e
treinamento, o desenvolvimento de carreiras, o gerenciamento de planos de
saúde e da segurança no trabalho e a avaliação de desempenho dos
colaboradores.
Os sistemas de RH são constituídos de três módulos principais.
Administração de pessoal. Manutenção dos registros pessoais,
recrutamento, análise de custos de mão de obra, análise da rotatividade de
pessoal (turnover) e planejamento da necessidade de pessoal.
Treinamento e desenvolvimento. Avaliações de desempenho,
levantamento das necessidades de capacitação, elaboração e execução de
treinamentos e programas de desenvolvimento profissional.
Gestão salarial. Controle da folha de pagamento, administração de

13

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


benefícios, planejamento de salários e incentivos.
Os sistemas de RH se beneficiam da internet e da intranet corporativa
para agilizar o atendimento aos colaboradores, além derecrutar e selecionar
novos funcionários. Muitas empresas utilizam seus próprios sites corporativos
para divulgar vagas e cadastrar currículos de candidatos, por vezes de forma
integrada aos sites de oferta de empregos, como Catho, Manager,
empregos.com.br, vagas.com.br, entre outros. Além disso, as empresas
implantam portais de RH em suas intranets como canais de comunicação,
interação e relacionamento com os colaboradores. Nos portais de RH, os
funcionários acessam seus holerites online, obtêm informações do banco de
horas, calendários de férias, benefícios, agendas de cursos e treinamentos,
entre outras. Com a oferta de serviços e informações online nos portais, as
empresas criam canais de autoatendimento aos funcionários, transferindo a
eles muitas tarefas que antes eram realizadas pelo setor de RH.

TEMA 05 - SIG para a gestão de projetos


Muitas empresas, quando decidem criar ou implantar alguma inovação
em seu negócio, como lançar um novo produto, incorporar alguma tecnologia
ou mudar algum processo operacional, fazem isso de maneira informal.
Normalmente, discutem o que será feito em algumas reuniões de trabalho,
nomeiam um responsável e delegam atividades às pessoas. Depois disso, o
responsável tentará garantir o resultado do empreendimento à sua maneira,
gerenciando as atividades e as pessoas por meio de planilhas e controles
individuais, da forma que considera mais adequado. O problema é que muitas
iniciativas fracassam exatamente por esse motivo – pela falta de um método
que garanta a eficácia em sua implantação.
Para evitar que isso ocorra, algumas empresas adotam a “abordagem de
projeto” ao criar algo novo. Essa solução faz com que cada novo
empreendimento seja tratado como um projeto – portanto, baseado em uma
metodologia, chamada de gestão de projetos – ou PM (Project Management).

14

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Entendemos um projeto como um conjunto de atividades com prazo de
conclusão definido, com vistas a criar algo novo e para atender a uma
necessidade específica, por exemplo, um projeto arquitetônico ou de
automação industrial.
A metodologia utilizada estabelece detalhadamente como um projeto
deve ser criado e gerenciado, assegurando sua execução dentro dos requisitos
de prazo, custo e qualidade especificados em seu planejamento. Para isso, o
responsável – chamado de gerente de projetos – segue métodos específicos e
bem definidos para planejar, organizar e controlar os recursos necessários para
sua execução.
Muitos projetos, em particular os desenvolvidos em grandes empresas,
tendem a ser complexos, envolver diversas áreas funcionais e gerar grande
impacto financeiro na organização, seja positivo ou negativo, dependendo do
seu sucesso ou fracasso. Imagine uma empresa que decide implantar uma
nova unidade industrial a um custo de milhões de reais e que levará alguns
anos para ser finalizada. Como é possível garantir o sucesso desse
empreendimento? Como estimar as atividades e recursos necessários para sua
execução? Como assegurar que ele cumpra os prazos e custos estimados? É
exatamente essa a função da gestão de projetos.
Com a crescente complexidade e custo dos empreendimentos
organizacionais, o gerente de projetos tornou-se elemento-chave para evitar as
frequentes perdas financeiras que ocorrem em razão do cancelamento e
redefinição dos projetos.
Sem o apoio da tecnologia, a gestão de um projeto pode ser uma tarefa
consideravelmente difícil e arriscada. São muitos os fatores que podem
prejudicar o êxito de um projeto, como atrasos em atividades críticas, custos
inesperados e mudanças de escopo. O papel da tecnologia é ajudar a garantir
o seu sucesso, identificando antecipadamente as intercorrências e alertando o
gerente de projetos a tomar ações corretivas. Para isso, existem os sistemas
de gestão de projetos, como veremos a seguir.

15

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Os sistemas de gestão de projetos

Visam a apoiar o gerente de projetos em suas atividades por meio de


interfaces, ferramentas e relatórios gerenciais que facilitam o seu trabalho e de
toda a equipe envolvida. Esses sistemas dão suporte às três principais
atividades realizadas por um gerente de projetos: o gerenciamento de tarefas,
o gerenciamento orçamentário e o gerenciamento da colaboração. Cada tipo
de atividade é gerenciado por um módulo do sistema.
Gerenciamento de tarefas. Módulo que cuida do cronograma de
execução do projeto, também chamado de workflow. Permite criar as
atividades e tarefas que serão realizadas, definir os responsáveis, as datas de
início, os recursos necessários, os prazos de execução e as interdependências
entre as tarefas. Por meio desse módulo, o gerente do projeto acompanha o
status de cada atividade, controla os caminhos críticos do projeto e toma ações
corretivas a tempo de evitar que o custo e o tempo sejam comprometidos.
Gerenciamento orçamentário. Módulo que possibilita ao gerente de
projeto acompanhar as receitas e custos do projeto em relação ao seu
planejamento orçamentário. Com ele, é possível gerenciar os custos de
pessoal, de insumos e de serviços do projeto. Na maioria dos sistemas, este
módulo permite organizar e controlar os valores por tipo de atividade ou
período de tempo. Além disso, ele normalmente envia notificações de alerta
quando ocorrem desvios de custo em relação aos limites preestabelecidos.
Gerenciamento da colaboração. Módulo que permite a comunicação, a
colaboração e o compartilhamento de recursos entre os membros da equipe,
essencial quando as pessoas trabalham em locais diferentes e dividem seu
tempo entre diversos projetos. Possui ferramentas de compartilhamento de
arquivos, organização dos documentos de projeto, controles de versão de
documentos e recursos de comunicação síncrona e assíncrona, como fóruns
de discussão, chats online e envio de mensagens e notificações.
Existe uma grande variedade de sistemas comerciais para a gestão de

16

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


projetos. Eles podem ser adquiridos como aplicativos locais – por exemplo, o
software Microsoft Project® – ou como sistemas online contratados na
modalidade SaaS (software-as-a-service). Alguns sistemas de ERP oferecem
módulos de gestão de projetos – como o SAP–, o que facilita a integração dos
dados do projeto com as informações dos diversos departamentos da empresa,
principalmente do setor financeiro e RH.

Os Sistemas Integrados de Gestão – ERPs


Os Sistemas Integrados de Gestão – ou sistemas de ERP (Enterprise
Resource Planning) – representam a evolução dos sistemas de informação nas
empresas. Eles diferem dos demais sistemas – ditos departamentais – porque
integram todas as atividades e processos de negócio de uma organização em
uma única solução, com o objetivo de prover informações de forma simplificada
e em tempo real para todas as áreas funcionais.
É fácil compreender o papel do sistema de ERP nas empresas quando
observamos a forte interligação que existe entre as suas diferentes áreas
funcionais. Quando, por exemplo, um representante comercial fecha uma
venda, são disparadas diversas informações entre as áreas, iniciando com a
emissão da fatura, passando pelo registro contábil, pela baixa no estoque, pelo
envio de notificação ao cliente, e terminando com o lançamento da comissão
ao vendedor. Esses fluxos de informação envolvendo diferentes áreas
funcionais serão mais ágeis e confiáveis se forem realizados pelo mesmo
sistema e em um único banco de dados, onde todas as informações estarão
armazenadas. Essa é a lógica de um sistema ERP.
Sob o ponto de vista de produto, um sistema ERP é um pacote de
software integrado e formado por módulos, como: gestão da produção, gestão
de clientes e fornecedores, compras, contabilidade, gestão de materiais,
logística e recursos humanos, os quais podem ser instalados de maneira
gradual, conforme a necessidade.
A integração e a centralização de dados proporcionada pelo sistema

17

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


ERP é importante porque aumenta a consistência das informações entre as
áreas, elimina os problemas de interoperação entre sistemas e agiliza o
fornecimento de informações para toda a empresa. Por isso, há uma forte
tendência de que o sistema ERP substitua os SIGs departamentais, tornando-
se “o sistema de informação” da empresa.
Outro importante benefício dos sistemas ERP é a padronização de
processos. À medida que o próprio sistema estabelece e controla os fluxos de
informação e as ações dos usuários, os processos organizacionais são
padronizados e gerenciados com mais eficiência. Isso é muito evidente em
grandes empresas, em que os processos internos são detalhadamente
descritos e os usuários possuem permissões distintas de acordo com seu nível
funcional. A padronização de processos e o controle das ações dos usuários
são dificilmente alcançados sem a utilização de um sistema integrado.

O surgimento e a evolução dos sistemas de ERP

O ERP é a evolução dos sistemas MRP (Material Requirement


Planning), criados na década de 1970 para otimizar o uso de insumos nos
processos produtivos. Enquanto os sistemas MRP se limitavam à área de
manufatura, os ERPs estenderam o conceito de planejamento de recursos por
toda a empresa, abrangendo o conjunto das áreas funcionais e dando sentido
ao termo “planejamento de recursos empresariais”.
O primeiro sistema ERP comercial foi lançado em meados da década de
1980, quando a empresa alemã SAP AG apresentou ao mercado corporativo o
seu R/2 – um sistema ERP em tempo real baseado em mainframes. Mas foi no
início dos anos 90, com o lançamento da versão R/3 – com arquitetura cliente-
servidor –, que a SAP colocou os ERPs nos desktops das empresas e assumiu
a liderança mundial desse segmento.
Mas, durante muitos anos, em razão do alto custo de implantação, os
sistemas ERP se restringiram às empresas de grande porte. De fato, a
implantação de um ERP não é uma tarefa simples. Ela exige um planejamento

18

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


cuidadoso e pode consumir milhões de dólares, dependendo do porte da
empresa e da complexidade de seus processos organizacionais. Ao implantar
um ERP, a empresa geralmente precisa adaptar seus processos internos e
realizar diversas customizações no sistema, além de amplos programas de
treinamento interno.
Em sua primeira geração – durante os anos 90 –, os sistemas ERP
focavam na otimização dos processos internos, especialmente nas áreas de
manufatura e distribuição. Suas informações eram restritas ao ambiente interno
e consumidas apenas entre as “quatro paredes” da organização. Tais sistemas
eram fechados e monolíticos, instalados nos datacenters das empresas e,
normalmente, sem possibilitar a conexão com outros sistemas externos.

A segunda geração de ERP: o ERP2

Nos últimos anos, o conceito tradicional de ERP tem-se mostrado


inadequado face ao novo ambiente de negócios. Atualmente, não basta
garantir a eficiência dos processos internos; é preciso colaborar intensamente
com parceiros externos e clientes para se manter competitivo. Em razão disso,
os sistemas ERP romperam as barreiras internas da empresa, criando uma
espécie de segunda geração, denominada de ERP2.
Sua principal característica é a integração com o ambiente externo, por
meio da incorporação de módulos de gestão do relacionamento com o cliente
(CRM – Customer Relationship Management), gestão da cadeia de
suprimentos (SCM – Supply Chain Management) e comércio eletrônico (e-
commerce). Com isso, os ERPs deixam de focar apenas nos processos
internos para envolver também os demais elementos do ambiente de negócios
da organização. Aquilo que há pouco tempo era claramente identificado como
ERP, CRM, SCM ou E-Commerce, neste momento faz parte de um único
sistema, denominado de ERP2.
Outra tendência importante dessa solução é adotar uma arquitetura
aberta, modular, flexível, baseada na web e interoperável com outros sistemas.

19

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Seguindo essa linha, muitos ERPs são fornecidos como sistemas em “nuvem”
(cloud-based systems), que dispensam o uso de uma infraestrutura interna
para sua implantação. A maioria dos ERPs tem estrutura altamente modular, o
que possibilita aos clientes escolher os módulos que desejam implantar.

A linha do tempo dos ERPs

A figura abaixo ilustra a evolução dos sistemas de informação, desde o


surgimento dos primeiros deles na década de 1960, com ênfase na
automatização das operações financeiras, passando pelos sistemas de
manufatura (MRP) até os atuais sistemas de ERP e ERP2.

Figura 21 - Linha do tempo do ERP.

ERPs para pequenas e médias empresas

Em busca de uma solução de gestão integrada, muitas empresas de


pequeno e médio porte (PMEs) estão aderindo aos sistemas ERP. Atualmente,
o desafio dos fornecedores é atingir esse mercado com produtos mais baratos
e simplificados. Em busca desse crescente segmento, fornecedores de grande
porte, como SAP, Oracle e Microsoft, dividem espaço com dezenas de outras
empresas menores que oferecem variações mais acessíveis, modulares e
online de seus produtos. Nesse cenário, estão surgindo empresas
especializadas apenas no segmento PME, cobrindo uma grande parte das
necessidades dos clientes sem nenhum tipo de customização sofisticada, e a
custos muito reduzidos.

20

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Sugestão de Leitura
Leia o artigo intitulado “O Gerenciamento de
Projetos através de sistemas ERP”, disponível
para acesso em: http://www.pmisp.org.br/gp-na-
midia/1702-o-gerenciamento-de-projetos-atraves-
de-sistemas-erp, ou por meio do QR Code ao
lado.

Trocando ideias
Fórum: você já vivenciou uma implantação de um ERP na sua empresa? A
implantação ou substituição de um ERP em uma empresa é um processo
bastante complexo e demorado. Poste algumas situações que você tenha
presenciado, ou fale sobre a necessidade de implantação de um ERP para o
controle das operações de forma integrada na organização.

Síntese

Nesta aula, foram estudados os sistemas de informação considerando-


se a sua aplicação nos diferentes níveis funcionais da organização:
administração financeira, relacionamento com o cliente, manufatura, recursos
humanos e gestão de projetos. Também foram estudados os sistemas
integrados, denominados de ERP – Enterprise Resource Planning, bem como
um histórico da tecnologia e a sua evolução, o ERP2, integrando os sistemas
de CRM e SCM. Ao final, também foi vista a aplicação do ERP para pequenas
e médias empresas.

21

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Referências

ELEUTÉRIO, M. A. M. Sistemas de informação ierencial. Curitiba:


Intersaberes, 2016.

HIRSCHHEIM, R. e KLEIN, H. A Short and Glorious History of the


Information Systems Field. Journal of the Association for Information
Systems, 2012, vol. 3. Disponível em: <http://aisel.aisnet.org/jais/vol13/iss4/5>.

LAUDON, K; LAUDON, J. Sistemas de informação gerenciais. 9. ed. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

POWER, D. J., Specifying an Expanded Framework for Classifying and


Describing Decision Support Systems. Communications of the Association
for Information Systems, 2004, v. 13.

STAIR M. R. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem


gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

O’BRIEN, J. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da


internet. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

POTTER, R.; RAINER, R.; TURBAN, E. Administração de tecnologia da


informação - teoria e prática. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

REZENDE, D. Planejamento de sistemas de informação e informática. São


Paulo: Atlas, 2003, p. 65.

22

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Das könnte Ihnen auch gefallen