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O’HARA, Craig. A filosofia do punk: mais do que barulho. São Paulo: Radical Livros. 2005.

FICHAMENTO

POR QUE PUNK?


Comparações históricas com movimentos artísticos anteriores e algumas características
definidoras do punk

(p. 27)
 Sentimento de alienação perpassando a sociedade moderna que, segundo O’Hara, é
difundido de tal forma que qualquer pessoa – “um roqueiro, um vendedor de telemarketing
ou um almoxarife – pode identificar e concordar com os efeitos da produção em massa no
engendramento dessa alienação (p. 27 - 28);
(p. 28)
 A própria humanidade naturalizou esses sentimentos;
 Individualismo e atomização perpassando as sociedades modernas no Oriente e Ocidente;
 Uma parcela dos indivíduos alienados acaba se dando conta do que acontece com eles e
rejeitam ou são rejeitados pelas sociedades nas quais se inserem;
 No entanto, O’Hara prossegue expondo que, em geral, as pessoas despertam para seus
próprios sofrimentos enquanto ignoram o sofrimento alheio (p. 28 - 29);
(p. 29)
 Grupos isolados da sociedade tendem a formar ‘subculturas’. “Essas subculturas
aparentemente têm membros menos alienados de si mesmos, que são frequentemente vistos
tentando reivindicar seus próprios poderes subjetivos. Os membros das subculturas, a
despeito do quão oprimidos sejam, quase sempre conseguem encontrar entre si uma
solidariedade e uma compreensão que faltam na sociedade em voga. Os membros parecem
recuperar o sentido de si mesmos e dos outros que, anteriormente, havia sido perdido,
esquecido ou roubado. Isso pode ser observado no aparecimento de grupos de apoio
baseados no compartilhamento de experiências, crenças, sexo ou raça” (O’HARA, 2005, p.
29).
 As subculturas dão sentido a seus membros e os confere um “objetivo maior” que pode ser
positivo ou negativo (como as motivações de grupos de ódio como a KKK);
(p. 30)
 Apenas em fins da década de 1960 é que a cultura do rock n’ roll passou por um processo de
politização. “Foi nessa época que o rock mostrou seu poder e a subcultura se tornou uma
contracultura” (O’HARA, 2005, p. 30);
 Radicais dos anos 60, cultura do rock n’ roll e o vínculo da música com a política. MC5, os
Panteras Negras, Jerry Rubin, Abbie Hoffman: canalização da insatisfação de jovens
insatisfeitos adeptos da cultura do rock n’ roll como forma de criar uma relevante
movimentação antigovernamental nos EUA;
 O autor, no entanto, faz a crítica de que o impacto causado por essa música ao denunciar a
hipocrisia social e glorificar a liberdade fora posteriormente diluído, cooptado e
comercializado como mercadoria, sendo engolfado pelo mainstream;
 O’Hara coloca que o punk tem sido “uma exceção à política e às ações previsíveis do rock n’
roll” (O’HARA, 2005, p. 30);
 “A data e o local de nascimento do movimento punk são discutíveis. Ou a cena de Nova
York do final dos anos 1960/início dos anos 1970 ou os punks ingleses de 1975-76 podem
receber as honras” (O’HARA, 2005, p. 30-31)
(p. 31)
 Segundo O’Hara, muito se escreveu sobre o punk, mas a maioria dos livros que o focalizam
o punk “mostra uma grande falta de informação, pois seus autores não faziam parte do
movimento, mas eram intérpretes de fora” (O’HARA, 2005, p. 31).
 “Para grande parte das pessoas que recebia salário-desemprego – dole, como se diz na Grã-
Bretanha –, especialmente jovens, a perspectiva de melhorar suas vidas parecia
desanimadora. Nesse clima, quando os ingleses foram expostos às influências do punk rock
original de Nova York, a ironia, o pessimismo e o estilo amadorístico da música assumiram
evidentes implicâncias sociais e políticas, e o punk inglês se tornou tão conscientemente
proletário quanto estético” (HENRY apud O’HARA, 2005, p. 31 - 32).
*HENRY, Tricia. Break All Rules! Ann Arbor, Michigan: University Microfilms, 1989.*

(p. 32)
 “Ignorar as ligações óbvias entre o fenômeno punk e as desigualdades econômicas e sociais
da Grã-Bretanha seria negar a validade das bases filosóficas do movimento. O punk na Grã-
Bretanha era essencialmente um movimento composto de jovens brancos da classe operária
desprivilegiada. Muitos deles sentiram fundo a sua situação social e usaram o meio punk
para manifestar sua insatisfação” (HENRY apud O’HARA, 2005, p. 32).
 “Seria uma mentira, porém, dizer que esses punks originais tinham teorias sociais e políticas
bem desenvolvidas. Eles podem ter sido contra todos os ‘ismos’ clássicos, mas estavam bem
mais aptos a cuspir e xingar do que a explicar seus sentimentos ao público comum”.
(O’HARA, 2005, p. 32).
 “Eles eram punks, não ativistas sociais, e sua mensagem era desanimadora. ‘Encare a vida
como a vemos’ – berravam eles – frustrante, sem sentido e horrível. Berrem a plenos
pulmões conosco: ‘não existe futuro!’” (HENRY apud O’HARA, 2005, p. 32).
(p. 34)
 Punk representado como uma filosofia do não-conformismo. Segundo o autor, os punks
fazem isso como forma de “colocar em xeque os modos de pensar predominantes” (p. 32 -
34);
 Postura antiautoritária dos punks: “Os punks não têm respeito por autoridade de qualquer
espécie” (O’HARA, 2005, p. 34).
 Uso da linguagem na construção de uma imagem negativa do punk. A representação
negativa do punk será abordada na seção sobre a distorção do punk na mídia.
 “Em sua própria época, o não-conformista é rotulado de rebelde, desviante ou de
encrenqueiro pelo status quo ao qual se contrapõe. A música corporativa e as revistas de
moda que baniram ou ridicularizaram o punk nos últimos vinte anos hoje aclamam muitas
bandas como pioneiras ou talentosas precursoras. Os executivos da música corporativa, que
antes tinham repugnância pelo punk, estão agora contratando novas bandas a torto e a direito
numa tentativa de ganhar dinheiro com o som pungente, não-conformista” (O’HARA, 2005,
p. 34 - 35).
(p. 36)
 “O ilustre psicólogo soviético Pavel Semenov certa vez observou que o homem satisfaz o
seu desejo de conhecimento de duas maneiras: (1) ele observa seu meio e tenta organizar o
desconhecido de uma maneira sensata e significativa (isso é ciência); e (2) ele reorganiza o
meio conhecido a fim de criar algo novo (isso é arte).” (AARONSON apud O’HARA, 2005,
p. 36).
*AARONSON. Elliot. The Social Animal. San Francisco: Freeman and Co. 1972. P. 16.*
 “O punk pode ser definido com uma forma de arte. Mas o punk é muito mais do que isso,
pois envolve teorias e políticas específicas. No entanto, quando se tenta entender o que é o
punk, comparações com movimentos artísticos anteriores são úteis. Os primeiros punks –
talvez de forma inconsciente – usaram muitas das mesmas táticas revolucionárias
empregadas por membros dos antigos movimentos artísticos de vanguarda: estilos
incomuns, obscurecimento dos limites entre arte e dia-a-dia, justaposição de objetos e
comportamentos aparentemente discrepantes, provocação intencional da plateia, uso de
atores inexperientes e drástica organização – ou desorganização – de estilos de performance
e procedimentos tradicionais” (O’HARA, 2005, p. 36).
(p. 40)
 “Para começar, vou dizer o que acho que o punk não é: ele não é uma moda, um certo estilo
de vestir; uma fase passageira de falsa rebeldia contra seus pais; a última moda irada ou
mesmo uma forma específica de estilo ou música, de fato. É uma ideia que conduz e motiva
sua vida. A comunidade punk que existe o faz para apoiar e concretizar essa ideia através da
música, da arte, de fanzines e outras formas de expressão de criatividade pessoal. E o que é
essa ideia? Pense por si mesmo, seja você mesmo, não aceite o que a sociedade lhe oferece,
crie suas próprias regras, viva sua própria vida.” (ANDERSEN apud O’HARA, 2005, p. 40
– 41).
ANDERSEN, Mark. Panfleto do grupo Positive Force.[S.I.]: 1985.

(p. 41)
 “O punk tem sido erroneamente rotulado simplesmente como uma dessas fases na qual a
pessoa rebelde tenta mostrar que é diferente de seus pares. É verdade que os estilos
tradicionais de vestimenta e da música punk rock são muitas vezes ofensivos e chocantes
para o público comum, mas é um erro pensar no punk como um movimento guiado pelas
aparências. Rebeldia negligente e temporária pode ser divertida, mas não é muito eficaz ou
útil. Os punks evoluíram bastante para preferir a substância em vez do estilo, um fato
sempre ignorado ou distorcido pelas representações da mídia. Não basta parecer diferente
do normal, é importante tornar-se, conscientemente, senhor de si” (O’HARA, 2005, p. 41).

(p. 42)
 “Qualquer um que se envolva com o punk está inclinado a alguma forma de rebeldia, seja
ela contra os pais, autoridades ou todo o sistema” (BEAUMONT apud O’HARA, 2005, p.
40 – 41).
BEAUMONT, Steve. Carta. In: Maximumrocknroll #53, San Francisco, Out. 1987.
 “Para aqueles que se ligam ao movimento – e não é preciso ser jovem –, essa rebeldia inicial
se torna um impulso para a educação e a mudança pessoais” (O’HARA, 2005, p. 42).
 Ser punk é assumir responsabilidades. E quais responsabilidades são essas? “Usar a nossa
cabeça, tratar as pessoas com respeito, não as julgar por aparências externas, apoiar os
outros em sua luta pelo direito de “ser ele mesmo”, até mesmo para trazer mudança positiva
para o nosso mundo” (ANDERSEN apud O’HARA, 2005, p. 43).
ANDERSEN, Mark. Fugazi – Rhythm Of Change. In: Washington Peace Letter. Washingon, Nov.,
1991, p. 1.
(p. 44)
 Então o que é o punk?
 O punk é uma tendência da juventude: “Eu vou dizer o que é punk – um monte de jovens
com cortes de cabelo esquisito falando besteiras pseudo políticas e berrando filosofias de
esquerda sobre as quais sabem pouco ou nada” (WARD apud O’HARA, 2005, p. 44).
 O punk é rebeldia com fibra de mudança: “Hardcore: uma loira oxigenada e hostil de
dezesseis anos que mora sozinha num hotel do centro; pobretona, mas dona de si.
Hardcore: o receptor do seguro social pago pelo governo para que fique longe de
encrencas, que aluga um estúdio com seu cheque mensal. Hardcore: o lacaio corporativo
que larga o emprego para empresariar uma banda de adolescentes cheios de espinhas”
(BELSITO e DAVIS apud O’HARA, 2005, p. 44).
 O punk é uma formidável voz da oposição: “Nós criamos nossa própria música, nosso
próprio estilo de vida, nossa própria comunidade e nossa própria cultura... Estamos
construindo um movimento baseado no amor, agindo na esperança de que algum dia a paz
possa ser finalmente alcançada. Podemos tropeçar em nossos esforços, mas lutaremos para
prosseguir adiante. A liberdade é algo que podemos criar todo dia; cabe a nós fazer com
que isso aconteça (PROFANE EXISTENCE apud O’HARA, 2005, p. 44).
 A primeira é a forma mais apresentada na mídia, mesmo sendo a menos precisa, é a imagem
mais popular o punk. (p.45).
WARD, Russel. Carta. In: Maximumrocknroll, #103, San Francisco, Dez. 1991.
BELSITO, Peter; DAVIS, Bob (Org.). Hardcore California: a History of punk and new wave.
San Francisco: Last Gasp Publishing, 1984.
Profane Existence, #4, Minneapolis, Jun., 1990.

DISTORÇÃO DA MÍDIA
Como a televisão, as revistas lustrosas e a mídia de massa estúpida fizeram o máximo para
desarmar a fera

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