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Situado numa área de 17.424 metros quadrados no bairro do Jacintinho, com verde por todos os
lados, ergue-se o farol de Maceió, com sua luz que ilumina os navegantes. Antes era situado no
alto da Jacutinga, atual bairro do Farol. Apresenta visibilidade num raio de 85 quilômetros, que
vai de Jacarecica até a Barra de São Miguel. Ele se destaca por suas cores em preto e branco,
e a noite se ilumina, transmitindo a luz para o oceano. Conservado o farol do Jacintinho mantém
toda a sua estrutura intacta e limpa. Seus 136 degraus, em escada, estilo caracol, é outra
atração. Quem se aventura a subir até o topo tem o privilégio de uma bela visão de toda a
cidade e orla marítima. Toda a responsabilidade pela manutenção do farol é da Capitania dos
Portos, quem também administra os demais existentes em Alagoas: Ponta Verde, Porto de
Pedras, Ponto de Coruripe e Barra de São Miguel.
Numa época em que a medicina e a segurança pública eram falhas, os burgueses se passavam
por esses profissionais, ajudando a população pobre. Burgueses de bom coração como Jacinto
Athayde, um filho de portugueses que se instalou aqui em Maceió, no século passado, e fez
historia. Construiu um casarão no bairro do Poço (ainda preservado) e foi o fundador do atual
bairro do Jacintinho, nome que os moradores encontraram para homenageá-lo. Era casado com
dona Domingas Athayde, tronco de uma das mais tradicionais famílias de Alagoas. A casa
grande de Jacinto Athayde, no “pé da ladeira” que da acesso ao bairro do Jacintinho, tem
arquitetura do final do século passado. Com o passar do tempo, os descendentes do fundador
foram fazendo algumas reformas, mas a fachada é original. Nos fundos, o patriarca da família
mantinha um alambique com fabricação de cachaça e vinagre. Fazia famosas “garrafas” que ele
próprio receitava para curar algumas doenças, transformando-se num “médico” dos pobres. Era
respeitado e punia quem fazia desordens, passando a se construir uma espécie de “delegado”.
Alto funcionário da Usina Leão, Jacinto Athayde era considerado um verdadeiro burguês.
Vestia-se impecavelmente. Mas sabia cuidar da terra como qualquer senhor de engenho. Em
seu sítio, cultivava vários tipos de lavoura. Ajudava os pobres que o procuravam, e assim foi
surgindo o bairro do Jacintinho. A ladeira, que fica ao lado do casarão dos Athayde, leva seu
nome. Está desativada depois que a prefeitura construiu outro acesso.
Católicos iniciaram a evangelização[editar | editar código-fonte]
As famílias Vieira, Martins e Lopes foram as verdadeiras introdutoras da fé católica no
Jacintinho, no inicio de sua expansão como bairro. Construíram, com ajuda de outros
moradores, a capela de Santo Antonio, que continua aberta à comunidade, na Rua Belém. O
espaço tornou-se pequeno, e a única solução foi construir outra maior, para atender os católicos
do bairro. Gerônimo Martins, 58 anos, lembra do sacrifício do povo para construir a capelinha.
“Tinha que carregar água e areia do Reginaldo, a pé, a cavalo ou de jumento, e ainda retirar
pedra do inicio da ladeira do Jacinto Athayde”, enfatizou-se, lembrando o esforço de seus pais e
outros moradores. Com a construção do conjunto habitacional da Cohab, a população católica
aumentou mais ainda, e o bairro ganhou uma nova igreja – a de Nossa Senhora das Dores. No
conjunto José da Silva Peixoto, as obras de construção da Igreja de São Domingos estão sendo
concluídas. Mas a fé em Santo Antonio continua em meio à comunidade católica. Todos os anos
no mês de junho tem a festa do santo protetor, com novenas, quermesse e procissão.
Texto: Jornalista Jair Barbosa Pimentel, Pesquisa e Foto: José Ademir M dos Anjos
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