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Maricato (2003) lembra que a libertação da mão de obra escrava foi acompanhada
da legislação de terras (Lei de Terras de 1850) que proporcionou aos latifundiários a
continuidade no processo de concentração fundiária e controle produtivo. Segundo a
autora, essa tradição se estende até o final do século XX, quando o trabalhador é o
“excluído produtivo” do mercado imobiliário privado devidos aos baixos salários,
restando a produção não-capitalista de suas moradias em morros, encostas, beira de
córregos, por meio de “expedientes de subsistência”.
De acordo com Maricato (2003, p. 157), a baixa abrangência sempre foi uma das
características do mercado residencial privado brasileiro, sendo ilegal a maior parte da
produção habitacional no país até o fim do século XX, e a autora lembra ainda que o
Estado sempre se mostrou tolerante quanto à essa “ilegalidade”, especialmente os
governos municipais, encarregados de gerirem o processo de ocupação do solo. A autora
comenta: “aparentemente constata-se que é admitido o direito à ocupação mas não o
direito à cidade”.