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DIREITO AMBIENTAL

RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

Por Fernanda Evlaine


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................ 3
2. PRINCIPIAS DISPOSIÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL .......................................................... 4
3. INFORMATIVOS STJ: PRINCIPAIS JULGADOS: .............................................................................................14
4. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO ...........................................................................................17
5. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA .........................................................................................................................18
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ATUALIZADO EM 28/06/20171

RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL

Atenção, amiga e amigo cicleiro, esse é o tema de ouro do Direito Ambiental. Mais certo que aluno
ciclos tomando posse (Amém, Igreja?) é que VAI CAIR questão na sua prova sobre Responsabilidade
Civil Ambiental. Então, atenção total nesse momento: liga os motores, alonga a coluna e mete bronca!
1. INTRODUÇÃO:

No Direito Ambiental, pelo menos desde 1981 a responsabilidade independe da existência de


culpa. Isso porque o § 1º do art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, expressamente
determina que:

Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O MP da União e dos Estados terá legitimidade
para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

Um dos motivos da introdução da responsabilidade objetiva nesta área foi exatamente a


circunstância de que boa parte – senão a maioria – dos danos ambientais foi – e é – causada ou por
grandes corporações econômicas ou pelo próprio Estado, o que torna quase impossível a comprovação
da culpa desses agentes causadores de degradação ambiental.

A responsabilidade objetiva conforma uma obrigação de indenizar, que é atribuída ao agente


causador do dano, pouco importando se agiu ou não com culpa.

Nesse sentido, a responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está
implícito em determinadas atividades, como na indústria, nos meios de transporte de massa, nas
fontes de energia. Assim, a responsabilidade objetiva, calcada na teoria do risco, é uma imputação
atribuída por lei a determinadas pessoas para ressarcirem os danos provocados por atividades
exercidas no seu interesse e sob seu controle, sem que se proceda a qualquer indagação sobre o
elemento subjetivo da conduta do agente ou de seus prepostos, bastando a relação de causalidade
entre o dano sofrido pela vítima e a situação de risco criada pelo agente.

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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Imputa-se objetivamente a obrigação de indenizar a quem conhece e domina a fonte de
origem do risco, devendo, em face do interesse social, responder pelas consequências lesivas da sua
atividade independentemente de culpa.

A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em que o
nexo causal é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o
abalariam (v.g. culpa da vítima; fato de terceiro, força maior). Essa modalidade é excepcional, sendo
fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela atividade econômica também é
extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, “c”, da CF e Lei 6.453/1977). O mesmo
ocorre com o dano ambiental (art. 225, caput e § 3º, da CF e art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em face
da crescente preocupação com o meio ambiente.

Vale ressaltar, contudo, que minoritariamente, há os que defendem a teoria do risco criado.
Para esses autores, a teoria da responsabilidade objetiva aplicada à área ambiental funda-se no risco
criado e na reparação integral, compreendendo como risco criado aquele produzido por atividades e
bens dos agentes que potencializam, aumentam ou multiplicam um dano ambiental. Assim, o agente
responde pelo risco criado e não em razão de eventual culpa, motivo pelo qual deve recompor o dano
ambiental em sua integralidade e não de forma limitada, ainda que possua autorização administrativa.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO

O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local
onde, apesar da existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material
orgânico, o acesso de outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente
pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade,
graves queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014 (Info 544).

Com efeito, são requisitos para a configuração do dever de indenizar pelo dano ambiental a
existência do evento danoso e do nexo causal entre a atividade e o dano. O evento danoso é o fato
que origina a alteração das propriedades do meio ambiente, de modo a prejudicar a saúde ou as
condições de vida da população.
O nexo causal é a dedução de que a atividade do infrator contribuiu para o evento danoso,
independentemente de culpa ou intenção de causar prejuízo ao ambiente.
#OLHAOGANCHO: Responsabilidade ambiental no âmbito criminal
No Brasil, é perfeitamente possível a responsabilidade penal das pessoas jurídicas por crimes
ambientais. O art. 225, § 3º, CF/88 prevê o seguinte:
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Art. 225 (...) § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.

A Lei n. 9.605/98, regulamentando o dispositivo constitucional, estabeleceu:

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente


conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas,
autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

Mesmo com essa previsão expressa na CF/88 e na Lei n. 9.605/98, surgiram quatro correntes
para explicar a possibilidade (ou não) de responsabilização penal da pessoa jurídica, quando a pessoa
física não fosse responsabilizada. Vejamos:

A CF/88 não previu a responsabilidade penal da pessoa jurídica, mas


1ª Corrente apenas sua responsabilidade administrativa.
Os defensores desta primeira corrente fazem a seguinte interpretação
do § 3º do art. 225 da CF/88: os infratores pessoas físicas estão sujeitos
Minoritária a sanções penais e os infratores pessoas jurídicas a sanções
administrativas. Assim, quando o dispositivo constitucional fala em
sanções penais ele está apenas se referindo às pessoas físicas.

Adotam essa corrente: Miguel Reale Jr., Cézar Roberto Bitencourt, José
Cretela Jr.

A ideia de responsabilidade da pessoa jurídica é incompatível com a


2ª Corrente teoria do crime adotada no Brasil.

É a posição majoritária na doutrina tradicional. Esta segunda corrente


baseia-se na Teoria da ficção jurídica, de Savigny, segundo a qual as
Majoritária na pessoas jurídicas são puras abstrações, desprovidas de consciência e
doutrina vontade (societas delinquere non potest), logo, desprovidas de tais
tradicional atributos, não podem praticar condutas tipicamente humanas, como as
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condutas criminosas.

Adotam essa corrente: Pierangelli, Zafaroni, René Ariel Dotti, Luiz Regis
Prado, Alberto Silva Franco, Fernando da Costa Tourinho Filho, Roberto
Delmanto, LFG, entre outros.

É plenamente possível a responsabilização penal da pessoa jurídica no


3ª Corrente caso de crimes ambientais porque assim determinou o § 3º do art. 225
da CF/88. A pessoa jurídica pode ser punida penalmente por crimes
ambientais ainda que não haja responsabilização de pessoas físicas
Acolhida
atualmente O principal argumento desta corrente é pragmático e normativo: pode
pelo STF e STJ haver responsabilidade penal porque a CF/88 assim determinou. Vale
ressaltar que o § 3º do art. 225 da CF/88 não exige, para que haja
responsabilidade penal da pessoa jurídica, que pessoas físicas sejam
também, obrigatoriamente, denunciadas.
STJ. 6ª Turma. RMS 39.173-BA, Rei. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 6/8/2015 (lnfo 566). STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rei.
Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (lnfo 714).

4ª Corrente É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica, desde que em


conjunto com uma pessoa física.
Posição antiga
do STJ, Era a antiga posição do STJ.
atualmente
superada.

#CUIDADO #PARECEMASNÃOÉ

Não confunda a teoria da dupla imputação com a teoria da dupla garantia, que conta com aplicação no
tocante à responsabilidade civil do Estado e do servidor público que age em seu nome.
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2. PRINCIPAIS DISPOSIÇÕES DA RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL:

2.1. AGENTE CAUSADOR DO DANO E AGENTE POLUIDOR:


Tanto a pessoa natural quanto a pessoa jurídica (de direito público ou privado) podem ser
qualificadas como agentes causadores do dano. A própria Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, ao
tratar do conceito de poluidor, prevê que ambas (pessoa natural e jurídica) podem ser responsáveis,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Art. 3º, inciso IV: poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

#APROFUNDAMENTO
Deep Pocket Doctrine (Doutrina do Bolso Profundo)

Deep Pocket doctrine possui origem no Direito norte-americano e preconiza que havendo
vários responsáveis pelo dano ambiental, e sendo de difícil aferição a responsabilidade de cada um,
deve-se transferir o ônus da reparação aquele que possui as melhores condições financeiras, daí o
termo “bolso profundo”, pois se remeteria a um bolso com bastante dinheiro.
Nesse sentido, afirma Frederico Amado2:
“Há uma tendência específica no Direito Ambiental em buscar responsabilizar quem tem
mais condições de arcar com os prejuízos ambientais, com base na doutrina americana do “bolso
profundo”, uma vez que prevalece que todos os poluidores são responsáveis solidariamente pelos
danos ambientais”.

2.2. DANO AMBIENTAL:


O dano ambiental pode ser definido como qualquer lesão causada ao meio ambiente por
condutas ou atividades de pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado.
O dano ambiental é de difícil ou impossível reparação, dada a natureza do bem lesado: o meio
ambiente, seja na condição de macrobem (considerado como um todo, um bem de uso comum do
povo, incorpóreo e imaterial), seja na condição de microbem (os elementos que compõem o meio
ambiente, como os biomas e os ecossistemas).

2.2.1. Classificação do dano ambiental:

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(AMADO, Frederico. Direito Ambiental Esquematizado. 7ª ed. São Paulo: Método, 2016, p. 567);
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O dano ambiental pode ser classificado considerando (i) a amplitude do bem protegido, (ii) a
reparabilidade e os interesses jurídicos envolvidos, (iii) a extensão e (iv) o interesse objetivado, de
acordo com a classificação e conceitos propostos por José Rubens Morato Leite, uma das mais
completas, senão a mais completa da doutrina.
Em relação à amplitude do bem protegido classifica-se em:
a) dano ecológico puro: aquele em que um ou alguns dos componentes naturais do
ecossistema é atingido de forma intensa;
b) dano ambiental lato sensu: abrange todos os componentes do meio ambiente, inclusive o
patrimônio cultural, protegendo-se, pois, o meio ambiente e todos os seus componentes, numa
concepção unitária;
c) dano individual ambiental ou reflexo (ricochete ou refluxo): atinge pessoas
individualmente consideradas e incide sobre interesses próprios do lesado, pois o dano patrimonial ou
extrapatrimonial sofrido por uma pessoa, ou a doença contraída, inclusive a morte, podem decorrer de
degradação ambiental.
Quanto à reparabilidade e ao interesse envolvido pode ser:
a) dano ambiental de reparabilidade direta: diz respeito a interesses próprios, tanto os
individuais quanto os individuais homogêneos. O interesse que sofreu lesão será indenizado
diretamente;
b) dano ambiental de reparabilidade indireta: relaciona-se aos interesses difusos, coletivos e,
eventualmente, individuais de dimensão coletiva. A reparação é dirigida preferencialmente ao bem
ambiental de interesse coletivo, considerando-se a capacidade funcional ecológica e a de
aproveitamento humano do meio ambiente. Não objetiva, pois, ressarcir interesses próprios e
pessoais.
Considerando-se a extensão pode-se dividir em:
a) dano patrimonial ambiental: incide sobre os bens materiais. Trata-se do dano material;
b) dano extrapatrimonial ambiental: é o dano moral ocasionado à sociedade e/ou aos
indivíduos decorrente de lesão ao meio ambiente. Abrange o dano ambiental extrapatrimonial coletivo
(quando atingido o macrobem ambiental) e o dano ambiental extrapatrimonial reflexo, a título
individual (quando se referir ao microbem ambiental).
Relativamente aos interesses objetivados biparte-se em:
a) dano ambiental de interesse da coletividade ou de interesse público: à coletividade
interessa preservar o macrobem ambiental para as presentes e futuras gerações;
b) dano ambiental de interesse individual: aquele que se reflete no interesse particular da
pessoa, inclusive o de defender o macrobem, tutelado via ação popular.
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*#OUSESABER: O que se entende por carácter sinérgico do dano ambiental? O caráter sinergético do
dano ambiental corresponde à hipótese em que a degradação do meio ambiente decorre de várias
fontes independentes que somadas resultam em lesão ao bem jurídico ambiental, obrigando
solidariamente todos os poluidores à sua reparação.

#RESUMO
É aquele em que um ou alguns dos componentes naturais do
Dano Ecológico Puro
ecossistema é atingido de forma intensa;
Abrange todos os componentes do meio ambiente, inclusive
Dano Ecológico Lato
o patrimônio cultural, protegendo-se, pois, o meio ambiente
Quanto à Sensu
e todos os seus componentes, numa concepção unitária;
amplitude do
Atinge pessoas individualmente consideradas e incide sobre
bem protegido
Dano individual interesses próprios do lesado, pois o dano patrimonial ou
ambiental ou extrapatrimonial sofrido por uma pessoa, ou a doença
reflexo contraída, inclusive a morte, podem decorrer de degradação
ambiental.

Dano ambiental de Diz respeito a interesses próprios, tanto os individuais quanto


reparabilidade os individuais homogêneos. O interesse que sofreu lesão será
direta indenizado diretamente;

Quanto à Relaciona-se aos interesses difusos, coletivos e,


Reparabilidade eventualmente, individuais de dimensão coletiva. A
Dano ambiental de
reparação é dirigida preferencialmente ao bem ambiental de
reparabilidade
interesse coletivo, considerando-se a capacidade funcional
indireta
ecológica e a de aproveitamento humano do meio ambiente.
Não objetiva, pois, ressarcir interesses próprios e pessoais.
Dano patrimonial
Incide sobre os bens materiais. Trata-se do dano material.
ambiental
Considerando à É o dano moral ocasionado à sociedade e/ou decorrente de
extensão do Dano lesão ao meio ambiente. Abrange o dano ambiental
dano extrapatrimonial extrapatrimonial coletivo (quando atingido o macrobem
ambiental ambiental) e o dano ambiental extrapatrimonial reflexo, a
título individual (quando se referir ao microbem ambiental).
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Dano ambiental de
À coletividade interessa preservar o macrobem ambiental
interesse da
para as presentes e futuras gerações;
Interesses coletividade
objetivados Aquele que se reflete no interesse particular da pessoa,
Dano ambiental de
inclusive o de defender o macrobem, tutelado via ação
interesse individual
popular.

2.2.2. Reparação do dano ambiental:


Há três formas de reparação do dano ambiental: a reparação natural, a compensação
ambiental e a indenização.

A reparação natural ou in specie consiste na recomposição do meio ambiente degradado.


Busca-se reequilibrar o bem ambiental lesado, por meio da reversão da degradação ambiental sempre
que isso for possível. Embora seja a modalidade mais onerosa, em contrapartida, é a ideal e exigida em
primeiro lugar, sendo as demais formas subsidiárias.

A própria Constituição da República, no § 2°, do art. 225, determina:

Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente na forma da lei.

A segunda opção é a compensação ambiental. Esta solução é usada pelo Direito Ambiental
como forma de neutralizar ou contrabalançar um dano ambiental. Contudo, não há um tratamento
uniforme.

Em verdade, diversas leis abordam o assunto. É o caso do Código Florestal (*Lei n 12.651, de
25 de maio de 2012), que estabelece a compensação ambiental para o caso de supressão de vegetação
de Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal; a Lei da Mata Atlântica (Lei n° 11.428, de 22
de dezembro de 2006) prevê a compensação para o corte, a supressão e a exploração de vegetação
deste bioma; a Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000 (Sistema Nacional das Unidades de Conservação)
prevê a compensação ambiental antecipada, para fins de implantação de empreendimentos
causadores de significativa degradação ambiental. A Lei 12.651/12 (Novo Código Florestal) estabelece
no art. 25, IV a aplicação de recursos oriundos da compensação ambiental em áreas verdes.

Assim, a compensação ambiental é cabível quando os danos ambientais forem irreversíveis e


não seja possível a reparação in natura.

Por fim, subsiste a indenização pecuniária. À evidência, é admissível apenas e tão somente
quando a reconstituição apresentar-se inviável tática ou tecnicamente. O valor da indenização é
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depositado em um fundo: o fundo para reconstituição dos bens lesados, que é destinado à
compensação ecológica.

2.2.3. Responsabilidade estatal por dano ambiental:


O Estado também pode ser responsabilizado por dano ambiental, sempre que for causado
pelo próprio Poder Público ou por concessionária de serviço público. Neste caso, é a responsabilidade
objetiva, como dito anteriormente. Esta a regra que está expressamente prevista no art. 37, § 6°, da
Constituição.

Vale ressaltar que mesmo em condutas omissivas, a responsabilidade do Estado por dano
ambiental continuará a ser objetiva.

#TEMCARADEPROVA #ATENÇÃO:

Há solidariedade entre a responsabilidade do poluidor direto e indireto. Contudo, apesar de


ser solidária, a atual jurisprudência dominante no STJ (1ª e 2ª Turma) é no sentido de que a
responsabilidade civil do Poder Público é de execução SUBSIDIÁRIA, na hipótese de omissão de
cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar que foi determinante para a concretização ou o
agravamento do dano causado pelo seu causador direto.

2.2.4. Desconsideração da personalidade jurídica:


Apesar de ser instituto ligado a questões cíveis, o dispositivo legal que a regulamenta foi
inserido na Lei dos Crimes Ambientais, no art. 4º (Lei 9.605/98):
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

De acordo com o STJ, essa previsão de desconsideração da personalidade jurídica, tal qual
ocorre na proteção do direito do consumidor se fundamenta na Teoria Menor da desconsideração da
personalidade jurídica, pois são menores os requisitos aqui do que aqueles que constam do art. 50 do
Código Civil. Aqui não se exige abuso da personalidade jurídica, tendo como norte apenas a reparação,
bastando, por exemplo, que o ente não tenha patrimônio, mesmo que isto não importe em ações
ilícitas perpetradas por seus gestores ou sócios.

2.2.5. Inversão do ônus da prova:

O STJ passou a admitir, desde 2009, a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA nas ações de reparação
dos danos ambientais, com base no interesse público da reparação e no Princípio da Precaução, sendo
uma ótima técnica de julgamento na hipótese de dúvida probatória (non liquet), pois poderá ser
carreado ao suposto poluidor o ônus de comprovar que inexiste dano ambiental a ser reparado, ou, se
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existente, que este não foi de sua autoria (vide REsp 972.902, de 25.08.2009; REsp 1.060.753-SP, de
1º/12/2009).

#APROFUNDAMENTO #VÁALÉM

Houve uma evolução interna, bancada pelo Ministro Herman Benjamin e, na atualidade, além
do aspecto material, admite-se também a inversão do ônus da prova em matéria de reparação
ambiental no seu aspecto processual com aplicação ao CDC com expansão a todas as demandas
coletivas. Isto é, além de se fundamentar no aspecto material (ope legis), mormente no Princípio da
Precaução (in dubio pro natura ou salute), a inversão do ônus da prova na ação de reparação do dano
ambiental também encontra fundamento processual (ope judicis), pois a regra do artigo 6º, do CDC,
tem aplicação em defesa de todos os direitos coletivos e difusos (MICROSSISTEMA).

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO

Vale destacar que a inversão do ônus da prova não deverá se proceder apenas por ocasião da
sentença (regra de julgamento), e sim anteriormente, preferencialmente no despacho saneador, em
respeito ao Princípio do Contraditório, para que o réu saiba perfeitamente que terá a missão de
desconstituir a presunção de veracidade dos fatos declinados pelo autor, não sendo surpreendido
apenas na sentença, consoante acertada jurisprudência do STJ (REGRA DE INSTRUÇÃO) (REsp 802.832,
j. 13.04.2011).

2.2.6. Natureza da reparação do dano ambiental:

Essa natureza é real, isto é, propter rem. Essa obrigação é um caso raro de responsabilidade
civil que existe mesmo que ausente o nexo de causalidade.

É irrelevante a boa ou má-fé do adquirente para haver a exigência desta reparação. Vale
salientar que este entendimento do STJ foi abraçado pelo Novo Código Florestal. O Novo Código
Florestal dispõe que:

Art. 3, § 2º: As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao
sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

A lei faz menção apenas a imóvel rural, mas esta restrição deve ser ignorada, pois o
proprietário de imóvel urbano também a terá, não havendo razão para tal diferenciação, pois, como
analisado, existe proteção especial também em âmbito urbano.

2.2.7. Compensação e responsabilidade civil por danos ambientais:


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Vimos que o art. 36 da Lei 9.885/2000 prevê a compensação por significativa degradação
ambiental, a ser paga em dinheiro, proporcionalmente ao grau de impacto ambiental e que o patamar
mínimo estabelecido no dispositivo foi declarado inconstitucional pelo Supremo, por violação ao
princípio da proporcionalidade. Assim, quem causa significativa degradação tem que pagar a
compensação em dinheiro, compensação esta que será vertida ao propósito de preservação do meio
ambiente.

*Obs.: essa compensação antecipada e paga em dinheiro é diferente da indenização


realizada após o dano. A compensação do art. 36 da Lei 9.885/2000 é, como o próprio nome já diz,
antecipada, ou seja, deve ser realizada antes ou conjuntamente com a execução do
empreendimento que gerará o dano ambiental previsto nos estudos de impactos ambientais
(EIA/RIMA), ou seja, a Administração prevê o dano e estabelece, como condição para que o
empreendimento seja realizado, a implementação de compensação antecipada.

Obs: Prevalece que esta compensação tem natureza jurídica (civil) de reparação antecipada
do dano.

#ATENÇÃO

O pagamento dessa compensação exonera o que indenizou da responsabilidade na ação


coletiva para a reparação do dano?

O STJ entendeu que se o dano ambiental causado estiver previsto o EIA-RIMA, não será
admitida a perseguição do responsável por ação coletiva, pois aí seria bis in idem, mas, caso o impacto
seja um que NÃO esteja contemplado neste estudo, será possível a responsabilização por ação
coletiva. (REsp 896.863).

*[Ou seja, se a Administração pública não previu aquele dano no EIA/RIMA, é possível intentar ação
coletiva contra o causador do dano e requerer a indenização financeira ou a compensação posterior.
No entanto, se a Administração previu aquele dano nos estudos de impacto ambiental, não é possível
que o poluidor seja responsabilizado duas vezes se, lá no início da execução da obra, ele já realizou a
compensação antecipada do dano!]

*“PROCESSO CIVIL E AMBIENTAL. VIOLAÇAO DO ART. 535, II, DO CPC. OMISSAO NAO CONFIGURADA.
COMPENSAÇAO AMBIENTAL. ART. 36 DA LEI Nº 9.985/2000. 1. Não há violação do
art. 535 do CPC quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e
fundamentada. 2. O artigo 36 da Lei n.º 9.985/2000 prevê o instituto de compensação
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ambiental com base em conclusão de EIA/RIMA, de que o empreendimento teria
significativo impacto ambiental e mensuração do dano previsível e indispensável a sua realização. 3.
A compensação tem conteúdo reparatório, em que o empreendedor destina parte considerável de
seus esforços em ações que sirvam para contrabalançar o uso de recursos naturais indispensáveis à
realização do empreendimento previsto no estudo de impacto ambiental e devidamente autorizados
pelo órgão competente. 4. O montante da compensação deve ater-se àqueles danos inevitáveis
e imprescindíveis ao empreendimento previsto no EIA/RIMA, não se incluindo aqueles que possam
ser objeto de medidas mitigadoras ou preventivas. 5. A indenização por dano ambiental, por seu
turno, tem assento no artigo 225, 3º, da Carta da Republica, que cuida de hipótese de dano já
ocorrido em que o autor terá obrigação de repará-lo ou indenizar a coletividade. Não há como se
incluir nesse contexto aquele foi previsto e autorizado pelos órgãos ambientais já
devidamente compensado. 6. Os dois institutos têm natureza distinta, não havendo bis in idem na
cobrança de indenização, desde que nela não se inclua a compensação anteriormente
realizada ainda na fase de implantação do projeto. 7. O pleito de compensação por meio do
oferecimento de gleba feito previamente pelo Governo do Distrito Federal como meio de reparar a
construção da estrada em área de conservação não pode ser acolhido, seja pela inexistência de
EIA/RIMA - requisito para aplicação do artigo 36 da Lei nº 9.985/2000-, seja pela existência de danos
que não foram identificados nos relatórios técnicos que justificaram a dispensa do estudo. 8. A
indenização fixada em R$ 116.532,00 (cento e dezesseis mil, quinhentos e trinta e dois reais) já se
justificaria pela existência dos danos ambientais gerados pela obra que não foram contemplados por
medidas que os minorassem ou evitassem. O simples fato de o Governo do Distrito Federal gravar
determinado espaço como área de conservação ambiental não lhe permite degradar como melhor
lhe aprouver outra extensão da mesma unidade sem observar os princípios estabelecidos na Carta
da Republica. 9. Recursos especiais não providos.

2.2.8. Prazo Prescricional:

O STJ vem pronunciando a imprescritibilidade da pretensão de reparação ao dano ambiental,


tendo em vista o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

2.2.9. Cumulação de pedidos:


É plenamente possível a cominação de obrigação de reparação com a indenização pecuniária
cumulativamente, até que haja a recuperação total do dano, se possível.
De acordo com o STJ, no julgamento do Recurso Especial 1.198.727, de 14/08/2012, ao
responsabilizar-se civilmente o infrator ambiental, não se deve confundir prioridade da recuperação in
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natura do bem degradado com impossibilidade de cumulação simultânea dos deveres de repristinação
natural (obrigação de fazer), compensação ambiental e indenização em dinheiro (obrigação de dar), e
abstenção de uso e de nova lesão (obrigação de não fazer).
Contudo, deve-se ressaltar que havendo restauração completa do dano ambiental, bem como
ausente dano reflexo, não haverá o dever de indenizar. Vejamos o julgado anteriormente citado, que
foi cobrado no TRF 4ª Região:
“Esse entendimento não implica a conclusão de que, sempre, será devida a indenização, pois,
quando é possível a completa restauração, sem que se verifique ter havido dano remanescente ou
reflexo, não há falar em indenização” (STJ. REsp 1198727/MG, j. 14/08/2012, DJe 09/05/2013)
*“Se o bem ambiental lesado for imediata e completamente restaurado ao status quo ante (reductio
ad pristinum statum, isto é, restabelecimento à condição original), não há falar, como regra,
em indenização. Contudo, a possibilidade técnica, no futuro (= prestação jurisdicional prospectiva),
de restauração in natura nem sempre se mostra suficiente para reverter ou recompor integralmente,
no terreno da responsabilidade civil, as várias dimensões do dano ambiental causado; por isso não
exaure os deveres associados aos princípios do poluidor-pagador e da reparação in integrum. Não
custa lembrar que o dano ambiental é multifacetário (ética, temporal, ecológica e patrimonialmente
falando, sensível ainda à diversidade do vasto universo de vítimas, que vão do indivíduo isolado à
coletividade, às gerações futuras e aos próprios processos ecológicos em si mesmos considerados).
Em suma, equivoca-se, jurídica e metodologicamente, quem confunde prioridade da recuperação in
natura do bem degradado com impossibilidade de cumulação simultânea dos deveres de
repristinação natural (obrigação de fazer), compensação ambiental e indenização em dinheiro
(obrigação de dar), e abstenção de uso e nova lesão (obrigação de não fazer).”

2.2.10. Dano Moral Coletivo:


Através da sua 2ª Turma, o STJ vem admitindo a condenação em dano moral coletivo do
poluidor, presumindo a ocorrência dos danos às presentes e futuras gerações.

#APROFUNDAMENTO #AJUDAMARCINHO

Imagine que determinada empresa causou grave dano ambiental.

O Ministério Público (ou outro legitimado) poderá ajuizar ação civil pública pedindo que essa
empresa seja condenada a recompor o meio ambiente?
SIM, sem nenhuma dúvida.
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Além disso, é possível que, na ACP, seja pedida a condenação da empresa ao pagamento de danos
morais em favor da coletividade? Em outras palavras, é cabível dano moral coletivo em razão de
dano ambiental?
SIM. A 2ª Turma do STJ decidiu recentemente que é possível que a sentença condene o infrator
ambiental ao pagamento de quantia em dinheiro a título de compensação por dano moral coletivo
(REsp 1.328.753-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/5/2013).
Assim, apesar de existirem precedentes da 1ª Turma em sentido contrário (AgRg no REsp
1305977/MG, julgado em 09/04/2013), a posição majoritária (não pacífica) é no sentido de ser cabível
a condenação por dano moral coletivo.

É possível, então, que a empresa seja condenada, cumulativamente, a recompor o meio ambiente e
a pagar indenização por dano moral coletivo?
SIM. Isso porque vigora em nosso sistema jurídico o princípio da reparação integral do dano ambiental,
de modo que o infrator deverá ser responsabilizado por todos os efeitos decorrentes da conduta
lesiva, permitindo-se que haja a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar.

O art. 3º da Lei n.° 7.347/85 afirma que a ACP “poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer”.

Para o STJ, essa conjunção “ou” – contida no citado artigo, tem um sentido de adição (soma), não
representando uma alternativa excludente. Em outras palavras, será possível a condenação em
dinheiro e também ao cumprimento de obrigação de fazer/não fazer.

Veja precedente nesse sentido:

(...) Segundo a jurisprudência do STJ, a logicidade hermenêutica do art. 3º da Lei 7.347/1985


permite a cumulação das condenações em obrigações de fazer ou não fazer e indenização pecuniária
em sede de ação civil pública, a fim de possibilitar a concreta e cabal reparação do dano ambiental
pretérito, já consumado. Microssistema de tutela coletiva.
(...)
4. O dano moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo massificado,
sendo desnecessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a repulsa, a indignação, tal
qual fosse um indivíduo isolado.
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5. Recurso especial provido, para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de
indenização pecuniária com as obrigações de fazer, bem como a condenação em danos morais
coletivos, com a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que verifique se, no caso, há dano
indenizável e fixação do eventual quantum debeatur. (STJ, REsp 1.269.494, de 24/09/2013).

2.2.11. Caráter Multifacetário do Direito Ambiental:


O dano ambiental é imaterial. Há atualmente uma série de vertentes relacionadas ao dano
ambiental. Neste ponto é que se torna necessário apontar o caráter multifacetário do dano ambiental,
que se apresenta na seara ecológica, ética, patrimonial e temporal, já reconheceu o STJ no julgamento
do Recurso Especial 1.198.727:

2.2.12. Dano punitivo e a sua aplicação no Direito Ambiental:


É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo.
Assim, não há que se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos
ambientais, haja vista que a responsabilidade civil por dano ambiental prescinde da culpa e revestir a
compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem (pois, como firmado, a punição imediata é
tarefa específica do direito administrativo e penal).
#IMPORTANTE
Responsabilidade civil e dano ambiental
A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela teoria do RISCO
INTEGRAL. Não são admitidas excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito, a força
maior, fato de terceiro ou culpa exclusiva da vítima.
O registro de pescador profissional e o comprovante do recebimento do seguro-defeso são
documentos idôneos para demonstrar que a pessoa exerce a atividade de pescador. Logo, com tais
documentos é possível ajuizar a ação de indenização por danos ambientais que impossibilitaram a
pesca na região.
Se uma empresa causou dano ambiental e, em decorrência de tal fato, fez com que
determinada pessoa ficasse privada de pescar durante um tempo, isso configura dano moral. O valor a
ser arbitrado como dano moral não deverá incluir um caráter punitivo. É inadequado pretender
conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é função que
incumbe ao direito penal e administrativo. Assim, não há que se falar em danos punitivos (punitive
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damages) no caso de danos ambientais. STJ. 2a Seção. REsp 1.354.536-SE, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 26/3/2014 (recurso repetitivo).

3. INFORMATIVOS STJ – PRINCIPAIS JULGADOS:

#AJUDAMARCINHO
O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde,
apesar da existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material orgânico, o
acesso de outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente pelos danos
sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves
queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014 (Info 544)

Responsabilidade por dano ambiental


Determinada empresa de mineração deixou vazar resíduos de lama tóxica (bauxita), material que
atingiu quilômetros de extensão e se espalhou por cidades dos Estados do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais, deixando inúmeras famílias desabrigadas e sem seus bens móveis e imóveis. O STJ, ao julgar a
responsabilidade civil decorrente desses danos ambientais, fixou as seguintes teses em sede de
recurso repetitivo:
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o
nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo
descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar;
b) em decorrência do acidente, a empresa deve recompor os danos materiais e morais causados e;
c) na fixação da indenização por danos morais, recomendável que o arbitramento seja feito caso a caso
e com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao nível socioeconômico do autor, e, ainda, ao
porte da empresa, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com
razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às
peculiaridades de cada caso, de modo que, de um lado, não haja enriquecimento sem causa de quem
recebe a indenização e, de outro, haja efetiva compensação pelos danos morais experimentados por
aquele que fora lesado. STJ. 2ª Seção. REsp 1.374.284-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
27/8/2014 (Info 545).

Construção de hidrelétrica e prejuízo aos pescadores artesanais do local


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João é pescador artesanal e vive da pesca que realiza no rio Paranapanema, que faz a divisa dos
Estados de São Paulo e Paraná. A empresa "XXX", após vencer a licitação, iniciou a construção de uma
usina hidrelétrica neste rio. Ocorre que, após a construção da usina, houve uma grande redução na
quantidade de alguns peixes existentes no rio, em especial "pintados", "jaú" e "dourados". Vale
ressaltar que estes peixes eram os mais procurados pela população e os que davam maior renda aos
pescadores do local.
Diante deste fato, João ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais contra a empresa
(concessionária de serviço público) sustentando que a construção da usina lhe causou negativo
impacto econômico e sofrimento moral, já que ele não mais poderia exercer sua profissão de
pescador. O pescador terá direito à indenização em decorrência deste fato?
Danos materiais: SIM.
Danos morais: NÃO. STJ. 4ª Turma. REsp 1.371.834-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
5/11/2015 (Info 574).

4. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO

DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Artigo nº 225
Lei 9.605/98 Artigo nº 4
Lei nº 6.938 Artigo nº 14

5. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

Esse material é uma fusão das seguintes fontes:

1. Direito Ambiental, coleção Sinopses – Talden Faria e outros – Editora Juspodivm.

2. Resumo de Direito Ambiental Esquematizado – Frederico Amado – Editora Juspodivm.

3. Coleção resumos para concursos, Direito Ambiental – Frederico Amado.

4. Informativos esquematizados do Dizer o Direito – Márcio André Cavalcante Lopes.

5. Anotações pessoais de aulas.

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