QUÍMICA DOS COMPOSTOS DE ALIMENTOS E PROCESSOS I ANO/SEMESTRE: 2018/01 ACADÊMICA: ANA CAROLINA VIVAN
QUESTIONÁRIO
1. Qual a diferença entre o percentual de umidade e percentual de cinzas de
uma mesma amostra de alimentos? Segundo ARAÚJO et al. (2006) a análise térmica abrange um grupo de técnicas através das quais uma propriedade física de uma substância e/ou de seus produtos de reação é medida em função da temperatura e/ou do tempo, enquanto a substância é submetida a programação controlada de temperatura. A análise de cinzas fornece informações prévias sobre o valor nutricional do alimento, em relação ao seu conteúdo em minerais e é o primeiro passo para análises subsequentes de caracterização destes minerais. Cinzas de um alimento é o nome dado ao resíduo inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica, entre 550 – 570ºC, em mufla, a qual é transformada em CO2, H2O e NO2. Os processos de determinação do conteúdo de cinzas consiste na queima da matéria orgânica presente no alimento e tem grande valor em alimentos, por várias razões. Como a cana de açúcar, por exemplo, que deve ser feita as determinações para a produção de açúcar, devido os problemas causados por alta concentração de minerais no caldo, que causam interferência durante a clarificação e cristalização e na determinação centesimal de macro e micronutrientes de massas alimentares em uma infinidade de compostos nutricionais. A presença de determinados minerais (carbonatos) na água pode causar problema de incrustações nas tubulações ou diminuir a eficiência de produtos usados na limpeza e sanitização da indústria, etc. (Belmira et al. apud Camargo et al,1984). Para CASTRO (2011) a determinação da umidade do alimento é normalmente a primeira análise bromatológica a ser realizada na rotina analítica, é uma das medidas mais importantes e utilizadas na análise de alimentos pois está relacionada com sua estabilidade, qualidade e composição podendo afetar aspectos relacionados à estocagem, embalagem do produto e até mesmo o processamento. Umidade, considerando a análise por secagem, é a fração que engloba todos os constituintes voláteis à temperatura de 100 – 105ºC sendo que a porcentagem de umidade do alimento (%U) relaciona-se com a quantidade de água disponível nele existente, pois, na realidade, não é somente a água que é removida, mas outras substâncias que se volatilizam nessas condições.
2. Qual a importância da amostragem e da homogeneização da amostra?
Exemplos, tipos de amostragem. A palavra amostragem significa “ação, processo ou técnica de escolha de amostra(s) adequada(s) para análise de um todo”, ou seja, obter uma porção que represente uma população. O objetivo principal da análise é conhecer a composição química dos alimentos, sua ação no organismo, valor nutritivo e calórico, suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas e também adulterantes, contaminantes, fraudes e etc. (Maciel, 2017). A técnica da coleta de amostras dos alimentos concentrados e das forragens, visando à análise, tem por finalidade obter amostra perfeitamente representativa da média do material a ser analisado. Por isto, é necessário tomar todo o cuidado na sua coleta para evitar resultados viciados. Os erros cometidos durante a amostragem não poderão ser retificados ou compensados, por mais cuidadosos que venham a ser as futuras análises. Portanto, nunca deve-se retirar a amostra de um único ponto, pois a mesma é casual e não permite conclusões quanto à qualidade do produto. A amostra de laboratório é resultado da redução da amostra bruta, mediante operações conduzidas de maneira a garantir a continuidade da condição representativa da amostra. A amostra para a análise é uma porção menor da amostra de laboratório, suficientemente homogeneizado para poder ser pesada e submetida à análise (Maciel, 2017). Do material em estudo, deve-se retirar numerosas amostras parciais, colhidas em diferentes pontos do local de interesse: campo, armazém, silo, vagão. Dessa amostra média, após homogeneização, podem ser tiradas amostras parciais para que sejam enviadas ao laboratório. A homogeneização prevê a obtenção uma amostra representativa, e é uma etapa importante na análise da maioria dos materiais. O grau de homogeneidade requerido depende predominante/e do tamanho da subamostra. Deve-se conter identificação de heterogeneidades por análises paralelas de várias sub amostras do mesmo material.
3. O que diferencia carbonização de calcinação? Qual a importância destes
procedimentos? Na primeira, os resíduos de combustão, que é incompleta, são reduzidos a "carbono". Na segunda, as sobras são consumidas, de modo a atingir "cálcio", que é a cinza branca, neste ponto, o material foi completamente consumido. O resíduo mineral fixo (também chamado de cinzas) é o produto inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica da amostra, que é transformada em CO2, H2O e NO2. Os elementos minerais se apresentam sob a forma de óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos e cloretos, dependendo das condições de incineração e da composição do alimento, processo chamado de calcinação. Para a destruição da matéria orgânica utiliza-se o procedimento de digestão via seca que consiste na carbonização da amostra em chama direta seguida de calcinação usando um forno mufla a temperatura de 550º C por um tempo pré-determinado. Em alimentos, cinzas se referem ao resíduo inorgânico remanescente da queima da matéria orgânica, sem resíduo de carvão. Geralmente, a cinza contém cálcio, magnésio, ferro, fósforo, chumbo, cloreto, sódio e outros componentes minerais. A temperatura de incineração pode variar de 400 – 700ºC, mas a mais utilizada é 500ºC.
4. Podemos predizer se o valor que será encontrado para as análises de teor
de cinzas da amostra de farinha integral será maior do que o valor encontrado para a amostra de farinha normal? Por que? Sim, pois os minerais concentram-se nas camadas mais externas do grão e, por isso, o teor de cinzas do grão é maior na farinha integral do que o da farinha branca, já que essas camadas são retiradas na moagem. O grau de extração influencia fortemente o teor de cinza de uma farinha: aquela que tem maior grau de extração e, portanto, maior quantidade de farelo incorporado, apresentará teor de cinza mais alto (GERMANI, 2008). No Brasil, o teor de cinza é utilizado como critério para diferenciar os três tipos de farinha existentes no mercado. Segundo a INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 8 DE 02 DE JUNHO DE 2005, a farinha tipo 1 deve ter, no máximo, 0,8 % de cinza (base seca), a farinha tipo 2, até 1,4 % (base seca) e a farinha integral no máximo 2,5 % (BRASIL, 2005).
5. Baseado na legislação vigente, estabelecida pelo MAPA, quais parâmetros
são diferentes para as farinhas analisadas? Por que? MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 2 DE JUNHO DE 2005. Farinha de Trigo: produto elaborado com grãos de trigo (Triticum aestivum L.) ou outras espécies de trigo do gênero Triticum, ou combinações por meio de trituração ou moagem e outras tecnologias ou processos. Farinha de Trigo Integral: produto elaborado com grãos de trigo (Triticum aestivum L.) ou outras espécies de trigo do gênero Triticum , ou combinações por meio de trituração ou moagem e outras tecnologias ou processos a partir do processamento completo do grão limpo, contendo ou não o gérmen. Tipos: a Farinha de Trigo será classificada em 03 (três) Tipos de acordo com os limites de tolerância estabelecidos na Tabela 1 do presente Regulamento. Tabela 1. Limites de tolerância para a Farinha de Trigo. (*) Tipos Teor de Granulometria Teor de Acidez Graxa (mg de Umidade Cinzas* Proteína* KOH/100g do produto) (máxima) (máximo) (mínimo) (máximo) 95% do produto Tipo 1 0,8% deve passar 7,5% pela peneira com abertura de 100 Tipo 2 1,4% malha de 8,0% 15,0% 250 µm. Integral 2,5% - 8,0% 100
* Os teores de cinzas e de proteína deverão ser expressos em base seca.
6. Em que consiste um método analítico geométrico? A análise dos artigos traduzidos por Thompson revela que a proposta do estudo embasa-se no tato (modelar, dobrar, tatear) e na visão (observar pela vista), marcas do método intuitivo, das lições de coisas. A trajetória dos conteúdos nas atividades parte dos sólidos geométricos (esfera, cubo e cilindro) e finaliza com as linhas (paralelas e perpendiculares). Em outras palavras, concordando com a ordem “do todo para as partes”, ou ainda, da geometria espacial para a geometria plana. Trata-se de um processo analítico, considerando a “análise” como uma atividade de decomposição para distinguir os diferentes elementos que compõe o todo (TROUVÉ, 2008). Pode-se dizer que a tradução e adaptação de Thompson conjuga de forma harmoniosa os princípios dos métodos intuitivo e analítico, uma vertente de apropriação nos saberes geométricos para o método intuitivo que Valente (2015) designa como método intuitivo-analítico, conceituado com o objetivo de trabalhar o todo sensível. Referências:
[1] REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS. São Paulo:
Rbcf, v. 42, n. 2, 1 jun. 2006. Mensal. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v42n2/a13v42n2.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2018. [2] BOLZAN, Rodrigo Cordeiro. Bromatologia. Frederico Westphalen: Rede E- tech Brasil, 2013. 81 p. Disponível em: <http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/cafw/tecnico_agroindustria/bromatologia. pdf>. Acesso em: 23 mar. 2018. [3] CASTRO, Renato Gomes. RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE BROMATOLOGIA. 2011. Disponível em: <http://www.unicamp.br/nepa/taco/tabela.php?ativo=tabela>. Acesso em: 23 mar. 2018. [4] BELMIRA, AndrÉia; BORBA, Jossan; BARBOSA, Silvan. RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA:: determinação dos teores de umidade e cinzas em alimentos. Salvador: Faculdade de Tecnologia e CiÊncias - Ftc, 2012. 11 p. Disponível em: <file:///D:/Downloads/completo_relatorios_1_e_2.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2018. [5] MACIEL, R. ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE ALIMENTOS. Notas de Aula. 2017. Disponível em:< http://www.dzo.ufla.br/Roberto/analise_avaliacao_alimentos.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2018. [6] MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8, DE 2 DE JUNHO DE 2005. <http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=vis ualizarAtoPortalMapa&chave=803790937> Acesso em: 23 mar. 2018.
[7] BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Portaria n°.
354 de 18 de julho de 1996. REGULAMENTO DE NORMAS TÉCNICAS REFERENTE À FARINHA DE TRIGO. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília – DF, 1996. Acesso em: 23 mar. 2018.
[8] GERMANI, Rogério. CARACTERÍSTICAS DOS GRÃOS E FARINHAS
DE TRIGO E AVALIAÇÃO DE SUAS QUALIDADES. Embrapa – Laboratório de análise de trigo. Rio de Janeiro. Agosto, 2008. Acesso em: 23 mar. 2018.