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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
c) Função Administrativa, conforme 3 Elementos constitutivos (continuação).
REGIME JURÍDICO
a) Regime jurídico da Administração
b) Regime Jurídico administrativo
Na aula passada vimos as 3 abordagens principais da função administrativa: A) conforme a evolução do modelo de
administração; B) conforme a divisão dos 3 poderes; C) conforme seus três elementos constitutivos. Hoje
continuaremos esse último ponto e veremos o regime jurídico.
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
I - Elemento Objetivo (O que ela faz?): Atender necessidades e interesses do povo (que é titular do interesse no
modelo gerencial) de forma direta (Executivo) ou indiretamente (pelo Legislativo e Judiciário).
II – Elemento subjetivo (quem exerce?): Todos que integram a estrutura do Estado exercem função administrativa,
preponderantemente pelo executivo e atipicamente pelo judiciário e pelo legislativo.
III Elemento formal (Como vai ser exercida?): essa função é exercida sempre através de regime jurídico de direito
público.
REGIME JURÍDICO
Breve conceito: é um determinado conjunto de normas e princípios jurídicos que irão reger com exclusividade uma
determinada relação jurídica afastando a incidência de outras normas e princípios jurídicos.
Ex.1: Imagine o caso de uma pessoa que, em razão de propaganda excessiva, é induzido a fazer compra pela
internet. Contudo, se arrependeu após 5 dias e quis desfazer o negócio. Segundo o CDC, o consumidor tem esse
direito, que está dentro do Princípio Jurídico da proteção ao consumidor.
Ex2: Home-broker compra ações da OGX = relação de acionista majoritário em acionista minoritário. Essa relação
jurídica está regida exclusivamente pelas normas da S.A e prevê o compartilhamento dos riscos. Diferente do CDC.
O operador do direito não escolhe a norma que quer aplicar conforme o resultado que pretende obter – as normas
estão pré-ordenadas às relações jurídicas em que são aplicáveis e estão divididas em dois grandes regimes:
Todos os órgãos da Administração Direta são sempre de regime público (não existe órgão da administração direta
nem de regime privado e nem de regime misto)
Todas as autarquias comuns ou especiais são sempre de regime público. (Não existe autarquia nem de regime misto
nem de regime privado).
Excepcionalmente fundações públicas podem ser de regime público. São as chamadas “fundações autárquicas” ou
“autarquias fundacionais” que são fundações públicas equiparadas às autarquias.
Associações públicas decorrentes de consórcios regidos pela lei 11.107 podem adotar regime público, sendo então
equiparadas às autarquias. Discricionariedade.
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Recado importante: O decreto-Lei 200/67 e as demais leis especiais, na parte relativa à empresas públicas e
sociedades de economia mista, foram expressamente revogados pela lei 13.303 de junho/2016, chamada de
Estatuto Geral das Estatais. Atenção! Os manuais de direito administrativo não abordaram isso ainda e pior que
mudou muita coisa.
Conforme o art.3º da Lei 13.303, todas as empresas públicas são sempre de regime privado, incluindo exploradora
de serviços públicos e exploradoras de atividades econômicas. Não diga pelo amor de Deus que o regime é misto.
Conforme art. 4º da lei 13.303, todas as sociedades de economia mista são de regime privado, incluindo aquelas
de serviços públicos (Eletronorte) e aquelas de atividade econômica (Petrobras).
Obs.: A lei 13.303 mantém obrigações de regime público de licitar compras e contratações, concursar agentes e
prestar contas ao tribunal de contas.
Em regra fundações públicas são de regime privado. Ex.: Procons, Fundação casa.
Obs.: Associações públicas decorrentes de consórcios regidos pela Lei 11.107 podem optar pelo regime privado,
quando então deixam de integrar a administração pública.
Todos os entes da administração que são de regime público, são de regime público porque são obrigados por lei a
atender de forma direta os interesses públicos e coletivos.
Interesses públicos estão sempre sujeitos aos dois princípios fundamentais do regime público.
Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. Para garantir que o interesse público seja
superior ao privado, é necessário que goze de maiores poderes e faculdade de agir (prerrogativas públicas
Ex.: poder de polícia).
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Princípio da indisponibilidade do interesse público. O ente sujeito ao regime público está submetido a
maiores obrigações e deveres de agir que não recaem sobre mais ninguém da estrutura da administração.
Essas maiores obrigações constituem sujeições públicas.
Prerrogativas + Sujeições
Corrente clássica: falavam que prerrogativas e sujeições são instrumentalizadas através dos princípios e poderes
administrativos.
Corrente moderna: que é atribuída ao direito alemão. Fala que a instrumentalização das prerrogativas e sujeições
decorre dos princípios administrativos. Princípios são ferramentas. E as prerrogativas e sujeições são concretizadas
através do exercício dos poderes administrativos que passa a ser tema da nossa próxima aula.
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