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A Apreciação de Srila Prabhupada a Ramanujacarya

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Giridhari Das

Originalmente publicado em Back to Godhead [Volta ao Supremo], revista fundada por Sua Divina
Graça Srila Prabhupada no ano de 1944
Artigo referente à edição do bimestre de março/abril de 2006
A Apreciação de Srila Prabhupada a Ramanujacarya
Srila Prabhupada’s Appreciation of Sri Ramanujacharya
pelo Dr. A.D. Srirangapriya Ramanujadasan
“Encontramos excelente abrigo nos pés de lótus de Sri Ramanujacarya porque seus pés
de lótus são a mais poderosa fortaleza no combate à filosofia Mayavadi”. (Carta de Srila
Prabhupada datada de 22 de novembro de 1974)
Srila Prabhupada é o pioneiro e o mais proeminente entre os atuais representantes da
Madhava-Gaudiya Vaisnava sampradaya (escola). Sri Ramanujacarya (1017-1137) era
integrante da Sri Vaisnava sampradaya. Por que, então, Srila Prabhupada reverencia Sri
Ramanujacarya? Ademais, na atual Era das Desavenças, o que a atitude de Srila
Prabhupada perante Sri Ramanujacarya nos ensina acerca de união e etiqueta?
Primeiramente, embora Srila Prabhupada não fosse um teólogo pós-modernista, que
ensinou “tudo dará no mesmo”, ele não era sectarista. Ele afirmou que Deus é a Pessoa
Suprema e que nós somos seus servos eternos. Ele apreciava tal sentimento fosse ele
expresso no Judaísmo, no Cristianismo, no Islamismo ou mesmo em termos
existenciais. 1
1
“O processo empreendido na busca talvez seja diferente de acordo com o país ou com o clima,
mas se a meta última é Deus, então esse processo é aceito como religião. Na religião cristã, eles
estão buscando por Deus sob as diretrizes de Jesus Cristo, que disse: ‘Ame a Deus’. Ele mesmo
se apresentava como filho de Deus. Muhammadan, Maomé, também se apresentava como servo
de Deus. Assim, todos são aceitos”. [VedaBase: Srimad-Bhagavatam 6.1.40 – Surat, 22 de
dezembro de 1970]
Vide também VedaBase: Room Conversation with devotees about Twelfth Canto Kali-yuga e Conversation
with Guests – 15 de junho de 1974, Paris; VedaBase: Soren Aabye Kierkegaard.
Daí ele naturalmente apreciar as diferentes religiões dentro do prisma de sua própria
tradição Védica.
Dentro da gama de crenças conhecida como Hinduísmo, todavia, Srila Prabhupada teceu
uma distinção fundamental entre o posicionamento Mayavada e o Vaisnava. 2
2
“Há, portanto, duas sampradayas: a sampradaya Mayavadi e a sampradaya Vaisnava”.
[VedaBase: Srimad-Bhagavatam 3.25.4 – 4 de novembro de 1974, Bombaim].
“Sri Caitanya Mahaprabhu então disse: mayavadi bhashya sunile haya sarva nasa. Mayavadi bhasya se
refere ao comentário de Sankara ao Brahma-sutra, o Shariraka-bhashya. Se você ouvir o Shariraka-bhasya
você será amaldiçoado, e viverá uma vida sem Deus. Por isso, tal comentário foi proibido por Caitanya
Mahaprabhu. Todas as sampradayas Vaisnavas – Ramanuja Sampradaya, Madhvacarya Sampradaya, todas
– discordam do comentário Sariraka-bhasya de Sankaracarya ao Brahma-sutra”. [VedaBase: Bhagavad-gita
13.8-12 – 30 de setembro de 1973, Bombaim]
Vide também: VedaBase: Spiritual Master and Disciple: The Qualifications and Characteristics of the
Spiritual Master.
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 5.5.2 — 11 de abril de 1975, Hyderabad.
VedaBase: Answers to a Questionnaire from Bhavan’s Journal — 28 de junho de 1976, Vrndavana.
VedaBase: A Perfeição da Renúncia 3.2.
VedaBase: Lecture on Science of Krishna — 14 de abril de 1975, Hyderabad
VedaBase: Room Conversation With John Lennon, Yoko Ono, and George Harrison —11 de setembro de
1969, Londres, em Tittenhurst.
Mayavada é o nome popularmente atribuído à filosofia Advaita (monismo absoluto) de
Adi Sankaracarya (788-820), e Mayavadis se refere a seus seguidores.
A Filosofia de Adi Sankaracarya
Enquanto Srila Prabhupada era altamente crítico à filosofia Mayavada 3
3
“Caitanya Mahaprabhu diz que a filosofia de Buddha é indubitavelmente ateísmo, mas a filosofia
de Sankara é um ateísmo muito perigoso, pois ele aceita o Vedanta e prega o ateísmo. Ele de
alguma forma aceita... Usando o Vedanta, ele prega o ateísmo. Por isso eles [os mayavadis] são
mais perigosos”. [VedaBase: Sri Caitanya Caritamrta, Adi-lila 7.109-114 – 20 de fevereiro de
1967, São Francisco]. (Caitanya Mahaprabhu é aceito pela Madhva-Gaudiya Vaisnava-
sampradaya como o próprio Deus em Sua encarnação mais perfeita e completa).
Para uma elaboração acerca do posicionamento de Srila Prabhupada, vide: VedaBase: Ensinamentos do
Senhor Caitanya, Capítulo 25.
, ele reconhecia os significativos méritos da missão de Adi Sankaracarya. A Índia
Medieval se sujeitou à influência do Budismo; e a fé no Ser Supremo, na alma imortal, e
nos Vedas, Upanisads e no Bhagavad-gita tornou-se fraca. Felizmente, Adi
Sankaracarya reviveu a fé popular nestes conceitos. Infelizmente, sua filosofia minou os
fundamentos do teísmo devocional.
A filosofia de Adi Shankaracarya priorizava três frases dos Upanisads: neti
neti (Candogya Upanisad 1.6.1), tat tvam asi (Candogya Upanisad 6.8.7), eaham
brahmasmi (Brihadaranyaka Upanisad 1.4.10). Sua interpretação dessas frases é
encontrada em seu Sariraka-bhasya.
De acordo com ele, neti neti (“não isso, não isso”) significa que o universo físico, a
pluralidade de almas individuais, bem como um Deus pessoal, são ilusórios. A realidade
última é destituída de atributos e características (nirguna ou nirvishesha Brahman) 4
4
Adi Sankaracarya cita os seguintes versos para fundamentar sua afirmação: Mukunda
Upanisad 1.1.6, Brhadaranyaka Upanisad 3.8.8, Svetasvatara Upanisad 4.11 e 4.19.
. Todas as representações de Deus com personalidade, forma e passatempos
(saguna Brahman ou isvara), embora essenciais para a fé de neófitos, são, em última
instância, ilusões a serem transcendidas. 5
5
Esta é a teoria de duas vias de Adi Sankaracarya de um Brahman superior (nirguna) e um
inferior (saguna), baseada em sua interpretação do verso 3.2.11 do Vedanta-sutra: na sthanato’pi
parasya ubhayalingam sarvatra hi. Adi Sankaracharya relega todas as referências escriturais
a saguna Brahman a um status inferior [Vide comentários de Adi Sankaracarya aos:
Brihadaranyaka Upanishad 2.3.1; Katha Upanishad 3.15; Vedanta-sutra 2.1.27, Vedanta-sutra
2.11.14-20, Vedanta-sutra 3.2.14; Chandogya Upanishad 8.1.5, Chandogya Upanishad 8.3.2;
Svetasvatara Upanishad 4.10, Svetasvatara Upanishad 6.11 e 6.16; Taittiriya Brahmana 2.8.9].
De acordo com Adi Sankaracarya, ajnana ou avidya projetam sobre o nirguna Brahman o (irreal)
mundo das aparências, por exemplo:
(a) Nirguna Brahman + avidya = Um Deus pessoal (saguna Brahman ou isvara), a pluralidade de almas e
o universo físico.
(b) Um Deus pessoal, a pluralidade de almas, o universo físico = uma ilusão para ser transcendida [Vide
comentário de Adi Sankaracarya ao Chandogya Upanisad 6.1.4].
Uma vez que avidya e ajnana são sinônimos de maya (poder ilusório), a teoria de Adi Sankaracarya tornou-
se conhecida, posteriormente, como “Mayavada”.
Adi Sankaracarya também cita o Chandogya Upanisad 6.2.1: sad eva saumya, idam agra asid, ekam eva
advitiyam: “No começo (antes do universo se manifestar) havia o Ser sozinho, um único, sem outro”. Adi
Sankaracarya afirma que isso prova por fim que apenas o Brahman sem forma e atributos (nirguna) é real.
Tudo o mais (inclusive o sagunaBrahman) não teriam existência real.
Sri Ramanujacarya refuta a teoria de duas vias de Adi Sankaracarya afirmando que a interpretação do
verso sthanato’pi parasya ubhayalingam sarvatra hi dada por Sankaracarya para fundamentar sua teoria
não tem suporte das escrituras. Ademais, a palavra ubhayalingam deveria ser aceita em seu sentido
literal de que o Brahman tem dois conjuntos de características: (i) ser livre do mal e da
imperfeição (nirdoshatva) e (ii) possuir inumeráveis qualidades auspiciosas
(kalyanagunatmakatva). Sri Ramanujacarya cita o paradigmático verso 8.1.5 do Chandogya
Upanisad, no qual o Brahman é claramente descrito como livre do mal (apahatapapma), da
aflição (vishoka), etc., e como sendo possuidor de atributos de personalidade tais como ser
aquele “cujos desejos são auto-satisfeitos” e aquele “cujos desejos sempre se realizam”.
(satyakama, satyasamkalpa).
Em relação a sad eva saumya, idam agra asid, ekam eva advitiyam, Sri Ramanujacarya aceita o significado
literal. No começo, só havia o Brahman; ele criou a partir de si mesmo este universo (real), pois não havia
nada mais que ele pudesse ter usado. Isso é confirmado pelo Taittiriya Brahmana (2.8.9.6):
kimsvid vanam ka u sa vriksha asset
yato dyava-prithivi nishtatakshun
manishino manasa pricchataitat
yad adhyatishthad bhuvanani dharayan
brahma vanam brahma sa vriksha asit
yato dyava-prithivi nishtatakshun
manishino manasa prabravimi vo brahmadhyatishthad bhuvanani dharayan
Assim, para Sri Ramanujacarya, advitiyam, ou “sozinho”, significa que o Brahman era tanto o criador
quanto a substância a partir da qual esse universo nasceu. Ele constrói sua posição tendo por fundamento
inúmeras escrituras, como:
Vedanta-sutra, 1.4.23: prakritis ca pratijna drishtanta anuparodhat
Vedanta-sutra 1.4.26: atmakriten parinamat
Vedanta-sutra 1.4.27: yonis ca hi giyate
Mundaka Upanishad 1.1.7:
yathorna-nabhin srijate grihnate ca
yatha prithivyam oshadhayan sambhavanti
yatha satan purushat kesha-lomani
tathaksharat sambhavatiha vishvam
Doravante, longe de ser um ser impessoal, a linha seguinte do verso advitiyam atribui ao Brahman o ato de
“pensar e decidir” se tornar vários – uma indicação clara de personalidade: tad aikshata bahusyam
prajayeyeti.
As almas “individuais” são, em última instância, idênticas a esse Brahman não
diferenciado, daí tat tvam asi “Tu és isso” 6
6
Adi Sankaracarya busca embasamento em vakyanvayadhikarana (Vedanta-sutra 1.4.19 e 22)
e em amsadhikarana (Vedanta-sutra 2.3.43-53).
e aham brahmasmi (“Eu sou Brahman”)
A Antítese de Sri Ramanujacarya
Sri Ramanujacarya estudou a filosofia Advaita e então compilou um imenso e meticuloso
trabalho contra essa. 7
7
É importante frisar que Sri Ramanujacarya ataca a doutrina Advaita de Sri Sankaracarya e não
todo o seu trabalho literário ou missão, menos ainda sua pessoa. Há aspectos do trabalho de
Adi Sankaracarya, fora da doutrina Advaita – como stotras devocionais e estabelecimento de
majestosos centros de adoração – que são respeitados e apreciados por todos os Vaisnavas.
De fato, sua postura em sua última grande obra, Bhaja Govindam, revela que ele nunca quis que sua filosofia
Advaita/Mayavada fosse vista de forma isolada, nem que fosse priorizada na vida de seus seguidores. Adi
Sankaracarya informa a seus seguidores que filosofia e especulação mental são, por fim, inúteis sem
devoção verdadeira pela Pessoa Suprema. Por exemplo:
bhaja govindam bhaja govindam
bhaja govindam mudha-mate
samprapte sannihite kale
na hi na hi rakshati dukrin-karane
“Adore Govinda, adore Govinda, adore Govinda, ó tolos! Regras gramaticais (e polêmicas subseqüentes)
não salvarão vocês no instante da morte”.
Srila Prabhupada se referia a Adi Sankaracarya como um “personalista disfarçado” que pregou o
impersonalismo Mayavada meramente para o cumprimento de uma meta parcial:
“Sankaracarya é a encarnação do Senhor Sankara, o Senhor Siva. O Senhor Siva é Vaisnavanam yatha
sambhuh, o melhor dos Vaisnavas. Assim, os devotos sabem que Sankaracarya era, em seu coração, um
Vaisnava, mas ele teve de pregar como um Avaisnava porque ele tinha que livrar a Índia do Budismo. Essa
era sua missão”. [VedaBase: Srimad-Bhagavatam 6.2.16 – 19 de setembro de 1975, Vrndavana].
Vide também: VedaBase: Consciência de Krsna: Culto Hindu ou Cultura Divina? Ciência da Auto-
realização; VedaBase: Seguir os Passos das Pessoas Santas, Néctar da Devoção; VedaBase: Carta a
Damodar.
Seu Sri-bhashya, um comentário à mesma obra comentada por Adi Sankaracarya,
estabelece os fundamentos do Vaisnavismo.
Quanto a neti neti, Sri Ramanujacarya aponta que Adi Sankaracarya interpretou o texto
desconsiderando seu contexto. A passagem do Chandogya Upanisad descreve
primeiramente o universo, a pluralidade das almas, o Ser Supremo com atributos como
glória, beleza e ternura. Aí vem a frase neti neti. Mas a história não encontra seu fim aí.
A passagem continua e atribui mais qualidades ao Ser Supremo: na hy-etasmad iti, nety-
anyat param asti(“Não há ninguém superior ou maior do que o Brahman
supramencionado”), e descreve o Brahman como satyasya satyam (“o mais real dos
reais”). 8
8
Vide Brihadaranyaka Upanisad 2.3.1-6: dve vava brahmano rupe murtam chaivamurtam ca
tasya haitasya purushasya rupam yatha maharajanam vaso yatha pandv-avikam
yathendragopo yathagny-archir yatha pundarikam yatha sakrid vidyutam sakrid vidyutaiva ha va
asya srir bhavati ya evam veda athata adesho neti neti. na hy etasmad iti. nety anyat param
asti. atha namadheyam satyasya satyam iti. prana vai satyam tesham eva satyam.
Considerando todo o contexto, Sri Ramanujacarya afirmou que neti neti não fundamenta
o conceito de nirvishesha ou nirguna Brahman de Sankaracarya; senão que neti
neti significa que o Ser Supremo não é equivalente à descrição que lhe foi dada, mas é,
sim, muito mais do que isso: Suas glórias não podem ser adequadamente descritas. 9
9
Considere o Kena Upanisad 1.5: yad vachanabhyuditam yena vag abhyudyate tad eva brahma
tad viddhi nedam yad idam upasate.
Quando a literatura védica descreve o Brahman como nirguna, sua intenção não é negar
os atributos do Brahman, mas, insistir que sua forma é transcendental e destituída das
imperfeições encontradas nas coisas materiais. 10
10
Na cosmologia Vedântica, a criação material (prakrti) é caracterizada por três modos (gunas).
O Brahman é nir-guna no sentido de estar acima desses três modos.
Não há nada nem ninguém igual, superior ou maior do que ele. Ele é possuidor de
personalidade 11
11
Vide Vedanta-sutra 1.1.5: ikshateh na ashabdam. Sri Ramanujacarya frisa que desejo e
escolha claramente implicam um ser pessoal e não uma força impessoal.
, forma 12
12
Vide comentário de Sri Ramanujacarya ao Vedanta-sutra 1.1.21: parasyaiva brahmanan [...]
divyarupamapi svabhavikam asti
, e atributos divinos 13
13
Vedanta-sutra 1.1.21: antan tad dharmopadeshat, e sua passagem correspondente no
Chandogya Upanishad 1.6.6.
; é a morada de todas as excelências 14
14
Vedanta-sutra 1.2.2: vivakshita-gunopapattes ca, juntamente com Chandogya Upanishad
3.14.1
, tais como bem-aventurança 15
15
Vedanta-sutra 1.1.13, anandamayo abhyasat
, imortalidade, poder criativo 16
16
Vedanta-sutra 1.1.1: janmadyasya yatah
, onisciência 17
17
Vide comentário de Sri Ramanujacharya ao Vedanta-sutra 1.2.23, também Brihadaranyaka
Upanishad 3.8.8
, conhecimento eterno e infinito 18
18
Satyam jnanam anantam brahma, Taittiriya Upanishad 1.2.2
, desejo infalível e auto-satisfação 19
19
Satyasamkalpa, anadarah. Vide Chandogya Upanishad 1.4.1
; ele é refulgente, macio como lã e tem olhos de lótus 20
20
Brihadaranyaka Upanishad 2.3.6.
. Não importa o quanto se esforce para glorificar esse saguna Brahman, o glorificador
não conseguirá descrevê-lo apropriadamente e terá, por fim, de assumir: neti neti! 21
21
A lógica aplicada por Ramanujacarya para refutar a interpretação monisto-impersonalista de
Adi Sankaracarya de neti neti pode ser aplicada a todos os outros textos e argumentos
similares apresentados por Adi Sankaracarya.
Quanto a tat tvam asi, Sri Ramanujacarya argumenta que Adi Sankaracarya foi muito
precipitado em afirmar absoluta igualdade entre a alma e o Brahman. Sri Ramanujacarya
cita vários textos que distinguem a alma e Deus. 22
22
Alguns dos mais significativos:
(a) Vedanta-sutra 1.2.11: guham pravishtau atmanau hi tad darshanat, e seu equivalente no Katha
Upanishad 1.3.1:
ritam pibantau sukritasya loke
guham pravishtau parame parardhe
chaya-tapau brahma-vido vadanti
pancagnayo ye cra trinaciketah
(b) Vedanta-sutra, 1.3.7: sthity-adanabhyam ca, e sua passagem correspondente no Mundaka Upanishad
3.1.1:
dva suparna sayuja sakhaya
samanam vriksham parishasvajate
tayor anyan pippalam svady atti
anasnann anyo ’bhichakashiti
(c) Vedanta-sutra, 1.1.16, 17: na itara anupapatten, bheda vyapadesachcha
(d) Vedanta-sutra, 1.1.21: bheda vyapadesachcha anyan
(e) Vedanta-sutra, 1.2.3: anupapatteshtu na shariran
(f) Vedanta-sutra, 1.2.22: viseshana bheda vyapadeshabhyam ca na itarau
(g) Vedanta-sutra, 1.3.4, 5: pranabhrichcha, bhedavyapadeshahccha
(h) Vedanta-sutra, 1.3.18: itara paramarsat sa iti cenna asambhavat
Ademais, o terceiro adhyaya [do Sariraka-bhashya] explica como a jiva atma, a fim de obter a liberação,
deve meditar no Paramatma, o que reafirma a distinção entre ambos. Vide também Mundaka Upanisad
(3.1.2):
samane vrikshe purusho nimagno
’nisaya sochati muhyamanan e
jushtam yada pashyaty anyam isam
asya mahimanam iti vita-shokah
A identidade trazida por tat tvam asi deve respeitar essa distinção fundamental. A alma é
diferente de Deus e, ao mesmo tempo, una com Deus como sua parte. Toda a criação vem
de Deus – janmadyasya yatah (Vedanta-sutra 1.1.2) –, que a sustenta através de sua
onipresença. O Vedanta-sutra 1.2.18 é decisivo: antaryamyadhidaiva – (adhiloka) –
adishu tad-dharma-vyapadesha. “O governador interno dos deuses, (dos universos) e de
todos os demais seres, como mencionado na passagem do Upanisad, é Brahman, porque
as qualidades se sujeitam a Ele”. 23
23
A passagem do Brihadaranyaka Upanisad 3.7.18 correspondente afirma: yan prithivyam
tishthan prithivya antaro yam pritivi na veda yasya prithivi shariram yan prithivim antaro yam ayaty
esha ta atmantaryamy amritah
Assim como a alma individual reside no corpo sem ser conhecida pelo corpo (que é
mantido pela alma e existe para o interesse da alma), da mesma forma Deus reside na
alma (e em tudo o mais) como Paramatma, ou antaryami. 24
24
Essa é a estrutura “corpo-alma” de Sri Ramanujacarya. O universo inanimado e as almas
animadas são o corpo de Deus, de acordo com a definição de “corpo” dada em: yasya
chetanasya yaddravyam sarvatmana svarthe niyantum dharayitum ca sakyam taccheshataika
svarupam ca, tat tasya shariram (Sri Bhashya 2.3.18).
Deus é o centro da vida da alma, e a razão para a sua existência. A alma é eternamente
relacionada a Deus como sua parte, ou amsha. Assim como os raios solares são unos com
o sol e dependentes dele, igualmente a alma é dependente de Deus para sua existência. 25
25
Vedanta-sutra 2.3.43: amsho nana vyapadeshat anyatha cha ’pi dasakitavaditvam adhiyata eke
Daí o conceito parcial de identidade: tat (Deus) tvam (tu, a alma individual) asi (és)
Quanto a aham brahmasmi, Sri Ramanujacarya concorda com Adi Sankaracarya que, ao
obter a liberação, a atma manifesta sua natureza essencial como una com o Ser
Supremo. 26
26
Vedanta-sutra 4.4.1: sampadyavirbhavan svena shabdat; e Vedanta-sutra 4.4.4: avibhagena
drishtatvat
A alma deve se identificar com Deus, não com a matéria. Mas, novamente, Adi
Sankaracarya clama a igualdade absoluta violando inúmeros versos dosUpanisads. Sri
Ramanujacarya, respeitando tanto a identidade quanto a diferença, explica que, no estado
de vida liberada, a alma manifesta as qualidade de Brahman, tais como ser livre do
nascimento, morte, impureza, ignorância e dor, e experimentar uma bem-aventurança sem
paralelo. Neste estado de completa absorção em Deus, e dotada de visão espiritual, a alma
percebe Deus em toda a parte 27
27
Vide Brihadaranyaka Upanishad, 2.4.9-16, especialmente: yatra hi dvaitam iva bhavati tad itara
itaram pasyati tad itara itaram jighrati tad itara itaram rasayate tad itara itaram abhivadati tad itara
itaram srinoti tad itara itaram manute tad itara itaram sprisati tad itara itaram vijanati yatra tv asya
sarvam atmaivabhut tat tena kam pashyet tat tena kam jighret tat kena kam rasayet tat kena kam
abhivadet tat kena kam shrinuyat tat kena kam manvita tata tena kam shprishet tat tena kam
vijaniyat
, e todos os nomes e pronomes (aham, etc.) são percebidos como referente a Deus. 28
28
Vide comentário de Sri Ramanujacarya ao Vedanta-sutra a partir de 1.1.30: shastra-drishtya
tupadesho vamadevavat, e também seu comentário ao verso 1.3.7; também Vedanta-sutra
1.4.28: etena sarve vyakhyata vyakhyatah.
Todo traço de ahamkara (eu) e mamakara (meu) deixa de existir, e passas-se a
experimentar somente Deus. Daí: aham brahmasmi.
A alma, enquanto compartilha da bem-aventurança de Deus, permanece subordinada a
ele. 29
29
Vide comentário de Sri Ramanujacarya ao Vedanta-sutra 4.4.21: bhoga-matra-samya-lingach
cha
Deus é infinitamente onipresente (vibhu), e a alma é eternamente diminuta (anu) 30
30
Vide Svetasvatara Upanishad:
balagra-shata-bhagasya
shatadha kalpitasya cha
bhago jivan sa vijneyah
sa chanantyaya kalpate
; Deus cria inumeráveis universos, e a alma não. 31
31
Vide comentário de Sri Ramanujacarya ao Vedanta-sutra 4.1.17: jagad-vyapara-varjam
prakaranat asannihitatvachcha
É significativo que Adi Sankaracarya clame que a alma em seu estado liberado imerja no
Brahman e se torne absolutamente una a ele. Todavia, Sri Ramanujacarya enfatiza que,
mesmo em seu estado liberado, a alma mantém-se distinta e como um servo amoroso de
Deus. O Vedanta-sutra 4.4.9 não diz que a alma não tenha mais senhor, senão que diz
que ela não tem mais outro senhor: ata eva cha ananyadhipatih. A alma liberada se ocupa
unicamente no serviço eterno a Deus. 32
32
A transformação da alma, de escrava do karma e dos desejos egoístas para serva exclusiva
de Deus, é o tema da bela canção de Ramanujacarya: Sharanagati gadya.
O próprio Senhor é o caminho para se obter tal estado bem-aventurado; ele mesmo é a
ponte para a imortalidade: amritasya esha setuh. 33
33
Mundaka Upanisad 2.2.5, citado por Sri Ramanujacarya em seu comentário ao verso 1.3.1 do
Vedanta-sutra.
A salvação não pode ser obtida através do esforço pessoal, senão que depende da
misericórdia sem causa de Deus.
nayam atma pravacanena labhyo
na medhaya na bahudha shrutena
yam evaisha vrinute tena labhyas
tasyaisha atma vivrinute tanum svam
“Essa Identidade Suprema não pode ser obtida pela razão, intelecto ou estudo de diversos
textos. Ademais, sua obtenção só é possível para aqueles que Ele escolhe”. (Katha
Upanisad 1.2.23) 34
34
Considere também Katha Upanisad (1.2.20): anor aniyan mahato mahiyan atmasya jantor
nihito guhayam tam akratun pasyati vita-shoko dhatun prasadan mahimanam atmanah
Em suma:
1. Deus é a Pessoa Suprema, aquele que possui inumeráveis atributos, formas e
passatempos divinos. A alma individual e o universo material são reais, e expressões de
sua glória.
2. A salvação é uma dádiva de Deus.
3. Livre do mundo material, a alma realiza sua verdadeira natureza espiritual como bem-
aventurada serva de Deus.
Verdades Eternas
Todos os acaryas Vaisnavas concordam nesse ponto, 35
35
“Não há, portanto, diferentes conclusões entre os acaryas Vaisnavas no que diz respeito ao
Senhor e aos devotos. O Senhor Caitanya estabelece que a entidade vida (jiva) é eternamente
serva do Senhor e que ela é simultaneamente una e diferente do Senhor. Esse tattva do Senhor
Caitanya é compartilhado por todas as quatro sampradayas da escola Vaisnava (todos aceitam
o serviço ao Senhor como eterno, mesmo após a salvação), e não há acarya Vaisnava autorizado
que pense que ele e o Senhor são idênticos”. [VedaBase: Srimad-Bhagavatam 2.4.21]
, e Sri Ramanujacarya lhes deu uma forte fundamentação escritural e lógica. Srila
Prabhupada apreciou esse feito de erudição; enquanto que considerou os ensinamentos de
Adi Sankaracarya como “necessários em determinado momento, mas não um fato
permanente 36
36
VedaBase: ESC 20: O Objetivo do Estudo do Vedanta
”. Ele tratou os ensinamentos de Sri Ramanujacarya como verdades eternas a serem
minuciosamente estudadas 37
37
VedaBase: Conversation with Indian Guests – 12 de abril de 1975, Hyderabad.
: “Um Vaisnava deve estudar os comentários ao Vedanta-sutra escritos pelos acaryas das
quatro sampradayas – Sri Ramanujacarya, Madhvacarya, Visnu Svami e Nimbarka –
porque esses comentários se baseiam na filosofia de que o Senhor é o mestre e todas as
entidades vivas são Seus servos eternos. Uma pessoa interessada em estudar a filosofia
Vedanta, apropriadamente, deve estudar esses comentários, especialmente se essa pessoa
for um Vaisnava. Esses comentários são sempre muito apreciados pelos Vaisnavas”.
A apreciação de Srila Prabhupada a Sri Ramanujacarya era também fundamentada em
bases pragmáticas. A Madhva-Gaudiya-sampradaya afirma ser oSrimad-Bhagavatam o
comentário perfeito ao Vedanta Sutra e aos Upanisads. Assim, não haveria necessidade
do estudo de outros comentários. 38
38
Até onde nos diz respeito, Madhva-Gaudiya Sampradaya, nossos acaryas aceitam o Srimad-
Bhagavatam como o comentário perfeito ao Brahma-sutra. Bhashyam brahma-sutranam
vedartha-paribrimhitam. Esse Srimad-Bhagavatam é o verdadeiro bhashya do Brahma-sutra. [...]
O Srimad-Bhagavatam também é escrito por Vyasadeva, e Vyasadeva é o autor original do
Brahma-sutra. Então, tendo o autor comentado sua própria obra, não haveria necessidade de
outro comentário. Esse é o siddhanta Gaudiya, o siddhanta Gaudiya-Vaisnava”. [VedaBase:
Bhagavad-gita 13.8-12 – 30 de setembro de 1973, Bombaim].
Todavia, Srila Prabhupada não era como vários sadhus ou babajis que ficam satisfeitos
com sua iluminação pessoal. Ele era um missionário que entendia que um sucesso
duradouro dependeria da obtenção de credibilidade para o seu movimento. Considere a
seguinte referência de Srila Prabhupada a um famoso acontecimento histórico 39
39
Agradeço a Sua Santidade Vedavyasapriya Maharaja por chamar minha atenção para essa
história.
: “Mas, algumas vezes, em Jaipur, eram lançados desafios, ‘A Gaudiya-sampradaya não
tem um comentário ao Vedanta-sutra’. Então, procurou-se Visvanatha Cakravarti
Thakura [para que ele escrevesse o comentário Gaudiya] [...] porque ele era um grande
erudito, um erudito já de idade, que vivia naquela época em Vrndavana [...] Ele já era
idoso; então ele autorizou Baladeva Vidyabhushana, ‘faça o comentário’. Não havia
nenhuma necessidade, mas as pessoas estavam exigindo: ‘onde está seu comentário
ao Vedanta-sutra?’. Então, Baladeva Vidyabhusana, com a ordem de Govindaji de Jaipur,
escreveu o comentário ao Brahma-sutra. Seu nome é Govinda-bhashya. Assim, a
Gaudiya-Brahma-sampradaya passou a também ter seu comentário aoBrahma-sutra. Foi
necessário”. [Carta – 30 de setembro de 1973, Bombaim] 40
40
Comentários ao Bhagavad-gita 13.8-12
As principais autoridades de Jaipur eram os Ramanandis (um desdobramento
da sampradaya Sri Vaisnava no norte da Índia) 41
41
A relação entre os Ramanandis e a sampradaya Sri Vaisnava é complexa, ou até mesmo
ambígua. Alguns relatos escritos dos Ramanandis traçam uma conexão entre a sampradaya Sri
Vaisnava e a Sri Ramananda, embora alguns Ramanandis posteriores (embora continuem
prezando Sri Ramanujacarya) afirmam serem de uma tradição espiritual independente. No tempo
de Baladeva Vidyabhusana, tal divisão dentro dos Ramanandis era, provavelmente,
institucionalizada.
Para uma discussão detalhada sobre esse assunto: WILLIAM, R. Pinch. Of Saints and Simple People,
Peasants and Monks in British India. Oxford University Press, Nova Delhi.
, e Sri Baladeva (começo do século dezoito) percebeu a importância estratégica de ter a
aprovação deles. O brilhante comentário de Sri Baladeva foi tão estimado pelos
examinadores Ramanandis que lhe presentearam com o título de Vidyabhusana:
“adornado com sabedoria”. Eles até quiseram tornar-se seus discípulos; mas Sri Baladeva
Vidyabhushana recusou. Ele aclamou a sampradaya de Ramanujacarya como a pioneira
em dasya-bhakti (servidão amorosa), e considerou inapropriado que os Ramanandis
abandonassem tal herança gloriosa. 42
42
Esses eventos são narrados no site iskcon.com: About Sri Baladeva Vidyabhusana.
Ortodoxia da ISKCON
Srila Prabhupada dedicou sua primeira grande obra – seu comentário ao Bhagavad-gita 43
43
Veja a dedicação na edição de 1972 da MacMillan
- a Sri Baladeva Vidyabhushana. Srila Prabhupada, assim, também estabelecia a
autoridade da Madhva-Gaudiya-sampradaya (agora no ocidente), atestando que sua
Sociedade Internacional para a Consciência de Krsna (ISKCON) não se tratava de um
novo culto, mas de um movimento ortodoxo. Srila Prabhupada também demonstrou
exemplar humildade insistindo que não estava tentando superar os grandiosos mestres do
passado, mas queria apenas trazer a tona seus ensinamentos:
Dr. Patel: Senhor, eu li seu comentário ao Bhagavad-gita e o de Ramanujacarya. Eles são
similares.
Prabhupada: Sim.
Dr. Patel: Eu acho que você tirou o seu dali… (risos)
Prabhupada: Como eu poderia…
Dr. Patel: Estou brincando.
Prabhupada: Não, não. Nosso processo é pegar dos acaryas. Nós não estamos criando
nada. Nós não somos patifes e tolos que criam coisas. Nós apenas pegamos os remanentes
dos acarya e explicamos de forma que as pessoas modernas possam entender... É isso que
fazemos.
Dr. Patel: São idênticos.
Prabhupada: Sim.… Se são idênticos, sou bem-sucedido. [3 de novembro de 1975,
Bombaim] 44
44
VedaBase: Morning Walk – 3 de novembro de 1975, Bombaim.
Vide também: “Nosso movimento é aprovado por todos os grandes acaryas da Índia. Ramanujacarya,
Madhvacarya, o Senhor Caitanya, e muitos outros”. [VedaBase: What Is a Guru?]
Vide também VedaBase, Madhya 25.26; e VedaBase, Srimad-Bhagavatam 1.2.34 – 13 de novembro de
1972, Vrndavana.
Similaridades e Diferenças
Não restam dúvidas que existem algumas diferenças entre as sampradayas Sri Vaisnava
e a Madhva-Gaudiya. Sri Vaisnavas acreditam que Sriman Narayana é a Pessoa Suprema
e a origem de todas as encarnações; Madhva-Gaudiyas defendem que Sri Krsna é o
Supremo, e que Sriman Narayana e os demais são suas encarnações. 45
45
Vide Sri Brahma-samhita 5.39. Considere também:
“Essa afirmação do Srimad-Bhagavatam (1.3.28) nega definitivamente o conceito de que Sri Krsna é um
avatara de Visnu ou Narayana. O Senhor Sri Krsna é a original Personalidade de Deus, a suprema causa de
todas as causas. Esse verso indica claramente que as encarnações da Personalidade de Deus, tais como Sri
Rama, Nrsimha e Varaha são todas, indubitavelmente, pertencentes ao grupo de Visnu, mas todas Elas são
ou porções plenárias ou porções de porções plenárias da original Personalidade de Deus, o Senhor Sri
Krsna” [VedaBase: Caitanya-caritamrta, Adi-lila 2.67]
Portanto, Madhva Gaudiyas (a) preferem adoram Radha-Krsna a Sriman Narayana, 46
46
Comentário ao Srimad-Bhagavatam 7.9.18 – 25 de fevereiro de 1976, Mayapur.
(b) consideram Goloka Vrndavana, e não Vaikuntha, como o planeta mais elevado 47
47
Vide Sri Brahma-samhita 5.43. Considere também:
Yasodanandana: Nas outras sampradayas Vaisnavas, como a Madhva-sampradaya e a Ramanuja-
sampradaya, eles não entendem que Krsna tem Seu próprio planeta, Goloka Vrndavana. Eles pensam que
existe apenas Vaikuntha e nada mais.
Prabhupada: O conhecimento deles é imperfeito. No Brahma-samhita está declarado: goloka-namni nija-
dhamni tale cha tasya [Bs. 5.43].
, e (c) consideram certos humores devocionais acessíveis apenas através de sua sucessão
discipular 48
48
Tamala Krsna: Só para pegar o ponto de Maharaja Acyutananda, parece, então, que os
Ramanujis e os Madhvites não aceitam Caitanya Mahaprabhu como a Suprema Personalidade
de Deus. Então, como eles podem...
Prabhupada: Então eles não podem entender as rasas superiores [VedaBase: Conversation with Devotees –
31 de março de 1975, Mayapur].
. Há também interessantes episódios com “discussões” entre Sri Vaisnavas e Vaisnavas
da Madhva-Gaudiya. Todavia, Srila Prabhupada participava de tais diálogos com grande
sensibilidade e respeito mútuo. 49
49
Destaque para a conversão de Venkata Bhatta por Caitanya Mahaprabhu; vide Sri Caitanya-
caritamrta, Madhya-lila, capítulo 9.
Sem comprometer sua fidelidade aos princípios peculiares à Madhva-Gaudiya-
sampradaya, ele sempre frisava a unidade:
“Todas trazem a mesma conclusão. Os acaryas Vaisnavas, assim como nosso
Ramanujacarya, Madhvacarya e Nimbarka, e [...] Visnusvami. Eles são todos do mesmo
movimento”. (Carta datada de 19 de fevereiro de 1976, Mayapur)
“Não há diferença. Isso é Vaisnavismo. Todos os Vaisnavas entendem que Visnu é o
Supremo. Às vezes acontecem coisas como entender Krsna como uma encarnação de
Visnu, e às vezes entender Visnu como uma encarnação de Krsna. Isso
são sampradayas... Mas seja como Krsna, seja como Visnu, Ele é o Supremo, isso é aceito
por todas”. (DataBase: Discussion. 6 de maio de 1975, Perth)
“Na sampradaya Vaisnava, alguns devotos adoram Radha-Krsna, e outros adoram Sita-
Rama e Laksmi Narayana. Alguns também adoram Rukmini-Krsna. Todos esses casais
são o mesmo casal, e todos os devotos são Vaisnavas. Se se canta Hare Krsna ou Hare
Rama, isso não é importante. A adoração aos semideus, todavia, não é recomendada”.
(Ensinamentos do Senhor Kapila, verso 44)
“No verso 154 [Caitanya-caritamrta, Madhya-lila, capítulo 9], Sri Caitanya Mahaprabhu
deixou isso de forma bem clara: ishvaratve bheda manile haya aparadha. ‘É ofensivo
fazer distinção entre as formas do Senhor”. (Caitanya-caritamrta, Madhya-lila, 9.155,
significado).
Tomando uma visão panorâmica, fica claro que o respeito de Srila Prabhupada por Sri
Ramanujacarya era intelectual, afetuoso e profundo. Srila Prabhupada, em suas aulas e
significados autorizados, citou Sri Ramanujacarya centenas de vezes. Aqui estão alguns
exemplos: quando explicando termos-chaves como sanatana dharma 50
50
VedaBase: Bhagavad-gita, Introdução
, bhakti-vedanta 51
51
VedaBase: Narada Bhakti Sutra 29
, e asura 52
52
VedaBase: Bhagavad-gita 7.1 – 14 de fevereiro de 1972, Madras; VedaBase: Sri Caitanya-
caritamrta, Madhya-lila 20.353-354 – 26 de dezembro de 1966, Nova Iorque.
, ou o conceito único do Pancha-tattva da Madhva-Gaudiya-sampradaya 53
53
VedaBase: Caitanya-caritamrta, Adi-lila, Introdução
; definindo vida humana como a busca pela verdade Absolua, 54
54
VedaBase: Jacques Maritain
ou fornecendo uma perspectiva correta para o varnashrama-dharma 55
55
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 5.19.19
; explicando como essa criação é real e una com Deus, e ao mesmo tempo subordinada a
Ele 56
56
: Ensinamentos do Senhor Caitanya, 20: O Objetivo do Estudo do Vedanta e Adi-lila 7.122
e Sua eterna propriedade 57
57
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 11.12.20
; grifando que a pluralidade de almas é um fato eterno 58
58
VedaBase: Bhagavad-gita 2.8-12 — 27 de novembro de 1968, Los Angeles.
; enfatizando a natureza real e transcendental da personalidade, forma e passatempos do
Senhor 59
59
VedaBase: Caitanya-caritamrta, Adi-lila 7.110 e Stotra-ratna 12, VedaBase: Bg 7.24
; embasando a relevância singular do conhecimento escritural 60
60
VedaBase: Caitanya-caritamrta, Madhya-lila 6.135
; falando sobre a meticulosa citação de textos Vedânticos 61
61
“Você vê o comentário de Ramanujacarya ao Bhagavad-gita. Nada mudou. Mas, em
cada shloka, ele traz evidências dos Vedas, dos Upanisad. Um acarya nunca muda”.
[VedaBase: Interview with Professors O’Connell, Motilal e Shivaram – 18 de junho de 1976,
Toronto].
Vide também VedaBase: Room Conversation – 19 de janeiro de 1976, Mayapur; VedaBase: Interview with
Professors O’Connell, Motilal and Shivaram — 18 de junho de 1976, Toronto; VedaBase: Evening
Darshana, 6 de julho de 1976, Washington, D.F.
; reconhecendo grandes autoridades do Vedanta 62
62
VedaBase: Caitanya-caritamrta, Adi-lila 10.105
; dando exemplo de habilidades polêmicas 63
63
“Dentre os Vaisnavas, ele foi o maior acarya, Ramanujacarya... Ainda hoje, no sul da Índia, os
Mayavadis e os Ramanujas têm encontros para discussões, e os Mayavadis são sempre
derrotados”. [VedaBase: Morning Walk —20 de novembro de 1975, Bombaim. Vide também
VedaBase: Krsna, a Suprema Personalidade de Deus 88: A Liberação do Senhor Shiva;
VedaBase: Carta a Atreya Rsi — 26 de janeiro de 1972, Nairobi]
; proclamando que, em última instância, todas as escrituras glorificam a Pessoa
Suprema 64
64
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 10.82.29-30
; exaltando a natureza doce do serviço devocional 65
65
VedaBase: Caitanya-caritamrta, Madhya-lila 8.57
; enfatizando que o serviço a Deus continua após a liberação 66
66
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 6.10.11
; ilustrando o poder transformador da castidade feminina 67
67
VedaBase: Bhagavad-gita 1.40 — 28 de julho de 1973, Londres
; afirmando haver completa aversão pelo prazer material após se provar bem-aventurança
espiritual 68
68
VedaBase: Bhagavad-gita 16.10 — 6 de fevereiro de 1975, Havaí; VedaBase: Srimad-
Bhagavatam 1.5.12-13 — 11 de junho de 1969, New Vrndaban.
;
indicando o caráter imaculado da moral Vaisnava 69
69
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 7.9.52 — 7 de abril de 1976, Vrndavana
, a necessidade de vairagya 70
70
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 5.5.1-2 — 7 de setembro de 1973, Stockholm
ou a audácia necessária no serviço devocional 71
71
VedaBase: Srimad-Bhagavatam 1.2.5 — 16 de outubro de 1972, Vrndavana
; justificando a transcendência ao sistema de castas 72
VedaBase: Bhagavad-gita 2.26 — 30 de novembro de 1972, Hyderabad; VedaBase: Srimad-
72

Bhagavatam 4.8.54
; exemplificando a distribuição liberal dos santos nomes como ápice da compaixão 73
73
VedaBase: Bhagavad-gita 6.25-29 —18 de fevereiro1969, Los Angeles; VedaBase: Bhagavad-
gita 18.67-69 — 9 de dezembro de 1972, Ahmedabad; VedaBase: Srimad-Bhagavatam 4.22.11;
VedaBase: Madhya 7.130; VedaBase: Path of Perfection 5: Determination and Steadiness in
Yoga; VedaBase: Srimad-Bhagavatam 1.2.11 — 26 de abril de 1974, Tirupati; VedaBase: Room
Conversation With John Lennon, Yoko Ono, and George Harrison — 11 de setembro de 1969,
Londres, em Tittenhurst; VedaBase: Carta a Satsvarupa — 14 de novembro de 1968, Los
Angeles.
; justificando a necessidade de templos 7

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