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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 8ª VARA DO

TRABALHO DA COMARCA DE MACEIÓ-AL.

PROCESSO nº 0000219-87.2010.5.19.0008.
RECLAMANTE: JOAQUIM SILVA DOS SANTOS.
RECLAMADA: ABC CONSTRUÇÕES LTDA. E OUTROS.

ABC CONSTRUÇÕES LTDA., pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob nº 30.921.475/0001-37, com sede na Rua São Paulo, nº 153,
Gruta de Lourdes, Maceió-AL, CEP 57085-400, neste ato representada por seus
advogados infra-assinados legalmente constituídos mediante instrumento procuratório
em anexo, o Bel. MAURO FERREIRA, brasileiro, casado, inscrito na OAB/AL sob nº
4.700, o Bel. RONALDO DO VALE, brasileiro, solteiro, inscrito na OAB/AL sob o n°
8.777 e o Bel. VIVIANE FEITOSA LIMA, brasileira, solteira, inscrita na OAB/AL sob o n°
6.431, todos com escritório profissional na Av. Dr. Fernandes Augusto, nº 89, Poço, Ed.
Laudenísio Veras, salas 106/107, Maceió-AL, CEP 57066-170, onde receberão as
intimações de praxe, vem a presença de V. Exª., apresentar

CONTESTAÇÃO

aos termos da Reclamação Trabalhista que lhe move JOAQUIM SILVA DOS SANTOS
em trâmite nesta Vara Trabalhista, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
dispostos:

PRELIMINARMENTE

DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
1. Argüi em preliminar a prescrição qüinqüenal para os pleitos do
reclamante prevista pelo art. 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal de 1988, e art. 11,
inciso I, da CLT, retroagindo, desta forma, os pleitos do reclamante a 19 de Fevereiro de
2005.

DAS ALEGAÇÕES DO RECLAMANTE

2. Afirma o reclamante que trabalhou sem CTPS assinada, ou seja,


clandestinamente, para a reclamada, na função de servente, em 01 de Março de 2000,
tendo sua CTPS anotada somente em 01 de Julho de 2000; que no decorrer do contrato
de trabalho se classificou na função de ajudante prático (01/10/2002), atingindo, por fim,
a função de meio oficial de encanador.

3. Que na verdade desenvolvia suas atividades na função de


Encanador, mas que tal função jamais constou anotada em sua CTPS; que foi demitido,
sem justa causa, em 01/09/2009, com remuneração fixa e maior de R$400,00
(quatrocentos reais), por quinzena.

4. Aduz que recebeu as verbas rescisórias em atraso, pelo que deve


incidir a multa referente ao artigo 477 da CLT, bem como quando da demissão não
recebeu os valores provenientes do FGTS e multa de 40% sobre o mesmo e, ao
procurar, informalmente, funcionários da CEF, teve a informação de que os depósitos
realizados em sua conta vinculada estavam aquém do que lhe era devido, pelo que
requereu a apresentação dos extratos analíticos de FGTS e aplicação da multa do artigo
467 da CLT, eis que se trata de verba incontroversa.

5. Informa que laborava em condições adversas, em contato com a


rede de esgoto em geral, bem como submetido à ruídos, produzidos pelo instrumento de
trabalho martelete pressurizado na quebra de asfalto e concreto e que, apesar disso, a
reclamada não pagava adicional de insalubridade. De modo que requer o pagamento de
adicional de insalubridade em grau máximo, e suas repercussões nas demais verbas.

6. Quanto ao horário de labor afirma que era de segunda a sexta-


feira, das 07h às 17/18h, com intervalo intrajornada de 20min, e 01 sábado por mês, no
mesmo horário, requerendo, portanto, horas extras decorrentes do intervalo intrajornada
mínimo não respeitado, bem como labor noturno.
7. Visto isso, vamos a realidade dos fatos, conforme segue.

NO MÉRITO

DO CONTRATO DE TRABALHO E INEXISTÊNCIA DE LABOR CLANDESTINO

8. Mister se faz salientar que a reclamada não reconhece o período


clandestino alegado pelo autor em sua peça vestibular. Na
realidade, o período em que o reclamante trabalhou para a reclamada foi o que está
devidamente anotado em sua CTPS, ou seja, de 01/07/2000 até 01/09/2009.

4. Diferentemente do que fora aduzido na exordial, o reclamante


jamais exerceu a função de encanador durante a vigência do seu contrato de trabalho.
Na realidade sua função fora, inicialmente, a consignada na sua CTPS, bem como no
contrato de experiência firmado com a reclamada em 01 de Julho de 2000 (data da
admissão), cuja cópia segue em anexo, qual seja, a função de SERVENTE, e
posteriormente passou a desenvolver a função de MEIO OFICIAL ENCANADOR, que
equivale a função de AJUDANTE PRÁTICO, sendo neste caso somente uma questão
de nomenclatura, ou seja, a nomenclatura difere uma da outra, mas as atribuições são
mesmas.

5. Logo, exercendo tal função, como o autor quando da demissão já


tinha mais de 54 meses de labor na empresa, o reclamante era remunerado
mensalmente na quantia de R$ 596,18 (Quinhentos e noventa e seis reais e dezoito
centavos), conforme tabela do SINDUSCON para salário de um ajudante prático
(equivalente a função de meio oficial encanador), que segue anexa.

6. Assim, inexistindo labor na função de encanador, improcedente as


diferenças salariais pleiteadas e suas repercussões, bem como a retificação da CTPS
quanto a real função do reclamante, pois resta demonstrado nos autos que o reclamante
recebia corretamente sua remuneração, bem como exercia de forma correta sua função
de ajudante prático (meio oficial encanador), recebendo, com isso, na rescisão as
verbas calculadas sobre a sua remuneração que era maior que o mínimo legal,
conforme se denota da documentação acostada (TRCT em anexo).
DA REAL JORNADA DE TRABALHO E INEXISTÊNCIA DE LABOR NOTURNO

7. Indevido também é o pleito a título de horas extraordinárias em


virtude do suposto gozo de intervalo intrajornada menor do que o previsto na legislação,
eis que o reclamante na realidade laborava das 7:00h às 12:00h e das 13:00h às
17:00h de segunda a quinta-feira e as sextas-feiras de 7:00h às 12:00h e das 13:00h até
as 16:00h, perfazendo a jornada semanal de 44 horas, não havendo, assim, qualquer
hora extra a ser paga ao suplicante, haja vista que o intervalo gozado pelo autor sempre
foi de, no mínimo, 01 hora.

8. Além disso, faz-se necessário frisar ainda que a reclamada não


tinha como fazer o correto controle sobre a real jornada do reclamante, bem como o
intervalo intrajornada, pois a referida jornada de trabalho do autor era toda externa
sendo o horário administrado pelo próprio reclamante, sendo assim o horário do
intervalo intra-jornada destinado ao almoço era administrado pelo próprio reclamante.

9. Quanto ao labor noturno, totalmente equivocado o pleito do autor,


primeiro porque a real jornada laborada pelo reclamante foi a supramencionada e,
segundo, porque mesmo que fosse reconhecida a jornada afirmada em inicial, o pleito
também seria indeferido, pois como se sabe somente faz jus ao adicional noturno
aquele trabalhador urbano que labora entre horário das 22h às 05h da manhã, o que
sequer foi relatado pelo reclamante.

10. Assim, considerando as alegações acima feitas, improcedentes os


pleitos de horas extras e adicional noturno, realizados pelo reclamante. A mesma sorte
deverá seguir suas repercussões nas demais verbas, eis que inexistindo o principal,
seguirão a mesma sorte os acessórios, conforme artigo 92 do CC.

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

11. Desde já se contesta o pleito do reclamante do pagamento do


adicional de insalubridade, uma vez que sua atividade não era desenvolvida em
ambiente insalubre, bem como não era submetido a agentes nocivos a sua saúde.

12. Além disso, os arts. 193 e 194 da CLT definem a atividade


insalubre como sendo a que cuja natureza, condições e métodos de trabalho expõem o
trabalhador a agentes nocivos à saúde, acima dos limites toleráveis, fixados pela
relação emitida pelo Ministério do Trabalho por intermédio da Portaria n° 3.214/78 (NR
15).

13. Assim, o adicional de insalubridade só é devido quando a atividade


exercida pelo empregado está inserida nesta relação do Ministério do Trabalho, o que
no caso em tela não está. Assim, contesta-se o pleito do autor, uma vez que sua
atividade além de não estar inserida na relação do Ministério do Trabalho, também não
submete o autor a agentes nocivos a sua saúde como alegou em sua exordial.

14. Não obstante isso, ad cautelam, há de se esclarecer que o


reclamante sempre recebeu EPI’s, conforme recibos em anexo, que seguem
devidamente assinados pelo próprio autor. O que também comprova a improcedência
de seu pedido. Contudo, tal situação deverá ser melhor vislumbrada através de prova
pericial, o que desde já se requer desde Juízo.

DAS MULTAS DOS ARTs. 467 E 477 DA CLT

15. Quanto ao fato do reclamante somente ter recebido suas verbas


rescisórias em 14/09/2009, tal situação se justifica pelo simples fato de o mesmo
somente ter viabilizado seu comparecimento no Sindicato em tal data, mesmo tendo a
empresa disponibilizado o pagamento de sua rescisão dentro do decênio legal. Assim,
indevida a multa a que se refere o artigo 477 da CLT.

16. Já com relação a multa do artigo 467 da CLT, esta também é


indevida, haja vista a controvérsia existente quanto às verbas pleiteadas pelo
reclamante, inclusive no que diz respeito ao FGTS e multa de 40%, já que o suposto
recolhimento a menor do FGTS+40% alegado pelo autor se deve ao suposto período
clandestino e, tendo em vista sua inexistência, impossível seria o recolhimento dos
referido valores.

DO FGTS

17. O FGTS do reclamante foi recolhido corretamente inclusive à multa


fundiária e liberado corretamente para o reclamante, conforme documentação anexada.
Inexistindo, portanto, quaisquer diferenças de outras verbas que ensejassem diferenças
de FGTS+40%, conforme alega o autor. Portanto, esta reclamada contesta e requer o
indeferimento do pleito.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATíCIOS

18. No tocante aos honorários advocatícios, pede-se o indeferimento


do pagamento dos mesmos, em caso de procedência da referida ação, em razão de o
reclamante não se encontrar regularmente assistido por seu sindicato, nos exatos
termos do Enunciado 329 do TST, e arts. 14 e 16 da Lei n° 5.584/70, entendimento que
hoje está sendo aplicado por todos os julgadores.

DA RESISTÊNCIA AO PEDIDO

Desta forma contesta o pagamento das seguintes verbas:

1. Pagamento das horas extras e dos intervalos intrajornadas, nos termos da inicial;

2. Pagamento dos adicionais noturnos, nos termos da inicial;

3. Repercussões das demais verbas em decorrência de horas extras, intervalo


intrajornada e adicional noturno, nos termos alegados em inicial;

4. Pagamento das diferenças salariais, em face da função de encanador, nos


termos da inicial;

5. Diferença de FGTS+40%, nos termos da inicial;

6. Adicional de insalubridade, nos termos da inicial;

7. Multas dos artigos 467 e 477 da CLT, nos termos da inicial;

8. Reconhecimento do labor informal (01.03.2000 a 30.06.2000) e função de


encanador, determinando a retificação de CTPS e anotações gerais da função de
encanador, nos termos da inicial;

9. Honorários Advocatícios, nos termos da inicial,

Ante o exposto, com convicção e confiança na Justiça do Trabalho,


espera a reclamada, que seja recebida a presente contestação, e, no mérito, seja
julgada IMPROCEDENTE a presente ação, em todos os seus termos, indeferindo-se na
totalidade os direitos pleiteados indevidamente pelo reclamante, com a conseqüente
condenação do mesmo ao pagamento das custas processuais, honorários advocatícios,
estes na razão de 20%. Em caso de sentença procedente, pede-se o indeferimento dos
honorários advocatícios do patrono do reclamante, em obediência ao preceituado no
Enunciado 329 do TST, e nos arts. 14 e 16 da Lei nº 5.584/70.

Requer por fim, a produção de todo o meio probatório em direito


permitido, mormente o depoimento pessoal das partes, testemunhal e documental.

Nestes Termos
Pede Deferimento

Maceió-AL, 08/03/2010.

MAURO FERREIRA
OAB/AL nº 4.700

VIVIANE FEITOSA LIMA


OAB/AL 6.431

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