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Gula com Coca-Cola

Uma vez, um casal ajudou a mim a meu filho, de 12 anos, à época, ao


perceber que, por uma falha na logística, tínhamos ficada sem alimento, lá em
cima, no Pico da Bandeira. E os dois então, para comer, nos ofereceram geleia.
Não, geleia, geleia, mas tabletes de geleia real de abelhas orgânicas. Coisa de
gente muito ciosa da qualidade das próprias refeições.
O hábito de caminhar ao ar livre não se deixa substituir. Esteira, três vezes
por semana, aquece os músculos, prepara para a movimentação de pesos em
outros aparelhos e não deixa de ser uma caminhada, mas... Nossas pernas
querem mais...
Eu e meus meninos, o mais velho, de 18 anos, e o outro, de 13, curtimos
caminhadas. Em Manhumirim, o Contorno e a linha antiga do trem de ferro, rumo
a Reduto e a Alto Jequitibá, são nossos trajetos mais frequentes. Apreciamos
também das estradas vicinais: Malostos, Ouro, Caatinga, Ventania, Santinha,
Guarani... Entretanto, neste feriado da República, decidimos radicalizar, e, às
10:00 horas já estávamos na Tronqueira, para fazer o trecho até a Casa de
Pedras, na trilha de subida do Pico da Bandeira. Entre esses dois pontos,
galgamos cerca de 600 m de altitude e 4 km de distância percorrida, o que nos
tomou mais de 03:00 horas, entre ir e voltar. No retorno à Tronqueira, veio a hora
da fome.
Então, começamos o caminho de volta, esquecendo, de propósito, em
boa parte do terreno, a recomendação dos guardas de manter a 1ª marcha, para
não forçar os freios. Mais cedo, na chegada ao parque, a recepção tinha sido
acolhedora, especialmente, com a notícia de que a visita continuava grátis, deste
novembro do ano passado. Não por isso, certamente, observamos muitos
automóveis e algumas barracas, ao longo do passeio, mesmo fora de
temporada. Vimos montanhistas em grupos, e também mochileiros solitários
com seus sacos de dormir. Da Casa de Pedras, no Terreirão, encontramos uma
família, com pai, mãe e a prole de dois meninos e uma garotinha, partindo, em
meio ao nevoeiro, rumo ao Pico, quando chegamos. Sim, havia muito nevoeiro,
visibilidade zero, em alguns momentos, ventos suaves, clima temperado, alguns
jacus, tico-ticos, sabiás e outras poucas aves, mas nenhum mamífero.
Na saída do parque, devolvemos a senha nº 15, bastante agradecidos.
Já, de novo, em Alto Caparaó, fomos, aí, sim, de primeira, a um conhecido
endereço. O de um restaurante, próximo à ponta mais baixa e aguda do triângulo
que forma a praça da Igreja Católica. Lá tem fogão a lenha, com comida em
panelões. Esse estabelecimento foi elogiado em outro texto meu, publicado
neste perfil. Entretanto, o mundo é dinâmico e as coisas mudam. Tudo continua
igual, ou quase, mas a comida... Arroz tinha, feijão tinha e vários outros. Mas o
prato que eu destacaria é nenhum. As panelas estavam tristes e a cozinheira,
talvez, de mau humor. A melhor opção de carne era coxa de frango frita, muito
seca e dura. As duas outras eram carne de boi moída, molhada, e carne de porco
ensopada.
A sede de nós três, após a mais arrojada caminhada recente, àquela
altura, se manifestava forte. Só que a moça, a dois metros de nossa mesa,
tagarelando alto com uma colega, não vinha fazer a pergunta: “Vocês vão tomar
alguma coisa?”. Até que um dia, ela veio, e respondemos já com as bocas
cheias: “Sim, Coca!”.
Não sei por que, no restaurante, dessa vez, reparamos em mais coisas.
Os pratos são caóticos, com formatos, cores e trincas nas bordas bem
diversificados. Os talheres minúsculos, de cabos de plástico, alguns com lâminas
e dentes tortos, são muito baratos. Os 17 reais de apenas uma das refeições,
talvez, comprassem metade deles. As salas de pré-primário têm mesas e
cadeiras pequenas. Lá também. As de madeira gangorram um pouco.
É isso, como se vê, gostamos de coisas saudáveis: caminhada, Coca-
Cola e Gula!

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