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13/04/2018
23:48:37
DECISÃO OU DESPACHO
Dados do Processo:
Número:
201674200438
Classe:
Ação Civil de Improbidade Administrativa Situação:
Guia Inicial: ANDAMENTO Competência:
201713600895 Impedimento/Suspeição: Rosário do Catete
Segredo de Justiça: NÃO Distribuido Em:
NÃO Processo Sigiloso: 08/11/2016
Tipo do Processo: NÃO
Eletrônico
Número Único:
0000453-09.2016.8.25.0019
Partes do Processo:
Tipo Nome Representante da Parte
AUTOR MINISTÉRIO PÚBLICO
RÉU ETELVINO BARRETO SOBRINHO Advogado: JOANA VIEIRA DOS SANTOS - 6340/SE
RÉU WILAMIS ANDRADE SANTOS Advogado: WANDERSON DOS SANTOS NASCIMENTO - 4793/SE
Interessado MUNICIPIO DE ROSARIO DO CATETE Advogado: EMMANUEL SALVINO VIANA DO NASCIMENTO - 6295/SE
Argui o Ministério Público em suas razões que por inexigibilidade de licitação (011/2012 e
007/2012), o então prefeito Etelvino Barreto Sobrinho celebrou contratos nº 015/2012 e
027/2012 com as empresas SELL SERVIÇOS DE LIMPEZA E LOCAÇÃO LTDA e JV
PRODUÇÕES E EVENTOS ARTÍSTICOS LTDA, representadas por WILAMIS ANDRADE
SANTOS, para contratação de diversos artistas, no valor de R$ 252.000,00 (duzentos e
cinquenta e dois mil reais), sob a alegação de que tal certame seria inexigível para o caso.
Ressalta o Ministério Público que o que ocorre nos autos, é que não se tratou de
contratação feita nos parâmetros legais, visto que, as “cartas de exclusividade”
apresentadas pelas empresas, revelam, justamente, que não se trata de empresário
exclusivo do aludido artista/banda, uma vez que as tais cartas se tratam, em verdade, de
declarações de exclusividade daqueles especificamente para as apresentações nos dias e
horários determinados para cada um dos shows.
Passo a decidir.
Nos termos do art. 37, XXI, da CF, ressalvados os casos específicos, as obras, serviços,
compras e alienações, serão contratados pela Administração Pública mediante processo
de licitação pública que assegurem a igualdade de condições a todos que concorrerem.
Ademais, não se pode olvidar que os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência são de observância obrigatória quando do exercício
na Administração Pública.
Todavia, volvendo a atenção para a hipótese em tela, constato que o requerido contratou
diretamente as empresas SELL SERVIÇOS DE LIMPEZA E LOCAÇÃO LTDA (CNPJ:
10.544.879/0001-96) e JV PRODUÇÕES E EVENTOS ARTÍSTICOS LTDA (CNPJ sob o
nº 07.121.322/001-38), por entender que tal contratação estaria albergada na hipótese de
inexigibilidade prevista no art. 25, III da Lei nº 8.666/93, o qual dispõe o seguinte:
(...)
Diante disso, num juízo superficial, entendo que a hipótese dos autos não se coaduna à
hipótese de inexigibilidade estabelecida no art. 25, III da Lei nº 8.666/93. Nesse sentido:
Para fins de satisfação do requisito previsto no art.300, verifico que a peça inicial se
encontra amparada por elementos que, neste momento, permitem emprestar-lhes
veracidade, pois inequivocamente comprovam o alegado. De outra banda, consigno
que tais provas não vinculam juízo definitivo sobre o conjunto probatório, após a
realização de regular instrução processual, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.
Intimem-se.
A Lei 8.429/92 prevê que estão sujeitos às sanções nela previstas os agentes públicos,
servidores ou não, bem como os particulares que de qualquer forma induzam ou
concorram para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie direta ou
indiretamente.
O art. 2º da supracitada lei conceitua agente público como todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente e sem remuneração, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades previstas no art. 1º.
No presente caso, observa-se que o segundo requerido foi participante da contratação
mediante inexigibilidade de licitação, sendo agente público para os efeitos da Lei de
Improbidade Administrativa.
Assim, incontestável a ilegitimidade passiva dos réus, razão pela qual REJEITO A
PRELIMINAR SUSCITADA.
DO RECEBIMENTO DA INICIAL
Verifica-se que a demanda deve ser recebida e instruída, o que possibilitará, inclusive, em
homenagem aos princípios do contraditório e da ampla defesa, que a parte ré comprove
as alegações de que agiu dentro da legalidade, considerando as práticas ilícitas que lhe
são imputadas pelo órgão ministerial.
In casu, pois, é necessária a instrução do feito, para a adequada elucidação dos fatos que
aqui são suscitados.
Dessa forma, estando a Inicial em devida forma, e não tendo sido demonstrados fatos que
autorizassem a rejeição liminar da ação, recebo a inicial, determinando o regular
processamento deste feito.
Na forma do art. 17, §9.º, Lei n.º 8429/92, cite-se a parte requerida para apresentar
contestação no prazo legal, sob pena de revelia.