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A POLITÉCNICA
GUIA DE ESTUDO
Didáctica de História I
Moçambique
FICHA TÉCNICA
Maputo, 2017
Edição: 1ª
Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)
Elaboração
José Sumburane (Conteúdo)
José Sumburane (Revisão Textual)
Ensino de História e Geografia – Didática de História I – Semestre 5
APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante
Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de Didáctica de História I que
integra a grelha curricular do Curso de História e Geografia oferecido pela Universidade
Politécnica na modalidade de Educação a Distância.
Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste semestre do
curso. Ao estudar a disciplina de Didáctica de História I, você irá desenvolver o gosto
pelo estudo e pesquisa na perspectiva de aprendizagem ao longo da vida; reflectir sobre
os novos conceitos de educação e as suas implicações no ensino da história; analisar
criticamente os programas de História nos diversos ciclos e ensino; reflectir sobre o
papel formativo da história; julgar o papel formativo da história em função das mutações
verificadas no conceito e metodologia desta ciência; analisar criticamente a importância
atribuída à história nas recentes reformas curriculares; preparar o futuro professor para
o exercício da sua profissão, conciliando os conhecimento teóricos e práticos; promover
o espírito de patriotismo, solidariedade e ajuda mútua e; contribuir para a conservação
do património histórico-cultural comum.
Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao recebê-la,
sinta-se como um actor que se apropria de um texto para expressar a sua inteligência,
sensibilidade e emoção, pois você é também o(a) autor(a) no processo da sua formação
em História e Geografia. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, nos
conduzirão a muitos diálogos e a novos encontros.
A Equipa da ESA
UNIDADE TEMÁTICA 1
EPISTEMOLOGIA E ENSINO DA HISTÓRIA
Introdução
Introdução
O homem é um animal histórico. Como em toda parte, o Homem africano faz sua história
e tem uma concepção da mesma. No plano dos factos, as obras e as provas de sua
capacidade criativa estão aí sob nossos olhos, em forma de práticas agrárias, receitas
de cozinha, medicamentos da farmacopeia, direitos consuetudinários, organizações
políticas, produções artísticas, celebrações religiosas e refinados códigos de etiqueta.
Leia o texto que se segue sobre a epistemologia das ciências sociais e de educação
para melhor perceber a génese e foco de estudo destas áreas de conhecimento.
No século XIX e XX, permaneceu a tendência para reter o modelo científico anterior
quando se tratou de delinear os rumos de novas áreas de investigação, como aconteceu
com as ciências sociais e humanas.
Estes factores contribuíram para o atraso das ciências sociais face as ciências naturais.
2ª Preconiza que as ciências sociais devem ter um estatuto metodológico próprio com
base na especificidade do ser humano, pois as acções humanas são subjectivas e, o
comportamento humano não pode ser explicado apenas com base nas reacções
externas observáveis. Por isso, as ciências sociais serão sempre subjectivas, pois tem
que compreender os fenómenos sociais a partir de atitudes mentais e do sentido que os
agentes conferem as suas acções. Para esta corrente, o conhecimento social é
intersubjectivo, descritivo e compreensivo enquanto que o conhecimento das ciências
naturais é objectivo, explicativo e nomotético.
Esta segunda não implica uma ruptura definitiva com o paradigma da ciência moderna,
representa um sinal de crise e anuncia a transição para outro paradigma científico, pois
hoje emergem pressupostos do conhecimento científico que não são oriundos, nem das
ciências formais, nem das ciências empíricas.
Para Boaventura de Sousa Santos são quatro as principais condições teóricas que
determinaram a crise do paradigma científico dominante, a destacar:
pátria ou a personagens históricos. Nestes casos não se poderia falar de que educamos
cidadãos livres, com espírito crítico e independência de julgamento, muito pelo contrário.
Esta ausência de consideração do científico relacionado com o social faz com que a
História, a Geografia e outras Ciências Sociais sejam vistas pelos alunos como
disciplinas de memorização, mais ou menos interessantes, e que não admitem
actividades discursivas, de indagação ou de resolução de problemas. Para que as
Ciências Sociais sejam disciplinas formativas e introduzam os alunos em um plano de
aprendizagem que os faça descobrir a racionalidade da análise social, com toda a carga
formativa que elas têm, bem como que a configuração de sua visão da realidade pode
estar baseada em aproximações científicas do seu entorno social, político e cultural, é
imprescindível que a educação ofereça uma didáctica dessas disciplinas que considere
a natureza desse tipo de conhecimento.
Como já se afirmou, existe o social como objecto de conhecimento, mas cada ciência
oferece una visão específica que é coerente com um método, também específico, de
produzir este conhecimento. Por esta razão, não falaremos aqui genericamente de
didáctica das Ciências Sociais, mas de ciências sociais específicas que devem ser
ensinadas pela sua potencialidade formativa e que, por elas mesmas, podem oferecer
uma visão racional de análise e uma compreensão do mundo social. As mais habituais
e, de nosso ponto de vista, de maiores possibilidades formativas, têm sido – e seguem
sendo – a História, a Geografia e, em menor medida a Antropologia.
As ciências da educação, pela natureza do seu objecto são englobadas no grande grupo
das ciências sociais e humanas, mas é necessário clarificar a sua posição (autónomas
ou dependentes de outros ramos das ciências sociais).
As ciências de educação são uma aplicação das diversas ciências sociais, daí que não
formam um grupo autónomo, mas distribuir-se-iam pelos vários grupos. Nas
nomotéticas pelo estudo que fazem das leis do funcionamento dos processos
educativos; nas históricas ao realçar a importância das condicionantes históricas e a
originalidade de algumas situações educativas; jurídicas quando se preocupam com a
validade normativa dentro dos sistemas educativos e; filosóficas quando se debruçam
sobre a questão dos valores no interior dos processos educativos.
Actividade 1
Será bom não esquecer que a ciência da educação não pode estar só ao serviço de
uma certa e determinada visão do mundo que lhe estrangule o seu objecto de estudo:
um afunilamento deste é causa e consequência de um afunilamento antropológico, logo,
de um empobrecimento das finalidades e da acção educativa.
Sumário
Nesta lição abordamos sobre o modelo de racionalidade nas ciências sociais, são
Identificados os traços do modelo de racionalidade estruturado a partir do século XIX;
mencionam-se os sinais da crise que hoje atravessa o modelo científico e; por último
são enunciadas a classificação piagetiana das ciências sociais e humanas. Sobre estes,
espero que tenha concluído que da nova posição perante a natureza da ciência resulta
que, cada vez mais, se esbate a distinção dicotómica entre ciências naturais e ciências
sociais, por um lado, por outro, que tenha constatado que o objecto da ciência de
educação ao estar dependente das finalidades educativas deixa de ser um objecto
perfeitamente delineado. É antes um objecto em construção cuja formulação depende
dos pressupostos subjacentes aos projectos educativos.
Leituras complementares
PRATS, Joaquim. Ensinar História no contexto das Ciências Sociais: princípios básicos.
Curitiba: UFPR. 2006.
Auto avaliação
Identifique-os.
8. Mostre através de exemplos que as ciências da educação têm ligação com varias
ciências.
Introdução
Nesta lição, você vai aprender ou aprofundar seu conhecimento sobre os conceitos de
Didáctica, de Didáctica de História e de Pedagogia. Com estes, espero que consiga
transferi-los para a prática pedagógica.
I. Conceito de Didáctica
Em todo o caso, para todos os autores, emerge a ideia de que o “objecto de estudo da
didáctica é o processo de ensino e aprendizagem”em suasrelações com finalidades
educativas. O que significa que o ensino é uma prática humana que compromete
moralmente quem a realiza, assim como é uma prática social, uma vez que responde a
necessidades, funções e determinações que estão para além das intenções e previsões
dos actores directos da mesma.
dúvidas nenhumas, que Didáctica não é associada à palavra educação e sim ao termo
ensino, desde suas origens.
A obra, “Didáctica Magna”de Comênio (1592-1670) deu início ao novo campo do saber
humano. No século XVII, com o trabalho de Comênio, a Didáctica começa de forma
sistematizada os estudos e pesquisas procurando formas específicas de ensinar, que
tenha melhores resultados. Por isso, ele mesmo desenvolveu métodos que se
sustentavam na finalidade da educação do homem para busca da felicidade, a partir da
sua natureza. Pode-se observar que, desde o início mesmo o ensino deve ter uma
finalidade educativa, o que não quer dizer que é a educação em si. Para ele, o processo
de conhecimento deve ser adquirido a partir da observação das coisas e dos
fenómenos.
Mas a grande problemática surge a partir de o ensino ser considerado um mero campo
da educação; aspecto este que interfere no melhor desempenho do ensino e no sucesso
da educação. Ensinar educando é uma questão base para sustentar uma ideologia
educacionista, que se complementa com a ideia de Educar, não só ensinando.
A Didáctica da História é uma área de estudo que tem por objectivos os conceitos da
consciência histórica e os desafios da didáctica da história da revista de história regional.
O objectivo da Didáctica da História é compreender o processo do aprendizado histórico.
O aprendizado histórico pode ser definido como um processo de interpretação de
experiências, orientadas no tempo, que resulta na produção de narrativas. Tais
narrativas responderiam às necessidades da vida humana prática, constituindo a base
para a formação de identidades e a elaboração de decisões a serem tomadas tendo
como perspectiva o futuro.
Ainda na década de 1960, a didáctica da história era vista como ciência auxiliar à
didáctica geral; é somente a partir da década de 1970 que a disciplina se tornará cada
vez mais independente e abordará uma temática mais ampla, não restrita apenas à
educação. É nessa época que a Didáctica da História como disciplina definirá os seus
objectos de análise: as perspectivas da didáctica da história foram grandemente
expandidas, indo além de considerar apenas os problemas de ensino e aprendizado na
escola.
Actividade 2
Promova uma discussão com os teus colegas de grupo sobre as suas posições em
relação às dimensões científica, tecnicista, humanista e político social da didáctica.
Ao ler este o texto que segue, veja bem sobre a origem etimológica da pedagogia,
os primeiros pedagogos na antiguidade e seu papel e o pedagogo nos nossos
dias.
A palavra pedagogia vem do grego (pais, paidós = criança agein = conduzir, logos =
tratados ciência). Pedagogia é um conjunto de técnicas, princípios, métodos e
estratégias da educação e do ensino, relacionados à administração de escolas e à
condução dos assuntos educacionais em um determinado contexto. Na Antiga Grécia,
eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam
para a escola. Como escravo, ele era submisso a criança mas tinha que fazer valer a
sua autoridade quando necessário. Hoje, Pedagogo é o especialista em assuntos
educacionais e pedagogia, o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos ao
fenómeno educativo.
A pedagogia hoje é vista como: uma ciência de educação; arte de educar e como a
reflexão metódica sobre a educação para esclarecer e orientar a prática educativa. Por
esse motivo, os pedagogos desenvolveram diversas habilidades no trato com as
crianças. No entanto, o termo pedagogia generalizou-se na acepção de elaboração
racionaldo processo educativo somente a partir do século XVIII no ocidente. No decurso
da história do ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação, ou seja,
uma área de conhecimento sobre educação. Entretanto, a educação é um fenómeno
social, cuja origem está ligada a da própria humanidade.
Olhando o seu carácter teórico e prático, quais as disciplina que fazem parte da
pedagogia?
Sumário
Depois de ler sobre esta lição, espero que tenha constatado que as didácticas
específicas alcançaram recentemente um estatuto específico autónomo ao definirem
um objecto específico de investigação. Este objecto é o ensino/aprendizagem de uma
Leituras complementares
PRATS, Joaquim. Ensinar História no contexto das Ciências Sociais: princípios básicos.
Curitiba: UFPR. 2006.
Auto avaliação
1. Dê o conceito de didáctica?
2. Qual é o objecto de estudo da didáctica?
11. No início a didáctica da História surge como ciência auxiliar, mas depois ganha sua
independência.
Introdução
Nas suas finalidades a educação visa exercer sobre o indivíduo uma acção
transformadora de que decorre o carácter prático, isto é, aplicado da investigação
educacional. Numa disciplina como a didáctica específica que, enquanto ciência da
transmissão da ciência é inevitavelmente uma disciplina de ampliação necessidade de
integração da preparação teórica e dos resultados da investigação na prática educativa,
assume particular importância. Por esse factor deve ter presente que preparação teórica
que lhe é facultada nesta disciplina pressupõe uma visão dinâmica da integração dos
conhecimentos adquiridos na sua prática pedagógica.
A didáctica da história é uma área de estudo que tem por objectivo analisar o processo
do aprendizado histórico. Na Alemanha a didáctica constitui-se em uma disciplina que
associou o aprendizado da história aos usos e funções da mesma, que estariam ligadas
as necessidades da vida prática e a formação de identidade. Tem como objectivo
somente a história, ensinada na escola, mas também os usos da história na imprensa,
no cinema nos museus, nas instituições públicas, na propaganda no mercado editorial
e na política. A didacta da história surge na Alemanha a partir da década de 1960 para
responder a uma crise de legitimidade das ciências histórica e consequentemente do
próprio lugar e papel do ensino da história no sistema educacional. Tal crise exigiu uma
reflexão mais ampla e profunda por parte dos historiadores com intuito de mostrar as
relações da história com a vida prática e com a educação, de modo a conferir um papel
legitimado para a história.
Na década de 1960 a didáctica da história era vista como ciências auxiliar da didáctica
geral, só a partir da década de 1970 que a disciplina se tornou mais independente a
abordou uma temática mais ampla, não restrita apenas a educação. É nessa época que
a didáctica da história como disciplina definiu os seus objectivos as suas perspectivas
da história grandemente expandida, indo além de considerar os problemas de ensino
aprendizado da escola. A didáctica da história agora analisa todas as formas e funções
do raciocínio e conhecimento histórico na vida quotidiana, e prática incluindo o papel da
história na opinião pública e as representações do meio comunicação de massa e
considera as possibilidades e limites das representações visuais em museu e explora
diversos campos onde os historiadores equipados com essa visão podem trabalhar.
Actividade
Faça uma visita a uma escola primária ou secundária e perceber a prática de ensino
que os professores utilizam no seu dia-a-dia (professor mediador ou transmissor de
conhecimento).
XX, podendo ser entendida como uma ferramenta de incorporação do aluno no diálogo
existente em sala de aula e o melhor aproveitamento dele nas actividades avaliativas.
Se o cenário na maioria dos casos é o mesmo, no caso a sala de aula com a mobília de
sempre – cadeiras, mesas, armários, alunos sentados, professor na frente, armários ao
redor, quadro – os sujeitos são outros – os professores e os alunos –, com suas
“aparências”, “maneiras”, “fachadas” e “representações” inerentes ao âmbito escolar.
Sumário
Depois de estudar sobre esta lição percebeu que a pratica lectiva do professor de
História deve ser integradora e global abrangendo as dimensões científicas, técnica,
humanista e político social da didáctica. Na lição que se segue vai aprender muito sobre
a Perspectiva Multidimensional da Didáctica da História.
Leituras complementares
Auto avaliação
Introdução
Actividade 3
Leia o texto, Historiografia e o ensino de História e retira os aspectos que mostram existir
uma relação de cumplicidade entre ensino de História e Historiografia.
Com a abrangência dos conceitos históricos no século XX, a nova forma de se pesquisar
a história e a resistência em relação a história escolar baseada nos grandes heróis, foi
necessário que os métodos e os conteúdos nas escolas mudassem. É possível observar
que os conteúdos sofrearam grandes mudanças nesse período, pois a relação que a
pesquisa histórica estabeleceu com a sociedade, buscando novos grupos a serem
estudados, novas fontes, entre outros, fez com que o ensino de História passasse a
trabalhar novas questões que dialogam directamente com essa nova reflexão social da
historiografia.
O mais fundo alicerce sobre o qual podem desenvolver-se essa compreensão mesmo
que fragmentária, da historiografia e da decisão de fazer história é a apreensão pelo
homem da dimensão político do seu destino, a consciência que ele tem de ser um sujeito
actuante neste mundo sensível, profano, no seio de uma comunidade da qual ele
depende, isto é, o conhecimento daquilo que consiste a liberdade real.
O mundo árabe também nos legou um importante contributo para a formação da história
científica com Ibn Khaldum e as suas tentativas de analisar as estruturas dos grupos
sociais e de relacionar diversos domínios da realidade (demografia, economia,
geografia)
A Idade Antiga iniciou-se com a origem da escrita. Aqui os Homens estabelecem leis e
regras para serem aplicadas pela sociedade com o intuito de garantir a organização e
uma vida estável às populações.
Sumário
Leituras complementares
Auto avaliação
a) Indique-as.
a) Justifique.
Introdução
O quantitativo em História
FURET (1997), refere que poder-se-ia fazer a mesma análise na dita história
demográfica, isto é, a redução do campo de actuação do historiador à questões
económicas e demográficas. A ambição ao mesmo tempo mais geral e mais elementar
da história quantitativa é de constituir o facto histórico em séries temporais de unidades
homogéneas e comparáveis e, assim, poder medir-lhes a evolução em determinados
intervalos de tempo, geralmente anuais.
A história quantitativa está ligada à serial, mas é, ao mesmo tempo, diferente dela. O
que as une é justamente a substituição do acontecimento pela série, isto é, a construção
do dado histórico em função de uma análise probabilística.
Actividade 6
Leia o texto, o quantitativo em História e retira os aspectos que mostram relação entre
a História quantitativa com a História serial.
articulação com outros saberes, mas sem anular o específico de cada disciplina.
Portanto, para tratar do interdisciplinar é preciso ter uma vontade e uma postura que
ultrapassem o disciplinar.
Actividade 7
Comente frase: “Contudo, percebe-se que quanto mais interdisciplinar for o trabalho
docente, quanto maiores forem as relações conceituais estabelecidas entre as
diferentes ciências, quanto mais problematizantes, estimuladores, desafiantes e
dialécticos forem os métodos de ensino.
Sumario
Nesta lição ficou a saber sobre o início da História quantitativa para a elaboração de
longas séries de dados homogéneos e comparáveis e, a História serial para o estudo
de conjunto olhando as continuidades sobre o modo descontínuo.
Leituras complementares
Auto avaliação
Introdução
Veja só, nesta lição, vai aprender sobre o contexto da emergência da escola nova, as
linhas mestras que marcaram renovação da História as características fundamentais
Nova História e a terminar, a História a ser ensinada.
Actividade 3
Esta lição é muito interessante na medida em que te coloca a corrente com a nova
historia a ensinar. Para começar, leia o texto e descubra o contexto do desenvolvimento
da História nova.
A Nova História
A Nova História é a história escrita como uma reacção deliberada contra o paradigma
tradicional, aquele termo útil, embora impreciso, posto em circulação pelo historiador de
ciência americano Thomas Kuhn. De acordo com DOSSE (1994), para muitas pessoas,
a nova história está associada a Lucien Febvre e a Marc Bloch, que fundaram a revista
Annales em 1929 para divulgar sua abordagem, e na geração seguinte, a Fernand
Braudel. Na verdade, seria difícil negar a importância do movimento para a renovação
da história liderado por esses homens. Todavia, eles não estavam sozinhos em sua
revolta contra os rankeanos. Na Grã-Bretanha dos anos 30, Lewis Namier e R.H.
Fawney rejeitaram ambos a narrativa dos acontecimentos para alguns tipos de história
estrutural. Na Alemanha, por volta de 1900, Karl Lamprecht tornou-se impopular,
expressando seu desafio ao paradigma tradicional. A desdenhosa expressão
histoireévénementielle, “história centrada nos acontecimentos”, foi inventada nessa
ocasião, uma geração antes da época de Braudel, Bloch e Febvre. Expressas as ideias
de um grupo de estudiosos concentrados em torno do grande sociólogo francês
EmileDürkheim e sua revista AnnéeSociologique, publicação que ajudou a inspirar os
Annales.
Ainda de acordo com DUBY (1986) a Nova História foi criada a partir da necessidade
de se pensar e de se trabalhar uma história não mais fundamentada em grandes nomes
políticos e sim nos vários factores que estão nas entrelinhas. Para isso foi necessário
que se criasse uma revista científica sobre os assuntos e as vertentes históricas a serem
trabalhadas. Revista essa que se intitula annales d’historie economique etsociale. Essa
revista pode ser considerada o primeiro passo para poder se pensar a Nova História.
Essa Nova História teve seu surgimento a partir de debates entre várias vertentes das
ciências sociais, tais como os próprios historiadores, sociólogos, geógrafos e filósofos
no século XX. Antes de a História interagir com as ciências sócias a história era
elaborada só à partir de grandes fatos feitos por algum líder político. Com o surgimento
da Nova História essa centralização acaba e se vê a história de várias ópticas diferentes
e até de visões totalmente antagónicas. Não só se vê a história dos vencedores, com o
surgimento da Nova História pode-se interpretar a história pelo ponto de vista do
excluído socialmente, do menos favorecido economicamente, do não alfabetizado mas
com vasta experiência de vida, do não religioso, enfim, pode-se trabalhar com o ponto
de vista do topo da pirâmide, como também se pode trabalhar com o ponto de vista da
base da pirâmide.
Com o aparecimento da nova história, a história até então tradicional some e se uni as
ciências sociais, principalmente com à sociologia, sendo assim possível com esses
novos instrumentos de pesquisa, chegar a uma resposta ou vária respostas sobre o
objecto ao que se pesquisa e na maioria das vezes chegando a inúmeros
questionamentos, coisa que antes não existia. Com a nova história não se estuda mais
um sujeito em particular, nem muito menos o que esse indivíduo fez, mas sim, quem ele
foi ou o que ele fez a partir de várias análises: psicológicas, económicas, sociais,
políticas, culturais, religiosas, as estatísticas, o imaginário das pessoas, as histórias
orais, os documentos, etc. Tudo isso interpretado de várias formas. Sendo assim a nova
história abandona o pensamento de que nenhum fato ocorrido poderia ser repetido,
rompendo assim com a história linear e criando uma história cíclica.
nascia na região da Alsace-Loraine era enorme, pois a população em sua maioria era
de origem germânica e quase não se falava francês, a origem da população em sua
maioria era de alemães, mas no pós-guerra o domínio da região passa a ser francês.
Este confronto étnico entre cidadãos germânicos e francos era forte.
WEBER defendia a ideia de separação entre cientistas e população. Para ele, como
essa pequena e singular região vivia em constante inconstância política não seria
sensato para os pesquisadores assumirem uma posição política, cabendo esse feito ao
restante da população da região, os cientistas ficariam neutros diante desse paradoxo.
Segundo Weber, os cientistas agiriam de forma sensata se ficassem neutros, foi
exactamente nessa concepção de Weber que Bloch e Febvre se inspiraram para a
fundamentação da ideologia dos Annales.
Actividade 4
registava os feitos do Homem comum, registava sim só os feitos das elites (realeza,
nobreza e o clero).
Segundo MOREIRA, (2001:34), a História a ensinar deve ser aquela que revele as linhas
de força que fizeram ou que fazem a identidade nacional, em ligação estreita à história
local ou regional; destaque as influências recíprocas entre os países e as próprias
religiões, num registo de continuidade ou mudança do processo histórico; privilegie a
história recente, isto é, pós segunda Guerra Mundial; alargue a perspectiva da história
nacional, via trabalhos de projecto, a temáticas internacionais que percorram
transversalmente a história de vários povos; incentive o uso das novas tecnologias de
informação.
Ainda de acordo com MOREIRA (2001, p. 37), no processo do ensino desta História, a
nível do discurso educativo há necessidade de Professor, guiar ou dinamizador das
situações de aprendizagem; Participação activa dos alunos; Variedade dos recursos
didácticos; Diversidade de estratégias; Técnicas expositivas - interrogativa e de debate;
Trabalho com pequenos grupos de alunos.
Sumario
Leituras complementares
DOSSE, François. A História em migalhas: dos annales à Nova História. São Paulo:
Editora Ensaio, 1994.
DUBY, Georges. O Historiador, Hoje. In: História e Nova História. Lisboa: Teorema,
1986.
Auto avaliação
4. Que problemas tinha a história tradicional criticada pela História dos Annales?
5. Com o aparecimento da nova história, a história até então tradicional some e se uni
as ciências sociais.
6. Enumere as áreas científicas que a História Nova envolveu nos estudos e que eram
negligenciadas pela História tradicional.
7. Essa Nova História teve seu surgimento a partir de debates entre várias vertentes das
ciências sociais.
UNIDADE TEMÁTICA 2
Introdução
Nesta unidade são abordados vários aspectos como o estatuto da História como
disciplina, os conceitos de currículo e de programa, o currículo e sua elaboração, os
programas escolares e a sua integração no currículo, componentes de um programa de
ensino, entre outros.
Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre o estatuto científico, pedagógico e social da
História.
O estatuto de uma disciplina é aqui definido como a rede de relações que ela tem com
outras disciplinas e com as pessoas ou grupos sociais afectados pelo seu
desenvolvimento ou pela sua utilização. São vários os tipos de relações que nos
permitem definir as três competências (científica, pedagógica e social) do estatuto da
disciplina.
Estatuto científico
Neste são de destacar relações entre a disciplina como objecto científico e a mesma
disciplina como objecto de ensino: grau de isomorfismo entre o método de ensino e o
método de investigação e; relações entre a disciplina como objecto científico e as outras
disciplinas como objecto científico. Estas podem ser verticais e horizontais.
Estatuto pedagógico
Estatuto social
Nos aspectos objectivos destacam-se o valor social da disciplina e dos diplomas que
atestam o seu ensino; estatuto e funções das pessoas que tem de utilizar a disciplina
nas suas actividades profissionais (profissões de maior ou menor prestígio, profissões
de melhor ou pior remuneração).
Actividade 1
Sumario
Nesta lição certamente que percebeu algo que bom a se referir que qualquer disciplina
goza de um certo estatuto de âmbito científico, pedagógico e social. Já a terminar
ficou a saber que o ensino da Historia no nosso país é cronológico o que torna os
programas muito densos em conteúdos que tornam muito desgastante o cumprimento
do programa.
Leituras complementares
Auto avaliação
Introdução
Pode ser entendida como o programa total de uma instituição de ensino, abrangendo
também assuntos/áreas de estudos particulares. Segundo JOHN KERR (1968), citado
por KELLY (1981), o currículo é toda a aprendizagem planificada e guiada pela escola,
seja ela ministrada em grupos ou individualmente, dentro ou fora da escola. O termo
passou ao longo do tempo a significar uma relação estreita de disciplinas com seu corpo
Currículo real – o que é feito na prática sem que se tenha incluído pelos planificadores
no currículo oficial. Geralmente são actividades de voluntários durante certos períodos
ou depois do horário escolar, em fins-de-semana ou durante as férias. Este é visto como
uma construção cultural que orienta as práticas educativas realizadas na escola a partir
do que é produzido na sociedade, levando a crer que o currículo não é neutro, mas ao
contrário, tem uma intencionalidade muito bem definida.
Actividade 2
Caro, estudante. Depois da conceptualização, eu arisco a dizer que o currículo real pode
fazer parte do currículo formal. Concorda com o meu posicionamento? Justifique a tua
resposta apresentando exemplos concretos.
No texto que segue, vai aprender como elaborar o currículo, por isso, preste-se
na leitura por que, quem sabe, num futuro breve viras um curriculista.
A consciência desta dinâmica contribui para que hoje em dia, as mudanças verificadas
nos currículos escolares prestem cada vez mais atenção a uma cuidadosa planificação
do seu desenvolvimento. Afirma ainda a autora que temos vindo a citar que actualmente,
já não faz sentido, que as mudanças curriculares se façam por imposições de alterações
políticas conjecturais, como era comum acontecer no século passado, mas antes, que
a introdução de qualquer inovação no currículo seja convenientemente preparada
porque as mudanças dos conteúdos, metodologias e finalidades do ensino só poderão
acompanhar o ritmo das mutações da sociedade se forem deliberadamente dirigidas e,
não deixadas ao acaso, ou derivadas de simples ajustes pontuais.
Estes factores referem-se a limitações que existem nas escolas e decisões que
dependem dos professores face à realidade vivida no campo de ensino. Este raciocínio
que o grupo apresenta é vaticinado por Proença (1989) ao argumentar que:
Para evitar estas deficiências e para que os programas das diversas disciplinas formem
um todo convenientemente estruturado, a selecção das áreas e conteúdos
programáticos deve obedecer aos seguintes critérios: Servir os objectivos gerais e
específicos previamente definidos; Não conflituar com o universo cultural dos alunos;
Respeitar os seus níveis de maturidade, as suas necessidades e motivações;
Compatibilizar o equilíbrio entre extensão e profundidade dos conteúdos; Satisfazer
simultaneamente, exigência de actualidade e de imprescindibilidade, em termos de
informação fundamental, perdurável e transferível para novas situações; Responder a
PROENÇA (1989) afirma ainda que no que diz respeito ao aspecto da dimensão cultural
do ensino, apontam-se para função da conservação cultural, legitimadora dos valores
culturais, da sociedade e preocupada na transmissão de uma herança cultural, como
também para funções que transcendam a mera atitude adaptativa passiva, apelando a
uma posição criativa ou inovadora.
A dimensão política da educação, pretende-se que a educação constitua uma via para
a democratização da sociedade, através da formação e desenvolvimento do espírito
democrático e pluralista, e da formação de um cidadão consciente, livre social e
politicamente interveniente.
Actividade 3
Sumário
Na lição que segue, você vai integrar conhecimento sobre o conceito de programa, a
integração dos programas nos currículos escolares, a formulação e análise do
programa.
Leituras complementares
Auto avaliação
1. O que é currículo?
a) Quais são?
a) Descreve 2 delas.
Introdução
Leia e retire do parágrafo o conceito de programa e os elementos que mostram que este
tem uma relação com o currículo.
Nos Conteúdos temos o esquema conceptual que serve de base à estruturação dos
conteúdos; o grau de superficialidade ou aprofundamentos dos conteúdos; a adequação
dos conteúdos ao nível etário dos alunos.
Actividade 4
Sumário
Depois da aprendizagem espero que tenha concluído que os programas escolares para
se integrarem convenientemente no currículo necessitam de um prévio planeamento em
que se tenha em conta os aspectos axiológicos subjacentes à sua concepção e todas
as variáveis provenientes do contexto.
A próxima lição faz uma abordagem sobre o Ensino e História em Moçambique desde
o período colonial e pós-independência.
Leituras complementares
Auto avaliação
Introdução
Nesta lição, você vai aprender sobre a educação no período colonial e após a
independência.
Durante muito tempo, os colonizadores não se preocuparam com educação dos nativos
pois os seus interesses estavam mais virados com pilhagem dos recursos existente.
Segundo Cabaço (2009: 17), a educação dos negros era segundo algumas figuras do
governo português: Para Oliveira Martins a) absurda, não só perante a história, como
também perante a capacidade mental dessas raças inferiores; uma ilusão pensar em
civilizar os negros com a bíblia, educação e panos de algodão, pois, toda a História
provava, que só pela força se educam povos bárbaros. Para Mouzinho de Albuquerque,
era uma ficção: As escolas são uma ficção. Quanto a mim, o que nós devemos fazer
para educar e civilizar o indígena é desenvolver-lhe de forma prática as habilidades para
uma profissão manual e aproveitar o seu trabalho na exploração da província.
Para António Enes, a educação não era prioritária; era mais uma exigência formal que
necessidade real. Apesar do decreto referendado por ele em 1891, que obrigava as
Companhias a criar escolas em localidades com mais de 500 habitantes, na prática
essas Companhias não cumpriam tal obrigação, como se comprova pela crítica da
Câmara dos Deputados à Companhia de Moçambique, em 1877.
O Ensino Liceal compreendia sete classes divididas em três ciclos: Preparatório, Liceal
e Complementar de dois, três e dois anos respectivamente. Os dois primeiros ciclos
tinham programas comuns de cultura geral, enquanto o 3o ciclo era diversificado. O
ensino técnico dividia-se em dois sectores: Comercial e Industrial, e era antecedido dum
ciclo preparatório de dois anos.
De acordo com Cabaço (2009: 19) o esforço que desde 1975 a Frelimo e o Governo
levaram acabo constitui uma prova do interesse e de boa vontade dados ao
desenvolvimento do país. Com efeito, a lei fundamental do país consagra o direito à
educação a todo o cidadão nacional. Devido a uma política vigorosa conduzida em prol
da educação, o período 1975-85 pode ser caracterizado por aumento dos efectivos
escolares sem precedentes na história da educação em Moçambique. Esse aumento da
população escolarizada acompanhou-se de modificações da estrutura do sistema
educativo assim como do conteúdo do ensino dispensado e ainda da necessidade de
reformas do subsistema de formação de professores para os níveis primários e
secundários.
Antes deve perceber que depois da independência, a educação foi objecto de três
acontecimentos a destacar: a Nacionalização da educação; abolição dos programas e
livros do ensino colonial; fuga de professores qualificados. Perante esta realidade, são
colocados vários desafios como a construção da nação moçambicana, a extensão da
rede escolar e, preparar o moçambicano para o desenvolvimento do país.
Actividade
Viste uma Direcção quer Distrital quer Provincial da Educação ou mesmo o Ministério
da Educação para se informar sobre os conteúdos versados no ensino da História, de
1977 a 1982.
O Novo Sistema de Educação foi definido pela lei 4/83 de 23 de Março depois de se
reconhecer que era necessário integrar a educação nas transformações políticas e
económicas do país e desenvolver um ensino no qual o conteúdo estivesse ao serviço
Em 1992 foi promulgada a lei 6/92 de 6 de Maio cujo objectivo é adequar a educação
às actuais condições sociais e económicas do país sob ponto de vista pedagógico e
educacional. A promulgação da lei esteve ligada a mudanças no ocidente como a queda
do murro de Berlim (externa) e internamente ligado ao Acordo Geral de Paz.
Actividade
Viste uma Direcção quer Distrital quer Provincial da Educação ou mesmo o Ministério
da Educação para se informar sobre os conteúdos versados no ensino da História, de
1983 a 1992 e de 1992 até aos nossos dias.
Sumário
Ao estudar esta lição espero que tenha concluído que o ensino e as escolas no período
colonial estavam divididos em ensino e escolas para indígenas e ensino e escolas para
brancos mulatos e assimilados. Depois da independência esta realidade mudou a priori
com a nacionalização da educação e pelo reconhecimento de que era necessário
colocar a educação ao serviço do povo moçambicano para desenvolver os pais.
Leituras complementares
Auto avaliação
a) Justifique o porquê?
UNIDADE TEMÁTICA 3
Introdução
Introdução
Definir a educação.
Identificar o pai da Psicanálise e as ideias por este defendidas.
Caracterizar as correntes psico-pedagógicas.
Distinguir as correntes psico-pedagógicas.
Clarificar o papel do professor aprendizagem pela descoberta.
Educação
A avaliar por Calleja (2000: 50), as definições de educação, dadas por diversos autores,
embora possam parecer diferentes, geralmente tem muitos pontos em comum,
Freud acreditava inicialmente que um dos meios para evitar o aparecimento de sintomas
neuróticos seria oferecer uma educação não-repressiva que respondesse aos
questionamentos da criança à medida que eles fossem surgindo (ROCHA, 1988, p. 23).
Ele também percebia como os sintomas neuróticos poderiam resultar em certa inibição
intelectual. É inquestionável que a pura liberdade não educa e não cria indivíduos
saudáveis; pelo contrário, cria inadaptados, narcísicos que acreditam que o mundo gira
à sua volta e que nada existe além de suas necessidades individuais. Neste sistema de
pensamento, pode-se compreender que a educação não ocorre sem estar vinculada à
repressão; que a educação relaciona-se com a questão do controle dos impulsos
através do processo civilizatório.
De acordo com Proença (1989:40) o conceito da educação tem evoluído ao longo dos
séculos devido a dinâmica aceitação/transformação da sociedade implícita. A educação
surgiu com a humanidade, mas é a partir da Grécia que se estrutura os primeiros
modelos pedagógicos assentes em pressupostos filosóficos claramente definidos.
Contudo, a educação intencional era já radicada antes dos Gregos, segundo Proença
na seguinte citação:
A. Psicologia e Educação
B. Teorias behavioristas
De acordo com ROCHA (1988: 28) para a elaboração de sua teoria, realizou estudos
com crianças, quando pôde verificar que estas não exibem medo quando são, por
exemplo, apresentadas pela primeira vez a um gato, ou a um cão, ou a outros animais.
E isso se deve ao fato de que as crianças ainda não aprenderam a ter medo destes
seres.
O experimento clássico de Watson foi o que ele realizou com uma criança que ao ser
apresentada a um rato branco, num primeiro momento, não manifestou medo (Ibid). No
entanto, após a combinação do rato a um som estridente, durante sete vezes, a visão
do animal se transformou de forma tal que foi suficiente para provocar na criança uma
forte reacção de medo. Com isso ele conseguiu provar que quase todo comportamento
humano é aprendido. Sendo assim, toda actividade humana é condicionada e
condicionáveis em decorrência da variação na constituição genética (ROCHA, 1988:
30). Contudo, é possível construir uma multiplicidade de novas conexões estímulo-
resposta através do condicionamento clássico pavloviano. Para Watson, quase todo
comportamento humano seria aprendido.
Desse experimento, Watson concluiu que o meio ambiente exerce uma grande
influência sobre o indivíduo. Apoderando-se do condicionamento de Pavlov e
combinando-o com ideias que ele mesmo havia desenvolvido, Watson apresentou ao
mundo a posição que chamou de behaviorismo. O mesmo autor (ibid) afirma que
Watson é o fundador do behaviorismo no mundo ocidental. O principal objectivo do
enfoque behaviorista é explicar o relacionamento entre estímulos, respostas e
consequências (boas, más ou neutras). Ou seja, aprendizagem é um condicionamento
clássico e que depende do meio externo.
C. Teorias cognitivas
1. Teoria de Bruner
A avaliar por LIBANEO (2009: 33) o método da descoberta consiste em levar o aluno
aquisição dos conhecimentos através de procura por si efectuada. Neste processo, a
tarefa do professor é a de organizar actividades de modo a conduzir o aluno a chegar
de forma independente aos conhecimentos, a formar habilidades, hábitos e aptidões
Motivação
Estrutura
Sequencia
Antes, veja que os tipos de aprendizagem podem ser: a aprendizagem por recepção e
a aprendizagem por descoberta.
A aprendizagem significativa
2. Teoria de Piaget
3. Teoria de Vygotsky
Define com processo pelo qual o indivíduo adquire informação habilidades, atitudes,
valores a partir de seu contacto com a realidade e o meio ambiente e outras pessoas
(LIBANEO, 2009: 41). É o nível desenvolvimento real ou actual que refere o conjunto de
conhecimento, habilidades, hábitos aptidões atitudes valores todos processos psíquicos
que o indivíduos possui o momento em que inicia a aprendizagem. Segundo Vygotsky
professor deve ser facilitador, orientador dos alunos, de sua interacção na análise e na
síntese, na elaboração ou construção do novo conhecimento.
Segundo FARIA (1987: 23) o termo não defectividade e usado por Rogers para referir
para referir se apenas as técnicas básicas do processo terapêutico ou da educação.
São as atitudes do terapeuta ou do educador que constituiriam o lado mais importante,
sendo estas o alvo das atenções principais de Rogers. A literatura pedagógica, no
entanto, assimilou o termo “não directividade”, aplicando os princípios que ele
expressava a inúmeros campos da Pedagogia.
Empatia, pois trata-se de uma capacidade que permite captar o mundo particular do
aluno como se fosse o seu próprio mundo. Isto significa compreender, por exemplo as
reacções do medo, de expectativa e de desânimo que estão presentes quando se
enfrenta uma nova matéria.
Na prática escolar, pode ser diferente da situação terapêutica, pois não é possível
aplicar unicamente técnica não directiva. E necessário também a utilização de técnicas
democráticas. Se a não defectividade apenas informa ao aluno sobre ele próprio,
respeitando a sua actividade estruturante, as técnicas democráticas estão ao nivel de
identificação de estruturas. Ambos métodos devem seguir as seguintes orientações:
Sumário
Meu caro estudante, nesta lição aprendeu ou aprofundou sobre o conceito de educação,
identificou o pai da Psicanálise e as respectivas posições, os precursores da Psicologia da
Educação, o papel do professor na aprendizagem pela descoberta, o objectivo da
aprendizagem virada para o contacto com a realidade do aluno e sobre a empatia tão
necessária na relação professor aluno.
Auto avaliação
1. O que é educação?
18. Qual é o objectivo da aprendizagem virada para o contacto com a realidade do aluno?
Introdução
Ao iniciar a sua acção educativa o professor deve ter em conta que a educação visa a
integração do indivíduo na sociedade e, como tal, está em interdependência directa com
múltiplos aspectos económicos, culturais, sociais e políticos dessa mesma sociedade.
Ao falarmos de integração do indivíduo na sociedade não queremos apenas conferir a
educação uma atitude passiva de aceitação da ordem existente, mas lembrar que o
indivíduo deve ser preparado para intervir activamente na sociedade, pelo que a
educação devera ser também factor de transformação social.
A relação educativa apenas se modifica quando o professor, guiado por uma opção
filosófica e pedagógica é capaz de alterar a sua atitude não só relativamente aos alunos
que lhes são confiados, como ao conjunto de pessoas evolvidas no processo educativo
como outros professores, pais, encarregados de educação e responsáveis pela gestão
da escola e local.
Nesta lição, você vai aprende sobre a historicidade da educação ao longo do tempo e
espaço.
Actividade 1
Caro estudante, leia a introdução desta lição e retire os aspectos que mostram o papel
da educação na sociedade.
Caro estudante, leia o texto e perceba que o concito de educação dependendo do tipo
de homem que se pretendia formar, variou ao longo do tempo e espaço.
De acordo com Proença (1989:40) o conceito da educação tem evoluído ao longo dos
séculos devido a dinâmica aceitação/transformação da sociedade implícita. A educação
surgiu com a humanidade, mas é a partir da Grécia que se estrutura os primeiros
modelos pedagógicos assentes em pressupostos filosóficos claramente
definidos.Contudo, a educação intencional era já radicada antes dos Gregos, segundo
Proença na seguinte citação:
Educação clássica: Proença sustenta que a Grécia e Roma destacam-se pelo seu
carácter humanista e cívica. A educação assumiu características diferentes das duas
civilizações: na Grécia privilegiavam os aspectos ético-políticos da educação, enquanto
em Roma se dedicavam particular atenção aos aspectos familiares e institucionais.
Educação medieval: Afirma Proença que esta fase desligue-se pelo seu carácter
cristão, influenciada pelos ideais de cruzadas e cavalarias era uma pedagogia que
visava incremento da igreja e a salvação da cristandade. A escolástica medieval
pretendia estabelecer a conciliação entre a razão e a fé, a filosofia e a teologia.
Com Herbart, a pedagogia passa a ser encarada como uma ciência, e sistematizada
segundo princípios gerais, dos quais se extraem por dedução, aplicações particulares.
A finalidade da educação era aperfeiçoamento moral do indivíduo através da instrução
e da cultura moral.
A educação no século XX: No início deste século assistiu-se uma profunda reacção
contra a educação intelectual característica do século XIX. As escolas novas propõem
uma educação que encare a totalidade do homem e não só o seu aspecto intelectual.
O meio considerado como mais adequando para esse fim era o internato no campo,
permitindo ao aluno a vida em contacto com a natureza. A aprendizagem fazia-se a
partir do contacto com o real e para se promover a socialização do aluno, preconizava-
se a organização de actividades extracurriculares de carácter social.
A escola nova considerada do início altamente controverso acabaria por vir a impor-
se em todas as grandes reformas educativas deste século
Fundamento de educação
Para Proença (1989: 44) pode se concluir que existe uma acentuada interdependência
entre o conceito de educação/acção educativa. A acção educativa pressupõe a
interacção entre as pessoas que ensinam e pessoas que prendem. Neste processo, o
educador tem que estar atento à liberdade e características do educando para não lhe
impor aquilo que ele não que aprender.
Para que não aconteça que a finalidade da educação não esteja de acordo com as
expectativas do homem, a sua determinação deve ser precedida de uma reflexão
sistemática, profunda e global sobre os problemas educativos, que é do âmbito da
filosofia da educação.Sendo um processo em interacção com a sociedade a edução não
pode deixar de ter como objectivo da socialização do indivíduo.
Nas sociedades mais simples, os meios utilizados na socialização são elementares, isto
é, o indivíduo praticamente vai aprendendo pela convivência, embora existam certos
rituais persuasivos para introduzir o adolescente à sociedade adulta. Nas sociedades
mais avançadas, as mudanças sociais, económicas, tecnológicas, são tão rápida que
houve necessidade de aperfeiçoamento educacional, afim de torna-lo eficiente no
sentido de preparar as novas gerações para assumirem com êxito as suas posições na
sociedade.
Sumário
Caro estudante, chegamos ao fim de mais uma lição, espero que tenha retido que o
conceito de educação tem evoluído ao longo dos séculos em interacção com o
desenvolvimento da sociedade. Em diversas épocas e a cada ideal de sociedade
correspondeu uma diferente concepção do homem que se pretendia formar como
resultado da acção educativa. Esta evolução não foi linear, pois em cada época
desenvolveram-se vários conceitos de educação, muitas vezes de acordo com os
papeis sociais atribuídas aos educandos.
Leituras complementares
PRATS, Joaquin. Ensinar História no contexto das Ciências Sociais: princípios básicos.
Ciritiba. UFPR. 2006. P, 191-218
Auto avaliação
Introdução
A História foi sempre a todos os níveis algo mais do que uma disciplina para investigar
o passado bem como transmitir determinada ideologia ou um corpo de valores, mas
devemos perceber que o ensino da História pode e deve ultrapassar a sua função
informativa e aproveitar as múltiplas potencialidades formativas da disciplina.
Segundo Fonseca (2006: 71) para que seja cumprido o seu papel, o ensino de história
deve ir além da história, no que diz respeito a formar cidadão, com uma consciência
moral e cívica. A tarefa de fazer do ensino de história instrumento de legitimação de
poderes e de formação de indivíduos adaptados à ordem social não poderia se resumir,
no entanto, à imposição de uma abordagem da história que privilegiasse o estado de
“grandes homens” como constituidora da identidade nacional.
A avaliar por Schmidt (2003: 59) o ensino de história pode desempenhar um papel
importante na configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas
suas relações pessoais com grupo de convívio, suas afectividades, sua participação no
colectivo, suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores
com gerações passadas e futuras. O ensino de história é portador da possibilidade de
levar o aluno a estabelecer relações e produzir reflexões sobre culturas e especialidades
e temporalidade variadas através da construção de noções que contempla os seus
valores e os do seu grupo, desenvolvendo para isto relações cognitivas que o levem a
intervir na sociedade.
delas (Schmidt, 2003: 57). O estudo de sociedades de outros tempos e lugares pode
possibilitar a construção da própria identidade colectiva na qual o cidadão comum está
inserido, a medida em que introduz o conhecimento sobre a dimensão do outro, de uma
outra sociedade, outros valores e mitos, de diferentes momentos históricos.
De acordo com Proença (1989: 91) no ensino de história, pelo seu objectivo próprio,
lidamos com situações humanas em toda a complexidade, e como tal, implicando a
tomada de decisão, motivações diversas, diferentes valores, formas de organização
económica, social e política, revoluções, todo um material específico que, além da
descrição, necessita de exploração, mas que, sobretudo, permite o debate, a troca de
opiniões, a reflexão crítica.
Para Maria do Céu Roldão, o papel da História na formação das crianças e jovens, pode
desenvolver-se em três etapas sucessivas:
A História foi ao longo do seu percurso de gestação como Ciência, quase sempre lida
como a "mestra da vida", como um saber simultaneamente vocacionado a garantir a
sobrevivência do passado e a retirar da experiência e exemplos desse passado as lições
"morais" necessárias às gerações vindouras, para que as pátrias - ou as nações, ou os
impérios se legitimassem e fortalecessem à sombra desses ensinamentos.
Durante muito tempo, a disciplina de História foi considerada como um meio de formar
opiniões e consequentemente de transmitir valores ligado a determinadas ideologias,
políticas ou religiões.
Educar em valores consiste em criar as condições necessárias para que cada aluno
descubra e faça sua livre escolha entre aqueles modelos que o conduzam à felicidade
(ibid). Educar em valores é uma exigência da sociedade actual inserida no mundo
globalizado e marcado, no início deste século, por tantas mudanças tecnológicas e
novos paradigmas políticos, culturais e educacionais, ora debatidos por diferentes
agentes sociais.
A História porque lida com a realidade social vivida, porque perspectiva os factos nas
suas interacções dinâmicas; porque proporciona o contacto com a dimensão evolutiva
das sociedades; porque de forma indirecta, permite a vivência de tensões, conflitos,
sentimentos e valores, tem um grande papel na formação dos indivíduos, no
desenvolvimento dos seus sistemas de valores, na criação de um imaginário comum,
na construção de uma identidade colectiva, que se inscreve no contexto da nação, e no
contexto mais amplo e dinâmico de uma memória multicultural, partilhada por outros
povos, no quadro de conceitos mais amplos de comunidade.
A questão prende-se com o problema de valores, até que ponto a educação pode impor
valores aos educandos. Neste aspecto, Proença (1989, p. 94) a transmissão dos valores
pode fazer-se a vários níveis de influência: por imposição; promoção; clarificação e por
não-intervenção:
Sumário
Caro estudante, tenho certeza que a lição foi muito interessante pelo facto de ter
buscado o papel do ensino da História. Contudo, espero que tenha compreendido que
o ensino de História para desempenhar melhor o seu papel não deve ter um carácter
meramente informativo, pois este pode tornar-se um excelente meio para o
desenvolvimento integral do aluno, contribuindo de forma positiva para a sua formação
pessoal e social. O ensino de História permite o desenvolvimento de uma série de
capacidade, tanto do domínio cognitivo como do domínio afectivo.
Através do ensino da História o aluno pode adquirir determinadas atitudes que, não só
facilitam a sua socialização, como o preparam para, com consciência cívica, exercer os
seus direitos de cidadania
Leituras complementares
FONSECA, Thais Nivia de Lima. Historia e Ensino de História. 2ªed. Belo Horizonte:
Autentica editoras. 2006.
Auto avaliação
Introdução
Nesta lição como já lhe é sugerida a dificuldade, vai aprender como trabalhar os
conceitos de tempo e espaço na sala de aula. Olha, sem pretendermos dar uma
resposta acabada, sugerimos que se parta da realidade mais próxima do aluno e
paulatinamente se avance para a realidade mais afastada.
Veja como os exemplos do dia-a-dia podem ser utilizados para iniciar o estudo de
conceitos.
A partir de noções que o aluno adquiriu na sua vida prática, como das relações da idade
entre os alunos da mesma turma e entre estes e os de anos mais avançados, podemos
estabelecer, hierarquizar diversas classes (organização horizontal). A partir de noções
da sua vida familiar é possível chegar à noção de geração (organização vertical). Estas
noções terão mais tarde aplicação no conceito de “sincronia” e “diacronia” e convém
que, desde cedo, tenhamos o cuidado de chamar atenção para a noção de “ano” e de
“século”. Esta ultima, de mais difícil compressão, poderá ser concretizada através da
própria vida do aluno, comparando o ano do seu nascimento com o do deu avô, ou
bisavô, e com acontecimentos que então tiveram lugar.
Esta situação no tempo, embora necessária, sobretudo para alunos mais novos, não é
suficiente, pois é imprescindível que, no ensino da História, se procure explicar a relação
das sociedades com a duração temporal, isto é, a explicação do processo de
transformação social na multiplicidade dos seus aspectos e tendo em atenção os seus
ritmos, as suas situações de ruptura e as continuidades. Um ensino que procure explicar
as transformações sociais e chamar atenção para os diferentes ritmos de
desenvolvimento, tem que prestar uma cuidada e profunda atenção aos conceitos de
tempo e procurar introduzir, sistematicamente, os alunos na aprendizagem dos ritmos e
níveis da duração, ou seja, dos conceitos braudelianos de estrutura, conjuntura e
acontecimento.
Partindo desta definição, é possível chegar à percepção dos três ritmos distintos da
duração: a sucessão rápida de acontecimentos, a sucessão a um ritmo mais lento das
conjunturas e os movimentos mais lentos que escapam a observação individual e só o
estudo histórico pode resolver.
A explicação das transformações sociais faz-se pela articulação dos conjuntos de factos
distintos. A distinção dos ritmos da duração permite agrupar estes factos duma forma
inteligível em diversos níveis e podemos, assim, chegar à compreensão de outro
conceito braudeliano: os níveis de duração.
São os fenómenos que compõem o terceiro nível que corresponde aos mais lentos
movimentos da marcha da humanidade: aspectos demográficos, comportamentos
colectivos, gestos, técnicas e rituais, valores e crenças, civilização material e modos de
produção. É ao nível da estrutura que a explicação histórica alcança uma maior
coerência e inteligibilidade.
Não existe consenso entre aqueles que debruçam sobre o ensino de História acerca da
idade mínima para se iniciarem os alunos o seu estudo. Hallam defende que a sua
complexidade científica e metodológica aconselharia a sua inserção no currículo apenas
nos últimos anos de escolaridade. Outros autores defendem que pode-se iniciar o seu
estudo a partir da instrução primária. Longe de se chegar a consenso neste ponto,
também é verdade que não podemos ensinar História do mesmo modo a uma criança,
um adolescente ou um jovem.
Egan considera quadro estádios ou paradigmas e sublinha que o que caracteriza cada
estádio é uma forma específica de atribuição do real.
Sumário
Leituras complementares
Auto avaliação
4. Comente: “Não existe consenso entre aqueles que debruçam sobre o ensino de
História acerca da idade mínima para se iniciarem os alunos o seu estudo”.
UNIDADE TEMÁTICA 4
Introdução
Após a série de reflectir que lhe temos vindo a propor, sobre a educação em geral, e a
história como ciência e como disciplina curricular, iniciaremos, agora, a abordagem de
algumas questões mais práticas e com uma incidência mais específica na aula de
História. Como se sabe qualquer método ou técnica do ensino que adopte na sua prática
lectiva não é neutra e pressupõe sempre determinados conceitos de história e de
educação, por isso, é importante que antes de adoptar por um método de ensino se
interrogue sobre os seus fundamentos científicos, psicológicos e pedagógicos.
Introdução
Caro, estudante não se pode educar sem visar determinados fins, por isso, nesta lição
vai aprender sobre as finalidades e objectivos do ensino da História
Será que o ensino de História tem alguma finalidade? Leia o texto que segue e tire
as suas conclusões.
De outro lado, as acções ocorridas no tempo nunca podem ser explicadas de forma
isolada. Os alunos deveriam saber demonstrar, fazendo referência a narrativas do
passado, que as acções têm consequências. Ademais, também é preciso demonstrar
que se tem consciência de uma série de mudanças em um período de tempo. Isto requer
contextualizar historicamente os fatos e, para poder contextualizar, devem-se levar em
consideração as características das formações sociais.
Para alcançá-lo, os alunos devem ser capazes de extrair informações a partir de uma
fonte histórica seleccionada pelo professor.
Posteriormente, e à medida que suas habilidades forem ampliadas, eles devem saber
adquirir informação histórica por meio de fontes que contém mais informação do que o
necessário, e que devem ser avaliadas e criticadas, de acordo com procedimentos
habituais que os historiadores utilizam ao fazer a crítica às fontes.
Contudo não é suficiente saber extrair a informação; é preciso saber avaliá-la; para isto,
os alunos devem comparar o valor de algumas fontes relacionadas com uma questão
histórica concreta. É preciso saber reconhecer que tipos de fontes históricas poderiam
ser utilizados para uma linha concreta de investigação e seleccionar os tipos de fontes
que poderiam ser úteis para proporcionar informação em uma investigação histórica.
Finalmente, é preciso demonstrar habilidade para utilizar fontes apesar de sua mutilação
e de suas imperfeições, assim como ter consciência do carácter das fontes, de seus
diversos usos e limitações, das circunstâncias de sua criação e se podem ser utilizadas
outras informações que sejam melhores.
Sumário
Depois de estudar a lição, espero que tenha retido que as finalidades, metas mais gerais
da acção educativa, e os objectivos gerais do ensino de uma disciplina devem se
definidos pelas instituições educativas, mas a definição de objectivos específicos são
da competência exclusiva do professor, face aos alunos concretos e ao contexto escolar
Leituras complementares
Auto avaliação
a) Explique porquê
Introdução
Quando ensinamos ao aluno sobre algo relacionado com a sua comunidade, estamos
formando uma personalidade social e culturalmente inserida no seu meio, pois é aí onde
encontra os seus, isto é, a sua identidade com vários aspectos que o ligam `a
comunidade. Por isso, um ensino da História que parte do local para o nacional e
internacional tem muitas potencialidades.
Nesta lição, você vai aprender sobre os princípios do ensino da História bem como as
potencialidades educativas do ensino de história
A compreensão dos factos não é possível sem levar em consideração as crenças dos
protagonistas, agentes ou pacientes desses factos. O passo seguinte é a explicação.
Aqui, trata-se de averiguar as causas dos factos e as consequências que deles derivam.
Este aspecto é fundamental na História que, diferentemente de outras disciplinas, se
interessa mais pela significação dos factos do que pelos próprios fatos.
Apesar do interesse pelas causas e consequências, o historiador nem sempre tem uma
certeza absoluta de que aquelas causas sejam as únicas ou as determinantes de um
fato. Por esta razão, como já foi indicado, é difícil apresentar o passado com
objectividade absoluta. Temos de seleccionar os informantes, os documentos, os
depoimentos, e os pontos de vista dos historiadores serão diferentes em muitos casos,
além de poderem mudar com o passar do tempo.
Uma vez que não há nada no presente que não possa ser melhor compreendido através
do passado. A História não tem a pretensão de ser a “única” disciplina que objectiva
ajudar a compreender o presente, mas pode-se afirmar que, com ela, a compreensão
do presente adquire maior riqueza e relevância.
O que indica que a História não é sinónimo de passado. O passado é o que ocorreu, a
História é a investigação que explica e dá coerência a esse passado. Por isso, a História
coloca questões fundamentais sobre esse passado a partir do presente, o que não deixa
de ser uma reflexão de grande contemporaneidade e, portanto, susceptível de
compromisso.
Ter uma consciência das origens permite que, quando adultos, possamcompartilhar
valores, costumes, ideias etc. Esta questão é facilmentemanipulável a partir de ópticas
e exageros nacionalistas. Nossa concepçãode educação não pode levar à exclusão ou
ao sectarismo, uma vezque a própria identidade sempre cobrará sua dimensão positiva
na medidaem que mobiliza na direcção de uma melhor compreensão daquilo que
édistinto, o que equivale a falar de valores de tolerância e de valorização dodiferente.
Sumário
Auto avaliação
a) Identifique-os.
Os meios de força extra terrena que tentam explicar a realidade social são, o
pensamento teológico e esotérico.
Ciências jurídicas são as que se debruçam sobre os problemas das normas entendidas
como sistemas de obrigações e de atribuições e não uma relação funcional que tenha
a ver com os valores.
Nas nomotéticas pelo estudo que fazem das leis do funcionamento dos processos
educativos; nas históricas ao realçar a importância das condicionantes históricas e a
originalidade de algumas situações educativas; jurídicas quando se preocupam com a
validade normativa dentro dos sistemas educativos e; filosóficas quando se debruçam
sobre a questão dos valores no interior dos processos educativos.
1. Dê o conceito de didáctica?
A Didáctica da História é uma área de estudo que tem por objectivos os conceitos da
consciência histórica e os desafios da didáctica da história da revista de história regional
Quando surgiu a didáctica de História era para responder a uma crise de legitimidade
da ciência histórica e, consequentemente, do próprio lugar e papel do ensino da história
no sistema educacional.
11. No início a didáctica da História surge como ciência auxiliar, mas depois ganha
sua independência.
A didáctica da História surge como ciência auxiliar, mas depois ganha sua
independência a partir de 1970.
a) Indique-as.
a) Justifique.
A Nova História
Os precursores da Nova História são Lucien Febvre, Marc Bloch e Fernand Braude.l
4. Que problemas tinha a história tradicional criticada pela História dos Annales?
A história tradicional criticada pelos historiadores da escola dos Annales era elaborada
só à partir de grandes factos feitos por algum líder político.
6. Enumere as áreas científicas que a História Nova envolveu nos estudos e que
eram negligenciadas pela História tradicional.
As áreas científicas que a História Nova envolveu nos estudos sao psicológicas,
económicas, sociais, políticas, culturais, religiosas, as estatísticas,
7. Essa Nova História teve seu surgimento a partir de debates entre várias
vertentes das ciências sociais.
Segundo Moreira a história a ensinar deve ser aquela que revele as linhas de força que
fizeram ou que fazem a identidade nacional, em ligação estreita à história local ou
A História nos currículos nacionais tem uma abordagem cronológica implicando uma
enorme sobrecarga de conteúdos nos programas, dificultando o seu cumprimento pelos
professores devido a um grande leque de conteúdos.
1. O que é currículo?
O que distingue o currículo oficial do real é que o primeiro está determinado no papel,
em programas e mais, enquanto que Currículo real é feito na prática sem que se tenho
incluído pelos planeadores no currículo oficial. Geralmente são actividades de
voluntárias durante o almoço e depois do horário escolar, em fins-de-semana ou durante
as férias.
a) Quais são?
a) Descreve 2 delas.
A dimensão política da educação defende que a educação constitua uma via para a
democratização da sociedade, através da formação e desenvolvimento do espírito
democrático e pluralista, e da formação de um cidadão consciente, livre social e
politicamente interveniente.
Oliveira Martins dizia por exemplo «absurda, não só perante a história, como também
perante a capacidade mental dessas raças inferiores»; uma «ilusão» pensar «em
civilizar os negros com a bíblia, educação e panos de algodão», pois, «toda a História
provava, que só pela força se educam povos bárbaros». As escolas são uma ficção.
Quanto a mim, o que nós devemos fazer para educar e civilizar o indígena é
desenvolver-lhe de forma prática as habilidades para uma profissão manual e aproveitar
o seu trabalho na exploração da província».
a) Justifique o porquê?
As razões principais dessa aplicação taxativa dos programas às províncias foram: Tácita
obediência a uma viscosa tradição e; Comodidade burocrática devida à incompreensão
da diversidade natural dos alunos.
1. O que é educação?
O pai da Psicanálise é Freud e acreditava inicialmente que um dos meios para evitar o
aparecimento de sintomas neuróticos seria oferecer uma educação não repressiva que
respondesse aos questionamentos da criança à medida que eles fossem surgindo.
Watson defende que os seres humanos já nascem com certas conexões estímulo-
resposta herdadas e chamadas reflexos e a aprendizagem ocorre a partir de um
condicionamento destas conexões bem como na construção de novas conexões
estímulo-resposta através do condicionamento clássico pavloviano. Para ele o meio
ambiente exerce uma grande influência sobre o indivíduo. Sua maior preocupação é
com os aspectos observáveis do comportamento, uma vez que para ele todo
comportamento é aprendido.
Educação clássica destaca-se pelo seu carácter humanista e cívico, preocupação pelo
enriquecimento pessoal visando a formação de um homem eloquente, culto, e amigo
das artes e praticando desporto. Na Educação medieval: Afirma Proença que esta fase
distingue-se pelo seu carácter cristão, influenciada pelos ideais de cruzadas e cavalarias
era uma pedagogia que visava incremento da igreja e a salvação da cristandade.
A educação no século XX, as escolas propõem uma educação que encare a totalidade
do homem e não só o seu aspecto intelectual, o meio mais adequando para esse fim
era o internato no campo, permitindo ao aluno a vida em contacto com a natureza. A
aprendizagem fazia-se a partir do contacto com o real e para se promover a socialização
do aluno, preconizava-se a organização de actividades extracurriculares de carácter
social.
Teoria de valores ocupa-se das relações que se estabelecem entre as coisas, seres
vivos ou mesmo ideias e a pessoa que as aprecia.
Educar em valores consiste em criar as condições necessárias para que cada aluno
descubra e faça sua livre escolha entre aqueles modelos que o conduzam à felicidade.
Educar em valores é uma exigência da sociedade actual inserida no mundo globalizado
e marcado, no início deste século, por tantas mudanças tecnológicas e novos
paradigmas políticos, culturais e educacionais, ora debatidos por diferentes agentes
sociais.
Segundo Proença a transmissão dos valores pode fazer-se a vários níveis de influência:
por imposição; promoção; clarificação e por não intervenção.
Os aspectos a considerar quando se pretende ensinar conceitos são a idade, sexo, nível
de desenvolvimento, meio social e cultural.
A Estrutura é um facto longo, mesmo até longo, cujas balizas cronológicas escapam a
percepção dos contemporâneos;
4. Comente: “Não existe consenso entre aqueles que debruçam sobre o ensino de
História acerca da idade mínima para se iniciarem os alunos o seu estudo”.
As metodologias que podem ser usadas no ensino de História são: levar o aluno a
aprender a formular hipóteses; aprender a classificar fontes históricas; aprender a
analisar fontes; aprender a analisar a credibilidade das fontes; e, por último, a
aprendizagem da causalidade e a iniciação na explicação histórica.
Para os alunos aprender a classificar as fontes devem ser colocados em contacto directo
com fontes diversas, sejam elas orais ou escritas; deve-se também estabelecer que as
fontes históricas podem ser materiais, com suportes de papel, de pedra, de metal etc.
É necessária uma compreensão para poder emitir uma explicação sobre por que
ocorreram as coisas de uma determinada forma no passado.
a) Explique porquê
A história é a mestra da vida porque tem um conhecimento que se pode utilizar como
justificação do presente, pois, as sociedades utilizam a História para legitimar acções
políticas, culturais e sociais, o que não é nenhuma novidade.
a) Explique porquê
Permite ter uma consciência das origens que, quando adultos, possam compartilhar
valores, costumes, ideias etc. Esta questão é facilmente manipulável a partir de ópticas
e exageros nacionalistas.
BIBLIOGRÁFIA GERAL
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Alunos precisam entender bem o que lêem e saber pensar e escrever. In: Nova História.
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