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Oxum

Oxum é a Senhora dos rios, dos metais nobres, da fertilidade e da prosperidade. Mulheres
louvam a fertilidade trazida por Oxum repetindo a expressão Yèyé ò, yèyé ò, yèyé ò! (Oh,
graciosa Mãe, oh, graciosa Mãe, oh, graciosa Mãe!). Alguns mitos referem-se a ela como Òsun
Òsogbo (Oxum da cidade de Òsogbo), outros enfatizam sua proximidade com Logunedé, ora
apresentado como seu filho, ora como seu mensageiro, havendo entre eles tão estreita
relação que chegam a ser considerados divindades complementares. Outros mitos, ainda,
referem-se a ela como esposa de Ifá. E aqueles que a apresentam como esposa de Xangô
narram que, ao tomar conhecimento da morte do marido, desesperada, transformou-se num
rio.

Esta Ìyámi Àkókó (Mãe Ancestral Suprema), é bastante cultuada em Òsogbo e é considerada,
também, a divindade protetora de Abéòkúta. Seus devotos frequentemente dedicam-lhe um
córrego ou rio, chamando-o de odò Òsun (Rio de Oxum), ao lado do qual colocam seu
santuário. Chamada Mãe das crianças, a ela pertence a fertilidade de homens e mulheres. Mas
não é apenas a fertilidade que lhe pertence: a prosperidade também. Confere proteção contra
acontecimentos adversos a seus devotos, sendo invocada nas mais distintas circunstâncias,
pois não há o que não possa fazer para ajudá-los. Foi a primeira Iyami encarregada de ser
Olùtójú àwon omo, A que vela por todas as crianças, e Aláwóyè omo, A que cura crianças.
Todo ano, por ocasião do festival realizado em sua homenagem, mulheres estéreis tomam
água de seu santuário esperando retornar no ano seguinte com os filhos por ela concedidos,
para agradecerem a graça alcançada.

Alguns de seus símbolos são as tornozeleiras, os braceletes e objetos de bronze, ouro, latão e
outros metais dourados, como a espada, o leque, o pente e o espelho. Um de seus orikis diz:

Oxum, senhora das águas que fluem suavemente.


Oxum, graciosa mãe, plena de sabedoria!
Que enfeita seus filhos com bronze.
Que fica muito tempo no fundo das águas gerando riquezas.
Que se recolhe ao rio para cuidar das crianças.
Que cava e cava a areia e nela enterra dinheiro.
Mulher poderosa que não pode ser atacada
Erinlé

Esta Ìyá-Agbà (Mãe Anciã ou Mãe Idosa e Respeitável), de relação estreita com as Iyami,é a
orixá da caça, arte na qual, juntamente com Oxossi, é discípula de Ogum. Associada à caça e à
capacidade estratégica, Erinlé possui intuição e percepção aguçadas: por isso é cultuada para
atrair agilidade e, de fato, traz sorte nos negócios e em assuntos relativos a dinheiro. Zeladora
de assuntos familiares, é também a protetora dos humilhados e dos injustiçados. Ama a mata
e a floresta, de cujos seres conhece as propriedades, e aprecia a vida ao ar livre. Orixá da
fertilidade, é cultuada juntamente com Ossaim. É chamada de Ibualamo, que significa o poder
de Erinle é retirado das profundezas da terra. Seus símbolos são óta (pedra de assentamento);
ìrùkèrè (cauda de animal que, após preparo artesanal e mágico, é carregada por sacerdotes e
reis como sinal de realeza e poder); èjùwèrè (instrumento ritual semelhante ao ìrùkèrè, feito
de couro e, por vezes, enfeitado com búzios ou miçangas); búzios; òpa (bastão com dezesseis
pássaros, forjado em metal); o sèkèrè (maracá); e o àdó (pequena cabaça utilizada para a
conservação de pós de uso mágico e medicinal). Seu metal é o ferro e sua preferência são as
roupas multicoloridas, as pulseiras de prata ou as confeccionadas com búzios e couro e os
colares, também confeccionados com búzios e couro.

Ajê

Ajé é uma Ìyá-Agbà (Mãe Anciã ou Mãe Idosa e Respeitável). Como é o orixá da prosperidade,
relaciona-se ao nascimento, à vida e à morte das pessoas. Ela é ao mesmo tempo
representante do dinheiro dos homens e guardiã do progresso dos homens e dos orixás. Como
detém o poder de tornar os feitos dos orixás reconhecidos, é cultuada também por eles. Seus
iniciados geralmente são iniciados também em Iemanjá, Olocum e Oxum, pois todos eles
possuem ligações estreitas. A palavra Ajé pode ser traduzida como Progresso para você,
Sucesso para você e Que aquilo que você espera de seu trabalho se concretize. Ajé Ògúgúlúsò
significa Ajê, Senhora da morada da sorte e das realizações do homem. Ajé Saluga significa Ajê,
Senhora do paraíso da riqueza. Ajê é uma orixá paciente, próspera, fértil, longeva, sábia,
harmoniosa, generosa, tolerante, justa e protetora da riqueza do homem (em todos os
sentidos), atraindo dinheiro para quem a cultua. Protetora do progresso, defende as pessoas
da inveja e de forças invisíveis que impeçam seu desenvolvimento econômico. Favorece o uso
sábio do dinheiro e protege as pessoas de receberem “mau dinheiro”, advindo de pagamentos
realizados de má vontade ou com raiva
beji

Ìbéjì, palavra formada a partir de ìbí (parir) e ejì (dois), significa Parir dois ou Gestação dupla,
indicando o nascimento de gêmeos. O primeiro a nascer recebe o nome de Táíwò (A primeira
criança, A criança mais nova, Aquele que vai conhecer a vida) e o segundo o de Kéhìndé (A
segunda criança, A criança mais velha), sendo considerado espiritualmente mais velho. Toda
criança nascida após o parto de gêmeos recebe o nome de Ìdòwú (equilíbrio das crianças Ibeji).

Quanto ao orixá Ibeji, ele protege contra a morte prematura, acalma o sofrimento material e
espiritual, orienta o ori do abiku e dos devotos a seguir o caminho certo, atrai progresso
econômico e desenvolvimento espiritual, harmoniza a vida material com a espiritual,
proporciona sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade, confiança, fertilidade, transforma
lágrimas em sorrisos. É associado à duplicidade – entre o existir e o não existir, o fazer e o não
fazer. É sedutor, capaz de atrair condições para conquistas, domina recursos para promover
cura e bem-estar, interfere no destino humano, removendo obstáculos da vida das pessoas,
como denota este oriki: Òkánlàwón, igbénijú, erelú amo mbá bí, mbá là (Criança nobre entre
as demais, se tiver você, prosperarei). Uma de suas cantigas traz o seguinte: Omo méjì ni Èjìré
tó sò ilé alákisà di aláso (Ejìré são duas crianças que fazem prosperar o lar do mal-sucedido).

Ibeji possui manifestação dupla: através da simbologia do orixá e através das crianças gêmeas,
que são o seu símbolo máximo e que, frequentemente, são mandadas à terra por algum orixá
para aliviar o sofrimento de uma família. O nascimento de gêmeos pode ser um problema ou
uma solução para os pais, dependendo do zelo que tiverem: convém que reverenciem os
próprios filhos, considerados semidivindades, sem desconsiderar suas necessidades de
crianças humanas, e que simultaneamente cultuem Ibeji para ganhar novas forças e conservar
a grande energia recebida com o nascimento desses filhos. Quanto às próprias crianças ibeji
observa-se que, por maior que seja sua semelhança física, têm expressivas diferenças quanto a
seus oris e destinos, sendo bastante comum a disputa entre eles. Costuma ocorrer que um dos
irmãos alcança sucesso e o outro fracassa na vida. Para que essa diferença não chegue a
extremos é preciso equilibrar as energias dos irmãos e cultuar Ibeji.

Não há ritual de iniciação em Ibeji, nem assentamento, nem incorporação nesse orixá. Como o
orixá Ibeji (de modo análogo ao que ocorre com as Iyami) não incorpora em humanos, é
reverenciado nas próprias pessoas a eles dedicadas. A forte identificação dessas pessoas com a
divindade que representam convida os demais à reverência.
Há uma relação importante entre Ibeji e Egbé Aragbô: Ibeji liga-se à natureza de modo geral e
à floresta, morada de Egbé, de modo particular. Para cultuar um é preciso cultuar também o
outro. As pessoas adquirem certas características ao cultuar Ibeji (que idênticas às dos devotos
de Egbé): são calmos, alegres, brincalhões, sociáveis, gratos, confiantes, esperançosos, leais,
comunicativos, versáteis (tendem a abraçar diversas atividades simultaneamente),
apreciadores de música e dança

Kori

Kori é a orixá da juventude e da vida, mas, como para viver não basta respirar, seu axé confere
um sentido à existência de seus devotos, facilitando o processo pelo qual cumprirão seu bom
destino. É protetora das crianças, especialmente das crianças abiku. Todas as pessoas são
constituídas de energias positivas e de energias negativas, mas em alguns casos o peso de
elementos como dificuldades, teimosia e desgraças é acentuado. Kori é cultuada para romper
com estas desgraças, trabalhando ao lado de Egbé e de Ibeji para manter os abikus na terra.
Ao lado de Egungun e de Ifá, atua para corrigir o mau destino de um devoto e para neutralizar
um fluxo energético passageiro, mas nocivo. Kori atua em questões relacionadas a fertilidade e
a sobrevivência

Igunukô

Protetor da agricultura, força criadora e regeneradora, Ìgúnnukó favorece o plantio e a


colheita. Integra cultos a ancestrais masculinos e femininos com a finalidade de manter a
conexão e a harmonia com os antepassados, para que sua energia favoreça a boa colheita, a
fertilidade, a cura, a prosperidade, a justiça nas relações e a paz social. Como nos cultos a
antepassados, o culto a Ìgúnnukó visa eliminar ou atenuar calamidades públicas. Seus símbolos
são potes de barro; tambores; óta (pedra de assentamento); ìrùkèrè (cauda de animal que,
após preparo artesanal e mágico, é carregada por sacerdotes e reis como sinal de realeza e
poder); e búzios. Sua preferência são as roupas e os colares multicoloridos.

Egbé

Episódios de aborto e morte prematura de crianças, jovens e adultos podem ser


compreendidos como resultantes da ação dos Àbíkú, também chamados Emèré, espíritos
pertencentes à Egbé-Àbíkú (Sociedade Abiku). A palavra àbíkú é constituída de a, bí, (ó) ku,
que ignifica tanto nascido para morrer quanto o parimos e ele morreu: designa crianças e
jovens que morrem antes de atingir a idade adulta e adultos que morrem antes dos pais.
Assim, há duas qualidades de abiku: os àbíkú-omódé, que morrem ainda crianças, e os àbíkú-
àgbà, que morrem jovens ou adultos. Tais indivíduos estabelecem com a Sociedade Abiku o ójó
orí, pacto de retornarem ao orun ao ser atingida determinada idade. Quando uma mulher
sofre sucessivas perdas de filhos recém-nascidos, ainda pequenos, jovens ou mesmo adultos,
considera-se que esteja sob a ação de um abiku, espírito que nasce múltiplas vezes através de
um mesmo corpo feminino por determinação do destino dessa mulher, por obra de magia ou
por circunstâncias de acaso, como a aquisição inadvertida de um abiku por uma grávida que
não tenha tomado os devidos cuidados contra isso. Quando uma mulher perde filhos assim,
suspeita-se que se trate da ação de àbíkú-omodé; e os episódios de perda de filhos serão
interrompidos somente se tomadas as necessárias providências para romper o vínculo desses
seres espirituais com a comunidade à qual pertencem no orun. Quanto aos àbíkú-àgbà, o
pacto por eles estabelecido com a sociedade determina que o retorno ao orun ocorra em
algum momento muito significativo e importante da vida, que pode ser crítico ou de sucesso,
como em uma data próxima à formatura, ao casamento, ao nascimento de um filho desejado
ou a uma conquista social notável.

Egbé Aráagbó é a comunidade espiritual à qual pertencem os abikus: é constituída pela Egbé
Aiyé (Sociedade de amigos do mundo visível, Amigos do mundo visível) e pela Egbé Òrun
(Sociedade de amigos do mundo invisível ou Amigos Espirituais) Estando esses dois mundos
entrelaçados e intimamente relacionados um ao outro, ambos exercem mútua influência entre
si: pode-se presumir que, para que uma pessoa possa viver feliz no aiye, é preciso que esteja
em harmonia com seus amigos espirituais no orun.
A solução básica do problema de quem é abiku implica em libertá-lo da sociedade à qual
pertence. De fato, implica em tornar cada abiku indesejável ao seu grupo de pertença original
no mundo espiritual, de modo que não queiram mais conservá-lo naquela sociedade. Sendo os
abikus poderosos, é preciso muito conhecimento por parte dos sacerdotes que se propõem a
lidar com eles. Alguns recursos para evitar a morte de um filho abiku e para retirar seu espírito
da sociedade à qual pertence podem ser utilizados. Através de rituais é estabelecido um jogo
de forças entre Egbé Aragbô e Egbé Abiku: forças de retenção do ser no aiye e forças de
resgate deste mesmo ser no orun. Cultos e oferendas são realizados tanto para uns quanto
para outros: para esta desistir de retomar seus membros e para aquela protegê-los de serem
reconduzidos à companhia de seus pares no orun. Egbé Aragbô atua com Exu pela necessidade
de manter o equilíbrio entre o aiye e o orun; age com o auxilio também de Oxum, pela
influência dela sobre a fertilidade.

Egbé significa Sociedade: designa a Sociedade dos Espíritos Amigos e se refere,


simultaneamente, a um orixá e a uma irmandade ou corporação de seres espirituais: trata-se
de Èré igbó ou Aráagbó, que significa Habitante da floresta ou Habitante do além. Este orixá
protege contra a morte prematura, acalma o sofrimento material e espiritual e orienta o ori do
abiku e de seus devotos a seguir o caminho certo. Atrai progresso econômico e
desenvolvimento espiritual, harmonizando esses dois aspectos da existência. Proporciona
também os sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade e confiança, trazendo a fertilidade
em todos os aspectos da vida. Atrai condições para conquistas, domina recursos para
promover cura e bem-estar, interfere no destino humano e remove obstáculos da vida:
transforma lágrimas em sorrisos. Egbé Aráagbó é venerado para que se possa receber sua
proteção contra seres visíveis e invisíveis. As pessoas costumam referir-se a ele dizendo Egbé
mi, minha Sociedade, meus Companheiros. Há uma relação importante entre Ibeji e Egbé, pois
Ibeji liga-se à natureza, de modo geral, e à floresta, morada de Egbé, de modo particular. Para
cultuar um é preciso cultuar o outro

yami Oxorongá
Todos os ancestrais femininos, as Ìyagbà ou Ìyámi, têm sua instituição em sociedades como
Egbé Eleye, Egbé Ògbóni e Egbé Gèlèdé, consideradas secretas pelo fato de os seus
conhecimentos serem transmitidos apenas a iniciados. As Iyami Oxorongá representam o
poder ancestral feminino e os elementos místicos da mulher em seu duplo aspecto: protetor e
generoso, perigoso e destrutivo. Todos os orixás femininos são detentores deste poder.

As Iyami são zeladoras da existência e guardiãs do destino: por isso sua boa vontade, essencial
à continuidade da vida e da sociedade, deve ser cultivada. Pertencem a um grupo de seres
espirituais chamados Ajogùn, cujas funções incluem carregar o ebó para alimentar-se dele ou,
mais precisamente, do sofrimento humano do qual está impregnado. Ao processarem as
energias dos ebós, possibilitam a cura, a superação de dificuldades e a atração de bens
necessários. Sua relação com os poderes mágicos lhes possibilita também neutralizar os
efeitos negativos de pensamentos, palavras e ações destrutivas que uma pessoa dirija contra
outra ou contra si mesma. A presença e a influência de Iyami no jogo oracular é fundamental,
pois se manifestam em todos os odus e, sendo parceiras deles, têm como ajudá-los a
comunicar-se entre si. Parceiras também de Exu e dos demais orixás, indicam com eles os ebós
necessários para cada situação, sendo de competência comum a todos a tarefa de transportá-
los.

A expressão Ìyámi, Minha(s) Mãe(s) ou Zeladora(s), designa um orixá cujo poder é tão grande
que todos se referem a elas sempre no plural, aludindo a uma coletividade. Quando se quer
saudá-las basta pronunciar um de seus nomes, pois elas representam uma coletividade de
seres relacionados a todos os elementos fundamentais para a sobrevivência dos homens: por
isso traí-las significa trair a própria essência vital humana. Invocar as Mães implica em associar-
se a uma coletividade de energias que vivem em estreita relação com elementos
indispensáveis à sobrevivência humana.

As Iyami, curandeiras com grande poder mágico, podem assumir diferentes formas. Intervêm
na existência humana no plano individual (na saúde física, psíquica e espiritual, no casamento
e na sexualidade) e no plano social (no trabalho e nas amizades). Elas apóiam as pessoas em
sua tarefa de organizar pensamentos e conhecimentos para melhor atingir objetivos, atraindo
sorte e favorecendo conquistas materiais. Promovem mudanças no plano emocional,
facilitando que um homem nervoso se acalme e um impaciente torne-se paciente. Intervindo
nos destinos, protegem as pessoas de danos causados por inimigos e por falhas próprias.
Como harmonizam relações, favorecem casamentos. Sendo portadoras de axé, favorecem a
aquisição e a manutenção da energia vital; protetoras e zeladoras de tal energia, orientam as
pessoas quanto à melhor maneira de realizar seu destino.
No aiye as Iyami trabalham para colocar ordem no conhecimento e na sabedoria dos seres, e
transmitem isso ao orum através de assentamentos já consagrados a elas, de iniciações e da
realização de constantes oferendas e ebós. A partir do momento em que se estabelece uma
ligação com Iyami, adquire-se melhores condições para atingir objetivos e concretizar ideais.

A natureza, que inclui os seres humanos, possui uma ligação energética entre os mundos
visível e invisível e recebe o toque divino das Mães. Água, ar, terra e fogo constituem
elementos através dos quais se pode chegar a elas. Assim sendo, pode-se evocá-las com água,
obi e orobô em rios, mares, encruzilhadas, estradas, ao pé de um peregun, na mata ou no
quintal de casa, entre tantos locais possíveis, dado o fato de pertencerem à natureza,
particularmente à terra.

As mulheres pertencentes ao grupo de devotos das Iyami são chamadas Ìyá-Agbà ou Ìya Aiyé
(Mães do Universo, Mães Anciãs ou Veneráveis Mães Anciãs); os homens são chamados de
Òsó (Bruxo, Feiticeiro). Ambos ficam atribuídos do poder de manipular o destino humano
através de rituais de consagração. A aquisição do poder das Iyami ocorre pelo nascimento, por
herança e pela iniciação. Esta última pode proporcionar a proteção delas para o iniciado e seus
familiares e amigos mais próximos e pode, num grau mais elevado, permitir a transmutação
física, embora exclusivamente no caso de mulheres. Diz o provérbio que o filho de Iyami tem
dois ouvidos, dois olhos e uma única boca, para ouvir e ver bem mais do que falar. Falar sobre
as Mães inspira a sensação de poder e sabedoria, muitas vezes equivocada, porque um devoto
que não saiba proteger e preservar a força e os segredos confiados a ele será vencido
facilmente. Falar sobre elas é uma tarefa desafiadora porque exige cumplicidade entre quem
fala e quem ouve e uma responsabilidade rara das pessoas em relação ao uso que fazem das
palavras. Por isso, durante a iniciação, as pessoas se comunicam o mínimo necessário.

Os iniciados em Iyami possuem as marcas simbólicas das Mães em seu corpo e podem sentí-las
até mesmo fisicamente. Essas marcas indicam sinais de nobreza. Os devotos das Mães muitas
vezes acabam se tornando líderes. Deles exige-se postura séria e rigorosa e uma auto-
educação para que não fiquem mencionando o poder delas. Pessoas indiscretas ou que se
considerem poderosas não devem cultuá-las, pois sua postura afasta o poder das Mães.
Tolerância e paciência, qualidades do sábio, são os principais meios de se venerar Iyami e aos
demais orixás. O devoto das Mães deve ser verdadeiro, leal, fiel e respeitoso para criar espaços
onde elas possam viver e atuar. As Iyami têm o poder de tornar o tempo favorável ou
desfavorável, podendo provocar morte prematura ou prolongar a vida: a capacidade de
trabalhar com seus poderes para atuar sobre a duração da existência, entretanto, é privilégio
de poucos sacerdotes.

Os iniciados em Iyami pelo Oduduwa Templo dos Orixás reunem-se periodicamente para
manter e fiscalizar o culto aos orixás, zelar pela casa e tratar de assuntos relevantes para a
comunidade que frequenta a instituição. Um dos eventos coletivos mais importantes do
templo é o Festival de Iyami, que ocorre anualmente.

roko

Ìrókò é o orixá da cura, da paz, da harmonia social, da tranquilidade, da fertilidade e do poder


espiritual. Capaz de atrair e preservar o axé, tem como símbolos máximos a árvore sagrada
ìrókò e florestas, parques e jardins. Tem por símbolos também o espaço, o tempo, a terra, òta
(pedra de assentamento), ìrùkèrè (cauda de animal que, após preparo artesanal e mágico, é
carregada por sacerdotes e reis como sinal de realeza e poder) e búzios. Ìrókò veste branco e
colares multicoloridos. Tem relação estreita com Egbé, Ossaim, Egungun, Geledé e Iyami
Oxorongá, entre outros orixás. Favorece o desenvolvimento do ori e da sensibilidade às
energias sutis: por isso, um de seus nomes é Olúwéré, Senhor dos mistérios e da rapidez. O
fato de Ìrókò favorecer o desenvolvimento do ori faz com que alivie estados de perturbação
mental e estimule firmeza e estabilidade pessoais, tornando a pessoa mais forte e apta a
enfrentar os desafios da vida. É cultuado em sinal de gratidão à natureza, por tudo o que ela
oferece ao homem

Ossaim

As plantas, imprescindíveis à vida e ao culto a orixás, são utilizadas como recurso litúrgico,
mágico e medicinal. Ossaim é o guardião do axé da flora e seu patrono: cabe a este orixá
efetivar o poder das plantas ou não e, por este motivo, sempre que se colhe uma planta deve-
se evocá-lo para que preserve a essência vital do elemento colhido. Narra o mito que Ossaim
perdeu uma perna e teve a capacidade da fala alterada após uma briga com Exu: por isso,
como as plantas, tem apenas uma perna e fala como se estivesse assobiando. Apenas os
olòsányìn, seus sacerdotes, são capazes de entender o que diz. Estes sacerdotes são magos
capazes de manipular as forças do orixá presentes nas folhas. Ossaim, muito rápido na solução
de problemas, é um curandeiro hábil que aplaca sofrimentos, podendo proporcionar ao
homem tudo o que deseja. Seus iniciados adquirem poder para manipular folhas. A palavra
folha designa elementos de todo o reino vegetal, como folhas, sementes, raízes, seivas e
cascas de árvores. Toda pessoa que lida sempre com esse reino está diariamente em contato
com Ossaim, que pode proporcionar aos sacerdotes a possibilidade de realizar jogos
divinatórios manipulados magicamente, caminho distinto do utilizado por Ifá, que possibilita
adivinhar pela interpretação de odus. Através de magia pode-se fazer a estátua de Ossaim
falar. Durante a consulta o olòsányìn dialoga com essa estátua: utilizando palavras rituais e o
som do sèkèrè, o sacerdote invoca Ossaim, que responde como se estivesse assobiando.
Embora todos os presentes ouçam o som emitido pela estátua, a linguagem é compreendida
apenas pelo olòsányìn que fez a invocação.

Seus principais símbolos são: òpa (bastão com dezesseis pássaros, forjado em metal); sèkèrè
(maracá); e àdó (pequena cabaça utilizada para a conservação de pós de uso mágico e
medicinal)

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