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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

EFN
Nº 70075950097 (Nº CNJ: 0359124-35.2017.8.21.7000)
2017/CÍVEL

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
1. Nos termos do disposto no art. 55, §3º,
do Código de Processo Civil, “Serão
reunidos para julgamento conjunto os
processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão
entre eles”.
2. Na hipótese, a demanda indenizatória
que deu origem ao presente conflito
decorreu diretamente de outras
demandas indenizatórias entre as
partes e que ainda estão em
tramitação. Ainda que possam ser
julgadas separadamente, à luz das
questões debatidas em cada um dos
processos, há conveniência em que
sejam apreciadas pelo mesmo julgador,
pois embora os litígios concretos sejam
diversos, o conflito subjacente entre as
partes é o mesmo.
3. Por outro lado, a necessária
compensação não prejudicará o
equilíbrio na distribuição dos processos
entre os magistrados envolvidos.
Conflito de competência desacolhido.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA NONA CÂMARA CÍVEL

Nº 70075950097 (Nº CNJ: 0359124- COMARCA DE SÃO LEOPOLDO


35.2017.8.21.7000)

JUIZ DE DIREITO DA 4 VARA CIVEL DE SUSCITANTE


SAO LEOPOLDO

JUIZ DE DIREITO DA 2 VARA CIVEL DE SUSCITADO


SAO LEOPOLDO

JORDAN DE MENDONCA M LLER NETO INTERESSADO

JULIO CESAR NUNES MEDEIROS E INTERESSADO


OUTROS

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EFN
Nº 70075950097 (Nº CNJ: 0359124-35.2017.8.21.7000)
2017/CÍVEL

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

Acordam os Desembargadores integrantes da Nona Câmara


Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em desacolher o
conflito de competência.

Custas na forma da lei.

Participaram do julgamento, além do signatário, os


eminentes Senhores DES. TASSO CAUBI SOARES DELABARY
(PRESIDENTE) E DES. CARLOS EDUARDO RICHINITTI.

Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2018.

DES. EUGÊNIO FACCHINI NETO,


Relator.

R E L AT Ó R I O

DES. EUGÊNIO FACCHINI NETO (RELATOR)

Trata-se de conflito de competência suscitado pelo juízo da


4ª Vara Cível de São Leopoldo em face do juízo da 2ª Vara Cível da
mesma Comarca.

Em suas razões, afirma tratar-se de ação indenizatória


distribuída aleatoriamente ao 1º juizado da 2ª Vara Cível da comarca,
que, todavia, declinou da competência por entender haver conexão com
outra demanda que tramita perante a 4ª Vara Cível. Refere que a ação
que tramita na 4ª Vara Cível (proc. nº 033/1160006031-5) inclui
reconvenção (proc. nº 033/1160006474-4) e envolve alguns dos litigantes
da demanda distribuída à 2ª Vara Cível (proc. nº 033/1170008023-7), mas
sem identidade entre as demandas, nem prejuízo do objeto em relação às
demandas anteriormente propostas. Aduz que a demanda em debate

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está fundada em dano moral supostamente decorrente de afirmações


realizadas pelos réus em peças processuais constantes dos autos dos
processos 033/1160006031-5 e 033/1160006474-4. Requer o
reconhecimento da competência do 1º Juizado da 2ª Vara Cível da
Comarca de São Leopoldo.

O juízo suscitado, por sua vez, alegou se tratar de ação


indenizatória (proc. nº 033/1170008023-7) e constar nos autos da ação
033/1160006031-5 reconvenção com pedido indenizatório em razão dos
fatos narrados na inicial (fl. 23). Determinou a remessa dos autos para
tramitação conjunta com o processo nº 033/1160006474-4, nos termos
do §3º do art. 55 do CPC.

É o relatório.

VOTOS

DES. EUGÊNIO FACCHINI NETO (RELATOR)

Colegas: vênia ao entendimento do Juízo da 4ª Vara Cível da


comarca de São Leopoldo Fazenda Pública, é o caso de manter a reunião
dos processos (033/1170008023-7, 033/1160006031-5 e
033/1160006474-4).

Explico.

A ação indenizatória distribuída originariamente à 2ª Vara


Cível de São Leopoldo (fls. 4/16), proposta por Jordan de Mendonça Müller
Neto, imputa aos réus (Júlio Cesar Nunes Medeiros, Adriana Fernandes,
Leonardo Einsfeld, Danilo Antônio Bassani, Tatiana Einsfeld, Mairi
Terezinha Vescovi Bassani, Noelly Neto e Felipe Andrade Karan), em
síntese, a prática de atos ofensivos à sua pessoa e violação de segredo
de justiça. Tais atos ofensivos teriam sido proferidos no bojo de outras
demandas entre as partes – contestação no processo nº
033/1160006031-5 (fls. 6/7) e inicial do processo nº 033/1160006474-4
(fls. 7/8). Aparentemente, pois, o processo sequer demandaria maior
instrução, já que, de fato, consoante mencionou o juízo suscitante,
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poderia ser apreciado com base nas cópias dos processos, que fornecerão
os elementos necessários à aferição da ocorrência, ou não, de abuso de
direito.

Por outro lado, a ação de indenização onde ofertadas a


contestação e a reconvenção foi proposta pelo mesmo autor também
buscando indenização, por fatos, é verdade, que não se confundem com
os que são objeto da segunda demanda. Inexiste, portanto, conexão
técnica entre as demandas.

Todavia, é inequívoco que a demanda objeto do presente


conflito de competência decorreu das demandas anteriores – ação e
reconvenção. Essa circunstância, apesar de não permitir afirmar haver
relação de prejudicialidade ou mesmo risco de decisões conflitantes ou
contraditórias, demonstra a conveniência da reunião dos processos. Isso
porque, embora os litígios concretos sejam diversos, nas diferentes
demandas, o conflito subjacente entre as partes é o mesmo. E isso basta
para se ter como conveniente que seja o mesmo julgador a enfrentar
todas as demandas.

Além disso, não se pode olvidar que o sistema processual


civil brasileiro é estruturado de modo a estimular a autocomposição 1.
Consoante explica Fredie Didier Jr., “Não por acaso, no rol das normas
fundamentais do processo civil, estão os §§2º e 3º do art. 3º do CPC: ‘§2º
O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual de
conflitos. §3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados,
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso
do processo judicial’”. Nesse contexto, ressalta-se, o magistrado que
estiver analisando os processos envolvendo as partes terá melhores
condições de êxito nas propostas de conciliação abrangendo todos os
feitos, eis que terá uma mais abrangente visão do conjunto do conflito.
1
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito
processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17ª Ed. Salvador: Ed.
Jus Podvm, 2015, p. 273/274.
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Considero, ainda, que os processos não se encontram em


fases distantes que inviabilizem ou não recomendem a sua reunião.

Por fim, de registrar que a distribuição decorrente da


declinação gerará a necessária compensação, não havendo prejuízo a
qualquer dos magistrados em termos de equilíbrio na distribuição de
processos.

Ante o exposto, DESACOLHO o presente conflito de


competência, devendo o feito prosseguir perante a 4ª Vara Cível da
comarca de São Leopoldo.

DES. CARLOS EDUARDO RICHINITTI - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. TASSO CAUBI SOARES DELABARY (PRESIDENTE) - De acordo


com o(a) Relator(a).

DES. TASSO CAUBI SOARES DELABARY - Presidente - Conflito de


Competência nº 70075950097, Comarca de São Leopoldo:
"DESACOLHERAM O CONFLITO DE COMPETÊNCIA. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau:

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