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Personagens:
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CENA I
(Provocação e luta)
PRÓLOGO: - Na bela Verona duas famílias de igual dignidade, levados por antigos rancores
desencadeiam novos distúrbios, onde ódio tinge de sangue as mãos de seus cidadãos. Em
meio ao ódio dessas famílias, sobre a luz da lua e o brilho das estrelas, surge o mais puro dos
sentimentos, o amor... E deste amor à desventura de dois amantes, Romeu e Julieta, vitimas
de um fim trágico que até os dias de hoje é contada como a história de amor mais triste que já
existiu.
CENA II
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CENA III
(Paris quer se casar com Julieta/ Preparação para o baile de máscaras)
CAPULETO: - (falando da briga) É lamentável que exista esta inimizade de tanto tempo.
PARIS: - Tenho pelo senhor, grande admiração... E agora senhor Capuleto, espero que
responda a meu pedido.
CAPULETO: - Claro... Minha filha Julieta é ainda muito jovem, mas quem sabe daqui a dois
verões, ela esteja preparada para ser sua esposa.
PARIS: - Outras moças da mesma idade de Julieta já são mães felizes.
CAPULETO: - Muito cedo murcham aquelas que cedo se casam. Julieta é a joia mais
preciosa que tenho. Permito você corteja-la, isto é, se for do agrado de minha filha. Hoje a
noite esta convidado a festa que darei aqui em minha casa. (Chama Pedro)
PARIS: - Muito me honra o convite. Toda Verona conhece a grandiosidade deste baile. Desde
já senhor Capuleto... Conte com minha presença.
PEDRO: Pois não senhor?
CAPULETO: - Quero que pegue esta lista e vá de casa em casa convidando estas pessoas.
PEDRO: Sim senhor? (Saem)
CENA IV
(Benvólio convence Romeu a ir ao Baile de máscaras dos Capuletos)
CENA V
(Mãe de Julieta lhe conta sobre a vontade de Paris em se casar com ela e sobre o
grande baile)
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CENA VI
(Mascarados/ Preparação para o baile)
CENA VII
(Entram todos mascarados e dançam/ Tebaldo vê Romeu no baile)
CAPULETO: - Bem vindos cavalheiros! Em meus bons tempos também usava máscaras e
sabia sussurrar nos ouvidos de uma bela dama. Vamos, música... Deem espaço para as
danças!
TEBALDO: - Aquele deve ser um Montecchio. Como esse miserável se atreve entrar aqui?
CAPULETO: - O que aconteceu sobrinho?
TEBALDO: - Meu tio, aquele ali, é um Montecchio, nosso inimigo. O miserável veio até aqui
para ridicularizar nossa festa.
CAPULETO: - Não é o jovem Romeu?
TEBALDO: - Ele mesmo, o infame Romeu.
CAPULETO: - Acalma-te Teobaldo, deixa-o em paz se comporte como um homem gentil.
Verona se orgulha da conduta deste jovem.
TEBALDO: - Não poderei suportá-lo.
CAPULETO: - Será suportado! Quem está dizendo sou eu! Quem manda, eu ou tu?
TEBALDO: - Ora meu tio é uma vergonha.
CAPULETO: - Basta, basta! Esta brincadeira poderá lhe custar caro.
TEBALDO: - Irei me retirar, mas isto não ficará assim. (Sai)
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CENA VIII
(Continuam a dançar Romeu observa Julieta/ Primeiro encontro de Romeu e Julieta)
(Julieta dança com Paris, ele tenta conquista-la, mas é muito ridículo. Romeu de maneira
muito esperta rouba Julieta dele)
ROMEU: - Posso ter a honra? Se profano for tocar este santo relicário. Espero que com meus
lábios possa suavizar este rude contato com um terno beijo.
JULIETA: - As santas têm mãos que são tocadas pelos peregrinos...
ROMEU: - As santas não têm lábios?
JULIETA: - Sim, lábios que devem usar na oração.
ROMEU: - Então santa adorada, deixar que os lábios façam o que as mãos fazem.
JULIETA: - As santas são imóveis mesmo quando atendem as orações.
ROMEU: - Então não te movas enquanto recolho o fruto de minhas preces. (Beijam-se) Assim
mediante vossos lábios ficam os meus livres de pecados.
JULIETA: - E assim passaram para os meus os pecados que vossos lábios contraíram.
ROMEU: - Pecado dos meus lábios? Então devolva meu pecado. (Entra Ama)
AMA: - Senhora, vossa mãe está a sua procura e você sabe como a Senhora Capuleto tem
pressa... (Pega Julieta pelo braço e saem).
ROMEU: - É uma Capuleto? (Mercúcio e Benvólio observam de longe)
MERCÚCIO: - Então partamos! A brincadeira chegou muito longe.
BENVÓLIO: - Sim, é o que eu temia (pegam Romeu e saem).
JULIETA: - Quem é este belo jovem?
AMA: - Não conheço.
JULIETA: - Vai perguntar-lhe o nome. Temo que seja casado.
AMA: - Chama-se Romeu, é um Montecchio, filho único de vosso grande inimigo.
JULIETA: - Meu único amor nascido do ódio! É possível nascer um amor em meio a tanto
ódio?
AMA: - Que isso senhora?
VOZ SENHORA CAPULETO: - Julieta!
AMA: - Já vamos! Todos os convidados já foram (Saem).
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ATO II
CENA IX
(Romeu volta para casa de Julieta depois do baile)
PRÓLOGO: - Depois deste baile nasce em Romeu e Julieta o amor. Mas a inimizade entre as
famílias cria um grande obstáculo para a aproximação dos amantes. Só a forte paixão poderá
lhes dar forças e meios para se encontrarem, e assim, um nos braços do outro viverem uma
linda e bela história de amor.
ROMEU: - Posso ir mais longe quando meu coração aqui permanece (Sai correndo).
BENVOLIO: - Romeu! Meu primo Romeu!
MERCÚCIO: - Ele é sensato! Foi para casa deitar-se.
BENVOLIO: - Saltou o muro do jardim dos Capuletos.
MERCÚCIO: - Loucura... e eu pensando que era o mais louco do grupo!
BENVOLIO: - Paixão!
MERCÚCIO: - (Irônico) Mas ele não amava a jovem Rosalina?
BENVOLIO: - Se ele te escutasse ficaria irritado. Vamos procurá-lo. Deve está escondido
entre as árvores.
MERCURIO: - Se o amor é realmente cego, não pode acertar no alvo.
Vamos... É inútil procurar quem não quer ser encontrado (Saem).
CENA X
ROMEU: - Que silêncio... Que luz é aquela que brilha através da janela? Surge claro sol e
mata de invejosa lua, és mais linda que ela!
JULIETA: - Ai de mim Romeu!
ROMEU: - Oh, fala outra vez anjo de luz.
JULIETA: - Oh, Romeu, Romeu! Por que tu és, Romeu? Nega teu pai, rejeita teu nome por
mim. Ou então jura teu amor por mim que não serei mais uma Capuleto.
ROMEU: - Continuarei a ouvi-la ou falo com ela agora?
JULIETA: - Somente teu nome é meu inimigo. Como desejo que tivesses outro nome.
Renega teu nome odiado que não faz parte de ti, e me terás inteira.
ROMEU: - Então me chama somente de amor e serei de novo batizado.
JULIETA: - Conheço o som desta voz! Não é Romeu? Não é um Montecchio?
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ROMEU: - Nem um, nem outro, se os dois te desagradam.
JULIETA: - É louco! Como chegou aqui? Corre perigo. Se algum de meus parentes lhe
encontrar, seria a morte.
ROMEU: - Ah, mais perigos em teus olhos que em vinte espadas.
JULIETA: - Eu tenho medo que te vejam aqui Romeu.
ROMEU: - Basta me olhar com tua doçura que estarei protegido de tanto ódio.
JULIETA: - É louco.
ROMEU: - Prefiro que minha vida seja encurtada por um Capuleto, que longa, longe de
ti. Meu amor já tem, eu juro...
JULIETA: - Não jures... Embora suas juras me deixam feliz.
(Entra Ama)
AMA: - Julieta...
ROMEU: - Não se vá! Fique.
JULIETA: - Não posso.
ROMEU: - Quando posso vê-la novamente?
JULIETA: - Se teu amor for verdadeiro quanto diz...
ROMEU: - Quero viver pra sempre contigo.
JULIETA: - Amanhã te mando um mensageiro.
AMA: - Já é hora de ir para cama Julieta.
ROMEU: - Se for de tua vontade marcaremos a cerimônia.
AMA: - Senhorita!
JULIETA: - Estou indo...
AMA: - Julieta!
JULIETA: - Já vou. Boa noite Romeu!
ROMEU: - Boa noite meu amor (saem).
CENA XI
(Romeu vai ao encontro do padre para se casar com Julieta)
PRÓLOGO: - Mal o dia raiou e Romeu ao invés de ir para casa, desviou seu caminho para o
mosteiro onde encontrou Frei Loureço, e desta forma planejava levar adianta a promessa que
fizera a bela Julieta.
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FREI LOURENÇO: - Cuidado menino! Bendito seja! Posso apostar que a causa de sua visita
é atribuída ao amor.
ROMEU: - Tem razão, santo padre.
FREI LOURENÇO: - Ah, esta jovem Rosalina... E está paixão lhe tira o sono?
ROMEU: - Não é de Rosalina que venho falar.
FREI LOURENÇO: - Não?
ROMEU: - Não. Encontrei o verdadeiro amor.
FREI LOURENÇO: - Assim tão depressa?
ROMEU: - Como uma flecha que atinge sem vacilar.
FREI LOURENÇO: - Se não é a jovem Rosalina, então quem é?
ROMEU: - Julieta.
FREI LOURENÇO: - Julieta? Capuleto?
ROMEU: - Sim.
FREI LOURENÇO: - Mas como?
ROMEU: - Amor não se escolhe. Se sente.
FREI LOURENÇO: - O problema é que o amor dos jovens não está apoiado no coração e sim
nos olhos.
ROMEU: - O senhor mesmo me censurou por amar Rosalina que não me quer. Com Julieta é
diferente. Tanto me ama quanto por mim é amada.
FREI LOURENÇO: - Bendito seja! Quem sabe este amor seja uma trégua, uma aliança entre
os Capuletos e os Montecchio. Bem sabes que tenho estima por ambas as famílias e a paz é
o que mais desejo.
ROMEU: - Então nos ajude.
FREI LOURENÇO: - Que se passa nesta cabecinha?
ROMEU: - Peço-te que nos case.
FREI LOURENÇO: - Vossas famílias jamais consentirão tal união.
ROMEU: - Por isso deverão saber após a realização da cerimônia da nossa união.
FREI LOURENÇO: - Não sei...
ROMEU: - Eu te suplico!
FREI LOURENÇO: - Está bem farei... Mas por razão de promover entre as famílias a paz.
ROMEU: - Então temos que agir depressa.
FREI LOURENÇO: - Calma meu jovem! Quem muito corre pode cair (Saem Romeu cai de
novo).
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CENA XII
(Ama vem saber se Romeu realmente quer se casar com Julieta)
MERCÚCIO: - Onde está Romeu? Não foi para casa esta noite?
BENVOLIO: - Para casa do pai não.
MERCÚCIO: - Será que está morto?
BENVOLIO: - Não diga bobagem!
(entra Romeu)
ROMEU: - Bom dia para ambos!
BENVOLIO: - Estávamos preocupados.
MERCÚCIO - Não voltou para casa de teu pai... isso quer dizer que se deu bem (provoca
Romeu)
ROMEU: - Perdoe-me, bons amigos! Tinha um assunto importante a resolver.
(Entram a ama e Pedro)
MERCÚCIO:- Uma vela! Uma vela!
BENVÓLIO:- (ri)
AMA:- Pedro!
PEDRO:- Pois não senhora?
AMA:- Meu leque, Pedro.
MERCÚCIO:- Sim, Pedrinho, para esconder o seu rosto, por que dos dois, o leque é o mais
bonito.
AMA:- (Tenta bater em Mercúcio) Ficai longe da minha vista! Que espécie de homem você é?
ROMEU: - Um homem, minha senhora, que Deus fez para que ele próprio se estragasse.
AMA — Por minha fé, muito bem dito: “Para que ele próprio se estragasse!” Cavalheiros
algum dos senhores poderá dizer-me onde eu poderei encontrar o jovem Romeu?
ROMEU — Sou eu, em falta de outro pior.
AMA — Se sois ele mesmo, senhor, desejo ter convosco uma conversa particular.
BENVÓLIO — Deve ser convite para alguma ceia.
MERCÚCIO — Uma alcoviteira, uma alcoviteira, oh! oh!
ROMEU — Que estás farejando nisso?
MERCÚCIO — Nada meu amigo... isso você que deve descobrir. Romeu, não vai à casa de
vosso pai? Vamos jantar lá.
ROMEU — Já sigo vocês.
MERCÚCIO — Adeus, antiga dama; adeus. (Canta) Dama, dama, dama...
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(Saem Mercúcio e Benvólio.)
AMA — Sim, adeus. Por obséquio, senhor: quem é esse tipo desavergonhado? (A Pedro) E
tu, estás ai e permites que qualquer um faça de mim o que bem entender?
PEDRO — Nunca vi ninguém fazer de vós o que bem entendesse; porque se o visse, minha
espada teria saltado logo da bainha, posso garantir.
AMA — Agora, diante de Deus, fiquei muito nervosa, que sinto todo o corpo tremer. Sujeito à-
toa! Enfim, como já vos disse, minha jovem senhora mandou procurar você. Mas primeiro
permita que eu diga... a senhorita Julieta é jovem, e a amo como se fosse minha filha, por
isso se suas intenções com ela não são serias...
ROMEU — Ama, recomenda-me à tua senhora. Juro-te ...
AMA — Oh! Que lindeza! Realmente, vou dizer isso mesmo. Oh Senhor! Como ela vai ficar
contente!
ROMEU — Mas o que é que vai dizer... Você não me deixou terminar de falar?
AMA — Me desculpe cavaleiro eu me empolguei.
ROMEU — Peça a ela que procure uma desculpa para se confessar hoje à tarde, na cela de
Frei Lourenço, ela há de confessar-se e casar comigo. Agora aceita isto pelo trabalho. (Dá
uma moeda)
AMA — Não, em verdade, senhor; nem uma moedinha.
ROMEU — Vamos aceite.
AMA — Já que insiste (Aceita). Esta tarde ela estará lá.
ROMEU — Recomenda-me à tua senhora.
AMA — Com certeza... mil vezes. (Sai Romeu.) Pedro!
PEDRO — Pois não?
AMA — Pedro, segura meu leque e vai à frente (Saem).
Cena XIII
JULIETA — Nove horas o relógio tinha soado, quando eu mandei a Ama. Ela prometeu que
voltaria dentro de meia hora. Talvez não o encontrou... Oh! Ela é lerda. É por isso que o amor
sempre é levado pelo Cupido, porque eles tem asas e são velozes como vento. Agora já é
meio dia, há das nove horas até ao meio dia... Três infinitas horas. Se ela fosse mais nova,
correria veloz como uma bala, minhas palavras já teriam atingido meu amor, e a sua resposta
já estaria comigo. Mas gente velha nunca chega logo meu Deus! É chumbo pesado, quase
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morto. (Entram a ama e Pedro.) Oh Deus! É ela! Que novidades me trouxe doce Ama? Por
acaso viu ele? Manda embora teu criado.
JULIETA — Então, mãezinha? Oh Deus! Por que está triste? Se forem tristes tuas novidades,
conta-as alegremente; sendo alegres, não estrague a noticia com cara tão dolorida.
AMA — Deixai-me repousar um momento, estou cansada. Como os ossos me doem! Que
corrida!
JULIETA — Quisera que tivesse os meus ossos, e eu, tuas novidades. Vamos, boa Ama:
Fala logo!
AMA — Quanta pressa, Jesus! Não pode esperar nada? Não percebe que estou sem fôlego?
JULIETA — Como sem fôlego, se tem fôlego bastante para me dizer que não tem fôlego?
Tuas notícias são ruins ou boas? Responde-me logo isso: más ou boas?
AMA — Bem... Você fez uma boa escolha, mas aqueles amigos dele. Romeu... Não, ele não!
Ele tenha o rosto mais bonito que eu já vi, suas pernas levam vantagem sobre as de todos os
homens... é a flor da cortesia, é manso como um cordeiro. Segue seu caminho menina e
continua servindo a Deus. Como! Já almoçaram nessa casa?
JULIETA — Não, não... Mas isso tudo eu já sabia. E sobre o casamento, o que ele disse?
AMA — Oh! Que dor de cabeça! Que cabeça a minha! Creio que ela vai explodir em vinte
pedacinhos. E, do outro lado, as costas! Oh! As costas! Oh!
JULIETA — Sim, fico triste em saber que você não está bem. Mas, minha doce Ama... O que
te disse meu amor?
AMA — Vosso amor disse como cavalheiro honesto, e bondoso, e belo, e posso garantir
virtuoso... Onde está sua mãe?
JULIETA — Onde está minha mãe? Está lá dentro. Onde podia estar? Oh! Que resposta!
(imitando a Ama) “Vosso amor diz, qual cavalheiro honesto, onde está vossa mãe?”.
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AMA — Podeis ir confessar hoje?(Julieta acena que sim) Não perca tempo então, corre à
cela de Frei Lourenço, onde vai achar um marido que te ama. Já eu vou almoçar.
CENA XIV
PRÓLOGO: - Através de um mensageiro Julieta ficou sabendo que tudo estava acertado.
Chegou bem cedo ao mosteiro de Frei Lourenço e ali as mãos dos jovens se juntaram na
sagrada união. Terminada a cerimônia Julieta voltou depressa para casa, onde ficou
aguardando impacientemente o anoitecer, pois o apaixonado Romeu havia lhe prometido
visitar. Mas, o pior estava por vir (Sai).
ATO III
CENA XV
(Batalha e morte de Mercúcio e Tebaldo)
BENVÓLIO — Bom Mercúcio, vamos embora, porque o dia está quente e os Capuletos
andam pela cidade. Caso os encontremos, não poderemos evitar uma briga. O sangue ferve
nestes dias quentes.
MERCÚCIO — Vamos, vamos você é tão esquentado do que todos aqui.
BENVÓLIO — Se eu fosse tão briguento como você, eu simplesmente...
MERCÚCIO — Simplesmente o que?
BENVÓLIO — Por minha cabeça, ai vem vindo um Capuleto.
MERCÚCIO — Por meu pé, por mim isso pouco importa.
(Entram Tebaldo e outros)
TEBALDO — Cavalheiros, uma palavra com qualquer um de vós.
MERCÚCIO — Só uma palavra com um de nós? Acrescentai mais alguma coisa... (Faz
gestos de briga)
TEBALDO — Estarei disposto a isso, quando tiver oportunidade.
MERCÚCIO — Não acha oportunidade, sem que alguém ofereça?
BENVÓLIO — Estamos conversando numa praça bastante frequentada. Vamos para algum
lugar escondido ou vão embora, porque as pessoas estão olhando.
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MERCÚCIO — Para ver é que os olhos foram feitos. Que nos vejam. Daqui não dou um
passo.
(Entra Romeu.)
TEBALDO — Fiquem em paz, senhores; eis meu homem.
MERCÚCIO — Que me enforquem se eu ouvi direito... Você disse que ele é seu homem?
Uiiii...
TEBALDO — Oh Romeu, o ódio que me desperta, posso dizer apenas isto: é um vilão.
ROMEU — A razão de te amar, que eu tenho agora, Tebaldo, acalma a raiva de tua
saudação. Não sou o que diz. Adeus, bem vejo que não me conhece.
TEBALDO — Suas palavrinhas não bastão para perdoar as injúrias que tem feito. Arranca a
espada.
ROMEU — Adeus, bem vejo que não me conhece.
MERCÚCIO — Oh calma submissão, vil e insultuosa! Vamos decidir logo isso. (Saca a
espada.) Tebaldo, caçador de rato, queres dançar comigo?
TEBALDO — Que deseja?
MERCÚCIO — Nada mais, meu bom rei dos gatos, além de uma das suas nove vidas.
TEBALDO (sacando da espada) — Estou ao seu dispor.
ROMEU — Gentil Mercúcio, guarda a espada.
(Brigam)
ROMEU — Benvólio me ajuda a evitar essa briga. (Romeu atrapalha e Tebaldo atinge
Mercúcio) Tebaldo! Bom Mercúcio!
(Sai Tebaldo correndo com seus amigos)
MERCÚCIO — Estou ferido. A peste caia em vossas casas. Morto! E ele não sofreu nada?
Foi embora?
BENVÓLIO — Como! Foi ferido?
MERCÚCIO — Um arranhão, um arranhão somente, mas já chega.
ROMEU — Coragem, homem! O ferimento não deve ser profundo.
MERCÚCIO — Não, não é tão fundo quanto um poço, nem tão largo quanto porta de igreja.
Mas é o suficiente e quanto basta. Pergunte por mim amanhã, irão me encontrar bem quieto.
(A Romeu) Por que diabo se meteu entre nós? Fui ferido por baixo de seu braço.
ROMEU — Eu estava bem-intencionado.
MERCÚCIO — Me tira daqui Benvólio acho que vou desmaiar. A peste caia sobre vossas
casas! Está noite mesmo viro pasto para os vermes.
(Saem Mercúcio e Benvólio)
(Volta Tebaldo)
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ROMEU — Vivo! E triunfante! E morto o bom Mercúcio? Fúria de olhar de fogo sê meu guia!
Tebaldo, agora receba de retorno o destino que te aguarda, pois a alma de Mercúcio ainda se
encontra perto de nos, esperando que você ou eu vá fazer-lhe companhia. Um de nós dois irá
com ele.
(Lutam, Tebaldo cai, Benvólio volta)
BENVÓLIO — Romeu foge depressa! Tebaldo também está morto. Não fique aqui, pois o
príncipe vai condena-lo a morte. Corre depressa!
ROMEU — Sou um joguete do destino!
(Sai Romeu.)
CENA XVI
(Julgamento de Romeu)
CENA XVII
(Ama conta a Julieta sobre morte de Teobaldo e o julgamento de Romeu)
JULIETA: - Ama...
AMA: - Ah, que dia!
JULIETA: - Que foi?
AMA: - Morto! Está morto!
JULIETA: - Quem está morto?
AMA: - Teu primo...
JULIETA: - Meu querido primo Tebaldo?
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AMA: - Morto em um duelo.
JULIETA: - Como foi isto?
AMA: - Vi a ferida. Desmaiei só de vê.
JULIETA: - Despedaçado esta meu coração! Pobre Tebaldo. Tão jovem e morto.
AMA: - Teobaldo não existe mais e Romeu foi banido.
JULIETA: - Oh, meu Deus! A mão de Romeu derramou o sangue de Tebaldo?
AMA: - Assim aconteceu.
JULIETA: - Ah Romeu! Tens um coração de serpente escondido por um rosto florido! Uma
mente atormentada, confusa entre o amor e o ressentimento. Ai de mim! (chora)
AMA: - Que a vergonha caia sobre Romeu.
JULIETA: - Cale a boca! Romeu é um bom homem.
AMA: - Como fala bem de quem matou seu primo?
JULIETA: - Devo falar mal de meu esposo?
AMA: - Deus! Corre para vosso quarto, vou atrás de Romeu para esclarecer o ocorrido.
JULIETA: - Oh, encontra-o. Entrega-o este anel e peça-o para que venha até aqui dar seu
ultimo adeus. (Saem)
CENA XVIII
(Romeu vai se encontrar com o padre depois da batalha/ Passa pelo palco um cortejo
fúnebre em seguida aparece Frei Lourenço com uma lamparina acesa)
PRÓLOGO: - Ao abrir a porta Frei Lourenço percebe a visita da Ama de Julieta que trás o
anel que a jovem pediu que entregasse a seu amado Romeu. Sem tardar o apaixonado
Romeu vai ao encontro de seu grande amor e juntos ficam até o amanhecer. Enquanto isso
Frei Lourenço sai em intermédio de Romeu com esperança de pacificar as famílias, mais é
surpreendido pelo Senhor Capuleto, que para consolar Julieta aceita seu casamento com seu
fiel pretendente, Paris.
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FREI LOURENÇO: - Oh, negra ingratidão! Segundo as leis, deveria morrer. Devia agradecer
a bondade do príncipe.
ROMEU: - É suplício e não favor. O Céu esta onde Julieta vive. Pior condenação não
haveria... Banido, longe do meu verdadeiro e único amor. (Batem a porta)
FREI LOURENÇO: - Levante-se Romeu. Estão batendo a porta. Esconda-se. (Sai)
(Entra Ama)
AMA:- Romeu, Julieta pede para entregar o seu anel.
ROMEU:- (Volta correndo) Ela me castiga Ama? Ela me Odeia? Ela tem todo o motivo para
não me querer... eu matei seu primo.
AMA:- Pelo contrário Romeu, ela quer ver você, antes de partir para o exilio fique com ela.
ROMEU:- Sim eu farei o que você diz, amada Ama. (Sai)
FREI LOURENÇO: - Eu tentarei de alguma forma pacificar as duas famílias. (Saem)
CENA XIX
(Pai de Julieta marca seu casamento com Paris)
CAPULETO:- Amigo Paris vejo que esse é o momento de unir você e minha filha. Ela está
muito triste pela morte do seu primo e talvez essa mudança em sua vida possa tira-la desses
acontecimentos tão ruins que vem acontecendo com nossa família.
PARIS:- Senhor Capuleto é com imensa alegria que recebo essa noticia, fico muito feliz que o
senhor tenha aceitado esse casamento. E concordo plenamente com o senhor... (Saem
falando)
CENA XX
(Romeu se encontra com Julieta antes de ir para o exilio)
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CAPULETO: - (A Ama) Cale-se! E saia daqui sua megera... A conversa não chegou à
criadagem, saia antes que sobre para você (Ama sai). (A Julieta) Criatura desobediente. Ouve
o que te digo... Casarás nesta quinta-feira nem que tenhas que ir amarrada. (Saem)
JULIETA: - Ai de mim! Que sofro com tamanho dissabor! (Sai)
CENA XXI
(Plano para Julieta não casar com Paris e se encontrar com Romeu)
PRÓLOGO: - Horrorizada Julieta foi até Frei Lourenço em busca de uma ajuda dos céus para
seu auxílio. Desesperados os dois armam um plano perigoso.
CENA XXII
(Cena da Julieta tomando veneno e preparação para o casamento se transformam em
seu funeral)
PRÓLOGO: - Na manhã seguinte Julieta foi dada como morta. Então em meio a profundo
pesar o casamento transformou-se em funeral. Os hinos de núpcias se transformaram em
sombrios cânticos fúnebres. Baltazar criado e amigo de Romeu fica sabendo de Julieta e,
infelizmente como as notícias ruins viajam sempre mais rápido que as boas. A terrível história
da morte de Julieta chegou aos ouvidos do apaixonado Romeu, antes que o mensageiro
enviado por Frei Lourenço chegasse com a carta esclarecendo o plano. E inconformado
Romeu adquire de um boticário, veneno e segue para Verona.
CENA XXIII
(Romeu é avisado da morte de Julieta antes do mensageiro do padre)
CENA XXIV
(Frei fica sabendo que Romeu não recebeu a noticia e corre para o tumulo de Julieta).
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CENA XXV
(Romeu vai até o tumulo de Julieta e morre)
ROMEU: - Obrigado por me acompanhar até aqui fiel amigo, mas agora quero ficar só.
BALTAZAR:- Como quizer Romeu. (Sai)
PARIS: - Para imediatamente com isso, vil Montecchio. Não permitirei que profane o túmulo
de Julieta. Está condenado te mandarei para prisão.
ROMEU: - Alto lá. Não te aproxime. Lembra do triste fim de Tebaldo. Não me provoque a ira,
nem me obrigue a cometer outro pecado.
PARIS: - Só entrará neste túmulo se antes passar por cima do meu cadáver.
(Travam uma luta e Paris morre. Romeu entra no túmulo)
ROMEU: - Oh, Julieta sua formosura transforma esta cripta! Minha esposa! A morte não
sugou o mel de teu lábio, nenhum poder teve sobre tua beleza! Oh, aqui fixarei minha eterna
morada ao seu lado. (Bebe) Assim morro com um beijo. (Morre enquanto Julieta acorda)
(Lá fora)
FREI LOURENÇO: - São Francisco me ajude! Quantas vezes meus pés enfraquecidos
tropeçaram em túmulos? Quem está ai?
BALTAZAR: - É um amigo.
FREI LOURENÇO: - Deus o abençoe filho. O que faz aqui?
BALTAZAR: - Acompanho meu senhor, Romeu de quem tanto gosta.
FREI LOURENÇO: - Há quanto tempo está lá?
BALTAZAR: - A cerca de meia hora.
FREI LOURENÇO: - Vinde comigo até o túmulo.
BALTAZAR: - Não ouso fazer isto senhor, prometi a Romeu.
FREI LOURENÇO: - Então me espere aqui. Entrarei sozinho, receio o pior. (Entra)
FREI LOURENÇO: - Romeu... Ah, hora terrível! Pobre Romeu. Que fizeste? Trágico fim.
JULIETA: - Romeu o que é isso?
FREI LOURENÇO: - Estou ouvindo um barulho. Senhora abandona este antro de morte.
JULIETA: - Romeu está morto? Vá Frei, por que eu não sairei daqui. (Sai Frei Lourenço e vai
falar com um guarda que se aproxima) Romeu... Oh, Romeu! Que isto? Uma taça na mão do
meu fiel amor? (Pega o frasco) Oh, ingrato! Bebeste sem deixar uma gota? Beijarei teus
lábios talvez haja um resto de veneno. (Ouve barulho) Preciso me apressar. (Pega o punhal
de Romeu) Punhal esta é tua bainha! (Apunhala-se) Enferruja-te aqui e deixa-me morrer. (Cai
sobre Romeu)
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PRÓLOGO: - Quando os Capuletos e os Montechio chegaram e encontraram aquela trágica
cena, sentiram toda dor causada pela consequência de uma rixa que custou a vida dos quais
mais amavam. Então Lorde Capuleto e Lorde Montecchio prometeram erguer uma estátua de
ouro um ao filho do outro. E assim, sepultaram as desavenças juntamente com seus filhos. A
história de amor de Romeu e Julieta foi eternizada por Shakespeare e ainda é uma dolorosa
ferida criada por nós e que machuca nossos filhos.
FIM
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