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1. Cor:
Depende :
- Pigmentação do epitélio pigmentar retiniano
- Da densidade dos melanócitos coroidianos
Variações fisiológicas da cor:
- Fundo Vermelho
- Fundo tigróide (comum em negros)
- Fundo claro: Albinótico
2. Cabeça do NO:
Avaliar: cor; forma e tamanho; margem; vasos
Cor: avermelhada e no centro tem uma depressão branca = ESCAVAÇÃO
Forma e tamanho: o disco é redondo ou oval
Margem: disco normal -> margem nítidas
Vasos : A artéria central e veia central se estendem do meio do disco. A artéria se divide em 4
ramos principais.
3. Retina:
As arteríolas retinianas são vermelho-brilhante retas e um tanto mais estreitas do que as veias
escuras tortuosas
Proporção 3:2 entre o diâmetro das veias e o das artérias
A periferia retiniana é normalmente menos pigmentada que o polo posterior.
4. Coróide:
A cor vermelha do fundo depende do conteúdo vascular da coroide.
Detalhes coroidianos só são visíveis se houver carência de pigmentação.
Exemplos: Após coroidite; fundo albinótico e processos degenerativos
• Paciente com velamento dos bordos da papila óptica ->verificar se estamos diante de um
edema de papila verdadeiro X pseudo-edema de papila.
IMPORTANTE: Paciente com edema de papila deve ser enviado para emergência, pois pode
ser um caso de hipertensão intracraniana.
Pseudo-edema de papila:
A principal condição lembrada quando falamos de pseudoedema de papila são as drusas de
papila.
Discos ópticos com drusas: margens indefinidas e as bordas elevadas, vasos retinianos nas
margens da papila se mostram bem definidos, visíveis em todo o seu trajeto e sem
velamento.
Papiledema:
O termo papiledema deve ser reservado para designar apenas o edema de papila da
hipertensão intracraniana.
Edema de papila da hipertensão intracraniana (papiledema)
No inicial: hiperemia do disco óptico, borramento da camada de fibras nervosas peripapilares
e edema do disco óptico.
Numa fase inicial o papiledema se caracteriza por função visual preservada
- Velamento das margens da papila
- Hemorragias no disco óptico
- Ausência do pulso venoso espontâneo.
- Quase sempre se apresenta bilateralmente
No bem desenvolvido:
- Edema do disco óptico fica mais óbvio.
- As veias se tornam ingurgitadas
- Hemorragias em chama de vela
Pct com baixa de visão no pronto socorro sempre investigar seios paranasais. Sinusopatia
crônica pode levar a neurite. Infecções dentárias tbm podem cursar com neurite.
Neurite óptica
Subdividida em papilite, neurorretinite e neurite retrobulbar
N. retrobulbar – Fo : normal
Neurorretinite e papilite – Fo: edema de papila
O quadro geralmente é unilateral
A perda visual é precedida ou acompanhada de dor em mais de 90% dos indivíduos.
A perda visual é rápida, evoluindo ao longo de horas ou alguns dias
Quase todos os pacientes apresentam alterações na visão de cores e redução da
sensibilidade ao contraste
• Edema de papila em doenças sistêmicas
Causas: hipertensão arterial maligna, diabetes mellitus, uremia.
Hipertensão maligna quando existe edema de papila este é acompanhado de sinais de
retinopatia hipertensiva.
Sinais: vasoconstrição importante, hemorragias em chama de vela; Exsudatos algodonosos;
Exsudatos duros.
Glaucoma:
FUNDO DE OLHO
Semiologia Médica - Mário López
1. Introdução:
Para um estudo detalhado do fundo de olho, deve-se inicialmente contar com uma pupila
dilatada, midríase bilateral, sem a qual existem muitas dificuldades pela presença de reflexos
luminosos.
O estudo sistemático do fundo de olho deve-se iniciar pela papila, seguindo-se a mácula, vasos
sanguíneos e finalmente a retina como um todo. Prefere-se o oftalmoscópio elétrico com luz
policromática (luz branca), e o exame não deve ser exaustivamente demorado.
O exame de fundo de olho é essencialmente um estudo da anatomia da retina e nervo óptico
bem como das alterações que nele podem aparecer. Considera-se o olho como sendo uma
vesícula cuja parede é constituída por 3 camadas:
1. Camada externa - córnea e esclera: é a camada de resistência e proteção do olho
2. Camada média ou úvea: íris, corpo ciliar e coroide (camada vásculo-nervosa do olho)
3. Camada interna - retina: é a camada neural e cujas fibras irão constituir o nervo óptico.
Cristalino: lente biconvexa, transparente.
Humor vítreo: gelatina que preenche o segmento posterior do olho.
Câmara anterior: espaço entre a córnea e a íris.
2. Oftalmoscopia - Técnica do exame:
Obedecer uma rotina:
1) Oftalmoscópio: monocular, luz policromática (branca), elétrico (baterias), com filtro verde.
2) Midríase: o paciente deverá estar com midríase bilateral. Para o exame rotineiro, não há
necessidade de midríase extrema, sendo suficiente o uso tópico de fenilefrina 10%, uma gota
em cada olho, duas vezes com intervalo de 5 min. O exame será feito de 15 a 20 min após o
uso da primeira gota. Pode-se também utilizar a Tropicamida 0,5% do mesmo modo que a
fenilefrina com o inconveniente de que esta droga é ciclopégica além de midriática.
3) O exame do fundo de olho deve iniciar-se pelo olho direito e depois pelo esquerdo (rotina).
Para examinar o olho direito, o examinador coloca-se à direita do paciente, usando também o
seu olho direito. Para o exame do olho esquerdo, coloca-se à esquerda do paciente e utiliza-se
também o seu olho esquerdo.
4) Solicitar ao paciente para fixar um ponto qualquer à distância e iniciar o exame pela papila
óptica, vasos sanguíneos e retina como um todo.
5) Para o exame da mácula, solicitar ao paciente que fixe a luz do oftalmoscópio diretamente.
6) Desejando avaliar um detalhe na retina, deve-se usar filtro verde (luz anerita).
7) A medida de uma lesão, se necessário pode ser feita com o retículo ou comparando-a com o
diâmetro da papila óptica.
Precauções:
a. Pacientes portadores de glaucoma ou predispostos a esta doença (câmara anterior rasa)
não devem ser submetidos à midríase, pois podem ter desencadeada uma crise
glaucomatosa aguda.
b. Pacientes portadores de AVC podem ter agravado o seu caso com uso de fenilefrina.
c. Para o exame do prematuro na incubadora deve-se manter a midríase constante, pois
assim o exame pode ser repetido várias vezes. Neste caso, recomenda-se o uso de
ciclopégicos de ação duradoura.
Tortuosidade: ocorre sempre que há uma maior quantidade de sangue na rede arteriolar da
retina ou um aumento de pressão vascular periférica, como no estágio inicial da hipertensão
arterial. As arteríolas tortuosas são também mais brilhantes desde que o brilho arteriolar é
uma consequência da espessura da parede e da quantidade de sangue na luz arteriolar.
Espasmo arterial: a diminuição transitória do calibre arteriolar pode ser observada em
algumas doenças (hipertensão arterial, eclâmpsia, obstrução da artéria central da retina, entre
outras). O espasmo pode estar limitado a um segmento de uma arteríola (sectorial) ou
interessar toda a árvore arteriolar retiniana (difusa) como na intoxicação por quinina.
Calibre arterial: em condições normais o calibre do segmento arterial é 2/3 do segmento
venoso correspondente na mesma área da retina (correlação artéria/veia = 2:3). A diminuição
do calibre arterial é um achado comum no exame do fundo de olho, como ocorre na esclerose,
hipertensão arterial e no fundo de olho senil. Na hipertensão arterial sem esclerose, a
diminuição do calibre pode ser transitória (espasmo), enquanto que na esclerose é irreversível.
Na esclerose há um espessamento da parede da artéria e no ateroma há diminuição da luz do
vaso. Assim, um sinal importante da esclerose é o aumento do reflexo dorsal da artéria (sinal
inicial), que evolui para a imagem típica de fio de cobre que denuncia uma esclerose avançada
e finalmente a esclerose extrema com obstrução do ramo arterial que produz a imagem de fio
de prata e que indica a ausência de sangue no vaso.
Imagem de fio de prata:
Fonte:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/casos/3231/4_exames_de_fundo_de_olho.htm.
Cruzamentos arteriovenosos: no fundo de olho normal os cruzamentos arteriovenosos se
fazem em ângulo agudo. Na arteriosclerose estes cruzamentos são alterados de modo que
inicialmente o ângulo torna-se reto (cruzamento positivo) e à medida que se acentua a
esclerose arterial, surge uma característica que é pseudo-esmagamento da veia pela artéria
(sinal de Gunn). Este sinal é interpretado como sendo resultado do espessamento da parede
da artéria e também da adventícia que no cruzamento é comum aos dois vasos. O
espessamento da adventícia impede a visualização da coluna sanguínea venosa neste ponto e
tem-se a ilusão de que a veia foi esmagada. Juntamente com o sinal de Gunn, aparece com
frequência uma deflexão da veia (sinal de Salus). Este sinal pode ser interpretado como
resultado de um alongamento do segmento arterial pela esclerose. Ambos os sinais, de Gunn e
Salus, são denunciantes da arteriosclerose acentuada.
Fonte: https://pt.slideshare.net/PietrodeAzevedo/reviso-oftalmo
4.2. Veias (vênulas): a ideia geral de que as artérias são mais importantes do que as veias na
circulação parece não ser válida para a retina. Os capilares venosos, com muita frequência,
constituem a sede de alterações importantes como na retinopatia diabética e no edema de
Berlin na maculopatia traumática.
Calibre: no fundo de olho normal, o venoso é mais calibroso que o segmento arterial
correspondente (3:2). A dilatação venosa, aumento do calibre venoso, é uma alteração
comum para várias doenças (hipertensão craniana, leucemia, anemia, diabetes, entre outras) e
indica sempre uma estase venosa. O termo que define esta condição é o ingurgitamento
venoso.
Embainhamento: este sinal é quase sempre interpretado como uma reação inflamatória do
vaso (flebite), embora também possa aparecer na arteriosclerose como resultado do
espessamento da adventícia venosa.
Tortuosidade: de maneira diferente das artérias, não existe um limite entre a tortuosidade
normal e anormal das veias e é interessante notar que as veias retinianas dos recém-nascidos
têm aspecto tortuoso. A tortuosidade venosa acompanha o ingurgitamento venoso das
patologias em que é observado.
4.3. Neovascularização:
Pode ser definida como sendo o aparecimento dos vasos sanguíneos em uma retina já
desenvolvida. Desta definição ficam excluídas as anomalias congênitas vasculares. O
aparecimento de novos vasos sanguíneos é devido a um fator estimulante e que na retina
depende da hipóxia do tecido. Em uma área retiniana cujo teor de oxigênio é diminuído
haverá o aparecimento de novos capilares que se originam da rede venosa. Portanto, os
neovasos são capilares venosos cuja parede é apenas endotelial, o que significa que são muito
frágeis. Os capilares podem ser formados na rede venosa superficial que corresponde à
camada de fibras nervosas da retina ou na rede profunda, já na intimidade do tecido retiniano.
Neovascularização retiniana é própria das doenças crônicas pela alteração capilar arteriolar
que elas provocam: permeabilidade capilar anormal levando ao aparecimento de hemorragias
e exsudatos capazes de produzir fator estimulante de neovasos, área de microinfartos
retinianos inclusive pequenas áreas de necrose. A principal complicação da neovascularização
da retina é a hemorragia que pode ficar restrita à retina ou pode invadir o humor vítreo.
4.5. Hemorragias:
O principal mecanismo de hemorragia no fundo de olho é a diapedese através do endotélio
capilar, cuja permeabilidade está aumentada por causa da hipóxia do tecido. As hemorragias
maiores são devido à ruptura de neovasos. As hemorragias superficiais na retina tomam uma
forma alongada, fusiforme, denominada em chama de vela porque estão localizadas na
camada de fibras nervosas cuja orientação é radial em direção à papila óptica, e o sangue
nesta camada será acumulado no mesmo plano das fibras. As hemorragias profundas têm a
forma arredondada, discoide, porque estão localizadas em uma camada plexiforme da retina
onde não há um plano a seguir pelo sangue. No fundo do olho dos recém-nascidos, o encontro
é normal em uma frequência de 15% dos partos normais e em 50% dos partos trabalhosos usa-
se o fórceps. Estas hemorragias têm tendência a uma absorção rápida.
4.6. Exsudatos:
O termo exsudato foi utilizado desde os primórdios da oftalmoscopia para definir áreas claras
na retina que poderiam ser devidas a uma reação inflamatória. Conhecida a patologia do
exsudato ficou difícil mudar-se o termo e por isso continuou sendo o mesmo. A denominação
do exsudato na retina significa o depósito de qualquer material celular ou não que tenha sua
origem nos vasos sanguíneos. O conteúdo de um exsudato é variável, de acordo com sua
etiologia e duração. Assim, um exsudato pode conter: edema com pouca albumina, depósitos
lipídicos, macrófagos e infiltrado celular.
São classificados de acordo com sua forma e localização (não de acordo com a consistência)
em:
- Duros - manchas brancas e branco-amareladas bem definidos à oftalmoscopia. Os exsudatos
duros podem ser puntiformes ou de tamanho médio e podem aparecer isolados ou em grande
quantidade no pólo posterior. Podem também ter uma localização especial característica em
torno da mácula, produzindo a imagem de estrela e que é conhecida por estrela macular. Os
exsudatos duros, profundos, contêm lípides não-reabsorvíveis e frequentemente são
agredidos por macrófagos que iniciam sua atividade pela periferia do exsudato como
consequência desta atividade, os exsudatos podem adquirir a forma circinada que é conhecida
por retinite circinada.
- Moles ou algodonosos - mais comuns na hipertensão arterial, apresentam limites pouco
nítidos e têm uma localização superficial correspondente à camada de fibras nervosas da
retina.
h) Oclusões venosas: As oclusões venosas na retina são uma alteração vascular relativamente
comum e podem afetar tanto a veia central da retina quanto seus ramos. A extensão e a
localização da oclusão determinam a evolução desses quadros, que podem ir de
assintomáticos até uma progressão para perda visual acentuada. Ainda não está bem
estabelecida a fisiopatologia das oclusões venosas retinianas. Devido à obstrução de ramos
nos cruzamentos arteriovenosos, tenta-se associá-la à hipertensão ou à arteriosclerose.
Quando a obstrução é da veia central da retina, o quadro oftalmoscópico clássico é o de
hemorragias em todo o fundo de olho, a gravidade do quadro depende da extensão da
oclusão, aparecendo extensa hemorragia nos casos de bloqueio completo. Quando a
obstrução é de um ramo da veia central, o quadro clínico depende da região comprometida, e
as lesões encontradas são hemorragias superficiais (chama de vela), exsudatos algodonosos,
edema retiniano e alterações no calibre e trajeto dos vasos no segmento afetado (Figura 6).
Alterações hipertensivas:
As chamadas alterações hipertensivas observadas no fundo de olho do paciente hipertenso
dizem respeito a modificações funcionais das estruturas vasculares, retinianas e
neurorretinianas. Podem, assim, ser também chamadas de alterações funcionais. São elas:
a) Estreitamentos arteriolares: O espasmo ou estreitamento arteriolar pode ser focal ou
generalizado. À oftalmoscopia, a avaliação do grau de estreitamento não é fácil, sobretudo nas
fases iniciais do processo. Para tornar mais prática essa avaliação, recomenda-se considerar a
relação do calibre arteriolovenular, que é de 2/3, ou seja, a arteríola correspondente a 2/ 3 do
calibre venular. No espasmo generalizado, essa relação pode cair para 1/3 ou até menos.
Deve-se ter em conta que, na comparação dos diâmetros vasculares, pode ocorrer dilatação
venosa. A intensidade do espasmo geralmente depende do valor da pressão arterial e se há ou
não arteriosclerose. Na presença de hipertensão arterial, a arteríola sem esclerose tende a um
afilamento mais intenso e, nesse caso, o espasmo pode ser focal ou generalizado, de curta
duração ou não, na dependência do nível e da duração da HA. Todavia, se há edema
persistente junto à parede do vaso, podem surgir lesões com fibrose nessa parede, resultando
em estreitamento localizado permanente. O estreitamento generalizado, com o passar do
tempo, tende a tornar retilí- nea a arteríola (Figura 7). Em casos de hipertensão maligna, pode-
se observar, no fundo do olho, espasmo dos vasos arteriais acentuado e generalizado.
5.5. Ateroma:
É uma lesão degenerativa das arteríolas e artérias caracterizada por edema e proliferação das
células subendoteliais com subsequente depósito de gorduras e fibrose associada; surge com o
aumento da idade. Na retina, o ateroma é uma causa frequente de oclusão de pequenas
arteríolas ou mesmo de um ramo principal da artéria central da retina. Os segmentos
obstruídos aparecem como um fino trajeto branco na retina, assemelhando-se a um galho
seco de árvore. O ateroma pode ser identificado à oftalmoscopia sem que haja a oclusão do
vaso. Observa-se a diminuição da luz arteriolar. Ocorre mais frequentemente com a embolia
da artéria central da retina.
5.6. Eclâmpsia:
Na gravidez normal não se observa qualquer alteração no fundo de olho. A hipertensão arterial
na gravidez pode ser consequência da toxemia que aparece no último trimestre ou da
hipertensão primária ou secundária que precede a gravidez. As alterações iniciais do fundo de
olho são representadas por espasmo arteriolar, setorial ou generalizado. O aparecimento de
pequenas hemorragias e exsudatos indica um agravamento da toxemia e o prognóstico para o
feto é reservado. A interrupção da gravidez nessa fase tem como consequência a normalização
do fundo de olho. Se a gravidez não for interrompida poderá evoluir para o quadro típico da
hipertensão maligna com aparecimento de estrela macular e edema de papila. Em alguns
casos pode também surgir o descolamento de retina do tipo exsudativo bilateral. Mesmo
nestes casos o fundo de olho pode se normalizar após a interrupção da gravidez. O
aparecimento de retinopatia no caso de eclâmpsia representa sempre um sinal de mal
prognóstico para o feto e para a mãe.
5.7. Feocromocitoma:
Condição rara (0,5% dos casos de hipertensão). Alterações do fundo de olho são as da
hipertensão arterial e reversíveis após a retirada do tumor. Idade de aparecimento da doença:
20-50 anos.
6.1. Hemopatias:
6.1.1. Anemias:
A lesão típica do fundo de olho das anemias é a hemorragia de pequeno tamanho, em forma
de chama de vela ou fusiforme, localizada no polo posterior e tem origem nos capilares
venosos, razão pela qual está sempre próxima a um segundo capilar venoso. Também
exsudatos fibrosos podem ser encontrados juntos às hemorragias o que é mais comum no
caso de anemia perniciosa. Na anemia falciforme a obstrução arteriolar pode causar hipóxia de
importantes áreas da retina com o aparecimento de neovascularização.
6.1.2. Leucemias:
As leucemias linfoides e mieloides podem produzir alterações do fundo de olho, tanto na
forma aguda quanto na crônica. A primeira alteração observada é uma tortuosidade das veias
retinianas, as artérias mantendo seu aspecto normal. As hemorragias estão quase sempre
presentes e possuem o centro claro, que representa um acúmulo de leucócitos. Um
embainhamento vascular também pode ser observado. Nas leucemias crônicas pode-se notar
também a presença de microaneurismas.
6.1.3. Policitemia vera:
O fundo de olho mostra-se com uma coloração vermelha acentuada, veias e artérias
ingurgitadas. Edema de papila e por vezes hemorragias retinianas e obstrução da veia
central da retina.
6.1.4. Macroglobulinemia:
O fundo de olho evidencia um ingurgitamento das veias, hemorragias, exsudatos e edema de
papila. O quadro pode ser confundido com policitemia vera e leucemias.
6.1.5. Embolia da retina:
O quadro no fundo de olho é caracterizado por um infarto da área retiniana afetada, com
edema e hemorragia localizada. Algumas vezes pode-se visualizar o êmbolo à oftalmoscopia
(embolia gordurosa).
6.1.6. Toxinas exógenas:
A retina e nervo óptico às vezes são a sede de alterações devido à ação de substâncias tóxicas
na corrente circulatória, tais como a benzina, anilina e drogas terapêuticas como a quinina,
arsenicais e sulfas. A lesão provocada pelas toxinas leva a uma degeneração da retina ou a
uma atrofia óptica.
6.1.7. Anticoncepcionais
O uso de anticoncepcionais pode desencadear em alguns pacientes uma vasoconstrição
retiniana, observada à oftalmoscopia. As complicações mais graves são por oclusão da artéria
central da retina, obstrução da veia central da retina, neurite óptica.
6.2.3. Toxoplasmose:
O acometimento da coroide e retina, coriorretinite é o quadro típico da toxoplasmose que
pode ser congênita ou adquirida. Na toxoplasmose congênita há uma predileção pela
localização da lesão na mácula, quase sempre bilateral (Rosácea de François). O quadro de
fundo de olho é representado por uma coriorretinite aguda, focal e tem uma forte tendência à
recidiva.
6.2.6. Sarcoidose:
No olho, as lesões podem ser vistas na íris(nódulos) e no fundo de olho, onde se observam
lesões tipicamente inflamatórias (vasculite retiniana, coriorretinite) e nódulos que lembram as
lesões de tuberculose. Os nódulos têm uma coloração cinza-claro e projetam-se da retina para
o vítreo como saliências. Pode completar o quadro a presença de papiledema.
6.4. Neuroftalmologia:
Ao exame do fundo de olho o elemento indicador de alterações neurológicas é a papila óptica
(representa a área que está em frente ao disco óptico, e aí encontra-se os vasos retinianos,
capilares que nutrem a própria papila e tecido glial) ou disco óptico (forame por onde passam
as fibras retinianas em direção ao cérebro e é bem delimitado por suas bordas nítidas à
oftalmoscopia). A papila pode sofrer modificações expansivas (edema) enquanto que os limites
do disco óptico são imutáveis.
6.4.1. Papiledema:
É um edema não-inflamatório da cabeça do nervo óptico e significa uma doença do crânio, da
órbita ou do organismo como um todo. Papiledema não deve ser confundido com papilite que
é uma condição inflamatória do nervo óptico, embora também haja edema nesta
enfermidade.
Na grande maioria das vezes o papiledema é bilateral e significa que a pressão licórica
intracraniana está elevada e por isso existe a tendência de sempre associar-se as duas coisas
como causa e efeito (hipertensão intracraniana = papiledema). A patogênese do papiledema é
controvertida, predominando a teoria mecânica do edema, ou seja, a veia central da retina
sofre uma compressão no trajeto intravaginal do nervo pelo aumento da pressão liquórica que
envolve o nervo óptico. À oftalmoscopia, o papiledema se caracteriza por uma elevação da
papila óptica em direção ao humor vítreo, perda dos limites do disco óptico, ingurgitamento
da veia central da retina, tortuosidade venosa, estriações retinianas visíveis. Hemorragias
fusiformes podem estar presentes. A papila perde sua coloração rósea, tornando-se mais
clara, cinza-avermelhada. Se o papiledema persiste, exsudatos surgem em torno da papila. O
papiledema não altera a acuidade visual a não ser que seja prolongado ou que outras áreas da
retina também sejam afetadas.
NOTA: Além da hipertensão intracraniana, a anemia e a policitemia vera podem ser causas do
papiledema.
6.5.2. Neurofibromatose:
Caracterizada por uma proliferação difusa das células de Schwann dos nervos periféricos. Pode
se manifestar em diversas partes do olho, incluindo o olho e anexos oculares. As lesões
frequentemente localizam-se no nervo óptico (papila óptica).