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São Luís
2012
RAIMUNDO NONATO VIANA SANTOS
São Luís
2012
Santos, Raimundo Nonato Viana.
Efeito alelopático do extrato aquoso das folhas de abobora na
germinação de sementes de Mimosa nuttalli L. / Raimundo Nonato Viana
Santos.– São Luís, 2012.
.35 f
CDU: 635.621:664.932.2
Ao Senhor Deus, Pai, misericordioso, santo, bondoso, autor e
consumador da minha fé, pela minha vida,
Aos meus pais, João e Maria José (Zuzinha), pelo amor, confiança,
credibilidade e apoio,
Aos meus irmãos Ester, Alideia, Maria (Nani), Manoel e Socorro,
meus sobrinhos Gustavo e Ana Sofia, pelas boas risadas,
Aos meus professores Soraya Trabulsi e Sérgio Barros, pelo
investimento, por acreditarem em mim e aos meus amigos pela força,
apoio, por todas as horas de alegria, com satisfação e carinho.
DEDICO!
AGRADECIMENTOS
A Deus, o que seria de mim se não fosse as suas misercórdias. Pelo seu poder e
autoridade pude conquistar esta batalha de cinco anos e ainda ficar de pé. Esse é o
DEUS que eu sirvo. Ele é forte, zeloso, bom, benigno, misericordioso. A Ele toda glória,
adoração, louvor e honra pelos séculos dos séculos. Amém!!
Aos meus irmãos Ester, Alideia, Nani, Manoel, Socorro. Aos meus sobrinhos Gustavo e
Sofia,
Aos meus professores Soraya e Sérgio pelo investimento e por acreditar em mim,
À minha namorada Luciana, que sempre esteve ao meu lado dando todo apoio e
confiança nas horas mais difíceis,
Aos meus tios Walmir e Socorro por estes oito anos em sua casa. Aos meus primos Werly
e Jeisyane, e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços
para que eu chegasse até esta etapa de minha vida,
À professora Josilda, pelos ensinos, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e pela
amizade. À professora Maria José por fazer parte da banca e por revisar minha
monografia,
Ao professor Francisco Nóbrega pelo incentivo e pelo respeito. À Denise pela paciência
nas impressões de vários documentos. Deus te abençoe!!!
A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e
no desenvolvimento desta monografia,
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Páginas
REFERENCIAL TEÓRICO
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RESUMO
O efeito inibitório ou benéfico, de uma planta sobre outra, via produção de compostos
químicos chama-se alelopatia. O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial alelopático de
extratos de folhas de abóbora sobre a germinação de sementes de mimosa. O delineamento
experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, no esquema fatorial,
combinando três idades das plantas (2, 4 e 6 semanas) com cinco concentrações dos extratos
de folhas (0, 25, 50, 75 e 100%). Os extratos foram obtidos de folhas trituradas com 675 ml
de água destilada, obtendo-se a solução estoque (100%) e as demais concentrações. Foram
utilizadas 50 sementes em placas de Petri sobre papel de filtro umedecido com 1,3 ml dos
extratos. Foi avaliada a percentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação.
O percentual de germinação das sementes foi afetado pelos extratos das folhas de abóbora nas
idades de duas e quatro semanas. O índice de velocidade de germinação não foi influenciado
pela idade das plantas nas concentrações de 0, 50 e 75%. As plantas de abóbora em estágio
inicial de desenvolvimento apresentaram maior efeito alelopático sobre a germinação e o
índice de velocidade de germinação de sementes de mimosa.
Palavras-chave: Cucurbita moschata, alelopatia, planta daninha.
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ABSTRACT:
The inhibitory effect or beneficial, from a plant on another, via production of chemical
compounds called allelopathy. The objective of this work was to evaluate the allelopathic
potential of pumpkin leaves extracts on the germination of seeds of mimosa. The
experimental design was completely randomized design, with four replications in factorial
scheme, combining three ages of plants (2, 4 and 6 weeks) with five concentrations of the
extracts of leaves (0, 25, 50, 75 and 100%). The extracts were obtained from crushed leaves
with 675 ml of distilled water to obtain the stock solution (100%) and the other
concentrations. We used 50 seeds in Petri dishes on filter paper moistened with 1.3 ml of
extracts. It was evaluated the germination percentage and germination speed index. The seed
germination percentage was affected by the extracts from the leaves of squash in the ages of
two and four weeks. The germination speed index was not influenced by age of plants at
concentrations of 0, 50 and 75%. Squash plants in early stages of development had higher
allelopathic effect on germination and germination speed index of seeds of mimosa.
Key-words: Cucurbita moschata, allelopathy, weed.
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1. INTRODUÇÃO
O aumento da demanda por alimentos produzidos sem uso de agrotóxicos criou um
mercado atrativo aos produtores. Isso fez com que os agricultores interessados em atender
esta demanda alterassem o sistema de produção que vinham adotando, substituindo o sistema
convencional, que permite o uso de agrotóxicos, pelo sistema orgânico, que não permite o uso
de substâncias sintetizadas no processo de produção (VARGAS e BERNARDI, 2003). Entre
os agrotóxicos destacam-se os herbicidas que são aplicados em lavouras com o objetivo de
eliminar as plantas daninhas presentes, nas quais os efeitos sobre a cultura muitas vezes não
são perceptíveis ou não são amplamente considerados. Existem relatos de diferentes efeitos
fisiológicos secundários induzidos por herbicidas. Esses efeitos incluem alterações tanto no
metabolismo do nitrogênio e nos níveis hormonais quanto no metabolismo secundário da
planta (LYDON e DUKE, 1989; DEVINE et al.,1993). Além desses, acrescenta-se a poluição
ao ambiente, o comprometimento da vida silvestre e a contaminação dos alimentos usados na
dieta humana.
Entre as alternativas ao uso de herbicidas nos diversos sistemas orgânicos e mesmo
nos sistemas convencionais tem-se a alelopatia que é definida como o efeito prejudicial ou
benéfico entre plantas por meio de substâncias químicas, chamadas de aleloquímicos lançadas
no meio. As substâncias alelopáticas podem interferir na germinação de sementes e/ou
estabelecimento e desenvolvimento de indivíduos vegetais próximos (FERREIRA, 2004;
GATTI et al., 2007).
Os compostos alelopáticos são produtos naturais que podem ser metabólitos diretos,
subprodutos de outros processos metabólicos ou produtos da decomposição de compostos ou
da biomassa. Esses compostos são liberados pelas plantas de várias maneiras, podem ser
lavados das folhas verdes, lixiviados de folhas secas, volatilizados das folhas, exsudados das
raízes, ou liberados durante a decomposição de restos de plantas (GLIESSMAN, 2009). Esses
compostos podem ser produzidos tanto por plantas daninhas como pelas culturas nos
agroecossistemas.
A produção de aleloquímicos pelas culturas nos agroecossistemas apresentam grandes
possibilidades de manejo de plantas daninhas sem o uso de herbicidas nos sistemas orgânicos
e nos convencionais. Entre as culturas agrícolas citadas na literatura como alelopáticas tem-se
a moranga, que segundo Gliessman, (2009), além do controle físico das ervas adventícias
provocado pelas folhas espessas, largas, horizontais que bloqueiam a luz solar, prevenindo a
germinação e o crescimento de ervas; produzem compostos alelopáticos que lixiviados pelas
chuvas que lavam as folhas inibem o crescimento destas.
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2. ALELOPATIA
A palavra alelopatia vem do grego allelon (mútuo) e pathos (doença, prejuízo) termo
criado por Molisch, em 1937. Apesar do significado da palavra indicar apenas efeitos
prejudiciais, o próprio Molisch a usava para indicar todas as interferências entre plantas de
diferentes espécies e microorganismos em um mesmo ambiente, ou seja, tantos efeitos
positivos quanto negativos (NUNES et al., 2002). Segundo Souza Filho e Alves (2002),
atualmente, o termo alelopatia é entendido como sendo todo efeito direto e indireto de uma
planta sobre outra, incluindo a participação dos microorganismos, via produção de
substâncias químicas que são liberadas para o meio ambiente.
As substâncias alelopáticas são encontradas em diferentes partes das plantas e durante
seu ciclo de vida (periodicidade). Quando estas substâncias são liberadas em quantidades
suficientes causam inibição ou estimulação (dependendo da concentração) da germinação,
crescimento e/ou desenvolvimento de plantas já estabelecidas (CARVALHO, 1993). Esses
compostos são liberados pelas plantas de várias maneiras, podem ser lavados das folhas
verdes, lixiviados de folhas secas, volatilizados das folhas, exsudados das raízes, ou liberados
durante a decomposição de restos de plantas (GLIESSMAN, 2009). Segundo Nunes et al
(2002), a concentração dessas substâncias está relacionada às condições hídricas e
nutricionais da planta, sendo que normalmente as concentrações aumentam quando ocorre
alguma deficiência na planta. A idade do tecido ou da planta também são fatores que
interferem na concentração e produção de substâncias alelopáticas.
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De acordo com PITTY (1997), a maioria dos compostos alelopáticos são chamados
compostos secundários, pois se encontram de forma esporádica em algumas plantas e
aparentemente não têm nenhuma função direta no desenvolvimento e crescimento das plantas.
Segundo LUZ (2009) existem mais 300 compostos secundários vegetais e microbiológicos,
entre os agentes alelopáticos, pertencente a muitas classes de produtos químicos e esse
número continua aumentando com a realização de novas pesquisas. A atividade dos
aleloquímicos tem sido usada como alternativa ao uso de herbicidas, inseticidas e nematicidas
(defensivos agrícolas). A maioria destas substâncias provém do metabolismo secundário,
porque na evolução das plantas elas representaram alguma vantagem contra a ação de
microorganismos, vírus, insetos, e outros patógenos ou predadores, seja inibindo a ação destes
ou estimulando o crescimento ou desenvolvimento das plantas (WALLER, 1999; VILELA,
2009).
O conhecimento dos efeitos alelopáticos e dos mecanismos de ação de várias
substâncias são importantes para se entender as interações entre plantas, tanto nos
ecossistemas naturais, como nos agrícolas. A grande diversidade dos compostos que causam
alelopatia indicam diferentes mecanismos de ação (EINHELLIG, 1995). Os aleloquímicos
interferem na germinação, crescimento das plantas, atividades enzimáticas, fotossíntese,
respiração, permeabilidade da membrana, assimilação de nutrientes e na síntese de proteínas
(RICE, 1984; ALMEIDA, 1988; PIRES, 2001). Entretanto, Borella et al. (2011) destacam que
a inibição da germinação das sementes e do crescimento inicial das plântulas é a etapa mais
afetada nas interações alelopáticas, sendo o crescimento inicial das plântulas mais sensível
que a germinação, pois para cada semente, o fenômeno é discreto, germinando ou não
(FERREIRA e AQUILA, 2000). A demonstração dos efeitos alelopáticos tem sido feita
experimentalmente por meio da aplicação de extratos de uma planta a sementes ou plântulas
de outras espécies. O bioensaio mais utilizado para testar a atividade dos aleloquímicos é a
inibição (ou algumas vezes o estímulo) da germinação de sementes (PIRES e OLIVEIRA,
2011). Pesquisas conduzidas por Aires et al., (2005) com extratos de folhas e frutos de
Solanum lycocarpum sobre a germinação e crescimento de Sesamun indicum L. mostraram
que os extratos de frutos aumentaram significativamente o tempo médio de germinação a 30
ºC e reduziram a germinabilidade a 22 ºC.
O efeito alelopático das culturas sobre plantas daninhas não é muito comum, e essa
deficiência de defesa das plantas cultivadas é atribuída à seleção a que estas têm sido
submetidas ao longo do tempo, para a investigação de outras características que não as de
agressividade para com outras plantas (SILVA e SILVA, 2007). Assim, os estudos de
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espécies cultivadas que tenham potencial alelopático são importantes contribuições para o
manejo das plantas daninhas nos sistemas agrícolas. Culturas agrícolas como arroz, aveia,
milho, trigo, sorgo, girassol são citadas na literatura com propriedades alelopáticas já
comprovadas. Além dessas destacam-se os adubos verdes e determinadas cucurbitáceas como
a moranga que segundo Gliessman (2009) além do controle físico das ervas adventícias
provocado pelas folhas espessas, largas, horizontais que bloqueiam a luz solar, prevenindo a
germinação e o crescimento de ervas; produzem compostos alelopáticos que são lixiviados
pelas chuvas que lavam as folhas, inibindo o crescimento das plantas daninhas.
Experimentos conduzidos por Gliessman (1983) com extratos de folhas maduras de
abóbora em consórcio com milho e feijão inibiram o desenvolvimento da radícula de
sementes de repolho, enquanto as de milho e feijão foram apenas ligeiramente afetadas.
Entretanto pesquisas conduzidas por Qasem e Issa (2005) com lixiviados da folhagem de C.
pepo em baixa concentração reduziu a germinação das plantas daninhas Amaranthus
retroflexus, Chenopodium murale, Eruca sativa, Malva sylvestris, Portulaca oleracea e
Solanum nigrum. Pesquisas realizadas por Teixeira et al. (2004) com adubos verdes
mostraram reduções no índice de velocidade de germinação de sementes de picão preto
submetidas à concentração 12% de extratos de mucuna-preta (Stilozobium aterrimum), para
testes com Crotalaria spectabilis, Crotalaria juncea, Stilozobium sp. e Cajanus cajan houve
tendência a redução do IVG, no entanto não diferiram do controle. Em bioensaio com
semente de tomate, Borella e Pastorini (2009) notaram que o índice de velocidade de
germinação para o tratamento controle e o tratamento submetido a extratos de folhas de umbu
na concentração 1% não diferiu significativamente, no entanto a partir do tratamento com
sementes submetido à concentração 2% observou-se redução do número médio de sementes
germinadas por dia, a redução foi proporcional ao aumento da concentração dos extratos.
sendo esta última a segunda maior produtora, com área colhida de 45.912 ha e 92.894 t
produzidas, com destaque para os estados da Bahia e Maranhão.
No Maranhão, particularmente na Ilha de São Luís que compreende os municípios de
São Luis, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa segundo o Inagro (2005), a
projeção de consumo de abóbora é de 2 ton mês-1, sendo o consumo maior (63,61%) entre
aqueles que recebem até dois salários mínimos.
Na Ilha de São Luís, a abóbora é cultivada principalmente por agricultores familiares
em consórcio com as culturas do feijão, milho e mandioca sem uso de tecnologia, como
adubação química e irrigação. Portanto, é uma cultura de relevante importância sócio-
econômica para os produtores locais.
As abóboras são plantas anuais, em que ocorre o desenvolvimento simultâneo da parte
vegetativa, da floração e da frutificação. O hábito de crescimento é indeterminado, podendo
as ramas atingir 6 metros de comprimento. As folhas são grandes, de coloração verde-escura,
com manchas prateadas nas folhas de abóbora e dos híbridos. É uma espécie de clima quente,
favorecidas por temperaturas elevadas e tolerantes a temperaturas amenas. Os híbridos
interespecíficos são mais tolerantes a temperaturas menores, em relação às abóboras,
adaptando-se melhor à cultura durante o outono-inverno. Todas as cultivares são intolerantes
a baixas temperaturas e também extremamente sensíveis à geadas. A planta é afetada por um
fotoperíodo, sendo os dias curtos favoráveis à floração feminina, em detrimento das flores
masculinas, resultando em maior produtividade. A pluviosidade excessiva é mais bem
tolerada pelas abóboras, inclusive sob temperaturas elevadas. O plantio é mais comumente
efetuado durante a primavera-verão, inclusive sem utilização da irrigação. Em regiões de
baixada, com inverno suave é possível efetuar o plantio de abóboras ao longo do ano, desde
que haja disponibilidade de irrigação São culturas rústicas, adaptáveis a variados tipos de
solo, porém produzem melhor naquele de textura média. Adaptam-se à faixa de pH 5,5 a 6,5.
As abóboras são menos exigentes em nutrientes, em relação a outras cucurbitáceas
(FILGUEIRA, 2003).
Ao grupo das abóboras pertencem a abóbora rasteira (Cucurbita moschata, Duchesne),
a moranga (C. máxima, Duchesne), a moranga híbrida, obtida pelo cruzamento da abóbora
com moranga, e a abobrinha (C. pepo, Duchesne), também chamada abobrinha italiana. Sendo
cultivadas em praticamente todo o mundo, as cucurbitáceas estão distribuídas em
aproximadamente 80 gêneros, tendo grande importância econômica e social (DUTRA et al.,
2006).
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5. REFERÊNCIAS
DEVINE, M.; DUKE, S.O.; FEDTKE, C. Oxygen toxicity and herbicidal action; Secondary
physiological effects of herbicides. In: Physiology of herbicide action. New Jersey:
Prentice-Hall, 1993. Cap.9, cap.16, p.177-188.
DOYLE, J.J.; LUCKOW, M.S. The rest of the iceberg: legume diversity and evolution in a
phylogenetic context. Plant Physiology. v. 131, p. 900-910, 2003.
DUTRA, A.; e VIEIRA, R.D. Teste de condutividade elétrica para a avaliação do vigor e
sementes de abobrinha. Revista brasileira de sementes. v. 28, p. 117 – 122, 2006.
LEWIS, G., SCHRIRE, B., MACKINDER, B., LOCK, M. Legumes of the World. (eds.)
(2005). Royal Botanic Gardens, Kew. 577 pp.
LYDON, J.; DUKE, S.O. Pesticide effects on secondary metabolism of higher plants.
Pesticide Science, London, v.25, n.4, p.361-373, 1989.
SILVA, A. A. da; SILVA, J. F. da. Tópicos em Manejo de Plantas daninhas. Ed. UFV.
367p. 2007.
WHITAKER, T. W.; CARTER, G. F. Critical notes on the origin and domestication of the
cultivated species of Cucurbita. Journal of Botany, v. 33, n.1, p. 10-15, 1946.
Resumo:
O efeito inibitório ou benéfico, de uma planta sobre outra, via produção de compostos
químicos chama-se alelopatia. O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial alelopático de
extratos de folhas de abóbora sobre a germinação de sementes de mimosa. O delineamento
experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, no esquema fatorial,
combinando três idades das plantas (2, 4 e 6 semanas) com cinco concentrações dos extratos
de folhas (0, 25, 50, 75 e 100%). Os extratos foram obtidos de folhas trituradas com 675 ml
de água destilada, obtendo-se a solução estoque (100%) e as demais concentrações. Foram
utilizadas 50 sementes em placas de Petri sobre papel de filtro umedecido com 1,3 ml dos
extratos. Foi avaliada a percentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação.
O percentual de germinação das sementes foi afetado pelos extratos das folhas de abóbora nas
idades de duas e quatro semanas. O índice de velocidade de germinação não foi influenciado
pela idade das plantas nas concentrações de 0, 50 e 75%. As plantas de abóbora em estágio
inicial de desenvolvimento apresentaram maior efeito alelopático sobre a germinação e o
índice de velocidade de germinação de sementes de mimosa.
Palavras-chave: Cucurbita moschata, alelopatia, planta daninha.
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Abstract:
The inhibitory effect or beneficial, from a plant on another, via production of chemical
compounds called Allelopathy. The objective of this work was to evaluate the allelopathic
potential of pumpkin leaves extracts on the germination of seeds of mimosa. The
experimental design was completely randomized design, with four replications in factorial
scheme, combining three ages of plants (2, 4 and 6 weeks) with five concentrations of the
extracts of leaves (0, 25, 50, 75 and 100%). The extracts were obtained from crushed leaves
with 675 ml of distilled water to obtain the stock solution (100%) and the other
concentrations. We used 50 seeds in Petri dishes on filter paper moistened with 1.3 ml of
extracts. It was evaluated the germination percentage and germination speed index. The seed
germination percentage was affected by the extracts from the leaves of pumpkin in the ages of
two and four weeks. The germination speed index was not influenced by age of plants at
concentrations of 0, 50 and 75%. Pumpkin plants in early stages of development had higher
allelopathic effect on germination and germination speed index of seeds of mimosa.
Key-words: Cucurbita moschata, allelopathy, weed.
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Introdução
A interferência natural pelo qual determinada planta produz substâncias que, quando
liberadas no ambiente, podem prejudicar ou estimular outros organismos chama-se alelopatia
(ÁQUILA, 2000; WANDSCHEER; PASTORINI, 2008; SOUZA FILHO et al., 2009). As
substâncias alelopáticas são encontradas em diferentes partes das plantas e durante seu ciclo
de vida (periodicidade). Esses compostos podem ser produzidos tanto por plantas daninhas
como pelas culturas nos agroecossistemas e são liberados pelas plantas quando lavados das
folhas verdes, lixiviados de folhas secas, exsudados das raízes, volatilizados das folhas, ou
liberados durante a decomposição de restos de plantas (GLIESSMAN, 2009).
Os compostos com potencial alelopático podem interferir em diversos processos
fisiológicos dos vegetais, como germinação, crescimento das plantas, atividades vitais,
enzimáticas, fotossíntese, respiração, permeabilidade da membrana, assimilação de nutrientes
e a síntese de proteínas (RICE, 1984; ALMEIDA, 1988; PIRES, 2001), porém, Borela et al.
(2011) destacam que a inibição da germinação das sementes e do crescimento inicial das
plântulas é a etapa mais afetada nas interações alelopáticas, sendo o crescimento inicial das
plântulas mais sensível que a germinação, pois para cada semente, o fenômeno é discreto,
germinando ou não (FERREIRA; AQUILA, 2000). Para Fritz et al. (2007), o entendimento
desses processos é de suma importância na compreensão das interações vegetais em
ambientais naturais e agroecossistemas, pois de acordo com Souza Filho (2006), a alelopatia é
um fenômeno que tem participação direta ou indireta nos problemas de interferência química,
que podem se manifestar em diferentes sistemas de produção agrícola, tanto entre plantas
cultivadas-plantas daninhas como em plantas cultivadas-plantas cultivadas.
Os estudos da produção de aleloquímicos pelas culturas nos agroecossistemas
apresentam grandes possibilidades de manejo de plantas daninhas sem o uso de herbicidas,
pois estes podem dificultar o estabelecimento de plantas daninhas nos sistemas agrícolas.
Entre as culturas agrícolas citadas na literatura como alelopáticas tem-se a moranga que
segundo Gliessman (2009) além do controle físico das ervas adventícias provocado pelas
folhas espessas, largas, horizontais que bloqueiam a luz solar, prevenindo a germinação e o
crescimento de ervas; produzem compostos alelopáticos que são lixiviados pelas chuvas que
lavam as folhas, inibindo o crescimento das plantas daninhas. A abóbora é uma hortaliça
cultivada no Brasil em diversos estados, sendo esta produção realizada principalmente por
agricultores familiares que, muitas vezes produzem suas próprias sementes. São plantas
anuais, em que ocorre o desenvolvimento simultâneo da parte vegetativa, da floração e da
frutificação. O hábito de crescimento é indeterminado, podendo as ramas atingir 6 metros de
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comprimento. As folhas são grandes, de coloração verde-escura, com manchas prateadas nas
folhas de abóbora e dos híbridos (FILGUEIRA, 2003). Além disso, são culturas rústicas,
adaptáveis a variados tipos de solo, que podem ser uma alternativa no sistema de consórcio ou
rotação para o controle de plantas daninhas. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi
avaliar o possível efeito alelopático de extratos aquosos de folhas de abóbora sobre a
germinação da planta daninha Mimosa nuttallii L.
Material e Métodos
A abóbora (Cucurbita moschata L.) foi semeada em 13 de novembro de 2012 na
Fazenda Escola São Luís do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual do
Maranhão localizada em São Luís-MA. Após a emergência das plantas, as folhas foram
coletadas nas idades de 2, 4 e 6 semanas após a semeadura. Em cada idade de coleta, foram
obtidas 100 folhas frescas com pecíolo, padronizadas quanto à coloração e tamanho.
As folhas frescas foram levadas para o Laboratório de Pós-colheita da Universidade
Estadual do Maranhão onde foram trituradas em um liquidificador com água destilada na
proporção de 675 ml. Essa quantidade de água resultou da relação entre o peso da matéria
fresca e o peso da matéria seca do vegetal em estudo para adição da água destilada (p/v),
conforme metodologia de Medeiros, (1989). Em seguida o extrato foi filtrado em papel de
filtro, obtendo-se a solução estoque, considerada de concentração igual a 100%. A
concentração estoque foi diluída nas concentrações de 25, 50 e 75% e como testemunha foi
usada água destilada (0%).
Para avaliar os efeitos dos extratos foram conduzidos testes de germinação, em placas
de Petri de 9 cm de diâmetro, com 50 sementes de mimosa por repetição, dispostas sobre
papel de filtro, embebidos com 1,3 ml do volume das soluções em todos os tratamentos. O
volume de solução a ser adicionada ao substrato foi obtido da relação volume de solução (mL)
por peso do papel (g). Após pesagem do papel o resultado foi multiplicado por 2,5 (duas vezes
e meia). Os tratamentos foram umedecidos quatro vezes em intervalos de 1 (um) dia. As
placas foram acondicionadas em estufa tipo B.O.D regulada com fotoperíodo de 12 horas
claro e 12 horas escuro sob temperaturas alternadas de 25°-30°C D de acordo com as Regras
para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
As sementes de mimosa (M. nutalli) foram coletadas em área da Fazenda Escola São
Luís e passaram por processo de limpeza e superação de dormência tegumentar feita por
escarificação mecânica utilizando-se uma folha de lixa massa A257 conforme as Regras para
Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
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A germinação foi observada por oito dias para cada tratamento, realizando-se
contagens diárias, tendo inicio em 29 de novembro e término em 3 de janeiro de 2013.
Consideraram-se germinadas aquelas sementes que apresentavam no mínimo 02 mm de
protrusão de raiz primária (BRASIL, 2009). A germinação foi avaliada por meio de dois
aspectos: o percentual de germinação e o Índice de Velocidade de Germinação (IVG). Este
último foi obtido por meio da fórmula IVG = [ N1/1 + N2/2 + N3/3 + ...+ Nn/n ] x 100, onde:
N1, N2, N3 e Nn correspondem à proporção de sementes germinadas no primeiro, segundo,
terceiro e enésimo dias a partir da semeadura (MAGUIRE, 1962).
O experimento foi instalado no esquema fatorial, no delineamento inteiramente
casualizado, com quatro repetições, combinando três idades das plantas (2, 4 e 6 semanas)
com cinco concentrações dos extratos (0, 25, 50, 75 e 100%), resultando 15 tratamentos.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância. Para o fator quantitativo
(concentração) foi realizado à análise de regressão e as médias comparadas pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade, para as idades das plantas. Foi utilizando o programa
estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).
Resultados e Discussões
Para a germinação das sementes, houve efeito significativo da interação entre
concentração e idade das plantas (Tabela 1). Para todas as concentrações dos extratos foram
verificadas inibições significativas sobre a germinação das sementes de mimosa (M. nuttalli)
quando se analisa o efeito das idades, exceto para a testemunha (Tabela 1). A concentração de
100% provocou as maiores inibições da germinação das sementes de Mimosa, sendo da
ordem de 25,0; 54,4 e 69,5%, para a idade de 2, 4 e 6 semanas, respectivamente.
O percentual de germinação de sementes de mimosa (M. nuttalli) foi afetado pelas
idades de duas e quatro semanas dos extratos das folhas de abóbora. As menores porcentagens
de germinação das sementes foram observadas principalmente com extratos de folhas de
abóbora com duas semanas (Tabela 1). Isso sugere que a presença de substância com
potencial alelopático em folhas de abóbora capaz de inibir a germinação de sementes de
mimosa (M. nuttalli) é encontrada em maior concentração em plantas em estágio inicial de
desenvolvimento, uma vez que os extratos das folhas seis semanas de idade não apresentaram
potencial de inibição da germinação. Segundo Luz (2009), é possível que a provável maior
concentração de substâncias com potencial alelopático existente nas folhas de plantas mais
jovens, esteja relacionada com um período de maior vulnerabilidade das folhas ao ataque de
insetos e fungos, visto que nessa fase as folhas são mais tenras, e apresentam menor
25
pilosidade do que as folhas de plantas adultas. Além disso, Ribeiro et al. (2009) destacam que
a folha é o órgão da planta mais ativo metabolicamente, sendo razoável que elas apresentem
maior diversidade de aleloquímicos e maior efeito alelopático.
O índice de velocidade de germinação não foi influenciado pela idade das plantas nas
concentrações de 0, 50 e 75%. Extratos de folhas com 4 semanas na concentração 25%
aumentou o IVG, enquanto na concentração de 100% diminuiu o IVG das sementes de
mimosa (Tabela 3). Isto indica que no inicio da fase vegetativa as substâncias alelopáticas
foram liberadas pelas plantas em maiores concentrações afetando o IVG das sementes de
mimosa. Entretanto, a idade de 4 semanas favoreceu o aumento do IVG com extratos sob
baixas concentrações. Testando extratos de Cucurbita pepo em diferentes concentrações sobre
as plantas daninhas A. retroflexus, C. murale, E. sativa, M. sylvestris, P. oleracea e S. nigrum,
Qasem e Issa (2005) demonstraram que houve efeito alelopatico sobre crescimento de raízes e
parte aérea e que o efeito inibitório aumentou com a concentração do extrato. De forma
semelhante Borella e Pastorini (2009) em bioensaio com sementes de tomate notaram que o
índice de velocidade de germinação para o tratamento controle e o tratamento submetido a
extratos de folhas de umbu na concentração 1% não diferiu significativamente, no entanto a
partir do tratamento com sementes submetido à concentração 2% observou-se redução do
número médio de sementes germinadas por dia, a redução foi proporcional ao aumento da
concentração dos extratos. Já Teixeira et al. (2004) observaram reduções no índice de
velocidade de germinação de sementes de picão preto submetidas à concentração 12% de
extratos de mucuna-preta (Stilozobium aterrimum), para testes com Crotalaria spectabilis,
Crotalaria juncea, Stilozobium sp. e Cajanus cajan houve tendência a redução do IVG, no
entanto não diferiram do controle.
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Referências
RIBEIRO, J.P.N. MATSUMOTO, R.S.; TAKAO, L.K.; VOLTARELLI, V.M.; LIMA, M.I.S.
Efeitos alelopáticos de extratos aquosos de Crinum americanum L. Revista Brasileira de
Botânica, v. 32, n. 1, p. 183-188. 2009.
2) Na página de rosto, deverá constar o título do manuscrito, o nome completo dos autores e
das instituições envolvidas. Deve-se indicar o autor para correspondência e seus endereços:
postal completo e eletrônico (Estas informações serão, posteriormente, retiradas pela
Comissão Editorial, para garantir o anonimato dos autores). Abaixo devem vir: resumo,
palavras-chave (máximo de cinco), abstract, key words e título abreviado (máximo de 60
caracteres).
5) Os artigos originais de pesquisa deverão conter, sempre que possível, Introdução, Material
e Métodos, Resultados, Discussão, Agradecimentos e Referências. As demais formas de
publicação não necessitam apresentar as subdivisões acima.
7) No caso do(s) nome(s) do(s) autor(es) fazer(em) parte da frase, os nomes devem ser
grafados apenas com a inicial maiúscula e o ano da publicação deve vir entre parênteses. Por
exemplo: "Segundo Assis e Pereira (2010), as aves migram para regiões mais quentes."
8) Quando houver, no mesmo ano, mais de um artigo de mesma autoria, deve-se acrescentar
letras minúsculas após o ano, conforme o exemplo: (DAVIDSON et al., 2000a; 2000b).
Quando houver mais de uma citação dentro de um mesmo parêntese, essas devem ser
colocadas em ordem cronológica. Exemplo: (GIRARD, 1984; GROVUM, 1988; DE TONI et
al., 2000).
a) artigos em periódicos
b) livros na íntegra
c) capítulo de livros
SILVA, J. F., BOELONI. J. N.; OCARINO, N. M.; BOZZI, A.; GÓES, A. M.; SERAKIDES,
R. Efeito dose-dependente da Triiodotironina (T3) na diferenciação osteogênica de células
tronco mesenquimais da medula óssea de ratas. In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 60, 2008,
Campinas. Resumos... Campinas: SBPC, 2008. Versão eletrônica.
f) páginas da Internet
10) As figuras (fotografias, desenhos, etc.) e as tabelas já devem ser inseridas no corpo do
texto, no melhor local após o final do parágrafo em que foram citadas pela primeira vez.
Quando for o caso, as figuras devem conter a representação da escala em barras. Sempre que
possível, as ilustrações deverão ser coloridas. Tabelas e figuras devem ser numeradas com
algarismos arábicos de acordo com sua sequência no texto, sendo que este deve incluir
referências a todas elas. As tabelas e figuras deverão ter um título (em cima das mesmas)
breve e auto-explicativo. Informações adicionais, necessárias à compreensão das tabelas e
figuras, deverão ser dadas em forma de nota de rodapé, embaixo das mesmas.
4) A versão corrigida será re-submetida a pelo menos um dos avaliadores para que as
alterações procedidas sejam avaliadas.
5) Uma vez aceito quanto ao mérito científico, os autores se responsabilizarão pelo envio do
texto em inglês a um dos revisores da língua inglesa indicados pela revista. Após a correção
do inglês, os autores deverão encaminhar a versão corrigida juntamente com a certificação do
revisor do texto em inglês.
6) Após a aceitação para publicação, provas definitivas do artigo, em formato pdf, serão
enviadas para a última correção dos autores. Erros nessa última forma serão de total
responsabilidade dos autores.
7) Juntamente com o envio das correções dos pdfs, os autores deverão enviar o comprovante
de pagamento da taxa de publicação, conforme compromisso firmado no momento da
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(exceto em endereços URL); as figuras e tabelas estão inseridas no texto, no
melhor local após sua primeira citação.
5. O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos descritos
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