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(IN)JUDICIÁRIO BRASILEIRO.
INTRODUÇÃO
As instituições de Direito brasileiras ao longo de sua história têm mostrado características
contraditórias em suas estruturas, sendo apontadas essas contradições por outras institiuições,
acadêmicos nacionais e estrangeiros, pela(s) mídia(s) e até mesmo da doxa. Os principais
argumentos dos críticos são relativos a letargia no update do arranjo institucional, a incapacidade
crônica dos operadores do Direito de serem efetivos na resolução de problemas relativos aos
Direitos sociais e Direitos Humanos, como na alta demanda dos litigios estarem sempre á frente a
capacidade dessas institiuições, entre outras vários argumentos, o Direito como instância de poder e
manifestação institucional no “Judiciário” afasta-se na medida em que é contrário a sua
incorporoção para além de normativa e não produz o efeito desejado na sociedade. De pesquisas
científicas aos clichés e jargões, as conclusões em síntese que, o Judiciário está anos luz de ser
sinônimo de justiça e há para além da compreensão desse idealismo, a importante questão da
efetividade e eficácia do Direito,enquanto ciência jurídica.
O Direito no Brasil é historicamente ligado ao conservadorismo e aos interesses das elites – do
surgimento do Direito brasileiro como advindo de influências de elites burguesas europeias no
Império, passando por ligações estreitas e de favorecimentos e submissão com as oligarquias
políticas do Brasil do século XIX e do início XX e também, entre diversos fatores da dificuldade do
acesso a instrumentos até mesmo linguísticos aos quais o Direito se torna ineficaz pelo domínio de
um conhecimento restrito a uma parcela da população – as instituições desse campo do
conhecimento na absurda maioria das vezes se subemeteram a interesses não populares,
principalmente os Direitos Humanos e direitos ditos sociais, os quais realmente teriam impacto
material na população e em tempos atuais surpreendentemente não é diferente, os operadores do
Direito monstram-se propriamente limitados em níveis operacionais a uma “elite do judiciário”,
sendo esta ligada a valores conservadores e representativos do capitalismo em uma forma
antagônica aos Direitos sociais abarcados formalmente na Constituição Federal de 1988 –
ironicamente há indícios fortes de que não existe meritocrácia ou justiça distributiva na etiologia da
composição do próprio Poder Judiciário.
Na atualidade, os problemas parecem se agravar: as contradições emanam nos baixíssimos
indícios de “melhoras”, mesmo após a abertura democrácia, após a Constituição Federal de 1988 e
das diversas proposições e propostas das Reformas do Judiciário. Os últimos fatos e atos do Poder
Judiciário mostram que inclusive as narrativas dessas reformas foram “sequestradas” pelos órgãos
de classes, isso é, as Associações de Juízes, do(s) Ministério(s) Público(s), Defesoria(s) e
Organizações de Advogados, uma série de benefícios diretos (dos mais diversos possíveis) para
finalidades da ampliação do Poder Judiciário: da semiótica até a materialidade como poder político
e também incorporação de fenômenos que geraram inclusive determinado autoritarismo. A
tendência dos operadores do Direito em também abarcarem os discursos “moralistas”,
conservadores e autoritários é comprovada pelas atitudes excessivas e abusos cometidos tanto em
nível institucional, processual (formal e material) e inquisitorial, na etiologia de um questionamento
bastante válido com relação ao Poder Judiciário ser barreira última contra os abusos aos Direitos
Humanos e direitos sociais, a formação dos operadores de Direito (intelectualmente e
institucionalmente) e a normatividade não têm garantido essa proteção.
A normatividade, o neoconstitucionalismo, a “democracia”, o máximo respeito das autoridades
jurídicas aos Direitos Humanos e sociais não têm mostrado eficácia na ação e na interpretação do
paradoxo do Direito como “dever ser” – cuja premissa máxima se encontra no idealismo Kelseniano
– e do ser, na materialidade, na realidade pragmática de fato. Exceto movimentos sociais e uma
parcela pequena dos operadores do Direito pois o Poder Judiciário parece estar inserido em um
complexo momento, de muitas contradições. Enquanto sua credibilidade é ceifada como solução
científica, democrática e válida, a conjuntura atual do Direito brasileiro é propícia para a
interpretação de um pensador pouco lembrado, mas de importância descomunal: Evgeni
Bronislávovich Pachukanis.
Evgeni Bronislávovich Pachukanis, nasceu em Staritsa, 23 de fevereiro de 1891 e foi
assassinado em 1937. Foi membro do Partido Bolchevique, ainda hoje considerado o mais
proeminente teórico do marxismo no campo do Direito. A obra mais relevante de Pachukanis, é a
Teoria do Gera Direito e o Marxismo. Para Pachukanis, ao contrário de Kelsen, a normatividade
não é o cerne do Direito, e sim as relações de mercadoria, como é de se aludir pela teoria marxista,
pois nela o átomo é a mercadoria.
Pachukanis dá como essencial a existência do Direito condicionada a existência de relações
de mercadoria, o que gera várias implicações imediatas, inclusive a análise dessa afirmação que
equivale dizer que em uma sociedade capitalista, há uma relação direta na forma como deriva o
Estado e como o Direito se estrutura, sendo então um estado composto e representado
esmagadoramente pela burguêsia, essas relações “mercadológicas” se aprofundariam, e a
reversibilidade também é válida: não há Direito sem capitalismo.
São fortes os indícios de que as elites perpétuas e mantidas no Poder Judiciário brasileiro
sejam constituídas da axiologia, filosofia e moralidade burguesa, moral essa que é composta no
capitalismo como a defensora maior da privação da propriedade e da lógica da mercadoria. A
interpretação que Pachukanis formula então advém ao arcabouço marxista da luta de classes. No
contexto, operadores do Direito brasileiro historicamente e atualmente não pertencente as classes
proletárias, ou populares, portanto a democrácia e a representatividade no Poder Judiciário, bem
como os Direitos Humanos direitos sociais ficariam amplamente afetados frente a lógica burguesa
da propriedade e mercadoria e isso inclusive afetaria em especial o Direito Penal.
O Direito Penal, viria, segundo Pachukanis da ideia de contrato e mercadoria, isso é, o sentido
dos códigos penais e processuais penais está em estabelecer previamente a quantidade de liberdade
que será exigida de quem violar o acordo do contrato e também as condições desse Pachukanis,
vêm inclusive a criticar esse dito “pagamento” porque o objetivo social das normas penais fica
mascarado, e elas colocam o autor de um crime na posição de devedor com a sociedade. Ao quitar
seu débito, ele retorna ao ponto onde estava antes de cometer o delito – uma existência isolada da
sociedade, livre para praticar novas transgressões e assumir obrigações. Não raro os discursos e
lugares comuns com “o criminoso pagou sua divida com a sociedade” ou “deve pagar” e em
deturpação máxima com os Direitos Humanos, inclusive a própria vida – tanto por uma
espetacularização do Judiciário (confundindo com Ativismo Judicia) quanto por uma espécie de
moralismo espúrio que amplia e personifica os poderes políticos dos operadores do direito em uma
pseudo-soluçado “rápida” para problemas complexos fazendo uma espécie de sebastianismo ou
heroísmo intrínsecos em juízes, promotores, advogados, e outros operadores do Direito, reduzindo
quase em premissas do Realismo Jurídico distorcido ou do Estado de Luís XV – “Le droit est moi”
cujas apropriações são perigosas.
- Os Direitos Sociais e os Direitos Humanos, nos últimos anos sofreram enormes retrocessos
devidos pelo Poder Judiciário e Executivo, que aliado a valores elitistas da burguesia não
encontraram no Judiciário uma proteção real, isso é: em diversos casos foram evocados o não
retrocesso desses direitos como forma de inclusive interromper a implementação de políticas que
vizavam claramente o prejuízo dos mesmo em detrenimento de uma agente da elite. O anacronismo
e contradição do Judiciário estar mais ligado a valores conservadores e da elite também são alvos de
uma análise compatível com o prisma Marxista de Pachukanis, visto a Luta de Classes (Reforma de
direitos sindicais e do Trabalho), materialismo histórico e mais-valia (Omissão do Judiciário frente
a reforma do Direito do Trabalho).
METODOLOGIA
A metodologia utilizada pela pesquisa será uma pesquisa bibliográfica que aboradará a obra de
Pachukanis em uma contextualização com o período atual do Poder Judiciário no Brasil. A pesquisa
será orientada a partir de:
- Coleta, analise e síntese de artigos, teses, dissertações, monografias, teses de mestrado, doutorado
e publicações em revistas especializadas sobre tais tópicos.
- Tradução do material estrangeiro.
- Transcrição de materiais multimédia sobre tal tópico, como palestras e conferências.
- Quadro comparativo e estatística de abordagens mais utilizadas, técnicas mais estudadas, e
cronologia dos conceitos e obras de Pachukanis.
- Jurisprudências e citações em julgamentos referente ao Princípio da Razoabilidad de Direitos
Sociais e Direitos Humanos vesus Direitos de Propriedade.
- Materiais de referência das instituições OAB/CNJ/AJUFE/CNMP para concessões de benefícios
próprios ou indícios de aumento de Poder.
Fases
X. X. X. X. X. X.
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Revisão
Bibliográfica
Escrita do Artigo
CONCLUSÃO
Pachukanis mostra-se como pensador fundamental para a compreensão dos tempos atuais,
especiamente no Direito brasileiro, onde o Poder Judiciário provavemente detêm um
conservadorismo burguês e anacrônico perante as demandas urgentes dos Direitos Humanos e
sociais. A releitura do mesmo é necessário, tanto para entendermos o Poder Judiciário como classe
nessa luta, tanto para entendermos como as outras classes (que necessitam de Direitos Sociais e
Humanos) são afetados por esssa luta. Do abolucionismo e leitura marxista da Sociologia do Direito
e da sociedade, Patchukanis talvez não queira um “Direito” melhor, mas sim, algo melhor que o
Direito para evitar problemas típicos da sociedade da propriedade e da mercantilização, em especial
nesse momento do Brasil, onde as críticas se voltam Direito institucionalizado no Poder Judiciário,
que em uma leitura marxista (Pachukaniana) parece ter sido cooptado (desde de muito tempo atrás)
por valores das elites, cuja contradição é evidente e dificulta na promoção da eficácia do mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- PACHUKANIS, Evgeny Bronislanovich. Teoria geral do direito e marxismo. São Paulo:
Acadêmica, 1988.
- ŽIŽEK, Slavoj. Posfácio: a escolha de Lênin. In: . LENIN, V.I. Às Portas da Revolução: Escritos
de Lenin de 1917. São Paulo: Boitempo, 2005.
- COMPARATO, Fábio Konder (1986). “Por que não a soberania dos pobres?” In: Constituinte e
Democracia no Brasil hoje (Comparato; Dallari & Emir Sader – orgs.). São Paulo: Editora
Brasiliense, pp. 85-109.