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ORIENTADOR
PROF. VILSON SERGIO DE CARVALHO
Rio de Janeiro
2006
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Rio de Janeiro
2006
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AGRADECIMENTOS
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho, aos meus pais , Daniel e Ruth que através do amor e
do afeto fizeram-me acreditar que se deve ir ao encontro do que se acredita.
Ao meu marido e companheiro pelo apoio e dedicação que me dispensou
durante a realização deste trabalho, me fazendo sentir a importância do afeto e
do carinho como fonte de energia para a cognição.
As minhas filhas que em alguns momentos não contaram com a minha
presença física mas, compreenderam que com afeto e carinho o amor continua
junto.
Aos meus alunos, por terem me permitido perceber a importância do afeto
no processo ensino aprendizagem.
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EPÍGRAFE
O TOQUE
POR FAVOR, ME TOQUE
SE SOU SEU BEBÊ, POR FAVOR ME TOQUE...
Preciso de seu afago de uma maneira que talvez nunca saiba...
Não se limite a me banhar, trocar minha fralda e me alimentar, mas,
Me embale estreitado, beije meu rosto e acaricie meu corpo.
Seu carinho gentil, confortador, transmite segurança e amor...
SE SOU SUA CRIANÇA, POR FAVOR ME TOQUE...
Ainda que eu resista e até o rejeite, insista,
descubra um jeito de atender minha necessidade.
Seu abraço de boa noite ajuda a adoçar meus sonhos;
seu carinho de dia me diz o que você sente de verdade...
SE SOU SEU ADOLESCENTE, POR FAVOR ME TOQUE...
Não pense que eu, por estar crescido,
já não precise saber que você ainda se importa.
Necessito de seus abraços carinhosos,
preciso de uma voz terna.
Quando a vida fica difícil, a criança em mim volta a precisar...
SE SOU SEU AMIGO, POR FAVOR ME TOQUE...
Nada como um abraço afetuoso para eu saber que você se importa.
Um gesto de carinho quando estou deprimindo
me garante que sou amado, e me reafirma que não estou só.
Seu gesto de conforto talvez seja o único que eu consiga...
SE SOU SEU PARCEIRO SEXUAL, POR FAVOR ME TOQUE...
Talvez você pense que sua paixão basta,
mas só o seus braços detém os meus temores.
Preciso do seu toque terno e confortador,
para me lembrar que sou amado apenas porque eu sou eu...
SE SOU SEU FILHO ADULTO, POR FAVOR ME TOQUE...
Embora eu possa ter até minha própria família para abraçar,
Ainda preciso dos braços de mamãe e papai quando me machuco...
SE SOU SEU PAI IDOSO, POR FAVOR ME TOQUE...
Do jeito que me tocaram quando era bem pequeno.
Segure minha mão, sente-se perto de mim,
dê-me força e aqueça meu corpo cansado, com sua proximidade.
Minha pele, ainda que muito enrugada, adora ser afagada....
RESUMO
METODOLOGIA
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – AFETO ..................................................................................14
Tipos de afeto na vida intra-uterina .......................................................16
1.1 - Afeto pele – fetal.........................................................................16
1.2 - Afeto cinestésico..........................................................................17
1.3 - Afeto umbilical..............................................................................17
CAPÍTULO II - PENSADORES DA AFETIVIDADE E DA COGNIÇÃO ........18
2.1 – Piaget……………………………………………………………….…18
2.2 – Maturana…………………………………………………………….. 20
2.3 – Vygotsky………………………………………………………………22
2.4 – Winnicott………………………………………………………………23
2.5 – Klein …………………………………………………………………..24
2.6 – Wallon…………………………………………………………………24
2.7 – Reich............................................................................................28
CAPÍTULO III - O TOQUE ..............................................................................33
3.1 - Falando do Toque.........................................................................33
3.2 - O Toque / O Tato..........................................................................38
3.3 - A importância do Toque para a criança .......................................42
3.4 - Método Mãe Canguru...................................................................44
3.5 - Toque / Carinho / Abraço..............................................................45
3.6 - A Massagem no desenvolvimento da criança..............................48
3.6.1 - A Massagem......................................................................48
3.6.2 – Shantalla...........................................................................50
3.6.3 - Toque da Borboleta...........................................................52
3.6.4 - Benefícios da massagem..................................................53
CAPÍTULO IV - AUTO ESTIMA E AUTO CONFIANÇA DAS CRIANÇAS...56
CAPÍTULO V - COGNIÇÃO E AFETO.........................................................60
5.1 - Cognição E Sensação / Percepção (Toque) ...............................63
CONCLUSÃO.................................................................................................66
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................68
ANEXOS
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INTRODUÇÃO
Estímulo é todo o incentivo que ocorre nesta fase inicial de sua vida e que
irá contribuir para seu desenvolvimento intelectual e emocional. Podendo ser
aleatório, ocorrendo a todo instante na vida da criança, ou intencional dirigido pelo
adulto.
Toda criança deve ser estimulada para que seu desenvolvimento seja no
padrão de “normalidade” que esperamos. Mas o que não sabemos, é que todo o
estímulo tem que estar embalado de afeto, com contato físico, ou seja com o
toque.
Esta criança, ao nascer, ingressa em uma família como indivíduo único, que
irá agir e interagir com o outro sob a influência deste meio durante toda a sua vida.
Os seres humanos têm a necessidade de cuidados por parte do outro e durante o
período de formação da personalidade existem algumas circunstâncias
fundamentais a serem desenvolvidas principalmente se tratando do
desenvolvimento cognitivo/afetivo.
Até bem pouco tempo, o bebê era considerado um ser limitado que exigia
apenas o cuidado da mãe (ou cuidador) que auxiliava no seu desenvolvimento, já
que este desenvolvimento aconteceria de qualquer maneira como todos os outros.
CAPÍTULO I
AFETO
O bebê nasce com uma série de reflexos, que o faz capaz de perceber o
novo mundo e interagindo com este através do tato, do paladar, do olfato, da visão
e da audição. Sendo assim, terá a capacidade de organizar suas experiências,
seu funcionamento intelectual, possibilitando a construção das estruturas mentais.
Fernández (1991) observou que a maioria das crianças que são levadas à
consulta por apresentar fracasso escolar era do sexo masculino. Em um universo
de 500 crianças, 70% eram homens e 30% eram mulheres.
1. 3 - AFETO UMBILICAL
CAPÍTULO II
2.1 - PIAGET
Então para Piaget, não existe afeição sem cognição, assim como não
existem comportamentos exclusivamente cognitivos. Piaget traz uma enorme
contribuição com o conceito de maturação, os estágios do desenvolvimento
cognitivo:sensório-motor (0 a 2 anos), pré-operacional (2 aos 7 anos), operacional
concreto (7 aos 11 anos) e operações formais (inicia-se aos 12 anos).
2.2 - MATURANA
Então, o ser humano para Maturana (2000), pode lançar um olhar sobre sua
emoção, pode refletir porque tem a linguagem. Mas, o animal, que Descartes trata
tão negativamente como autômato, não tem como dar essa olhada reflexiva. Citou
o seguinte exemplo:
“Se tem um filho, que se encontra triste, mas
não sabe exatamente o que lhe acontece, e
você diz: "Estás triste, é isso o que acontece
contigo". Nessa conversação a criança
começa a tratar o que se passa com ele
como tristeza, e aí aparece o olhar reflexivo.
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2.3 – VYGOTSKY
2.4 – WINNICOTT
A visão que existia até os anos 70-80 era que o bebê se caracterizava pelo
egocentrismo, modo de alternar o narcisismo e o auto-erotismo.
2.6 - WALLON
Ele afirma que não é possível estudar um único aspecto do ser humano e
sim, estudar o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se
distribui a atividade infantil. (afetivo, motor e cognitivo).
Personalismo: Vai dos três aos seis anos. Nesse estágio, o principal é o
processo de formação da personalidade com o retorno da predominância das
relações sociais -afetivas.;
- Ainda o afeto como parte importante no desenvolvimento.
Então, Wallon, considera a infância como uma idade única e fecunda, cujo
atendimento é tarefa da educação. A preocupação pedagógica é presença forte na
psicologia walloriana. Para ele, o estudo da criança é uma maneira de contribuir
para a educação e que a dominância do caráter afetivo irá corresponder às etapas
da construção do EU e não um simples instrumento para a compreensão do
psiquismo humano.
2.7 – REICH
Eva Reich fala de "Glow and Flow" (Afeto e Fluxo). É quando podemos
observar o estado de saúde e bem-estar do bebê "em contato" com sua mãe; é a
expressão da pulsação sangüínea - energética, através do qual a mãe e seu filho
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Eva Reich explica também como o "vínculo" é uma função de "contato" com
o qual podemos trabalhar bio-energéticamente e ensinar como se faz com o
método da "Gentle Bioenergetics". Método que se ensina através da massagem
energética como prevenir no início da vida, o distúrbio na informação mãe-bebê, e
conseqüentemente criando um vínculo afetivo forte ajudando ao bebê na sua
formação afetiva e cognitiva.
CAPÍTULO III
O TOQUE
Keating (1993), afirma que o abraço é uma forma especial de tocar, porque
quando abraçamos alguém nos sentimos bem e também acaba com a solidão e o
isolamento social; faz a pessoa se sentir aceita pelo outro; melhora a auto-estima
e o equilíbrio emocional; alivia a tensão; estimula a doação de si mesmo; faz
superar o medo e a timidez; diminui a ansiedade e tantos outros benefícios.
Ainda segundo Montagu (1988) ele afirma que a pele é o mais extenso
órgão do sentido do nosso corpo e que a estimulação tátil é a mais importante
para a sobrevivência do ser humano. E diz também que o homem é capaz de
sobreviver com deficiência auditiva, de olfato, de visão, mas não sobreviveria com
a perda tátil.
Foi contudo, o Dr. Fritz Talbot, de Boston, que trouxe a idéia do "Cuidado
Terno, Amoroso", (TLC - tender loving care), em 1941 após a segunda guerra
mundial, pois ficou muito impressionado quando observou na clínica de crianças
em Dusseldorf que as criança que não respondiam aos tratamentos médicos; elas
eram entregues aos cuidados de uma enfermeira, que cuidava com carinho e os
mantinha próximo ao seu corpo, e que na maioria dos casos os bebês se
recuperavam.
Shanberg iniciou seus testes com ratos como resultado de seu trabalho em
pediatria, ele se interessou pelo estudo de crianças que viviam em lugares
emocionalmente destrutivos e que deixavam de crescer. Shanberg descobriu que
nem com as injeções de hormônios de crescimento os corpos dessas crianças
voltavam a crescer. E pode observar que quando recebiam carinho das
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Entre outras coisas, o tato nos ensina a diferença entre eu e o outro, nos diz
que pode haver algo fora de nós, como a mãe. O primeiro conforto emocional é
tocar nossa mãe e ser tocado por ela; e segue na memória como um exemplo
definitivo de amor desinteressado, que nos acompanha por toda a vida.
Mas, existe ainda uma outra característica importante da pele, que é a sua
própria origem e formação durante nosso desenvolvimento ainda no útero
materno. As células que lhe dão origem provêm da mesma camada embrionária
da qual se forma nosso sistema nervoso central, ou seja, a ectoderme.
O toque pode ser uma simples sensação tátil? Para respondermos esta
pergunta necessitamos diferenciar o toque de Toque em primeiro lugar. O toque,
com letra minúscula está ligado ao simples fato de encostar uma parte do corpo
em qualquer outra parte do próprio corpo ou do corpo do outro ou até mesmo de
algum objeto. Esse ato pertence ao homem, apesar desta ação ser muito comum,
não existe o hábito de se falar sobre o toque. Para muitos, tocar o outro é um
processo de intimidade, ou até mesmo de sexualidade.
Entretanto, as pessoas não sabem que é por meio do contato corporal que
o ser humano sobrevive enquanto espécie. A criança que não é cuidada
corporalmente está condenada em muitos casos à infelicidade e até mesmo a não
sobrevivência. Quando esta criança cresce deixa somente aparecer o toque
necessário na sua vida social (aperto de mãos soltas, abraços com tapinhas, beijo
sem encostar no rosto do outro e outras atitudes). A sociedade não permite uma
carícia, sem culpa ou que não esteja implicado um jogo sexual.
O contato físico positivo dos pais faz com que as crianças se sintam
seguras em sua vida. A qualidade deste toque ajudará positivamente à criança a
formar uma personalidade terna e amorosa. O segurar, cuidar, amamentar, irá
contribuir substancialmente para a construção do Eu.
Algumas crianças que não recebem o carinho por meio do toque podem se
tornar pessoas tão independentes que em alguns casos se isolam completamente,
mesmo quando estão passando por dificuldades.
O toque é prazeroso não só para a criança como também para os pais que
se tornam mais seguros, afetuosos e felizes. Todos temos o desejo de amar e ser
amados.
filhos de modo mais expansivo do que até agora. As sensações táteis tornam-se
percepções táteis segundo os significados dos quais foram investidas pela
experiência. Experiências táteis inadequadas resultarão numa conseqüente
incapacidade de criar relacionamentos fundamentais com outras pessoas.
Quando o afeto e o envolvimento são transmitidos pelo tato, são com estes
significados, além de segurança através de satisfações, que o tato passar a estar
associado.
Receber um abraço é tão vital para a criança quanto ter o que comer e
beber. O que até agora era puramente instintivo, a ciência através de pesquisas
conseguiu dar mais uma colaboração para provar que há uma razão biológica
para justificar os benefícios do Toque/amor.
A razão é que elas viviam em orfanatos, sem carinho, sem colo, sem
atenção. Transportadas para um outro ambiente mais acolhedor e familiar, quando
iam passar um mês em casas de família, elas passavam a crescer melhor e
registravam um aumento dos níveis de HGH. Amor, como se vê, não faz bem
somente para um desenvolvimento emocional mais tranqüilo. Serve, também,
como um poderoso combustível do crescimento físico.
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3.6.1 - MASSAGEM
Dra. Field (2000) do Touch Research Instituite observou que os pais que
fizeram massagem durante um mês em seus bebês diariamente por 15 minutos
antes de colocá-los na cama mostraram melhor interação no comportamento de
suas crianças, quando comparados com outro grupo que não tinha esta prática,.
3.6.2 - SHANTALLA
Por vários dias, fotografou a moça, que era paralítica, massageando seu
bebê todas as manhãs, aproveitando o sol. Encantado com o vigor e a beleza dos
movimentos, batizou a seqüência da massagem com o nome da mulher que a
realizava,ou seja, Shantala.
A Shantala deve ser feita em bebês depois de três meses, pois já estão
com maior tônus muscular, já que os movimentos desta técnica são vigorosos
como se uma pessoa estivesse torcendo uma roupa. Porém, pode se estender a
crianças de até cinco anos de idade. Isto é, a técnica pode ser feita em todas as
crianças com desenvolvimento no padrão normal, mas também pode ser aplicado
em bebês que tenham tido traumas de nascimento, crianças com carência afetiva
e problemas neurológicos, fazendo com que, em muitos casos, a criança melhore
o seu desenvolvimento.
Benefícios da massagem:
O toque humano é como se fosse o alimento vital para um bebê, se não for
alimentado de maneira correta, o seu desenvolvimento será prejudicado. O
mesmo acontece com o toque carinhoso pois, com a falta desse, o
desenvolvimento emocional e também o físico será prejudicado. Podemos
também usar outras formas de construir vínculos com o bebê, como abraçar,
segurar, embalar, olhar e logicamente a massagem que pode ser aplicada não só
com bebês mas, em qualquer idade e por toda a vida.
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Em minha experiência, pude constatar que bebês que desde cedo foram
massageados por suas mães apresentaram o desenvolvimento na fala e escrita
mais rápido e maior desenvoltura que outros que não obtiveram este tratamento.
Tornando crianças afetuosas e seguras diante da resolução de problemas, tendo
raciocínio lógico e rápido.
CAPÍTULO IV
2. Honestidade e integridade
A honestidade e a ética podem ser assunto de permanentes conversas desde
tenra idade, escolhendo livros e vídeos para compartilhar com a criança, utilizando
jogos que desenvolvam a confiança nele próprio.
3.Vergonha e culpa
A vergonha e a culpa não são vilãs emocionais. Quando utilizadas de forma
apropriada, são recursos importantes para os pais ensinarem valores morais aos
filhos. Use, mas não abuse.
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4. Pensamento realista
Livros ou histórias contadas pelos pais podem modelar este tipo de pensamento.
As crianças aprenderão a pensar de forma realista sobre os seus problemas ou
preocupações se os pais fizerem o mesmo. A verdade, mesmo dolorosa, não deve
ser escondida.
7. Amizades
Devem ser incentivadas pelos pais e na escola. Participar em festas e em grupos
é um bom meio de fortalecer a inteligência social.
8. Boas maneiras
Desde muito nova, a criança deve aprender a comportar-se bem mas sem
constrangimentos. A melhor forma de educar boa maneiras é mostrar como é. As
crianças aprendem muito bem por imitação.
9. Persistência e esforço
Na adolescência, muitas crianças perdem interesse em lutar pelas coisas quando
começam a enfrentar a realidade das coisas. Já nem tudo é fácil como era na
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13. Relacionamentos
Os pais e educadores devem ter relações de respeito mútuo com as crianças, e
não autoritárias. Os pais podem encorajar as crianças a resolverem problemas por
si mesmas e a desenvolverem a autonomia. Pais e professores precisam respeitar
as crianças.
14. Moral
É possível envolver a criança em discussões de ordem moral. À medida que ela
ouve os argumentos de seus colegas pode experimentar a desequilibração
cognitiva, que pode conduzir à reorganização de seus conceitos. O conflito
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CAPÍTULO V
COGNIÇÃO E AFETO
É o próprio Piaget (1958) que defende não haver mecanismo cognitivo sem
interferência de elementos afetivos. Para esclarecimento melhor, vejamos o que
Dolle (1993), menciona em duas teses defendidas por Piaget:
Sabemos então, que todo o desenvolvimento infantil vai muito além dos
cuidados de saúde. Desde a gestação e nos primeiros dias de vida, os bebês
precisam de estímulos para desenvolver suas capacidades sociais, cognitivas e
afetivas. Uma criança precisa ser tocada com carinho e interagir com outras
pessoas. Os pais e todas as pessoas que convivem com as crianças precisam ser
estimuladas a conversar com a criança e brincar com ela desde suas primeiras
horas de vida.
Conceituação
Simbolização
Formação de Imagens
Percepção
Sensação
SENSAÇÃO
Segundo caracterização do Dicionário Aurélio (1994), o verbete sensação
está: “(Do latim sensatione) S.f 1. Fisiol: Processo nervoso que se inicia num
órgão receptor quando este reage especificamente a um estímulo externo, e se
estende até ao cérebro. 2. Psicol: Processo sensorial consciente correlacionado
com um processo fisiológico, e que proporciona ao homem e aos animais
superiores o conhecimento do mundo externo. 3. Impressão física em geral:
sensação de dor, sensação de mal estar e etc.”
Podemos descrevê-lo como o primeiro nível do comportamento, ao qual se
refere unicamente à estruturas sensoriais. E é a partir das sensações que o sujeito
pode perceber o mundo que o cerca.
PERCEPÇÃO
Segundo caracterização do Dicionário Aurélio (1994), o verbete percepção
está: “(Do latim perceptione) S.f Ato, efeito ou faculdade de perceber
(apercepção)”.
A percepção irá depender se o sujeito é capaz neurologicamente de
converter, adequadamente, as sensações em impulsos elétricos.
Mas, se tratando de percepção podemos ter duas leituras, a nível
neurológico, que é um nível acima da sensação, porém a nível psicológico é,
ainda, extremamente rudimentar. Podemos concluir então, que é com base na
percepção que o indivíduo poderá formar imagens.
FORMAÇÃO DE IMAGENS
São as sensações ou informações já recebidas e percebidas. A formação
de imagens está relacionada aos processos de memória porque corresponde a um
registro das vivências mesmo ainda não associadas as palavras.
Portanto, as imagens não são apenas ao nível visual; são registros de
percepções de qualquer dos órgãos dos sentidos.
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SIMBOLIZAÇÃO
Segundo caracterização do Dicionário Aurélio (1994), o verbete
simbolização está: “S.f Ato ou efeito de simbolizar – SIMBOLIZAR: 1. Representar
por meio de símbolos; exprimir ou representar simbolicamente. Falar ou escrever
simbolicamente ”
Esta é uma habilidade exclusiva da espécie humana e que corresponde à
capacidade de representar uma vivência de forma verbal ou não verbal.
As simbolizações não verbais verificam-se através de símbolos visuais ou
auditivos. As simbolizações verbais estão relacionadas as palavras.
O ser humano apresenta três sistemas verbais: falado, escrito e lido.
CONCEITUAÇÃO
Este é um processo mental mais complexo que irá envolver capacidades,
tais como, de abstração, classificação e categorização.
O desenvolvimento das habilidades do sujeito depende do desenvolvimento
físico, cognitivo e afetivo do sujeito.
Alicia Fernàndez (1991) afirma que os quatro níveis envolvidos na
aprendizagem são: organismo – corpo – inteligência – desejo e que o corpo
constitui-se pela inteligência e pelo desejo dando aí a capacidade de aprender.
Conclui então, afirmando que, para vivenciarmos cada um destes níveis de
experiência contamos com os desenvolvimentos físico, cognitivo e afetivo e assim
constituindo o sujeito que aprende.
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CONCLUSÃO
Não pretendo com este trabalho concluir e sim continuar investigando pois,
acredito que o problema de aprendizagem não é determinado apenas por uma
carência cognitiva, nem social. Com a minha prática, acredito que as relações de
vínculos que venham a formar os esquemas afetivos do sujeito, interferem na
formação dos esquemas cognitivos, inibindo-os ou desenvolvendo-os.
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