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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Controle da Administração Pública pela própria Administração

Professor Alessandro Dantas Coutinho

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REALIZADO PELA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO

1) Introdução.

! Trata-se de auto-controle, auto-tutela.


! É regido pelo Princípio da Legalidade.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte
! É o controle exercido pela Administração sobre seus próprios atos.

2) Mecanismos específicos ou instrumentos apropriados para a realização do controle.

1) Recurso Administrativo:

! Utilizado quando o interessado pretende a correção de um ato administrativo.


! O recurso tem sempre um pressuposto, que é a pretensão de reformar alguma coisa.
! Os recursos administrativos são dirigidos às Autoridades da própria Administração
Pública.
! O recurso administrativo é uma verdadeira garantia individual do cidadão. Não se pode cercear
esse direito. Trata-se de uma prerrogativa atribuída ao cidadão.
! Fonte: está no próprio direito de petição ! artigo 5, inciso XXXIV, alínea “a”:

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de


taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;

! O recurso administrativo guarda muita similitude com os recursos judiciais.

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A) ALGUMAS DIFERENÇAS:

a.1) Efeitos do recurso:

! É diferente do Recurso Judicial. Neste se tem como regra a suspensão do ato impugnado.
Exemplo: Apelação de uma sentença.

! Já no recurso administrativo, a regra é apenas o efeito devolutivo, ou seja, não suspende a


operatividade do ato, isto é, os atos não deixam de produzir seus efeitos. As condutas
administrativas devem proceder normalmente.

Como eu vou saber qual é o efeito? Se a lei nada mencionar ! É efeito apenas devolutivo.

O efeito suspensivo deve estar expresso na lei. Ex: recurso cabível contra habilitação, inabilitação
e julgamento das propostas em licitação ! artigo 109, inciso I, alínea “a” e “b” ! são recebidos
no efeito suspensivo.
Ex.: Recurso contra lançamento tributário ! suspende a exigibilidade do crédito tributário
(operatividade do ato) ! artigo 151, inciso III, do Código Tributário Nacional.

a.2) O segundo aspecto em que o Recurso Administrativo se diferencia do Recurso


Judicial é quanto à forma de interposição.

! O Recurso Judicial é sempre superveniente ao início de um determinado processo. É um


instrumento superveniente.
! Já o recurso administrativo pode não ser superveniente, como pode ele mesmo dar origem a
um processo administrativo.

O Recurso Administrativo pode ser:


! originário
! superveniente

3) Reformatio in pejus em matéria de Recursos Administrativos.

! É quando a reforma do ato piora a situação do recorrente.


! Diferente do Direito Penal. Aqui, se o réu interpôs o recurso não pode piorar. Só pode piorar se
o MP recorrer.

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! No direito administrativo, se o interessado interpuser o recurso, a Autoridade


Superior pode agravar a situação do recorrente? SIM, pois aqui, o que deve prevalecer, é o
Princípio da Legalidade, mesmo que esta decisão agrave a situação do recorrente. Isso se for
critério objetivo.

! Sendo caso de ato discricionário, portanto, o critério quanto à aplicação da sanção é


subjetivo, não cabendo reformatio in pejus.

4) A questão da exaustão da via administrativa para ingressar na via judicial.

! É necessário esgotar? Via de regra, NÃO.


! Deve-se verificar a operatividade do ato.
!A exaustão das vias administrativas não é condição para se recorrer ao Poder
Judiciário.Trata-se do Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário, previsto no artigo 5º,
inciso XXXV, da Constituição Federal, o qual prescreve:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;

OBSERVAÇÃO: A questão de se verificar se o ato possui operatividade é porque se ele não


estiver produzindo efeitos operacionais, ou seja, se estiver com sua exigibilidade suspensa por
força de recurso com efeito suspensivo, não há interesse processual para se propor algumas
demandas, como, por exemplo, Mandado de Segurança, pois não há direito líquido e certo do
Impetrante sendo violado por ato ilegal, que está suspenso.

! A própria lei de Mandado de Segurança (Lei nº 1.533/51) é clara ao enunciar que não cabe
mandado de segurança quando o impetrante interpôs recurso com efeito suspensivo.
! Nota-se que se trata de ausência de uma das condições da ação, qual seja, o interesse de
agir, em sua vertente da necessidade da tutela jurisdicional.

4.1) Exceção da Justiça Desportiva.

! A regra é que o interessado não precisa percorrer as instâncias administrativas. Tem-se uma
exceção que se refere à JUSTIÇA DESPORTIVA, onde, aqui, deve-se percorrer as
instâncias administrativas na forma da lei.

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! Todavia, tem-se um prazo máximo para solucionar o problema em 60 dias, caso não
resolvido, poderá o interessado pleitear a intervenção judicial.
É o que enuncia o artigo 217, parágrafo 2º, da CF:
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-
formais,
§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
desportiva, regulada em lei.
§ 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias,
contados da instauração do processo, para proferir decisão final.

5) Outras modalidades de recursos.

A) REPRESENTAÇÃO ! Ato por meio do qual alguém, qualquer pessoa (por isso ligado ao
Princípio da Cidadania), informa à Administração Pública que determinado agente público praticou
algum ato com ilegalidade ou abuso de poder.

! Previsto na Lei de Abuso de Autoridade.


!A pessoa deve formalizar a representação, identificando-se e assinando seu nome, não ficando,
todavia, vinculado ao processo administrativo.
! Cabe à Administração, com base em seu Poder Disciplinar, abrir processo administrativo
(sindicância) para apurar os fatos e, sendo correta a representação, punir o servidor contraventor.

Exemplos na Legislação:
a) Representação perante o Tribunal de Contas ! artigo 74, parágrafo 2º, da CF.
b) Representação contra abuso de autoridade ! artigos 3º e 4º da Lei nº 4898/65.
c) Representação Administrativa para fins de apuração e denúncia de ato de improbidade
administrativa ! artigo 14 da Lei nº 8.429/1992.
d) Lei nº 9.784/1999 – Regula o Processo Administrativo Federal para apurar a
representação.

B) RECLAMAÇÃO ! modalidade de recurso que somente o interessado pode interpor, quando


inexistente outro meio impugnativo previsto em lei para combater ilegalidade e abuso de poder.

! O Prazo, caso não haja outro em legislações específicas, é de 1 (um) ano, conforme se extrai
da análise do artigo 6º do Decreto nº 20.910/32.

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! Se o interessado perder o prazo, a Administração não mais estará obrigada a agir – prazo fatal.
! Suspende a prescrição enquanto pendente de decisão.

c) PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

! É aquele no qual o interessado requer o reexame do ato à própria Autoridade que o emitiu.
! O prazo para a interposição do pedido de reconsideração é de um ano, se não houver outro
prazo estipulado (analogia com a reclamação administrativa).
! Não suspende nem interrompe a prescrição e também não altera os prazos para a interposição
dos recursos administrativos hierárquicos.
! O pedido de reconsideração não interrompe o prazo do Mandado de Segurança (Súmula nº 430
do STF).

Exemplos na Legislação:
a) Pedido de Reconsideração quando aplicada a sanção de declaração de idoneidade em
um processo licitatório (art. 109 da Lei nº 8.666/93).
b) Lei nº 8.112/90, art. 106 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais).

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