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CONSIDERAÇÕES
TERCEIRO PASSO
FINAIS
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APRESENTAÇÃO
Olá, prazer!
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Após o impacto do diagnóstico e em meio a crises e tribulações abri
mão de todo meu tempo extra para me dedicar a sua estimulação.
Deixei de lado tudo que fosse requerer minha atenção: televisão,
redes sociais, futebol com amigos, etc.... e mantive meu foco na
possível transformação do Isac. Eu havia decidido entrar numa
“caverna” e não sabia quando sairia.
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VAMOS AGIR!
A capacidade do cérebro de
se adaptar a novos
estímulos e criar rotas
alternativas de
aprendizagem é chamada
de neuroplasticidade.
Sempre que possível, estimule-a. Mas, de que forma? Boa pergunta. Meu
objetivo aqui é mostrar as melhores formas disponíveis para a família começar
agora. Isso inclui uma mistura de abordagens já consagradas. Considere a
individualidade do teu filho e adapte.
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DÊ O PRIMEIRO PASSO!
“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja
toda a escada, apenas dê o primeiro passo.”
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1.1 – INTERAJA DE FORMA RESPONSIVA NO INÍCIO
Quando Isac tinha uns três anos era apaixonado por tratores e
máquinas deste tipo. Então usamos alguns brinquedos des sa
categoria para estimulá-lo na aprendizagem. Foi certeiro!
Verbalizou as primeiras palavras, aprendeu conceitos importantes
como: cheio e vazio, alto e baixo, rápido e devagar, quantidade
numérica, etc... Apenas brincando de tratores. Por isso, vai uma
grande sacada para você: use as fixações da criança a teu favor.
Faça delas uma ponte, uma ótima conexão. Não veja o autismo
como inimigo. Caminhe do lado dele e conquiste -o!
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1.2 – RELACIONAMENTO É TUDO
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Então vá e busque o brilho nos seus olhos!
Uma estratégia que funcionou muito bem com o nosso filho foi
nomear as coisas que ele gostava somente quando apontava e
olhava para nós. Com estas práticas ele aprendeu a compartilhar o
interesse e, mais que isso, ter prazer em comunicar -se conosco.
O sistema límbico se
conecta a todas as partes do cérebro (lo bos cerebrais) e, por causa
disso, recebe, transmite e grava os diversos estímulos que o
indivíduo capta no ambiente. Se esses estímulos forem
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emocionalmente relevantes, serão gravados no hipocampo (nobre
estrutura para aprendizagem) se não forem serão ign orados.
Portanto, vai aí uma outra grande dica: coloque emoção em tudo o
que você puder ensinar. Faça isso com entusiasmo. E qual seria
uma boa estratégia para isso? Vou te indicar a melhor: a ludicidade.
Opa, para que não é do ramo, posso simplificar mais : brincadeiras.
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Estímulos ameaçadores (medo): Bloqueiam a entrada de
informações e o estresse também bloqueia esse caminho no
cérebro. Evite-os.
Obs. Sobre como evitar o primeiro item (estresse) vai uma dica
sempre importante: explique a rotina. Se a criança ou adulto com
TEA precisar, explique com apoio visual.
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SEGUNDO PASSO: inclusão de
verdade: seja um pouco detetive
O DSM, Manual
Diagnóstico e Estatístico
de transtornos mentais,
na sua versão mais atual
considera o autismo
como um vasto espectro
com muitas variações,
apesar de algumas linhas
gerais, e tudo indica que
ele está certo. Por isso, se você quiser de verdade a inclusão social
do teu filho, preste atenção nisso agora no que vou dizer:
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para aprender determinada habilidade? Descubra e faça esta
adaptação.
Adiante, escrevo sobre alguns perfis e como ajuda -los. Veja em qual
teu filho se encaixa e mãos à obra.
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- Hiporesponsivo: este é menos sensível e percebe pouco os
estímulos. Às vezes não chora quando se machuca, não percebe
quando é tocado, quando precisa ir ao banheiro e tem preferência
por atividades sedentárias.
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1. Se você estiver usando um balanço para estimular a interação
ou comunicação e a criança estiver muito ativada ou
hiperestimulada. Supomos que você queira acalmar um pouco a
situação, então deverá usar o balanço de form a inibitória, ou
seja, lento e ritmado.
Agora, se ela estiver com baixo nível de ativação para a demanda
e você quiser facilitar essa ativação, então o balanço deverá ser
com giros rápidos e irregulares.
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Portanto, o uso desses recursos sensoriais dependerá se você
pretende inibir com estratégias de acomodação ou ativar sua
criança com o fim de despertar sua percepção.
O nosso tratamento médico escolhido foi o biom édico. Mas isso não
quer dizer que os outros não serão úteis para determinados casos.
Eu optei por não medicar meu filho com neurolépticos antes da
idade adulta e, se possível, nunca usar. Porém a palavra ‘nunca’
deverá ser utilizada com o ‘se possível’.
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Por exemplo, a dieta livre de glúten e caseína que milhares de
famílias sofrem para
manter deixou de ser “a
dieta do autismo” para ser
agora umas das dietas do
autismo. Isso por causa
da individualidade do
tratamento que, a própria
neurociência testifica
com seus estudos atuais
e também corroboram os geneticistas. Logo, as dietas são
individuais.
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Hoje, ele come de tudo, claro, com moderação e procuramos variar
bastante sua alimentação com muitas verduras, legumes
carboidratos e proteínas diversas; com persistência conseguimos.
Amônia no sangue
Recomendável: arginina, benzoato de sódio e lactulose .
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atenção especial. Uma criança com problemas intestinais não irá
render bem nas estimulações e terapias educacionais.
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TERCEIRO PASSO - Dicas para o dia a
dia: Treino = sucesso
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Trataremos agora de assuntos e habilidades que desafiam
diariamente as famílias envolvidas com o transtorno e também
valiosas estratégias que facilitam o sucesso na aprendizagem das
pessoas com TEA. Para que esta aprendizagem ocorra, precisamos
entender como é a forma de processamento de informações da
grande maioria de indivíduos neste espectro. Isso significa entender
o “Bottom-up Thinking”: traduzindo “Pensamento de baixo para
cima”.
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As pessoas do espectro autista, geralmente, aprendem do
específico para o geral. São pensadores “Bottom -up” (baixo para
cima), portanto para aprenderem a atravessar a rua precisam ser
treinados em muitas ruas. Você irá atravessar várias ruas com ele,
dizendo e mostrando “olhe para os dois lados, observe o sinal...
então atravesse.”.
Com isso, ele vai generalizar e sta habilidade após treinar em várias
ruas específicas. O jeito de aprender e o tempo de aprendizagem
irão variar de pessoa para pessoa, porém, use sempre que possível
o princípio “Bottom-up”, de baixo para cima, do específico para o
geral. É só treinar!
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- TOM AR BANHO: Você poderá dar banho no teu filho quantas
vezes forem necessárias para que ele aprenda a tomar sozinho.
Faça isso seguind o sempre a mesma sequência e de forma divertida
pelo menos no início da primeira infância (0 a 6 anos). Quando ele
tiver mais crescido, você irá retirar aos poucos o apoio, podendo
utilizar uma sequencia visual em cartões colados na parede do
banheiro. Sempre encorajando a sua iniciativa própria e lembrando -
o da sequência.
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ou seja, começar por ela mesma. Não esqueça de comemorar e
celebrar todo o esforço e conquista. O entusiasmo é o melhor
combustível.
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- USE UM INTERLOCUTOR: essa técnica é muito boa e consiste em
utilizar uma terceira pessoa no meio da conversa entre você e a
criança. Aquilo que a criança precisa te dizer será “soprado” nos
ouvidos dela por uma outra pessoa. Isso ajuda muito também na
aprendizagem do uso na primeira pessoa, pois muitas crianças
tendem a falar somente na terceira pessoa dos verbos e dos
pronomes.
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- QUANDO IR PAR A ESCOLA? É uma verdadeira agonia para
muitos pais o momento que se deparam com a dura realidade
escolar, principalmente, no que se refere ao amparo sensorial e
inclusivo. Em pleno século 21, as escolas ainda funcionam para
reproduzir o modelo
industrial de duzentos anos
atrás e não percebem que as
diferenças individuais são as
grandes responsáveis p elos
grandes talentos.
É nesse contexto de
escolarização uniforme que
introduziremos nossos filhos, então fica uma pergunta: é razoável
colocarmos eles lá sem preparar este caminho? Sem treiná -los para
os bombardeios visuais, auditivos, táteis e situações imprevisíveis?
É óbvio que não.
“Leva pra lá que ele vai se soltar” ou “Bota na escola que a fala
solta”, são muito comuns por aqui.
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através de muitas brincadeiras objetivas, desafiando e alargando
seus limites, depois sim, ela estará apta a superar os desafios do
ambiente de ensino. Mesmo que e sta preparação leve um ano ou
dois, vale muito a pena.
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HISTÓRIAS SOCIAIS: Ajude a aprender
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cumplicidade entre os dois aumentou e o Isac aprendeu bastante a
respeitar o gosto do irmão caçula, o Gabriel.
ESPORTES E JOGOS:
No nosso caso aqui, não houve interesse da parte dele por nenhum
esporte coletivo, pelo menos até o momento, então insistimos na
natação. Desde os 4 anos ele pratica esta atividade em turmas
regulares e com professores que valorizam tanto a técnica quanto a
interação. No final da aula sempre tem uma brincadeira objetiva ou
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algum jogo dentro d’agua como um pega -pega, polo aquático e
outros.
- Foco;
- Atenção compartilhada,
- Vocabulário; e
- Planejamento.
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o cerne da questão do autismo. Quanto m ais uma pessoa com TEA
pratica jogos com outras, interagindo, planejando estratégias e
alternando a vez, mas ela será capacitada a pensar “fora da caixa”,
e quer saber de uma coisa? Eles podem!
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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com grupos de pais e profissionais nos aplicativos de smartphones,
redes sociais, etc... Toda a informação que acessávamos era quase
sempre de madrugada, pois durante o dia ficávamos focados em
praticar com ele tudo que aprendíamos. O que eu quero dizer com
isso? Resumindo, faça o teu melhor. Não importa a tua escolaridade
ou tua renda. É claro que o dinheiro ajuda muito, mas não será ele
que fará o teu filho desenvolver ou sair do espectro.
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o seguinte: “Não posso admitir um diagnóstico de autismo de jeito
nenhum para o teu filho”. E eu tentava falar -lhe sobre algumas
características que o colocavam no espectro, mas o médico não
aceitava e de forma muito gentil e carinhosa nos falava sobre os
marcos do desenvolvimento do nosso filho em contraste com o
diagnóstico inicial. Antes de nos despedir, tivemos a oportunidade
de conta-lo sobre o constante trabalho de estimulação que fizemos
e também sobre o diagnóstico de autismo clássico que Isac recebeu
na primeira infância devido as suas características clássicas
iniciais.
Meu sincero desejo a você, caro leitor, pai, mãe ou cuidador: que a
tua criança seja também um instrumento de inspiração para muitas
famílias.
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