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EAD 24 de março- Conflitos Internacionais- Natasha Paris

O genocídio em Ruanda foi um dos piores da história. No entanto, o Conselho de


Segurança demorou em tomar uma decisão, ao contrário, cogitou retirar a Missão de Paz
que estava no país. E, embora não tenha retirado a Missão, esta teve seu pessoal
diminuído. Analisando-se o caso, questiona-se: o caso de Ruanda se enquadraria nas
regras da Carta da ONU que autorizam uma intervenção militar, ou seja, constituiu uma
ameaça ou ruptura da paz e da segurança internacionais?

Documentário Fantasmas de Ruanda

Entre abril e julho de 1994, o mundo assistiu impassível ao extermínio de mais de 800.000
pessoas em Ruanda. Tal morticínio pode ser considerado o terceiro maior ocorrido desde
1950, comparável apenas àqueles verificados no Cambodja e em Bangladesh, na década
de 1970. Entretanto, no caso de Ruanda, há um dado assustador: cerca de 11% dos
ruandeses e ¾ da população tutsi foram eliminados em apenas um trimestre. É importante
notar que as tropas da ONU ofereceram pouca resistência ao massacre, enquanto governos
estrangeiros fecharam embaixadas e retiraram seus cidadãos de Ruanda, agindo muito
lentamente.

Diante do morticínio, em 21 de abril, o Gal. Dallaire instou a ONU a enviar mais 5 mil
homens, com carta branca para agir. Todavia, nesse mesmo dia, o Conselho de Segurança
se reuniu, decidindo reduzir o contingente da UNAMIR em 90%, isto é, a 270 homens.
Assinale-se que essa decisão pode ser considerada a maior vitória do Poder Hutu, e deve
ser creditada aos EUA que, em virtude dos ataques sofridos por seus soldados na Somália,
em outubro de 199331, havia acabado de editar uma decisão presidencial cujo teor
consistia em apontar razões para evitar o envolvimento norte-americano em missões de
paz da ONU.

A intervenção preventiva tem sido defendida com razões humanitárias a partir do


chamado "dever de proteger". Segundo essa corrente, os Estados teriam a
responsabilidade de proteger as populações que sofrem com a guerra civil ou com
violações grave de direitos humanos.
Apesar de ferir os princípios de soberania e de não intervenção nos assuntos internos, os
Estados teriam, para a International Commission on Intervention and State
Sovenreignty "a responsabilidade de proteger seus próprios cidadãos de uma catástrofe
que pode ser evitada, mas quando eles não querem ou não têm a capacidade de fazê-lo,
esta responsabilidade deve ser tomada pela comunidade de Estados". Segundo o artigo
2(7) da Carta das Nações Unidas, os Estados não podem intervir em assuntos internos de
outro Estado. Uma intervenção preventiva humanitária só poderia ocorrer, legalmente,
com a autorização do Estado em crise ou do Conselho de Segurança. Contudo, as ações
do Conselho para lidar com esses casos não têm sido, até agora, nem consistentes nem
muito efetivas, agindo freqüentemente muito tarde.

Seria necessário que a comunidade internacional assumisse essa responsabilidade de


proteger. O primeiro passo seria cessar a violência por meio da mediação e outras
ferramentas de solução pacífica; a proteção da população com medidas de ajuda
humanitária e garantia dos direitos humanos. A força, se necessária, seria utilizada apenas
em último caso.

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