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A Opus Dei apoiou ostensivamente o general Franco e seu regime fascista que
durou até os anos 70. Vários membros da “Obra” foram ministros e dirigentes de
órgãos governamentais. Muitos jornalistas e estudiosos espanhóis afirmam que
a Opus Dei se fundiu com o Estado espanhol nesse período.
O Opus Dei é muito poderoso também na Itália e nos Estados Unidos. E trata-
se de uma instituição muito rica, e que atraem novos membros dentre os jovens
abastados de regiões nobres onde atuam. Seus chamados centros culturais
nada têm que lhes façam parecer uma entidade religiosa, muito menos católica.
Quem passa pela porta nada descobre. Aqui no Rio estão instalados em
Botafogo (homens) e na Lagoa (mulheres).
Mesmo dentro da Igreja, a Opus Dei tem papel controverso. Ela injetou muito
dinheiro no Vaticano durante o papado de João Paulo II. Ele era simpatizante da
Obra desde os tempos de cardeal. Cogita-se que a “Obra” tenha articulado
cardeais para que fizessem campanha pelo arcebispo polonês antes do conclave
que elegeu Wojitila papa. Em um trabalho apresentado por Asher Grochowalski,
da Unicamp, no III Seminário de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar,
realizado em 2012, ele diz:
“Em relação à Igreja, o Opus Dei é uma instituição controversa. Dom Álvaro Del
Portillo (1994), ao rememorar os primórdios do Opus Dei na Espanha, na
primeira metade do século XX, esclarece que a Obra enfrentou várias frentes de
oposição dentro da própria Igreja Católica. Apesar disso, o Opus Dei, após a sua
fundação, em 1928, recebeu a aprovação do Bispo de Madri, em 1941, e da
Santa Sé, em 1947. Até 1982, o Opus Dei era considerado um instituto secular
da Igreja; foi o Papa João Paulo II que o constituiu em Prelazia Pessoal –
categoria que, segundo Benedetti (2000), foi inserida no Código do Direito
Canônico para atender especificamente ao Opus Dei, pois Josemaría Escrivá
não concordava com a classificação da Obra como instituto secular. [...]
Josemaría Escrivá nunca abriu mão da reivindicação de autonomia para o Opus
Dei, de modo que os Bispos não pudessem interferir na Obra. Além disso, o
rápido processo de canonização de Josemaría Escrivá demonstra a forte
influência política da Prelazia.
Com a criação dessa categoria, o Opus Dei passou a gozar de uma posição
privilegiada na hierarquia católica. Uma Prelazia Pessoal, ou Diocese Pessoal,
por definição, refere-se ao fato dos seus membros filiarem-se a ela de maneira
pessoal, e não por pertencerem a determinado território, como é o caso das
dioceses; é composta por fiéis leigos e sacerdotes. Uma Prelazia é governada
por um Prelado, que exerce jurisdição sobre ela. Em termos hierárquicos, o
Prelado encontra-se no mesmo patamar do Bispo diocesano e, em decorrência,
a Prelazia equipara-se à diocese. Por conseguinte, o Prelado só responde às
determinações do Papa e é nomeado por ele.”
Por isso, muitos autores, intelectuais fora da Igreja e, padres, leigos e leigas,
religiosas, teólogos e mesmos bispos consideraram a “A Obra” uma espécie de
máfia católica... O mesmo autor acima escreve:
“Por ser um grupo elitista, discreto e intelectual, a Obra atinge as mais variadas
e importantes instituições da sociedade civil, tais como as universidades, a
imprensa, postos políticos e o meio empresarial. Esse diagnóstico é que levou o
autor espanhola Jesús Ynfante (1970) a chamar o Opus Dei de “santa máfia” e
“polvo de Deus” (por causa dos tentáculos). No Brasil, livros de ex-numerários
esboçam o alcance do Opus Dei, uma instituição de apenas 1.700 membros.
David Fernandes (2006), por exemplo, apresenta em seu livro uma entrevista
com Carlos Alberto di Franco, numerário declarado, que é representante da
Universidade de Navarra no Brasil e responsável por um programa de pós-
graduação em Jornalismo que, segundo Fernandes, já teria formado cerca de
200 editores simpáticos às concepções da Obra.”
A “Obra” tem grande interesse por universitários. Por isso atuam desde sua
chegada no Brasil na USP. Depois na Unicamp. Aqui no Rio tem bastante
presença na UFRJ.
Aqui no Brasil muitos políticos de direita são ligados à Opus Dei. O mais famoso
é o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB), embora ele negue.
Outro membro importante é o jurista Ives Gandra Martins – uns dos autores do
pedido de impeachment. Um dos advogados de acusação de Dilma no Senado,
Miguel Reale Jr também é. Há rumores não confirmados que o próprio Juiz
Sérgio Moro pertence ao Opus Dei. Eles atuam muito aqui no Brasil. Di Franco,
já citado, é colunista no jornal “O Estado de São Paulo” e também em “O Globo”.
Tem muito mais coisa disponível para ler. Mas para não levar em conta possíveis
distorções, estou mandando links de agências católicas de notícias como o
ADITAL e o IHU, ligados aos padres jesuítas do Rio Grande do Sul. Se vc tiver
interesse, há uma página de ex-membros da “Obra” que está em espanhol:
http://www.adital.com.br/site/noticia2.asp?lang=PT&cod=16081
http://www.adital.com.br/site/noticia2.asp?lang=PT&cod=3847
http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=83833
https://iiiseminarioppgsufscar.files.wordpress.com/2012/04/grochowalski-
asher.pdf
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/550682-o-qouro-episcopalq-do-peru-opus-
dei-perdeu-quase-tudo
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/548347-qo-complo-contra-o-papa-traz-a-
marca-opus-deiq
Depois, com calma, vc pode me dar um retorno do que achou disso tudo? Estou
curioso.