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Quinhentismo
“O Descobrimento” (1500)
Grandes navegações: busca por novas colônias de exploração que oferecessem
matéria-prima (Recursos minerais, vegetais, especiarias), mão de obra e novo
mercado consumidor para enriquecer a Coroa Portuguesa. Por isso também se
chama ao período de Colonização.
Expansão da fé católica.
Literatura de informação
Textos predominantemente descritivos (natureza exótica, força dos nativos,
nudez deles, riqueza mineral)
Textos eurocêntricos: não levam em consideração a estrutura social já existente
no momento de sua chegada, relatando confrontos culturais.
Nativismo: exaltação das belezas naturais, o que será fundamental para o
nascimento do romantismo (nacionalismo)
Principais obras quinhentistas
20) A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero
Vaz de Caminha”, foi o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-
descoberta. Nela encontramos o primeiro registro de nosso país, feito pelo escrivão do
rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha. Podemos inferir, então, a seguinte intenção dos
portugueses:
30) Leia o texto “Erro de português”, de Oswald de Andrade, para responder à questão.
Erro de português
(Oswald de Andrade)
Podemos observar que há uma crítica do autor em relação aos povos colonizadores,
sobretudo uma crítica sobre as intenções europeus, amplamente expressas na literatura
produzida durante o Quinhentismo. A crítica de Oswald de Andrade está presente no
verso:
Estilo colonial
Um dia
Os europeus subiram o rio
Trazendo na canoa
Um canhão
Os índios
Que viviam nesta região
Descobriram que a flecha
Não era nada diante do canhão
Os europeus
Cobriram os índios de bala
De canhão
(Eliakin Rufino)
O título não é coerente com o restante do poema, pois refere-se exclusivamente à
uma forma de arquitetura resultante do encontro das culturas europeia e
ameríndia.
O poema faz alusão ao processo de colonização do Brasil pelos portugueses e
aos confrontos entre eles e os povos nativos, decorrentes da necessidade de
exploração dos recursos minerais, naturais e da mão de obra indígena.
O poema traz a igualdade de forças entre europeus e indígenas, que se pode
perceber nos versos “Os índios/ Que viviam nesta região/ Descobriram que a
flecha/ Não era nada diante do canhão”.
Os versos “Os europeus/ Cobriram os índios de bala/ De canhão” referem-se
apenas à troca de objetos entre portugueses e nativos, dentre os quais
vestimentas que eram usadas pelos indígenas.
Os versos “E celebraram uma missa/ Em comemoração” indicam o caráter
pacífico da catequização dos indígenas, que tinha como objetivo apenas a
salvação espiritual deles, que quando alcançada era motivo de comemoração.
– LITERATURA JESUÍTICA
Contexto histórico
Em 1549, chegaram os primeiros jesuítas incumbidos de catequizar os
índios e de instalar o ensino público no país. Fundaram os primeiros
colégios, que foram, durante bastante tempo, a única atividade
intelectual existente na Colônia. Os missionários preocupavam-se em
catequizar apenas os índios; os negros, que começaram a chegar, eram
ignorados. As obras escritas pelos jesuítas podem ser assim
classificadas:
• Poemas e peças teatrais com o objetivo de catequizar e moralizar;
• Textos informativos, que abordam principalmente questões relativas à
catequese;
• Poemas sem finalidade catequética ou informativa.
Do ponto de vista estético, os jesuítas foram responsáveis pela melhor
produção literária do Quinhentismo brasileiro. O instrumento mais
utilizado para atingir os objetivos pretendidos pelos jesuítas – moralizar
os costumes dos brancos colonos e catequizar o índio – foi o teatro.
Catequizar e moralizar significava: combater a antropofagia, o
politeísmo, a mancebia (união sem o casamento legal) e divulgar o
cristianismo. Para tanto, os jesuítas chegaram a aprender a língua tupi,
que era então conhecida como “língua geral”, e utilizaram-na como
veículo de expressão. Os índios não eram apenas espectadores desse
teatro, mas também atores, dançarinos e cantores.
a) Quinhentismo.
b) Barroco.
c) Classicismo.
d) Trovadorismo.
e) Simbolismo.
I
Cordeirinha linda,
como folga o povo
porque vossa vinda
lhe dá lume novo!
Cordeirinha santa,
de Iesu querida,
vossa santa vinda
o diabo espanta.
Por isso vos canta,
com prazer, o povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Nossa culpa escura
fugirá depressa,
pois vossa cabeça
vem com luz tão pura
Vossa formosura
honra é do povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Virginal cabeça
pola fé cortada,
com vossa chegada,
já ninguém pereça.
Leia as afirmações sobre o poema e marque V para verdadeiro e F para
falso.
( ) A palavra “cordeirinha” é uma metáfora que faz alusão aos escritos
bíblicos, nos quais, segundo o Velho Testamento, fazia-se o sacrifício
dos melhores animais de uma criação para que se perdoasse pecados.
( ) Os versos da primeira estrofe emparelham-se no esquema AABB.
( ) As rimas da primeira estrofe (linda/vinda, povo/novo), por seu valor,
são consideradas ricas, pois as palavras são de categorias gramaticais
diferentes.
( ) A rima entre as palavras da quarta estrofe depressa/cabeça, com
relação a sua sonoridade, é considerada perfeita.
( ) Com relação à posição nos versos, as rimas são
predominantemente externas.
( ) O poema apresenta grande complexidade técnica expressa, de
rimas infrequentes, o que dificultava sua memorização por parte dos
indígenas.
( ) O poema trata da luta entre o bem, a crença cristã representada
pela figura de Santa Inês, e o mal, o diabo e a culpa advinda do pecado,
conclamando o povo à conversão religiosa, pois dela adviria a mudança
de vida.
60) (UFV-MG)
“Meu bem, meu amor,
meu esposo, meu senhor,
meu amigo, meu irmão,
centro do meu coração,
Deus e pai!
Pois com entranhas de mãe
Quereis de mim ser comigo
Roubais todo o meu sentido,
Para vós!”
José de Anchieta
Assinale a alternativa que corresponde
ao texto:
a) trata-se de um poema barroco, por
causa do jogo de antíteses.
b) pertence à fase do Romantismo, como
revela o intenso sentimento religioso.
c) percebe-se, pelo desejo de exaltação,
que é um poema épico do período
quinhentista.
d) expressa a religiosidade nos padrões
simbolistas.
e) trata-se de um poema lírico do Quinhentismo.
Meu ódio é de ter sido gente, quando poderia [ter sido animal,
de ter sido mil outros menos covardes nessa [vida sem sal,
(Devair Fiorotti)
Atividade
1º) Após a Leitura da poesia de Devair Fiorotti, relacionando com o sermão de Santo
Antônio aos peixes, de Padre Antonio Vieira, classifique como verdadeiras ou falsas as
proposições a seguir:
( ) Não há qualquer relação entre os dois textos, visto que foram publicados em
períodos literários diferentes.
( ) Nos dois textos há uma relação entre homens e animais, em que os dois alternam-
se ora a partir de seus defeitos, ora suas virtudes.
( ) Nos versos “De não ter sido sal que salga/ de não ter sido sal do mar”, podemos
interpretar que o eu-poemático arrepende-se de não ter colaborado para com a
diminuição da corrupção e maldade humanas.
( ) Tal como Padre Antonio Vieira no Sermão de Antonio aos peixes, Devair Fiorotti
louva os homens de seu tempo, elogiando suas condutas irrepreensíveis de amor ao
próximo.
2º) Gregório de Matos Guerra foi um autor expoente do movimento Barroco e utilizava
em suas poesias o cultismo. A seguir leia o poema de Roberto Mibielli e classifique as
proposições em verdadeiras ou falsas:
Roberto Mibielli
( ) A palavra “paz” ao final do poema, tal como nos poemas de Gregório de Matos
Guerra, é utilizada para indicar o arrependimento dos pecados e a busca pela salvação
da alma através da religião.
ARCADISMO
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
A) Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo.
B) Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social.
C) Exaltação da vida no campo; linguagem simples;
pastoralismo.
D) Vulgarização da figura da mulher; medievalismo;
egocentrismo.
E) Denúncia social; exaltação da vida no campo; temas
urbanos.
ROMANTISMO
(ENEM – 2010)
Texto I
.________________ _ ____>_ _________!
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
Respirando esse ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu de meu Brasil!
.________________ _ ____>_ _________!
Meu Deus! Não seja já!
Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.
Texto II
A ideologia romântica, argamassada ao longo do século
XVIII e primeira metade do século XIX, introduziuse
em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o
“eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o
nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro
e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época).
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).
De acordo com as considerações de Massaud Moisés
no Texto II, o Texto I centra-se
A no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que
estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já
que o país sufoca o eu lírico.
B no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e
pelo saudosismo em relação à paisagem agradável
onde o eu lírico vivera a infância.
C na liberdade formal, que se manifesta na opção por
versos sem métrica rigorosa e temática voltada para
o nacionalismo.
D no fazer anárquico, entendida a poesia como
negação do passado e da vida, seja pelas opções
formais, seja pelos temas.
E no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a
alegria presente em oposição à infância, marcada
pela tristeza.
SIMBOLISMO
PARNASIANISMO
REALISMO
PRÉ-MODERNISMO
MODERNISMO
Açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
[...]
Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento).
LITERATURA EM RORAIMA