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CONDIÇÕES NECESSÁRIAS E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

SEGUNDO O PONTO DE VISTA DOS PROFISSIONAIS BRASILEIROS DA ÁREA

Eloir de Oliveira Faria, D.Sc.


Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro
Av. Pres. Vargas, 817, 22o andar, CEP 20.071-004, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Telfax: 55 21 2252.4883; e-mail: eloir@fst.com.br

Marilita Gnecco de Camargo Braga, Ph.D.


Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE/Programa de Engenharia de Transportes
Cidade Universitária, Centro de Tecnologia, Sala H106; CEP 21.945-970; Caixa Postal 68512, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Tel: 55 21 2560-4697; Telfax 55 21 2290-6626; e-mail: marilita@adc.coppe.ufrj.br

(Artigo científico publicado nos anais XIII Congresso Panamericano de Engenharia e Trânsito e Transporte, em Albany,
Nova York, EUA)

RESUMO

Este texto mostra os resultados de uma pesquisa exploratória realizada com especialistas e profissionais de instituições
brasileiras ligados à Segurança e Educação para o Trânsito, de modo a identificar os objetivos da Educação de crianças e
adolescentes para o Trânsito (ET) mais adequados à realidade brasileira e as condições necessárias para garantir o
sucesso das ações educativas. Para efetuar este levantamento, testou-se a técnica de conclaves denominada matriz
decisória. A necessidade deste trabalho originou-se da análise crítica de programas de ET dos EUA, Inglaterra, França e
Brasil. Mesmo adotando abordagens distintas, estes programas seguem dois paradigmas tradicionais: as ações educativas
devem objetivar a redução do número e da gravidade dos acidentes e focalizar a mudança de comportamento do
indivíduo, adaptando-o à tecnologia do automóvel. Em geral, estes programas não têm como meta a mudança de normas
sociais e estilos de vida da sociedade e não propõem a redução dos riscos presentes nas vias. Os resultados sugerem que a
técnica matriz decisória foi eficaz na identificação da opinião dos especialistas entrevistados, que propuseram e
hierarquizaram 23 condições necessárias e objetivos da ET. A condição necessária mais relevante foi o apoio dos meios
de comunicação na divulgação dos fatores envolvidos nos acidentes. Os objetivos mais relevantes foram: a promoção de
reflexão, de vivências e de sensibilização; a compreensão e a análise de situações; a difusão de temas e conteúdos
específicos da ET nas disciplinas da grade curricular das escolas. Sintonizados com a necessidade de mudança dos
paradigmas atuais, os entrevistados também indicaram que as ações educativas devem inserir o tema num contexto mais
amplo e promover uma reeducação de valores, atitudes, comportamentos e idéias. Os especialistas estão conscientes da
urgência da necessidade do aperfeiçoamento da ET, mas reconhecem as dificuldades de implementação, pois destacaram
que o sucesso das ações educativas depende de vontade política para tratar devidamente os problemas de segurança no
trânsito e para valorizar e incentivar os professores da escola pública.

PALAVRAS-CHAVE: educação, trânsito, criança.


1. INTRODUÇÃO

Desde o início do século XX, existem referências a ações educativas para a segurança no trânsito
voltadas para o controle da circulação de veículos. Nos anos 50, o acidente de trânsito começava a
ser visto como um problema social e os governos esforçavam-se para minimizar os efeitos do
crescimento do transporte motorizado. A partir desta prática, formou-se o paradigma de que as ações
em Segurança de Tráfego deveriam objetivar, prioritariamente, a redução do número e da gravidade
dos acidentes, induzindo a formulação de critérios de efetividade equivalentes para avaliação destas
ações, inclusive as educativas. Esta abordagem proliferou durante os anos 60, como resultado do
aumento crescente dos acidentes.

Como até a década de 60 os acidentes de trânsito eram investigados mais sob o enfoque jurídico
(responsabilidade pelo acidente), surgiu um segundo paradigma: o não cumprimento da lei ou a sua
negligência eram os fatores que explicavam a ocorrência dos acidentes e consequentemente, a
solução a longo prazo só seria viável com a modificação de comportamentos. Ou seja, o homem,
enquanto indivíduo, é o responsável e precisa adaptar-se à tecnologia do automóvel para não se
envolver em acidentes de trânsito. Assim, a maior parte dos esforços educacionais iniciais era um
apelo geral à cautela e à responsabilidade dos usuários do sistema viário.

Desde a década de 70, técnicos e pesquisadores têm revisto estes dois paradigmas. Mais
recentemente, Davis (1992), Johnston (1992), Wolinsk (1993) e Davis (1994) propõem que a
segurança no trânsito é uma questão muito mais complexa do que simplesmente apelar para a
responsabilidade. O novo paradigma propõe reduzir os riscos no trânsito, através da mudança de
normas sociais e de estilos de vida, desenvolvendo o potencial do homem em transformar o “status
quo”.

Numa análise de programas de Educação de crianças e adolescentes para o Trânsito (ET) dos EUA,
Inglaterra, França e Brasil, Faria (2002) concluiu que, em geral, eles não incluem os temas da
segurança no trânsito em um contexto social mais amplo, nem aspectos éticos e de solidariedade
humana. Mesmo adotando abordagens distintas, seguem os dois paradigmas tradicionais.

Alguns motivos podem explicar as diferentes abordagens destes programas educativos.


Provavelmente, os mais importantes estejam relacionados ao tratamento dado ao automóvel, à infra-
estrutura de transporte e ao modelo de educação de cada cidade ou país. Daí a necessidade da
realização da pesquisa com especialistas brasileiros.

O objetivo desta pesquisa exploratória é identificar a opinião de especialistas, profissionais e


instituições brasileiras, ligados ao tema, sobre os "objetivos de uma Educação de crianças e
adolescentes para o Trânsito (ET) mais adequados à realidade brasileira e sobre as condições
necessárias para garantir o sucesso dessas ações educativas". Pretende-se testar a técnica de
conclaves denominada "matriz decisória", como ferramenta capaz de identificar essa opinião.
Denominaremos “condições e objetivos" a proposta desta pesquisa.
2. A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO NOS EUA, INGLATERRA, FRANÇA E BRASIL

2.1 A prática educativa

A preocupação com os acidentes envolvendo crianças e adolescentes nos países desenvolvidos,


particularmente nos EUA, na Inglaterra, na Suécia e na França, fez com que fossem realizadas
inúmeras pesquisas e estudos para verificar os aspectos físicos e comportamentais que possivelmente
intervêm para tornar este público vulnerável. A análise da exposição ao risco permitiu determinar os
grupos de indivíduos que merecem uma atenção especial na prevenção de acidentes e as ações
educativas que possivelmente podem diminuir o seu envolvimento neles.

A experiência internacional reforça a abordagem voltada para o trajeto para a escola, o conhecimento
de mapas e a localização de rotas mais seguras para a viagem a pé (West et al., 1993). Outra
iniciativa é o treinamento de alunos e pais para orientar a travessia nas imediações da escola
(Preusser, 1988). Para reforçar o aprendizado nas salas de aula, foram construídas pequenas áreas
urbanizadas, com equipamentos de trânsito, as mini-cidades, onde crianças e adolescentes recebem
orientação de policiais e monitores, vivenciando situações como pedestre e motorista (OECD, 1983).

Desde 1957, na França, a educação para o trânsito é obrigatória (Chassagne, 1991). Na pré-escola,
foi iniciada em 1978 nos EUA (Marshall, 1992). Na Inglaterra, atualmente, a educação para o
trânsito ocorre de duas formas: treinamento em situações reais ou simuladas, que requer,
normalmente um tempo fora do currículo principal da escola; treinamento inserido na grade
curricular (Clayton et al., 1995).

A experiência internacional na educação para o trânsito na escola é bem anterior à do Brasil. No


Brasil, há menos de duas décadas, poucas cidades tentaram educar para o trânsito nas escolas, mesmo
com a determinação do Código Nacional de Trânsito (desde 1966) e a recomendação do Ministério
da Educação (desde 1991), indicando que tem-se deixado para a família a responsabilidade de inserir
a criança no ambiente de tráfego. A maioria destas ações educativas, no entanto, repete as
experiências bem sucedidas no exterior, sem investigar os fatores de risco que envolvem nossas
crianças e adolescentes (Faria, 2002).

Para desenvolver a ET na escola, nas mini-cidades e nas campanhas educativas, foi produzido um
farto material: cartazes; livros e cartilhas para diferentes faixas etárias; cadernos de desenho ou
colagem; brinquedos e jogos; fitas cassete com histórias relacionadas à vivência no trânsito; filmes e
vídeos; adesivos e material refletivo dos mais diversos formatos, para serem usados em roupas e
bicicletas; folhetos abordando a problemática da travessia das vias, do uso das bicicletas, de
capacetes e do cinto de segurança.

Segundo Faria (2002), estes materiais educativos foram elaborados de acordo com a concepção
tradicional, onde os técnicos identificam os conceitos e aspectos do tema, bem como produzem os
instrumentos necessários. Este procedimento pode tornar o material não atrativo para os alunos, tanto
na forma de apresentação, quanto nos conteúdos. Cita-se, como exemplo, o programa educativo de
Joinville (1990) que propõe que uma criança da 6a série, com 11 ou 12 anos de idade, classifique os
veículos quanto à espécie e categoria (oficial, particular, diplomático, etc)! Na revisão da prática
nacional e internacional realizada por Faria (2002), apenas o material pedagógico e o programa
educativo “On the move...” (Clayton et al., 1995) foram desenvolvidos a partir de pesquisas de
percepção junto aos estudantes, obtendo o ponto de vista e a expectativa do aluno.

2.2 Objetivos da educação de crianças e adolescentes para o trânsito

Um traço comum na prática nacional e internacional da ET é que ela está comprometida com o
enfoque da “redução do número e da gravidade dos acidentes”. Os conteúdos mais
freqüentemente encontrados foram: o ambiente de tráfego, os músculos motores, a velocidade, a
distância, a noite, a orientação e a percepção (órgãos dos sentidos) (Prévention Routière, 1992a e
1992b). Ou seja, abordam o tema somente de forma cognitiva, o que nem sempre resulta em
mudança de comportamento das crianças (OCDE, 1986). Na análise dos programas escolares
americanos (Robinson, 1994), não se encontrou objetivo que postulasse a crítica à forma
predominante da circulação de veículos, do uso de carros particulares em relação aos coletivos, a
poluição sonora e atmosférica decorrente dessas condições.

A exceção a esta regra é encontrada nas escolas francesas (Zilli, 1994), que além de treinar
habilidades e ensinar regras de circulação, incluem temas para incentivar a reflexão crítica dos alunos
sobre a dominação dos veículos: análise crítica dos transportes e de sua evolução histórica; os
aspectos sociais da questão; a responsabilidade individual e coletiva. No Brasil, conteúdos
semelhantes foram encontrados na proposta da cidade de Campinas (2004). Além destes dois
programas educativos, Grayson (1981), Johnston (1992) e Wolinsk (1993) citam também o objetivo
de “reduzir o risco presente nas vias”.

Os programas que objetivam a redução dos acidentes procuram adaptar o aluno à circulação viária e
orientá-lo para a aquisição de hábitos e comportamentos corretos e seguros, principalmente através
do treinamento de habilidades para se proteger do “perigo” das vias. As ações da ET que objetivam a
redução dos riscos, propõem mudar normas sociais e estilos de vida e suscitam uma tomada de
consciência para um trânsito mais calmo, alertando crianças e adolescentes “que elas estão sendo
obrigadas a viver num mundo que não criaram, mas que para elas foi imposto, onde são forçadas a
negociar o espaço na circulação urbana com os automóveis e alertar sobre o risco de atropelamentos”
(Grayson, 1981).

À primeira vista, pode parecer que ao objetivar a redução dos acidentes, a ET também objetiva a
redução dos riscos. No entanto, segundo Wolinsk (1993), a primeira abordagem da ET leva o aluno a
adaptar-se à realidade do trânsito enquanto que a segunda leva o aluno a questionar a liberdade do
transporte motorizado individual.

A diferença básica entre estes dois objetivos pode ser ilustrada com o exemplo de um estudo de
efetividade de um clube de trânsito, realizado pela OECD (1986). O clube de trânsito conseguiu que
seus integrantes se envolvessem menos em acidentes, porque seus pais, após terem participado dos
encontros nestes clubes, expunham menos seus filhos ao trânsito. Portanto, a redução na exposição
ao risco foi conseguida com a redução da mobilidade dos alunos e não com a redução do risco nas
vias.

Os programas educativos dos países pesquisados, em geral, não incluem os temas da segurança no
trânsito em um contexto social mais amplo, nem aspectos éticos e de solidariedade humana. Podem
então ser classificados como programas que objetivam reduzir os acidentes. As atividades
educativas de trânsito no Brasil, também vêm sendo desenvolvidas segundo os preceitos da escola
tradicional: palestras, campanhas isoladas, distribuição de folhetos, visitas a mini-cidades ou a
espaços vivenciais, etc. São ações estanques e inconsistentes, que podem ser consideradas como
pseudo-educativas, não sendo a melhor forma de conseguir comportamentos seguros no trânsito
(OCDE, 1986).

A ET sob o enfoque tradicional, objetiva tornar a criança um pedestre responsável e cioso de seus
direitos e obrigações, para que quando for um motorista, esteja também preocupado com a segurança
no trânsito. No entanto, se ao aluno não for permitida uma reflexão sobre a situação do trânsito, sobre
a liberdade do automóvel no sistema viário e se ele não puder vivenciar a solidariedade e a
cooperação, nas aulas e em situações reais do trânsito, ele não se tornará um motorista preocupado
com a segurança e com a coletividade.

3. METODOLOGIA

Quase sempre, as pesquisas de opinião por questionários contém perguntas formuladas pelos
entrevistadores. Entretanto, devido a natureza e complexidade do tema abordado, procurou-se
envolver os entrevistados desde o início da pesquisa, na formulação e na análise das condições e
objetivos da ET. Assim, a pesquisa foi idealizada de modo a atender a três características: obter a
opinião de um maior número de profissionais da área, permitir a realização da pesquisa em etapas e
possibilitar a interação com os participantes.

Como não se encontrou na bibliografia consultada, tais como, Kerlinger (1981) e Seidman (1998),
propostas de questionários que satisfizessem plenamente estas características, buscou-se apoio na
metodologia de conclaves. Embora indicada para um número pequeno de participantes, suas
características atendem ao propósito deste levantamento e ao problema aqui analisado.

As técnicas de conclaves podem ser definidas como ferramentas para sistematizar reuniões de grupo
(Brasil, 1996). É bastante extensa sua abrangência, englobando desde ferramentas destinadas ao
treinamento de laboratório e desenvolvimento interpessoal, até técnicas voltadas para a elaboração de
cenários futuros (Souza, 1994). Krueger (2000) recomenda que estas metodologias devem ser
modificadas e adaptadas de acordo com a situação e que pode ser utilizado um conjunto de técnicas
ou partes combinadas, de modo a se adequar ao objetivo final. Mesmo sendo técnicas que valorizam
mais os atributos do que a mensuração, elas não ignoram as quantificações, que servem para fornecer
embasamento e sustentação às discussões geradas.

Do conjunto de técnicas sugeridas por Brasil (1996), Barbour e Kitzinger (1998) e Krueger (2000),
as mais adequadas ao caso analisado são aquelas que têm por finalidade a resolução de problemas e
que têm abordagens analítica e decisória, pois atendem às três fases do processo de decisão
relacionadas com esta pesquisa: análise das causas, ponderação/avaliação de alternativas e decisão
propriamente dita. Brasil (1996) apresenta as definições para estas técnicas:
a) as que têm por finalidade a "resolução de problemas", são aquelas de caráter mais pragmático,
voltadas para a busca de solução de problemas existentes;
b) as que têm abordagem "analítica", são aquelas que se caracterizam pela discussão de idéias e
propostas com base em informações, dados e justificativas plausíveis;
c) as que têm abordagem "decisória", são aquelas destinadas à escolha ou priorização de alternativas
viáveis.

Das sugestões destes autores, destacam-se os seguintes exemplos de técnicas:


a) abordagem "analítica": Painéis Progressivo e Seletivo; Estudo de Caso; Diagramas de Afinidade,
de Inter-relação, de Causa e Efeito, de Árvore e Matricial; Método TURIB/GUT;
b) abordagem "decisória": "Check-list"; Priorização com base no diagrama matricial, Matriz de
prioridades; Matriz decisória.

Souza (1994) recomenda a "Matriz decisória" para selecionar alternativas com base em critérios e o
"Método TURIB/GUT" para avaliar as diversas causas de um problema de modo a identificar as
mais relevantes. Desta forma, para complementar adequadamente o questionário a ser submetido aos
especialistas, optou-se pelo uso dos procedimentos propostos na técnica de conclaves "Matriz
decisória": escolha e pesos dos critérios; construção da matriz decisória; resultado da matriz
decisória. Conforme indicação de Brasil (1996), na listagem de alternativas da matriz decisória,
utilizou-se o procedimento analítico do "Método TURIB/GUT" para a seleção da causas do
problema, a partir de uma lista preliminar.

Desta forma, a pesquisa consistiu na apresentação de questionários a um grupo de pessoas, com uma
lista preliminar de diversas causas do problema aqui analisado, a fim de identificar as mais
relevantes, a partir de critérios de análise definidos pelos participantes.

Foram identificadas 125 instituições e especialistas. Os entrevistados receberam, via postal ou por
meio eletrônico, questionários para as três fases da pesquisa: a) definir as "condições e objetivos"; b)
identificar os critérios a serem utilizados na análise das "condições e objetivos", bem como os pesos
relativos destes critérios; c) obter a relevância relativa de cada "objetivo e condição necessária", em
relação ao conjunto proposto.

4. RESULTADOS

4.1 Primeira fase

Aos 65 especialistas efetivamente entrevistados, foi formulada a seguinte pergunta: “Quais os


motivos dos programas, campanhas e outros esforços realizados na área de educação de trânsito para
o público infantil, não terem produzido os resultados desejados?”. Apresentou-se uma lista de 28
motivos, sugeridos por Braga e Santos (1994). A seguir, destaca-se um dos motivos apresentado no
questionário enviado aos entrevistados:

"2 - A Educação para o Trânsito está inserida num contexto cultural que estimula
o individualismo e a competição; com estes valores, comportamentos adequados
no trânsito só são conseguidos estimulando a autodefesa e/ou punindo falhas;
assim, não se consegue estimular o usuário ao desenvolvimento de atitudes
cooperativas no trânsito.
Concordo.
Não concordo, porque ____________________________________________"
A quantidade de entrevistados distribuídos pelas áreas de atuação foram: Poder Executivo –
Educação (11), Transportes – Universidade (10), Poder Executivo – Engenharia (7), Transportes –
Consultoria (7), Educação – Pedagogia (5), Saúde (5), Educação – Consultoria em trânsito e
transportes (3), Empresa (3), ONG (3), Outra área (3), Psicologia (3), Poder Executivo –
Policiamento (2), Comunidade (1), Jornalismo (1), Política (1). Verifica-se que as áreas Poder
Executivo (Educação) e Transportes (Universidade) juntas correspondem a quase 1/3 das respostas
recebidas.

Os entrevistados concordaram com quase todos os motivos listados no questionário. Em média,


discordaram apenas de 2 dos 28 motivos. Em contrapartida, todos concordaram que o insucesso da
ET pode ser atribuído à falta de monitoração, à curta duração dos eventos, ao pouco conhecimento
que os professores têm sobre ET, à situação crítica do ensino público no Brasil, à não inclusão do
tema nos currículos escolares, à falta de vontade política, às péssimas condições de infra-estrutura
viária e à pequena contribuição da iniciativa privada.

4.2 Segunda fase

A partir das contribuições dos entrevistados na primeira fase, os motivos de insucesso da ET foram
revistos e redigidos na forma de uma lista de 7 "condições necessárias", 13 "objetivos da ET" e 6
"objetivos para ações educativas nas escolas", conforme Tabela 1, totalizando 23 questões a serem
analisadas pelos entrevistados. Com esta lista, foram apresentados, para apreciação dos entrevistados,
os seguintes critérios de análise, definidos pelos autores a partir da revisão bibliográfica: facilidade
de implantação, efetividade e urgência.

Desta forma, aos entrevistados, foi solicitado: complementar a lista das “condições e objetivos”;
incluir outros critérios de análise, se necessário; atribuir aos critérios de análise pesos variando de 1 a
4, de modo que quanto mais importante o critério, maior o peso a ele atribuído.

Foram obtidas as seguintes médias aritméticas simples dos pesos sugeridos para os três critérios de
análise, transformadas para a base 1: facilidade de implantação (1,0), efetividade (1,3) e urgência
(1,1). As sugestões dos entrevistados foram consideradas também na reformulação dos critérios para
a próxima etapa:
• Qual o grau de facilidade de implantação do “objetivo ou da condição necessária da ET”? Um
“objetivo ou uma condição necessária da ET” de fácil implantação é aquele com baixo custo e que
encontra boas condições existentes de infra-estrutura e de pessoal;
• Qual o grau de efetividade do “objetivo ou da condição necessária da ET”? Um “objetivo ou uma
condição necessária da ET” efetivo é aquele que produz resultados adequados, atendendo ao maior
número de pessoas possível;
• Qual o grau de urgência do “objetivo ou da condição necessária da ET”? Um “objetivo ou uma
condição necessária da ET” urgente é aquele que deve ser implementado mais prontamente.

4.3 Terceira fase

Foi necessário estabelecer os conceitos e os valores dos graus a serem atribuídos pelos entrevistados
às “condições e objetivos”. Optou-se por uma escala variando de 0 a 5 para esses graus,
correspondendo aos conceitos: 0 - Nenhum; 1 - Muito baixo; 2 - Baixo; 3 - Médio; 4 - Elevado; 5 -
Muito elevado. Por exemplo, se um determinado objetivo ou condição deve ser implementada com
urgência muita elevada, a ela deveria ser atribuído o grau 5 para o critério Urgência. No outro
extremo, o grau zero significa que o objetivo ou condição não tem nenhuma urgência de
implantação, ou que o item listado não contribui para o sucesso da Educação para o Trânsito.

A partir dos graus atribuídos para cada “condição necessária e objetivo” proposto, foi calculado um
valor médio, ponderado pelos pesos dos critérios de análise. Essa média ponderada indicou a
relevância do item analisado e foi definida como o Grau de relevância (gr). A partir dessas médias,
as "condições e objetivos” foram arranjados em uma ordem decrescente de relevância, por categoria,
conforme Tabela 1. Os números antes de cada “condição e objetivo” nessa tabela correspondem à
seqüência originalmente submetida aos entrevistados. Esta média ponderada varia de 0 a 5 e os
mesmos conceitos citados anteriormente foram usados na análise da relevância.

Os entrevistados concordaram com o conjunto de condições e objetivos da ET proposto, pois a média


dos graus de relevância (gr) de todas as "condições e objetivos” foi 3,78, próxima ao grau 4 (Elevada
Relevância). Ao agrupá-las, foram obtidos os seguintes valores para os graus de relevância:
condições necessárias, 3,69; objetivos da ET, 3,94; objetivos específicos para o ensino nas escolas,
3,62.

Efetuou-se um teste de significância denominado “diferença das médias” (Spiegel, 1993) para avaliar
se as diferenças encontradas entre estes valores poderiam indicar que os três grupos de “objetivos e
condições” têm a mesma relevância para os entrevistados. Para um nível de significância de 95%, as
diferenças entre estas médias não são significativas, pois todos os valores de z calculados foram
menores do que 1,96: a) 0,043 para "condições necessárias" X "objetivos da ET"; b) 0,009 para
"condições necessárias" versus "objetivos da ET nas escolas"; c) 0,047 para "objetivos da ET" versus
"objetivos da ET nas escolas". Desta forma, pode-se inferir que os três grupos de “objetivos e
condições” têm a mesma relevância.

Para os entrevistados, o apoio dos meios de comunicação (Condição 6) é a condição necessária à ET


mais relevante (gr=4,07). O objetivo (12) mais relevante é “explorar reflexão, vivências,
sensibilização, compreensão e análise de situações” (gr=4,24). Quanto aos objetivos da ET nas
escolas, os entrevistados concordam com o proposto no Código de Trânsito Brasileiro: a necessidade
de “difundir os temas e conteúdos específicos da ET nas disciplinas existentes na grade curricular das
escolas” (gr=3,92).

É interessante notar que 20 dos 23 “objetivos e condições” apresentam desvio padrão menor do que
1, mostrando um certo grau de concordância nas opiniões. Dentre aqueles com desvio padrão maior
do que 1, o objetivo 20 apresenta o maior valor (s=1,62), pois muitos entrevistados atribuíram nota 0,
ao interpretar seu significado como oposto ao objetivo 21.

O objetivo 12, considerado de elevada relevância pelos entrevistados, é o que mais retrata o novo
paradigma da Educação para o Trânsito, citado na introdução. Além de objetivar a redução do
número e da gravidade dos acidentes, o novo paradigma propõe reduzir os riscos no trânsito, através
da mudança de normas sociais e de estilos de vida. Uma das formas de promover esta nova
concepção na escola é desenvolvendo o potencial do aluno em transformar o “status quo”.
Foram calculados graus de relevância para cada uma das questões propostas, segundo cada um dos
três critérios: gfacilidade , gefetividade e gurgência. Posteriormente, foram calculados graus de relevância para
todas as questões propostas (G), segundo cada um dos três critérios: Gfacilidade=3,03, Gefetividade=3,99 e
Gurgência=4,22. Estes resultados evidenciam que os entrevistados estão conscientes da necessidade de
implantação urgente (Gurgência=4,22) das "condições e objetivos”. Ao mesmo tempo, reconhecem as
dificuldades para implantação (Gfacilidade=3,03). A “exploração da vivência de experiências, da
sensibilização, da compreensão e da análise de situações” foi o objetivo considerado de maior
facilidade de aplicação, com grau de facilidade (gfacilidade=3,67) situado entre "médio” e "elevado". O
objetivo da ET de menor facilidade de aplicação foi “valorizar e estimular os professores da escola
pública” (gfacilidade=2,22), provavelmente porque os entrevistados sabem que esta valorização depende
de diversas condições inerentes ao exercício dessa profissão, tais como, o salário. Segundo os
entrevistados, se as ações em ET considerassem “o ponto de vista, a percepção e a expectativa das
crianças sobre o trânsito urbano” seus resultados teriam elevada efetividade (gefetividade=4,42). De
todas as questões apresentadas aos entrevistados, a necessidade da “vontade política em tratar
devidamente os problemas de segurança no trânsito” foi considerada a mais urgente (gurgência=4,75).

5. CONCLUSÕES

Os resultados desta pesquisa exploratória sugerem que a técnica matriz decisória foi eficaz na
identificação da opinião dos especialistas entrevistados sobre o tema em estudo. Para eles, o sucesso
da Educação para o Trânsito (ET) depende tanto do atendimento das condições necessárias, quanto
da reformulação dos objetivos da ET.

O apoio dos meios de comunicação, a promoção de reflexão, vivências e sensibilização, a


compreensão e a análise de situações e a difusão de temas e conteúdos específicos da ET nas
disciplinas da grade curricular das escolas foram consideradas as condições necessárias e objetivos
mais prioritários e relevantes para a ET.

É interessante constatar que estes especialistas reconhecem a influência dos meios de comunicação e
solicitam seu apoio para garantir o sucesso das ações educativas. Eles não acreditam numa
abordagem tradicional da educação, pois definiram que a ET deve promover reflexão, vivências,
sensibilização, compreensão e análise de situações e não somente o ensino de regras. Quanto aos
objetivos da ET nas escolas, os entrevistados concordam com o proposto no Código de Trânsito
Brasileiro sobre a necessidade de difundir os temas e conteúdos específicos da Educação para o
Trânsito nas disciplinas existentes na grade curricular das escolas.

Os entrevistados estão conscientes da urgência da necessidade de aperfeiçoamento da ET, mas


reconhecem suas dificuldades, pois mencionaram que o sucesso das ações educativas depende de
vontade política para tratar devidamente os problemas de segurança no trânsito e para valorizar e
incentivar os professores da escola pública.

Os especialistas corroboraram a hipótese defendida por Zilli (1994), Clayton et al. (1995) e pelos
autores deste artigo. Consideraram que as ações educativas teriam elevada efetividade se no seu
planejamento fossem considerados o ponto de vista, a percepção e a expectativa das crianças sobre o
trânsito urbano, tornando o aluno ativo em seu processo de ensino/aprendizagem. Neste sentido, se
ao aluno não for permitido refletir criticamente sobre o trânsito, sobre as conseqüências da liberdade
do automóvel no sistema viário e se ele não puder vivenciar os valores solidariedade e cooperação
nas aulas e em situações reais do trânsito, as ações educativas não estarão contribuindo para a
formação de um cidadão, nem de um motorista que respeite as regras por compreendê-las como
condição fundamental para a vida em sociedade.

Eles estão sintonizados com a proposta de revisão dos paradigmas adotados atualmente na ET,
citados na introdução. Em especial, porque consideram de média a elevada relevância os objetivos de
"explorar a vivência de experiências, a sensibilização, a compreensão e a análise de situações",
"inserir o tema num contexto mais amplo e considerar contexto social e cultural da criança" e
"promover uma reeducação de valores, atitudes, comportamentos e idéias". Assim, eles acreditam
que além de objetivar a redução do número e da gravidade dos acidentes, a ET deve propor a redução
dos riscos no trânsito, através da mudança de normas sociais e de estilos de vida. A ET deve levar em
conta "os valores, atitudes e comportamentos adquiridos, na família e no seu convívio social". Desta
forma, os entrevistados sugerem a reformulação das metodologias educacionais atuais, baseadas
unicamente na transmissão de conteúdos, para metodologias que partam de uma visão crítica dos
padrões atuais de saber e de convivência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Publications.
Braga, M.G.C. e N. Santos (1994) “Educação de trânsito: alterando as regras do jogo”. Revista do IBAM. Rio de Janeiro.
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Brasil (1996) Manual de técnicas de conclaves. 2a ed. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, Ministério dos
Transportes. Rio de Janeiro.
Campinas (2004) Programa de educação para o trânsito. Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas.
Secretaria de Transportes de Campinas. Disponível em <http://www.emdec.com.br/port/dideplan/index.shtml>
Acesso em 13 maio 2004.
Chassagne, Y. (1991) “O exemplo da França: educar nas escolas, eis o caminho”. In: Simpósio Nacional Volvo de
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Tabela 1 – Grau de relevância e desvio padrão das condições e objetivos da ET
"Condições necessárias e Objetivos da ET" Grau de Desvio
No
(Descrição sucinta) Relevância Padrão
Apoio dos meios de comunicação, divulgando os fatores envolvidos nos
6 4,07 0,86
Condições Necessárias à

acidentes de trânsito.
Planejamento e monitoração de qualquer ação da ET, antes, durante e após
7 3,92 0,88
sua execução.
4 Melhoria das condições da infra-estrutura viária e da operação do tráfego. 3,78 0,75
ET

Vontade política em tratar devidamente os problemas de segurança no


1 3,71 0,66
trânsito.
2 Continuidade de uma administração para outra. 3,68 0,75
5 Participação intensa da iniciativa privada. 3,47 0,85
3 Coordenação das ações na aplicação das diretrizes da ET. 3,18 0,90
Explorar a vivência de experiências, a sensibilização, a compreensão e a
12 4,24 0,72
análise de situações.
Considerar o ponto de vista, a percepção e a expectativa das crianças sobre o
11 4,18 0,67
trânsito urbano.
15 Planejar com a participação de equipe multidisciplinar. 4,07 0,71
Objetivos da ET

16 Monitorar os trabalhos da ET. 4,01 0,53


17 Envolver os pais diretamente no processo de ET 4,00 0,79
Inserir o tema num contexto mais amplo e considerar contexto social e
10 3,93 0,65
cultural da criança.
14 Considerar o estágio de desenvolvimento, das faixas etárias. 3,87 0,96
8 Promover uma reeducação de valores, atitudes, comportamentos e idéias. 3,80 0,82
Considerar os valores, atitudes e comportamentos adquiridos, na família e no
9 3,74 0,82
seu convívio social.
Considerar os aspectos comportamentais do público alvo que contribuem sua
13 3,57 1,06
vulnerabilidade no trânsito.
Difundir os temas e conteúdos específicos da ET nas disciplinas da grade
21 3,92 0,90
Objetivos da ET

curricular das escolas.


nas Escolas

23 Promover atividades com duração adequada. 3,89 0,76


19 Dar formação específica sobre a ET aos professores do Ensino Fundamental. 3,82 0,72
22 Utilizar material didático variado e adequado. 3,78 0,71
18 Valorizar e estimular os professores da escola pública. 3,33 1,12
20 Incluir a ET como disciplina específica nos currículos escolares. 3,00 1,62
Todas as "condições e objetivos" da ET 3,78 0,84

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