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Pindamonhangaba – SP
2016
Diego Pereira de Faria Vieira
Maicon Cabral dos Santos
Rafael Cabral Nunes da Silva
Pindamonhangaba – SP
2016
Vieira, Diego Pereira de Faria; Santos, Maicon Cabral dos; Silva, Rafael
Cabral Nunes da.
Antibioticoterapia na extração de terceiro molar.
/ Diego Pereira de Faria Vieira; Maicon Cabral dos Santos; Rafael
Cabral Nunes da Silva / Pindamonhangaba-SP: FUNVIC Fundação
Universitária Vida Cristã, 2016.
41f.
Monografia (Graduação em Odontologia) FUNVIC-SP.
Orientador: Orientadora: Profa. Dra. Susana Ungaro Amadei
Coorientadora: Profa. MSc. Karina Silva Nunes
Data: _________________
Resultado: _____________
BANCA EXAMINADORA
Agradeço primeiramente a Deus, pela vida, pela força e coragem para superar os
momentos mais difíceis, e por muitas alegrias e realizações durante toda minha trajetória.
A toda minha família, aos meus pais Rogério e Vanilza, por tudo que sempre fizeram
por mim, pela simplicidade, exemplo e carinho, fundamentais na construção do meu caráter e
ao meu irmão Max que tanto amo.
A minha noiva Denise, que participou intensamente em cada momento desse trajeto, me
deu forças, oferecendo-me carinho, amizade, companheirismo e acima de tudo amor. Obrigado
por me ajudar a realizar esse nosso sonho.
As Doutoras: Janaína, Vanessa e Elisângela pelos ensinamentos que foram de grande
valor para meu crescimento profissional.
Aos meus amigos Diego Vieira e Rafael Cabral agradeço pela amizade e
companheirismo na realização deste trabalho, a todos os professores do Curso de Odontologia
que contribuíram para esta conquista e a todos que de algum modo fizerem parte dessa minha
tão sonhada graduação. Muito obrigado!
Quero agradecer primeiramente à Deus, minha mãe Josiane Cabral, por ter me
possibilitado estar firme durante toda essa trajetória, caminho esse que irá me levar á realização
dos meus sonhos!
Meus irmãos Rodolfo Cabral e Ricardo Cabral, à minha Esposa Nayara Cabral e ao meu
filho Gabriel Cabral, sem vocês nada disso seria possível.
Obrigado pelo apoio, carinho e compreensão. Essa vitória não é só minha, é nossa!
Agradeço ao ensinamento de todos os professores, ao apoio da minha família, amigos e
a mim que mantive o meu foco para não desistir dos meus ideais.
Obrigado a todos que fizeram parte dessa minha longa e feliz trajetória.
A Profa. Dra. Cristiana Tengan pelo apoio, orientação e paciência durante a construção e
organização do trabalho;
Aos nossos orientadores, Profa. Dra. Susana Ungaro Amadei e Profa. MSc. Karina Silva Nunes,
pela dedicação e pelo entusiasmo com que orientou este trabalho;
Aos nossos amigos que ajudaram concluir este trabalho e que nos proporcionaram nesses anos
e principalmente nesses últimos meses momentos de alegria, descontração onde apoiamos uns
aos outros nos dando força para chegarmos até aqui.
“O prazer no trabalho, aperfeiçoa a obra.”
Aristótoles
RESUMO
A cirurgia para remoção de terceiro molar é uns dos procedimentos mais comuns realizados por
cirurgiões dentistas. A utilização de antibióticos na Odontologia, principalmente na exodontia
de molares, permanece controverso e obscuro, divergindo conceitos para a sua aplicação no
contexto odontológico. A finalidade desse estudo foi discutir de modo científico, a utilização de
antibióticos na extração de terceiros molares, desde cirurgias simples e complexas, e enfatizar a
real importância dessa classe farmacológica no âmbito ocupacional, expondo as opiniões de
diversos autores, bem como daqueles que executaram o mesmo trabalho. Atribuindo seus
benefícios na aplicação de diferentes casos no cotidiano clínico e cirúrgico. O objetivo geral
deste trabalho foi revisar por meio da literatura a atribuição do gênero da classe medicamentosa
(antibiótico) e seus benefícios no uso em âmbito ocupacional clínico e cirúrgico,
compreendendo melhor a prescrição antibiótica na exodontia de terceiro molar, evitando
consequências pós-operatórias. Concluímos que, a atribuição dessa classe medicamentosa é de
caráter subjetivo, onde cada caso deve ser analisado na sua particularidade e individualidade
para que haja sucesso na prescrição medicamentosa visando prognóstico positivo e favorável
no quadro de evolução e recuperação do paciente.
Surgery for third molar removal is one of the most common procedures performed by dentists.
The use of antibiotics in dentistry, especially in molar extraction, remains controversial and
obscure, diverging concepts for its application in the dental context. The purpose of this study
was to discuss in a scientific way the use of antibiotics in the extraction of third molars from
simple and complex surgeries and to emphasize the real importance of this pharmacological
class in the occupational field, exposing the opinions of several authors as well as of those who
performed The same work. Assigning its benefits in the application of different cases in clinical
and surgical daily life. The general objective of this study was to review the attribution of the
genus of the drug class (antibiotic) and its benefits in the clinical and surgical occupational
field, understanding better the antibiotic prescription in the third molar extraction, avoiding
postoperative consequences. We conclude that the attribution of this class of drugs is
subjective, where each case must be analyzed in its particularity and individuality so that there
is success in the prescription of a drug, aiming at a positive and favorable prognosis in the
evolution and recovery of the patient.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2 MÉTODO ............................................................................................................................. 13
3 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 14
3.1 Exodontia de terceiro molar e complicações .................................................................. 14
3.2 Cavidade oral e bacteremia ............................................................................................. 17
3.3 Endocardite bacteriana .................................................................................................... 18
3.4 Antibiótico ......................................................................................................................... 18
3.4.1 ANTIBIÓTICO NA ODONTOLOGIA .......................................................................... 19
3.4.2 MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS ........................................................ 21
3.4.3 FORMAS FARMACÊUTICAS APRESENTADAS E COMERCIALIZADAS ........... 22
3.4.4 HORÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO MEDICAMENTOSA .......................................... 23
3.4.5 EFEITOS COLATERAIS DOS ANTIBIÓTICOS ......................................................... 23
3.4.6 ALERGIA ÀS PENICILINAS ........................................................................................ 23
3.4.7 ANTIBIOTICOTERAPIA PÓS-OPERATÓRIO EM EXODONTIA ............................ 24
3.4.8 PROFILAXIA ANTIBIÓTICA ....................................................................................... 25
3.4.9 USO INDISCRIMINADO DO ANTIBIÓTICO ............................................................. 26
3.4.10 USO RACIONAL DOS ANTIBIÓTICOS ................................................................... 28
4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 29
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 35
10
1 INTRODUÇÃO
A cirurgia para remoção de terceiro molar é uns dos procedimentos mais comuns
realizados por cirurgiões dentistas. A utilização de antibióticos na Odontologia, principalmente
na exodontia de molares permanece controverso e obscuro, divergindo conceitos para a sua
aplicação no contexto odontológico.
Na década de 40 percorreu o início da administração de antibióticos no controle de
infecções pós-operatórias em cirurgias orais, sendo que, na exodontia o seu uso sempre foi
justificado por se tratar de procedimento cirúrgico. Por outro lado, seu uso caracteriza por ser
controverso e muitas vezes desnecessário. 1
A cavidade oral é colonizada por aproximadamente 1.000 a 100.000 microrganismos
envolvendo espécies diferentes, que estabelecem uma relação harmônica com o sistema
imunológico do ser humano. Em uma situação de desequilíbrio da flora bacteriana do indivíduo
ou da incorporação de um microrganismo externo, desenvolve-se um quadro de infecção. 2
Os antibióticos são fármacos amplamente utilizados nas diversas áreas odontológicas,
podendo seu emprego ter finalidades profiláticas e terapêuticas no controle de infecções. É de
importância que o cirurgião dentista esteja apto e consciente ao realizar o emprego correto
deste fármaco, tendo discernimento sobre a necessidade, o momento e a forma correta de
administrá-lo. 3
Em outro caso, o uso corriqueiro de forma extensiva e muitas vezes inapropriado dos
antibióticos, em conjunto com más condições de higiene, fluxo contínuo de viajantes, o
aumento de pacientes imunocomprometidos e a demora no diagnóstico das instalações
bacterianas resultando em infecções, tem favorecido o aumento da resistência desses
microrganismos. Estratégias podem ser adotadas para evitar o desenvolvimento deste fenômeno
que causa grande impactação e preocupação na área médica e odontológica, sendo como a
prevenção de infecções bacterianas com o uso de vacinas, o uso racional de antibióticos, o
controle e prevenção da disseminação de microrganismos resistentes, e a descoberta e o
desenvolvimento de novos agentes terapêuticos. Além dessas manobras a fim de se evitar a
resistência, a caracterização dos genes responsáveis por tais fatos, assim como sua localização e
diversidade, são de grande importância para o entendimento dos fatores envolvidos na
resistência bacteriana. 4
A prescrição de um antibiótico sem uma indicação precisa pode levar e resultar
em um desenvolvimento de resistência bacteriana, à emergência de novos patógenos e ao óbito
11
2 MÉTODO
3 REVISÃO DA LITERATURA
estruturas nervosas, fraturas radiculares, danos aos elementos vizinhos, fraturas ósseas, dor,
edema e principalmente infecção. Outros fatores como a sintomatologia, idade do paciente,
espaço disponível para erupção e posição em que o dente possa se encontrar no arco, devem
imprescindivelmente, serem considerados na definição da conduta do cirurgião. Sendo que o
tratamento medicamentoso é indispensável, pois mais de 90% dos pacientes necessitam de
analgesia pós-operatória, que além da dor, apresentam edema e a limitação da abertura bucal
relacionado ao processo inflamatório. 11-13
Em cirurgia oral de terceiro molar, o cirurgião dentista que executa tal procedimento,
deve necessariamente dispor de habilidade e técnica apurada, mas somente isso não garante um
pós-operatório seguro e confortável. Pois a ocorrência de dor até mesmo após uma manobra
cirúrgica correta tem sido descrita como uma experiência desagradável, tanto em nível
sensorial quanto psicológico, associada ou não ao trauma tecidual. 14-15
A reparação tecidual após a exodontia envolve quatro fases, sendo elas: coagulação
sanguínea, limpeza do defeito, formação tecidual e remodelação óssea. Após a remoção do
elemento dentário, ocorre um preenchimento sanguíneo para o interior do alvéolo, com
finalidade de formação de um coágulo. Concomitantemente, ocorre migração de neutrófilos e
macrófagos para este alvéolo, que realizará a remoção de bactérias e corpos estranhos
presentes, que consequentemente, perfaz a invasão de tecido vascular e células mesenquimais
para o coágulo a fim de formar tecido de granulação que gradualmente é substituído por tecido
conjuntivo. A formação de tecido ósseo primário, que preenche todo o alvéolo, sofre um
processo de remodelação, transformando se em osso medular e lamelar. 16
O planejamento cirúrgico é de plena importância e fundamental para a segurança do
cirurgião e do próprio paciente perante o trabalho a ser executado, pois índices de complicações
desencadeadas como infecções no sítio cirúrgico e alveolites, estão associados e direcionados
às extrações de terceiros molares. Esse planejamento é constituído de exame clínico e
radiográfico, pelos quais, o profissional obtém dados específicos da saúde geral do paciente
bem como a história médica e odontológica. O exame radiográfico evidencia a dificuldade e
complexidade para o ato cirúrgico que muitas vezes está relacionado com a posição ou forma
do dente. Com um planejamento adequado é possível prevenir acidentes no trans-operatório e
complicações no pós-operatório. 6, 17
É de extrema importância a escolha de um esquema terapêutico medicamentoso correto,
para diminuir e aliviar sinais e sintomas típicos da reação inflamatória e das complicações
infecciosas. Um dos principais medicamentos de que os cirurgiões dispõem em seu contexto
farmacológico são os antibiótico. No entanto, este medicamento merece especial atenção, pois
16
seu uso indiscriminado ao longo dos anos é apresentado como um dos maiores agentes de
pressão seletiva sobre as bactérias. 6
São esperados após a remoção cirúrgica de terceiros molares sintomatologias como dor,
edema e trismo, e apesar de transitórias, são fontes de ansiedade para o paciente, sendo seu
controle parte essencial para o sucesso da cirurgia oral. Acidentes operatórios como
comunicações buco-sinusais após a exérese cirúrgica de dentes ou restos radiculares maxilares,
fraturas de tábuas ósseas vestibulares, entre outras, são intercorrências comuns durante o ato
cirúrgico e muitas vezes, a dor pode estar envolvida. A sensação dolorosa desencadeada após a
exodontia atinge sua máxima intensidade nas primeiras 12 horas, tendo seu início logo após o
término do efeito do sal anestésico local. 18-19
Complicações pós-operatórias pode ocorrer perante o próprio manejo cirúrgico, ou após
alguns minutos ou até mesmo horas e dias. As mesmas podem ser de características locais ou
sistêmicas. As locais podem ser de origem infecciosa, hemorrágica, mecânica, nervosa ou
tumoral. As complicações sistêmicas, sendo elas mais raras, apresentam maior gravidade e
ocasionalmente, pode haver ocorrências de bacteremias e septicemias entre outras
complicações gerais. As bacteremias pós-extração dentária pode ser inofensiva em indivíduos
saudáveis, no entanto, em indivíduos com determinadas doenças de base como cardiopatias,
pode levar à ocorrência de endocardites bacterianas, sendo então necessária a realização de uma
profilaxia antibiótica adequada antes da manipulação cirúrgica. 10
As complicações infecciosas locais são: alveolites, abcessos e celulites, osteomielite,
sinusite e trismo. As sistêmicas são: bacteremias e septicemias. Em contrapartida, podem
ocorrer as complicações incomuns, como: fraturas ósseas durante a manobra de luxação e
exérese dentária, injúrias nas terminações nervosas (parestesia transitória e permanente),
principalmente dos ramos trigeminais, enfisema subcutâneo, deslocamento de dentes (ir para o
interior do seio maxilar), ruptura de tecidos moles. 10, 18
As complicações podem estar associadas a outros fatores não muitos mencionados
como a experiência do cirurgião dentista, a dificuldade, tempo e trauma trans-cirúrgico, tipo de
anestesia e até mesmo a sutura realizada. Pericoronarite e infecções do próprio dente e de
tecidos vizinhos, bem como baixo suprimento sanguíneo no alvéolo para a formação do
coágulo, doenças sistêmicas instaladas e descompensadas, uso de contraceptivos orais,
tabagismo e higiene oral precária favorece a intensificação de complicações no momento e
após a cirurgia. 16
17
3.4 Antibiótico
5
Castilho et al. observaram a carência sobre a inserção de medicamentos na prática
clínica odontológica. Os medicamentos mais utilizados são os de usos sistêmicos, incluindo
antimicrobianos (antibacterianos, antifúngicos e antivirais), analgésicos e anti-inflamatórios
não estereoidais. Os profissionais estão voltados principalmente, para as informações sobre
farmacologia e terapêutica oferecidas pelas escolas durante sua formação acadêmica, e muitas
vezes as mesmas escolas não dão ênfase adequada à terapêutica, estimulando o empirismo,
principalmente na administração de antibióticos.
Na década de 40, os antibióticos foram introduzidos no controle de infecções pós-
operatórias em cirurgias orais. Na clínica odontológica na manobra de exodontia, o uso do
mesmo é justificado por tratar-se de procedimento cirúrgico, no risco de desenvolver
bacteremia. Sendo assim, o uso de antibióticos nesses procedimentos é controverso e muitas
vezes desnecessário. A mesma manifestação após procedimentos de extração dental tem
20
Quanto aos efeitos indesejados proporcionados pelo uso de antibióticos, tem-se citado
na literatura que as penicilinas possuem pequena toxicidade devido ao seu mecanismo de ação,
mas a literatura relata enorme número de reações alérgicas de hipersensibilidade desencadeada
por este medicamento. As Tetraciclinas por sua vez, apresentam o inconveniente de inibir a
deposição de substâncias metabólicas responsáveis pelo crescimento dos dentes e ossos,
intensificando assim, a não indicação para crianças e gestantes que estejam em fase de
desenvolvimento e crescimento. Se por sua vez, um indivíduo que se encontra em uma dessas
fases, receber o mesmo fármaco, ocorrerá à substituição da deposição de ortofosfato de cálcio.
O mesmo antibiótico em nível dentário, promove discromia que varia do amarelo claro, cinza
escuro ou até mesmo, dentes extremamente escuros. Em grandes doses, a eritromicina, é capaz
de desencadear irritação gástrica, vômitos, náuseas e colestase hepática. A clindamicina é capaz
de provocar intolerância gástrica, distúrbio hepático, diarreia e gosto metálico na boca. 21-22
totalmente diferentes. Estes seres são considerados de alta capacidade de adaptação a diversos
fatores, como a exposição de agentes químicos potentes. 4
Essa resistência microbiana refere-se a cepas de microrganismos que se multiplicam em
presença de concentrações de antibióticos mais altos do que as que provêm de doses
terapêuticas administradas a seres humanos. O desenvolvimento a essa resistência se dá à
introdução de agentes farmacológicos na prática clínica. Seu uso irracional tem grande
significado para o desencadeamento para o aumento desse problema que aflige a área médica e
odontológica. As taxas de resistência variam de forma ao local na dependência e consumo de
antibióticos. A resistência da bactéria é preocupação de nível mundial, estes mesmos
constituem como os únicos medicamentos que influenciam não somente o paciente em
tratamento, mas todo o ecossistema onde ele esta inserido, com repercussões potentes e
profundas. E como apontam os estudos, as bactérias não reconhecem fronteiras internacionais,
de modo que a resistência bacteriana assume dimensão intercontinental (Pandemia). 24
Atualmente, a diversos fatores estão relacionados com a resistência microbiana, que
podem estar associados a diversos ambientes e podem atingir indivíduos saudáveis. A
alternativa que pode ser aplicada e adotada na tentativa de contornar este problema é o uso de
terapias associadas. Exemplos recentes de resistência a antibióticos são causada por patógenos
intracelulares, que constituem um reservatório para infecções recorrentes. Esse fato ocorre
quando os patógenos atacam células como os macrófagos e ficam em um estágio de dormência,
protegidos dos efeitos dos antibióticos administrados. Os antibióticos ampicilina e meropenem
são capazes de combater mais eficiente e rapidamente bactérias intracelulares do que
extracelulares. É imprescindível afirmar qual microrganismo vai ser influenciado por um
determinado antibiótico, pois nem sempre ocorre a resistência com o patógeno que está sendo
focado no tratamento. A natureza, assim como a virulência bacteriana, as fases de crescimento,
os fatores locais (potencial hidrogeniônico, suprimento sanguíneo, tamanho do inóculo), a
farmacocinética do antimicrobiano e a resistência do hospedeiro podem afetar significamente a
eficácia dos antibióticos, assim, o verdadeiro e único critério para o sucesso do tratamento é a
remissão da infecção. Portanto, o conhecimento dos mecanismos genéticos e bioquímicos
envolvidos na resistência bacteriana é de extrema importância para se entender como a bactéria
pode se desenvolver e ocasionar a resistência. 4, 20
O controle da resistência bacteriana depende de diversos fatores, sendo eles: autorização
de comercialização somente para antibióticos que atendam a padrões internacionais de eficácia
(segurança e qualidade), desenvolvimento de novos medicamentos e protocolos terapêuticos
para infecções prevalentes, desenvolvimento de vacinas, detecção do perfil de resistência
28
O uso dessa classe farmacológica está ligada diretamente com os integrantes dessa
cadeia em que indicam, utilizam, fabricam e distribuem esse medicamento. Intensificando em
si, que seu uso deve ser atribuído como dever de todos, sendo que, definir claramente o impacto
global do problema de resistência microbiana sobre a taxa de mortalidade, morbidade e custos
com a saúde acabam sendo de todos aqueles que os integram. Os integrantes são designados
como aqueles que: prescrevem (médicos e cirurgiões dentistas), paciente (consumidor),
indústria farmacêutica (que desenvolve e insere no mercado), sistema público de saúde (que
distribuem para a população) e a visão social sobre os antibióticos. No entanto, a contenção da
resistência somente será alcançada mediante uso racional de antimicrobianos em medicina
humana, pois ao escolher um antibiótico, os prescritores devem enfatizar atenção aos interesses
futuros e presentes dos pacientes, ocasionando um prognóstico favorável perante o tratamento.
24
29
4 DISCUSSÃO
12
Romagna et al. opinam vantagens do uso apropriado dessa classe farmacológica na
profilaxia, onde são óbvias a redução de incidência da infecção, minimizando os custos com
cuidados à saúde, diminuindo o uso total dos antibióticos e o surgimento de bactérias
resistentes em pacientes de alto risco.
Entretando, a prática de antibióticos profiláticos quanto à sua utilização, a literatura é
imperativa ao preconizar a não administração desses medicamentos, porque essas cirurgias
possuem uma taxa de complicação infecciosa insignificante estatisticamente quando esses
fármacos são administrados em pacientes saudáveis. 9
Zanata et al. 7 ressaltam perante a administração profilática constituído em prática como
objetivo de reduzir a incidência de infecção pós-operatória, existe baixa incidência de infecções
no pós-cirúrgico sem que o uso profilático tenha sido considerado como fator determinante.
Em uma lógica nessa prática farmacológica após procedimentos exodônticos de
terceiros molares, uma sequência sugerida abordou os seguintes princípios: o procedimento
cirúrgico deve ter certo risco de infecção significante, selecionar de forma correta o antibiótico
a ser empregado em tal caso, o nível do antibiótico deve ser alto (espectro de ação), administrar
o fármaco na hora correta e usar a menor exposição de antibiótico efetivo. 7
Sobre este tema discutido, a administração do mesmo se direciona em três formas na
exodontia de terceiros molares. Casualmente, suas indicações são realizadas nas seguintes
maneiras: em dose única pré-operatória (antibioticoprofilaxia), em doses múltiplas no pós-
operatório (terapêutica) ou combinação de ambas de forma concomitante. Ainda é controverso
o método de aplicação dessa droga, além disso, os trabalhos encontrados na literatura variam
bastante quanto aos antibióticos usados e suas posologias empregadas, sugerindo até que seja
dispensável seu uso, pois, seu uso no pós-operatório parece não apresentar muitas vantagens,
exceto em casos de pacientes que necessitam de atenções especiais. 6, 7
Em outra ocasião, quando existe a necessidade de intervir preventivamente em
manifestações infecciosas pós-cirúrgicas, o antibiótico deve ser administrado intra-operatório,
ou seja, iniciar antes e terminar logo após o procedimento cruento. Essa forma de administração
antibiótica é utilizada principalmente, em pacientes com desordens sistêmicas como diabetes,
transplantados renais, anêmicos, doenças auto-imunes e indivíduos em tratamento
quimioterápico. Essas desordens citadas enquadram-se em pacientes que necessitam de atenção
especial. Entretanto, de acordo com os princípios mais modernos de profilaxia, a primeira dose
antibiótica deve ser realizada antes do início da cirurgia e em dose maior que a dose terapêutica
padrão para que atinja níveis plasmáticos e tecidos no momento da contaminação. 2
32
Esses medicamentos citados a cima, são os de uso mais tradicionais nas virtudes de
cirurgias orais, sendo que, na terapêutica, o cirurgião disponibiliza qual droga prescrever e na
duração do tratamento (podendo ser de 3 até 10 dias de administração antibiótica, dependendo
da situação clínica). Entretanto, a prática dessa classe deve ser bem empregada, mesmo com
suas divergências, onde o profissional deve estabelecer uma boa base intelectual perante a
utilização desses fármacos, sendo que, uma vez empregado de forma correta, estabelecerá ao
paciente ausência de processo infeccioso repercutindo no quadro de saúde e evolução clínica,
atuando na prevenção e recuperação do operado, favorecendo uma relação cirurgião-paciente
confiável.
34
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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