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FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITA

FACIAGREN

DINÂMICA DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEM DE MILHETO EM


DIFERENTES ÉPOCAS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA

Curitiba

2005

RESUMO

O atendimento da demanda por alimentos para a produção animal pode ocorrer na forma de
rações ou de volumosos via pastagem conservada ou in natura via pastejo ou fornecimento
no cocho. A utilização de pastagens pelos animais implica na desfolha das plantas, o que
pode promover uma série de alterações morfológicas nas mesmas. Dentre as alterações
observadas, destaca-se a redução ou até mesmo a paralisação da atividade do sistema
radicular. Essas alterações fazem com que a adubação aplicada logo após o pastejo ou corte
possa apresentar reduzida eficiência agronômica. O presente experimento tem como objetivo
verificar a influência da época de realização da adubação nitrogenada em cobertura sobre a
eficiência de utilização dos fertilizantes pelas plantas forrageiras, medida pela produção de
massa aérea de forragem, massa de raízes e por meio de características morfológicas das
plantas. O ensaio será dividido em dois procedimentos: PROCEDIMENTO 1: adubação
nitrogenada em cobertura em cinco datas (0; 3; 6, 9 e 12 dias após corte de igualação) com a
aplicação de nitrogênio (60 kg.ha-1 N) na forma de uréia, com cinco repetições. Nessa etapa
serão avaliados os seguintes parâmetros: altura de plantas e do meristema apical, massa
seca de forragem, massa seca de raízes; população de perfilhos; comprimento e largura de
lâminas foliares e número de laminas foliares vivas. Quanto ao PROCEDIMENTO 2, o
mesmo avaliará a massa de raízes existente nos vasos, nas mesmas épocas da adubação
nitrogenada em cobertura conduzida no primeiro procedimento. Os dados serão analisados
com delineamento estatístico inteiramente casualizados via aplicativo STATIGRAPHICS,
sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5%.

INTRODUÇÃO

Os sistemas de produção animal demandam uma grande quantidade de alimentos. Esses


alimentos são fornecidos através de concentrados na forma de rações e de volumosos quer
sejam na forma de pastagem conservada ou “in natura” via pastejo ou fornecimento no
cocho. Porém a viabilidade econômica do sistema de produção animal depende da redução
dos custos de produção, principalmente daqueles relativos à alimentação. Com isso, a
participação dos alimentos volumosos passa a ser fundamental no fornecimento de
nutrientes aos animais devido ao seu menor custo quando comparado aos concentrados.

Além disso, a atual demanda nacional e internacional por produtos naturalmente produzidos
tem levado ao processo de desintesificação dos sistemas de produção animal e enfatizado a
importância crescente das pastagens nesses sistemas. Nesse aspecto, a existência de
grandes áreas de pastagens no Brasil coloca-nos em vantagem competitiva com relação a
outros países, podendo abrir um mercado diferenciado aos nossos produtos de origem
animal o que, conseqüentemente, agregará valor aos mesmos.

A geração deste tipo de alimento demanda informações técnicas que visem uma maior
eficiência técnica no processo produtivo de forragens.

2.1.Manejo da adubação

Dentre os vários fatores que influenciam a produtividade está o manejo da adubação. O


nitrogênio é um dos elementos que apresenta uma dinâmica complexa, principalmente no
que se refere às suas perdas (RAIJ, 1991; AGUIAR, 1998). Estas perdas podem ocorrer por
lixiviação ou volatilização, o que torna sua eficiência agronômica normalmente inferior a 50%
(MALAVOLTA, 1981). A forma de aplicação do adubo nitrogenado levará a uma maior ou
menor eficiência. Normalmente recomenda-se uma dose pequena na instalação (20 – 30
kg.ha-1 N) e o restante (50 – 150 kg.ha-1 N) em cobertura, sendo a dose definida em função
da cultura e da resposta da adubação nitrogenada conforme histórico de área, características
de solos (RAIJ, et al. 1997). O período recomendado normalmente é após rebaixamento da
pastagem via pastejo ou corte (SBCS, 2004; WERNER et al. 1997).

2.2. Efeito do pastejo sobre o sistema radicular

Nos sistemas de pastejo direto ou de corte da pastagem, as plantas sofrem alterações


morfológicas como redução de área foliar o que induz a alterações no sistema radicular,
representada pela paralisação do crescimento radical, acompanhado pela redução na
respiração das raízes além da eliminação de parte desta, visto que esse órgão vegetal é um
dreno de fotossintetizados (CORSI et al., 2001). MILTHORPE e DAVIDSON, citados por
MORAES e PALHANO, 2002, observam que há quase completa paralisação do crescimento
radical, acompanhado pela redução na respiração das raízes. Com o desenvolvimento de
nova área foliar fotossintetizante ocorre um novo crescimento radicular.

O período até que ocorra a renovação do sistema radicular, faz com que a planta tenha uma
baixa capacidade de absorção de nutrientes, incluindo o nitrogênio (VOLENEC, citados por
MORAES & PALHANO (2002), o que pode levar a uma menor eficiência agronômica do
fertilizante. Portanto deve existir um período, após rebaixamento, onde a planta apresente
uma melhor utilização do adubo nitrogenado.

JUSTIFICATIVA

Os elevados custos de produção de alimentos nos sistemas de produção animal têm sido
responsáveis pela baixa rentabilidade do setor. No caso dos herbívoros, a obtenção de
forragem de qualidade pode ser considerada uma estratégia interessante para viabilizar tais
sistemas, uma vez que reduz a necessidade de alimentos concentrados, de elevado custo
uma vez que competem com a alimentação humana. O milheto é uma forrageira anual que
apresenta características de rusticidade, resistência a períodos de seca e potencial produtivo
elevado (CASTRO, 2002). Porém, para que esses objetivos possam ser alcançados, o
volumoso deverá ser produzido com elevada eficiência técnica, principalmente no que se
refere à utilização de fertilizantes, insumos fundamentais à qualidade e produtividade desses
alimentos. Dessa maneira, torna-se de fundamental importância estudar estratégias de
utilização dos fertilizantes, de maneira a torná-los viáveis dentro dos sistemas de produção
de carne, leite e lã baseados na exploração de pastagens.

OBJETIVOS

Objetivos gerais

O objetivo geral deste trabalho é verificar a influência da época de realização da adubação


nitrogenada em cobertura sobre a eficiência de utilização desse fertilizante pelo milheto.

Objetivos específicos

Os objetivos específicos do trabalho são avaliar a influência da época de adubação


nitrogenada em cobertura sobre a dinâmica de crescimento do milheto, ou seja, sobre:

Densidade populacional de perfilhos;


Número de folhas vivas por perfilho;
Relação lâmina/colmo
Comprimento das lâminas foliares;
Massa seca de raízes;

MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Local do estudo e caracterização edafoclimática

O experimento será instalado no Campus 1 das Faculdades Integradas Espírita, localizado


em Curitiba, PR, na região fisiográfica denominada Primeiro Planalto Paranaense, entre as
coordenadas 25°25´ latitude Sul e 49°08´ longitude Oeste, com altitude de 930 metros. O
clima, segundo a classificação de Köeppen, é temperado do tipo Cfb (Maak, 1968). A
precipitação média anual é da ordem de 1400 a 1800 mm com chuvas bem distribuídas ao
longo do ano. Os meses de abril e maio são os mais secos.

5.2 Implantação da área experimental

O experimento será implantado em 70 vasos plásticos, com 35 cm de diâmetro e 25 cm de


altura (35 para o PROCEDIMENTO I e 35 para o PROCEDIMENTO II), contendo solo cuja
composição será determinada por meio de análise química de rotina, utilizada como
parâmetro para as adubações de formação da cultura a ser implantada. Conforme a
necessidade será realizada a calagem para elevação da saturação de bases a 70%. A
adubação potássica e de fósforo, na forma de cloreto de potássio e super fosfato simples,
respectivamente será realizada permanecendo incubada no solo por um período de 30 dias.
A adubação nitrogenada de base será realizada no momento do plantio, com o equivalente a
20 kg.ha-1 de N na forma de uréia.

A espécie forrageira a ser avaliada será o milheto (Pennisetum americanum (L.) Leeke),
gramínea anual de clima tropical, sendo semeadas oito sementes e após emergência
selecionadas as quatro plantas mais homogêneas em cada vaso.
5.3 Manejo da área experimental

Após o estabelecimento das plantas e até o início do período experimental será realizado o
controle de plantas daninhas e da umidade dos vasos.

O corte de igualação das plantas será conduzido quando as mesmas atingirem, em média,
60 cm de altura, medida por meio de um bastão graduado, rebaixadas a 10 cm de altura.
Após recuperação das plantas, também aos 60 cm de altura, será efeito corte final para
medição das variáveis a serem analisadas.

Os vasos deverão permanecer ao ar livre sendo, portanto, expostos às condições ambientais


presentes. A umidade do solo será mantida dentro da capacidade de campo com irrigação
conforme a necessidade.

6. TRATAMENTOS

PROCEDIMENTO I

Após o corte de igualação, será realizada adubação nitrogenada em cobertura, na forma de


uréia (60 kg de N.ha-1) em sete datas diferentes (-6; -3; 0; 3; 6, 9 e 12 dias após corte de
igualação), as quais constituirão os tratamentos a serem testados, com 5 repetições cada.

Parâmetros avaliados

Após a aplicação dos tratamentos, os seguintes parâmetros serão avaliados, aos 60 cm de


altura das plantas:

Massa seca de forragem, de lâminas foliares e de colmos;


População de perfilhos;
Comprimento e largura de lâminas foliares;
Número de lâminas foliares vivas;
Altura do meristema apical;

PROCEDIMENTO II

Nas mesmas condições do PROCEDIMENTO I, serão implantados 35 vasos com milheto e,


nas mesmas datas de condução da adubação nitrogenada (-6; -3; 0; 3; 6, 9 e 12 dias após
corte de igualação), serão avaliadas a massa de raízes e de forragem presentes e a altura de
plantas, em cinco repetições.

Para condução das avaliações, os vasos serão molhados com mangueira até que as plantas
desprendam-se do solo, as quais, em seguida, serão lavadas sobre três peneiras, com o
objetivo de evitar que as raízes não sejam perdidas. Em seguida, as raízes coletadas serão
secas com papel toalha para eliminação do excesso de água, pesadas para avaliação da
massa verde e colocadas em estufa de circulação forçada até peso constante para avaliação
da massa seca de raízes.

Delineamento estatístico
O delineamento estatístico a ser utilizado é o inteiramente ao acaso com cinco repetições.
Os dados obtidos serão analisados por meio do aplicativo STATIGRAPHICS, sendo as
médias obtidas comparadas pelo teste de Tukey, em nível de 5%.

7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

JU AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
L

Planejamento X

Revisão
X
Bibliográfica
Instalação dos
X
vasos

Tratamentos X X X

x
Coleta de dados X X X

Análise X X
estatística
Redação do X X
trabalho
ORÇAMENTO

Descrição Quant. Unid. Valor unitário Valor total


(R$)
Análise de solo 1 un. 15,00 15,00
Sementes cv. 1 kg 5,00 5,00
Comum
Peneiras 3 Un. 10,00 30,00
Vasos 20 un. 3,50 70,00
Deslocamento 10 un. 10,00 100,00
TOTAL 220,00
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, A.P.A. Manejo da fertilidade do solo sob pastagem, calagem e adubação.


Guaíba, Agropecuária, 1998. p. 82-92.

CASTRO, C. R. C. Relações planta-animal em pastagem de milheto (Pennisetum


americanum (L.) Leeke) manejada em diferentes alturas com ovinos. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002. (Dissertação de mestrado)
CORSI, M.; MARTHA JÚNIOR, G.B.; PAGOTTO, D.S. Sistema Radicular: dinâmica e
resposta a regimes de desfolha. In: MATTOS, W.R.S. ed. A produção animal na visão dos
brasileiros. Piracicaba, FEALQ, 2001. p. 838-852.

MAAK, R. Geografia física do Estado do Paraná: Curitiba, Banco de Desenvolvimento do


Paraná, 1968. 350p.

MALAVOLTA, E. Manual de química agrícola: adubos e adubação. São Paulo,


Agronômica Ceres, 1981. p. 31-96.

MORAES, A.; PALHANO, A.L. Fisiologia de produção de plantas forrageiras. In.:


WACHOWICZ, C.M.; CARVALHO, R.I.N. Fisiologia vegetal, produção e pós-colheita.
Curitiba, Champagnat, 2002. p. 249-263.

RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. São Paulo, Potafos, 1991. 163-181.

RAIJ, B. van; CANTARELLA, H; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendação de


adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2 ed. Campinas, Instituto Agronômico
de Campinas, 1997. p. 9.

SBCS. Manual de adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. 10 ed. Porto Alegre, SBCS/comissão de Química e Fertilidade do Solo-Núcleo
Regional Sul. p.155-180.

WERNER, J.C.; PAULINO, V.T.; CANTARELLA, H.; ANDRADE, N.O.; QUAGGIO, J.A.
Forrageiras. In: RAIJ, B. van; CANTARELLA, H; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C.
Recomendação de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2 ed. Campinas,
Instituto Agronômico de Campinas, 1997. p. 263-273.

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