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EXMO(A). SR(A). JUIZ(A).

FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL PREVIDENCIÁRIO DE XXXXXXXXX –


UF

XXXXXXXXXXXXXX, já cadastrada eletronicamente,


vem com o devido respeito perante Vossa Excelência por meio
de seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE REVISÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos


fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

1 - FATOS

A parte Autora recebe o benefício de pensão por morte nº XXX.XXX.XXX-X desde


xx/xx/xxxx.

O benefício fora concedido considerando o óbito do seu cônjuge, o Sr. XXXXXXXX, o qual
percebia a aposentadoria por tempo de contribuição nº XXX.XXX.XXX-X, concedida em
XX/XX/XXXX.

Ocorre que por ocasião da definição da base de cálculo do benefício originário não foram
considerados o décimo terceiro salário e o adicional de férias, implicando em redução do salário
de benefício.

Por este motivo, se ajuíza a presente ação.

2 - DIREITO
2.1 – DA DECADÊNCIA
Inicialmente, imperioso destacar que não ocorreu a decadência em relação ao pedido de
revisão da renda mensal inicial do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição pela
inclusão do 13º salário e adicional de férias na base de cálculo.

Isto porque, em se tratando de pensão por morte derivada de benefício objeto da revisão,
aplica-se o princípio da actio nata, de forma que o prazo decadencial deve ser contado da data
do primeiro dia do mês seguinte ao primeiro pagamento da pensão por morte, e não do benefício
originário.

Este foi o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do
julgamento do REsp 1571465/RS:

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REVISÃO DE BENEFÍCIO. PENSÃO POR


MORTE. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. ART. 535, II, DO CPC.
1. O recorrente sustenta que o art. 535, II, do CPC foi violado, mas deixa de
apontar, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado.
Assim, é inviável o conhecimento do Recurso Especial nesse ponto, ante o óbice
da Súmula 284/STF.
2. O início do prazo decadencial se deu após o deferimento da pensão por
morte, em decorrência do princípio da actio nata, tendo em vista que apenas
com o óbito do segurado adveio a legitimidade da parte recorrida para o
pedido de revisão, já que, por óbvio, esta não era titular do benefício
originário de seu marido, direito personalíssimo.
3. Em se tratando de benefício previdenciário, incide na hipótese de revisão do
ato de concessão/indeferimento de benefício o disposto no art. 103 da Lei
8.213/1991: "É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou
ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício,
a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira
prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo". Como a concessão da pensão
que a recorrida pretende ver recalculada se deu no dia 17.8.2008 e o ajuizamento
da ação ocorreu em 8.9.2010, não houve a decadência do direito à revisão dos
benefícios previdenciários.
4. Recurso Especial não provido.
(REsp 1571465/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 17/03/2016, DJe 31/05/2016 - grifado)

Portanto, considerando que o benefício de pensão por morte foi concedido em


XX/XX/XXXX, não há o que se falar em decadência, em que não se decorreram mais de dez anos
desde então.

2.2 - DO MÉRITO

Até o advento da Lei 8.870/94 o décimo terceiro salário e adicional de férias integravam o
salário de contribuição, de forma que deveriam ser considerados na apuração do salário de
benefício.
Consoante a redação original do art. 28, §7º da Lei 8.212/91:

Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:


§ 7º O décimo terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-
contribuição, na forma estabelecida em regulamento. (grifado)
Em harmonia com o referido dispositivo, o art. 29, §3º da Le 8.213/91 em sua redação
original:

Art. 29. O salário-de-benefício consiste:


§ 3º Serão considerados para o cálculo do salário-de-benefício os ganhos
habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente
ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuição previdenciária.
Nesse sentido, verifica-se que a gratificação natalina, sobre a qual incidiu contribuição
previdenciária, deve ser considerada para os efeitos de cálculo do salário de benefício até a
entrada em vigência da Lei 8.870/94.

E reconhecendo a incidência do 13º salário até a entrada em vigência da Lei 8.870/94, a


tese firmada pelo STJ no Tema 904 (REsp 1546680/RS):

O décimo terceiro salário (gratificação natalina) somente integra o cálculo


do salário de benefício, nos termos da redação original do § 7º do art. 28 da
Lei 8.212/1991 e § 3º do art. 29 da Lei n. 8.213/1991, quando os requisitos
para a concessão do benefício forem preenchidos em data anterior à publicação
da Lei n. 8.870/1994, que expressamente excluiu o décimo terceiro salário do
cálculo da Renda Mensal Inicial (RMI), independentemente de o Período Básico
de Cálculo (PBC) do benefício estar, parcialmente, dentro do período de vigência
da legislação revogada.

Ainda, é amplamente reconhecida a inclusão do adicional de férias na apuração do salário


de benefício:

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. RENDA MENSAL INICIAL. 13º


SALÁRIO E ADICIONAL DE FÉRIAS. CÔMPUTO NOS SALÁRIOS-DE-
CONTRIBUIÇÃO. 1. A inflação a ser considerada na atualização monetária dos
salários-de-contribuição considerados no cálculo do salário-de-benefício é
aferida até o mês imediatamente anterior ao mês do início do benefício. 2.
Concedido o benefício antes do advento da Lei n. 8.870/94, é devida a inclusão da
gratificação natalina no cálculo do salário-de-benefício. 3. O adicional de férias
deve ser acrescido aos salários-de-contribuição considerados no cálculo do
salário-de-benefício. (TRF4, AC 2003.71.00.061668-5, SEXTA TURMA, Relator
para Acórdão JOÃO BATISTA LAZZARI, D.E. 30/09/2009)
E no presente caso verifica-se que no INSS não considerou o 13º salário e tampouco o
adicional de férias do segurado instituidor por ocasião da apuração do salário de benefício
originário.
Nesse seguimento, uma vez considerados, por óbvio que incidem reflexos financeiros no
benefício do de cujus, e consequentemente na pensão por morte da Autora.

Portanto, considerando que na apuração do salário de benefício da aposentadoria do


falecido segurado instituidor não foram considerados o 13º salário e o adicional de férias,
plenamente devida a revisão do benefício de aposentadoria concedido ao de cujus e
consequentemente do benefício derivado de pensão por morte, mediante recálculo da RMI.

3 - DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no


âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui
efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS a
cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de revisar o benefício em
favor da Parte Autora.

4 – DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Considerando o notório e reiterado posicionamento do INSS em sentido contrário ao


pedido apresentado na presente demanda, a parte Autora vem manifestar, em cumprimento ao
art. 319, inciso VII, do CPC/2015, que não há interesse na realização de audiência de conciliação
ou mediação, haja vista a iminente ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as
partes dispensem a sua realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.

5 – PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:


a) A concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, tendo em vista que a parte Autora não
tem como suportar as custas judiciais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;

b) O recebimento e deferimento da presente peça inaugural;

c) A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que, querendo, apresente
defesa;

d) O julgamento antecipado da lide, com fulcro no art. 355 do Código de Processo Civil, haja
vista que o processo trata de matéria exclusivamente de direito. Caso não seja este o
entendimento de Vossa Excelência, requer a produção de todos os meios de provas em
direito admitidos, em especial o documental;
e) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:

1) Revisar o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição nº


XXXXXXXXX, mediante recálculo da RMI, integrando o décimo terceiro
salário e o adicional de férias ao salário de contribuição na apuração do
salário de benefício, e consequentemente, revisar o benefício de pensão por
morte nº XXXXXXXXXX;

2) Pagar as diferenças que se formarem em decorrência da revisão aqui


pleiteada, com o adimplemento de todas as parcelas vencidas desde a data
da concessão da pensão por morte e, corrigidas desde a época da
competência de cada parcela até o efetivo pagamento, respeitada a
prescrição quinquenal;

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Dá à causa o valor de R$ xx.xxx,xx1.

Local, data.

Nome do advogado
OAB/UF xx.xxx

1 Valor da causa = Parcelas Vencidas (R$ x.xxx,xx) + Parcelas Vincendas (R$ xx.xxx,xx) = R$ xx.xxx,xx.

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