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F. S. Munhoz e J. S.

Giongo – USP – EESC – SET Setembro de 2010 1


SET 408 – Estruturas de Fundações – Blocos de Transição

Blocos de transição

Texto copiado, adaptado e ampliado de:

Munhoz, F. S. (2004). Análise do comportamento de blocos de concreto armado sobre


estacas submetidos à ação de força centrada. Dissertação (Mestrado). Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.

1. Introdução

Este tipo de bloco de transição tem a função de um elemento de ligação entre o


pilar e o elemento de fundação, que pode ser uma estaca ou um tubulão.
Em obras de pequeno porte, em que a intensidade da força atuante no pilar é
pequena e se utilizam estacas de diâmetro pequeno, os projetistas, na maioria dos
casos não efetuam cálculos para este tipo de elemento, considerando que a
transmissão da força é direta, quando estacas e pilares têm seções transversais com
dimensões semelhantes, indicam que é possível adotar armadura construtiva. Neste
caso é possível considerar:

- a altura do bloco pode ser igual a 1,1 vez o diâmetro da estaca e no mínimo
igual ao comprimento de ancoragem das armaduras dos pilares;

- adota-se uma armadura construtiva constituída por estribos verticais e


horizontais.

2. Análise estrutural de blocos de transição

A análise estrutural de blocos sobre uma estaca (ou tubulão), com maiores
diâmetros e conseqüentemente forças atuantes com maior intensidade, é feita com
maior cuidado e os blocos são considerados como blocos parcialmente carregados.
Nos blocos sobre uma estaca as tensões de compressão atuantes no pilar são
transmitidas até o topo da estaca por meio da altura do bloco, em trajetórias curvas,
como mostrado na figura 1. Na direção transversal ocorrem tensões de tração que
podem causar fendilhamento (fissuração) do bloco, por causa das tensões de tração
perpendiculares ao eixo, portanto, mesmo em blocos com dimensões e forças atuantes
pequenas essas tensões precisam ser verificadas.

Figura 1 - Trajetória de Tensões Principais de Compressão


As trajetórias e os campos de tensões foram verificados em modelos de blocos
sobre uma estaca como pode ser estudado em Munhoz (2004).
Langendonck (1957) e Fusco (1995) estudaram o comportamento de blocos
parcialmente carregados e concluíram que em virtude da ação em área reduzida ao
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longo da altura do bloco em um determinado comprimento a distribuição de tensões


não é uniforme.
A altura do bloco pode ser adotada como sendo igual a:
1,1⋅ φtubulão [01]
A altura do bloco precisa ser maior que o comprimento de ancoragem das barras
da armadura do pilar, para que ocorra a transferência das tensões das barras para o
concreto que as envolve.
Fusco (1995) indica que, pelo fato da força ser aplicada em área parcial, o bloco
fica sujeito a um estado múltiplo de tensões. Ao longo do eixo da peça, na direção
longitudinal, as tensões são de compressão, nas outras duas direções (transversais) as
tensões são de compressão apenas nas proximidades da face que recebe a força e de
tração no restante do comprimento de perturbação. As tensões de compressão são
resistidas por bielas de compressão e, para o equilíbrio das bielas precisa-se adotar
armadura transversal, que precisa resistir às tensões de tração.
Para o cálculo da área da armadura transversal é preciso determinar a força de
tração transversal que causa fendilhamento, o que pode ser feita por meio do modelo
simplificado sugerido por Langendonck (1957), mostrado na figura 2.
a0

Fd
σ
σc0
tt

0,1a
Rtc
Fd
2 0,3a z
(a0-a)/4

a Rtt
0,6a

Fd
2 σ /3 tt

σc
Fd
a

Figura 2 - Modelo para determinação de força transversal de tração (Rtt)


[Langendonck (1957)]
Neste texto adapta-se a notação usada na figura considerando: Rst = Rtt, Rcc = Rtc
e Fsd = Fd.
A equação 02 com a qual se calcula o módulo da força resultante das tensões de
tração (Rtt) é deduzida considerando-se o equilíbrio dos momentos entre esta força e a
força de reação Fd, de acordo coma figura 2.
FSd (a − a 0 )
⋅ = R st ⋅ z [02]
2 4
O braço de alavanca (z) entre as forças de compressão transversal (Rtc) e a de tração
transversal (Rtt) é igual a 0,445 ⋅ a . Substituindo esse valor na equação 02 obtém a força Rtt,
conforme equação 03.

⎛ a ⎞
R st = 0,28 ⋅ ⎜1 − 0 ⎟ ⋅ FSd [03]
⎝ a ⎠
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A força Rtt determinada com a equação 03 precisa ser absorvida pela área de
armadura horizontal, que será determinada dividindo-se o valor de cálculo de Rtt pela
resistência de escoamento de cálculo do aço (fyd).
Essa equação 03 utilizada para blocos parcialmente carregados pode ser
adaptada para blocos sobre uma estaca, conforme equações 04 e 05.

R std,x = 0,28 ⋅
(φ est − ap )
⋅ FSd [04]
φ est

R std,y = 0,28 ⋅
(φ est − bp )
⋅ FSd [05]
φ est
As notações utilizadas nas equações 04 e 05 estão definidas na figura 3.

b bp

ap

d h

d'

φest

Figura 3 - Forma de bloco sobre 1 estaca


As áreas de armadura são calculadas com as equações 06 e 07. Recomenda-se
que a menor área de armadura não seja inferior a 1/5 da área de maior armadura.
R std,x
A stx = [06]
f yd

R std,y
A sty = [07]
f yd
Essas áreas de barras das armaduras horizontais podem ser dispostas em cinco
camadas igualmente espaçadas ao longo da altura do bloco.
3. Verificação da pressão de contato
Outra verificação que precisa ser feita, em blocos parcialmente carregados, é a
pressão de contato em área reduzida. A ABNT NBR 6118:2003 indica que, quando
uma força atuar em área menor do que a da superfície do elemento estrutural, pode-se
considerar aumentada a resistência do concreto não ultrapassando o valor resistente
de cálculo correspondente à ruptura, calculado pela equação 08.
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A c1
FRD = A c 0 ⋅ fcd ⋅ ≤ 3,3 ⋅ fcd ⋅ A c 0 [08]
Ac0

sendo que:
Ac0 é a área reduzida carregada uniformemente, ou seja, é a área da seção transversal
do pilar;
Ac1 é a área máxima de mesmo centro de gravidade de Ac0, inscrita na área Ac2;
Ac2 é a área total, situada no mesmo plano Ac0, isto é, é a área da superfície do bloco.

4. Modelo de biela e tirante aplicado a bloco de transição


Como opção de verificação da segurança estrutural os blocos de transição podem ser
analisados considerando o modelo de bielas (escoras) e tirantes, conforme pode ser estudado
em Silva e Giongo (2000), sendo que a seguir se indica a rotina de projeto.
A distribuição de tensões em linhas curvilíneas com afunilamento da seção ocorre
quando forças concentradas são introduzidas e propagadas por meio de curvas acentuadas. A
difusão dessas tensões provoca compressão biaxial ou triaxial em seções horizontais logo
abaixo da seção de aplicação da força e tensões de tração transversais consideráveis. Essa
tração transversal, combinada com a compressão longitudinal, pode provocar fissuras
longitudinais e iniciar uma ruptura prematura. Como a resistência à tração do concreto é
pequena, normalmente se dispõe barras de armadura nesse campo de tensão na direção
transversal. A armadura transversal necessária pode ser determinada por meio de diagramas
simplificados (figura 4a), obtidos por meio de resultados experimentais ou criando um modelo
de bielas e tirantes dentro do campo de tensão (figura 4c e figura 5).
C O M P R E S S Ã O B IA X IA L
F IS S U R A D O , C O M A R M A D U R A
T R A N S V E R S A L (ta x a m e c â n ic a )
cd C O N C R E T O S IM P L E S N Ã O F IS S U R A D O
cd

2 ,0 a

C O M C O N F IN A M E N T O

1 ,0 S E M C O N F IN A M E N T O

0
1 2 3 5 6 7 8 9 b t
4
= b /a

a
z=0,5b

0,6b

b b

Figura 4 - Dimensionamento do campo de tensão em linhas curvilíneas com


afunilamento da seção: a) diagramas fornecendo taxas de armadura necessárias em
função das relações b/a e σ*cd / fcd ; b) geometria do campo de tensão; c) modelo de
bielas e tirantes e esboço da armadura transversal de acordo com Schlaich et al.(1988).
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É importante assinalar que a resistência do concreto nas bielas depende,


substancialmente, do seu estado multiaxial de tensões e das perturbações causadas pelas
fissuras e armaduras. A compressão transversal é favorável, principalmente se ocorre em
ambas as direções transversais. É o caso de regiões confinadas, produzido pela existência de
um volume considerável de concreto envolvendo o campo de tensão ou armadura transversal.
As tensões de tração transversais e as fissuras por elas provocadas são prejudiciais porque
podem conduzir à ruptura do concreto com tensões inferiores a sua resistência à compressão.
A figura 5, oriunda da figura 4c, indica a maneira de se calcular o valor da força Rst,
chamada de Rtt no modelo de Langendonck (1957).

a0
a0/4
Fd Fd
2 2
0,1a

0,5a

R st Rst

0,4a

Fd Fd
2 2
a/4
a

Figura 5 - Modelo de bloco parcialmente carregado adaptado para Modelo de Bielas e


Tirantes

5. Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2003 – Projeto de estruturas
de concreto. Rio de Janeiro, 2004.
FUSCO, P.B. (1994). Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo, Editora Pini Ltda.
LANGENDONCK, T. (1957). Cálculo de concreto armado. São Paulo, v.1-2.

MUNHOZ, F. S. (2004). Análise do comportamento de blocos de concreto armado


sobre estacas submetidos à ação de força centrada. Dissertação (Mestrado). Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
SCHAFER, K., SCHLAICH, J. (1988). Consistent design of structural concrete using strut and
tie models. In: Colóquio sobre comportamento e projeto de estruturas, 5., Rio de Janeiro. Anais.
PUC/RJ.
SILVA, R. C.; GIONGO, J. S. (2000). Modelos de bielas e tirantes. Projeto REENGE, São
Carlos, EESC – USP.
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