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CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 1
PORTUGUÊS
DISCIPLINA: PORTUGUÊS INSTRUMENTAL CH: 40h.
CRITÉRIOS E ORIENTAÇÕES PARA DISTRIBUIÇÃO DE
CRÉDITOS DA ETAPA (dividida em dois bimestres) PARA
VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM E APROVEITAMENTO:
1º Bimestre
CRITÉRIOS DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS Valor
Total de pontos 40
2º Bimestre Valor
Total de Pontos 60
60
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Proposta de Recuperação de créditos: Regime de suplementar
PORTUGUÊS
Perceber o texto em seus múltiplos significados e intenções;
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Em rápidas pinceladas, eis aqui então, algumas das características que
melhor definem a realidade atual do mundo do trabalho.
PORTUGUÊS
Clientes mais informados e exigentes.
Aumento da participação feminina no mercado.
1. Saiba que há um tesouro em sua cabeça - uma mina de ouro entre suas
orelhas. Construir um computador com as mesmas características do seu
cérebro custaria mais do que 3 bilhões de bilhões de dólares. Sabe como U$$
3.000.000.000.000.000.000,00.
2. Todos os dias escreva pelo menos uma ideia sobre estes assuntos:
como eu posso fazer meu trabalho melhor; como eu poderia ajudar outras
pessoas; como eu posso ajudar minha empresa; como posso ajudar o meu
país.
4. Faça anotações. Não saiba sem papel e lápis ou algo para escrever. Anote
tudo, não confie na memória.
11. Mantenha o sinal verde de sua mente sempre ligado, sempre aberto.
12. Procure ter uma atitude positiva e otimista. Isso ajuda você a realizar
seus objetivos.
13. Pense todos os dias. Escolha uma hora e um lugar para pensar alguns
minutos, todos os dias.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
14. Descubra o problema. Ataque seus problemas com maneiras ordenadas.
Uma delas é descobrir qual é realmente o problema, senão você não vai achar
a solução. Faça seu subconsciente trabalhar.Ele pode e precisa.Dia e
noite.Fale com alguém sobre a ideia, não a deixe morrer.
19. Coloque as ideias em ação. Lembre de que uma ideia razoável colocada
em ação é muito melhor que um a grande ideia arquivada.
20. Use o seu tempo ocioso com sabedoria. Lembre-se de que a maior parte
das grandes ideias, os grandes livros as grandes composições musicais, as
PORTUGUÊS
grandes invenções foram criadas no tempo ocioso dos criadores.
“As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias
de que precisam e quando não as encontram, as criam.’’
(Bernard Show- Filósofo)
‘’As boas ideias vêm do inconsciente. Para que uma ideia seja relevante o
inconsciente precisa estar bem informado.
(David Ogilvy - Publicitário)
AUTORRETRATO
Altura 1,75 m.
Sapato nº 41.
Colarinho nº 39.
Usa óculos.
Meio calvo.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Indiferente à música.
Odeia a burguesia.
Adora crianças.
PORTUGUÊS
Escreveu seus livros pela manhã.
Escreve à mão.
Seus maiores amigos: Capitão Lobo, Cubano, José Lins do Rego e José
Olympio.
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Você é o que você lê. Afinal, se tem uma fome que é insaciável é a minha
fome de ler, fome de livro. Que, aliás, tem uma vantagem sobre as outras
fomes, já que o livro não engorda. Este artigo é sobre ler. Porque para mim as
pessoas são como estantes que vão se completando a medida que empilham
na memória os livros que vão lendo. E é por isso que eu digo que quando uma
velha pessoa morre, o mundo perde uma biblioteca. Ler um livro é como ler
uma mente, é saber o que o outro pensa. O que o autor pensa. Ler é poder.
Poder construir você mesmo tijolo a tijolo. Ou livro a livro, para ser mais exato.
Você Lê? Quanto? O quê? Eu leio o que pinta. Livros, revistas, pichações,
frases de banheiro público, poesia, placa de estrada, jornal, leio Capricho. Leio
até errata. É claro que ler não é substituto para viver. Viver é uma experiência
que não se substitui com livro. Mas pode ser enriquecida com vidas que estão
neles. Também não estou dizendo que você tem medo de se colocar em
prática. Eu estou falando de praticar o lido para ficar melhor. Em tudo. Na vida,
não profissão, no papo, nas festas. Até no namoro.
Ás vezes, a gente não lê tanto quanto deveria porque não sabe o que ler.
Mas se esse é o seu caso, peça dicas. Eu sempre peço e dou. Para mim,
indicar um livro é como contar a alguém de um lugar que só eu sei onde fica.
Por exemplo, quando eu era pequeno li Sítio do Pica Pau Amarelo. Que
imaginação tinha Monteiro Lobato! Eu viajei nas histórias. Outro Livro que me
marcou foi um sobre a vida de Mayakovski, um poeta russo que viveu talvez a
época mais energética da era moderna: a revolução soviética. Ele fazia dos
cartazes de propaganda comunista uma forma de poesia. Viveu tão
intensamente quanto a poesia que escrevia. Existe, ainda, Jorge Luís Borges,
que era um gênio (dizia que publicava livros para se libertar deles), e Júlio
Cortázar. Existe Fernando Pessoa, um homem que tinha a capacidade de
escrever assumindo personalidades diferentes, chamadas de heterônimos (o
contrário de homônimos). O poeta é um fingidor. Finge tão completamente,
que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente’’. Isto é Fernando
Pessoa. Caetano já cantou a pessoa de Pessoa em sua música.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Outra descoberta: Ler é o melhor remédio. Exemplo: em 1990, eu e minha
namorada nos separamos. Foi o momento mais duro de minha vida. E para
não afundar, as minhas boias foram dois livros, um de Krishnamurti, um
pensador indiano, e outro chamado Alegria e Triunfo. Estou sempre comprando
livros e adoro os de frases. São frases de pessoas conhecidas, artistas,
escritores, atores. Tem coisas maravilhosas. “Se a sua vida é livre de erros,
você não está correndo riscos suficientes’’, “Amigo é um presente que
você dá a você mesmo!”, “Se você está querendo uma grande
oportunidade, procure um grande problema’’.
PORTUGUÊS
Alexandre Gama
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6) Retire do texto e copie em seu caderno a frase que você considera mais
interessante. Explique o porquê de sua escolha.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
LER DEVIA SER PROIBIDO
Guiomar de Grammont
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para
realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e
ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde
lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os
exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler
aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a
crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao
pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para
fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto
perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo
pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder
incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria
PORTUGUÊS
feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais
afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar
enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos
para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a
invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do
que lhe é devido.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos,
podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que
fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro
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Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos
seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de
uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e
organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam.
Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no
mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por
razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio,
projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da
civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem
magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse
o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem
que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais
subversivo do que a leitura?
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A linguagem humana
PORTUGUÊS
A nossa civilização é marcada pela linguagem gráfica.
A escrita domina nossa vida: É uma instituição social tão forte
quanto a Nação e o Estado. Nossa cultura é basicamente uma cultura
de livros. Pela escrita acumulamos conhecimentos, transmitimos ideias,
fixamos nossa cultura. Nossas religiões derivam de livros: O Islamismo
do Alcorão, escrito por Maomé, os Dez Mandamentos de Moisés foi um
livro escrito em pedra. O Cristianismo está contido em um livro: A Bíblia
é a cartilha, nosso primeiro livro escolar.
Mesmo a televisão e o cinema lançam mão dos recursos da
linguagem escrita (legenda) para facilitar a comunicação.
Na engrenagem da sociedade moderna, a comunicação escrita
senta-se em trono. São as certidões, os atestados, os relatórios, os
diplomas. O “documento é basicamente um documento gráfico, e a
simples expressão gráfica vale mais que todas as evidências. Numa
quase caricatura, podemos dizer que o atestado de óbito é mais
importante que o cadáver, o diploma mais que a habilitação.
Sem a linguagem escrita é praticamente impossível a existência no
seio da civilização. O analfabeto é uma pátria que não se comunica
com o mundo, não influi e não é influenciado.
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Nota: WC= water closet= banheiro, “stop up” = pare, “comics”= histórias
em quadrinhos.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Propostas de atividades :
l) Assinale as alternativas, que estão no sentido denotativo (real):
A. ( ) “O livro escolar é necessário.”
B. ( ) “...a comunicação escrita senta-se no trono”.
C. ( ) “Para qualquer documento, usa-se a linguagem escrita.”
2) A frase que está no sentido conotativo(figurado) é:
A. ( ) “As crianças gostam de ler revista em quadrinhos.”
B. ( ) “O quadrinho não abalou o livro”.
C. ( ) “As mensagens de texto via celular são muito utilizadas
atualmente.”
3)”Nossa cultura é basicamente uma cultura de livros.” Assinale a opção
que melhor explica essa afirmativa.
A. ( ) A escrita domina nossa vida.
B. ( )Várias religiões derivam de livros.
C. ( )Pela escrita acumulamos conhecimentos e transmitimos ideias.
D. ( ) O Cristianismo está contido em um livro chamado Bíblia.
4) “O atestado de óbito é mais importante que o cadáver”. Essa
crítica se explica em :
PORTUGUÊS
A) ( ) A comunicação escrita goza de privilégios especiais.
B) ( )Em nossa sociedade, os documentos valem mais que os fatos.
5) Você concorda que “sem a linguagem escrita é praticamente
impossível a existência no seio da civilização?” Justifique sua resposta.
6) Todos percebem o valor da linguagem que utilizam? Pode-se comparar
linguagem à roupas? É aceitável descuidar-se na linguagem?
Prática de oralidade
O manifesto “Amazônia para sempre” cita o nome de Chico
Mendes, que foi morto pela causa que defendia. Leiam sua declaração
postada no site do Instituto que leva seu nome:
“No começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras,
depois pensei que estava lutando para salvar a floresta Amazônica.
Agora percebi que estava lutando pela humanidade”.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Em nível nacional, existe uma série de fatores que são fundamentais
para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, tais como: condições agro
ecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos
mercados; o acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e
serviços de extensão; o acesso ao financiamento; condições demográficas,
econômicas e socioculturais; disponibilidade de educação especializada; entre
outros.
A agricultura familiar tem um importante papel socioeconômico,
ambiental e cultural.
PORTUGUÊS
comunidades.
Disponível em:
<http://www.gestaoconcurso.com.br/documentos/copasa_aux_serv_sanea
mento_cod1.pdf>
Proposta interdisciplinar: Responsabilidade social
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Observe:
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
a) Na imagem
As ilustrações retorcidas, contundente das árvores,
personificar com expressões humanas;
A cor de fundo escura e sombria;
O efeito provocado pela imagem de desespero, como se as
“bocas” das árvores emitissem sons.
b) No texto verbal
“A mata urge.”
A palavra urge parece ser um jogo com a inversão das letras
da palavra ruge que significa , emitir ruídos, voz de grandes felinos,
como o leão e o tigre.
O verbo urgir, em sentido literal, significa ‘ser urgente’, não
admitir demora, solicitar com insistência , reclamar, exigir.
TEXTO: O TRAJE
PORTUGUÊS
Nunca nos lembramos desse nosso traje cotidiano que é a
linguagem. Muitos a usam como trapos, mas, se tomassem
consciência disso, ligeiro tentariam melhorar, caprichar, conseguir uma
vestimenta mais adequada.
Por que será que somos tão displicentes com esse instrumento tão
nosso, o que mais empregamos, aquele que até crianças e analfabetos
manejam a vida inteira?
Talvez nos tenhamos acostumado demais com ele. É
demasiadamente nosso como um braço, um olho, e nunca chegamos a
nos dar realmente conta de que esse braço é meio curto, o olho é meio
vesgo, ou míope...
Não falo na linguagem oral, nessa comunicação espontânea que
obedece a leis próprias, que vão do menor esforço à coerção social.
Falo na linguagem escrita, essa que os analfabetos não manejam, mas
que muito doutor esgrime como se não soubesse além da cartilha.
Nem precisamos procurar nos mais ignorantes. Abre-se jornal,
abre-se revista (de cultura também, sim, senhores! ) e os monstrinhos
nos saltam aos olhos.
Pontuação? Ninguém sabe. Vírgulas parecem derramadas pela
página por algum duende maluco, que quisesse brincar de fazer frases
ambíguas, pensamentos tortos, expressões esmolambadas.
Verbos? “Detei-vos”, “intervido”. “mantesse” são mimos constantes.
Não há sujeito que concorde com o verbo numa página de fio a pavio.
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ESTUDO DO TEXTO:
1) Entre parênteses há dois sinônimos para cada palavra do texto.
Sublinhe-os:
cotidiano (linha 12) : (diário, eventual, habitual)
displicente(6): (desleixados, negligentes, cuidadosos)
manejam(8): (empregam, utilizam, envolvem)
espontânea(16): artificial,comum, natural)
coerção(17): ( liberdade, coação, controle)
esgrime(19): (maneja, briga, utiliza)
duende(26): ( fantasma, assombração, professor)
ambíguas(27): (precisas, dúbias, confusas)
esmolambadas(28): (diferentes, esfarrapadas, rotas)
mimos(30) : (primores, oferendas, erros)
escriba(32): ( escrevinhado, aluno, mau escritor)
heresias(33): (disparates, contrassenso, verdades)
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
PESQUISA
INIMIGOS DA NORMA CULTA
PORTUGUÊS
AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA : É a possibilidade de uma
mensagem admitir mais de um sentido. Acontece com a má
organização dos termos na frase.
Anedotinhas
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Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=36024>
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
PLEONASMO: Geralmente é considerado uma figura de linguagem.
Mas uma repetição inútil ou desnecessária de termos em uma frase é
considerado um vício de linguagem.
Ex.: “Ele vai ser o protagonista principal da peça”.
PORTUGUÊS
Disponível em: <http://let006.blogspot.com.br/2011/09/figuras-de-
linguagem.html>
GERUNDISMO:
Uso excessivo do gerúndio (forma nominal terminada em ando, endo
indo), prejudicam a clareza da mensagem como “falam mal” de quem
usa.
Ex.: “Senhor, vou estar transferindo sua ligação.”
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3) Não acentuemos os hiatos: (“ ee ,oo”):
Observe que o único a manter o acento será “pôde” (na 3ª pessoa do pret.
perf. do indicativo) e no verbo “por”para diferenciar da preposição ‘por’.
Não acentua mais a letra “u” nas formas verbais rizotônicas,quando precedido
de ‘g’ ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue,que,gui, qui) . Observemos: argui,
apazigúe, averigúe, enxágüe, enxagüemos, obliqúe.
PORTUGUÊS
Emprego do hífen: hifenização
Compostos como Cor de vinho, a vontade, abaixo de, fim de semana, café com
leite, sala de jantar, cartão de visita, pão de mel, cão de guarda,
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Países que falam língua portuguesa além do Brasil: (São Tomé e Príncipe,
Cabo verde, Moçambique, Portugal,Guiné-Bissau, Angola). Na Ásia está em
Goa e Timor-Leste.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Releituras de Carlos Drummond de Andrade
Aula de português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
PORTUGUÊS
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
ESTUDO DE PALAVRAS:
2)Observe:
O Rio Amazonas é um dos maiores do mundo.
Sentido próprio ou denotativo aquele em que a palavra aparece apenas com
um sentido.
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a) Caminho:
b) Trevas:
c) Nuvem:
d) Colheita:
e) Asas:
f) Suavidade:
Proposta de redação:
Você vai preparar um texto dissertativo sobre o atual ensino brasileiro. Procure
ler sobre o assunto e ouvir a opinião de algumas pessoas. Realize uma
entrevista com alguém da área.
Antes de escrever, procure responder às seguintes questões:
1) Que importância tem o sistema de ensino dentro de um país?
2) Quais são os aspectos positivos do ensino atual?
3) Quais são os aspectos negativos do ensino atual?
4) No Brasil, há escolas oficiais e particulares. Comente esse fato. Não
esqueça: Cite a rede particular e a pública.
5) Quais seriam as causas da atual situação do ensino?
6) Quais serão as consequências da atual situação?
7) Seria possível melhorar a situação do atual sistema de ensino? Como?
8) Qual sua ideia final, sua conclusão sobre o assunto?
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
9) Transforme suas respostas em um texto dissertativo, organizando suas
ideias da seguinte maneira:
Introdução: respostas à questão 1.
Desenvolvimento: respostas às questões 2, 3, 4, 5 e 6.
Conclusão : respostas às questões 7 e 8.
Você caminha por uma rua tranquila da cidade e, ao passar pela porta do
restaurante de aparência simpática, não pode deixar de reparar na placa que
anuncia “refeições caseira”. Um pouco adiante, sua aula prática de concordância
ganha um novo colorido: um vendedor anuncia, pelo alto falante do velho caminhão,
“frutas fresquinha”, “morangos maduro” e “quatro caixa de caqui por oito real”.
PORTUGUÊS
fileiras do denuncismo. Mas, como ficar insensível diante de joias linguistas como
“pessoas vinculada ao partido”, “nas últimas campanha”, “as regiões mais carente,
mais distante dos grandes centro” “os militante”, “os partido de base aliada”, “nos
escritório dos Correio”, “esses detalhe”?
No começo, você pensa que ouviu mal, que não estava prestando a atenção devida.
Por isso, apura os sentidos. Aí vem a surpresa: a linguagem não se altera.
Intimamente, você pergunta-se, a exemplo do que ocorreu com muitas outras
pessoas: como é possível? Afinal, nas 10 ou 15 horas de depoimentos e perguntas
de cada sessão da CPI, cruzam-se as vozes de deputados, senadores, dirigentes de
partidos, secretárias de altos empresários.
Para dizer o menos, trata-se de pessoas para que a linguagem constitui importante
forma de comunicação, de expressão ou de convencimento. Em maior ou menor
grau, frequentaram boas escolas (presume-se), tiveram acesso aos diversos níveis
de ensino formal, muitas até exibem um anel universitário. Como admitir, então,
tamanho descaso com o idioma?
Engana-se quem pensa que tudo se limitou a enunciar ou não um s no fim das
palavras. A concordância também não escapou incólume desse escapamento
verbal: “Indiquei x nomes. Esses nomes foi pra cá ou pra lá.”/ “A Senhora tem tudo
pra fazer que seja reparado os danos cometidos.”/ “O que me traz à CPI é alguns
assuntos como...”. E os casos clássicos do gênero, claro, dificilmente ficariam
ausentes: “Haviam muitos problemas a resolver”, “houveram casos que eu não
gostaria de mencionar”, “faziam dois anos que eu vinha alertando os dirigentes”, “já
fazem 10 horas que estamos reunidos e nada se resolver até agora”.
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ATIVIDADE
Nesse contexto, qual a diferença entre o uso das palavras erros e transgrediu?
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O VALOR DO BOM PORTUGUÊS
Falar e escrever bem ajuda na hora que arrumar emprego, conseguir promoção e
até para conquistar namorado ou namorada. Mas não vá exagerar na dose e virar
um patrulheiro da língua, porque geralmente “pega mal”.
PORTUGUÊS
“DISPENSEI UM FUNCIONÁRIO QUE ESCREVIA MAL”
“Há um mês atrás, mandei embora um funcionário da área administrativa porque ele
escrevia e falava muito mal. Ele tinha sérias dificuldades com a língua portuguesa.
Errava ortografia, concordância, não percebia que os documentos eram formais e
exigiam textos organizados e corretos. Sua função era escrever relatórios a clientes
e, para isso, a clareza e a correção gramatical são imprescindíveis.
Eu observo que conhecer bem a língua, atualmente, é uma necessidade, e por isso,
exijo isso de meus funcionários. Não adianta querer fazer um cursinho rápido para
aprender a escrever bem. A formação e o ensino se alicerçam em muitos anos de
estudo. Quem não dá importância a uma boa formação e não cultiva o hábito de
leitura vai enfrentar sérias dificuldades para trabalhar. Um dos requisitos para admitir
uma pessoa como funcionária da minha empresa é apresentar uma boa redação.”
( Pedro Luís, empresário)
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A aproximação entre as pessoas para promover diálogos, utilizando os meios
mais adequados a cada contexto, sejam eles presenciais ou digitais.
PORTUGUÊS
clientes e colaboradores;
6. Sugere-se uma nova plataforma aberta de governo, onde os dados serão de
acesso público e a sociedade poderá usá-los de forma a acompanhar o que está
sendo feito e a customizar o uso, gerando aplicativos que possam beneficiar tanto o
próprio povo, quanto o governo, aproximando assim os dois lados interessados nas
políticas aplicadas àquele contexto;
7. Defesa de escolas que adotem o uso das ferramentas digitais de informação e
comunicação dentre outras estratégias educacionais para desenvolver competências
e habilidades de leitura e escutas críticas, do diálogo, da capacidade de lidar com a
diversidade sem preconceitos, da construção coletiva de conhecimentos e criação
de soluções colaborativas para os desafios complexos do mundo no qual vivem;
8. Tais alterações significam compreender a necessidade do compartilhamento
aberto e livre de ideias, através de novas formas criativas de remuneração, seja a
distância ou no presencial;
9. Sugere-se a todos que assinem esse manifesto que sejam estimulados a se
aprofundar cada vez mais em ferramental teórico e prático sobre esse novo
ambiente, a fim de promover tais alterações, procurando, o máximo possível,
coerência entre discurso e ações, em direção a um mundo mais colaborativo,
estimulados por Gandhi "Seja a mudança que você quer ver no mundo";
10. Sugere-se ainda promover ações que minimizem a compulsão informacional que
gera ansiedade, alienação, pouco significado e, portanto, repetição de modelos e
não mudanças;
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
TEXTO : DE OLHO NO LIXO
Você já reparou na quantidade de lixo que produz todo dia? Por mais cuidado
que a gente tenha, sempre surgindo migalhas de pão, potes vazios, cascas de
banana, papéis, restos de borracha, e outros .... Fabricamos lixo o tempo todo.
Até hoje não conseguimos um jeito de evitar que isso aconteça. E o curioso é
que, quanto mais industrializado é um pais, maior é a quantidade de lixo que ele
produz.A história do lixo é tão antiga quanto a humanidade. Só que havia menos
gente e eram jogados fora basicamente restos de comida e materiais orgânicos.
Pelo que se sabe, a Roma antiga foi uma das primeiras a enfrentar o
problema, pois tinha muitos habitantes. Os romanos despejavam o lixo e o esgoto
nos rios, onde os resíduos eram dissolvidos pela correnteza e carregados para o
mar.
Depois, na Idade Média, nos povoados que existiam na região que hoje é a
PORTUGUÊS
Europa, o lixo se acumulava nas ruas e facilitava a transmissão de doenças. Mais
tarde, as cidades cresceram e ganharam sistemas de esgoto e novos reservatórios
de água, o que ajudava a manter a higiene e a limpeza. Mas a população e a
produção de lixo foram aumentando.
PROBLEMA SÉRIO
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TEXTO E INTERPRETAÇÃO
É difícil fugir ao irresistível apelo dos supermercados. É nele que o homem satisfaz a
todas as necessidades de consumidor. A primeira intenção de quem entra num
supermercado é comprar tudo. Um conhecido meu, consumidor consagrado, já
confessou que seu maior desejo é poder se atirar sobre as prateleiras, abrir pacotes,
latas e caixas de biscoitos, queijo, compotas, doces e ficar ali esparramado,
comendo até sair pelos ouvidos.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A colocação dos artigos nas prateleiras é matematicamente calculada. Os que têm
saída certa ficam embaixo. Os de venda difícil são colocados à altura dos olhos. Dos
olhos e principalmente das mãos. E há ainda as embalagens, feitas de forma a atrair
o consumidor. Tem muita gente que só compra pela embalagem, tem gente que
ainda faz pior. Só come a embalagem.
Na zona Sul o que mais se vende é o enlatado. Os artigos de toucador não saem
muito. O cidadão da zona sul não dorme de touca. Na zona norte, em primeiro lugar
vem os artigos de primeira necessidade, em segundo os de segunda necessidade e
em terceiro os de quarta necessidade. Os supermercados ainda não vendem os de
terceira necessidade.
PORTUGUÊS
Ao todo, os supermercados cariocas vendem 80 por cento dos artigos
comercializados. E eu fico aqui pensando como sobreviviam nossos antecessores
sem supermercados. Aliás, por que não instalam mais supermercados no nordeste
para que o pessoal também possa comer melhor? Em São Paulo a proporção é
menor que no Rio. Ainda assim, o Jumbo, da cadeia do Pão de Açúcar, oferece
quase 70.000 tipos de produtos. Os supermercados praticamente têm de tudo.
Alguns tem até desabamento.
A única figura disponível para uma conversinha é a caixa. Mas seu trabalho diário
batendo alucinadamente naquelas teclas da registradora, já as transformou em
verdadeiros autômatos. As caixas falam por números. Alguns sociólogos explicam
que a presença de toda a família é a forma de exercitar a conversa. Outros admitem
que a família se reúne para ir a um supermercado porque a família que compra
unida continua unida. A grande maioria dos estudiosos, porém, prefere acreditar que
o supermercado seja um programa tão atraente quanto um circo ou um parque de
diversões. É também no supermercado que os garotos tiram as frustrações do
automóvel, dirigindo os carrinhos de compras.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5- De acordo com o texto lido, compras de impulso são uma particularidade de :
Suporte: Jornal
PORTUGUÊS
Propaganda a ser limitada
Não se trata de proibir o consumo de álcool, mas esses números deixam claro, por
outro lado , que ninguém deveria ser estimulado a beber. A propaganda é uma
atividade legítima para a esmagadora maioria dos produtos e serviços existentes. O
caso das drogas lícitas é uma exceção. A Constituição Federal, em seu artigo 220,
prevê restrições a esse tipo de publicidade. 43
2)Por que esse tema estava sendo debatido no Brasil naquele momento?
3) Segundo o texto qual é o motivo de esse projeto não ter sido votado e entrado
em acordo?
5) Segundo o editorial, a votação do Projeto de lei não ocorrerá antes dos Jogos
Olímpicos de Pequim ou da Copa de 2.014. Por que o jornalista deduz isso?
10) O texto nos remete a uma realidade combatida todos os dias. O que
recentemente foi proposta de redação do ENEM./2013. Comente sobre a Lei Seca
PORTUGUÊS
no Brasil. (Parágrafo dissertativo).
TEXTO I
PAPOS
_ Me disseram...
_Disseram-me.
_Hein?
_ Lhe digo?
_Esquece.
_Depende.
_Agradeço-lhe a permisão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais
dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
_Por quê?
Questões
46
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
E) O autor, em forma de zombaria, critica o uso da norma padrão em situação de
oralidade.
PORTUGUÊS
E) Provocar um efeito de humor com as dificuldades do personagem.
5) O texto de Luís Fernando Veríssimo é uma crônica ficcional que tem como
finalidade demonstrar que: (0.5)
47
TEXTO II: “As motos Flex da Honda emitem menos gás carbônico e são mais
econômicas na hora de abastecer. A natureza agradece. O seu bolso também.”
A) I , III, IV
B) I, II, III
C) I, II, IV
D) II, III, IV
48
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A era da falta d'água
Uma previsão catastrófica marca o colapso da água no mundo para o ano 2025. Foi
dada a largada para a corrida em busca de soluções. Veja o que se pode fazer para
não entrarmos pelo cano.
Por Claudio Angelo, Mariana Mello e Maria Fernanda Vomero colaboraram Mônica
Rentschler, de Tóquio, e Daniel Blumenthal, de Jerusalém Se você se comove
quando vê imagens como esta, melhor recolher as lágrimas e guardá-las. Vai piorar.
O velho pesadelo dos ambientalistas de que as reservas mundiais de água doce vão
entrar em colapso em algum momento do século XXI nunca esteve tão próximo de
virar realidade. Um estudo das Nações Unidas divulgado este ano prevê que 2,7
bilhões de seres humanos - 45% da população mundial - vão ficar sem água no ano
2025. O problema já afeta 1 bilhão de indivíduos, principalmente no Oriente Médio e
norte da África.
PORTUGUÊS
O precário abastecimento d'água desses lugares vai falir por vários motivos. "Nos
últimos cinquenta anos, a população mundial triplicou e o consumo de água
aumentou seis vezes", sintetiza o ecólogo paulista José Galizia Tundisi, do Instituto
Internacional de Ecologia. Com a população cresce também a agricultura, a
atividade humana que mais consome o líquido. "Os países em desenvolvimento vão
aumentar seu uso de água em até 200% em 25 anos", disse Shiklomanov à SUPER.
Gente demais já basta para tornar a situação aflitiva em um terço do planeta. Para
piorar, a saúde dos rios - as principais fontes de água doce da Terra - está piorando.
Metade dos mananciais do planeta está ameaçada pela poluição e pelo
assoreamento. Só a Ásia despeja anualmente em seus cursos d'água 850 bilhões de
litros de esgoto. E cada litro de sujeira num rio inutiliza 10 litros da sua água. "A
humanidade sempre tratou a água como um recurso inesgotável", explica o
hidrogeólogo Aldo Rebouças, da Universidade de São Paulo (USP). "Estamos
descobrindo, da pior forma possível, que não é bem assim."
49
A propósito do texto:
2 - Sabendo que eco – significa “causa, meio ambiente”, hidro- significa “água”,
geo – terra, e logo “ o que estuda”, tente explicar o que fazem um hidrogeólogo e
um ecólogo. Há, no quarto parágrafo, algumas expressões que jornalistas usam
com objetivo de aproximar-se do leitor. Transcreva-as e explique por que elas foram
estrategicamente escolhidas para falar do assunto em questão.
50
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4- Com base na tirinha, qual das ações apresentadas é avaliada NEGATIVAMENTE
PORTUGUÊS
pelo personagem, em decorrência da seca?
a. Cutucar o nariz
b. Olhar o céu azulão
c. Ver ipês floridos
d. Usar umidificador
51
52
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
DETALHES
O velho porteiro do palácio chega em casa, trêmulo. Como sempre que tem baile no
palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem
olha para a xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à
aguardente. Atira-se na sua poltrona perto do fogão e toma um longo gole de
bebida, pelo gargalo.
___ Helmuth, o que foi?
___ Espera, Helga. Deixa eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
___ Conta, homem! O que houve com você? Aconteceu alguma coisa no baile?
___ Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com
convite, tudo direitinho. Sempre tem, é claro, o filhinho de papai sem convite que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De
repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem,
salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão
bonita, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
___ Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com
PORTUGUÊS
convite, tudo direitinho. Sempre tem, é claro, o filhinho de papai sem convite que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De
repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem,
salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão
bonita, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
___ Bom, Helmuth. Até aí...
___ Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela
escadaria, mas nada de mais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do
palácio. Olho para trás e vejo uma mulher maltrapilha que desce pela escadaria,
correndo. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
___ Bom, Helmuth. Até aí...
___ Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela
escadaria, mas nada de mais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do
palácio. Olho para trás e vejo uma mulher maltrapilha que desce pela escadaria,
correndo. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
___ O príncipe?
___ Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me
preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um
clarão. Me viro e...
___ E o quê, meu Deus?
O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
___ Você não vai acreditar.
___ O príncipe?
53
54
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Observando abreviaturas
PARTE II
PORTUGUÊS
As correspondências oficiais e empresariais obedecem a certos parâmetros
técnicos e por isso recebem o nome de correspondências técnicas, sendo objeto
deste estudo.
1.CAPA
2.FOLHA DE ROSTO
3.DEDICATÓRIA
4.AGRADECIMENTOS.
5.SUMÁRIO
6.INTRODUÇÃO
7.DESENVOLVIMENTO
8.CONCLUSÃO
9.BIBLIOGRAFIA
55
2.FOLHA DE ROSTO: Apresenta o(s) nome(s) do(s) autor(es), o título, local e ano.
Deve conter informações sobre a apresentação do trabalho (nome da disciplina, do
professor orientador e da escola).
1. Papel
A digitação deverá ser em papel branco, formato A4 (21,0 cm X 29,7 cm), sempre no
anteverso (frente) das folhas, tendo como única exceção a folha de rosto, onde,
opcionalmente, deve ser colocada no verso a ficha catalográfica do trabalho.
56
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2. Capa
PORTUGUÊS
57
3. Folha de rosto
4. Sumário
58
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Os indicativos das seções devem ser alinhados à esquerda.
5. Texto
5.1. Fonte
PORTUGUÊS
Arial ou Times New Roman
Escolhidas a fonte, ela deverá ser utilizada para todo o trabalho, incluindo
notas de rodapé, citações e titulações.
Tamanho: 12
Cor: Automática
O tamanho da fonte deverá ser 12 para o desenvolvimento do texto, 10
para citações longas (mais de três linhas), paginação, notas de
ilustração, rodapé e outras notas e 14 para títulos. A impressão do trabalho
deverá ser em cor preta. Somente poderão ser utilizadas cores para as
ilustrações.
5.2. Parágrafo
Parágrafo – o texto inicia-se a 2,0 cm da margem esquerda e não deve dar
espaço entre um parágrafo e outro.
Menu formatar – Parágrafo – Recuo – Especial de primeira linha – 2,0
cm
59
O texto de todo o trabalho deve ser digitado com espaçamento entrelinhas 1,5 (um e
meio). As citações longas e as notas de rodapé deverão ser digitadas com
espaçamento simples nas entrelinhas, dentro do corpo do trabalho.
Superior e esquerda = 3 cm
Inferior e direita = 2 cm
Numeração da página
Para o trabalho acadêmico, todas as folhas a partir da folha de rosto devem ser
contadas. A numeração deve ser feita com algarismos arábicos, sempre no canto
superior à direita da folha, a 2,0 cm da borda superior e da borda direita. Em
trabalhos com mais volumes, deve ser mantida a numeração sequencial das
páginas.
60
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5.5 Títulos das seções e subseções
Os títulos das seções e subseções devem ser separados do texto por dois
espaços de 1,5 cm de entrelinhas, tanto do texto anterior quanto do texto posterior.
Não se pode usar pontuação no final do título da seção ou subseção.
PORTUGUÊS
6. Ilustrações ( Figuras ou fotos), gráficos e tabelas
Deverão ser inseridos sempre em uma caixa de texto
7. Referências
Elemento obrigatório. É um conjunto de elementos que permitem a
identificação de publicações, no todo ou em parte. Esses elementos podem
ser essenciais ou complementares e são extraídos do documento que
estiver sendo referenciado. Os elementos essenciais são informações
indispensáveis à identificação do documento e, quando necessário, vêm
acrescidos de elementos complementares (informações acrescentadas para
melhor caracterizar os documentos).
Ao final do trabalho, as identificações de todas as fontes efetivamente
utilizadas na realização do trabalho serão organizadas em uma lista
alfabética denominada “referências”.
61
62
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PORTUGUÊS
Magalhães. - 3.ed. reform -São Paulo : Atual ,2008
63
65
66
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 1
MATEMÁTICA
APLICADA
Sumário
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 70
2 CONJUNTOS..................................................................................................................71
2.1 Conceitos de conjuntos.......................................................................................................................................... 71
2.1.1 Conjunto vazio:............................................................................................................................................. 71
2.1.2 Subconjuntos:............................................................................................................................................... 71
2.1.3 Pertinência:.................................................................................................................................................. 72
2.1.4 Igualdade:.................................................................................................................................................... 72
2.1.5 Desigualdade:.............................................................................................................................................. 72
2.1.6 Complementar:............................................................................................................................................ 72
2.2 Operações entre conjuntos:.................................................................................................................................. 73
2.2.1 Diferença de conjuntos :............................................................................................................................... 73
2.2.2 União de Conjuntos:..................................................................................................................................... 74
2.2.3 Intersecção de Conjuntos:........................................................................................................................... 74
3 CONJUNTOS NUMÉRICOS............................................................................................. 75
3.1 Conjunto dos números naturais (IN).....................................................................................................................75
3.2 Conjunto dos números inteiros (Z)....................................................................................................................... 76
3.3 Conjunto dos números racionais (Q).................................................................................................................... 76
3.4 Conjunto dos números irracionais....................................................................................................................... 77
3.5 Conjunto dos números reais (IR).......................................................................................................................... 77
LISTA DE EXERCÍCIOS - CONJUNTOS........................................................................................................................ 78
4 NÚMEROS DECIMAIS...................................................................................................... 81
4.1 Frações Decimais................................................................................................................................................... 81
4.2 Numeração decimal..............................................................................................................................................82
4.2.1 Números Decimais.......................................................................................................................................82
4.2.2 Leitura dos números decimais....................................................................................................................83
4.2.3 Transformação de números decimais em frações decimais.......................................................................86
4.2.5 Decimais equivalentes.................................................................................................................................86
4.2.6 Comparação de números decimais............................................................................................................. 87
4.3 Operações com números racionais decimais.......................................................................................................88
4.3.2 Subtração.....................................................................................................................................................88
4.3.3 Multiplicação..............................................................................................................................................89
4.3.4 Divisão.........................................................................................................................................................90
4.3.6 Raiz Quadrada.............................................................................................................................................95
4.3.7 Expressões Numéricas................................................................................................................................96
LISTA DE EXERCÍCIOS – NÚMERO DECIMAL.............................................................................................................. 97
6 REGRA DE TRÊS............................................................................................................109
6.1 Regra de três simples.......................................................................................................................................... 109
6.2 Regra de três composta.......................................................................................................................................113
LISTA DE EXERCÍCIOS REGRA DE TRÊS.....................................................................................................................115
7 PORCENTAGEM.............................................................................................................. 117
7.1 Razão centesimal..................................................................................................................................................117
LISTA DE EXERCICÍOS - PORCENTAGEM.................................................................................................................. 119
8 JUROS SIMPLES.............................................................................................................122
LISTA DE EXERCÍCIOS – JUROS SIMPLES................................................................................................................. 124
9 PROGRESSÃO................................................................................................................125
9.1 Progressão Aritmética........................................................................................................................................ 125
9.2 Progressão Geométrica...................................................................................................................................... 127
MATEMÁTICA APLICADA
9.2.1 Cálculos do termo geral............................................................................................................................ 127
9.2.2 Soma dos n primeiros termos de uma PG................................................................................................. 128
9.2.3 Soma dos termos de uma PG decrescente e ilimitada.............................................................................. 128
LISTA DE EXERCÍCIOS – PROGRESSÃO.................................................................................................................... 129
10 INTRODUÇÃO A ESTATÍSTICA........................................................................................130
10.1 População e amostra..........................................................................................................................................131
10.2 Médias de tendência central............................................................................................................................. 132
10. 2.1 Média aritmética simples....................................................................................................................... 132
10.2.2 Média ponderada..................................................................................................................................... 132
10.2.3 Moda......................................................................................................................................................... 133
10.2.4 Mediana.................................................................................................................................................... 133
10.3 Medidas de dispersão........................................................................................................................................ 134
10.3.1 Variância................................................................................................................................................... 134
10.3.2 Desvio-padrão......................................................................................................................................... 134
LISTA DE EXERCÍCIOS – INTRODUÇÃO A ESTATÍSTICA........................................................................................... 135
Salário 69
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................................................... 140
ANEXOS 1.........................................................................................................................141
69
ATIVIDADES PONTUAÇÃO
2º BIMESTRE
ATIVIDADES PONTUAÇÃO
70
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2 CONJUNTOS
B= {2,3,5,7,11,13...}
MATEMÁTICA APLICADA
É um conjunto que não possui elementos. O conjunto vazio é
representado por { } ou . Uma propriedade contraditória qualquer pode ser
usada para definir o conjunto vazio.
2.1.2 Subconjuntos:
71
3 A e -3 A
2.1.4 Igualdade:
2.1.5 Desigualdade:
2.1.6 Complementar:
CAB= {-4,-3}
72
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
SÍMBOLOS
/ : tal que
MATEMÁTICA APLICADA
2.2 Operações entre conjuntos:
73
pertencentes a A ou B, ou seja:
74
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
SÍMBOLOS DAS OPERAÇÕES
: A intersecção B
: A união B
A - b: diferença de A com B
: a menor ou igual a b
: a maior ou igual a b
MATEMÁTICA APLICADA
:aeb
: a ou b
3 CONJUNTOS NUMÉRICOS
IN={0, 1, 2, 3, 4, 5,...}
75
O conjunto IN é subconjunto de Z.
Temos também outros subconjuntos de Z:
Z* = Z-{0}
Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = {0,1,2,3,4,5,...}
Z_ = conjunto dos inteiros não positivos = {0,-1,-2,-3,-4,-5,...}
5 3 3
Então : -2, − , − 1, , 1, , por exemplo, são números racionais.
4 5 2
Exemplos:
−3 −6 −9
a) − 3 = = =
1 2 3
1 2 3
b) 1 = = =
1 2 3
76
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Assim, podemos escrever:
a
Q = {x | x = , com a ∈ Z , b ∈ Z e b ≠ 0}
b
1 5 75
= 0,5 − = −1,25 = 3,75
2 4 20
1 6 7
= 0,333... = 0,857142857142... = 1,1666...
3 7 6
MATEMÁTICA APLICADA
Toda decimal exata ou periódica pode ser representada na forma de
número racional.
2 = 1,4142135...
3 = 1,7320508...
Obs.: Entre dois números inteiros existem infinitos números reais. Por
exemplo:
Entre os números 1 e 2 existem infinitos números reais:
1,01 ; 1,001 ; 1,0001 ; 1,1 ; 1,2 ; 1,5 ; 1,99 ; 1,999 ; 1,9999 ...
Entre os números 5 e 6 existem infinitos números reais:
5,01 ; 5,02 ; 5,05 ; 5,1 ; 5,2 ; 5,5 ; 5,99 ; 5,999 ; 5,9999 ...
78
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Calcule:
a) (A∩B) ∪ (B∩C) =
b) (A∩C) ∪ B =
4- Em uma escola, 100 alunos praticam vôlei, 150 futebol, 20 os dois esportes e
110 alunos, nenhum esporte. O número total de alunos é.
5- Em uma classe 30 alunos acertaram a primeira questão de uma prova e 25
alunos acertaram a segunda questão dessa prova. A prova continha apenas
duas questões e todos os alunos da classe acertaram pelo menos uma
questão.
a) Qual é o máximo de alunos que essa classe pode ter? Em qual
situação?
MATEMÁTICA APLICADA
7- Um banco de sangue catalogou 60 doadores assim distribuídos:
. 29 com sangue tipo O;
a) A ∪ B ∪ C
b) A ∩ B ∩ C
c) (A – B) ∩ C
d) A ∪ (B – C)
79
a) (E ∩ F) ∩ G
b) (E ∩ G)
c) G ∩ (E ∪ F)
d) (E ∩ F) ∪ (F ∩ G)
e) (E ∪ F) ∪ G
80
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4 NÚMEROS DECIMAIS
MATEMÁTICA APLICADA
francês François Viéte.
O uso dos números decimais é bem superior ao dos números
fracionários. Observe que nos computadores e nas máquinas calculadoras
utilizamos unicamente a forma decimal.
Observe as frações:
81
= 0,1
= 0,01
= 0,001
= 0,0001
= 0,5
= 0,05
= 0,005
= 0,0005
82
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Fração Decimal = Números Decimais
= 11,7
= 1,17
= 0,117
= 0,0117
Os números 0,1, 0,01, 0,001; 11,7, por exemplo, são números decimais.
Nessa representação, verificamos que a vírgula separa a parte
inteira da parte decimal.
MATEMÁTICA APLICADA
4.2.2 Leitura dos números decimais
No sistema de numeração decimal, cada algarismo, da parte inteira ou
decimal, ocupa uma posição ou ordem com as seguintes denominações:
83
* Décimo = 0,1
* Centésimo = 0,01
* Milésimo = 0,001
* Décimo Milésimo = 0,0001
* Centésimo Milésimo = 0,00001
* Milionésimo = 0,000001
* Décimo Milionésimo = 0,0000001
* Centésimo Milionésimo = 0,00000001
* Bilionésimo = 0,000000001
* Décimo Bilionésimo = 0,0000000001
* Centésimo Bilionésimo = 0,00000000001
* Trilionésimo = 0,000000000001
* Décimo Trilionésimo = 0,0000000000001
* Centésimo Trilionésimo = 0,00000000000001
Exemplos:
Exemplos:
0,1 : um décimo;
0,79 : setenta e nove centésimos
Observação:
84
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Todo números natural pode ser escrito na forma decimal, bastando
colocar a vírgula após o último algarismo e acrescentar zero(s).
Exemplos:
MATEMÁTICA APLICADA
Verifique então que:
85
86
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Verificamos que 0,4 representa o mesmo que 0,40, ou seja,
são decimais equivalentes.
Logo, decimais equivalentes são aqueles que representam a mesma
quantidade.
Exemplos:
MATEMÁTICA APLICADA
4.2.6 Comparação de números decimais
Exemplos:
3,4 > 2,943, pois 3 >2. 10,6 > 9,2342, pois 10 > 9.
Exemplos:
0,75 > 0,7 ou 0,75 > 0,70 (igualando as casas decimais), pois 75 > 70.
8,3 > 8,03 ou 8,30 > 8,03 (igualando as casas decimais ), pois 30 > 3.
87
Método prático
Exemplos:
1,28 + 2,6 + 0,038 35,4 + 0,75 + 47 6,14 + 1,8 + 0,007
4.3.2 Subtração
Considere a seguinte subtração:
3,97 - 2,013
Transformando em fração decimais, temos:
88
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Método prático
1º) Igualamos o números de casas decimais, com o acréscimo
de zeros;
2º) Colocamos vírgula debaixo de vírgula;
3º) Efetuamos a subtração, colocando a vírgula na diferença,
alinhada com as demais.
Exemplos:
3,97 - 2,013 17,2 - 5,146 9 - 0,987
4.3.3 Multiplicação
Considere a seguinte multiplicação: 3,49 · 2,5
MATEMÁTICA APLICADA
Transformando em fração decimais, temos:
Método prático
Multiplicamos os dois números decimais como se fossem naturais.
Colocamos a vírgula no resultado de modo que o número de casas decimais do
produto seja igual à soma dos números de casas decimais do fatores.
Exemplos:
3,49 · 2,5
1,842 · 0,013
89
Exemplo:
5 · 0,423 = 2,115
2. Para se multiplicar um número decimal por 10, 100, 1.000, ..., basta
deslocar a vírgula para a direita uma, duas, três, ..., casas decimais.
Exemplos:
4.3.4 Divisão
90
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Método prático
Exemplos:
• 1,4 : 0,05 Efetuado a divisão
• 6 : 0,015
Efetuando a divisão
Igualamos as casas decimais 6,000 : 0,015
MATEMÁTICA APLICADA
Suprimindo as vírgulas 6.000 : 15
Logo, o quociente de 6 por 0,015 é 400.
Efetuando a divisão
• 4,096 : 1,6
91
- Suprimos a vírgula;
- Efetuamos a divisão.
92
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Em algumas divisões, o acréscimo de um zero ao resto ainda não torna
possível a divisão. Nesse caso, devemos colocar um zero no quociente e
acrescentar mais um zero ao resto.
Exemplos:
• 2,346 : 2,3 Verifique 460 (décimos) é inferior ao
divisor (2.300). Colocamos, então, um
zero no quociente e acrescentamos
mais um zero ao resto.
MATEMÁTICA APLICADA
Logo, o quociente de 2,346 por 2,3 é 1,02.
Observação:
Para se dividir um número decimal por 10, 100, 1.000, ..., basta deslocar a
vírgula para a esquerda uma, duas, três, ..., casas decimais.
Exemplos:
93
94
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Exemplos:
13 : 7 = 1,8 (aproximação de décimos)
13 : 7 = 1,85 (aproximação de centésimos)
13 : 7 = 1,857 (aproximação de milésimo)
Cuidado!
No caso de ser pedido um quociente com aproximação de uma divisão exata,
devemos completar com zero(s), se preciso, a(s) casa(s) do quociente
necessária(s) para atingir tal aproximação.
Exemplo:
O quociente com aproximação de milésimos de 8 de 3,2 é :
MATEMÁTICA APLICADA
4.3.5 Potenciação
95
96
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
LISTA DE EXERCÍCIOS – NÚMERO DECIMAL
MATEMÁTICA APLICADA
c) 1000 =
56
d) 10 =
43
e) 1000 =
1234
f) 10 =
51005
g) 100 =
57803
h) 100 =
97
6- Efetue as divisões :
a) 4,38: 10
b) 59,61:10
c) 381,7:10
d) 674,9:100
e) 85,35:100
f) 6312,4:100
g) 7814,9:10000
7- Efetue as divisões :
h) 5,38: 0,1
i) 85,61:0,01
j) 0,012:0,01
k) 5,9:0,001
l) 0,00084:0,0001
m) 0,45:0,001
n) 0,8: 0,1
98
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
8- Calcular o valor das expressões:
3
c) √0,027 = g) (5,97)4 =
d) √ 6,25 = h) (0,57)3 =
MATEMÁTICA APLICADA
Na França, em 1793, foi adotado um sistema de medidas mais prático e
eficiente. É o sistema métrico decimal dividido das seguintes medidas:
comprimento, superfície ou área, volume, capacidade e massa. Brasil aderiu
este sistema em 1862.
Km Hm Dam m dm cm Mm
99
Ou seja:
17,475 hm = 1747,50m
186,8 ÷ 10 = 18,68
Ou seja:
186,8m = 18,68dam
Ou seja:
2,462dam = 2462cm
Equivalências:
1 jarda = 1 yd = 0,914399 m
100
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Múltiplo Nome Símbolo Múltiplo Nome Símbolo
hectômetro /
102 Hm 10–2 centímetro cm
/ hectómetro
quilômetro /
103 Km 10–3 milímetro mm
/ quilómetro
MATEMÁTICA APLICADA
106 megametro Mm 10–6 micrômetro µm
101
Transformar unidades
Ou seja:
186,8 ÷ 00 = 1,868
Ou seja:
102
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Centiare(ca) = m²
MATEMÁTICA APLICADA
1000 000 000 1000 000 m³ 1 000 m 1 m³ 0,001 m³ 0,000001m³ 0,000000001
m³ m³
Transformar unidades
Ou seja:
6 m³ = 6 000 dm³
103
kℓ hℓ daℓ ℓ dℓ cℓ mℓ
Transformar unidades
b) Transforme 3,2 mℓ em ℓ.
104
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Relação entre as medidas de capacidade e as medidas de volume
1 ℓ = 1dm³
1 mℓ = 1cm³
Ex. a) Transformar 2 m³ em ℓ
b) Transformar 6 ℓ em cm³
MATEMÁTICA APLICADA
6 ℓ = 6 dm³ = ( 6 x 1 000) cm³ = 6 000 cm³
kg Hg dag G dg cg mg
105
b) Transforme 186,8 dg em g
186,8 ÷ 10 = 18,68
1) Faça as transformações:
a) 2 m = cm
b) 25 cm = mm
c) 0,05 dm = km
d) 68 mm = cm
e) 8,3 cm = dm
f) 3,45 km = m
g) 0,003 cm = mm
h) 1 mm = km
i) 0,34 dm= dam
j) 5,33 hm= cm
k) 54,32 km= m
l) 845,78 mm= dam
m) 3,3 mm = hm
n) 87,45 dam = mm
o) 543,2 cm= km
106
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2) Dê o resultado em cm:
3) Responda:
5) Faça as transformações:
a) 3 m2= cm2
b) 5 cm2 = mm2
MATEMÁTICA APLICADA
c) 405 dm2 = km 2
d) 77m 2= cm2
e) 93 cm2 = dm2
f) 245 km 2= hm2
g) 1,2 dam2 = cm2
h) 1 mm2 = km2
i) 0,34 dm2= dam2
j) 5,33 hm 2 = cm2
k) 54,32 km2 = m2
l) 845,78 mm2 = dam 2
m) 3,3 mm2 = hm2
n) 87,45 dam2 = mm2
o) 543,2 cm2 = km2
107
a) 78,5 m³ = mm³
b) 0,003 cm³ = km³
c) 2 mm³ = hm³
d) 0,34 cm³= km³
e) 22,7 dm³ = dam³
f) 887,3 km³ = dm³
g) 3,3 cm³ = mm³
h) 0,0001 mm³= km³
i) 54,32 hm³ = dm³
j) 5 km³ = cm³
k) 67,98 km³ = dam³
l) 9 cm³ = dm³
m) 7,6 dam³ = hm³
n) 8 km³ = dam³
a) 10 m³ = ℓ
b) 9,3 daℓ = cl
c) 4 k ℓ = mℓ
d) 33,72 hℓ = ℓ
e) 0,987 cm³ = mℓ
f) 8 kℓ = m³
h) 6,32 hℓ = km³
i) 56,87 cℓ = dam³
108
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
j) 200 µℓ= nℓ
l) 0,58 µℓ= pℓ
m) 590µℓ= mℓ
n) 98nℓ= pℓ
o) 9013pℓ= mℓ
p) 10 µℓ= mℓ
q) 219 nℓ= µℓ
r) 0,30 mℓ= nℓ
s) 55 mℓ= pℓ
a) 10 g = kg
MATEMÁTICA APLICADA
b) 9,3 kg = g
c) 4 mg = cg
d) 33,72 hg = mg
e) 0,987 dg = dag
f) 8 hg = mg
g) 23,8 dag = g
h) 6,32 kg = mg
i) 56,87 mg = kg
6 REGRA DE TRÊS
109
Exemplos:
1) Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m2, uma lancha com
motor movido à energia solar consegue produzir 400 watts por hora de energia.
Aumentando-se essa área para 1,5m2, qual será a energia produzida?
110
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.
MATEMÁTICA APLICADA
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª
coluna).
Observe que aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui.
Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos
afirmar que as grandezas são inversamente proporcionais. Assim sendo,
colocamos outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª coluna. Montando
a proporção e resolvendo a equação temos:
111
112
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
6.2 Regra de três composta
MATEMÁTICA APLICADA
Identificação dos tipos de relação:
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª
coluna).
113
Observe que:
Aumentando o número de homens, a produção de carrinhos aumenta.
Portanto a relação é diretamente proporcional (não precisamos inverter a
razão).
Aumentando o número de dias, a produção de carrinhos aumenta.
Portanto a relação também é diretamente proporcional (não precisamos
inverter a razão). Devemos igualar a razão que contém o termo x com
o produto das outras razões.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
114
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um muro com 2m de altura.
Trabalhando 3 pedreiros e aumentando a altura para 4m, qual será o tempo
necessário para completar esse muro?
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x.
Depois se colocam flechas concordantes para as grandezas diretamente
proporcionais com a incógnita e discordantes para as inversamente
proporcionais, como mostra a figura abaixo:
MATEMÁTICA APLICADA
LISTA DE EXERCÍCIOS REGRA DE TRÊS
115
116
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
7 PORCENTAGEM
MATEMÁTICA APLICADA
se razão centesimal.
Alguns exemplos:
João vendeu 50% dos seus 50 cavalos. Quantos cavalos ele vendeu?
Para solucionar esse problema devemos aplicar a taxa percentual (50%)
sobre o total de cavalos.
117
Exemplos:
Calcular 10% de 300.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
118
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Montamos uma equação, onde somando os R$250,00 iniciais com a
porcentagem que aumentou em relação a esses R$250,00, resulte nos
R$300,00.
MATEMÁTICA APLICADA
moram na ilha?
5) Tempos atrás o rolo de papel higiênico que possuiu por décadas 40 metros
de papel, passou a possuir apenas 30 metros. Como o preço do rolo não sofreu
alteração, tal artimanha provocou de fato um aumento de quantos por cento no
preço do metro do papel?
119
10) Um clube está fazendo uma campanha, entre seus associados, para
arrecadar fundos destinados a uma nova pintura na sede social. Contatados
60% dos associados, necessária para a pintura, e que a contribuição média
correspondia a R$ 60,00 por associado contatado. Então, para completar
exatamente a quantia necessária para a pintura, a contribuição média por
associados, entre os restantes associados ainda não contatados, deve ser
igual a:
a) R$ 25,00.
b) R$ 30,00.
c) R$ 40,00.
d) R$ 50,00.
e) R$ 60,00.
a) 40%
b) 35%
120
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
c) 33,33%
d) 30%
e) 25%
a) 25
b) 30
c) 35
d) 40
MATEMÁTICA APLICADA
desconto de 18% para pagamento à vista. Se um carro é anunciado por R$
16.000.00, então o preço para pagamento à vista desse carro será:
a) R$ 13.120,00
b) R$ 13.220,00
c) R$ 13.320,00
d) R$ 13.420,00
e) R$ 13.520,00
14) O custo de produção de uma peça é composta por: 30% para mão de obra,
50% para matéria prima e 20% para energia elétrica . Admitindo que haja um
reajuste de 20% no preço de mão de obra , 35% no preço de matéria prima e
5% no preço da energia elétrica, o custo de produção sofrerá um reajuste de:
a) 60%
b) 160%
c) 24,5%
d) 35%
e) 4,5%
121
a) 30%
b) 35%
c) 40%
d) 45%
e) 50%
8 JUROS SIMPLES
c.i.t
J=
100
Onde: J = juros
C = capital ou principal
i = taxa de juros
t = tempo
M=C+J
122
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Exemplo:
1) Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga com juros de 8%
a.m. pelo regime de juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os
juros que pagarei serão:
J = 1000 x 8 x 2/100 = 160 ou J = 1000 x 0,08 x 2.
Cálculo do montante:
c.i.t
J= ,
100
MATEMÁTICA APLICADA
100
M=C+J→M=70000+2960,42=72960,42
Exercícios resolvidos:
0.13 / 6 = 0.02167
123
J = 40000.0,001.125 = R$5000,00
124
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5- Uma pessoa tem R$ 20.000,00 para aplicar a juros simples. Se aplica
R$ 5.000,00 a taxa mensal de 2,5% e R$ 7.000 a taxa de 1,8% mensal,
então para obter um juro anual de R$ 4.932,00 deve aplicar o restante
por uma taxa mensal de:
6- Uma pessoa tomou um empréstimo de R$ 1.200,00 no sistema
de capitalização simples, quitando-o em uma única parcela, após 4
meses, no valor de R$ 1.260,00. A que taxa anual de correção este
empréstimo foi concedido?
7- Uma quantia de R$ 8.000,00 aplicada durante um ano e meio, a uma
taxa de juros simples de 2,5% a.m. renderá no final da aplicação um
montante de?
8- Qual é o juros produzido pelo capital de R$ 5.600,00 quando
empregados à taxa de 12% a.a durante 5 anos.
9- Fernando fez um empréstimo de R$ 19.200,00 em um banco pelo prazo
fixo de 7 meses, a taxa de 24% ao ano. Quanto Fernando vai devolver
para o banco no fim do prazo?
10- Arthur aplica em um determinado banco R$ 23.000,00 a juros simples.
Após 5 meses resgata totalmente o montante de R$ 25.300,00 referente
MATEMÁTICA APLICADA
a esta operação o aplica em outro banco, durante 4 meses a uma taxa
correspondente ao dobro da 1º. O montante no final do segundo período
é igual a?
11- Julia aplicou R$ 20.000,00 em um determinado banco, por um período
de 10 meses, passados os dez meses Jú retirou o montante de R$
22.000,00 e reaplicou em outra financeira por mais 10 meses, com a
taxa correspondente a metade do da primeira aplicação. Assim o
montante da segunda aplicação foi de?
9 PROGRESSÃO
(a1 + a n ).n
Soma de termos de uma P.A. finita : S n =
2
125
Finalmente conhecendo
conhecendo--sese o valor de a1 e da razão, podemos calcular a soma
dos 15 primeiros termos:
Assim sendo:
A soma dos 15 primeiros termos desta P.A. é igual a 120.
126
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
9.2 Progressão Geométrica
MATEMÁTICA APLICADA
Assim, podemos deduzir a seguinte expressão do termo geral, também
chamado enésimo termo, para qualquer progressão geométrica.
an = a1 x qn-1
an = 2 x (1/2)n-1
127
Seja a PG (a1, a2, a3, a4, ... , a n , ...) . Para o cálculo da soma dos n
primeiros termos Sn, vamos considerar o que segue:
Se substituirmos an = a1 . qn-1
qn 1 , obteremos uma nova apresentação para a
fórmula da soma, ou seja:
Exemplo:
1) Calcule a soma dos 10 primeiros termos
termo s da PG (1,2,4,8,...)
Temos:
128
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Exemplo:
1) Encontre o valor de x para que a sequência (2x, x+1, 3x) seja uma
progressão aritmética.
2) Numa progressão aritmética em que a 2+a7=a4+ak, o valor de k é:
MATEMÁTICA APLICADA
3) Se Sn é a soma dos n primeiros termos da progressão
prog ressão aritmética ((-90,-
86,-82,...)
82,...) então o menor valor de n para que se tenha Sn>0 é:
4) A soma dos n primeiros números pares positivos é 132. Encontre o valor
de n.
5) O número 15 possui quantos múltiplos com 2 dígitos?
12) O sexto termo de uma P.G. é igual a 12500. Se a razão é igual a 5, qual
é o terceiro termo?
129
10 INTRODUÇÃO A ESTATÍSTICA
Estatística é uma ciência exata que visa fornecer subsídios ao analista
para coletar, organizar, resumir, analisar e apresentar dados. Trata de
parâmetros extraídos da população, tais como média ou desvio padrão.
A estatística fornece-nos as técnicas para extrair informação de dados,
os quais são muitas vezes incompletos, na medida em que nos dão informação
útil sobre o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatística extrair
informação dos dados para obter uma melhor compreensão das situações que
representam.
Quando se aborda uma problemática envolvendo métodos estatísticos,
estes devem ser utilizados mesmo antes de se recolher a amostra, isto é, deve-
se planejar a experiência que nos vai permitir recolher os dados, de modo que,
posteriormente, se possa extrair o máximo de informação relevante para o
problema em estudo, ou seja para a população de onde os dados provêm.
Quando de posse dos dados, procura-se agrupa-los e reduzi-los, sob
forma de amostra, deixando de lado a aleatoriedade presente.
Seguidamente o objetivo do estudo estatístico pode ser o de estimar uma
quantidade ou testar uma hipótese, utilizando-se técnicas estatísticas
convenientes, as quais realçam toda a potencialidade da Estatística, na medida
em que vão permitir tirar conclusões acerca de uma população, baseando-se
numa pequena amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido.
Exemplo:
130
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
MATEMÁTICA APLICADA
Amostra.
EXEMPLO:
Aprovados
Masculino 28%
Feminino 13%
Total 41%
131
Exemplo: Três cidades resolveram construir um aterro sanitário, para isto eles
precisam saber qual a media de lixo gerado pelas cidades diariamente. Sabe-
se que a cidade A gera 10 t, a cidade B 3,3 t e a cidade C 1,7 t. Qual a
capacidade media de lixo diária, será depositado neste aterro?
=
= 33
=
33
= =
3
=5t
132
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
DEFINIÇÃO DE MÉDIA ARITMÉTICA PONDERADA:
A média aritmética ponderada p de um conjunto de números x 1, x2, x3,
..., xn cuja importância relativa ("peso") é respectivamente p1, p 2, p3, ..., pn é
calculada da segui
seguinte
nte maneira:
p =
MATEMÁTICA APLICADA
p =
10.2.3 Moda
Define-se
se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se
os dados são discretos, ou, o interval
intervalo
o de classe com maior frequência se os
dados são contínuos.
Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se
obtém se imediatamente o
valor que representa a moda ou a classe modal
modal.
Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de um
conjunto de dad
dados
os qualitativos, apresentados sob a forma de nomes ou
categorias, para os quais não se pode calcular a média e por vezes a mediana.
mediana.
10.2.4 Mediana
A mediana, é uma medida de localização do centro da distribuição dos
dados, definida do seguinte modo:
Ordenados
nados os elementos da amostra, a mediana é o valor (pertencente
ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra
são menores ou iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à
mediana.
133
10.3.1 Variância
10.3.2 Desvio-padrão
o desvio padrão será maior, quanta mais variabilidade houver entre os dados.
134
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
LISTA DE EXERCÍCIOS – INTRODUÇÃO A ESTATÍSTICA
Nº de
Salário
empregados
12 R$ 800,00
5 R$ 1 200,00
3 R$ 2 000,00
MATEMÁTICA APLICADA
R$ 30,00, R$ 40,00 e R$ 50,00 por saca, respectivamente. Quanto vale uma
saca dessa mistura?
a) permanece a mesma.
b) diminui de um ano.
135
7. (UnB)
UnB) Numa turma, com igual número de moças e rapazes, foi aplicada uma
prova de Matemática. A média aritmética das notas das moças foi e a dos
rapazes foi . Qual a média aritméti
aritmética
ca de toda a turma
turma nessa prova?
a) .
b) .
c) .
d) .
e) .
8. (Fuvest
(Fuvest-1999)
1999) A distribuição das idades dos alunos de uma classe é dada
pelo seguinte gráfico:
136
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Qual das alternativas representa melhor a média de idades dos alunos?
a) 16 anos e 10 meses.
b) 17 anos e 1 mês.
c) 17 anos e 5 meses.
d) 18 anos e 6 meses.
e) 19 anos e 2 meses.
MATEMÁTICA APLICADA
a) 4,2
b) 5,0
c) 5,2
d) 6,0
e) 6,2
137
b) R$ 536,00
c) R$ 562,00
d) R$ 640,00
e) R$ 708,00
11. (Fuvest-SP) Uma prova continha cinco questões, cada uma delas valendo 2
pontos. Em sua correção, foram atribuídas a cada questão apenas as notas 0
ou 2, caso a resposta estivesse, respectivamente, errada ou certa. A soma dos
pontos obtidos em cada questão forneceu a nota da prova de cada aluno. Ao
final da correção, produziu-se a seguinte tabela, contendo a porcentagem de
acertos em cada questão:
13. As idades dos jogadores de uma equipa de futebol são: 22, 24, 27, 27, 25,
25, 25, 23, 24, 32, 28
b) Indique a moda.
c) Indique a mediana.
138
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
14. Determinar a media, mediana, moda dos seguintes conjuntos de valores:
a) 2,3 2,1 1,5 1,9 3,0 1,7 1,2 2,1 2,5 1,3 2,0 2,7
0,8 2,3 2,1 1,7
b) 37 38 33 42 35 44 36 28 37 35 33 40 36 35 37
15.Responda a questão abaixo: Média, Mediana e Moda são medidas de:
a) ( ) dispersão
b) ( ) posição
d) ( ) curtose
a) 54, 74, 21, 01,12, 33, 03, 76, 40, 56, 89, 102, 04
b) 87, 45, 12, 120, 107, 05, 34, 02, 09, 01, 19, 29, 22, 17
c) 25, 74, 65, 12, 33, 03, 76, 40, 56
MATEMÁTICA APLICADA
a) ( ) 3 c) ( ) 81
b) ( ) 36 d) ( ) 18
b) ( ) média d) ( ) moda
139
BARRETO FILHO, Benigto; Silva C. X. Matemática: Aula por aula. Vol. único.
São Paulo: FTD, 2000.
Filho, B. B e SILVA, C. X. Matemática. Vol. único. São Paulo: Editora FTD S.A.
http://www.matematicadidatica.com.br/ProbabilidadeConceitos.aspx. Acesso
em: 20 de dezembro, 2013.
140
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ANEXOS 1
MATEMÁTICA APLICADA
2. Considerando que no ponto A são 14 horas, calcule o horário local do
Ponto B a partir dos conceitos
conceitos e estudos sobre fuso horário. Em sua
resposta, desconsidere a possibilidade da existência de horário de verão
e de horas cifradas:
a) 20 horas
b) 18 horas
c) 17 horas
d) 8 horas
141
5. Sabendo
Sabendo-sese que o Brasil foi o país que anunciou a exploração de pré
pré-sal
para o mundo e que esse combustível fóssil o mais consumido do
mundo. O gráfico abaixo apresenta o desenvolvimento do refino de
petróleo no Brasil, de 2003 a 2009.
142
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
6. Considerando que o aumento observado de 2007 a 2009 seja linear e
que assim se mantenha pelos próximos anos, quantos milhões de barris
diários serão refinados em 2015?
a) 1.978
b) 1.994
c) 2.058
d) 2.070
MATEMÁTICA APLICADA
8. Desse modo quantos milhões de barris serão disponibilizados pelos
países asiáticos e da Oceania? (Adaptado)
a) 2 milhões
b) 10 milhões
c) 15 milhões
d) 20 milhões
143
11. I e II.
12. I e IV.
13. III e IV.
14. I, II e III.
11. Em uma população de 350, indivíduos, nascem 70, morrem 60, imigram
50 e emigram 30 indivíduos. Quantos indivíduos foram acrescentados a
essa população?
144
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
MATEMÁTICA APLICADA
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da
direita, de cima para baixo.
a) 2 - 1 - 3 - 4. b) 1 - 2 - 3 - 4.
c) 4 - 2 - 1 - 3. d) 1 - 4 - 2 - 3.
145
146
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
a) Infinitamente grande, ao acaso, atuantes.
b) Infinitamente grande, direcionados, atuantes.
c) Infinitamente grande, ao acaso, ausentes.
d) Pequena, direcionados, ausentes.
MATEMÁTICA APLICADA
mistura foi de 5,4 mg/L. Calcular a DBO do despejo.
20. A DBO5 a 20°C de um despejo é igual a 210 mg/L. Qual será a DBO
final? Qual será a DBO10? Se o frasco tivesse sido incubado a 30°C, qual
seria a DBO5? Dado: k’ = 0,23 d-1
23. Entendendo que o peso aparente de um resíduo é 2\3 do peso real qual
o peso de:
a) papelão a 0,200kg
b) ferro a 2 kg
147
148
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 1
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Disciplina: Educação Ambiental
Avaliações- 1º Bimestre
Avaliações- 2º Bimestre
150
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Educação Ambiental
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
questão ética e política."
Pós- Segunda Guerra Mundial foi dada ênfase a estudos relacionados ao meio
ambiente; na década de 1960, o termo “Educação Ambiental” foi mencionado como forma
de buscar a conscientização ambiental. Esse assunto foi tratado na Conferência das
Nações Unidas (Estocolmo em 1972) e foi a primeira atitude mundial a tentar preservar o
meio ambiente. Em um âmbito Internacional, foi criado pela ONU em 1975, o PIEA
Programa internacional de Educação Ambiental, no Brasil, em 1973 houve a
Institucionalização da EA no governo federal através da Criação da Secretaria Especial de
Meio Ambiente onde declaravam que “o esclarecimento e a educação do povo brasileiro
para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio
ambiente”. Em 1984 foi criado o Programa Nacional de Educação Ambiental (Pronea) e
em 1988 a Educação Ambiental foi dada como direito de todos e dever do Estado no
capítulo de meio ambiente da Constituição, em suma a educação ambiental se resume
em:
1992 - Criação dos Núcleos de Educação Ambiental pelo IBAMA e dos Centros de
Educação Ambiental pelo MEC;
151
Desenvolvimento Sustentável
Fatores como o crescimento intenso urbano na década de 1960, a crise do
petróleo na década de 1970, colocaram como questão a ser tratada o Desenvolvimento
Sustentável, então, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada
pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental, elaborando um conceito para
Desenvolvimento Sustentável: “Atender às necessidades da atual geração, sem
comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas.”.
152
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Imagem 1:
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Portanto, sustentabilidade não trata apenas de gestão ambiental e conservação
da natureza, crescimento e lucro e ação social, mas sim, de criar capacidades, saber
integrar valorizar, além de proteger e conservar, dialogar, conciliar objetivos e
perspectivas, comunicar.
153
Para se ter uma cidade com certa qualidade de vida para seus moradores é
necessário planejar todas as decisões, balancear os interesses econômicos com a
preservação ambiental e a questão social. A sustentabilidade torna se impossível de ser
colocada em prática com a adoção de um modelo de crescimento. Marcos Esdras Leite,
Iara Soares de França,
Belo Horizonte
Belo Horizonte foi a primeira cidade planejada do país no período entre 1894 e
1897, foi imaginada para ser cidade de fácil locomoção, com quadras junto a longas
avenidas, quando foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897, Belo Horizonte contava
com 25.000 habitantes, iniciada sua construção, os idealizadores do projeto previram que
a cidade alcançaria a marca de 100 mil habitantes apenas quando completasse 100 anos,
porém, em 1997, ano do centenário, a cidade possuía mais de 2 milhões de pessoas.
Rio 92
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CNUMA), também chamada de Rio 92, ocorreu em 3 e 14 de junho de 1992, com
representantes de 172 países, na cidade do Rio de Janeiro, para discutir novos modelos
de desenvolvimento baseados na interação entre as dimensões social, ambiental e
econômica.
154
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Tinha como principais objetivos:
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
materializaram em forma de acordos:
155
Rio + 5
Em Julho de 1997, aconteceu o primeiro ciclo de avaliação dos resultados da
Conferência Rio-92, onde obteve o documento final: “Declaração de Compromisso”,
repetindo os acordos da Rio-92, garantindo a continuidade da implementação das
determinações. Segundo Dias (2004), o resultochegado foi que não foi destinado um
décimo dos recursos prometidos.
Rio + 10
Em 26 de agosto a 4 de setembro de 2002, aconteceu a Rio+10 na cidade de
Johanesburgo – África do Sul e teve como ponto em destaque: a busca por medidas para
reduzir em 50%, o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza (com menos
de 1 dólar por dia) até 2015.
Rio + 20
156
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Regulamentação é o diferencial na adoção de um Sistema de Gestão
Ambiental de acordo com a NBR ISO 14001, porém, uma melhora da qualidade ambiental
pode representar aumento nos custos iniciais ao processo de implantação. Com a
continuidade dos processos há uma economia futura e competitividade em mercados
globalizados.
ISO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Segundo Osvaldo Alencar Billig e Sérgio Paulo Camilato
ISO 9002 é usada por companhias para as quais a ênfase está na produção.
Esta norma da qualidade pode ser utilizada por uma empresa cujos produtos já foram
comercializados, testados, melhorados e aprovados. Desta forma, existe a possibilidade
de que a qualidade do produto seja considerada bastante alta.
157
Mudanças Climáticas
Efeito Estufa
O efeito estufa acontece quando parte da radiação solar é absorvida por gases
da atmosfera, como dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, CFC's, entre outros. Essa
radiação fica preso na Terra, em forma de calor.
Aquecimento Global
158
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Mudanças Climáticas), um órgão que possui delegações de 130 governos para fazer
avaliações regulares sobre a mudança climática.
Desequilíbrio em ecossistemas;
Extinção de espécies;
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Desaceleração da circulação termohalina;
Protocolo de Kyoto
Crédito de carbono
159
Modelos de Sustentabilidade
Sustentabilidade: o que é e o que não é. Leonardo Boff
O quarto modelo vem sob o nome de economia verde. Ela foi, oficialmente
apresentada em 22 de fevereiro de 2009, pelo secretário da ONU Ban Ki Moon em
parceria com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Albert Arnold Gore Jr. (Al Gore),
conhecido pelo seu documentário acerca da situação de caos da Terra Uma verdade
incomoda (Folha de São Paulo 22/02/09, p. 3).
A economia verde possui uma pré-história sinistra. Aquelas indústrias que durante
a Segunda Guerra Mundial produziam produtos químicos para matar pessoas, acabada a
160
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
guerra, para não perder seus negócios, redirecionaram os produtos químicos para a
agricultura. Elas adaptaram as plantas para que se “viciassem” naqueles venenos e assim
eliminassem as pragas e produzissem mais.
Efetivamente produziram mais, mas a custa do envenenamento dos solos, da
contaminação dos níveis freáticos das águas e do emprobecimento da biodiversidade.
Esquecida dessas origens criticas a economia verde, se autoproclama como uma
nova via que enlaça a economia e ecologia de forma harmoniosa, portanto, uma
economia que atende nossas necessidades (sustentável) e que preserva o mais possível
o capital natural. Ela propõem um objetivo audacioso, apoiado em dois pés: um que visa a
beneficiar os pobre e os pequenos agricultores, oferecendo-lhes meio tecnológicos
modernos, sementes e crédito. O segundo pé é constituído por uma produção de baixo
carbono, com os produtos orgânicos, energia solar e eólica; cria parques nacionais
remotos, pousadas eco turísticas no meio da selva e procura diminuir o mais possível a
intervenção dos ritmos da natureza; busca a reposição dos bens utilizados e a reciclagem
de todos os rejeitos.
Não obstante todos o fatores positivos que a economia verde encerra, não
devemos perder de vista seu momento ideológico. Fala-se da economia verde para no
fundo, evitar a questão principal que é a da sustentabilidade, incompatível com atual
modelo de produção e consumo que, como consideramos, é altamente insustentável. Na
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
economia verde não se explica sob que modo de produção alternativo ele se realiza.
Pretende substituir a economia marrom (suja: energia fóssil) pela verde (limpa: energia
solar, eólica), contando que sejam mantidos os padrões de consumo.
A outra questão intocada pela economia verde é aquela da desigualdade. Esta não
deve ser reduzida apenas a seu aspecto econômico (má distribuição dos benefícios
monetários); mas desigualdade num sentido mais amplo: no acesso aos bens
fundamentais como saneamento básico, saúde, educação, equilíbrio de gênero e
ausência de descriminações. Pode-se acabar com a pobreza dentro de um país, e,
apesar disso, manter os níveis de desigualdade, como é o caso do Brasil. A América
Latina é mais rica que a África, mas a África é menos desigual que a América Latina.
161
Hoje, pelo método da Análise do Ciclo de Vida (ACV), podemos exibir e monitorar
as complexar inter-relações entre as varias etapas: da extração, do transporte, da
produção, do uso e do descarte de cada produto e seus impactos ambientais. Aí fica claro
que o pretendido verde não é tão verde assim. O verde representa apenas uma etapa de
todo um processo. A produção em si nunca é eco amigável.
Tomemos com exemplo o etanol, dado como energia limpa e alternativa à energia
fóssil e suja como o petróleo. Ele é limpo somente na boca da bomba de abastecimento.
Todo o processo de sua produção é altamente poluidor: os agrotóxicos aplicados ao solo,
as queimadas o transporte com grandes caminhões quem emitem gases, as emissões
das fabricas, os efluentes líquidos e os bagaços. Os pesticidas eliminam bactérias e
expulsam as minhocas, que são fundamentais para regeneração dos solos, elas só
voltam depois de cinco anos. A economia verde só em sentido no contexto de uma
sustentabilidade substantiva que respeita os ciclos da natureza reduz a pobreza.
Para garantirmos uma produção, necessária à vida, que não estresse e degrade a
natureza, precisamos mais do que a busca do verde. Como já vimos e iremos aprofundar
ainda, a crise é conceptual e não econômica. A relação para com a Terra tem que mudar,
e manter desiguais. Somos parte da sociedade parte de Gaia, e por nossa atuação
cuidadosa a tornamos mãos consciente e com mais chance de assegurar a sua própria
vitalidade.
162
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
solo fértil, bem como ao cesso universal a alimentos sem agrotóxicos e às fontes de
energias renováveis, não poluidoras, pertencem aos direitos naturais e básicos de todo
ser humano, no quadro de uma real democracia social na qual o povo conscientizado e
organizado participa na tomada de decisões que interessam a todos.
Mas esta proposta ao, nosso ver, situa-se ainda dentro do antigo paradigma que
não percebe a unidade ser humano-Terra-universo, nem a ver como um superorganismo
vivo Gaia, geradora de toda a corrente da vida da qual nós somos um elo decisivo, ético e
espiritual.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Um dos primeiros a ver a relação intrínseca entre economia e biologia foi o
matemático e economista romeno Nicholas Geogescu Roegen (1906-1994). Contra o
pensamento dominante, este autor, já nos anos 60 do século passado, chamava atenção
da insustentabilidade do crescimento devido os limites dos recursos da Terra. Começou-
se a falar de “decrescimento econômico para a sustentabilidade ambiental e a equidade
social” (www.degrowth.net). Esse decrescimento, melhor seria chamá-lo de
“acrescimento”, significa reduzir o crescimento quantitativo para dar mais importância ao
qualitativo e no sentido de preservar recursos que serão necessários às futuras gerações.
A bioeconomia é, na verdade, um subsistema do sistema da natureza, sempre limitada, e,
por isso, objeto do permanente cuidado do ser humano. A economia deve acompanhar e
atender os níveis de preservação e regeneração da natureza (veja um bom resumo das
teses de Roegen na entrevista de Andrei Cechimdada á IHU (28/10/11)).
163
Estas propostas nos parecem das mais exequíveis e responsáveis face aos riscos
que corre o planeta e o futuro da espécie humana. Apenas observamos que em Sachs,
mas menos em Dowbor, não se percebe ainda claramente a força argumentativa que vem
da nova cosmologia e da ecologia da transformação como iremos, mais à frente expor.
Mas suas propostas merecem consideração dada a sua viabilidade.
164
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O Modelo da economia solidaria: a microsssustentabilidade viável
Nesse tipo de economia o centro fulcral é ocupado pelo ser humano e não pelo
capital, pelo trabalho como ação criadora e não como mercadoria paga pelo salário, pela
solidariedade e não pela competição, pela autogestão democrática e não pela
centralização de poder dos patrões, pela melhoria da qualidade de vida e do trabalho e
não pela maximização do lucro, pelo desenvolvimento local em primeiro lugar e, em
seguida, o global.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
preservação de preservação de todo tipo de vida e de criação das condições para o bem-
viver de todos. Ela pode ser entendida, como o faz um de seus teóricos e presidente
nacional da Secretaria Para Desenvolvimento Solidário, Paul Singer, “como um jeito de
produzir, vender, comprar, consumir e trocarsem explorar, sem querer vantagens e sem
destruir a natureza” (Introdução à economia solidária, 2002 • Economia solidária no Brasil,
2003).
165
Efeito Cilada
POR EDUARDO GERAQUE # EM 55, REVISTA.
Com impactos maiores do que se supunha, o chamado efeito ricochete é uma ducha fria
no combate às emissões de carbono. A lição que se obtém disso é que a eficiência não
pode tirar o consumo do centro do debate.
Uma visita às seções de iluminação das grandes lojas de construção do País é suficiente
para detectar um paradoxo. As lâmpadas LED, que prometem uma grande eficiência –
menos consumo e mais vida útil –, desembarcam em várias formas, cores, tamanhos e
modelos. Os produtos, que em sua maioria vêm da China, são ideais, por exemplo, para
deixar funcionando durante toda a noite e iluminar discretamente o quarto do bebê. No
final do mês, provavelmente a conta de luz pode chegar com um valor menor. Mas o que
a família fará com o dinheiro economizado pela substituição da lâmpada incandescente?
Investir? Ou gastar no fim de semana em uma atividade de lazer? Nem sempre, na
contabilidade de uma casa, economia significa menos consumo – e menos emissões de
carbono.
O paradoxo que acaba de ser descrito é conhecido desde o século XIX pelos estudiosos
do assunto. Um economista britânico, William Jevons, em 1865, publicou a obra O
Problema do Carvão, em que discutia exatamente o aumento do consumo de carvão
como principal fonte de energia da época, no momento em que as máquinas a vapor
ganhavam cada vez mais importância. Sua eficiência não tinha precedentes.
Em última análise, a Revolução Industrial gerou um grande paradoxo do consumo. O uso
da energia ficou mais eficiente, o que disparou o gatilho da produção. Todo o processo, no
final da cadeia, estava sustentado por uma forte demanda. No século retrasado, não
havia preocupação alguma com a poluição das indústrias, nem se conhecia a relação
entre queima de fontes fósseis e mudanças climáticas.
166
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
De acordo com Sawyer, hoje o número de consumidores também cresce e, ao mesmo
tempo, a tal da desmaterialização da economia [1] não é atingida. “Estados Unidos e
Europa, onde isso supostamente ocorreria, continuam sendo campeões de produção
industrial e agropecuária”, diz.
O problema atual, também chamado de efeito ricochete, ou efeito rebote, tem dois
desdobramentos. O primeiro é direto. O motorista que compra um carro mais eficiente,
capaz de rodar mais quilômetros com um litro de combustível, em grande parte das vezes
não vai guardar aquele dinheiro que deixou de gastar com gasolina. O mais natural é que
ele passe a rodar mais com o carro, o que pode deixar nulo seu balanço de consumo de
energia.
O segundo é indireto, bem mais difícil de medir e, segundo especialistas, está longe de
ser desprezível. É, por exemplo, o dinheiro gasto a mais na viagem de férias,
economizado durante o ano porque o aparelho de aquecimento da casa, em locais onde o
inverno é mais rigoroso, ficou mais eficiente. Ou, no exemplo que abriu este texto, é a
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
explosão do consumo com lazer sustentada pelos recursos que deixaram de ser gastos
com a conta de luz.
Medir os impactos do efeito ricochete, como dissemos, não é tarefa fácil. Mas alguns
esforços têm sido feitos. O United Kingdom Energy Research Center (Ukerc) analisou, no
fim de 2007, mais de 500 artigos científicos e relatórios técnicos sobre o efeito ricochete.
Os pesquisadores concluíram que o impacto direto, no caso do consumo das casas, pode
ser de no máximo 30% – considerado relativamente pequeno pelos autores, mas o
impacto indireto é grande, e praticamente imensurável.
167
O debate sobre taxar ou não as emissões está quente, neste momento, na Austrália. O
governo federal anunciou, em meados de julho, a criação de um imposto para os maiores
poluidores (mais em “A esperança em um imposto”). Os 500 grupos que entrarem nesta
lista deverão pagar por volta de US$ 25 por tonelada de carbono jogada na atmosfera. A
cobrança deve ser iniciada em julho de 2012, se o Parlamento aprovar o projeto. Grandes
empresas de aviação que atuam no país já emitiram seus pareceres sobre a taxação,
afirmando que a ação vai encarecer o preço dos bilhetes aéreos que serão
comercializados aos australianos.
Visão integrada
168
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A seu ver, antes de impor uma taxação no Brasil, é importante definir melhor as regras do
jogo, ou seja, o papel que cada setor tem realmente que desempenhar para cortar suas
emissões. “Hoje, o que temos, são apenas metas voluntárias. Algo bastante genérico. O
ideal é que os mecanismos fiquem mais claros”, diz. Para ele, no futuro, a questão do uso
intensivo de carbono será uma barreira não tarifária importante e o Brasil ainda não se
preparou para isso.
Com tantos obstáculos a serem transpostos, ainda potencializados pelo efeito ricochete,
Abramovay admite que tem, para as próximas décadas, uma visão pessimista. “Não no
sentido catastrófico, de fim do mundo, mas de que a opção de desenvolvimento escolhida
pelos países corre o risco de continuar atrelada ao uso intensivo do carbono. “Temos
outra opção (a do desenvolvimento econômico desvinculado do carbono) que pode ser
escolhida sem prejuízo dos países que ainda precisam de escolas, hospitais e de mais
inclusão social.”
Que a ducha fria do efeito ricochete sirva para refletir sobre a relação entre consumo,
inovação tecnológica e mudança do clima de maneira mais integrada e sistêmica.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Vá limpar carvão
POR FÁBIO RODRIGUES # EM 55, REVISTA
Avô da indústria energética atual, esta fonte fóssil recusa a aposentadoria. Para arrepio
dos ambientalistas, não falta quem diga que continua indispensável para o mundo e seja
ponte fundamental para a energia do futuro.
Junto com “vá enxugar gelo”, a expressão “vá limpar carvão” foi consagrada como uma
fórmula gaiata para se ver livre dos chatos de plantão. A ideia do gracejo é que, entretido
com uma tarefa trabalhosa e hilariamente impraticável, o chato nos dará várias horas de
paz. Talvez por isso chegue a ser um pouco difícil levar a sério que os empresários do
ramo de energia estejam dispostos a investir bilhões em complicadas tecnologias para,
nada mais nada menos, conseguir limpar o carvão mineral. Mesmo vistos com
desconfiança e deboche por boa parte dos ambientalistas, os defensores do carvão limpo
não desanimam. Eles estão convencidos de que essa é a única maneira viável de manter
o mundo suprido de energia e minimizar o aquecimento global ao mesmo tempo.
No Brasil, o carvão ocupa a sexta colocação entre as fontes energéticas mais importantes
– atrás de petróleo, eletricidade, bagaço de cana, gás natural, lenha e etanol. Ele
representa módicos 4,7% da oferta total e diminutos 1,3% da matriz elétrica. No resto do
planeta, contudo, ele é gigante. Dados de 2008 da Agência Internacional de Energia (IEA,
na sigla em inglês) revelam que o carvão é a segunda fonte primária de energia do
mundo, com 27% de participação – perdendo, por pouco, do petróleo.
169
Problema ambiental
Sua queima é a maior fonte individual de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Ele
foi culpado por nada menos que 42,9% das emissões mundiais de 2008, o que dá 12,6
bilhões de toneladas de CO2. Isso, e nem estamos contando todo o missal de problemas
ambientais provocados pela atividade, da terra arrasada pelas minas de carvão à sopa de
poluentes que as usinas despejam no ar.
Com uma performance ambiental dessas, o consenso entre os ativistas é que o mundo
deveria estar correndo para apagar as fornalhas. Lúcia Ortiz, geóloga e coordenadora-
geral da Amigos da Terra Brasil, vem militando há anos contra o avanço das usinas de
carvão no Brasil. “A gente acha que esse deveria ser o primeiro combustível fóssil a ser
eliminado. O carvão deveria ficar debaixo da terra”, resume.
E este é o tom geral. No fim de 2008, o Greenpeace publicou o relatório The True Costof
Coal, que, além de colecionar uma porção de histórias trágicas ligadas à indústria
carbonífera, também contratou o instituto de pesquisas holandês CE Delft para calcular os
prejuízos socioambientais. A fatura ficou em 360 bilhões de euros por ano.
Em ascensão
Apesar de toda a oposição – e para desespero dela –, o carvão não só persiste, como
vive um momento de crescimento acelerado. Um estudo do Massachusetts Institute of
Technology (MIT) menciona que a China está construindo o equivalente a duas usinas de
500 megawatts movidas a carvão por semana. Coisas parecidas estão acontecendo no
mundo inteiro. Os países em desenvolvimento estão aumentando seu consumo de carvão
em um ritmo impressionante. Em 1990, os países da OCDE e os de fora do bloco
consumiam quase a mesma quantidade – 2,3 bilhões e 2,4 bilhões de toneladas,
respectivamente. Em 2010, os países de fora da OCDE chegaram a 3,9 bilhões, enquanto
nos do bloco o consumo permaneceu estável. A previsão é de que, em 2030, os países
não OCDE consumam mais do que o dobro que o outro grupo (veja tabela na versão
digital desta reportagem).
O que torna o carvão irresistível é o seu preço. Trata-se de uma substância comum, com
reservas estimadas em 1 trilhão de toneladas – o bastante para 190 anos de consumo –,
que se encontram mais bem distribuídas pelo mundo do que o petróleo. Nas contas do
MIT, 1 milhão de BTUs [1] de carvão mineral sai por menos de US$ 2. Para gerar a
mesma quantidade de energia usando petróleo ou gás natural, o custo ficaria entre US$ 6
e US$ 12. É por isso que os países em desenvolvimento estão se voltando para o carvão
com tanta gana. Ele também está reconquistando os ricos.
170
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A recente decisão da Alemanha de desativar suas usinas nucleares até 2022 deve dar
impulso ainda maior ao combustível, que já responde por 45,6% da eletricidade alemã.
[1] Uma BTU (British Thermal Unit) é a quantidade de energia necessária para elevar a
temperatura de 1 libra de água em 1 grau Fahrenheit. Equivale a 252,2 calorias.
Para o bem e para o mal, o carvão mineral está transformando a vida de bilhões de
pessoas. O milagre econômico chinês é movido a carvão: ele supre 79% de sua demanda
energética. E o mesmo acontece na Índia. “Qual é hoje o combustível que está tirando
milhões de pessoas da miséria? É o carvão”, pontifica o presidente da Associação
Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Luiz Zancan.
Ele não é o único a olhar para o combustível sob esse prisma mais favorável. O professor
da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro do Grupo de Trabalho 3 do Painel
Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), Amaro Pereira, concorda que a fonte mineral
tem seu lado positivo. “O carvão apresenta grande potencial de contribuir para o aumento
das taxas de eletrificação nos países em desenvolvimento, auxiliando na redução dos
níveis de pobreza e melhoria da qualidade de vida”, assegura.
Começando a limpeza
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Que se trata de uma fonte suja é difícil contestar. Mas também é preciso reconhecer que
já foi bem pior. Desde os anos 1980, a indústria vem investindo em um conjunto de
tecnologias coletivamente conhecidas como clean coal (carvão limpo, em tradução literal),
que têm obtido razoável sucesso em cortar as emissões de diversos tipos de poluentes.
Os resultados obviamente variam, mas é possível praticamente zerar as emissões de
particulados, diminuir em 99% as de óxido de enxofre (SOx) e em mais de 90% as de
óxido de nitrogênio (NOx). O grande desafio de hoje é encontrar uma saída para o CO2.
Para Zancan, a resposta pode ser investir ainda mais nas usinas a carvão. Em sua
opinião, os chineses não só estão no caminho correto, ao perseverar em investir em
carvão, como, de quebra, estão até “esverdeando” sua matriz energética ao fazê-lo. “Eles
estão derrubando 112 gW de térmicas antigas ineficientes e construindo o dobro disso em
térmicas eficientes, que emitem muito menos, porque queimam menos carvão”, defende.
[2] As usinas a carvão dividem-se em três tipos. Nas subcríticas, a água sai da caldeira na
forma de vapor.
171
“Como ainda não existe tecnologia para a captura de CO2, uma saída é adotar
tecnologias mais eficientes”, diz Francisco Porto, coordenador de gestão ambiental no
projeto Candiota III – inaugurado em janeiro e que acrescentou mais 355 megawatts aos
446 já instalados no complexo da Usina Termelétrica Presidente Médici, no Rio Grande
do Sul. De acordo com o técnico, a usina gaúcha aumentou sua eficiência de 38% para
41%, o que permitiu diminuir o consumo de carvão por unidade de energia. “Antes
precisávamos de 1 a 1,1 tonelada para gerar 1 megawatt, agora estamos fazendo o
mesmo com 0,8 tonelada”, comemora.
[3] O CCS propõe a filtragem das emissões de CO2 e seu armazenamento permanente
em reservatórios naturais na crosta terrestre. Existem vários esquemas de CCS em
estudo e alguns deles estão sendo testados em escala-piloto
Lúcia Ortiz, da Amigos da Terra, alerta que isso pode ser só um golpe de marketing. “Eles
(a indústria de carvão) vendem a ideia de que as novas usinas estão prontas para o
sequestro de carbono, só que essa tecnologia ainda não existe. Então, como é possível
elas estarem prontas?”, questiona, acrescentando que um dos destinos para o gás
carbônico capturado é a injeção nos poços de petróleo, com o objetivo de aumentar a
produtividade de outro combustível fóssil. “O CCS não é uma técnica carbono-negativa,
pelo contrário”, critica.
Renováveis?
E por que não trocar o carvão mineral por renováveis? Quem é da área de energia
também tem um argumento na ponta da língua. Por melhores que a energia solar e eólica
sejam, elas são fontes intermitentes. Isso quer dizer que sua disponibilidade varia
conforme a quantidade de vento e de dias ensolarados.
172
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Não é possível, por exemplo, ligar um hospital em uma turbina eólica e ir dormir
despreocupado. Já as térmicas têm a vantagem de gerar uma quantidade constante de
energia ao toque de um botão. É o que se chama de energia firme.
Variáveis do cardápio
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
POR JULIANA ARINI # EM 55, REVISTA
Além do aumento nos preços e dos anseios de consumo, as mudanças climáticas são a
terceira razão para o ressurgimento do fantasma da falta de comida.
173
Mas é apenas comida o problema? Questões como uma melhor distribuição das
produções e a superação de carências sociais, como o acesso à saúde e à educação,
também não estariam embutidas no impasse da insegurança alimentar?
O mapa da fome no mundo traz alguns dados de interesse para a discussão. Cerca de
817 milhões de famintos vivem na Ásia, na região do Pacífico e na África Subsaariana,
(territórios notórios por serem grandes importadoras de alimentos). No Brasil são cerca de
16,3 milhões de famintos, concentrados – segundo o IBGE – no Nordeste e no Norte. O
Maranhão é o estado onde a situação é mais grave.
O fator comércio
A questão comercial pode ser a resposta. Com a alta das commodities e a especulação
no mercado financeiro, o que regula o preço da comida nem sempre é apenas a lei da
oferta e da procura. Nesse ambiente há pouco controle sobre o preço mínimo para a
comida, pois países mais industrializados – e com maior força de mercado – impõem
fortes barreiras comerciais para impedir a entrada de produtores de mercados
emergentes. Assim, a comida ganha um valor de mercado que não reflete
necessariamente o interesse do consumidor final, que depende dela para sobreviver.
174
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Os insumos são um exemplo de como a questão comercial impacta os alimentos. Em
2008, um dos grandes responsáveis pelo aumento dos preços na comida foi a alta do
petróleo. Dele deriva grande parte dos fertilizantes e defensivos contra pragas – os
famosos NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), que trouxeram o milagre das grandes
lavouras onde antes era impossível plantar, como no Cerrado brasileiro. “Em uma
agricultura de larga escala, é fundamental o uso de defensivos, que representam até 30%
do preço final do alimento”, diz Belik, da Unicamp. “E, no caso do Brasil, grande parte
desses defensivos são importados, o que influencia diretamente o preço dos alimentos.
Toda vez que os insumos sobem, o preço é repassado ao consumidor final da comida.”
Tentando minimizar esse problema, empresas brasileiras, como a Vale, estão investindo
na extração e produção de insumos. No entanto, a iniciativa ainda é insuficiente para
abastecer o mercado nacional. Ou seja, o Brasil produz alimentos em proporção para ter
sua soberania alimentar garantida – mas depende dos defensivos estrangeiros para
plantar.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
quintal. Com a entrada do trigo americano, passamos a consumir pão. Porém, o Brasil
não produz trigo suficiente, e hoje depende de sua importação da Argentina. E o preço do
pãozinho, produto da cesta básica brasileira, está sujeito às negociações do Mercosul.
A doação de alimentos é outro ponto crítico quando o assunto é fome. Em muitos países
africanos, a dependência da comida doada gerou o abandono total das lavouras, e até
serviu de estímulo para guerras, pois as doações acabavam como mercadoria de troca
para guerrilhas e ditadores. “A doação é uma falsa forma de combater a fome, pois serve
apenas para manter o preço dos alimentos estáveis em certos países. Uma política
comum tanto nos Estados Unidos quanto na França”, diz Belik. A questão é tão grave que
a Organização das Nações Unidas chegou a recomendar que os países não doem
alimentos, e que vendam os seus estoques e façam doações em dinheiro a programas
que ajudem na soberania alimentar dos países que sofrem com a desnutrição.
175
Emancipação social
Estudos do Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen apontam que esse pode ser um dos
caminhos. Segundo Sen, embora a produção agrícola seja possivelmente capaz de
prover de alimentos todos os habitantes do planeta, para superar o problema da fome é
imprescindível que ela passe por novos caminhos, como o aumento da democracia, e por
políticas públicas que permitam que os alimentos cheguem aos que não podem produzi-
los, ou comprá-los. Para isso é fundamental que os subnutridos possam fazer do aumento
da produção agropecuária um sistema de emancipação social. Além do acesso à terra,
eles também precisariam de crédito, de assistência técnica e de uma inserção adequada
nos mercados.
Outro dado importante é a relação apontada pelo IBGE entre desnutrição e educação.
Quanto maior o nível de escolaridade, menor a insegurança alimentar. Não é a toa que,
dentro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, propostos pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), erradicar a extrema pobreza e a fome é a
primeira das metas para reduzir as desigualdades sociais do mundo.
O Brasil é um dos países que parecem caminhar na direção mais próxima da solução do
problema. Programas como o Bolsa Família, de transferência direta de renda em
beneficio de famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza, contribuíram para a
queda da pobreza extrema de 12%, em 2003, para 4,8% em 2008.
Pragmatismo global
POR FLAVIO GUT # EM 55, REVISTA
A cada dia, mais vozes se levantam contra a ineficácia das grandes conferências da ONU
e propõem caminhos mais eficientes na busca de um maior equilíbrio climático.
176
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Há um senso comum de que o modelo das convenções das Nações Unidas é ineficaz,
lento e de que muitas vezes mais serve como um grande encontro de networking do que
exatamente uma reunião voltada para a solução de questões ambientais que pedem
celeridade – mas “é o que tem pra hoje”, e ainda não existe alternativa melhor. Já não é
bem assim. Hoje se pode dizer que as alternativas não apenas existem, como se
tornaram fundamentais, especialmente depois do fracasso da COP 15, em Copenhague.
A cada dia, mais e mais vozes se levantam contra a ineficácia do modelo das COPs e
propõem novos caminhos na busca de um maior equilíbrio climático.
Para o Grupo Hartwell, que tem como um de seus mais ilustres integrantes o geógrafo
britânico Mike Hulme, autor do livro Why We Disagree About Climate Change, os futuros
historiadores dos esforços mundiais para enfrentar a mudança climática provavelmente
olharão para 2010 como o fim de uma era. Era iniciada com a criação da Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), no Rio de Janeiro, em
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1992, e terminada na negociação do Acordo de Copenhague, em dezembro de 2009.
177
Segundo o modelo proposto por Viola, apenas um grupo formado por 13 a 17 países (e
não mais os 193 estados-membros das Nações Unidas que hoje estão envolvidos nas
COPs) seria responsável por uma política climática centrada no pragmatismo. “Temos de
deixar de focar no pecado para prestar atenção nas virtudes”, diz. Na visão do professor,
às COPs restaria o papel de garantir a estrutura jurídica internacional capaz de permitir a
implementação das políticas acordadas pelo grupo.
Vítima do sucesso
Na opinião de Stella, no entanto, é preciso avançar no modelo e não deixá-lo de lado. Isso
já vem acontecendo desde a COP 15, em Copenhague, onde foi rompido o modelo da
aprovação por unanimidade. “Não é possível que tudo tenha de ser aprovado por
unanimidade”, afirma. “Temos de encontrar formas de avançar na agenda de maneira
mais rápida e prática.”
“É muito comum falar mal da lentidão das COPs, mas a mudança para uma economia de
baixo carbono implica obviamente uma mudança política.” E cada cidade, estado ou país
178
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
que decide investir em mecanismos de redução de emissões defronta-se com as
dificuldades inerentes da escolha.
Âmbito do G20
No entanto, o buraco é bem mais embaixo, alerta José Eli da Veiga, professor titular da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
(FEA-USP), Segundo ele, o Protocolo de Kyoto (mais do que a própria COP) criou uma
inércia institucional extremamente negativa, além de não favorecer a inovação política.
“Essa é uma estrada sem saída. Por isso, venho martelando (desde 2008) que um firme
compromisso obtido no âmbito do G20 já representaria 90% da solução. E, com essa
base acordada no G20, não seria difícil ganhar os demais países emissores em mais
alguma dessas COPs”.
É o que de certa forma vêm fazendo alguns países, como a Austrália, que criou um
imposto sobre as emissões de CO2 como parte do plano de combate às alterações
climáticas. Se aprovado no Parlamento, o plano prevê o corte de 5% das emissões de
carbono até 2020 e 80% até 2050 (com base nos níveis de 2000) e a cobrança de quase
179
O que a Austrália fez foi estabelecer um preço mínimo para o carbono, criando um
parâmetro para o mercado, analisa Sérgio Abranches. Um exemplo de que novas ideias
podem começar a fazer parte das soluções nessa era de pragmatismo climático. “Tal
solução tem a vantagem de punir quem emite mais e de dar vantagens a quem produz de
forma limpa. É o caminho mais inteligente que já apareceu nessa área”, afirma.
PREÂMBULO
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como
uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma
aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a
evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade de vida e o bem-estar da
humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus
sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras
e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum
de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever
sagrado.
180
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A SITUAÇÃO GLOBAL
DESAFIOS FUTUROS
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou
arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças
fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que,
quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será
primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia
necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O
surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos,
sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas.
RESPONSABILIDADE UNIVERSAL
181
a. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem
valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial
intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o
dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das
pessoas.
b. Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a
maior responsabilidade de promover o bem comum.
182
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
b. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras
selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da
Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que
causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução
desses organismos prejudiciais.
e. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e
vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam
a saúde dos ecossistemas.
f. Administrar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e
combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano
ambiental grave.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam
responsabilizadas pelo dano ambiental.
c. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as conseqüências cumulativas,
a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento
de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente.
183
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não
contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e
internacionais demandados.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de
vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não
são capazes de se manter por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e
habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda
violência contra elas.
184
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida
econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias,
tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o carinho de todos os membros da
família.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
IV. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ
185
186
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo
começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para cumprir
esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos
da Carta.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar
escolhas difíceis. Entretanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a
diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de
curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade
tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-
governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A
parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade
efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar
seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os
acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da
Terra com um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o ambiente e
o desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida,
pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação dos esforços pela
justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
187
“O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, o
grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua
parte, pois sabemos que ele não precisa de nossa amizade.
Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem
branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar
no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem
confiar na alteração das estações do ano.
Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada
praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são
sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores
carrega consigo as recordações do homem vermelho.
O homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto - vai vagar por
entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a
mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores
perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As
cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana do corpo de um mustang, e o
homem - todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa
terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um
lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus
filhos. Portanto, vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser
fácil, porque esta terra é para nós sagrada.
Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue
de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e
terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida
dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar d'água é
a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam nossa sede.
Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa
terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e
terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão.
188
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote
de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega à calada da noite e tira da
terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de
conquistá-la, ele vai embora, deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e nem se
importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a
sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mãe - a terra - e
seu irmão - o céu - como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como
ovelha ou miçanga cintilante. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas
um deserto.
Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos
olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um
selvagem que de nada entende.
Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se
possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das assa de um inseto.
Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende; o barulho parece
apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz
solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a
sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma
chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro.
Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar,
farei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem
seus irmãos.
Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de
bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros
disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um
fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios)
matamos apenas para o sustento de nossa vida.
189
Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos
antepassados; para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da
terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos
nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra - fere os filhos da terra. Se os
homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.
De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra,
disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma
família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da
terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma.
Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem
sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu
corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde
passaremos os nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmos
uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm
vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará, para chorar sobre os túmulos de
um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo,
pode ser isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver,
de uma coisa sabemos que o homem branco venha, talvez, um dia descobrir: nosso Deus
é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que o podes possuir do mesmo jeito como
desejas possuir nossa terra; mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual
sua piedade para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida por
ele, e causar dano à terra é cumular de desprezo o seu criador. Os brancos também vão
acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuas poluindo a tua cama e
hás de morrer uma noite, sufocado em teus próprios desejos.
Porém, ao perecerem, vocês brilharão com fulgor, abrasados, pela força de Deus que os
trouxe a este país e, por algum desígnio especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e
sobre o homem vermelho. Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos
imaginar como será, quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios
domados, as brenhas das florestas carregadas de odor de muita gente e a vista das
velhas colinas empanada por fios que falam. Onde ficará o emaranhado da mata? Terá
acabado. Onde estará a águia? Irá acabar. Restará dar adeus à andorinha e à caça; será
o fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
190
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se
soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de
inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar
desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco
são para nós ocultos, e por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se
consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez, possamos
viver o nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que o último homem vermelho
tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das
pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas floresta e praias, porque nós a
amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.
Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Preteje-a como nós a
protegíamos. Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse: E com
toda a tua força o teu poder e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama-a
como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus,
esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino
comum.”
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Revolução Verde
Esse programa foi financiado pelo grupo Rockefeller, sediado em Nova Iorque. Utilizando
um discurso ideológico de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome no
mundo, o grupo Rockefeller expandiu seu mercado consumidor, fortalecendo a
corporação com vendas de pacotes de insumos agrícolas, principalmente para países em
desenvolvimento como Índia, Brasil e México.
191
Porém, a fome no mundo não reduziu, pois a produção dos alimentos nos países em
desenvolvimento é destinada, principalmente, a países ricos industrializados, como
Estados Unidos, Japão e Países da União Europeia.
192
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Exercícios:
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
10) O que é ISO?
11) Diferencie: ISO 9000, 9001, 9002, 9003 e 9004.
12) Diferencie: ISO 14000, 14001 e 14004.
13) Resuma o processo de certificação.
14) Qual relação entre Efeito Estufa, Aquecimento global e Protocolo de Quioto?
15) Como funciona o Crédito de Carbono?
16) Alguns autores acreditam que o crédito de carbono é uma ferramenta financeira e não
ambiental. Qual a sua opinião á respeito do mercado de carbono.
17) Qual a posição do Brasil no Mercado de Carbono?
18) A queima dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo), assim como dos combustíveis
renováveis (etanol, por exemplo), produz CO‚ que é lançado na atmosfera,
contribuindo para o efeito estufa e possível aquecimento global. Por qual motivo o uso
do etanol é preferível ao da gasolina?
19) Cite as principais diferenças entre os modelos de Sustentabilidade apresentados:
193
194
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Bibliografia
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: O que é e o que não é. 1 ª Edição. Vozes,
2012, 254 p.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
de geografia. Uberlândia v. 8, n. 22 set/2007 p. 137 - 142.
195
ECOLOGIA
AMBIENTAL
Disciplina: Ecologia Ambiental
Carga horária: 40 horas
Objetivos gerais: Desenvolver o sentido de ecologia e Meio Ambiente;
Compreender os processos ecológicos e ambientais; Proporcionar o estudo analítico
dos ciclos ambientais; Estruturar os conceitos básicos da ecologia geral e ambiental;
Compreender o sentido de energia no ambiente e suas derivações; Criar atitudes e
valores sobre as questões ambientais; Desenvolver a percepção analítica da
sustentabilidade; Criar o processo gerencial ecológico sustentável.
Avaliações - 1º Bimestre
Avaliações - 2º Bimestre
Avaliação bimestral
30,00
198
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
1- Fundamentos de Ecologia
O que é ecologia
- A palavra “Ecologia” foi usada pela primeira vez por Ernest Haeckel e,
1869. Ecologia (do grego. Oikos=casa; grego. Logos= palavra, estudo).
- Há várias definições para Ecologia: Odum (1963); Krebs (1972); Rickefs
(2003), Dajoz (2005) e de acordo com Pinto-Coelho (2000), a Ecologia procura
responder três tipos de perguntas:
1- Onde estão os organismos?
2- Quantos são os organismos?
3- Porque eles estão lá? (ou não estão?).
Algumas definições:
É ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o meio
ambiente...
É o estudo da “vida doméstica” dos organismos... (Townsend, 2008)
É a ciência pela qual estudamos como os organismos (animais, plantas e
micróbios) interagem entre si e com o mundo natural (Ricklefs).
ECOLOGIA AMBIENTAL
Portanto, por Ecologia, entendemos que é a investigação das relações
totais dos animais tanto com seu ambiente orgânico quanto com seu ambiente
inorgânico; incluindo acima de tudo, suas relações amigáveis e não amigáveis
com aqueles animais e plantas com os quais vêm direta ou indiretamente a entrar
em contato (Ricklefs).
Divisões da Ecologia
Autoecologia: foca no estudo dos organismos, também conhecida como
Ecologia de Organismos (Dajoz);
Demo-ecologia: foca no estudo das populações, também conhecida como
Ecologia de Populações;
Sinecologia: foca no estudo das comunidades biológicas, também
conhecida como Ecologia de comunidades (ACIESP, Dajoz, Krebs).
Ecossistêmica: foca no estudo da estrutura e dinâmica dos ecossistemas,
também conhecida como Ecologia de Ecossistemas;
199
200
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Componentes abióticos: Fatores físicos e químicos
Fatores físicos: o clima – luminosidade, temperatura, pressão, vento, umidade e
regime de chuvas.
Fatores químicos: nutrientes minerais (fósforo, nitrogênio, etc...).
ECOLOGIA AMBIENTAL
Nicho ecológico: papel funcional ou papel ecológico de uma espécie em uma
comunidade.
Biota ou biocenose: Conjunto de plantas, animais e microrganismos de uma
determinada região. Ex: Biota amazônica, Biota fluvial...
Biótopo: Espaço (área ou volume) ocupado por uma comunidade biológica; lugar.
Hábitat: Ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o
desenvolvimento, sobrevivência e reprodução de determinados organismos. (Local
onde vive determinada espécie).
Ecossistema: uma unidade discreta que consiste de partes vivas e não vivas
interagindo para formar um sistema biológico; uma comunidade biótica (parte viva) e
seu ambiente abiótico (parte não viva: água, luz, temperatura...) funcionando como
um sistema (usado pela primeira vez por A.G. Tansley em 1935). Os conjuntos de
organismos e seus ambientes físicos e químicos formam um ecossistema.
Bioma: Amplos conjuntos de ecossistemas terrestres, aquáticos (continentais e
marítimos) caracterizados por tipo semelhante de vegetação ou de mesma
fisionomia ambiental. Ex: Florestas pluviais tropicais, savanas, desertos.
Biosfera: Inclui todos os ambientes e organismos da Terra; a biosfera abrange
desde as mais profundas fossas oceânicas até a atmosfera acima dos mais altos
picos da Terra.
201
Água
A água tem muitas propriedades favoráveis à manutenção da vida:
É abundante na maior parte da superfície terrestre;
A maior parte encontrada é líquida;
Poderoso solvente universal;
Excelente meio para os processos
químicos dos seres vivos; a fluidez da
água permite os movimentos dos
organismos vivos.
202
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A vida aquática exige muitos elementos minerais, nitrogênio e fosforo mais
importantes, porque formam aminoácidos, ácidos nucleicos e outras importantes
moléculas biológicas.
Principais nutrientes
Hidrogênio
A concentração de íons hidrogênio afeta profundamente os sistemas ecológicos
Os íons Hidrogênio (H+) são extremamente reativos, afetando as atividades das
enzimas em altas concentrações. Esses íons são capazes de tornar
determinados nutrientes disponíveis para os processos da vida e essa mesma
capacidade ajuda a dissolver metais pesados como arsênio, cádmio e mercúrio,
que são prejudiciais à vida.
Desempenham um papel crucial na dissolução dos minerais das rochas e
solos;
A concentração de íons em uma solução é chamada de ACIDEZ.
A água em um dado momento é dissociada em seus íons hidrogênio e
hidróxido (OH-).
O pH, que mede a concentração desses íons, varia numa escala, onde 7 é
ECOLOGIA AMBIENTAL
pH neutro e abaixo e ácido, e acima de 7 é básico;
Exemplos: pH 1 ácido estomacal (extremamente ácido), pH 4 chuva ácida,
pH 7 maioria dos riachos, pH entre 7 e 8 sangue humano e oceanos, pH 15
(extremamente alcalino).
Sol
É a fonte primária de energia para a manutenção da vida;
Determina o clima terrestre;
A posição do Sol proporciona um aquecimento diferencial da superfície
terrestre, consequentemente, há uma constante variação da temperatura,
umidade relativa e pressão atmosférica;
Influenciando no ciclo hidrológico (vamos ver adiante);
204
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Tolerâ ncia ao calor
Temperaturas mais altas significam que os organismos podem se
desenvolver mais rapidamente, nadar, correr e voar mais rápido, e digerir e assimilar
mais alimento, sendo nesse caso, um o aumento da temperatura um efeito positivo
na produtividade biológica, no entanto em temperaturas mais altas há um efeito
depressor nos processos biológicos. As proteínas e outras moléculas biológicas se
tornam menos estáveis em temperaturas mais altas e podem não funcionar
apropriadamente ou manter suas estruturas;
ECOLOGIA AMBIENTAL
Fotossíntese e respiração
205
3- Relações ecológicas
206
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A rainha é a única fêmea fértil da colmeia que coloca os ovos que irão originar
outras operárias e também os zangões (machos), cuja única função é fecundar a
rainha.
Uma sociedade é composta por um grupo de indivíduos da mesma espécie
que vivem juntos de forma a permanente e cooperando entre si;
Entre os mamíferos encontramos: os castores, gorilas, os babuínos e a da própria
espécie humana (não tão rigorosa como das abelhas).
ECOLOGIA AMBIENTAL
necessárias à colônia. Um recife de coral, por exemplo,
é construído por milhões de pequenos animais (pólipos)
que secretam à sua volta um esqueleto rígido. A
garrafa-azul (Physalia) é formada por centenas de
207
208
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Relações Desarmônicas (-): Intraespecífica: Competição e Canibalismo
Competição: Indivíduos concorrem pelos mesmos recursos do meio. Esse tipo de
relação existe em praticamente todas as espécies;
ECOLOGIA AMBIENTAL
A Maré vermelha é a proliferação de algumas espécies de algas tóxicas,
presentes nos mares. Em situações como
mudanças de temperatura, alteração na
salinidade e despejo de esgoto nas águas
do mar, elas se multiplicam e sobem à
superfície, onde liberam toxinas que
matam um grande número de peixes,
mariscos e outros seres da fauna marinha.
A Penicilina foi descoberta em 1928
quando Alexander Fleming, ele
demonstrou que o fungo produzia uma
substância responsável pelo efeito Amensalismo- Descoberta da Penicilina.
Disponível em :
bactericida, à penicilina. http://www.infoescola.com/farmacologia/penicilina/.
Acesso em dez. 2013.
Predação
Os Predadores capturam indivíduos e os consomem, removendo-os da
população de presas, já o Parasita consome partes de uma presa viva, ou
hospedeiro. os parasitas se anexam aos corpos dos hospedeiros e se alimentam de
seus tecidos, etc.
Os Herbívoros comem plantas inteiras ou partes de plantas. Os herbívoros
agem como predadores quando consomem plantas inteiras e como parasitas
quando consomem tecidos vivos sem matar suas vítimas;
209
210
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4- Cadeia Alimentar
ECOLOGIA AMBIENTAL
A matéria está constantemente ciclando dentro de um ecossistema, ou dito de
outra forma, o que os seres vivos retiram do ambiente, eles devolvem. Tem sido
assim desde início da existência da vida da terra, até os dias de hoje. Trata-se de
um ciclo eterno.
A cadeia alimentar ou trófica é a maneira de expressar as relações de
alimentação entre os organismos de uma comunidade/ecossistema, iniciando-se
nos produtores e passando pelos herbívoros, predadores e decompositores, por
esta ordem.
Ao longo da cadeia alimentar há uma transferência de energia e de nutrientes (a
energia diminui ao longo da cadeia alimentar), sempre no sentido dos produtores
para os decompositores.
Componentes de uma cadeia alimentar: Obrigatoriamente, para existir
uma cadeia alimentar devem estar presentes os produtores e os decompositores.
Entretanto não é isso o que acontece na realidade, pois outros componentes estão
presentes.
Componentes de uma cadeia alimentar
Produtores: O primeiro nível trófico é constituído pelos seres autotróficos, também
conhecidos por produtores, capazes de sintetizar matéria orgânica a partir de
substâncias minerais e fixar a energia luminosa sob a forma de energia química. Os
organismos deste nível são as plantas verdes, as cianofíceas (algas azuis) e
algumas bactérias que, devido à presença de clorofila (pigmento verde), podem
realizar a Fotossíntese.
Consumidores e Decompositores: Os níveis seguintes são compostos por
organismos Heterotróficos, ou seja, aqueles que obtêm a energia de que precisam
de substâncias orgânicas produzidas por outros organismos.
211
212
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Teias ou redes alimentares
Os principais atributos de uma dada teia alimentar são os seguintes:
A) Número de espécies na rede (S): é o número total de espécies presente numa
dada rede.
B) Densidade de ligações (D): número de ligações tróficas associado a cada
espécie presente na rede.
C) Espécie trófica: conjunto de espécies que compartilham o mesmo conjunto de
presas ou são atacadas pelo mesmo predador.
D) Predador de topo: espécie que não é predada por nenhum predador na rede
onde se alimenta.
E) Espécies basais: organismos que não se alimentam de nenhuma outra espécie.
Usualmente eles são produtores primários.
F) Ciclos: Ocorre quando um organismo A se alimenta do organismo B que por sua
vez se alimenta do organismo C que se alimenta de A.
G) Conectância: número de interações tróficas realizadas dividido pelo número de
interações tróficas possíveis. Na realidade, existem várias formulas na literatura para
a conectância.
H) Nível trófico: número de ligações tróficas entre uma dada espécie na rede e a
ECOLOGIA AMBIENTAL
espécie basal a ele associada. Pode haver uma espécie que ocupe
simultaneamente mais de um nível trófico.
J) Onívoro: organismo que se alimenta em dois ou mais níveis tróficos diferentes.
K) Compartimentos: ocorre quando existe um grupo com fortes interações tróficas.
Em uma dada rede pode haver certo paralelismo trófico, ou seja, a existência de
vários compartimentos relativamente independentes entre si.
213
214
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A luz e a temperatura influenciam as taxas de fotossíntese
A produção primária é sensível a
variações na luz e na temperatura; A
Eficiência Fotossintética é a
percentagem de energia da luz do Sol que
é convertida para produção primaria
durante a estação de crescimento; Essa
medida proporciona um índice útil das
taxas de produção primária sob condições
naturais; Quando a água e os nutrientes
Produtividade. Disponível em: não limitam severamente a produção
http://uleinpa.blogspot.com.br/2009/02/as-florestas- vegetal, a eficiência fotossintética de um
da-amazonia-funcionam-como.html. Acesso em Dez.
de 2013.
ecossistema como um todo varia entre 1%
e 2%;
ECOLOGIA AMBIENTAL
folha por transpiração; Quando a umidade do solo se aproxima do ponto de
murchamento de uma planta, os estômatos se fecham para reduzir a perda de água;
Isto impede a assimilação de CO2 e a fotossíntese se torna mais lenta ate o ponto
em que cessa; Assim, a taxa de fotossíntese depende: Da disponibilidade de
umidade do solo, Da capacidade de uma planta de tolerar a perda de água; Da
influência da temperatura do ar; Da radiação solar sobre a taxa de transpiração;
215
6-Estudo de populações
216
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O que é uma população?
Uma população é formada por indivíduos de uma espécie numa dada área;
Cada população vive principalmente em manchas de habitat adequado;
Em termos genéticos e evolutivos: “Uma população é formada por grupos de
organismos dentro dos quais as chances de cruzamento são maiores do que com
organismos de outra população”. Populações assim definidas são separadas pela
distância ou algum grau de isolamento espacial; Cada espécie possui,
frequentemente, várias populações distribuídas em toda a sua distribuição
geográfica.
ECOLOGIA AMBIENTAL
Comportamento dinâmico
Entender a dinâmica populacional também esclarece a estrutura da
comunidade e a função ecossistêmica, nos permitindo responder a perguntas como:
Uma população persistirá num hábitat? Como ela afeta o fluxo de energia e contribui
para a reciclagem de alimentos num ecossistema?
Assim, muito da Ecologia se focaliza nos processos no nível da população.
Distribuição geográfica
A distribuição de uma população é a sua abrangência geográfica; A presença
ou ausência de habitat adequados frequentemente determina a extensão da
distribuição de uma população, embora outros fatores, como competidores,
organismos patogênicos e barreiras à dispersão, também tem influência;
Frequentemente os limites de uma população são difíceis de definir.
Usa-se então uma definição prática: “Uma população é um grupo de organismos de
uma mesma espécies dentro de uma área (ou volume) determinado”.
217
218
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Metapopulação
ECOLOGIA AMBIENTAL
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
7- Sucessão Ecológica
ECOLOGIA AMBIENTAL
Sucessão Ecológica. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-sucessao-
ecologica/meio-ambiente-sucessao-ecologica.php. Acesso em Dez. de 2013.
221
222
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Alterações no processo de sucessão. Disponível em:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia23.php. Acesso em Dez. de 2013.
ECOLOGIA AMBIENTAL
primeiro sistema de produtores que
se desenvolve. Quando os seus
cadáveres começam a enriquecer o
fundo das margens com material
orgânico, a vegetação aquática
pode aí se estabelecer. As folhas e
caules mortos aumentam o húmus
do fundo, e de ano para ano a
vegetação avança das margens
para o centro.
Na borda, onde estavam as plantas
pioneiras, começam a aparecer
arbustos lenhosos e, depois de
certo tempo, as árvores. O terreno
eleva-se graças à sedimentação de
restos vegetais e, finalmente, onde
estavam de início, as plantas
Sucessão Ecológica em uma lagoa. Disponível aquáticas fixam-se arbustos e
em :http://www.coladaweb.com/biologia/ecologia/sucessao-
ecologica. Acesso em Dez. de 2013.
árvores, e o que era de início, o
charco marginal se transforma
em terra firme. Através deste processo de sucessão, todos os lagos e lagoas
tendem a desaparecer.
223
Ciclo do Oxigênio
O Oxigênio livre é encontrado na forma molecular (O2) na atmosfera e na
hidrosfera, como produto da fotossíntese de vegetais. Esse oxigênio é utilizado
na respiração de plantas e animais, como produto final junto com o hidrogênio
forma água.
Essa água pode ser utilizada no metabolismo e eliminada através
da respiração, transpiração e excreção, voltando a atmosfera.Nos vegetais a
água é utilizada na síntese de carboidratos, através da fotossíntese. Assim o
oxigênio fica livre do hidrogênio e volta à atmosfera.
As três principais fontes não vivas de átomos de oxigênio para os seres
vivos são, portanto, gás oxigênio (O2), gás carbônico (CO2) e água (H2O).
Ciclo do Carbono
224
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Das substâncias orgânicas incorporadas pelas células do herbívoro, grande
parte é degradada na respiração celular para fornecer energia, nessa degradação, o
carbono é liberado na forma de CO2.
O carbono captado na fotossíntese vai passando de um nível trófico para
outro e, ao mesmo tempo, retornando aos poucos à atmosfera, como resultado da
respiração dos próprios organismos e da ação dos decompositores, que atuam em
todos os níveis tróficos.
ECOLOGIA AMBIENTAL
Ciclo do Carbono. Disponível em: http://aulasdebiologiamilton.blogspot.com.br. Acesso em Dez. de 2013.
225
Ciclo do Fósforo
A decomposição devolve o fósforo que fazia parte da matéria orgânica ao
solo ou à água. Daí, parte dele é arrastada pelas chuvas para os lagos e mares,
onde acaba se incorporando às rochas. Nesse caso, o fósforo só retornará aos
ecossistemas bem mais tarde, quando essas rochas se elevarem em
consequência de processos geológicos e, na superfície, forem decompostas e
transformadas em solo. Assim, existem dois ciclos do fósforo que acontecem em
escalas de tempo bem diferentes. Uma parte do elemento recicla-se localmente
entre o solo, as plantas, consumidores e decompositores, em uma escala de
tempo relativamente curta que podemos chamar “ciclo de tempo ecológico”.
226
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Outra parte do fósforo ambiental sedimenta-se e é incorporada às rochas;
seu ciclo envolve uma escala de tempo muito mais longa, que pode ser chamada
“ciclo de tempo geológico”.
ECOLOGIA AMBIENTAL
Ciclo do Fósforo. Disponível em: http://profjairohenrique.blogspot.com.br/2009/03/ciclos-
biogeoquimicos-ciclo-do-fosforo.html. Acesso em Dez. de 2013.
Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio é usado pelos seres vivos na síntese de diversas moléculas
orgânicas, tais como os Ácidos Nucleicos e as Proteínas. Todos os organismos
conhecidos são altamente dependentes destas substâncias.
O maior reservatório de nitrogênio no planeta é a atmosfera, onde este se
encontra, principalmente, na forma de N2. O nitrogênio também pode ser encontrado
no solo na forma de substâncias inorgânicas, nos organismos vivos e em depósitos
de substâncias orgânicas.
Fixação: A fixação é a conversão do nitrogênio gasoso da atmosfera em substâncias
sólidas, líquidas ou íons solúveis no solo. As principais formas do nitrogênio no solo
são os íons Amônia (NH4), Nitrato (NO2) e Nitrito (NO3).
A fixação é um processo de elevada importância ecológica porque a maioria
dos seres vivos não é capaz de absorver o nitrogênio na forma gasosa,
dependendo, portanto desses íons dissolvidos no solo para a síntese de suas
moléculas.
227
228
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O excesso de nitrogênio e fósforo nos corpos aquáticos podem levar ao
processo conhecido como Eutrofização (provocada pelo homem).
9-Ambientes Aquáticos
Oceanos: A cadeia alimentar do
oceano começa com o menor
autótrofo conhecido e termina com
os maiores dos animais (peixes
gigantes e baleias); Os minúsculos
flagelados verdes, algas e bactérias
(picoplâncton), são capturados por
redes de plâncton e é a base da
ECOLOGIA AMBIENTAL
No mar profundo alguns peixes produzem sua própria luz (peixe lanterna); outros
tem apêndice móvel luminoso que é usado como isca para atrair presas (peixe
pescador); muitos têm bocas enormes e podem engolir presas maiores que eles
mesmos;
Plataforma Continental
A vida marinha se concentra perto do
litoral, onde as condições de nutrientes são
favoráveis; Nenhuma outra tem variedade de
vida como a Plataforma Continental; As
maiores pescas comerciais do mundo estão
quase todas localizadas nas regiões de
Ressurgências; No entanto, a pesca está
vulnerável e muitos peixes correm risco de
desaparecer devido a uma demanda
acentuada por frutos do mar aliada à expansão Fontes hidrotermais. Disponível em:
da frota global de barcos eficientes no aspecto http://profundoazulprofundo.blogspot.co
m.br/2011/08/chamines-hidrotermais-
tecnológico.
descobertas-norte.html . Acesso em
Dez de 2013.
Regiões de Ressurgência:
Alta concentração de nutrientes e organismos; dominam peixes pelágicos;
Cadeias alimentares curtas; Sedimentos depositados no fundo do mar tem alto
conteúdo orgânico e alto teor de fosfato;
229
230
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Ecossistemas de água doce:
1- Ecossistemas de águas paradas ou lênticos: lagoas e lagos:
ECOLOGIA AMBIENTAL
Ambiente Lêntico: Lagos e Lagoas. Disponível em: http://www.osmais.com/. Acesso em Dez. de 2013.
231
232
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Comunidade Biológica
O plâncton é geralmente subdividido em:
Fitoplâncton - formado principalmente por algas microscópicas;
Bacterioplâncton - formado por bactérias; e
Zooplâncton - formado por animais.
Em biologia pesqueira chama-se ictioplâncton ao conjunto dos ovos e
larvas de organismos aquáticos que apresentam um comportamento planctônico.
ECOLOGIA AMBIENTAL
Biomas Brasileiros
233
234
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Uma das principais características do cerrado são as árvores com caules tortuosos
e folhas coriáceas, além do solo com poucos nutrientes e com grande concentração
de alumínio. A diversidade de espécies da fauna é grande: tamanduá-bandeira, tatu-
bola, veado-campeiro, capivara, lobo-guará, onça-pintada, etc.
ECOLOGIA AMBIENTAL
Mata Atlântica A Mata Atlântica
estende-se do Piauí ao Rio Grande do
Sul. Esse bioma é um dos mais ricos do
mundo em espécies da flora e da fauna.
Sua vegetação é bem diversificada e é
representada pela peroba, ipê,
quaresmeira, cedro, jequitibá-rosa,
jacarandá, pau-brasil, entre outras. A
fauna possui várias espécies distintas:
Mata Atlântica. Disponível em: tatu-canastra, onça-pintada, lontra, mico-
http://www.mundoeducacao.com. Acesso em leão, macaco-muriqui, anta, veado, quati,
Dez de 2013.
cutia, bicho-preguiça, jacu, macuco, etc.
235
236
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Tundra: Próximas ao Polo Ártico, onde a neve é constante; Temperatura
no verão máxima de 10 graus; Durante o verão uma fina camada se descongela,
constituindo o Permafrost, e o restante continua congelado, o que impede a
drenagem da água do degelo, levando a formação de vastos pântanos; Ocorre a
seca fisiológica (mesmo o solo sendo encharcado); Rena, caribu, boi
almiscarado;
ECOLOGIA AMBIENTAL
237
238
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Exercícios de Ecologia Aplicada
1- Fundamentos de Ecologia
1. O que é Ecologia?
2. O que significa e dê exemplos de componentes bióticos e abióticos.
3. O que são seres autótrofos e heterótrofos, dê exemplos.
4. Defina: Organismo, População, Comunidade, Ecossistema, Biosfera, Flora e
Fauna;
5. O que é nicho ecológico?
ECOLOGIA AMBIENTAL
6. Como o solo é formado? Qual o nome do processo de formação do solo?
7. Explique de forma simplificada o que ocorre na fotossíntese.
3- Relações ecológicas
1. Qual a diferença entre sociedade e colônia?
2. Escolha uma relação harmônica interespecífica, explique qual a característica
da relação harmônica escolhida e cite exemplos da mesma.
3. Qual a diferença entre Predação e Parasitismo?
4- Cadeias alimentares
1. Qual os componentes de uma cadeia alimentar?
2. Por que os produtores são tão importantes?
3. Faça o esquema de uma cadeia alimentar ate o nível de consumidor terciário
de um ambiente aquático e terrestre.
4. Quais os principais atributos analisados em uma teia alimentar?
5- Fluxo energético
1-Por que Lotka e Lindeman foram tão importantes no estudo do fluxo de
energia?
2-O que é produção primaria bruta e produção primária líquida?
3-Qual a relação entre o aumento na temperatura e a baixa taxa de fotossíntese?
4-Qual a função dos estômatos?
5- Qual ambiente terrestre que tem a maior produção primária?
6-Caracterize um estuário e o oceano quanto a produtividade.
239
7- Sucessão Ecológica
1-Quais são as etapas de um processo de sucessão ecológica?
2-Qual a importância desse processo (sucessão) para a natureza?
3- O que é uma sucessão autogênica e uma sucessão alogênica?
4- O que acontece com a complexidade estrutural e funcional do ecossistema
conforme a sucessão acontece?
8- Ciclos Biogeoquímicos
1- Descreva o pequeno e grande ciclo da água;
2- Qual o caminho que o átomo de carbono percorre durante o seu ciclo?
3- A poluição prende o gás carbônico e outros gases na atmosfera causando um
efeito conhecido como _____________________________;
4-O despejo inadequado de esgotos, ricos principalmente em fósforo e nitrogênio
é a principal causa da _________________________, também conhecido como
fertilização das águas;
5-Sabemos que para o Fósforo existem dois ciclos que acontecem em escala de
tempo bem diferentes, um chamado de Ciclo de Tempo Ecológico e outro
Ciclo de Tempo geológico, explique os dois ciclos;
6- Nas raízes de plantas leguminosas, encontramos as Micorrizas. O que é
micorriza e qual sua função no ciclo do Nitrogênio?
7- Complete nas caixinhas o nome dado aos processos que ocorrem no ciclo do
Nitrogênio:
240
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
9- Ambientes Aquáticos
ECOLOGIA AMBIENTAL
b) Qual bioma brasileiro que guarda a maior diversidade biológica do planeta
__________________;
c) Qual Bioma brasileiro que possui hoje menos de 5% da sua área original
__________________;
d) Qual bioma brasileiro é devastado pela agricultura ________________
e) A maior planície inundável do mundo é o _____________________
f) Em qual bioma ocorre o Permafrost___________
241
http://www.mundoeducacao.com/biologia/ciclo-agua.htm
http://www.conservation.org.br/como/index.php?id=8
http://ecologiaparatodos.org/2013/02/26/a-fragmentacao-de-habitat-e-a-
abordagem-da-dinamica-de-metapopulacoes-para-conservacao-da-
biodiversidade/
242
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 1
HIGIENE E SAÚDE
AMBIENTAL
Disciplina: HIGIENE E SAÚDE AMBIENTAL
Curso: Meio Ambiente
Carga Horária total: 40 horas/ aula
1 RISCOS AMBIENTAIS
244
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Por sua vez, os aerodispersóides podem ser sólidos ou líquidos, atendendo
ao seguinte esquema geral de classificação:
Temperaturas extremas:
Calor
Frio
Ruído
Vibrações
Pressões anormais
Radiações: Ionizantes e Não ionizantes
245
246
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
1.2 Caracterizações dos riscos
247
2 MAPAS DE RISCO
O Mapa de Risco foi criado através da Portaria no 5 de 17/08/92 tratando da
obrigatoriedade, por parte de todas as empresas, da “representação gráfica dos
riscos existentes nos diversos locais de trabalho”.
O Mapa de Riscos apresenta-se como uma expressão subjetiva de risco,
proveniente da percepção individual e coletiva dos trabalhadores e da CIPA –
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, o que lhe garante um caráter mais
educativo do que técnico.
Este documento não possui o compromisso com a constatação dos riscos
ambientais através da avaliação quantitativa porque nem todos os riscos
caracterizados são passiveis de quantificação.
248
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2.1 Identificações das condições de risco nos locais de trabalho
249
A cor do circulo indica a que grupo pertence o risco Intensidade do risco (P,
M, G).
Número de funcionários
Utiliza-se quando o risco
Afeta toda a extensão do local avaliado
Tipo / característica do risco
Os mapas devem ser construídos de forma a facilitar a visualização e
identificação dos riscos pelos funcionários e demais pessoas que transitam pelo
local.
Nos ambientes de trabalho, conforme os tipos de atividades desenvolvidas,
as pessoas estão expostas ao contato com diferentes agentes que poderão
provocar danos a integridade física, psicológica e social.
Estes agentes são classificados em Riscos Físicos, Químicos, Biológicos,
Ergonômicos e de Acidentes.
250
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EP I
251
252
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3.3.2 Qualidade do EPI
O EPI deve oferecer proteção efetiva contra os riscos para os quais foi
fabricado. Sua eficiência deve ser realizada por órgãos credenciados pela SSST
(Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho). Deve ser durável, levando-se em
conta a agressividade das condições em que e empregado.
253
Tipos de Riscos:
Agentes meteorológicos - trabalho a céu aberto;
Impacto proveniente de queda ou projeção de objetos;
Queimadura ou choque elétrico.
Obs.: Trabalhadores com cabelos compridos que trabalham próximo a
pontos rotativos de máquinas devem usar redes de prender cabelo ou touca.
Características dos capacetes de segurança:
Construção solida- casco em plástico rígido, resinas prensadas com
tecido, fibra de vidro reforçada com poliéster e ligas de alumínio;
Alta resistência ao impacto e penetração;
Propriedades dielétricas- para a classe B- nas condições de ensaios
de rigidez dielétrica não devem apresentar descarga elétrica na
tensão de 20.000 volts durante 3 minutos, não devendo a corrente de
fuga neste intervalo de tempo exceder a 9 mA.
Outras - peso máximo - classe A = 425 gramas e classe B = 439
gramas
254
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3.4.1.2 Óculos de segurança
Os óculos de segurança são considerados equipamentos de proteção
individual de grande importância nas atividades laborais, pois evitam acidentes de
trabalho envolvendo operações de riscos que possam afetar o globo ocular do
trabalhador.
São inúmeros os tipos de acidentes de trabalho pelo não uso adequado de
óculos de proteção.
Tipos de Riscos
Impactos de estilhaços e cavacos de operações de rebarbação e
usinagem;
Poeiras provenientes de operações industriais ou impelidas pelo
vento;
Borrifos de líquidos e de metal em fusão;
Brilho excessivo e irradiações ultravioletas e infravermelhas.
Características:
Lentes - cristal ótico, sem distorções, riscos, com grau correto e temperado
para resistir a impactos;
Armação - composta de: aros, hastes, plaquetas, proteção lateral,
dobradiças.
255
Características:
Lente - mesma do anterior;
Armação - borracha de boa qualidade, resistente e flexível a ponto de
permitir perfeito ajuste aos mais diferentes tipos de rosto;
Devem possuir dispositivo para ventilação - aplicação – trabalhos em
laboratório, galvanoplastia, operações com ácidos e demais líquidos
agressivos.
256
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
d) óculos de segurança contra radiações perigosas: Trabalhos que possam
causar irritação nos olhos e outras lesões devido às ações de radiação.
Características:
257
258
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
a) protetores circum-auriculares: São os protetores do tipo fone ou concha.
259
Elementos de proteção:
Luvas;
Protetores da palma da mão;
Protetores de punho;
Mangas;
Pomadas protetoras.
260
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA
Seção X contém:
Disposições minuciosas que devem ser atendidas especialmente pelas
261
262
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4.4 Finalidade dos dispositivos
263
264
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Dispositivo Arrastador: Consiste de um bastão mecanicamente ligado ao
movimento do embolo da prensa. Ao ser acionada a prensa o bastão entra
em movimento juntamente com o embolo e passa em frente ao estampo
antes de se fechar, arrastando as mãos do operador para fora da área de
perigo.
265
266
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Cabos de Segurança: E um cabo, ou às vezes corrente, com o qual se
prendem certos equipamentos suspensos que podem vir a cair devido aos
desgastes ou fadiga dos meios de sustentação.
267
Tem como objetivo chamar a atenção, de uma forma rápida e eficaz, para
objetos e situações susceptíveis de provocar determinados perigos; fornece
indicação relativa à segurança por meio de uma cor e/ou símbolo; a sinalização de
segurança deve ser aplicada em todos os locais de trabalho.
268
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5.2 Sinalizações de atenção
Sinalização encontrada no local, utilizada para chamar atenção de forma
rápida e eficaz.
269
5.6 Cores
As cores devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de
acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas,
identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de
líquidos e gases e advertindo contra riscos.
O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar
distração, confusão e fadiga ao trabalhador.
Vermelho
270
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
É empregado para identificar:
Amarelo
Branco
271
Preto
Azul
O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu emprego limitado
a avisos contra uso e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer
fora de serviço.
Verde
272
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Laranja
Púrpura
Lilás
O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis.
As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.
Cinza
Alumínio
273
A identificação por meio de faixas deverá ser feita de modo que possibilite
facilmente a sua visualização em qualquer parte da canalização.
5.7 Rotulagem
274
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Onde possam ocorrer misturas de 2 (duas) ou mais substâncias químicas,
com propriedades que variem em tipo ou grau daquelas dos componentes
considerados isoladamente, o rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do
produto final.
275
Para que haja uma combustão ou incêndio devem estar presentes três elementos:
Combustível
Comburente
Fonte de calor
6.1.1 Combustível
É todo o material ou substância que possui a propriedade de queimar, ou
seja, entrar em combustão. Podem ser:
Sólidos: para entrarem em combustão tem que passar do estado sólido para
gasoso. Ex.. Papel, madeira, tecidos, etc..
Gasosos: são os diversos gases inflamáveis. O perigo deste está na
possibilidade de vazamento podendo formar com o ar atmosférico, misturas
explosivas. Ex.. GLP, acetileno, hidrogênio, etc..
Líquido: são os álcoois, éter, gasolina, thinner, acetona, tintas, etc..
6.1.2 Comburente
É o gás que serve para manter a combustão. O comburente mais conhecido
é o oxigênio, do ar atmosférico. O oxigênio encontra-se na atmosfera a uma
concentração de 21%. Em concentração abaixo de 13% á 16% de oxigênio no ar
não existe combustão.
276
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Eletricidade: centelhas elétricas, aquecimento, etc.
Mecânica: atrito, fricção, compressão, etc.
Química: água na cal, no potássio, no magnésio, etc.
Para que haja fogo é necessário que estes três elementos estejam presentes em
quantidades proporcionais e equilibradas. Faltando um deles não haverá fogo.
277
É uma reação química entre corpos, muito frequente na natureza. Ex. Fogo.
Durante esta reação química entre os combustíveis e os comburentes, ocorrerá à
combinação dos elementos químicos, originando outros produtos diferentes que
são:
6.3.1 Fumaça
É uma mescla de gases, partículas sólidas e vapores de água. A cor da
fumaça serve de orientação prática, indica o tipo do material que está sendo
decomposto na combustão.
Fumaça branca ou cinza clara: indica-nos que é uma queima de
combustível comum. Ex.madeira, tecido, papel, capim, etc.
Fumaça negra ou cinza escura: são originários de combustão incompletos,
geralmente produtos derivados de petróleo, tais como, graxas, óleos, pneus,
plásticos, etc.
Fumaça amarela ou vermelha: indica-nos que está queimando um
combustível em que seus gases são altamente tóxicos. Ex. produtos
químicos, etc.
6.3.2 Calor
É uma forma de energia que serve como uma constante desde o início de
uma combustão, que a mantém e incentiva sua propagação. A busca das possíveis
fontes de calor que possam dar início a um incêndio constituiu uma das colunas
mestras da prevenção, pois se conhecemos a fonte de calor poderemos tomar as
medidas para o seu controle e/ou eliminação, evitando-se com isso o incêndio.
6.3.3 Gases
Os gases são encontrados na fumaça e variam de acordo com o material
que queima. Um dos elementos constituinte dos combustíveis mais comuns é o
carbono “C”. O átomo de carbono combina com dois átomos de oxigênio do ar
resultando em um gás, que é o gás carbônico “CO²”. É um gás imperceptível,
inodoro, mas é ligeiramente picante. Não é combustível ou tóxico, porém não serve
para respiração. Em determinadas condições esta combinação se dá com somente
um átomo de oxigênio, formando-se o gás monóxido de carbono. Este gás é
incolor, inodoro e insípido. É explosivo e altamente tóxico. Se respirado mesmo a
baixa concentração, leva à pessoa a morte.
278
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
6.4 Transmissão do calor:
6.4.1 Condução
É o caso de uma barra metálica que é aquecida em uma extremidade por
uma chama. Passando algum tempo, a outra extremidade também estará quente.
6.4.2 Convecção
É o que acontece com gases e com líquidos. Nessas substâncias, as partes
frias tendem a descer. Assim, formam-se correntes que sobem (ascendentes) e
correntes que descem (descendentes). É por isso que, em construções altas, às
vezes, o fogo (incêndio) se propaga, passa de um andar para o de cima, por
convecção.
6.4.2 Radiação
É a transmissão do calor por meio de ondas. Todo o corpo quente emite
radiações que vão atingir os corpos frios. O calor do sol é transmitido por esse
processo, bem como o calor de um forno, etc.
279
280
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Estes extintores são mais eficientes que os de gás carbônico, tendo seu
controle feito pelo manômetro e, quando a pressão baixa, devem ser recarregados.
Os extintores de pó químico seco devem ser operados da seguinte forma:
Retire a trava ou pino de segurança;
Empunhe a mangueira;
Teste:
Leve o extintor ao local do fogo;
Ataque o fogo procurando formar uma nuvem de pó, a fim de cobrir a área
atingida.
6.6.4 Hidrante:
Os abrigos dos hidrantes geralmente alojam mangueiras de 15 ou 30 metros
e bicos que possibilitam a utilização da água em jato ou sob a
Forma de neblina, tipo Universal.
As mangueiras devem permanecer desconectadas-conexão tipo engate
rápido - devem estar enroladas convenientemente e sofrer manutenção constante.
Deve ser proibida a utilização indevida das instalações de hidrantes. Ex:
282
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O painel de segurança é retangular (30x40 cm) com uma borda de 1 cm, tem
fundo na cor laranja e duas linhas com números em preto. A linha superior indica
o número de risco, com exceção dos explosivos, que não têm número de risco. Os
algarismos devem ser lidos separadamente. No exemplo ao lado, a tabela deve ser
lida como 3-3, que corresponde a líquido altamente inflamável. A linha inferior traz
o número ONU, ou seja, o número que identifica o produto de acordo com a
listagem de produtos perigosos utilizada internacionalmente. Aqui, 1203 significa
que este caminhão está transportando combustível automotor ou gasolina.
O rótulo de risco informa a classe e a subclasse a que o produto pertence, e
indica o risco principal e o risco subsidiário. Trazem símbolos, textos (opcionais,
exceto para os radioativos), um número e pode ter cores diversas no fundo. Indica
se o produto é explosivo, inflamável, corrosivo, oxidante ou radioativo, por exemplo.
O rótulo de risco ao lado indica um produto da subclasse 4.2, ou seja, uma
substância sujeita a combustão espontânea.
283
7.3 Documentação
A segurança do transporte de produtos perigosos depende de vários fatores:
o expedidor deve providenciar a embalagem adequada, o motorista precisa
ser treinado, a documentação precisa estar em ordem e o caminhão deve estar
em boas condições operacionais e, quando for o caso, devidamente marcado e
sinalizado e com os equipamentos de segurança.
A embalagem do produto varia de acordo com o grau de risco, numa escala
de I a III, dos produtos mais perigosos aos que apresentam menor risco. A
embalagem deve trazer dados importantes que serão indispensáveis em caso de
acidente, como números de telefones para atendimento de emergência
e precauções no manuseio do produto, e outras informações.
Vários documentos são exigidos para que produtos perigosos possam ser
transportados por via terrestre:
O condutor deve apresentar o documento original de que foi aprovado
no curso Mopp, Movimentação e Operação de Produtos Perigosos em casos
específicos.
O veículo e os equipamentos destinados ao transporte a granel devem ter
o CIPP, Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos a
granel, expedido pelo Inmetro ou entidades credenciadas.
É preciso levar um documento fiscal, acompanhado de uma declaração de
que o produto está adequadamente acondicionado para o transporte.
É preciso levar a ficha de emergência e o envelope para o transporte, com
instruções sobre como proceder em caso de acidente, também em casos
específicos.
284
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Figura 28: envelope para o transporte
285
8.1 Planejamento
O QUÊ?
ONDE?
QUANDO?
286
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
COMO?
Para atuação interna nas empresas (indústrias) deverá está possuir um bom
cronograma de tarefas diárias e equipamentos adequados para a movimentação,
além de operador devidamente treinado para aquele equipamento.
DURANTE?
Qual o tempo previsto de utilização dos meios de apoio e dos meios logísticos a
disponibilizar bem como dos recursos humanos necessários. Os principais fatores
a ter em consideração são os seguintes:
8. 2 Poços de elevadores
287
288
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Ganchos com travas para que o olhal ou laço do cabo não escorregue
(ganchos abertos devem ser proibidos).
8.3.1.1 Roldanas
As superfícies das roldanas devem ser lisas e livres de defeitos que possam causar
danos aos cabos. Roldanas que levam cabos que podem ser temporariamente
descarregados devem ser providas de protetores, guias ou outros dispositivos
apropriados para guiar o cabo de volta para a ranhura quando a carga for aplicada
novamente.
8.3.1.2. Cabos
Ao usar cabos de içamento, devem ser seguidas as recomendações do
fabricante. A carga nominal dividida pelo número de pernas de cabo não deverá
exceder 20% da resistência de ruptura do cabo nominal. O sistema de soquetes
(fixação do cabo à manilha) deverá ser realizado da maneira especificada pelo
fabricante do equipamento.
A revisão da NR 22 trouxe grande contribuição para estabelecer os
289
8.3.1.3 Ganchos
Os ganchos devem possuir trava de segurança e não poderão ser
sobrecarregados, observando sempre as recomendações do fabricante.
290
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Uma outra exigência da NR 11 – esta no item 11.1.3.2 – diz respeito à
obrigatoriedade de indicar em local visível em todos os equipamentos deste tipo a
carga máxima de trabalho permitida. Para muitos tal exigência trata-se apenas de
uma mera burocracia e estes certamente desconhecem a quantidade de acidentes
que ocorrem devido ao uso de equipamentos deste tipo em condições acima de
sua capacidade de carga. Desconhecem também as consequências advindas da
inobservância de algo tão simples que vão desde a morte de pessoas, passando
pelo esmagamento de membros e passando invariavelmente por perdas do
patrimônio e danos a produção. Todos os equipamentos devem ser sinalizados
quanto a sua capacidade, tal sinalização deve ser como diz o próprio texto na NR –
VISIVEL.
Infelizmente ainda encontramos em muitos locais de trabalho talhas cuja
identificação de carga inexiste ou quando não é tão pequena que quando
perguntados aos usuários o quanto aquele equipamento pode levantar ouvimos
diversos números totalmente diversos e na sequência diversas histórias que nos
deixam assustados. Como complemento deste assunto, devemos também estar
atentos para as possíveis reduções de capacidade – que ocorrem em alguns
291
292
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
cargo de escolas especializadas e que estas emitam certificados e estes sejam
mantidos junto ao prontuário do empregado.
Mais do que isso se recomenda que periodicamente seja feita uma
reciclagem pelo menos quanto aos princípios básico da operação e sempre
quantos as normas de segurança na operação.
Com relação ainda ao treinamento chama-se a atenção neste ponto para a
variedade de veículos industriais hoje em uso. O que antigamente era restrito a
uma ou duas variedades passou a ser na atualidade muito diferente. Há por todas
as partes paleteiras, rebocadores, guindastes, pontes rolantes com operação no
próprio equipamento ou à distância, etc. Obviamente, cada um destes
equipamentos tem características bastante diversas, embora muitos sejam
similares em suas bases. Portanto, há necessidade de treinamentos específicos.
Fica claro que entre uma empilhadeira e uma paleteira há grandes diferenças no
modo de operação e riscos de acidentes.
Uma dúvida ainda existe quanto à obrigatoriedade de Carteira Nacional de
Habilitação para os operadores de veículos como empilhadeiras, rebocadores e
paleteiras. O Código Nacional de Transito em momento algum é claro quanto à
293
294
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ainda aqueles equipados com "sirenes" ou equivalentes. Sem dúvida alguma, em
prol da prevenção de acidentes os dispositivos que sinalizam a marcha ré são
muito úteis. No entanto, quando a sinalização tanto visual como sonora vai, além
disso, há necessidade de analisarmos o quanto isso pode contribuir para a
dispersão da atenção das pessoas envolvidas nas operações e mesmo para o
estresse dos empregados. Se de fato, devido aos riscos de acidentes (bem
avaliados) há necessidade de definirmos algum tipo de sinalização para os
movimentos em veículos que seja preferencialmente o uso de pisca alerta em
lanternas fixas e sem parte sonora. De forma alguma, algum meio definido para a
prevenção de acidentes deve colateralmente ser a causa de incômodos ou danos
aos empregados.
Atenção especial deve ser dada ao item 11.1.8 que define a substituição
imediata de peças defeituosas. Toda manutenção deve ser feita sempre a apenas
por profissionais capacitados para esta finalidade e devem gerar evidências
documentais nas quais entre outras coisas seja possível em caso de necessidade
identificar o responsável pela verificação e reparos; Por fim, recomenda-se ainda
que seja definida uma sistemática de verificação a ser feita pelo próprio operador –
295
9 CIPA
Todas as empresas regidas pela CLT deverão possuir dois órgãos de
Segurança e Medicina do Trabalho:
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA – NR-5
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho – SESMT.
296
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
9.1 Objetivos da CIPA
298
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de
Prevenção da AIDS.
10 FUNDAMENTOS DA TOXICOLOGIA
Toxicologia é o estudo dos efeitos adversos das substâncias nos organismos
vivos. Toxicologia industrial está relacionada com os efeitos adversos nos
trabalhadores das substâncias manuseadas no local de trabalho, embora o
interesse geralmente se estenda aos efeitos adversos dos produtos nos
consumidores e efluentes do local de trabalho sobre o público em geral.
Historicamente a toxicologia era a arte e ciência do envenenamento. Hoje é
a disciplina que utiliza as informações desenvolvidas por uma variedade de
ciências químicas, físicas, biológicas e médicas para prever os efeitos adversos
prováveis no homem de uma crescente variedade de substâncias às quais ele é
exposto.
NB. Os termos acima são usados livremente por muitas pessoas. Por exemplo, o
termo toxicidade é frequentemente usado em vez de perigo tóxico e risco tóxico em
299
300
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
10.2.1 Forma física
Tabela 1: Forma física
9.2.2 Dose
Dose é o produto da concentração da substância e duração da exposição a
301
10.2.4 Metabolismo
Substâncias que são distribuídas pelo corpo tendem, então, a ser
metabolizadas. O principal local do metabolismo é o fígado, embora os rins,
pulmões e pele possam metabolizar alguns químicos.
O metabolismo pode converter uma substância tóxica em uma não tóxica e
vice versa, por exemplo, n-hexano é metabolizado no fígado para outro composto
que causa danos para o sistema nervoso. Na maioria das vezes, no entanto, a
desintoxicação é benéfica.
Um processo de desintoxicação típico envolve estágios de oxigenação
seguidos por conjugação com ácido glucurônico. A taxa de metabolismo depende
da taxa de absorção (compostos solúveis em água têm menor absorção do que os
solúveis em gordura) e a extensão da ligação à proteína (isto reduz a concentração
nos locais do metabolismo).
Sistemas de enzimas são pobremente desenvolvidos nas pessoas muito
jovens que, portanto, têm um metabolismo mais lento.
O fígado transforma substâncias hidrofóbicas (isto é, não solúveis em água)
em formas hidrofílicas (solúveis em água) para que possam ser excretadas pelos
rins ou na bile.
10.2.5 Excreção
Ocorre principalmente por meio dos rins via urina, mas também via bile
(compostos de alto peso molecular), pulmões (hidrocarbonetos voláteis excretados
sem alteração), sucos gástricos (nicotina), leite da mama (pesticidas) e pele (ferro).
Quanto mais rapidamente à excreção ocorre menor é a probabilidade de
uma toxina danificar o corpo. Os produtos da excreção são frequentemente usados
para monitorar a exposição no trabalho.
302
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
10.3 Estágios da avaliação toxicológica
Ao avaliar os riscos para a saúde provenientes da exposição a substâncias,
buscam-se respostas para as seguintes perguntas:
303
304
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
19. Para que acha fogo e precisa três elementos. Quais e o que são?
20. O que é ponto de fulgor, combustão e ignição?
21. Cite exemplos de combustíveis para o fogo?
22. O que significa a fumaça branca, negra e amarela? Qual a mais
prejudicial à saúde?
23. O calor é uma espécie de energia e por isso se transmite, isto é, passa
de um corpo para outro. Esta passagem do calor pode ocorrer de três
formas diferentes. Quais são e como acontecem?
24. Quais os métodos de extinção de incêndio? Explique cada um deles.
25. Cite uma técnica de prevenção de incêndio que no seu conceito seja a
mais eficaz?
305
306
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 1
GEOLOGIA GERAL
E CARTOGRAFIA
Disciplina: Geologia Geral e Cartografia
Carga Horária: 40 horas/ aula
Objetivos Gerais: Caracterizar os processos e a evolução biótica e abiota, perceber as
causas e efeitos dos fenômenos tectônicos global, compreender o tempo geológico e sua
abrangência e aplicabilidade no meio ambiente. Desenvolver capacidade critica dos
aspectos relacionados com a evolução da litosfera além de compreender os temas
polêmicos de importância ambiental relacionada às aguas, solo e ar. Propor modelos de
sustentabilidade relacionados à geologia.
Avaliações- 1º Bimestre
Avaliações- 2º Bimestre
308
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Geologia Geral
• A estrutura interna da Terra
Sabe-se que a Terra, uma esfera ligeiramente achatada, não é homogênea. O furo
de sondagem mais profundo que já se fez na crosta terrestre atingiu 12 km de
profundidade, um valor insignificante para um planeta que tem mais de 6.000 km de raio.
Mas, dispomos de informações obtidas por medições indiretas, através do estudo de
ondas sísmicas, medidas na superfície. Elas mostram que nosso planeta é formado por
três camadas de composição e propriedades diferentes, a crosta, o manto e o núcleo.
Essas camadas, por sua vez, possuem algumas variações e são, por isso, subdivididas
em outras, como mostra a figura 1.
A crosta terrestre
A crosta é porção externa da Terra, a mais delgada de suas camadas e a que
conhecemos melhor. Ela é tão fina em relação ao restante do planeta que pode ser
comparada à casca de uma maçã em relação à maçã inteira.
309
A crosta está dividida em muitos fragmentos, as placas tectônicas (Fig. 2). Há 250
milhões de anos, todos os contentes estavam unidos, formando uma só massa
continental, a Pangea. Essa massa começou a se fragmentar e ao longo de algumas
centenas de milhões de anos deu origem aos continentes e oceanos atuais. As placas
flutuam sobre o manto, mais precisamente sobre a astenosfera, uma camada plástica
situada abaixo da crosta. Movimentam-se continuamente, alguns centímetros por ano. Em
algumas regiões do globo, duas placas se afastam uma de outra e em outros, elas se
chocam.
310
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Fig. 2 - As placas tectônicas (Baumann, 2008).
O manto divide-se em manto superior e manto inferior. O superior tem, logo abaixo
da crosta, uma temperatura relativamente baixa (100 °C) e uma consistência similar à da
camada acima, com velocidade de ondas sísmicas de 8,0 km/s. No manto inferior, porém,
esta velocidade aumenta para 13,5 km/s, com temperatura bem mais alta, chegando a
2.200 ºC (3.500 °C segundo outros autores) perto do núcleo.
311
Há, no manto terrestre, alguns pontos mais quentes que o restante, chamados de
hot spots (pontos quentes). Nesses locais, o material do manto tende sempre a subir e
atravessar a crosta. Quando ele consegue isso, forma-se na superfície da Terra um
vulcão. Como a crosta é formada de placas em movimento, esse vulcão, com o tempo, sai
de cima do ponto quente e, ao ocorrer nova erupção, forma-se outro vulcão. Isso pode
repetir-se várias vezes, e o resultado é uma fileira de vulcões, dos quais só o último (e
mais jovem) está em atividade.
O Núcleo
Esta é a mais profunda e menos conhecida das camadas que compõem o globo
terrestre. Assim como o manto e a crosta estão separados pela Descontinuidade de
Mohorovicic, o manto e o núcleo estão separados por outra, a Descontinuidade de
Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade.
Acredita-se que o núcleo terrestre seja formado de duas porções, uma externa, de
consistência líquida e outra interna, sólida e muito densa, composta principalmente de
ferro (80%) e níquel (por isso, era antigamente chamada de nife).
O núcleo interno deve ter a mesma composição que o externo, mas, devido à
altíssima pressão, deve ser sólido, embora com uma temperatura de até 5.000 °C (um
pouco inferior à temperatura da superfície do Sol). Tem 1.250 km de espessura.
312
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O núcleo da Terra gira, como todo o planeta, e os cientistas acreditam que isso
gere uma corrente elétrica. Como uma corrente elétrica gera sempre um campo
magnético, estaria aí à explicação para o magnetismo terrestre, que faz nosso planeta
comportar-se como um gigantesco ímã. Estudos recentes mostram que o núcleo interno
gira um pouco mais depressa que o resto
• Placas tectônicas
Placas Tectônicas são porções da crosta terrestre (litosfera) limitadas por zonas de
convergência ou divergência.
No meio dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico existem cordilheiras que chegam
a atingir até 4000 mil metros acima do assoalho oceânico chamadas de Cordilheiras
“Meso-oceânicas”. Estas cordilheiras se originam do afastamento das placas tectônicas
nas chamadas “zonas de divergência”. São locais onde as correntes de convecção atuam
em direções contrárias originando rupturas no assoalho oceânico pelas quais é expelido o
magma da astenosfera. Dessa forma, ao esfriar, o magma (ou lava basáltica) causa a
renovação do assoalho oceânico.
Outro tipo de movimento das placas tectônicas acontece nas chamadas “zonas de
convergência” onde as placas se movimentam uma em direção à outra. Nesse caso, pode
acontecer de uma placa afundar por sob a outra nas “zonas de subducção”.
313
Arcaico (que significa antigo) – Dá-se o aparecimento da vida. No entanto, os seres vivos
são ainda pequenas células muito simples, procarióticas.
Proterozóico (= vida escondida) – Os seres vivos tornam-se um pouco mais complexos.
Aparecem as primeiras células eucarióticas (isto é, com um núcleo bem definido) e os
primeiros seres pluricelulares, mas ainda muito simples.
Fanerozóico (= vida visível) – A vida evolui significativamente. Os seres vivos tornam-se
cada vez mais complexos até aquilo que são hoje.
Os dois primeiros Éons (Arcaico e Proterozóico) ocupam uma grande parte da
história do nosso planeta, contudo as formas de vida são muito simples e praticamente
não há registo fóssil que nos mostre como seria a vida nesta altura. É do Fanerozóico que
temos mais informação, e por isso a partir de agora vamos apenas concentrar-nos neste
Éon.
314
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O Fanerozóico divide-se em 3 eras, que (estas sim) tens de conhecer muito bem:
315
Há Eras que são mais longas do que outras. Por exemplo, o Paleozóico durou
cerca de 297M. a., o Mesozóico durou 183M.a. e o Cenozóico (a era em que vivemos)
dura há 65M.a.
Se transformássemos os 4,6 mil milhões de anos da História da Terra num ano só,
verificávamos que o Fanerozóico só teria começado em meados de Novembro, e o ser
humano só teria aparecido nos últimos segundos do último dia de Dezembro. Se clicares
na miniatura que se segue poderás ver com maior pormenor.
316
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Transição entre Eras
Uma regressão marinha (A) é o nome que se dá quando o mar recua. Quando o
mar avança sobre a costa, chama-se transgressão (B). Grandes alterações no nível das
águas do mar afetam os habitats dos seres que vivem junto à costa, que podem
desaparecer quando o mar avança, ou desenvolver-se quando o mar recua.
317
318
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURIOSIDADE:
Como é muito difícil raciocinar com intervalos de tempo da ordem de milhões de anos
(veja a coluna 3), convertemos a nossa Escala Geológica em um período de apenas 24
horas (coluna 4)... Na coluna 5 vemos a duração de cada período geológico na mesma
escala de 24 horas.
Agora, vamos nos imaginar em uma máquina do tempo que pode deslocar-se a uma
absurda velocidade de 52.083 anos por segundo... dessa forma, a cada 19,2
segundo percorrerá um milhão de anos.
Iniciaremos, assim, a nossa viagem às 00 h, quando a Terra foi formada (há 4,5
bilhões de anos), e vamos nos deslocar para o presente, de baixo para cima na Escala,
Veremos o planeta ser formada a partir de poeira e gás, resultando em uma massa
disforme em ebulição - uma verdadeira visão do inferno (Hadeano), sendo bombardeada
por uma incessante chuva de meteoros e cometas. Um importante evento, contudo,
justificará a nossa espera, quando uma grande colisão com um planetoide errante
arrancará milhões de pedaços do planeta. Parte desses destroços ficará em sua órbita e
acabarão por juntar-se, formando a nossa Lua.
Até agora estivemos visitando o chamado Pré-Cambriano, que cobriu quase 90% da
história da Terra(veja a Distribuição Percentual das Eras Geológicas).
319
O clima irá mudar com tanta frequência que provocará sucessivas extinções em
massa de espécies recém-surgidas. Como agora as espécies passam a apresentar partes
duras (conchas, dentes, etc.), algumas delas poderão ser preservadas como fósseis,
possibilitando a sua descoberta e estudo por outra espécie ainda muito distante.
Fique atento ao período Devoniano (por volta das21:50 hs) pois uma grande
catástrofe ecológica irá dizimar quase 97% de todas as espécies existentes. Passados
mais 10 minutos, no Carbonífero, grandes florestas e pântanos serão formados e
destruídos sucessivamente, formando os depósitos de carvão explorados até hoje.
Às 22h41min entraremos na Era Mesozoica (a era dos repteis) que durará pouco
menos que uma hora (180 milhões de anos).
Por volta das 23:39 hs, porém, um meteoro de pelo menos 15 km de diâmetro irá
atingir a atual península de Yukatan (México) jogando bilhões de toneladas de poeira na
atmosfera.
320
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Uma grande noite irá abater-se sobre o planeta, impedindo a fotossíntese das
plantas, que não poderão alimentar os herbívoros, que por sua vez não poderão servir de
alimento aos carnívoros...
Pelo menos a metade das espécies existentes irá ser extinta nessa grande catástrofe,
inclusive todos os grandes dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos iniciem o
seu reinado, que perdurará até os dias atuais...
Faltando pouco mais que 20 minutos para o fim da nossa viagem entraremos na Era
Cenozóica, e assistiremos à fragmentação dos grandes continentes até a conformação
atual.
Por volta das 23:59:57 (150.000 anos atrás), faltando apenas 3 segundos para o
término de nossa exaustiva viagem, veremos os primeiros grupos de Homo
Sapiens caçando no continente africano. Essa nova espécie sobreviverá à
última glaciação e migrará apressadamente para os demais continentes, sem se
incomodar com as características particulares de cada ambiente nem com o delicado
equilíbrio conseguido ao longo do tempo.
321
Minerais
• Alguns minerais ocorrem como elementos puros (elementos nativos): Ex: cobre
ouro
• Maioria dos minerais conhecidos é resultado da combinação dos principais
elementos químicos existentes na crosta – O, Si, Al, Fe, Mg, Ca, K, Na.
Propriedades Físicas
322
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
As Rochas
• Rochas sedimentares – são aquelas que são formadas com grãos de outras rochas que
se depositam em camadas e se solidificam.
Rochas Sedimentares
As rochas sedimentares sofrem a ação constante de chuvas, vento, água dos rios,
ondas do mar; todos esses fatores vão, aos poucos, desgastando as rochas e quebrando-
as em pequenos grãos. Esse processo é chamado de intemperismo. Os ventos ou a água
da chuva transportam os sedimentos (pequenos grãos) até o fundo de rios, lagos ou
oceanos. Esses grãos se depositam em camadas e se acumulam ao longo do tempo. O
peso da camada de cima comprime as camadas de baixo, que vão ficando cada vez mais
compactadas e acabam endurecendo. Surge, assim, uma rocha sedimentar. Nas rochas
sedimentares encontramos uma grande quantidade de fósseis (restos ou marcas de
animais e vegetais mortos), já que o corpo de animal e planta depois de mortos pode ser
coberto por milhares de grãos de minerais. Assim, suas formas são preservadas.
Estudando os fósseis, os cientistas podem estudar como era a vida em nosso planeta no
passado.
323
Muitas mudanças podem ocorrer, ao longo dos tempos, sobre uma rocha formando
um ciclo, no qual uma rocha pode se transformar em outra rocha, formando um ciclo.
Solos
324
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Pedogênese
Formação do solo por modificações causadas nas rochas pelo intemperismo, com
importante reorganização e transferências dos minerais formadores dos solos.
Perfil de solo típico
Intemperismo
Intemperismo físico
Processos que fraturam ou fragmentam as rochas e desagregam os minerais das
rochas.
Variação da temperatura
Aos longos dos dias e das noites e das estações do ano, a temperatura varia,
causando a expansão e contração térmica nos materiais rochosos levando à
fragmentação dos grãos minerais.
Umidade
A mudança cíclica de umidade pode causar expansão e contração e, em
associação coma variação térmica, provoca um enfraquecimento e fragmentação das
rochas.
Congelamento e degelo
A água ao congelar-se, cristaliza-se e aumenta em 9% seu volume;
A repetição periódica do congelamento e degelo das águas intersticiais, que
ocupam parcialmente ou totalmente os poros e as fendas, acaba por fragmentar a rocha,
mesmo as mais resistentes.
325
Alívio de pressão
Profunda dos corpos rochosos ascendem a níveis crustais mais superficiais;
Com o alivio da pressão, os corpos rochosos se expandem, causando a abertura
de fraturas grosseiramente paralelas à superfície ao longo do qual a pressão foi aliviada.
Intemperismo químico
326
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Acetólise:
Ambientes frios, não há grande decomposição de matéria orgânica e, com isso, o solo
tem ph menor 5.
Acidólise total:
pH < 3 todos os elementos entram em solução e restam apenas os minerais primários
mais insolúveis como o quartzo.
Acidólise parcial:
- pH entre 3 e 5 todos os elementos entram em solução e somente parte do Al
permanece no perfil.
Oxidação
Alguns elementos podem estar presentes nos minerais em mais de um estado de
oxidação, como exemplo, o ferro.
• Geomorfologia Geral
Agentes Internos
Os agentes internos ou endógenos também são chamados de modeladores e
costumam ser subdivididos em três grupos: o tectonismo, os abalos sísmicos e o
vulcanismo.
327
328
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Agentes externos
Os Agentes externos ou exógenos, também chamados de esculpidores, são
responsáveis pela erosão (desgaste) e sedimentação (deposição) do solo. Eles são
ocasionados pela ação de elementos que se encontram sobre a superfície, como os
ventos, as águas e os seres vivos.
O agente externo mais atuante sobre a transformação dos solos é a água, seja de
origem pluvial (chuvas), seja de origem fluvial (rios e lagos), ou até de origem nível
(derretimento do gelo). A ação das águas também pode ser dividida em fluvial, marinha e
glacial. A água provoca transformação e modelagem dos solos e contribui para a
formação de processos erosivos.
A erosão pluvial ocorre pela ação das águas da chuva, que contribuem para o
processo de lixiviação (lavagem da camada superficial) dos solos. Forma também alguns
“caminhos” ocasionados pela força das enxurradas. Quando mais profundos esses
caminhos podem contribuir para a formação de ravinas (erosões mais profundas) e
A erosão fluvial acontece pela ação dos cursos d’água sobre a superfície,
modelando a paisagem e transportando sedimentos. Podemos dizer que são os próprios
rios que constroem os seus cursos, pois ao longo dos anos, as correntes de água vão
desgastando o solo e formando os seus próprios caminhos, que vão se aprofundando
conforme a força dos cursos dos rios vai erodindo o solo.
A erosão marinha é aquela provocada pela ação das águas do mar sobre a
superfície, provocando o desgaste das formações rochosas litorâneas. Tal processo é
lento e gradual, contribuindo para a erosão das costas altas (abrasão marinha) e pela
deposição de sedimentos nas costas mais baixas. Contribui também para a modelagem
do relevo litorâneo, com as falésias, restingas, tômbolos e praias.
Outro importante agente externo são os ventos, que atuam no relevo também em
um processo lento e gradual, esculpindo as formações rochosas e transportando os
sedimentos presentes no solo em forma de poeira. A ação dos ventos sobre o relevo é
também chamada de erosão eólica.
329
• Falhas e dobramentos
330
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Formas de relevo
A superfície terrestre é composta por irregularidades e por isso apresenta-se de
forma diferente em todo o planeta. Essas modificações são causadas especialmente
pelos agentes modeladores do relevo que agem internamente (interior da Terra) ou
externamente (fora do interior da Terra).
O relevo pode ser definido como o conjunto de formas apresentadas na superfície
terrestre. No mundo, existem diversos tipos de relevo, porém os principais são: as
planícies, os planaltos, as depressões e as montanhas.
331
332
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Exercícios:
333
8) Quais são os principais agentes externos e como ocorre o processo de cada um.
9)Como são formadas as dobras? Qual é o tipo de agente transformador que ela é
classificada?
334
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Cartografia Básica
335
• Hidrografia
Brejo ou Pântano
Poço ou Nascente
Cataratas Grandes
Cataratas
Molha e represa
Recife Rochoso
336
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Vegetação
Como não poderia deixar de ser, a cor verde é universalmente usada para
representar a cobertura vegetal do solo. Na folha 1:50.000, por exemplo, as matas e
florestas são representadas pelo verde claro. O cerrado e caatinga, o verde reticulado, e
as culturas permanentes e temporárias, outro tipo de simbologia, com toque Figurativo.
Mangue
337
Internacional
Estadual
Municipal
Áreas Especiais
• Sistema Viário
No caso particular das rodovias, sua representação em carta não traduz sua
largura real uma vez que a mesma rodovia deverá ser representada em todas as cartas
topográficas desde a escala 1:250.000 até 1:25.000 com a utilização de uma convenção.
Assim sendo, a rodovia será representada por símbolos que traduzem o seu tipo,
independente de sua largura física. As rodovias são representadas por traços e/ou cores
e são classificadas de acordo com o tráfego e a pavimentação. Essa classificação é
fornecida pelo DNER e DERs, seguindo o Plano Nacional de Viação (PNV).
Uma ferrovia é definida como sendo qualquer tipo de estrada permanente, provida
de trilhos, destinada ao transporte de passageiros ou carga. Devem ser representadas
tantas informações ferroviárias quanto o permita a escala do mapa, devendo ser
classificadas todas as linhas férreas principais. São representadas na cor preta e a
distinção entre elas é feita quanto à bitola. São representados ainda, os caminhos e
trilhas.
338
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
As rodovias e ferrovias são classificadas da seguinte forma:
• Infraestrutura
339
• Altimetria
340
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Representação do Terreno
Este é o procedimento mais simples; após o cálculo das alturas de todos os pontos
de interesse do terreno, os mesmos são lançados em planta através de suas
coordenadas topográficas (X;Y) ou UTM (N;E) registrando-se ao lado do ponto, o número
correspondente a sua altura relativa (cota) ou absoluta (altitude) (figura 1).
No sistema de pontos cotados, os diversos pontos do terreno são projetados
ortogonalmente sobre um plano de referência (cotas) ou sobre a superfície de referência.
(altitudes). O conjunto de pontos projetados constitui a projeção horizontal que,
reduzida a uma escala adequada, se distribuem sobre o papel, substituindo a situação 3D
(espaço) por uma 2D (projeção).
341
Para o IBGE, o método, por excelência, para representar o relevo terrestre, é o das
curvas de nível, permitindo ao usuário, ter um valor aproximado da altitude em qualquer
parte da carta.
A curva de nível constitui uma linha imaginária do terreno, em que todos os pontos
de referida linha têm a mesma altitude, acima ou abaixo de uma determinada superfície
da referência, geralmente o nível médio do mar.
Com a finalidade de ter a leitura facilitada, adota-se o sistema de apresentar dentro
de um mesmo intervalo altimétrico, determinadas curvas, mediante um traço mais grosso.
Tais curvas são chamadas "mestras", assim como as outras, denominam-se
"intermediárias".
342
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Segundo DOMINGUES (1979), a equidistância vertical das curvas de nível varia
com a escala da planta e recomendam-se os valores da tabela abaixo.
343
344
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Relevo Sombreado
345
Classificação Relevo
• Toponímias
346
“Fundação de Educação para
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• Cartografia Temática
Semiologia Gráfica
347
348
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Representação Seletiva (Qualitativa)
349
Representação Ordenada
350
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Representação Quantitativa
Empregadas para evidenciar a relação de proporcionalidade entre os objetos (B é
quatro vezes maior que A). A única variável visual que transcreve corretamente esta
noção é a de tamanho.
Conforme os fenômenos se manifestam em forma de pontos, linhas ou áreas, no
mapa, utilizamos respectivamente, pontos, linhas ou áreas que terão uma variação visual
com propriedade de perspectiva compatível com a diversidade: proporcionalidade visual.
Cartografia Temática X Cartografia Sistemática
Mapas topográficos com a representação do terreno Mapas temáticos que representam qualquer tema
Podem ser utilizados por muito tempo Geralmente os dados são superados com rapidez
Não requerem conhecimento específico para sua Requerem conhecimento específico para sua
compreensão. Leitura simples compreensão. Interpretação complexa.
Utilizam cores de acordo com a convenção Utiliza cores de acordo com as relações entre os
estabelecida para mapas topográficos dados que apresenta
Uso generalizado de palavras e números para Uso de símbolos gráficos, especialmente planejados
mostrar os fatos para facilitar a compreensão de diferenças
quantitativas e qualitativas.
Sempre servem de base para outras Raramente servem de base para outras
representações. representações
Exercicios:
351
352
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Bibliografia
353
MANEJO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
E USO DO SOLO
CURSO TÉCNICO MEIO AMBIENTE
ETAPA: PRIMEIRA
HABILIDADES:
Sistematizar o processo de destinação dos resíduos sólidos;
Classificar os resíduos segundo as normas da ABNT;
Elaborar fluxogramas de processos de sistemas para identificação de pontos de
geração de resíduos;
Compreender as etapas do gerenciamento dos resíduos sólidos;
Mostrar a importância do gerenciamento de resíduos do setor publico e privado;
contribuir para analise critica quanto aos diversos tipos de resíduos;
Compreender as consequências do uso e manejo inadequado do solo sobre a
capacidade do mesmo em cumprir com suas funções agroecológicas;
Conhecer técnicas de controle da degradação e de recuperação de solos
degradados;
Conhecer a legislação Brasileira referente ao uso e manejo de solos.
DISTRITUIÇÃO DE PONTOS:
356
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
PROGRAMAÇÃO
1ºMÓDULO
Cenário dos Resíduos Sólidos no Brasi;l
A mudança de paradigma na gestão dos resíduos sólidos urbanos;
Legislação brasileira de resíduos sólidos e utilização do solo;
Gestão e manejo integrados de resíduos sólidos;
Degradação física, química e biológica do sol;
Erosão do solo;
Praticas de controle de erosão;
Praticas de controle de erosão;
2º MÓDULO
Plano de gerenciamento integrado dos serviços de limpeza urbana;
Tratamento de resíduos- classificação;
Caracterização e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos;
Coleta seletiva- compostagem e reciclagem;
Processo de destinação do lixo;
Aterros sanitários do licenciamento a operação;
Aterro controlado como solução paliativa;
Resíduos de saúde;
Resíduos tóxicos;
357
GERAÇÃO DE RESÍDUOS
Um dos maiores problemas enfrentados atualmente pela sociedade é a destinação
dos resíduos gerados pela população, devido a vários fatores, tais como o aumento do
consumo, o surgimento de novas tecnologias e ainda um relevante descaso em relação
às questões ambientais, a geração crescente e diversificada de resíduos sólidos e a
necessidade de disposição final.
O “lixo” tornou-se um dos mais sérios problemas ambientais enfrentados
indistintamente por países ricos e industrializados e pelas sociedades em
desenvolvimento.
358
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
LIXO E SAÚDE PÚBLICA
A saúde pública objetiva o estudo e o levantamento dos problemas que levam aos
agravos da saúde e da qualidade de vida da população, considerando os sistemas
socioeconômico, cultural e ambiental (PHILIPPI JR. & MALHEIROS, 2005).
O Brasil é um país onde a saúde da população é agravada pelas doenças
transmitidas ao homem pela falta de saneamento: água imprópria para o consumo
humano devido à contaminação por esgotos sanitários ou lixo.
A população, ao beber esta água contaminada, adquire algumas doenças. Logo, a
falta de saneamento afeta a saúde do homem.
Segundo a Agenda 21 “aproximadamente 5,2 milhões – incluindo 4 milhões de
crianças – morrem por ano de doenças relacionadas com o lixo [...] Globalmente, o
volume do lixo municipal produzido deve dobrar até o final do século XX e dobrar
novamente antes do ano de 2025” (RIBEIRO & MORELLI, 2009, p. 5).
359
360
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O Município tem competência para estabelecer o uso do solo em seu território.
Assim, é ele quem emite as licenças para qualquer construção e o alvará de localização
para o funcionamento de qualquer atividade, que são indispensáveis para a localização,
construção, instalação, ampliação e operação de qualquer empreendimento em seu
território.
Portanto, o Município pode perfeitamente estabelecer parâmetros ambientais para
a concessão ou não destas licenças e alvará. A lei federal que criou o licenciamento
ambiental, quando menciona que a licença ambiental é exigível "sem prejuízo de outras
licenças exigíveis", já prevê a possibilidade de que os municípios exijam licenças
municipais.
A geração de resíduos sólidos domiciliares no Brasil é de cerca de 0,6kg/hab./dia e
mais 0,3kg/hab./dia de resíduos de varrição, limpeza de logradouros e entulhos.
*** cujas peculiaridades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em
face a melhor tecnologia disponível (ABNT/NBR 10004:2004).
Classificação quanto a origem:
Doméstico ou Residencial \ Comercial \ Público \ Domiciliar Especial \ Fontes
Especiais
Químicas:
Poder Calorífico: Esta característica química indica a capacidade potencial de um
material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima.
O poder calorífico médio do lixo domiciliar se situa na faixa de 5.000kcal/kg.
361
Biológicas:
População microbiana
Agentes Patogênicos
Físicas:
Geração per Capta: relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada
diariamente e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos
consideram de 0,5 a 0,8kg/hab./dia como a faixa de variação média para o Brasil.
362
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E USO DO SOLO
363
365
CAPITULO 3
O GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
366
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Para tanto, as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que
envolvem a questão devem se processar de modo articulado, segundo a visão de que
todas as ações e operações envolvidas encontram-se interligadas, comprometidas entre
si.
Para além das atividades operacionais, o gerenciamento integrado de resíduos
sólidos destaca a importância de se considerar as questões econômicas e sociais
envolvidas no cenário da limpeza urbana e, para tanto, as políticas públicas – locais ou
não – que possam estar associadas ao gerenciamento do lixo, sejam elas na área de
saúde, trabalho e renda, planejamento urbano etc.
Em geral, diferentemente do conceito de gerenciamento integrado, os municípios
costumam tratar o lixo produzido na cidade apenas como um material não desejado, a ser
recolhido, transportado, podendo, no máximo, receber algum tratamento manual ou
mecânico para ser finalmente disposto em aterros.
O modelo de gestão deverá não somente permitir, mas sobre tudo facilitar a
participação da população na questão da limpeza urbana da cidade, para que esta se
conscientize das várias atividades que compõem o sistema e dos custos requeridos para
sua realização, bem como se conscientize de seu papel como agente consumidor e, por
consequência, gerador de lixo.
A consequência direta dessa participação traduz-se na redução da geração de lixo,
na manutenção dos logradouros limpos, no acondicionamento e disposição para a coleta
adequados, e, como resultado final, em operações dos serviços menos onerosas.
É importante que a população saiba que é ela quem remunera o sistema, através
do pagamento de impostos, taxas ou tarifas. Em última análise, está na própria população
a chave para a sustentação do sistema, implicando por parte do Município a montagem
de uma gestão integrada que inclua, necessariamente, um programa de sensibilização
dos cidadãos e que tenha uma nítida predisposição política voltada para a defesa das
prioridades inerentes ao sistema de limpeza urbana.
Essas defesas deverão estar presentes na definição da política fiscal do Município,
técnica e socialmente justa, e, consequentemente, nas dotações orçamentárias
necessárias à sustentação econômica do sistema, na educação ambiental e no
desenvolvimento de programas geradores de emprego e renda.
A base para a ação política está na satisfação da população com os serviços de
limpeza urbana, cuja qualidade se manifesta na universalidade, regularidade e
pontualidade dos serviços de coleta e limpeza de logradouros, dentro de um padrão de
produtividade que denota preocupação com custos e eficiência operacional.
A ação política situa-se no envolvimento das lideranças sociais da cidade, de
empresas particulares e de instituições estaduais e federais atuantes no Município com
responsabilidades ambientais importantes.
A instrumentação política concretiza-se na aprovação do regulamento de limpeza
urbana da cidade que legitima o modelo de gestão adotado e as posturas de
comportamento social obrigatórias, assim como as definições de infrações e multas.
O regulamento deverá espelhar com nitidez os objetivos do poder público na
conscientização da população para a questão da limpeza urbana e ambiental.
368
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Formas de administração
A Constituição Federal, em seu art. 30, inciso V, dispõe sobre a competência dos
municípios em "organizar e prestar, diretamente ou sob-regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o transporte coletivo, que tem
caráter essencial".
O que define e caracteriza o "interesse local" é a predominância do interesse do
Município sobre os interesses do Estado ou da União. No que tange aos municípios,
portanto, encontram-se sob a competência dos mesmos os serviços públicos essenciais,
de interesse predominantemente local e, entre esses, os serviços de limpeza urbana.
O sistema de limpeza urbana da cidade pode ser administrado das seguintes
formas:
• Diretamente pelo Município;
• Através de uma empresa pública específica;
CAPITULO 4
RESÍDUOS SÓLIDOS: ORIGEM, DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
De acordo com o Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, "lixo é tudo aquilo que
não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem valor."
Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – define o lixo como os
"restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis
ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido1 ou líquido2, desde
que não seja passível de tratamento convencional."
Normalmente os autores de publicações sobre resíduos sólidos se utilizam
indistintamente dos termos "lixo" e "resíduos sólidos". Neste Manual, resíduo sólido ou
simplesmente "lixo" é todo material sólido ou semissólido indesejável e que necessita ser
removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta em qualquer recipiente
destinado a este ato.
Há de se destacar, no entanto, a relatividade da característica inservível do lixo,
pois aquilo que já não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta, para outro
pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo.
Nesse sentido, a ideia do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do próprio
conceito clássico de resíduos sólidos.
É como se o lixo pudesse ser conceituado como tal somente quando da
inexistência de mais alguém para reivindicar uma nova utilização dos elementos então
descartados.
CLASSE I OU PERIGOSOS
São aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade,
370
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde
pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos
adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.
CLASSE II OU NÃO-INERTES
São os resíduos que podem apresentar características de combustibilidade,
biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao
meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos
– ou Classe III – Inertes.
LIXO COMERCIAL
São os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características
371
LIXO INDUSTRIAL
São os resíduos gerados pelas atividades industriais. São resíduos muito variados
que apresentam características diversificadas, pois estas dependem do tipo de produto
manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da
ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não-
Inertes) e Classe III (Inertes).
LIXO RADIOATIVO
Assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites
permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, acondicionamento e
disposição final do lixo radioativo está a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear
– CNEN.
LIXO AGRÍCOLA
Formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com pesticidas e
fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são perigosos. Portanto o manuseio
destes resíduos segue as mesmas rotinas e se utiliza dos mesmos recipientes e
372
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
processos e pregados para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de
penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que
sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros das municipalidades,
ou – o que é pior – sejam queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando
gases tóxicos.
LIXO PÚBLICO
São os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes da
natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles descartados
irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens considerados inservíveis,
papéis, restos de embalagens e alimentos.
ENTULHO DE OBRAS
A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso,
a construção civil também é a indústria que mais gera resíduos. No Brasil, a tecnologia
construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na execução das novas
edificações.
Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de novas
edificações encontra-se abaixo de 100kg/m2, no Brasil este índice gira em torno de
300kg/m2 edificado.
Em termos quantitativos, esse material corresponde a algo em torno de 50% da
quantidade em peso de resíduos sólidos urbanos coletada em cidades com mais de 500
mil habitantes de diferentes países, inclusive o Brasil.
Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de
materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros,
metais, cerâmica e terra.
PILHAS E BATERIAS
As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em
energia elétrica utilizando um metal como combustível. Apresentando-se sob várias
formas (cilíndricas, retangulares, botões), podem conter um ou mais dos seguintes
metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco
(Zn), manganês (Mn) e seus compostos.
As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de
corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas como "Resíduos Perigosos –
Classe I".
373
LÂMPADAS FLUORESCENTES
O pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas fluorescentes
contém mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de
forma tubular, mas encontra-se também nas lâmpadas fluorescentes compactas.
As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou
enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I,
uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou
ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos.
Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", isto é,
ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos dos peixes, tornando-os menos
saudáveis, ou mesmo perigosos se forem comidos freqüentemente. As mulheres grávidas
que se alimentam de peixe contaminado transferem o mercúrio para os fetos, que são
particularmente sensíveis aos seus efeitos tóxicos.
A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar outras espécies
selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais.
CAPITULO 5
RESIDIOS TOXICOS
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA
Primarias (descartáveis): Zinco, Alcalina, Lítio, Óxido de mercúrio e Óxido de prata.
374
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
As pilhas recarregáveis são capazes de receber recarga, porém não de maneira
infinita. A validade padrão dessas pilhas depende de seu tipo e do seu bom uso.
EFEITO MEMÓRIA
O efeito memória acontece quando resíduos de carga na pilha induzem a formação
de pequenos blocos de cádmio. A melhor maneira de evitar o problema é não fazer
recargas quando a bateria está parcialmente descarregada. É melhor esperar até a pilha
"ficar fraca" e você não conseguir mais utilizá-la em seu aparelho para então recarregá-la.
As pilhas primárias gastas devem ser eliminadas como lixo especial. Não podem
ser misturadas com o lixo doméstico, mas sim depositadas em recipientes próprios para o
efeito (normalmente existentes em lojas onde se podem comprar pilhas) para serem
eliminadas.
RISCOS ASSOCIADOS:
Uma pilha comum contém, geralmente, três metais pesados: zinco, chumbo e
manganês, além de substâncias perigosas como o cádmio, o cloreto de amônia e o negro
de acetileno. A pilha de tipo alcalina contém também o mercúrio, uma das substâncias
mais tóxicas que se conhece.
375
Estas colisões excitam os átomos, jogando-os para níveis de energia mais altos.
Quando os elétrons retornam para seus níveis de energia originais, eles liberam fótons de
luz.
INTERIOR DO TUBO
O elemento principal de uma lâmpada fluorescente é o tubo selado de vidro. Este
tubo contém uma pequena porção de mercúrio e um gás inerte, tipicamente o argônio,
mantidos sob pressão muito baixa.
O tubo também contém um revestimento de pó de fósforo na parte interna do vidro
e dois eletrodos, um em cada extremidade, conectados a um circuito elétrico.
O circuito elétrico, que examinaremos mais tarde, é ligado a uma alimentação de
corrente alternada (CA).
Hg
Mercúrio
• Gengivite, salivação, diarréia (com sangramento);
• Dores abdominais (especialmente epigástrio, vômitos, gosto metálico)
• Congestão, inapetência, indigestão
• Dermatite e elevação da pressão arterial
• Estomatites (inflamação da mucosa da boca), ulceração da faringe e do esôfago, lesões
renais e no tubo digestivo
• Insônia, dores de cabeça, colapso, delírio, convulsões
• Lesões cerebrais e neurológicas provocando desordens psicológicas afetando o cérebro
Li
Lítio
• Inalação – ocorrerá lesão mesmo com pronto atendimento
• Ingestão – mínima lesão residual, se nenhum tratamento for aplicado
376
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Ag
Prata
• Distúrbios digestivos e impregnação da boca pelo metal
• Argiria (intoxicação crônica) provocando coloração azulada da pele
Cd
Cádmio*
• Manifestações digestivas (náusea, vômito, diarréia)
• Disfunção renal
• Problemas pulmonares
• Envenenamento (quando ingerido)
• Pneumonite (quando inalado)
• Câncer (o cádmio é carcinogênico)
Mn
Manganês
• Disfunção do sistema neurológico
• Afeta o cérebro
• Gagueira e insônia
Zn
Zinco
• Problemas pulmonares
• Pode causar lesão residual, a menos que seja dado atendimento imediato
• Contato com os olhos – lesão grave mesmo com pronto atendimento
* Mesmo em pequenas quantidades.
Já existe no mercado pilhas e baterias fabricadas com elementos não tóxicos, que
podem ser descartadas, sem problemas, juntamente com o lixo domiciliar
377
PROCEDIMENTOS DE ACONDICIONAMENTO
As caixas de deposito, devem ser materiais não condutores de eletricidade
adverte-se para a não utilização de tambores ou contêineres metálicos, de modo a evitar
a formação de curto circuitos e vazamentos precoces da pasta eletrolítica, o que tornará a
manipulação do material mais difícil.
Deverá ser utilizado papelão, papel ou jornal e fitas colantes resistentes para
envolver as lâmpadas, Protegendo-as contra choques.
As lâmpadas quebradas ou danificadas devem ser armazenadas separadamente
das demais, em recipientes fechados, revestidos internamente com sacos plásticos. O
manuseio de lâmpadas quebradas (casquilho) deve ser realizado com uso de
equipamentos de proteção individual.
ARMAZENAMENTO
O armazenamento consiste na contenção temporária de resíduos, em áreas
autorizadas pelas instituições governamentais, enquanto se aguarda o alcance do volume
mínimo viável a disposição final.
O local deve ser coberto e bem ventilado e protegido do sol e das chuvas afim de
manter o material seco.
378
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
NORMA DE ARMAZENAMENTO
De acordo com a NB 1183 – Armazenamento de Resíduos sólidos Perigosos- ABNT
Atualmente existem soluções de sistemas portáteis para o descarte adequado das
lâmpadas fluorescentes queimadas.
O sistema de armazenamento é composto por tambor de 200 litros, sistema interno
de aspiração e filtragem de gases.
O acondicionamento correto deve ser em recipientes que as proteja contra
impactos acidentais.
CAPITULO 6
RESÍDUOS DE SAÚDE
379
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Torna-se indispensável o conhecimento sobre as características, bem como os
riscos que envolvem os resíduos de serviço de saúde – RSS, haja vista que a
minimização dos impactos, decorrentes da má gestão destes, só virá através do
conhecimento, principalmente daqueles que manipulam estes materiais diariamente, fato
que resultará em uma melhor qualidade ambiental e, por conseguinte, numa melhor
qualidade de vida, haja vista que ambas estão inter-relacionadas.
381
CAPITULO 8
ACONDICIONAMENTO
382
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A ESCOLHA DO TIPO DE RECIPIENTE MAIS ADEQUADO DEVE SER ORIENTADA EM
FUNÇÃO:
• Das características do lixo;
• Da geração do lixo;
• Da freqüência da coleta;
• Do tipo de edificação;
• Do preço do recipiente.
383
384
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CAPITULO 9
COLETA E TRANSPORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES
CONCEITUAÇÃO
Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz para
encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível estação de transferência, a
um eventual tratamento e à disposição final. Coleta-se o lixo para evitar problemas de
saúde que ele possa propiciar.
A coleta e o transporte do lixo domiciliar produzido em imóveis residenciais, em
estabelecimentos públicos e no pequeno comércio são, em geral, efetuados pelo órgão
municipal encarregado da limpeza urbana. Para esses serviços, podem ser usados
recursos próprios da prefeitura, de empresas sob contrato de terceirização ou sistemas
mistos, como o aluguel de viaturas e a utilização de mão-de-obra da prefeitura.
385
FREQÜÊNCIA DE COLETA
Por razões climáticas, no Brasil, o tempo decorrido entre a geração do lixo
domiciliar e seu destino final não deve exceder uma semana para evitar proliferação de
moscas, aumento do mau cheiro e a atratividade que o lixo exerce sobre roedores,
insetos e outros animais.
Há que se considerar ainda a capacidade de armazenamento dos resíduos nos
domicílios. Nas favelas e em comunidades carentes, as edificações não têm capacidade
para armazená-lo por mais de um dia, o mesmo ocorrendo nos centros das cidades, onde
os estabelecimentos comerciais e de serviços, além da falta de local apropriado para o
armazenamento, produzem lixo em quantidade considerável. Em ambas as situações é
conveniente estabelecer a coleta domiciliar com frequência diária.
HORÁRIOS DE COLETA
Para redução significativa dos custos e otimização da frota a coleta deve ser
realizada em dois turnos. Dessa forma tem-se, normalmente:
SEGUNDO TURNO
¼ dos itinerários
¼ dos itinerários
CAPITULO 10
VEÍCULOS PARA COLETA DE LIXO DOMICILIAR
387
ALGUNS EXEMPLOS:
BAÚ
O Baú é um veículo coletor de lixo, sem compactação, também denominado
"Prefeitura". É utilizado em comunidades pequenas, com baixa densidade demográfica.
Também é empregado em locais íngremes. O volume de sua caçamba pode variar de 4m³
a 12m³. Ela é montada sobre chassi de veículo capaz de transportar respectivamente de 7
a 12t de peso bruto total (PBT). A carga é vazada por meio do basculamento hidráulico da
caçamba. Trata-se de um equipamento de baixo custo de aquisição e manutenção, mas
sua produtividade é reduzida e exige muito esforço dos trabalhadores da coleta, que
devem erguer o lixo até a borda da caçamba, com mais de dois metros de altura,
relativamente alta se comparada com a altura da borda da boca de um coletor
compactador, que é de cerca de um metro.
Peso bruto total (PBT) = peso próprio do chassi + peso próprio da caçamba + peso
da carga.
COLETORES COMPACTADORES
Coletor compactador de lixo, de carregamento traseiro, fabricado em aço, com
capacidade volumétrica útil de 6, 10, 12, 15 e 19m³, montado em chassi com PBT
compatível (9, 12, 14, 16 e 23t), podendo possuir dispositivo hidráulico para basculamento
automático e independente de contêineres plásticos padronizados.
Esses tipos de equipamentos destinam-se à coleta de lixo domiciliar, público e
comercial e a descarga deve ocorrer nas estações de transferência, usinas de reciclagem
ou nos aterros sanitários. Esses veículos transitam pelas áreas urbanas, suburbanas e
rurais da cidade e nos seus municípios limítrofes.
Rodam por vias e terrenos de piso irregular, acidentado e não pavimentado, como
em geral ocorre nos aterros sanitários.
Coletor compactador – 10 a 15m3
Coletor compactador – 19m3
Coletor compactador – 6m3
389
ROLL-ON/ROLL-OFF
Caminhão coletor de lixo público, domiciliar ou industrial, operando com
contêineres estacionários de 10 a 30m³, sem compactação (dependendo do peso
específico) ou de 15m³, com compactação. Esse equipamento é dotado de dois
elevadores para basculamento de contêineres plásticos de 120, 240 e 360 litros.
Cada veículo pode operar com seis contêineres estacionários para obter boa
produtividade.
O equipamento deve ser montado em chassi trucado (três eixos) com capacidade
para transportar 23t de PBT.
CARRETA
Semirreboque basculante com capacidade de 25m³, tracionada por cavalo
mecânico (4x2) com força de tração de 45t. É utilizada para transporte de entulho. Seu
carregamento é feito por pá carregadeira e a descarga, no destino, pelo basculamento da
caçamba.
A denominação "semirreboque" identifica um equipamento cuja frente precisa ser
apoiada em um outro veículo rebocador, chamado cavalo mecânico, constituindo ambos
um sistema. O reboque comum não precisa ser apoiado na frente para ser rebocado.
Uma tela ou lona plástica é disposta na parte superior da caçamba para evitar que detritos
sejam dispersos nas vias públicas pela ação do vento durante a locomoção do veículo.
PÁ CARREGADEIRA
Trator escavo-carregador com rodas usadas para amontoar terra, entulho, lama,
lixo e encher os caminhões e carretas em operação nas vias públicas e nos aterros
sanitários.
Para a operação em vias públicas, são usadas máquinas com caçamba de 1,5m³.
Já para o carregamento de carretas, são necessárias máquinas com caçambas de 3m³
para dar maior produtividade e por terem maior altura de carregamento.
390
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Uma vez que a variação devida à sazonalidade de hábitos (semanal ou mensal)
praticamente não interfere com o dimensionamento da frota, este tópico restringir-se-á a
procedimentos que devem ser adotados em cidades turísticas com o objetivo de manter a
qualidade da coleta domiciliar nas épocas em que ocorre o afluxo das pessoas.
Basicamente as medidas a serem adotadas são:
• Efetuar a coleta em horas extras, atentando para os limites da legislação trabalhista;
• Aumentar o número de turnos de coleta, criando o segundo turno de trabalho ou até
mesmo o terceiro turno;
• Colocar a frota reserva em operação;
• Contratar veículos extras.
Observe-se que essas medidas devem ser implementadas sequencialmente, de
modo a não onerar desnecessariamente a coleta.
Outros pontos importantes a serem levados em consideração são:
392
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
SEGREGAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Existem regras a seguir em relação à segregação (separação) de resíduos
infectantes do lixo comum, nas unidades de serviços de saúde, quais sejam:
• Todo resíduo infectante, no momento de sua geração, tem que ser disposto em
recipiente próximo ao local de sua geração;
• Os resíduos infectantes devem ser acondicionados em sacos plásticos brancos leitosos,
em conformidade com as normas técnicas da ABNT, devidamente fechados;
• Os resíduos perfuro cortantes (agulhas, vidros etc.) devem ser acondicionados em
recipientes especiais para este fim;
• Os resíduos procedentes de análises clínicas, hemoterapia e pesquisa microbiológica
têm que ser submetidos à esterilização no próprio local de geração;
COLETOR COMPACTADOR
Trata-se de equipamento destinado à coleta de resíduos infectantes de serviços de
saúde (hospitais, clínicas, postos de saúde). É equipado com carroceria basculante, de
formato retangular ou cilíndrico, dotado de dispositivo de basculamento de contêineres na
boca de carga, com a característica de ser totalmente estanque, possuir reservatório de
chorume e ser menos ruidoso.
O equipamento deve operar com baixa taxa de compactação, para evitar o
rompimento dos sacos plásticos que estão acondicionando os resíduos infectantes.
O descarregamento só deverá ser feito nas unidades de tratamento e disposição
final desse tipo de resíduo.
393
394
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CAPITULO 11
TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
395
Sociais
• Oferta de emprego digno e formal para os catadores de lixo;
• Geração de renda;
• Conscientização ambiental da população.
396
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
TRATAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
A forma de tratamento dos resíduos da construção civil mais difundida é a
segregação (ou "limpeza"), seguida de trituração e reutilização na própria indústria da
construção civil. O entulho reciclado pode ser usado como base e sub-base de rodovias,
agregado graúdo na execução de estruturas de edifícios, em obras de arte de concreto
armado e em peças pré-moldadas.
No Brasil, existem em operação cerca de nove unidades de beneficiamento de
resíduos de construção, implantadas a partir de 1991, sendo a experiência mais
significativa a da Prefeitura de Belo Horizonte, que dispõe de duas usinas de reciclagem
de entulho com capacidade para processar até 400 toneladas diárias.
A reciclagem dos resíduos da construção civil apresenta as seguintes vantagens:
• Redução de volume de extração de matérias-primas;
• Conservação de matérias-primas não-renováveis;
TRATAMENTO DE PNEUS
Nos Estados Unidos, onde o consumo de pneus é um pouco superior a um pneu
por habitante/ano (300 milhões de pneus/ano), o destino mais utilizado é a queima dos
pneus em usinas termelétricas. Mesmo assim, pelas dificuldades de processo, limita-se a
não mais que 5% dos pneus usados.
No Brasil os dados apontaram uma produção de 35 milhões de pneus em 1995.
Após a publicação da Resolução CONAMA nº 258 (1999), as indústrias passaram a
destinar seus rejeitos de produção em fornos de clinker das indústrias cimenteiras.
Entretanto, nem todos os fornos foram adaptados para processar pneus, provocando
alterações na qualidade do cimento produzido e emitindo efluentes gasosos fora dos
limites dos órgãos ambientais.
399
400
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
TRATAMENTO DE RESÍDUOS RADIOATIVOS
Ainda não existem processos de tratamento economicamente viáveis para o lixo
radioativo. Os processos pesquisados, envolvendo a estabilização atômica dos materiais
radioativos, ainda não podem ser utilizados em escala industrial.
INCINERAÇÃO
A incineração é um processo de queima, na presença de excesso de oxigênio, no
qual os materiais à base de carbono são decompostos, desprendendo calor e gerando um
resíduo de cinzas. Normalmente, o excesso de oxigênio empregado na incineração é de
10 a 25% acima das necessidades de queima dos resíduos.
Em grandes linhas, um incinerador é um equipamento composto por duas câmaras
de combustão onde, na primeira câmara, os resíduos, sólidos e líquidos, são queimados a
temperatura variando entre 800 e 1.000°C, com excesso de oxigênio, e transformados em
gases, cinzas e escória. Na segunda câmara, os gases provenientes da combustão inicial
são queimados a temperaturas da ordem de 1.200 a 1.400°C.
Os gases da combustão secundária são rapidamente resfriados para evitar a
recompôsição das extensas cadeias orgânicas tóxicas e, em seguida, tratados em
401
FORNOS ROTATIVOS
Apesar de servirem para destruir termicamente os resíduos infectantes, os fornos
rotativos são mais utilizados para resíduos industriais Classe I. São incineradores
cilíndricos, com diâmetro da ordem de quatro metros e comprimento de até quatro vezes
o diâmetro, montados com uma pequena inclinação em relação ao plano horizontal.
A entrada é feita na extremidade mais elevada, pelo lado oposto ao dos
queimadores, obrigando os resíduos a se moverem lentamente para baixo devido à
rotação do cilindro.
Os gases gerados passam para uma câmara secundária de queima onde estão
instalados os queimadores de líquidos e gases.
402
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O fluxo dos gases resultantes da queima é então dirigido aos trocadores de calor e
aos equipamentos de lavagem.
PIRÓLISE
A pirólise também é um processo de destruição térmica, como a incineração, com a
diferença de absorver calor e se processar na ausência de oxigênio. Nesse processo, os
materiais à base de carbono são decompostos em combustíveis gasosos ou líquidos e
carvão. Existem modelos de câmara simples, onde a temperatura gira na faixa dos
1.000°C, e de câmaras múltiplas, com temperaturas entre 600 e 800°C na câmara
primária, e entre 1.000 e 1.200°C na câmara secundária.
Podem ser dotados de sistema de alimentação automática (contínua) ou
semiautomática (em bateladas) e possuem queimadores auxiliares que podem operar
com óleo combustível ou a gás.
AUTOCLAVAGEM
Originalmente utilizado na esterilização de material cirúrgico, este processo foi
adaptado e desenvolvido para a esterilização de resíduos.
Em linhas gerais, consiste em um sistema de alimentação que conduz os resíduos
até uma câmara estanque onde é feito vácuo e injetado vapor d'água (entre 105 e 150°C)
sob determinadas condições de pressão.
Os resíduos permanecem nesta câmara durante um determinado tempo até se
tornarem estéreis, havendo o descarte da água por um lado e dos resíduos pelo outro.
Esse processo apresenta as seguintes vantagens:
• Custo operacional relativamente baixo;
• Não emite efluentes gasosos e o efluente líquido é estéril;
• Manutenção relativamente fácil e barata.
Em contrapartida, apresenta as seguintes desvantagens:
• Não há garantia de que o vapor d'água atinja todos os pontos da massa de resíduos,
salvo se houver uma adequada trituração prévia à fase de desinfecção;
• Não reduz o volume dos resíduos, a não ser que haja trituração prévia;
• Processo em batelada, não permitindo um serviço continuado de tratamento.
403
RADIAÇÃO IONIZANTE
Nesse processo, os resíduos, na sua forma natural são expostos à ação de raios
gama gerados por uma fonte enriquecida de cobalto que torna inativo os micro-
organismos.
Esse processo apresenta as seguintes desvantagens em relação aos processos
anteriores:
• Eficiência de tratamento questionável, uma vez que há possibilidades de nem toda a
massa de resíduos ficar exposta aos raios eletromagnéticos;
• Necessidade de se dispor adequadamente a fonte exaurida de cobalto 60 (radioativa).
Suas vantagens referem-se à ausência de emissão de efluentes de qualquer
natureza, assim como pelo fato de ser um processo contínuo.
DESATIVAÇÃO ELETROTÉRMICA
Este processo consiste numa dupla trituração prévia ao tratamento, seguida pela
exposição da massa triturada a um campo elétrico de alta potência gerado por ondas
eletromagnéticas de baixa frequência, atingindo uma temperatura final entre 95 e 98°C.
Neste processo não há a emissão de efluentes líquidos, nem gasosos, e a redução
de volume só é obtida pelo sistema de trituração.
As vantagens e desvantagens deste processo são as mesmas do processo de
micro-ondas, agravadas pela dificuldade de manutenção do equipamento e ausência de
redução do volume, a não ser que se instale um sistema de trituração posterior ao
tratamento.
TRATAMENTO QUÍMICO
Neste processo os resíduos são triturados e logo após mergulhados numa solução
desinfetante que pode ser hipoclorito de sódio, dióxido de cloro ou gás formaldeído. A
massa de resíduos permanece nesta solução por alguns minutos e o tratamento ocorre
por contato direto.
Antes de serem dispostos no contêiner de saída, os resíduos passam por um
sistema de secagem, gerando um efluente líquido nocivo ao meio ambiente que necessita
ser neutralizado.
As vantagens deste processo são a economia operacional e de manutenção, assim
como a eficiência do tratamento dos resíduos.
404
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
E as desvantagens são a necessidade de neutralizar os efluentes líquidos e a não-
redução do volume do lixo, a não ser por meio de trituração feita à parte.
405
RECEPÇÃO
• Aferição do peso ou volume por meio de balança ou cálculo estimativo;
•Armazenamento em silos ou depósitos adequados com capacidade para o
processamento de, pelo menos, um dia.
ALIMENTAÇÃO
Carregamento na linha de processamento, por meio de máquinas, tais como pás
carregadeiras, pontes rolantes, pólipos e braço hidráulico.
É possível adotar dispositivos que permitem a descarga do lixo dos caminhões
diretamente nas linhas de processamento, tornando independente os equipamentos de
alimentação daqueles que processam o lixo; assim, em caso de quebra dos primeiros, o
processamento não será afetado.
TRIAGEM
• Dosagem do fluxo de lixo nas linhas de triagem e processos de separação de recicláveis
por tipo.
Os equipamentos de dosagem de fluxo mais utilizados são as esteiras
transportadoras metálicas, conhecidas também como chão movediço, e os tambores
revolvedores. Os tambores são mais apropriados para usinas de pequeno porte com
capacidade, por linha, de até 10t/h.
As esteiras de triagem devem ter velocidade entre 10m/min a 12m/min, de forma a
permitir um bom desempenho dos trabalhadores que fazem a catação manual.
Os catadores devem ser posicionados ao longo da esteira de catação, ao lado de
dutos ou contêineres, separando no início da esteira os materiais mais volumosos como
papel, papelão e plástico filme para que os materiais de menor dimensão (latas de
alumínio, vidro etc.) possam ser visualizados e separados pelos catadores no final da
406
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
linha. Geralmente a primeira posição é ocupada por um "rasga-sacos", a quem também
cabe a tarefa de espalhar os resíduos na esteira de modo a facilitar o trabalho dos outros
catadores.
Quando houver mais de uma esteira de triagem, elas deverão ser projetadas com
elevação suficiente para permitir em sua parte de baixo a instalação de prensas
enfardadeiras e espaço suficiente para movimentação dos materiais triados.
Com relação aos processos de seleção, estes podem ser instalados de forma isolada ou
associados entre si.
As usinas simplificadas geralmente contam apenas com as esteiras de catação,
enquanto usinas mais sofisticadas possuem outros equipamentos que separam
diretamente os materiais recicláveis ou facilitam a catação manual. Entre estes se podem
citar as peneiras, os separadores balísticos, os separadores magnéticos e os separadores
pneumáticos.
COMPOSTAGEM
Define-se compostagem como o processo natural de decomposição biológica de
materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua estrutura), de origem animal e
vegetal, pela ação de micro-organismos. Para que ele ocorra não é necessária a adição
de qualquer componente físico ou químico à massa do lixo.
A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função da presença ou não de
oxigênio no processo. Na compostagem anaeróbia a decomposição é realizada por micro-
organismos que podem viver em ambientes sem a presença de oxigênio; ocorre em baixa
temperatura, com exalação de fortes odores, e leva mais tempo até que a matéria
orgânica se estabilize.
Na compostagem aeróbia, processo mais adequado ao tratamento do lixo
domiciliar, a decomposição é realizada por micro-organismos que só vivem na presença
de oxigênio. A temperatura pode chegar a até 70ºC, os odores emanados não são
agressivos e a decomposição é mais veloz.
407
FASES DA COMPOSTAGEM
O processo de compostagem aeróbia pode ser dividido em duas fases.
A primeira, chamada de "bioestabilização", caracteriza-se pela redução da
temperatura da massa orgânica que, após ter atingido temperaturas de até 65°C,
estabiliza-se na temperatura ambiente.
Esta fase dura cerca de 45 dias em sistemas de compostagem acelerada e 60 dias
nos sistemas de compostagem natural.
A segunda fase, chamada de "maturação", dura mais 30 dias. Nesta fase ocorre a
humificação e a mineralização da matéria orgânica.
O composto pode ser aplicado ao solo logo após encerrada a primeira fase, sem
prejuízo da maturação nem do plantio.
408
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
USINAS SIMPLIFICADAS DE COMPOSTAGEM
As usinas simplificadas realizam a compostagem natural onde todo processo
ocorre ao ar livre. Nessas unidades, após ser fragmentado em moinho de martelos, o lixo
é colocado em montes, denominados leiras, onde permanece até a bioestabilização da
massa orgânica, obtida através do seu reviramento, com frequência predeterminada (por
exemplo, no terceiro dia de formação da leira e daí em diante, a cada 10 dias, até
completar 60 dias). Uma vez biologicamente estável, o material é peneirado e fica pronto
para ser aplicado no solo agrícola.
O pátio de leiras de uma usina deve ser plano e bem compactado, se possível,
pavimentado, de preferência com asfalto, e possuir declividade suficiente (2%) para
escoamento das águas pluviais e do chorume produzido durante a compostagem. Esses
efluentes, que em leiras bem manejadas são produzidos em pequena quantidade, devem
receber tratamento sanitário, como, por exemplo, em lagoa de estabilização.
QUALIDADE DO COMPOSTO
No Brasil o composto orgânico produzido em usinas de compostagem de lixo
domiciliar deve atender a valores estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para que
possa ser comercializado.
409
ATERRO SANITÁRIO
Um aterro sanitário conta necessariamente com as seguintes unidades:
• Unidades operacionais:
• Células de lixo domiciliar;
• Células de lixo hospitalar (caso o Município não disponha de processo mais efetivo para
411
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
Os critérios utilizados foram divididos em três grandes grupos: técnicos,
econômico-financeiros e político-sociais.
CRITÉRIOS TÉCNICOS
A seleção de uma área para servir de aterro sanitário à disposição final de resíduos
sólidos domiciliares deve atender, no mínimo, aos critérios técnicos impostos pelas
normas da ABNT (NBR 10.157) e pela legislação federal, estadual e municipal (quando
houver).
Todos os condicionantes e restrições relativos às normas da ABNT, assim como os
aspectos técnicos da legislação atualmente em vigor.
412
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
PROXIMIDADE A CURSOS D'ÁGUA RELEVANTES
As áreas não podem se situar a menos de 200 metros de corpos d'água relevantes,
tais como, rios, lagos, lagoas e oceano. Também não poderão estar a menos de 50
metros de qualquer corpo d'água, inclusive valas de drenagem que pertençam ao sistema
de drenagem municipal ou estadual.
PROXIMIDADE A AEROPORTO
As áreas não podem se situar próximas a aeroportos ou aeródromos e devem
respeitar a legislação em vigor.
413
USO DO SOLOTÉRIOS
É importante que se frise o aspecto de vida útil do aterro, uma vez que é grande a
dificuldade de se encontrar novos locais, próximos às áreas de coleta, para receber o
volume de lixo urbano gerado no Município, em face da rejeição natural que a população
tem de morar perto de um local de disposição de lixo.
As áreas têm que se localizar numa região onde o uso do solo seja rural (agrícola)
ou industrial e fora de qualquer Unidade de conservação ambiental.
LICENCIAMENTO
Os trâmites para licenciamento da área do aterro devem iniciar-se tão logo seja
assinado o contrato para execução dos serviços e compreendem as seguintes tarefas:
ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA
Estudo de Impacto Ambiental – EIA – é um estudo técnico, contratado junto a
firmas especializadas, com vistas a levantar os pontos positivos e negativos do aterro
sanitário a ser implantado com relação aos meios físico, biótico (flora e fauna) e antrópico
(aspectos relacionados ao homem), e que estabelece uma série de medidas e ações que
visam a diminuir os impactos negativos registrados. O EIA é aprovado pelo órgão de
controle ambiental do Estado.
Com o objetivo de se ganhar tempo, o desenvolvimento do Estudo de Impacto
Ambiental – EIA – deve iniciar-se na mesma data da entrada do pedido da licença prévia,
para que, tão logo se receba a Instrução Técnica, se faça apenas uma complementação
do estudo, de forma a atender a todas as exigências estabelecidas nesse documento.
É conveniente frisar que o desenvolvimento dos estudos ambientais deve ser feito
em consonância com as equipes técnicas da empresa de limpeza pública e do órgão de
controle ambiental, de modo que as metodologias, diretrizes técnicas e conclusões do EIA
estejam conciliadas, na medida do possível, com as políticas destas entidades.
Os estudos, quando concluídos, devem ser encaminhados imediatamente ao órgão
de controle ambiental, para análise e aprovação.
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA – é um relatório que apresenta o resumo
dos principais pontos do EIA, redigido em linguagem acessível ao público leigo.
A empresa responsável pelo EIA/RIMA não pode ser a mesma que elabora os
projetos básico e executivo.
Cuidados especiais devem ser tomados quando da redação do RIMA, para que
não se use uma linguagem técnica demais, fora do alcance da população leiga.
.
414
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ACOMPANHAMENTO DA ANÁLISE E APROVAÇÃO DO EIA
Independentemente do desenvolvimento do EIA em "sintonia" com a equipe técnica
do órgão de controle ambiental, os autores do projeto básico devem ficar à sua
disposição, durante todo o período de análise, com o objetivo de esclarecer eventuais
dúvidas e de executar as revisões necessárias.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Com o EIA aprovado, procede-se à publicação exigida por lei. A critério do órgão de
controle ambiental, a população poderá ser convocada a participar da audiência pública
de sua apresentação, marcada, em geral, para um prazo de 30 dias a partir da data da
publicação em jornal de grande circulação no Município.
A apresentação do EIA na audiência pública deve utilizar todos os recursos
audiovisuais disponíveis, uma vez que, no Brasil, a plateia que participa dessas
.
415
CRONOGRAMA DO LICENCIAMENTO
O cronograma é a assinatura do contrato com as empresas responsáveis pelos
projetos básico e executivo do aterro e pelos estudos ambientais.
IMPLANTAÇÃO DO ATERRO
De posse do projeto aprovado e da licença de instalação, iniciam se as obras de
implantação do aterro, através do cercamento, limpeza e raspagem do terreno e da
fundação da balança (se existir controle de pesagem).
Os serviços devem ser executados observando-se as especificações técnicas e
demais condições contidas no projeto executivo, bem como as orientações das normas
técnicas da ABNT, do Ministério do Trabalho, do órgão de controle ambiental e da
legislação ambiental em vigor, assim como as normas e padrões estabelecidos pelas
concessionárias de serviços públicos (água, energia elétrica, telefonia, combate a
incêndio e outros).
416
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Para aterros de porte médio ou grande, a sequência de construção deve ser a que
se segue:
CERCAMENTO DA ÁREA
O cercamento da área deve ser executado para dificultar o ingresso de pessoas
não autorizadas na área do aterro. Uma boa medida é construir a cerca, com
aproximadamente dois metros de altura, com moirões de concreto nos quais são
passados cinco fios de arame galvanizado, igualmente espaçados.
Acompanhando a cerca de arame, deve ser implantada uma barreira vegetal, com
uma espessura mínima de 20 metros, que terá como objetivos impedir a visão da área
operacional e auxiliar na dispersão do cheiro característico do lixo.
SERVIÇOS DE TERRAPLANAGEM
Os serviços de terraplanagem deverão seguir rigorosamente o projeto, sendo que o
material de corte excedente deve ser armazenado em local adequado para servir,
futuramente, como material de cobertura das células de lixo.
As camadas a serem compactadas devem ser umedecidas até atingir o grau de
"umidade ótima".
A conclusão dos serviços de terraplanagem se dá com a execução do pátio de
estocagem de materiais, localizado, preferencialmente, próximo à área operacional do
aterro.
SERVIÇOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO
Os serviços de impermeabilização inferior do aterro de lixo domiciliar devem ser
iniciados logo após a conclusão da remoção da camada de solo superficial da área
operacional e consistem, basicamente, na instalação da manta de polietileno de alta
densidade (PEAD) ou na execução de uma camada de argila com coeficiente de
permeabilidade inferior a 10-6cm/s e espessura superior a 80cm, que pode ser substituída
pelo terreno natural, desde que com as mesmas características.
Concluída a implantação da camada de impermeabilização, passasse à execução
dos canais de drenagem da tubulação de coleta de chorume.
SERVIÇOS DE DRENAGEM
Sempre que possível, a drenagem das águas pluviais deve ser feita através de
valas escavadas no terreno, evitando-se o uso de tubulações enterradas.
Preferencialmente, o sistema de drenagem deve acompanhar as estradas de
serviço.
Os serviços de soldagem dos panos da manta de PEAD devem ser executados por
equipe especializada, sendo desejável que o próprio fornecedor da manta se encarregue
destes serviços.
A passagem da tubulação de coleta de chorume pela manta plástica deve ser feita
com o auxílio de uma peça especial de PVC que já traz a manta soldada ao corpo do
tubo.
DRENAGEM DE CHORUME
A coleta do chorume será feita por drenos implantados sobre a camada de
impermeabilização inferior e projetados em forma de espinha de peixe, com drenos
secundários conduzindo o chorume coletado para um dreno principal que irá levá-lo até
um poço de reunião, de onde será bombeado para a estação de tratamento.
418
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Com o auxílio de enxadas, pilões, ancinhos, gadanhos e/ou forcados, pode-se ir
espalhando o lixo e nivelando as superfícies superior e lateral em taludes de 1:1.
O recobrimento do lixo deve ser efetuado diariamente, ao término da jornada de
trabalho.
A compactação do lixo pode ser efetuada por apiloamento.
A operação é viável apenas para volumes diários de lixo não superiores a 40m3 –
aproximadamente 10t/dia.
Outra forma de operação manual seria a utilização de uma trincheira, escavada
previamente por meio de equipamento mecânico (retroescavadeira, por exemplo),
pertencente a outro órgão da prefeitura. O material proveniente da escavação será
depositado em local próximo para depois servir como cobertura. O espalhamento e o
nivelamento dos resíduos deverão ser efetuados manualmente, conforme o caso anterior.
A compactação pode ser feita pelo próprio tráfego dos veículos coletores sobre a
419
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
Os procedimentos operacionais a serem adotados são os seguintes:
• Preparo da frente de trabalho que se compõe de uma praça de manobras em pavimento
primário, com dimensões suficientes para o veículo descarregar o lixo e fazer a manobra
de volta;
• Enchimento da Célula 1, que consiste no espalhamento do lixo por um trator de esteiras,
em camadas de 50cm, seguido da sua compactação por, pelo menos, três passadas
consecutivas do trator;
• Cobrimento do topo da célula, com caimento de 2% na direção das bordas, e dos
taludes internos com a capa provisória de solo, na espessura de 20cm;
• Cobrimento dos taludes externos com a capa definitiva de argila, na espessura de 50cm;
• Alguns dias antes do encerramento da Célula 1, prolongar a frente de trabalho, com as
mesmas dimensões da anterior para atender à Célula 2;
• Após o encerramento da Célula 1, executar o dreno de gás;
• Repetir as mesmas operações de enchimento da célula anterior e preparo da célula
seguinte até que todo o lote 1 seja preenchido;
• Repetir as mesmas operações para o enchimento dos lotes 2, 3 e assim sucessivamente
até completar todo o nível inferior;
• Proceder ao enchimento da Célula 1 do nível superior seguindo a mesma sequência de
operações utilizada para o nível inferior;
420
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Quando se estiver aterrando as células do último nível, proceder à cobertura final da
célula encerrada com uma capa de argila compactada de 50cm de espessura, dando um
caimento de 2% no sentido das bordas;
• Repetir a sequência de operações até o enchimento completo de todos os lotes em
todos os níveis.
TRATAMENTO DO CHORUME
A principal característica do chorume é a variabilidade de sua composição em
decorrência do esgotamento progressivo da matéria orgânica biodegradável. Por essa
razão, o elevado potencial poluidor do "chorume novo" vai se reduzindo paulatinamente
até atingir níveis que dispensam seu tratamento, ao final de 10 anos ("chorume velho").
Também o volume de chorume produzido num aterro varia sazonalmente em
função das condições climáticas da região e do sistema de drenagem local, sofrendo a
421
O ideal é que ele seja projetado para armazenar um dia da geração de chorume na
época das chuvas, permitindo que a recirculação seja feita apenas uma vez por dia e,
preferencialmente, ao longo das oito horas em que o operador está presente na área do
aterro.
As desvantagens desse processo estão ligadas ao grande consumo de energia
elétrica e à sua dependência de um bom suprimento de energia e de um bom
funcionamento do conjunto moto bomba, uma vez que, caso haja falta de energia ou uma
422
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
pane na bomba de recirculação, o chorume bruto seja inevitavelmente lançado em algum
corpo d'água, podendo causar danos ao meio ambiente.
A situação ideal é que a recirculação seja realizada de forma complementar a um
dos processos de tratamento convencional de chorume, como lagoas de estabilização ou
lodos ativados.
No sistema de lodos ativados, o chorume passa por um tratamento preliminar que,
em geral, consiste em um gradeamento grosseiro, sendo posteriormente encaminhado a
um decantador primário, onde há a retenção dos sólidos sedimentáveis primários. Em
seguida, é encaminhado a um tanque de aeração, onde aeradores, normalmente
superficiais, injetam ar na massa líquida, permitindo que as bactérias aeróbias realizem a
estabilização da matéria orgânica, gerando um lodo secundário que permanece em
suspensão.
O efluente do tanque de aeração vai para um decantador secundário, onde o lodo
DRENAGEM DE GASES
O sistema de drenagem de gases é composto por poços verticais de 50cm de
diâmetro, espaçados de 50 a 60m entre si, e executados em brita ou rachão.
Existem dois métodos de se executar os drenos de gás: subindo o dreno à medida
que o aterro vai evoluindo ou escavar a célula encerrada para implantar o dreno, deixando
uma guia para quando se aterrar em um nível mais acima.
Uma vez aberto o poço, o solo ao seu redor, num raio de aproximadamente dois
metros, deve ser aterrado com uma camada de argila de cerca de 50cm de espessura,
para evitar que o gás se disperse na atmosfera.
423
MONITORAMENTO AMBIENTAL
O monitoramento das massas d'água do entorno do aterro deve começar antes do
início da operação, com a coleta e análise de amostras dos corpos d'água próximos,
inclusive do lençol freático, para se avaliar a qualidade atual dos mesmos e poder efetuar
comparações futuras.
O segundo instante do monitoramento ambiental se dá a partir do momento em
que se começa a coletar o chorume para tratamento.
A frequência de amostragem, assim como os parâmetros a serem analisados
devem ser estabelecidos em comum acordo com o órgão de controle ambiental.
Exemplo de um Programa de Monitoramento Ambiental:
• Mensalmente, análises físico-químicas e bacteriológicas do sistema de tratamento, nos
efluentes bruto e tratado, envolvendo ensaios de pH, DBO, DQO, resíduos sedimentáveis,
totais e fixos e colimetria.
• Trimestralmente, análises dos poços de monitoramento construídos e dos locais de
coleta nos corpos d'água de superfície, a montante e jusante do aterro, ensaiando os
mesmos parâmetros.
424
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A escassez de recursos financeiros, a dificuldade de mão-de-obra especializada
para manutenção e a inexistência de um sistema de pronta reposição de peças
sobressalentes são fatores que não podem deixar de ser considerados na seleção dos
equipamentos. O método de operação do aterro será o principal fator determinante.
Para municípios de pequeno porte, que não dispõem de equipamentos específicos
para operação no aterro, uma solução pode ser a utilização periódica de máquinas
pertencentes a outros setores da prefeitura, como, por exemplo, as usadas para
conservação das estradas.
ATERROS CONTROLADOS
Como já mencionado no início deste capítulo, a diferença básica entre um aterro
sanitário e um aterro controlado é que este último prescinde da coleta e tratamento do
426
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A SITUAÇÃO DOS CATADORES
Numa economia em retração, com redução da oferta de empregos, concentração
de atividades econômicas no setor terciário e desativação de frentes de trabalho na
construção civil, ocorre o desemprego de grande quantidade de pessoas de baixa
qualificação profissional, que passam a apelar para qualquer tipo de trabalho que garanta,
pelo menos, sua sobrevivência e a da sua família.
A catação do lixo em aterros e nas ruas das cidades, embora seja uma atividade
insalubre, é um trabalho alternativo que vem sendo cada vez mais difundido no Brasil.
Segundo dados levantados pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana –
COMLURB/RJ –, em 1993, 87% dos catadores declararam a catação de lixo como sua
principal fonte de renda/trabalho, sendo que 13% declararam não ter tido nunca outra
ocupação, ou seja, as pessoas de baixo nível de escolaridade encaram a catação de lixo
em aterros municipais como uma profissão.
LANDFARMING
Landfarming é um tratamento biológico no qual a parte orgânica do resíduo é
decomposta pelos micro-organismos presentes na camada superficial do próprio solo. É
um tratamento muito utilizado na disposição final de derivados de petróleo e compostos
orgânicos.
O tratamento consiste na mistura e homogeneização do resíduo com a camada
superficial do solo (zona arável – 15 a 20cm).
Concluído o trabalho de degradação pelos micro-organismos, nova camada de
resíduo pode ser aplicada sobre o mesmo solo, repetindo-se os mesmos procedimentos
sucessivamente.
Porém o processo de landfarming demanda áreas extensas na medida em que as
camadas, ainda que sucessivas, são pouco espessas.
ATERROS INDUSTRIAIS
Os aterros industriais podem ser classificados nas classes I, II ou III, conforme a
periculosidade dos resíduos a serem dispostos, ou seja, os aterros Classe I podem
receber resíduos industriais perigosos; os Classe II, resíduos não-inertes; e os Classe III,
somente resíduos inertes.
Qualquer que seja o aterro destinado a resíduos industriais, são fundamentais os
sistemas de drenagem pluvial e a impermeabilização do seu leito para evitar a
contaminação do solo e do lençol freático com as águas da chuva que percolam através
dos resíduos, como se evidencia através da Figura 48.
427
ATERROS CLASSE II
O aterro Classe II é como um aterro sanitário para lixo domiciliar mas,
normalmente, sem o sistema de drenagem de gases.
A 1,5m do nível máximo do lençol freático, a partir de baixo para cima, o aterro
Classe II é constituído das seguintes camadas:
• Camada de impermeabilização de fundo, com manta plástica
(0,8 a 1,2mm de espessura) ou com argila de boa qualidade
(k = 10-6cm/s; e > 80cm);
• Camada de proteção mecânica (somente se a impermeabilização for feita com manta
sintética);
• Sistema de drenagem de percolado;
• Camadas de resíduos (de 4,0 a 6,0m de altura) entremeadas com camadas de solo de
25cm de espessura;
• Camada de impermeabilização superior4, com manta plástica
(0,8 a 1,2mm de espessura) ou com argila de boa qualidade
(k = 10-6cm/s; e > 50cm);
• Camada drenante de areia com 25cm de espessura (necessária somente se houver
impermeabilização superior);
• Camada de solo orgânico (e > 60cm);
• Cobertura vegetal com espécies de raízes curtas.
O líquido percolado, coletado através de um sistema de drenagem, deve ser
conduzido para tratamento. O tipo de tratamento a ser adotado depende das
características dos resíduos aterrados, sendo usual a adoção de um processo físico-
químico completo seguido de um processo biológico convencional (lagoas de
estabilização ou lodos ativados).
ATERROS CLASSE I
As condições de impermeabilização dos aterros Classe I são mais severas que as
da classe anterior.
A distância mínima do lençol d'água é de três metros e as seguintes camadas são
obrigatórias:
• Dupla camada de impermeabilização inferior com manta sintética ou camada de argila (e
> 80cm; k < 10-7cm/s);
• Camada de detecção de vazamento entre as camadas de impermeabilização inferior;
• Camada de impermeabilização superior;
• Camada drenante acima da camada de impermeabilização superior (e = 25cm).
428
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
BARRAGENS DE REJEITO
As barragens de rejeito são usadas para resíduos líquidos e pastosos, com teor de
umidade acima de 80%. Esses aterros possuem pequena profundidade e necessitam
muita área. São dotados de um sistema de filtração e drenagem de fundo (flauta) para
captar e tratar a parte líquida, deixando a matéria sólida no interior da barragem.
Após o encerramento, quando a capa superior do rejeito já se encontra solidificada,
procede-se a uma impermeabilização superior com uma camada de argila para reduzir a
infiltração de líquidos a serem tratados.
REFERENCIAS:
- Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos / José Henrique Penido
Monteiro... [et al.];
coordenação técnica Victor Zular Zveibil. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.
200 p.; 21,0 x 29,7cm
Patrocínio: Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República
– SEDU/PR.
1 - Resíduos sólidos. I - Monteiro, José Henrique Penido, II - Zveibil, Victor Zular (coord.).
III - Instituto Brasileiro de Administração Municipal.
430
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 1
ESTUDOS DE
IMPACTOS
AMBIENTIAS
Disciplina: Estudos de Impacto Ambiental
Avaliações- 1º Bimestre
Avaliações- 2º Bimestre
432
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
1- Conceito de Ambiente e Impacto Ambiental
O que é Ambiente?
Meio ambiente: Segundo o Dicionário Aurélio, Meio Ambiente é o conjunto de
condições e influências naturais que cercam um ser vivo ou uma comunidade, e que
agem sobre ele(s);
Alguns autores definem o ambiente como uma ‘visão’ das relações complexas
e sinérgicas gerada pela articulação dos processos de ordem física, biológica,
termodinâmica, econômica, política e cultural. Este conceito resinifica o sentido do
habitat como suporte ecológico e do habitar como forma de inscrição da cultura no
espaço geográfico.
ela ei n , define em seu artigo “Meio ambiente e o conjunto
de condições, influencias e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Outro Conceito de Meio Ambiente mais abrangente foi dado por Jose Afonso
da Silva: “A interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que
propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas’”.
Segundo Sachs (1986), meio ambiente inclui o natural, as tecnoestruturas
criadas pelo homem (ambiente artificial) e o ambiente social (ou cultural). Inclui
todas as interações entre os elementos naturais e a sociedade humana. Assim, meio
ambiente inclui os domínios: ecológico, social, econômico e politico.
433
434
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Conceito de Impacto Ambiental
“Diferença entre a situação do meio ambiente futuro, modificado pela
realização de um projeto, e a situação do meio ambiente futuro tal como teria
evoluído sem o projeto”.
Segundo o CONAMA 01/86: “Qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetem:
I. A saúde, a segurança e o bem estar da população.
II. As atividades sociais e econômicas.
III. A biota.
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente.
V. “A qualidade dos recursos ambientais”.
Impacto (negativo), poluição e dano ambiental são fenômenos muito próximos,
todos relacionados a alterações adversas do ambiente em decorrência de atividades
ATIVIDADE PRÁTICA
435
436
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2-Surgimento dos Estudos de Impactos Ambiental no Brasil e no mundo
Questões como estas, a seguir, devem ser respondidas para qualquer projeto
importante:
- O projeto pode ser operado de modo seguro, sem riscos de acidentes
perigosos ou efeitos de longo prazo sobre a saúde?
- O ambiente local pode conviver com a poluição e o resíduo adicional
que serão produzidos?
437
Todavia, somente com a definicao das diretrizes, bem como dos criterios
tecnicos para a elaboracao do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e tambem do
Relatorio de Impacto ao Meio Ambiental (RIMA) e que a AIA foi regulamentada nos
Estados da ederacao Brasileira atraves da Resolucao do CONAMA 001/86.
om a regulamentacao ocorrida em de junho de , atraves do Decreto
Federal no 99.274, foi instituído que a AIA e um procedimento integrante do
licenciamento ambiental de quaisquer atividades capazes de causarem impactos
socioambientais.
439
440
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTIAS
Organograma SISEMA Disponivel em www.semad.mg.gov.br Acesso em Dez de 2013
IEF: O Instituto Estadual de Florestas (IEF) foi criado em 1962, pela Lei nº
2.606. Autarquia inicialmente ligada à Secretaria de Estado da Agricultura passa a
vincular-se, a partir de 1995, à recém-criada SEMAD - Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável sua missão, cumprir a “agenda verde” do
Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEMA, atuando no desenvolvimento e na
execução das políticas florestal, de pesca, de recursos naturais renováveis e de
biodiversidade em Minas Gerais.
441
Por quê?
Foi necessário promover mudanças em relação ao atendimento às demandas
de serviços solicitados pela população, que foram transferidos de um órgão para
outro.
O que mudou?
Igam passa a ter uma estrutura nas Superintendências Regionais de
Regularização Ambiental (Supram), exceto na Supram Norte de Minas, onde conta
com sede própria, para atendimento no Estado, mantendo-se responsável pela
preservação da quantidade e da qualidade das águas de Minas Gerais.
A maior novidade está na estrutura da Semad. A Secretaria passa a ter
Núcleos Regionais de Regularização Ambiental que desenvolvem as atividades de
captação e análise técnica das solicitações de regularização ambiental e de
autorizações, anteriormente sob a responsabilidade do Igam e do IEF. Os Núcleos
estão ligados diretamente às Suprams e a Subsecretaria de Gestão e Regularização
Ambiental. Oferecem apoio, por meio de análises técnicas, à tomada de decisão dos
integrantes das Unidades Regionais Colegiadas (URC's), do Conselho Estadual de
Política.
442
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4-Estudo de Impacto Ambiental e suas Etapas
443
Termo de Referência
O conteúdo de um EIA/RIMA é estipulado por TERMO DE REFERÊNCIA dos
órgãos ambientais competentes e pela legislação pertinente, como demonstra o
extrato abaixo da Resolução CONAMA n° 001 de 1986.
444
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5- Etapas do Estudo de Impacto Ambiental
1-Diagnóstico Ambiental;
2-Avaliação de Impacto Ambiental;
3- Medidas Mitigadoras;
4- Programas de Monitoramento.
1- Diagnóstico ambiental
Diagnostico ambiental da área de influencia do projeto: completa descrição e
analise dos recursos ambientais e suas interacoes, tal como existem, de modo a
caracterizar a situacao ambiental da area, antes da implantacao do projeto,
considerando:
a) o meio físico – subsolo, as aguas, o ar e o clima, destacando os recursos
445
Estrutura geral de um Diagnóstico Ambiental uniformizado, no qual esta inserido o “elo metodologico
geografico”, Gontijo.
446
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2- Avaliação de Impacto Ambiental
A Avaliação de Impacto Ambiental é um Instrumento de política ambiental,
formado por um conjunto de procedimentos capazes de assegurar, desde o início do
processo, que se faça um exame sistemático dos impactos ambientais de uma ação
proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas alternativas, e cujos
resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis
pela tomada da decisão, e por eles considerados.
Análise dos Impactos Ambientais do projeto e de suas alternativas, através de
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminado: os impactos positivos e negativos (benéficos e
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
447
448
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
a ao ou temporalidade: Este atributo de classificacao valoracao de um
impacto corresponde ao tempo de duracao do impacto na area em que se manifesta,
variando como temporario ou permanente. Adotam-se os seguintes criterios para
classificacao em temporario ou permanente:
e o ário: Quando um impacto cessa a manifestacao de seus efeitos em um
horizonte temporal definido ou conhecido.
Permanente: Quando um impacto apresenta seus efeitos estendendo-se alem de
um horizonte temporal definido ou conhecido.
Reversibilidade: Segundo metodologia empregada pela epemar (2 ), a
classificacao de um impacto segundo este atributo considera as possibilidades de
ele ser reversivel ou irreversivel, para o que sao utilizados os seguintes criterios:
e e ível: Quando e possivel reverter a tendência do impacto ou os efeitos
decorrentes das atividades do empreendimento, levando-se em conta a aplicacao
449
Resumo
Classificação dos impactos:
Impacto positivo ou benéfico: quando a ação resulta na melhoria da qualidade de
um fator ou parâmetro ambiental.
• Impacto negativo ou adverso quando a ação resulta em um dano qualidade de
um fator ou parâmetro ambiental.
• Impacto direto resultado da simples ação causa e efeito.
• Impacto indireto resultante de uma reação secundária, ou quando é parte de uma
cadeia de reações.
• Impacto local quando a ação afeta o próprio sítio e suas imediações.
• Impacto regional quando a ação se faz sentir além das imediações do sítio.
• Impacto estratégico quando a ação tem relevância no âmbito regional e nacional.
• Impacto a médio e longo prazo quando os efeitos da ação são verificados
posteriormente.
• Impacto temporário quando o feito da ação tem duração determinada.
• Impacto permanente quando o impacto não tem tempo para acabar;
• Impacto cíclico quando os efeitos se manifestam em intervalos de tempo
determinados.
• Impacto reversível quando cessada a ação, o ambiente volta sua forma original.
450
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Relação Aspectos e Impactos
A avaliação dos aspectos e impactos ambientais gerados por determinada
atividade e um instrumento da gestão ambiental.
A análise dos aspectos e consequentes impactos ambientais e extremamente
importante para o desenvolvimento sustentável de qualquer organização. Menos
dramáticos no curto prazo, mas talvez com consequências mais importantes a longo
prazo, e o impacto ambiental de produtos que nao podem ser reciclados e processos
que consomem grandes quantidades de energia, sendo parte das responsabilidades
mais amplas da administração da produção.
Aspectos e Impactos ambientais de pedreira em área urbana. Fonte: Bacci et al, 2006.
451
452
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTIAS
São princípios relacionados com as atividades dentro do processo de
avaliação de impactos ambientais:
Predição: impactos diretos, indiretos; Cumulativos; Avaliação de risco e
periculosidade; Monitoramento; Avaliação; Comunicação.
Previsão: Os impactos identificados na AIA não são reais, no sentido de que
não podemos os ver acontecendo.
453
Participação Pública
A participação pública, principalmente dos grupos direta ou indiretamente
afetados pelo empreendimento deve se dar desde o início dos trabalhos, para que o
EIA se transforme em um instrumento efetivo de pacto social. De acordo com a
legislação brasileira, a audiência pública é o único mecanismo de participação da
sociedade civil no processo de AIA.
454
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3- Medidas Mitigadoras
455
456
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Avaliação de riscos e periculosidade
A avaliação de riscos geralmente se refere aos riscos para a saúde humana e
ambiental de uma proposta de desenvolvimento, e as consequências de um possível
acidente e seus efeitos para os organismos vivos de forma geral, os empregados e a
população local.
Quando um projeto é realizado em regiões com perigos ambientais
(inundações, terremotos, atividade vulcânica) devemos planejar a proteção contra
estes perigos.
Risco é a probabilidade de dano, doença ou morte sob circunstâncias
específicas.
Pode ser expresso em termos quantitativos, com valores que variam entre 0 e
1. Pode ser descrito em termos qualitativos: alto, baixo, muito baixo.
Toda atividade humana acarreta algum grau de risco que pode ser conhecido
com um elevado grau de precisão, pois se possuem series históricas de sua
Identificação da periculosidade
É a procura por evidências da toxicidade de uma substância;
As informações sobre a toxicidade são obtidas a partir de: Análise da estrutura
molecular da substância; Estudos com animais (dos quais se inferem os efeitos em
humanos); Investigação epidemiológica da exposição humana; Estudos clínicos;
Casos reportados de exposição humana; Monitoramento.
Em muitos países acredita-se que a AIA termina com a entrega do Relatório e
a tomada de decisão sobre o empreendimento.
Deve ser parte da AIA durante as fases de implementação e operação do
empreendimento.
Possui um importante aspecto retroalimentador que permite correções e
ajustamentos na previsão de impactos realizadas e nas medida mitigadoras.
Provê um grau de segurança porque permite detectar mudanças imprevisíveis.
Base para julgar a efetividade da AIA. Gera informações para o manejo dos
impactos.
457
458
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5- Licenciamento Ambiental
Benefícios operacionais:
Melhoria na gestão de riscos ambientais atuais e futuros;
Melhoria dos procedimentos operacionais;
Melhoria da produtividade; melhoria nas condições de saúde e segurança no
trabalho;
Redução de acidentes que impliquem responsabilidade civil;
Estabelecimento de rotina para análise das áreas do negócio que possam
afetar o meio ambiente;
Estímulo ao desenvolvimento e compartilhamento de soluções ambientais;
Facilidade na transferência de tecnologia; melhoria do desempenho dos
funcionários;
Formação dos funcionários facilitada.
Benefícios Financeiros
Diminuição dos riscos de incorrer em infrações legais e regulamentares;
Redução potencial nas despesas com seguros;
Produtos e serviços adquiridos;
Possibilidade de redução de custos;
Possibilidade de economia de despesas no consumo de água e energia.
459
ai ao o i o de li e a ambiental?
ara cada etapa do processo de licenciamento ambiental, e necessaria a licenca
adequada.
- Li e a P évia (LP): deve ser solicitada na fase preliminar do
planejamento do empreendimento. E ela que atestara a viabilidade ambiental,
aprovara localizacao e concepcao do projeto e estabelecera os requisitos
basicos e condicionantes a serem atendidos nas proximas fases de sua
implementacao. Validade de até 4 anos.
- Li e a de ala ao (LI): autoriza a instalacao do empreendimento ou
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes e exigências técnicas necessárias. Validade de até 6 anos.
III - Li e a de e a ao (LO): autoriza o inicio das atividades do
empreendimento mediante a verificacao do efetivo cumprimento do que
constam das licencas anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinadas para a operacao. Sua concessão e por tempo
finito e, portanto, sujeita o empreendedor a renovação, com possíveis
condicionantes supervenientes. Validade de 4 a 6 anos, sujeita a revalidação
periódica. (Mínimo 4, máximo 10)
Li e a de ala ao Corretiva (LIC): icenca direcionada para
empreendimentos instalados ou em instalacao e que ainda nao procederam
ao licenciamento ambiental.
460
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Li e a de e a ao Corretiva (LOC): icenca direcionada para
empreendimentos em operacao e que ainda nao procederam ao
licenciamento ambiental.
Licença Sumária: Modalidade de licença, onde o processo é simplificado,
realizado em uma única etapa é aplicável aos empreendimentos e atividades
de pequeno porte e potencial poluidor, constantes da DN COMAC 08/04, ou
aquelas enquadradas nas classes 1 e 2 da DN COPAM 74/04.
461
462
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ai e ee di e o e i a da e la i a ao ambiental Estadual?
Estao sujeitas ao licenciamento ambiental às atividades utilizadoras de
recursos ambientais, consideradas efetiva e ou potencialmente poluidoras, bem
como as capazes, sob qualquer forma, de causar degradacao ambiental.
ai e ee di e o e i a da e la i a ao ambiental Estadual?
A Deliberacao normativa O AM no. 2 , de de Setembro de 2
do O AM (conselho de olitica Ambiental) e a norma que regulamenta o
licenciamento ambiental em minas Gerais. em seu Anexo Unico a deliberacao
estabelece a Listagem das Atividades e classifica os empreendimentos em classes
de acordo com o porte e potencial poluidor.
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ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTIAS
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“Deixamos que a chuva química letal caia sobre nós como se nao houvessem
alternativas, quando na verdade existem muitas e nossa engenhosidade poderia
descobrir muito mais, se lhe dessemos a oportunidade. Sera que caimos em um
estado de entorpecimento que faz com que aceitemos como inevita vel aquilo que e
inferior, prejudicial, como se houvessemos perdido a vontade ou a visao para exigir
o que e bom?”
Rachel Carson, Primavera Silenciosa, 1962.
Estudo de Caso
“Nos, moradores, pescadores, donas de casa, operários, estudantes,
desempregados, jovens, crianças e idosos, homens e mulheres de Santa ruz no
município do Rio de Janeiro estamos sofrendo com os impactos negativos da
Thyssen rupp ompanhia Siderurgica do Atlântico desde 2 , inicio da instalacao
da TK- SA. Desde entao varios grupos e organizacoes veem denunciando, dentro e
fora do Brasil, crimes socioambientais, violacoes de direitos humanos e danos a
saude da populacao, cometidos pela TK-CSA.
O Ministerio ublico ja denunciou a TK SA por gerar poluicao atmosferica em
niveis capazes de provocar danos a saude humana, reconheceu que houve
falsificacao de assinaturas da populacao para audiência publica sobre a instalacao
da TK- SA e ajuizou uma acao penal responsabilizando a empresa e dois de seus
diretores por crimes ambientais.
ontra fatos, estao sendo construidos discursos que nao sao verdadeiros
mas, vamos a eles e seus contra-argumentos:
A) A TK- SA ira trazer empregos e desenvolvimento.
A SA gerou emprego para mil pessoas na sua fase de construc ao e
serao apenas , mil apos seu pleno funcionamento. A mao-de-obra usada na
construcao nao sera absorvida pela industria. Um dos criterios internacionais do
programa de desenvolvimento das Nacoes Unidas, aponta para 1 emprego gerado a
cada 200 mil reais investidos, ou menos. Ora, se considerarmos o investimento de
bilhoes de reais, deixando de lado todas as isencoes fiscais concedidas pelos
governos e, dividirmos pelos 10 mil trabalhadores da fase de construcao, mais os
, mil apos seu pleno funcionamento; cada emprego estara sendo gerado a um
custo de mais de 500 mil reais. Quase vezes mais do que a referência de geracao
de empregos. E, se considerarmos apenas os 3, mil empregos o custo chega a 2
milhoes de reais para cada emprego.
B) Aconteceram dois acidentes na TK-CSA que emitiram uma fuligem pesada no ar
de Santa Cruz.
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Para este argumento convidamos os interessados a passarem um dia e uma
noite em nossas casas quando poderao constatar que a emissao de poluentes
continua de forma sistematica.
C) O material emitido no ar da regiao de Santa ruz, e grafite. Mesmo que fosse
grafite e reconhecido os efeitos negativos no ambiente e a saude, alem disso o
instituto de geociências da UFRJ detectou que houve um aumento de 600% na
emissao de ferro na regiao.
D) Uma empresa independente esta fazendo a auditoria da TK-CSA
O empreendimento TK-CSA tem a empresa Vale como uma de suas
acionistas e A Usiminas, escolhida para fazer a auditoria tem como parte de suas
ações a REVI que e um dos maiores controladores da Vale que em 2008 detinha
Açoes da Usiminas. O que comprova o conflito de interesses e descaracteriza a
independência exigida pelo ministerio publico.
E) A TK- SA tem legitimidade tecnico-ambiental para funcionar.
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Depois da Segunda Guerra Mundial, em sua expansão, as empresas
transnacionais não tinham o meio ambiente como principal preocupação ao instalar
suas unidades de produção nos novos países industrializados.
NA AMAZÔNIA
Atualmente, o desmatamento é o principal responsável pela avançada
destruição desse bioma, onde as queimadas preparam os terrenos para os grandes
projetos agropecuários.
Construção de usinas hidrelétricas (Tucuraí, Balbina, Samuel e outras);
Extração de madeira para exportação para o Japão e a Europa; Crescimento
demográfico; Garimpos de ouro; Extrativismo mineral; Construção de rodovias e
ferrovias.
CERRADO
A agricultura do cerrado talvez seja a principal responsável por impactos
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Exercícios Estudos de impacto ambiental
O que significa as siglas: PMMG, NGA, FEAM, IGAM, IEF, SUPRAM, COPAM,
CERH, SEMAD, SISEMA, e quem é subordinado a quem?
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A Audiência Pública tem por finalidade:
a) dar ciência aos interessados da instalação da obra.
b) garantir a participação dos demais órgãos públicos no procedimento de
licenciamento ambiental.
c) garantir a participação popular, expondo as informações do RIMA e recolhendo as
críticas e sugestões com relação à instalação da atividade no local.
d) expor o RIMA ao órgão licenciador competente.
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Bibliografia
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Sites Relacionados:
• www.mma.gov.br;
• www.portalpbh.gov.br;
• www.meioambiente.mg.gov.br;
• www.planalto.gov.br;
• www.oeco.com.br
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