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ENSAIO ULTRASSÔNICO

O ultrassom é o método de ensaio não destrutivo mais utilizado


mundialmente para o ensaio de descontinuidades internas nos materiais.
Ultrassom são ondas acústicas com frequências acima do limite audível. O
aparelho ultrassônico funciona da seguinte forma: o pulso ultrassônico é
transmitido para o material através de um transdutor especial, usualmente
denominado de cabeçote; os pulsos ultrassônicos refletidos por uma
descontinuidade, ou pela superfície oposta da peça (ecos de fundo), são
captados pelo transdutor, convertidos em sinais eletrônicos e mostrados na tela
plana de cristal líquido do aparelho. Geralmente, as dimensões reais de uma
descontinuidade interna podem ser estimadas com uma razoável precisão
através da altura dos ecos refletidos, fornecendo meios para que a peça possa
ser aceita, ou rejeitada, baseando-se nos critérios de aceitação da norma
aplicável.

O ensaio ultrassônico é, sem sombra de dúvidas, o método de ensaio não


destrutivo mais utilizado e o que apresenta o maior crescimento, para a detecção
de descontinuidades internas. Isto se deve a: facilidade na execução do ensaio,
ao baixo investimento, a velocidade de realização, a alta sensibilidade e a ampla
gama de espessuras que podem ser ensaiadas.

Para execução do ensaio ultrassônico em concreto deve-se seguir a NBR


8802 - Concreto endurecido – Determinação da velocidade de propagação de
onda ultrassônica. A seguir comentada.

A norma em destaque é dividida em cinco tópicos (objetivo, definições,


aparelhagem, execução do ensaio e resultados) e três anexos (anexo A -
verificação da homogeneidade do concreto, anexo B - Posição relativa entre os
dois transdutores e anexo C - Principais fatores que influenciam os resultados),
os quais abordaremos e comentaremos a seguir.

Segundo a NBR 8802, o objetivo do ensaio é prescrever o método de


ensaio não-destrutivo para determinar a velocidade de propagação de ondas
longitudinais, obtidas por pulsos ultrassônicos, através de um componente de
concreto, e tem como principais aplicações:

 Verificação da homogeneidade do concreto;


 Detecção de eventuais falhas internas de concretagem, profundidade de
fissuras e outras imperfeições;
 Monitoramento de variações no concreto, ao longo do tempo, decorrentes
de agressividade do meio (ataque químico) principalmente pela ação de
sulfatos.

Quanto a aparelhagem o ultrassom possui as seguintes partes:


 Circuito gerador-receptor - Aparelho de pulso elétrico de baixa
frequência ultrassônica, com alta estabilidade e precisão de leitura de pelo
menos 0,1 μs.
 Transdutor-emissor - Aparelho que possibilita a transformação do pulso
elétrico em onda de choque numa faixa de 24 kHz a 500 kHz.
 Transdutor-receptor - Aparelho que possibilita a transformação da onda
de choque em pulso elétrico, com amplificação adequada ao circuito do
gerador-receptor.
 Circuito medidor de tempo - Aparelho que possibilita medir o tempo
decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção. Este circuito pode
ser provido de um ajuste para descontar o tempo gasto nos cabos
conectores entre o gerador-receptor e os transdutores. O tempo gasto no
percurso pode ser lido em um tubo de raios catódicos ou em um mostrador
digital.
 Cabos coaxiais - Cabos que devem permitir a conexão perfeita dos
transdutores ao circuito gerador-receptor.
 Barra de referência - Peça que possibilita a aferição do equipamento
ultrassônico, feita de material metálico, com superfícies de acoplamento
com acabamento polido e vibração do tempo de trânsito gravada.

Ainda segundo a NBR 8802, os corpos-de-prova ou componentes de


concreto a serem ensaiados devem ter as superfícies planas, lisas e isentas de
sujeira; caso contrário, devem ter suas superfícies de ensaio regularizadas
através de processos mecânicos ou com camada de pasta de cimento, gesso ou
resina epóxi, em espessura mínima a fim de possibilitar bom acoplamento com
os transdutores. Os corpos-de-prova ou os componentes de concreto a serem
ensaiados devem ter as mesmas condições de composição e umidade relativa.

De acordo com a Norma deve-se realizar os seguintes procedimentos


para execução do ensaio:
 Calibrar o aparelho usando a barra de referência ou dispositivo
equivalente.
 Verificar se as superfícies de ensaio dos corpos-de-prova ou
componentes de concreto estão com sua superfície regularizada.
 Aplicar fina camada de acoplante nas faces dos transdutores ou no
corpo-de-prova a ser ensaiado.
 Posicionar os transdutores, podendo ser posicionados das seguintes
formas:
o Transmissão direta (com os transdutores nas faces opostas
do material) - Este arranjo é o mais recomendado na
determinação da velocidade de propagação de ondas através
de um material, pois desta forma as ondas são recebidas com
maior intensidade (Figura 1);
Figura 1 - Transmissão direta
o Transmissão indireta (com os transdutores na mesma face) -
Este arranjo é utilizado quando se tem acesso a apenas uma
face do corpo-de-prova ou componente e essa face tem
comprimento suficiente para propiciar o deslocamento do
transdutor-receptor (Figura 2);

Figura 2 - Transmissão indireta


o Transmissão semidireta (com os transdutores nas faces
adjacentes) - Este arranjo entre os transdutores só deve ser
utilizado quando não houver a possibilidade de acesso a duas
faces opostas de um corpo-de-prova ou componente de
concreto e a única face acessível não tenha comprimento
suficiente para se utilizar o arranjo de transmissão indireta
(Figura 3).

Figura 4 - Transmissão semidireta


 O acoplamento e a pressão entre as superfícies dos transdutores e do
corpo-de-prova ou componente que está sendo ensaiado devem ser
considerados satisfatórios quando for obtido o valor mínimo de leitura
com variação de até ± 1%.
 A medida da distância entre os pontos onde devem ser acoplados os
centros das faces dos transdutores deve ser determinada com
precisão de ± 1%.
Após a realização o ensaio calcula-se a velocidade de propagação de
ondas a partir da seguinte fórmula:

𝐿
𝑉=
𝑡
Onde:
V = velocidade de propagação (m/s)
L = distância entre os pontos de acoplamento dos centros das faces dos
transdutores (m)
t = tempo decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção (s)

O resultado do ensaio ultrassônico poderá ser influenciado pelos


seguintes fatores: distância entre as superfícies de contato dos transdutores;
presença de armadura, principalmente no sentido de propagação da onda;
densidade do concreto, que depende do traço e das condições de concretagem;
tipo, densidade e outras características dos agregados; tipo de cimento e grau
de hidratação; direção de ensaio da peça; tipo de adensamento do concreto; e
idade do concreto

Na apresentação dos resultados do ensaio deve-se conter as seguintes


informações:

 Localização na estrutura e identificação dos corpos- de-prova, ou


componentes de concreto ensaiados;
 Distância entre as superfícies de contato dos transdutores durante o
ensaio;
 Direção de propagação da onda;
 Indicação da posição relativa dos transdutores;
 Velocidade de propagação;
 Descrição sucinta da preparação das superfícies e condições de umidade
do concreto;
 Além de outras que ainda se fizerem necessárias.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de NORMAS TÉCNICAS. NBR-8802 - Concreto
Endurecido – Determinação da Velocidade de propagação da onda ultrassônica.
8 p., Rio de Janeiro, 1994.

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