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FICHAMENTO

SOARES, I. O; CARVALHO, A. W. B; FILHO, G. B. R; PINTO, N. M. A. Interesses


especulativos, atuação do Estado e direito à cidade: o caso do programa “Minha Casa
Minha Vida” em Uberaba (MG). Revista Brasiliera de Gestão Urbana, vol. 5, n. 1, p.
119-131, 2013.

Muito importante para a redução do déficit habitacional brasileiro ao facilitar e


subsidiar o acesso da população de baixa renda à casa própria, o programa Minha Casa
Minha Vida tem sido questionado quanto à localização das casas populares, geralmente
conjuntos habitacionais (SOARES et al., 2013).

Segundo Soares et al. (2013), o governo liberou crédito e subsídios para as


construtoras e para os beneficiários, mas não fez maiores exigências quanto à localização
dos empreendimentos imobiliários, além de que estes deveriam localizar-se me áreas
contíguas à malha urbana.

Em trabalho realizado na cidade de Uberaba, cidade média de Minas Gerais,


Soares et al. (2013) verificaram que a localização dos conjuntos habitacionais do MCMV
estão às margens das ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), ainda mais à periferia
do que as próprias ZEIS. O resultado na cidade foi a concentração desses conjuntos,
criando um espaço estigmatizado de pobreza, e com uma demanda aos equipamentos
urbanos muito superior àquela prevista no Plano Diretor da cidade.

Soares et al. (2013) observaram também que a localização dos conjuntos


habitacionais acabou por transferir valor aos terrenos próximos, antes desvalorizados,
colaborando para a especulação imobiliária. Além disso, algumas ZEIS demarcadas no
PD não foram utilizadas para a localização dos conjuntos, revelando que os interesses da
iniciativa privada na construção de moradias de interesse social do MCMV na cidade, foi
maior que a autonomia da gestão municipal, não levando em conta a política habitacional
do município.

Os autores finalizam:

Diante da decisão do governo federal em priorizar o mercado privado de


habitação, o poder público municipal passou a ter um papel praticamente nulo
no que diz respeito à decisão sobre a localização da habitação de interesse
social, mesmo quando na legislação urbanística local há instrumentos com
potencial para orientar a localização adequada da moradia, como é o caso das
ZEIS. (SOARES et al., 2013, p. 130).

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