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Entre abril e julho de 1994, o mundo assistiu impassível ao extermínio de mais de 800.000
pessoas em Ruanda. Tal morticínio pode ser considerado o terceiro maior ocorrido desde
1950, comparável apenas àqueles verificados no Cambodja e em Bangladesh, na década
de 1970. Entretanto, no caso de Ruanda, há um dado assustador: cerca de 11% dos
ruandeses e ¾ da população tutsi foram eliminados em apenas um trimestre. É importante
notar que as tropas da ONU ofereceram pouca resistência ao massacre, enquanto governos
estrangeiros fecharam embaixadas e retiraram seus cidadãos de Ruanda, agindo muito
lentamente.
Diante do morticínio, em 21 de abril, o Gal. Dallaire instou a ONU a enviar mais 5 mil
homens, com carta branca para agir. Todavia, nesse mesmo dia, o Conselho de Segurança
se reuniu, decidindo reduzir o contingente da UNAMIR em 90%, isto é, a 270 homens.
Assinale-se que essa decisão pode ser considerada a maior vitória do Poder Hutu, e deve
ser creditada aos EUA que, em virtude dos ataques sofridos por seus soldados na Somália,
em outubro de 199331, havia acabado de editar uma decisão presidencial cujo teor
consistia em apontar razões para evitar o envolvimento norte-americano em missões de
paz da ONU.