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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos, distintos leitores, a mais uma lição deste trimestre. Desta
feita estudaremos assuntos muito em voga na atualidade e que trás uma carga forte
de alerta a nossa sociedade como um todo. Abordaremos, nesta 3ª Lição, os
seguintes assuntos: a Origem dos Direitos Humanos; A Bíblia e os Direitos
Humanos; e a Igreja e o Direitos Humanos. Pois bem, sinta-se a vontade, caro
leitor, a aprofundar-se nestes temas e a ser praticante dos princípios exauridos das
Sagradas Escrituras.
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I – A ORIGEM DOS DIREITOS HUMANOS
1. Definição de Direito.
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Introdução ao estudo do direito / Paulo Nader – 36.a ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão
teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta
forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade. Os
pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado
adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução
do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até
então, eram justificadas somente pela fé. Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke
(1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do
empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica à
intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado
democrático que garantisse igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão
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aprovou em 26 de agosto de 1789 e votou definitivamente a 2 de outubro a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sintetizado em dezessete artigos
e um preâmbulo dos ideais libertários e liberais da primeira fase da Revolução
Francesa (1789-1799).
do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond
d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e
pensamentos filosóficos da época.
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Art. 1- Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As
distinções sociais só podem ser baseadas na utilidade comum.
Art. 4- A liberdade consiste em ser capaz de fazer qualquer coisa que não
prejudique os outros; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem tem
limites apenas àqueles que asseguram aos outros Membros da Sociedade o gozo
desses mesmos direitos. Estes termos só podem ser determinados por Lei.
Art. 7- Nenhum Homem pode ser acusado, detido ou preso a menos que seja
nos casos determinados por Lei, e da forma prescrita por ela. Aqueles que buscam,
enviam, executam ou impõem ordens arbitrárias devem ser punidos; Mas cada
cidadão chamado ou apreendido em virtude da Lei deve obedecer ao momento: ele
se torna culpado pela resistência.
Art. 10- Ninguém deve se preocupar com suas opiniões, mesmo religiosas,
desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida por Lei.
Art. 12- A garantia dos direitos humanos e dos cidadãos exige uma força
pública: esta força é, portanto, instituída para o benefício de todos, e não para a
utilidade particular daqueles a que lhe é confiada.
Art. 14- Todos os cidadãos têm o direito de constatar, por si próprios ou pelos
seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la
livremente, de seguir o seu emprego e de determinar a sua proporção, atitude,
recuperação e duração.
Art. 16- Toda Sociedade em que a garantia dos Direitos não é assegurada,
nem a separação dos Poderes determinados, não tem constituição.
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Art. 17- A propriedade sendo um direito inviolável e sagrado, ninguém pode
ser privado dela, caso seja, por necessidade pública, deve ser legalmente apurado,
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por exigência obvia, e sob a condição de uma indenização justa e prévia.”
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Tradução feita do original françês: Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen de 1789.
Acesso em 10/04/2018.: http://www.conseil-constitutionnel.fr/conseil-constitutionnel/francais/la-
constitution/la-constitution-du-4-octobre-1958/declaration-des-droits-de-l-homme-et-du-citoyen-de-
1789.5076.html
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Considerando que é essencial incentivar o desenvolvimento das relações
amigáveis entre as Nações;
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas mais uma vez
proclamaram a sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor
da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e
declararam-se decididos a promover o progresso social e a criar melhores condições
de vida em maior liberdade;
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Tradução feita do original françês: Déclaration universelle des droits de l'homme. Acesso em
10/04/2018.: http://www.un.org/fr/universal-declaration-human-rights/
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Popularizada no Brasil durante o processo de redemocratização, ao longo
dos anos 80, quando vários movimentos da sociedade civil se insurgiam
contra o autoritarismo do regime militar instituído pelo golpe militar de 1964,
a expressão “direitos humanos” passou a fazer parte do vocabulário dos
militantes políticos de esquerda desde aquela época. Uma prova da sua
força é o combate sistemático que é feito pelos seus adversários que
invariavelmente buscam associar a expressão “direitos humanos” aos
“direitos de bandidos”. Com efeito, ao introduzir o assunto dos direitos
humanos numa conversa é bastante comum ouvir algum interlocutor afirmar
que “os direitos humanos nada mais são do que direitos de bandidos”, ou
que “os direitos humanos deveriam valer unicamente para os humanos
direitos”, ou ainda, numa versão mais popular e atual, que “direitos humanos
não são os direitos dos manos.”
Portanto, como diz o arrazoado latino: “Jus gentium est quod naturalis ratio
inter omnes homines constituit.”, isto é: “O direito das gentes é o que a razão natural
constitui entre todos os homens.”
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exposição, basta ver que entre os dez mandamentos oito iniciam com o advérbio
“não”; contudo o sentido é profundo: expressava a intenção de Deus que seu povo
entendesse o que era uma relação respeitosa entre este povo e Ele, e entre eles
mesmos. Como bem escreveu Haim Cohn, juiz do Supremo Tribunal de Israel:
É difícil falar de direitos humanos na tradição legal judia por uma simples
razão, esta tradição é uma lei religiosa, ou de acordo com sua própria
afirmação uma lei divina. E por sua natureza, uma lei assim não outorga
direitos senão que impõe obrigações. Mas quando um legislador impõe uma
obrigação ou proíbe realizar uma ação, de fato está implicitamente
reconhecendo um direito. Assim, por exemplo, os deveres proclamados nos
Dez Mandamentos de maneira negativa, implicam o cuidado e o respeito
das pessoas, seus bens e regulamenta as relações entre elas.
É importante frisar que a mensagem basilar de Jesus Cristo, por meio das
Sagradas Escrituras, nos Evangelhos, é que o homem fora feito a imagem de Deus,
e posto no centro da criação. Deste modo, o ser humano não é uma coisa entre
outras, mas tem valor por si mesmo intrínseco e deveras especial – ele é a coroa de
toda criação de Deus.
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Artigo: A Bíblia e a fundamentação ético-teológica dos direitos humanos. Vol. 1 • nº 1 •
julho/dezembro-98. https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/2934/2934. Acesso em 13 abr. 2018.
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No Evangelho de Mateus, no capítulo 22, versículos 37 ao 40, ler-se:
(v.37) “Respondeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda
tua alma e de todo teu espírito”. (Dt 6,5).
(v.38) “Este é o maior e o primeiro mandamento”.
(v.39) “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo”
(Lv 19,18).
(v.40) “Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas”.
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Não era de se admirar que em tão invulgar caráter se desenvolvesse um
senso tão apurado de ética e moral. Assim, o direito de igualdade entra as etnias; as
classes sociais; os povos mais distintos daquela sociedade, bem como os direitos
civis (Gl 3.28), em Paulo eram apuradíssimos.
Disso temos provas quando lemos em Atos, capítulo 22, quando ele mesmo
teve que evocar o princípio de cidadania romana para ser julgado decente e
legalmente perante as Leis romanas, até porque, cidadão romano, ele era. “Ser-vos-
á permitido flagelar um cidadão romano, e ainda sem sentença de juiz?”. . .
Parece que estamos a ouvir dizer estas palavras agora! Cidadão romano! — palavra
mágica, que num ápice mudou a situação. Imenso era o respeito que os
representantes de César tinham a esse título: “civis romanus”. A posse legítima
deste direito valia tudo, assim como a sua ab-rogação indébita acarretava pena de
morte. Deste modo aprendemos com este arauto co Cristianismo que devemos
revindicar os nossos direito, enquanto cidadãos, quando isto nos for necessário. Que
grande exemplo de cidadania!
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2014, eram 155,3 mil. Segundo o relatório, a incidência desse crime é maior nas
áreas rurais no país, principalmente em regiões de cerrado e na Amazônia.
Destarte, será que a Igreja deve continuar insensível quanto a este quadro tão
vil? Ou poderemos dar a nossa contribuição, alertando às autoridades constiuídas o
caos moral e espiritual que está perpetrado em nossa sociedade; revindicando
nossos direitos à saúde, à educação de qualidade, à moradia, à segurança, ao
direito de ir e vir, isto é, sendo voz ativa em meio a uma sociedade alienada e
distante de Deus! (Tg 5. 4-6).
2. A Igreja e os prisioneiros.
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São constantes estes atos de desrespeito aos direitos humanos, com uma
flagrante violação dos direitos fundamentais, principalmente do princípio de
dignidade humana, deve haver uma valorização da pessoa humana do peso.
Como se sabe, embora o Brasil tenha avançado na área social nos últimos
anos, ainda persistem muitos problemas que afetam a vida dos brasileiros. Abaixo
listaremos uma relação dos principais problemas sociais brasileiros na atualidade:
Desemprego;
Violência e Criminalidade;
Corrupção;
Litígio;
Impunidade;
Injustiças;
Poluição;
Saúde Precária;
Educação péssima, sem qualidade;
Desigualdade social;
Falta de Habitação;
Dentre muitos outros.
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Ora, diante de tantas coisas desalentadoras, qual o papel da Igreja frente a
tudo isso? Certamente uma boa educação e uma transmissão de valores éticos,
pautados nos bons costumes, isto é, na prática diária de todos os bons preceitos
abstratos desenvolvidos, no seio de uma sociedade, ajudaria em muito a uma tomada
de decisão diferente para as reais mudanças necessárias em nosso contexto.
Destarte, isso não basta, é necessário mais do que nunca que os valores
ético-morais, oriundos das Sagradas Escrituras sejam apreendidos, observados,
respeitados e repassados para as futuras gerações, para que nossa sociedade não
venha perder, de vez, o rumo andado. Assim, “Portanto, tudo o que vós quereis que
os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt
7.12).
CONCLUSÃO
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