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Ciências Sociais
Sociologia IV
Conhecimento e objetividade:
Alfenas
20 de fevereiro de 2017
Alfenas
2017
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo ser uma articulação das construções conceituais de
conhecimento e objetividade na literatura de Weber com a leitura de Foucault sobre Nietzsche
e a busca pelo conhecimento na modernidade desencantada, a necessidade de afastamento no
trabalho científico e a importância do seu método.
2. Conhecimento e objetividade
A ciência, incapaz de reproduzir o real, não pode ser, portanto, uma cópia ou
imagem da realidade. Em outras palavras: conhecimento não é reprodução do mundo,
é somente uma construção conceitual. (PINHEIRO, 2010, p.5)
Enquanto isso, Nietzsche se atem m ais a natureza da verdade, essa, sem pre
um a coleção de leituras, significações e interpretações (do “texto”) do que reprodução
fiel do real, que perm anece inatingível e sem significado “em -si”, sendo tal significado
atribuído pelas perspectivas.
Nietzsche nos apresenta o conhecim ento enquanto algo fabricado “por anim ais
inteligentes”, algo que, não houve um a origem , não foi sim plesm ente e naturalm ente
dado, m as enquanto um a invenção (Erfindung), essa um a ruptura, um pequeno
com eço, descendente de um a relação de poderes (validações e valorações).
A form a com o Nietzsche através de Foucault lida com o conhecim ento, m esm o
que não o conceituando enquanto conhecim ento científico, em função de seu
contexto, dá pistas claras da relação com o conhecim ento e o próprio tipo ideal na
literatura de Weber. A própria luta entre o conhecim ento e a natureza a se conhecer
(natureza desordenada, desprovida de sentido, etc) se reflete um tanto a percepção
da luta do conhecim ento científico com os valores e em am bos os casos a
im possibilidade de trabalhar com um “real”, som ente o “perspectivism o” em Nietzsche
e os “tipos ideais” e Weber.
3.Conclusão
Não som ente hoje, m as tam bém em qualquer outro m om ento histórico a
verdade está/esteve em disputa. Dentro do m eio judicial, o inquérito se estabeleceu
com o um dos prim eiros m eios ordenados de se buscar a verdade orientada à um fim .
Para além dos tribunais, a própria academ ia, enquanto catedral do conhecim ento
válido, é cobrada e se dispõe a dar sua explicação, e para isso precisa de suas
ferram entas.
A form a com o Foucault trabalha a ordem jurídica nos desperta a atenção para
o fato de que, com a racionalização da sociedade, da própria academ ia é cobrada
m uitas vezes consensos que auxiliem na resolução de conflitos interpessoais, o que
m uitos conceituam com o “judicialização da vida”, o que nos aproxim a bastante da
teorização de direitos hum anos.
Por outro lado, desde m uito antes são dem andadas soluções para conflitos
m ais am plos com o de classes, raça, etc, m uitos até m esm o instrum entalizando a
ciência que carecia de um a ordenação precisa. Mas, de qualquer form a, ao que nos
é exigido, tentam os responder.
A ciência não poderia criar m orais e visões de m undo, m as sim , através de sua
ordenação m etodológica, nos oferecer tipos ideais que nos auxiliam a traçar relações
causais, várias, e não som ente um a. Outrora a busca por leis gerais nos dificultou a
com preensão, a aproxim ação (ou reconstrução conceitual) do problem as que
buscávam os tão afetuosam ente solucionar. Num m undo cada vez m ais plural, faz-se
necessário que as ciências sociais se atente a m ultiplicidade dos discursos, ao passo
que se solidifique enquanto conhecim ento capaz de obter verdades a partir de um
m étodo funcional.
Referências Bibliográficas
COHN, Gabriel. A crítica dos valores, in Crítica e Resignação: Marx Weber e a teoria
social. São Paulo, Martins Fontes, 2003