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Construindo Geometrias
__________________________
ESPAÇO ESCRITO E
ESPAÇO PINTADO NO TEMPO BARROCO
Organização
Magno Moraes Mello
Belo Horizonte
2016
EDITORA: CLIO GESTÃO CULTURAL E EDITORA
EDITORA EXECUTIVA:
Tânia Maria T. Melo Freitas
CONCEPÇÃO DA CAPA:
Ludmila Andrade Rennó
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Ludmila Andrade Rennó
REVISÃO:
Tânia Maria T. Melo Freitas
Valesca Andrade Rennó
REVISÃO GERAL:
Tânia Maria T. Melo Freitas
CONSELHO EDITORIAL DA CLIO GESTÃO CULTURAL E EDITORA:
Profª. Drª. Adalgisa Arantes Campos - UFMG - Brasil
Prof. Dr. Alfredo Morales - USE - Espanha
Profª. Drª. Ângela Brandão – UNIFESP – Brasil
Prof. Dr. Antônio Emílio Morga - UFAM - Brasil
Pe. Mestre Carlos Fernando Russo - UP – Portugal
Eng.º Mestre Fernando Roberto de Castro Veado – UFMG/IEPHA - Brasil
Prof. Dr. Luiz Alberto Ribeiro Freire – UFBA - Brasil
Prof. Dr. Luiz Carlos Villalta – UFMG - Brasil
Prof. Dr. Magno Moraes Mello – UFMG - Brasil
Profª. Drª. Mary del Priori - UNIVERSO - Brasil
Prof. Dr. Saul António Gomes – UC - Portugal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Luciana de Oliveira M. Cunha, CRB-6/2725)
E-mail: cliogestaoculturaleditora@gmail.com
Site: http://cliogestaocultural.com.br
Agradecimentos
Apresentação..............................................................................................................9
Apresentação
1
Cf. www.quadraturismo.it criado pela Firenze University Press, coordenado pela
Prof.ª Fauzia Farneti, e pelo Prof.º Stefano Bertocci.
MAGNO MORAES MELLO
2
Este grupo de pesquisa tem sua proposta voltada para o estudo e das pintu-
ras de falsa arquitetura desenhadas no Brasil durante o período colonial. Para tal
estudo importa concentrar atenções em dois polos. Um técnico/matemático/
geométrico e, portanto, científico e outro executivo/produtivo e, por isso,
operacional. É o vínculo com as práticas de ateliê e a renovação do concei-
to de artista-pintoro. Trata-se de um olhar fora dos padrões convencionais
no estudo da pintura ilusionista. É uma pesquisa documental, concentrando
atenção aos textos científicos, preocupando-se simultaneamente com a obra
em si. Nossa intenção é resgatar o universo dos tratados estudando ainda a
transmigração da pintura seiscentista desde a Europa, até a América Portu-
guesa. Este grupo pretende situar o estudo da cultura artística barroca/rococó
não apenas sob o ponto de vista dos seus temas religiosos, mas impor uma
visão iconológico-simbólica associada aos textos teóricos como os tratados de
arquitetura e de perspectiva, que quase nunca vêm associados às investigações
sobre a pintura deste tempo.
APRESENTAÇÃO
Capítulo 1
1
PITA, Sebastião da Rocha. História da América Portugeza. Lisboa: Oficina de
José Antônio da Silva, 1730; COSTA, Cláudio Manuel da. Vila Rica. Rio de
Janeiro: O Patriota, 1813; ABREU, José Capistrano de. Caminhos Antigos e Po-
voamento do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Briguiet, 1930; VASCONCELOS,
Diogo. História Antiga de Minas. vol. I. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,
1948.
2
FIGUEIREDO, Lucas. Boa Ventura - a Corrida do Ouro no Brasil. Rio de Ja-
neiro: Record, 2011.
3
VENÂNCIO, Renato Pinto. Caminho Novo: a longa duração. Varia História,
Belo Horizonte, n. 21, p. 181-189, jul. 1999.
AS CAPELAS DE VILA RICA: PRODUÇÃO ARTÍSTICA E OFICINAS...
4
CALÓGERAS, Pandiá. As Minas do Brasil e sua legislação. Rio de Janeiro:
Companhia Editora Nacional, 1938.
5
SANTOS, Márcio. Estradas Reais: introdução ao estudo dos caminhos do ouro e dos
diamantes no Brasil. Belo Horizonte: Editora Estrada Real, 2001.
ALEX FERNANDES BOHRER
Retábulos seiscentistas
6
Para isso ver, por exemplo, a arquitetura da antiga Igreja Matriz de Santo
Amaro, de Ipitanga, Bahia, com as mesmas arcadas laterais de Matias Cardoso.
AS CAPELAS DE VILA RICA: PRODUÇÃO ARTÍSTICA E OFICINAS...
7
Certamente é um orago posteriormente introduzido.
ALEX FERNANDES BOHRER
26
8
Com vista a preencher da melhor forma possível a parede de fundo da Cape-
la do Santíssimo, muito ampla nessa Matriz. Há no batistério dessa igreja uma
pequena porta, feita para cobrir o nicho dos santos óleos, que possui fatura
muito semelhante à talha desse retábulo do Santíssimo - teria pertencido ori-
ginalmente a tal retábulo? Talvez tenha sido a primeira porta de sacrário desse
oratório móvel, colocada originalmente sobre um desaparecido altar.
AS CAPELAS DE VILA RICA: PRODUÇÃO ARTÍSTICA E OFICINAS...
Retábulos vernáculos
9
COSTA, João Baptista. Memória Histórica I [ca. 1930 - 1970]. s/p (manuscri-
to).
10
TIRAPELI, Percival. Retábulos Paulistas. In: ANAIS DO CONGRESSO
INTERNACIONAL DO BARROCO IBEROAMERICANO. Ouro Preto,
2006, p.276.
ALEX FERNANDES BOHRER
11
Entre as peças lusitanas desse momento, podemos citar o retábulo-mor da
antiga Capela do Paço Real de Salvaterra de Magos, Portugal, onde arcos con-
cêntricos simples se alinham com colunas de fuste liso cobertas de brutescos.
Como observam Lameira e Serrão: “A consciência da modernidade nas obras
de retabulística ensaiada nesses anos da restauração portuguesa comprova que
se está perante uma fase de abertura de estilo e de superação morfológica, que
é licito apelidar de estilo proto-barroco.” LAMEIRA, Francisco; SERRÂO,
Vítor. O retábulo protobarroco da capela do antigo Paço Real de Salvaterra de
Magos (c.1666) e os seus autores. In: ATAS DO II CONGRESSO INTER-
NACIONAL. Porto: Universidade do Porto, 2003, p.225 e 226.
AS CAPELAS DE VILA RICA: PRODUÇÃO ARTÍSTICA E OFICINAS...
Figura 2: Retábulo-mor. Capela de São João Batista, Morro de São João, Ouro
Preto.
Foto: Michelle Adriane de Lima Mendes (IFMG-OP).
29
Tais peças se preservaram na Matriz de Nossa Senhora da Con-
ceição de Raposos, em dois elementos da Matriz de Nossa Senhora da
Conceição de Sabará (Amparo e Carmo), na Capela do Botafogo, na
Matriz de Piedade do Paraopeba, na Igreja de Nossa Senhora do Ro-
sário de Acuruí, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Matias
Cardoso, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Cachoeira do
Brumado, na Igreja de São José de Itapanhoacanga, na Matriz de São
Francisco de Costa Sena, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário de
Minas Novas e na Matriz de Santa Cruz e Igreja de Nossa Senhora do
Rosário de Chapada do Norte.
30
12
Tal estrada nova é o famoso caminho de Dom Rodrigo, construído para
ligar os palácios de Cachoeira e o de Ouro Preto. Sobrevivem o chafariz origi-
nal, de 1782, e os longos muros de arrimo.
13
BOHRER, Alex Fernandes. Ouro Preto, um novo olhar. São Paulo: Scortecci,
2011. p.94.
AS CAPELAS DE VILA RICA: PRODUÇÃO ARTÍSTICA E OFICINAS...
14
Apesar da restauração amadora que lhe desfigurou grandemente a face e as
mãos, esta imagem mostra detalhes interessantes: as volutas formadas pela
barba, desencontradas no queixo, e os bigodes, saindo quase da narina, além
dos olhos amendoados, nos fazem pensar numa obra ligada à ‘escola’ do Alei-
jadinho.
ALEX FERNANDES BOHRER
32
15
Para isso vide: BOHRER, Alex Fernandes. A Talha do Estilo Nacional Por-
tuguês em Minas Gerais: Contexto Sociocultural e Produção Artística. Tese
(Doutorado e História) – Programa de Pós Graduação em História, Faculda-
de de Filosofia e Ciências Humanas, UFMG, Belo Horizonte, 2015.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
Capítulo 2
Alfredo J. Morales
1
Su nombre deriva de la palabra árabe “as-saraf”, que se traduce por altura,
elevación, bien expresivo de su condición de privilegiada atalaya desde la que
se domina Sevilla.
2
Para más información sobre algunas de estas representaciones puede consul-
tarse MORALES, Alfredo J. Imágenes renacentistas de los paisajes andaluces.
In: VV.AA. Territorio y Patrimonio. Los Paisajes Andaluces. Granada, Junta de
Andalucia. Consejería de Cultura y Comares, 2003, pp. 154-163.
ALFREDO JOSÉ MOALES
3
Sobre estas representaciones, además de la obra citada en la nota anterior,
puede consultarse CABRA LOREDO, María Dolores. Iconografía de Sevilla.
1400-1650. Madrid: El Viso, 1988, p. 50-51, 76-78, 91-93, 96-101, 104-105 y
106-108.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
4
Véase MORALES, Alfredo J. Hernán Ruiz el Joven. Madrid: Akal, 1996, p.
25-27.
5
Véase CALDERÓN QUIJANO, José Antonio. Las espadañas de Sevilla. Se-
villa: Diputación, 1982.
ALFREDO JOSÉ MOALES
6
El texto corresponde a las normas recogidas en 1633 por el licenciado Se-
bastián Vicente Villegas de los estatutos y reglas antiguas. El original de este
manuscrito junto con otro texto cien años anterior redactado por el presbí-
tero Mateo Fernández ha sido transcrito y estudiado por RUBIO MERINO,
Pedro. Reglas del tañido de las campanas de la Giralda de la Santa Iglesia Catedral de
Sevilla. Sevilla: Cabildo Catedral, 1995.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
7
Su fábrica aparece hoy descarnada, sin el revoco primitivo, dejando ver el
ladrillo basto con el que fue construida. Tal apariencia es producto de una
equivocada restauración llevada a cabo en la década de los setenta del pasado
siglo XX.
8
Muchas de ellas son recogidas por CABRA LOREDO. Iconografía de Sevilla.
1400-1650, op. cit., p. 44-45, 46-47, 54-55 y 56-57.
9
La datación precisa y la atribución se deben a RECIO MIR, Álvaro. La re-
forma y restauración de la Puerta del Perdón de la catedral de Sevilla de 1578-
1580. In: Laboratorio de Arte, nº 9, 1996, p. 73-87.
10
A ello me referí en MORALES, Alfredo J. Modelos de Serlio en el arte se-
villano. In: Archivo Hispalense, nº 200, 1982, p. 152.
ALFREDO JOSÉ MOALES
11
Los datos corresponden al estudio de DABRIO GONZÁLEZ, Maria Te-
resa. Estudio histórico-artístico de la parroquia de San Pedro de Sevilla. Sevilla: Dipu-
tación, 1975, p. 35-40.
12
Véase HERRERA GARCÍA, Francisco J. Diego López Bueno: el proyecto
de campanario de Santa Ana de Sevilla. In: Laboratorio de Arte, nº 11, 1998, p.
461-473.
13
Los trabajos desarrollados por este maestro fueron recogidos por FALCÓN
MÁRQUEZ, Teodoro. Pedro de Silva. Arquitectao andaluz del siglo XVIII. Sevilla:
Diputación, 1979, p. 31.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
39
14
Sobre los avatares históricos del conjunto conventual puede verse VV.AA.
El Carmen: El convento, el cuartel, el Conservatorio Superior de Música y la
Escuela de Arte Dramático. Sevilla: Junta de Andalucía y Diputación, 2001.
15
Véase ARENILLAS, Juan Antonio. Del Clasicismo al Barroco. Arquitectura
sevillana del siglo XVII. Sevilla, Diputación, 2005, p. 153-155.
ALFREDO JOSÉ MOALES
16
Para mayor información sobre este convento puede verse ARENILLAS. Del
Clasicismo al Barroco. Arquitectura sevillana del siglo XVII, op. cit., p. 147-151.
17
Sobre este templo existe una importante monografía debida a RAVÉR
PRIETO, Juan Luis. San Luis de los Franceses. Sevilla: Diputación, 2010.
18
Véase al respecto MORALES, Alfredo J. Teatro Sagrado. A Igreja de Sâo
Luís da França em Sevilha. In: ROMEIRO, Adriana y MORAES MELLO,
Magno. Cultura, Arte e Historia. A contribuçao dos jesuitas entre os séculos
XVI e XIX. Belo Horizonte, Fino Traço, 2013, p. 27.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
19
A la importancia de la policromía en la arquitectura de Leonardo de Figue-
roa y a su relación con las experiencias del empleo de la cerámica arquitectóni-
ca por parte de Hernán Ruiz el joven me referí en el trabajo: MORALES, Al-
fredo J. Leonardo de Figueroa y el barroco polícromo en Sevilla. In: VV. AA.
Figuras e imágenes del Barroco. Estudios sobre el barroco español y sobre la obra
de Alonso Cano. Madrid: Fundación Argentaria-Visor, 1999, p. 202 y 205-206.
20
La obra de este arquitecto ha sido estudiada por CRUZ ISIDORO, Fer-
nando. Alonso de Vandelvira (1544-ca. 1626/7). Tratadista y arquitecto andaluz.
Sevilla: Universidad de Sevilla, 2001. El texto relativo a este convento corres-
ponde a las páginas 109-129.
21
Este autor boloñés emplea tal composición en una ventana del edificio ve-
neciano que ocupa el folio XXXVI del Libro Quarto, ofreciendo variantes de
dicha composición en la ilustración precedente que corresponde a otro pala-
cio de Venecia SERLIO, Sebastián. Libro Quarto de Architectura. Toledo, 1552.
La primera edición italiana tuvo lugar en Venecia en 1537. La edición española
citada también incorporaba el Libro Tercero, dedicado a las Antigüedades.
22
Ya lo puse de manifiesto en MORALES. Modelos de Serlio en el arte sevilla-
no, op. cit., pp. 152-153.
ALFREDO JOSÉ MOALES
23
Véase VALDIVIESO CONZÁLEZ, Enrique; MORALES, Alfredo J. Se-
villa Oculta. Monasterios y conventos de clausura. Sevilla: Francisco Arenas Peñuela
Ed., 1980, p. 62.
24
La noticia de la actuación de ambos maestros se debe a SANCHO CORBA-
CHO, Heliodoro. Contribución documental al estudio del arte sevillano. VV.
AA. Documentos para Historia del Arte en Andalucía. Vol. II. Sevilla, Laboratorio
de Arte, 1930, p. 316.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
Paula fue diseñada por Diego López Bueno y edificada entre 1615 y
1622 a la par que se construía una de las galerías del patio, la escalera y
la decoración interior de la iglesia.25 De elegantes proporciones, consta
de dos cuerpos y ofrece una rica decoración cerámica, en la que se
combinan las piezas monocromas en azul con los paneles policromos
en los que figura el escudo de la orden jerónima, También siguen el
esquema serliano la del Convento de la Merced, trazada por Juan de
Oviedo dentro del proyecto de renovación del conjunto monástico
iniciado en los primeros años del Seiscientos, y la del Convento de
San Clemente, erigida en 1618 conforme a las trazas elaboradas por
los ya citados Miguel de Zumárraga y Diego López Bueno.26 En
ambas espadañas tienen especial protagonismo las labores cerámicas.
La primera, que resulta más monumental, ofrece paneles policromos,
mientras la segunda es más airosa y sólo emplea piezas en azul.
43
25
Sobre estas obras puede verse PLEGUEZUELO, Alfonso. Diego López Bue-
no: ensamblador, escultor y arquitecto. Sevilla: Diputación, 1994, p. 55-56.
26
Para la obra de Oviedo véase PÉREZ ESCOLANO, Víctor. Juan de Oviedo y
de la Bandera (1565-1625). Escultor, arquitecto e ingeniero. Sevilla, Diputación,
1977, pp. 57-60. Las noticias sobre la espadaña de San Clemente correspon-
den a ARENILLAS, Juan Antonio. Nuevos datos sobre el arquitecto Diego
López Bueno. In: Boletín del Seminario de Estudios de Arte y Arqueología. Tomo
LVIII, 1992, p. 387-388.
ALFREDO JOSÉ MOALES
27
El proyecto y la documentación correspondiente los di a conocer en MO-
RALES, Alfredo J. La fachada de la Iglesia de la Caridad, según un dibujo de
1654. In: Revista de Arte Sevillano, nº 3, junio 1983, p. 9-15.
28
Véase al respecto MORALES. Leonardo de Figueroa y el barroco polícro-
mo en Sevilla, op. cit., p. 196-203.
29
Así lo indica ARENILLAS. Del clasicismo al Barroco. Arquitectura sevillana del
siglo XVII, op. cit., pp. 144-145.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
30
Sobre este asunto son muy clarificadoras las reflexiones planteadas por
PLEGUEZUELO, Alfonso. Arquitectura y construcción en Sevilla (1590-1630).
Sevilla: Ayuntamiento, 2000, p.38 y ss.
31
Al respecto y aunque centrado en la relación entre portapaces y tratados de
arquitectura dentro de un marco cronológico más amplio, debe mencionarse
el estudio de VARAS RIVERO, Manuel. “El lenguaje arquitectónico en los
portapaces bajoandaluces del Manierismo: la influencia de los tratados”, en
RIVAS CARMONA, Jesús (Coord.). Estudios de platería, San Eloy 2007. Murcia:
2007, p. 561-577.
32
Véase COLLANTES DE TERÁN DELORME, Francisco; GÓMEZ ES-
TERN, Luis. Arquitectura civil sevillana. Sevilla: Ayuntamiento, 1976. En la pre-
sentación del libro el entonces alcalde de la ciudad Fernando de Parias Merry
se lamentaba del legado histórico que estaba desapareciendo.
ALFREDO JOSÉ MOALES
33
Sobre este inmueble hay un estudio de FALCÓN, Teodoro M. La Casa de
Jerónimo Pinelo sede de las Reales Academias Sevillanas de Buenas Letras y de Bellas Ar-
tes. Sevilla: Fundación Aparejadores y Fundación Cruzcampo, 2006, p. 20-26.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
34
FALCÓN, Teodoro M. Casas sevillanas desde la Edad Media hasta el Barroco.
Sevilla: Maratania, 2012, pp. 121,
ALFREDO JOSÉ MOALES
35
COLLANTES DE TERÁN DELORME, Francisco; GÓMEZ ESTERN,
Luis. Arquitectura civil sevillana, op. cit., p. 397.
36
El estudio y atribución se deben a FALCÓN. Casas sevillanas desde la Edad
Media hasta el Barroco, op. cit., p. 148-153.
37
En fecha reciente y para ennoblecer un establecimiento hotelero se ha le-
vantado una torre-mirador a imitación de las antiguas en una vivienda inme-
diata al Palacio de Altamira, que nada tiene que ver con la fábrica de dicha
residencia.
38
Véase ARENILLAS. Del clasicismo al Barroco. Arquitectura sevillana del siglo
XVII, op. cit., p. 104-105.
ARQUITECTURAS AÉREAS: CAMPANARIOS, ESPADAÑAS Y MIRADORES...
que aparece fechada en las pilastras que articulan los cinco huecos de
su galería en 1698 y la que, datada en 1725 sobre el dintel de la puerta,
se localiza en la calle Muñoz y Pabón y cuya galería está integrada por
ocho vanos de desiguales proporciones. La casa fue mandada edificar
por don Nicolás María Villa, personaje acaudalado y muy vinculado por
fundaciones y dotaciones a la cercana Iglesia parroquial de San Nicolás
y a su Hermandad Sacramental. El edificio ha sido reformado en
diferentes momentos históricos, destacando las obras realizadas entre
1938 y 1939 por el arquitecto Juan Talavera y Heredia cuando residió
en ella. Además debe indicarse que fueron segregadas del conjunto
diversas fincas a ambos lados y en la parte trasera39. Durante las obras
efectuadas en el inmueble en fecha reciente se eliminaron las pinturas
murales que cubrían la fachada que simulaban una labor de sillares. En
la actualidad el paramento aparece pintado en color ocre, habiéndose
resaltado con pintura rojiza algunos de los elementos arquitectónicos.
49
39
La información corresponde a FALCÓN. Casas sevillanas desde la Edad Media
hasta el Barroco, op. cit. p. 146.
ALFREDO JOSÉ MOALES
50
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
Capítulo 3
1
De acordo com Germain Bazin, na sua obra clássica sobre o Aleijadinho,
deve-se, possivelmente, a Coelho de Noronha, a implantação do novo gosto
artístico na capitania. A relação entre José Coelho de Noronha e Antônio
Francisco Lisboa, pode ser evidenciada se pensarmos que ele inicia sua obra
de talha em Minas nas obras da Matriz de Caeté (riscada por Manoel Francisco
Lisboa), mais especificamente nos retábulos laterais, e de arquiteto em São
João Batista do Morro Grande, riscada por ele em 1763 em reforma ao risco
de Noronha. In: BAZIN, Germain, O Aleijadinho e a Escultura Barroca no Brasil,
Ed. Record, Rio de Janeiro, 1971.
2
Segundo Rodrigo Bretas no texto fundador do estudo sobre a obra do Alei-
jadinho intitulado: ‘Traços Biográficos relativos ao finado Antonio Francisco
Lisboa”, publicado em 1858: “Antônio Francisco trabalhava a jornal de meia
oitava de ouro por dia” In: BAZIN, Germain, O Aleijadinho e a Escultura Barro-
ca no Brasil, Ed. Record, Rio de Janeiro, 1971.
3
Termo português do século XVIII para designar quem tinha lastro econômi-
co para arrematar construções ou usado para designar a valorização do profis-
sional que faz a obra. In: BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino:
aulico, anatomico, architectonico ... Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de
Jesu, 1712 - 1728. 8 v.
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
4
Ele mesmo modificou, em 1777, os planos iniciais da fachada de São Fran-
cisco de Ouro Preto, introduzindo a portada atual em pedra-sabão e fechando
as duas portas laterais do frontispício. Nesta reforma também alterou o dese- 53
nho das sineiras, copiados do seu projeto feito para os Franciscanos de São
João del-Rei. Nessa última igreja, embora seus projetos tenham sido bastante
modificados por um risco posterior de Francisco de Lima Cerqueira, ele não
se negou a contribuir com novos riscos para a escultura da portada, para a
capela-mor e, pelo menos, para a execução dos dois altares do cruzeiro e dos
dois púlpitos.
5
Segundo documentos transcritos por Germain Bazin na sua obra dedicada
ao estudo do “Barroco no Brasil” , no Livro de Receita e Despesa da Irman-
dade do Santíssimo Sacramento de Morro Grande (atual Barão de Cocais) em
1762 aparece efetuado um pagamento a José Coelho de Noronha pelo projeto
inicial da igreja do Morro Grande: “P. Ouro que paguei a José Coelho de Noronha
pelo Risco que fez para Ig. Nova – 50/8/as”. A obra do entalhador José Coelho de
Noronha, ainda está para ser estudada mais detalhadamente, sendo que mais
recentemente a Prof. Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira têm pesquisado so-
bre o artista, tendendo a lhe atribuir a famosa talha Joanina da Capela-Mor da
Matriz do Pilar de São João del-Rei. Como arquiteto, só conhecemos essa do-
cumentação sobre a atuação de Coelho de Noronha. Acreditamos entretanto,
diante das novidades volumétricas empreendidas na sacristia e Capela-mor da
Matriz de Caeté onde tudo indica trabalhavam José Coelho de Noronha – res-
ponsável pela talha do Altar-mor e seu oficial Antônio Francisco Lisboa – que
o contato profissional dos dois artistas, pode ter sido bastante proveitoso para
o jovem arquiteto, que aproveitou as ideias empreendidas na matriz de Caeté
e na do Morro Grande em alguns dos seus projetos futuros.
6
“O aumento da arte se afigura de sorte que a matriz de Caethé feita por António Gon-
çalves Barcarena, debaixo do risco do sobredito Lisboa cede nas decorações e medidas à
matriz de Morro Grande, delineada por seu filho Antonio Francisco Lisboa, quanto este
homen se excede mesmo no desenho da indicada igreja do Rio das Mortes em que se reúnem
as maiores esperanças.” (SILVA, apud BAZIN, 1983, v.1, p.382) In: BAZIN, Ger-
main. O Barroco no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1983. 2v.
ANDRÉ G. D. DANGELO
7
Ver também proximidade de soluções planimétricas de plantas e fachadas
das seguintes igrejas: Nossa Senhora da Conceição da Praia, Salvador (1733),
Santuário do Senhor Bom Jesus da Pedra, em Óbidos (1740) e Nossa Senhora
da Piedade, em Elvas (1753), ambos em Portugal, e Santa Margarida de Sonov
(1737) e São João das Rochas, em Praga (1730), ambas na República Tcheca.
8
A imitação ou utilização de modelos conhecidos e bem aceitos como corre-
tos e de boa fatura dentro dos princípios artísticos em voga era procedimento
comum na arte do século XVIII em Portugal, no Brasil e em Minas, como já
foi estudado por diversos especialistas da área.
9
Sobre essa classificação ver o já citado artigo de Jonh Bury: BURY, John. O
Estilo “Aleijadinho” e as Igrejas Setecentistas Brasileiras. In: Arquitetura e arte
no Brasil colonial. São Paulo: Nobel, 1991.
10
Segundo as palavras do manuscrito de 1790 do Vereador de Mariana: “O
gôsto gótico de alguns retábulos transferidos dos primeiros alpendres e nichos
da Piedade já tinham sido emendado pelo escultor José Coelho de Noronha…”
in: Revista SPHAN, nº15, 1951. Edições da Revista do SPHAN/MEC.
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
Wladimir Alves de Souza. Rio de Janeiro: Ed. Expressão e Cultura, 1983, p.8.
ANDRÉ G. D. DANGELO
que é a igreja de São Francisco de Ouro Preto. Para o estudo mais crite-
rioso dessa atribuição, lembramos inicialmente, que a maioria dos estu-
dos referentes à produção da arquitetura e da arte religiosa setecentista
mineira historicamente tem tido como fonte primária os já comentados
manuscritos do Relato dos fatos notáveis da Capitania13, escrito em 1790 pelo
Vereador Segundo da Câmara de Mariana, Capitão Joaquim José da Sil-
va, e o estudo clássico de Rodrigo José Ferreira Bretas intitulado Traços
biográficos relativos ao finado Antônio Francisco Lisboa14, publicado
pela primeira vez em 1858 na Revista do Instituto Histórico e Geográfi-
co Brasileiro. Esse último documento afirma categoricamente ser a au-
toria do projeto de São Francisco de Ouro Preto de Antônio Francisco
Lisboa. Diz Rodrigo Bretas sobre esse tema em 1858:
[...] Entrando-se agora na apreciação do mérito
do – Aleijadinho – como escultor e entalhador,
tanto quanto pode fazê-lo quem não é profissio-
nal na matéria, e somente à vista das obras que
deixou na capela de São Francisco de Assis desta
cidade, cuja planta é sua [...]15
13
BAZIN, Germain. O Barroco no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1983. 2v.
14
Ver Rodrigo José Ferreira Bretas: Traços Biográficos Relativos ao Finado Antônio
Francisco Lisboa, 1858.
15
Ver Rodrigo José Ferreira Bretas: Traços Biográficos Relativos ao Finado Antônio
Francisco Lisboa, 1858.
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
57
17
O projeto arquitetônico original de São Francisco de Ouro Preto, existiu
nos arquivos da Ordem até pelo menos até 1910. Joaquim Furtado de Mene-
ses, que escreveu em 1911 o Livro Bicentenário de Ouro Preto em carta oficial
em resposta ao Ofício do IPHAN que averiguava o desaparecimento desses
documentos em 1939 assim se pronunciou sobre o fato: “Tenho presente o
ofício de V. Ex. N. 20, de 12 do corrente, e demorei-me a responde-lo no in-
tento de dar tempo a minha memória para recordar-se de fatos passados há 14
anos e assim poder eu responder seu questionário com segurança maior. Nem
assim consegui lembrar-me bem da planta que apenas passou ligeiramente por
minhas mãos: A) Lembro-me que se tratava de um ou dois cortes traçados em
um papel grosso, de maior dimensão inferior a 50 cm e de forma retangular.
Data de todo não me recordo se tinha, porém certamente tinha assinatura,
porque, do contrário, não a terio aceito como do Aleijadinho. B) A planta foi
me mostrada não sei por quem em 1910, quando procurava apressadamente,
pois que só dispus de 17 dias, documentados para escrever a minha memória
para o Livro do Bicentenário de Ouro Preto. Em 1913, encarregado de ar-
ranjar objetos para a Exposição de Arte Sacra, a realizar-se no Rio de Janeiro,
pedi e me emprestaram a planta, que, com outros objetos, reneti a Frei Pedro
Sinzig, no Convento de Santo Antônio. Com a grande guerra não se realizou
a Exposição e Frei Pedro foi para a Europa. Em vão procurei os objetos que
enviara e dos mesmos não consegui mais ter notícias. Sei que chegaram a seu
destino, porque no folheto de propaganda da Exposição saiu a fotografia de
um quadro que foi juntamente com os outros objetos constituindo um só
volume...”
ANDRÉ G. D. DANGELO
18
La forma de casulla habiá sido introducida por Guarini y fue utilizada es-
60 porádicamente por Fischer von Erlach , Hildebrandt y Prandtauer in: NOR-
BERG-SCHULZ, Christian. Kilian Ignaz Dientzenhofer y el barroco Bohemio. Bar-
celona: Ed. Oikos-tau, 1993. 390p. (Ttradução nossa).
19
Lista dos Tratados em Circulação no Rio de Janeiro durante o século XVIII,
segundo CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista. A vida e a constru-
ção da cidade da invasão francesa até a chegada da Corte. Jorge Zahar Editor ,
Rio de Janeiro 2004 in CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista. A
vida e a construção da cidade da invasão francesa até a chegada da Corte.
Jorge Zahar Editor , Rio de Janeiro 2004.: ALBERTI, Leon Battista. De re
aedificatoria libri decem, ALPOIM, José Fernandes Pinto. Exame de Artilheiros
(1744), ALPOIM, José Fernandes Pinto. Exame de Bombeiro (1748), BLON-
DEL, Jacques-François. Cours d´Architecture, BORROMINI, Francesco. Opus
Architectonicum... cioè l´Oratorio e la Fabbrica per l´Abitazione dei PP. del Oratório di
San Filippo Neri, a cura di S. Giannini. Roma (1725), COSTA, Padre António da
Annunciaçam da. Estampas (1733), FORTES, Manuel de Azevedo. Engenheiro
Português (1728), GALLI BIBIENA, Ferdinando. L´Architettura Civile, preparata
su la Geometria e ridotta alle Prospettive. Parma, Paolo Monti (1711), GUARINI,
Guarino. De la Architettura Civile. Turim, F. Vittone (1737), PALLADIO, An-
drea. Quattro Libri dell´Architettura. Veneza, Domenico de Franceschi (1570),
PIMENTEL, Luís Serrão. Método Lusitano de Desenhar as Fortificações das Praças
Regulares e Irregulares (1680), POZZO, Andrea. Perspectivae Pictorum atque Archi-
tectorum. Roma, J. J. Komarek (1693-1702). 2v., SCAMOZZI, Vincenzo. L´Idea
dell´Architettura Universale. Divisa in X Libri. Veneza, Giorgio Valentin (1615),
SERLIO BOLOGNESE, Sebastiano. L´Architettura. Veneza, Marcolini da
Forli (1537-1551), VASCONCELLOS, Padre Inácio da Piedade. Artefactos
Symmetricos, e Geométricos, Advertidos, e Descobertos pela Industriosa Perfeição das Ar-
tes, Esculturária, Arquitectónica, e da Pintura. VIGNOLA, Giacomo Barozzi da.
Regola delli Cinque Ordine d´Architettura. Roma, G. B. de Rossi (1617), VITRU-
VIO, Marcus Lucius. Dez Livros de arquitetura. Tradução espanhola de 1680.
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
61
20
Se voltarmos ao estudo da proposta original de 1766, podemos notar que
sem as intervenções ornamentais ligadas ao Rococó introduzidas em 1777
numa operação que selou as portas laterais e criou a portada monumental, o
projeto tinha bem mais afinidades com o Rosário de Ouro Preto e com suas
condicionantes arquitetônicas de um Barroco mais puro que faz a transição da
arquitetura maneirista para o novo estilo.
ANDRÉ G. D. DANGELO
21
BAETA, Rodrigo E. O Barroco, a arquitetura e a cidade nos séculos XVII e XVIII.
Salvador: Ed. Edufba, 2003.
22
SANTOS, Paulo F. Subsídios para o estudo da arquitetura religiosa em Ouro Preto.
Rio de Janeiro: Kosmos, 1951.
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
23
BAZIN. O Aleijadinho e a Escultura Barroca no Brasil, p. 143.
ANDRÉ G. D. DANGELO
24
TRINDADE, Cônego Raimundo. São Francisco de Assis de Ouro Preto - crônica
narrada pelos documentos da ordem. Rio de Janeiro: DPHAN, 1951. p. 352 (Grifos
nossos).
O ALEIJADINHO ARQUITETO E SUA OBRA REVELADA...
mente foi um dos principais convertidos para esse novo estilo e as suas
doutrinas formais de depuramento do Barroco que tantas possibilidades
geravam para o seu gênio, principalmente de entalhador.
66
O ENTALHADOR JOSÉ COELHO DE NORONHA E SUA OFICINA...
Capítulo 4
Notas Introdutórias
1
Conforme Borges, a talha confere ao interior das igrejas o movimento, con-
traste e riqueza. Sua aplicação ocorria em retábulos, púlpitos e paredes cons-
tituindo elementos indispensáveis à arquitetura religiosa setecentista. BOR-
GES, Nelson Correia. Do Barroco ao Rococó. In: História da Arte em Portugal.
Lisboa: Publicações Alfa, v. 8, 1986, p. 47.
AZIZ JOSÉ DE OLIVEIRA PEDROSA
ação, recaindo sobre eles, quase sempre, a autoria das principais obras
de talha existentes nas igrejas mineiras. Desses nomes, conhecessem-
-se Francisco Xavier de Brito, Francisco Vieira Servas, José Coelho de
Noronha e Antônio Francisco Lisboa. Poder-se-ia, ainda, citar alguns
outros nomes, o que se tornaria injusto diante do grande número de
artífices que contribuíram para efetivação da arte luso-mineira2 e que
permanecem anônimos.
A obra desses e de outros profissionais do ofício da talha, caso
que também se estende à pintura, torna-se objeto de estudo, geralmente,
a partir do momento que se constata, por meio de documentação primá-
ria, seus nomes arrolados em registros que formalizaram a contratação
dos trabalhos artísticos: contratos de arrematação, ordens de pagamen-
tos, dentre outros meios legais coevos dos quais se valiam os contrata-
dos e contratantes de tais serviços. Nesses casos, comumente, toma-se
como autor da obra o nome do entalhador citado, ignorando-se os ar-
ranjos realizados concretizados por meio de oficinas, onde profissionais
de diversos ofícios somavam esforços para efetivação dos trabalhos.
É sabido que os entalhadores não atuavam isolados na fábrica
68 dos retábulos, visto se tratarem de obras complexas que demandavam
certo número de profissionais para auxiliar nas diversas tarefas existen-
tes, exigindo, assim, o envolvimento de carapinas, carpinteiros e ensam-
bladores. Além disso, as esculturas dos retábulos apontam se tratarem de
peças esculpidas por diferentes entalhadores, visíveis tais aspectos pela
boa qualidade na execução de alguns entalhes em contraposição a ou-
tros, cuja fatura demonstra limitações técnicas por parte dos artistas que
os produziram. Essas dificuldades poderiam, entre outros fatores, ser
fruto da presença de aprendizes nesses ambientes, que eram iniciados no
universo artístico diante dos ensinamentos de um mestre.
Sobre essas dúvidas que cercam o tema, pode-se citar a desta-
cada produção artística do Aleijadinho, a quem se atribui uma grande
quantidade de obras que exigiriam do artista tempo de vida superior ao
que gozou para realizar todos os trabalhos, caso os executasse sozinho.
Nesse cenário, ficam ocultados os demais profissionais que, provavel-
mente, estiveram em atividade em sua oficina. Essas relações de trabalho
podem ter propiciado aos oficiais que laboravam com ele, assimilar e re-
2
Agradeço ao Professor Marcos Hill pela sugestão do termo “arte luso-minei-
ra”. Utilizada neste texto para se referir à arte setecentista existente em Minas
Gerais, produzida, sobretudo, durante a primeira metade do século XVIII.
O ENTALHADOR JOSÉ COELHO DE NORONHA E SUA OFICINA...
petir seus marcantes traços escultóricos. Contribuindo para que lhe seja
atribuída a autoria de algumas obras, mas que podem ter sido realizadas
por outros artistas que compuseram sua oficina e que propagaram algu-
mas das caraterísticas e peculiaridades escultóricas do mestre.3
Mesmo diante de tais evidências, como acima citado, não são
conhecidas as oficinas que estiveram a serviço da arte da talha na Capita-
nia de Minas. São de conhecimento alguns casos de artistas que mantive-
ram vínculos profissionais com outros entalhadores, mas não se sabe, ao
certo, quais foram as relações profissionais por eles estabelecidas. Tudo
isso se mostra contraditório, pois a documentação existente permite ma-
pear alguns desses ateliês em atividade nas Minas do ouro.
Diante de tudo isso, novos subsídios para o estudo da arte luso-
-mineira vieram a público e trouxeram dados históricos sobre a oficina
de talha que contou com o comando do entalhador José Coelho de No-
ronha. Essa oficina foi composta por diversos profissionais das artes e
dos ofícios e esteve a serviço da produção da talha em Minas Gerais,
durante algumas décadas do século XVIII, atuando em diversos templos
religiosos da capitania. Nesse sentido, o presente texto tem como orien-
tação discutir a organização e atuação dessa oficina nas igrejas mineiras, 69
apresentar os artistas que a compuseram e demonstrar algumas influên-
cias que tiveram na construção dos códigos ornamentais estilísticos em
voga no universo artístico mineiro setecentista.
3
Deve-se pesquisar sobre esses homens que laboraram com o Aleijadinho, o
que seria grande contributo para se escrever mais um capítulo da vida e obra
do mestre. Pois, é sabido que com ele laboraram alguns oficiais, como consta
em documentos analisados por Zoroastro Passos Viana. Além disso, tal pes-
quisa possibilitaria estudar obras cuja autoria é atribuída ao Aleijadinho, mas
que podem ter sido realizadas por outros oficiais. Todavia, foge à proposta
dessa pequena contribuição aprofundar no fascínio que causa a obra do mes-
tre Aleijadinho. Ver: PASSOS, Zoroastro Viana. Em torno da história de Sabará.
Rio de Janeiro: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1940,
p. 137.
4
Ver: PEDROSA, Aziz José de Oliveira. José Coelho de Noronha: artes e ofícios
nas Minas Gerais do Século XVIII, 2012, 313 f. Dissertação (Mestrado em
Arquitetura e Urbanismo) – Escola de Arquitetura, UFMG, Belo Horizonte,
2012.
AZIZ JOSÉ DE OLIVEIRA PEDROSA
70
5
Ver: PEDROSA, Aziz José de Oliveira. Uma Oficina de talha na Sé de Ma-
riana: o fazer artístico e o contrato de trabalho. Varia História, Belo Horizonte,
v. 29, n. 50, p. 597-631, maio/agosto de 2013.
AZIZ JOSÉ DE OLIVEIRA PEDROSA
72
6
Grande parte da documentação referente às obras nas quais esteve envol-
vido José Coelho de Noronha, apontam o entalhador como “mestre”, o que
implica a ele ser o líder do ateliê de talha, uma vez que a figura do mestre era
aquela que conduzia os trabalhos, ditava ordens e realizava as peças de maior
dificuldade técnica, como figuras antropomórficas, rostos e mãos.
7
Ver: PEDROSA. Uma Oficina de talha na Sé de Mariana: o fazer artístico e
o contrato de trabalho, p. 597-631.
8
Arquivo Eclesiástico do Arcebispado de Mariana (AEAM), Livro de receitas e
despesas da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição (1747-1832), fl. 5 v.
9
As proximidades formais e estéticas existentes entre os retábulos de São José
e de Nossa Senhora da Conceição, ambos na Sé de Mariana, permitem apon-
tar ser de José Coelho de Noronha a autoria do retábulo de São José, uma vez
comprovada sua atuação no retábulo de Nossa Senhora da Conceição.
AZIZ JOSÉ DE OLIVEIRA PEDROSA
10
Ver: PEDROSA. Uma Oficina de talha na Sé de Mariana: o fazer artístico e
o contrato de trabalho.
11
Ver: PEDROSA. Uma Oficina de talha na Sé de Mariana: o fazer artístico e
o contrato de trabalho.
12
Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana (AHCSM), Ações cíveis,
Códice 251, Auto 6217, Cartório do 2º ofício. fl. 33 v.
O ENTALHADOR JOSÉ COELHO DE NORONHA E SUA OFICINA...
13
José Coelho de Noronha recebeu pagamentos pela obra de talha do retábu-
lo-mor da Matriz de Santa Bárbara, no ano de 1745. Ver: Arquivo Eclesiástico
do Arcebispado de Mariana (AEAM), Livro de Receitas e Despesas da Irmandade
Santíssimo Sacramento. Matriz de Santo Antônio de Santa Bárbara, Prateleira
X-12. Santa Bárbara 1741-1805.
14
AHCSM. Ações cíveis, Códice 251, Auto 6217, Cartório do 2º ofício. fl. 34 v.
15
AHCSM. Ações cíveis, Códice 251, Auto 6217, Cartório do 2º ofício. fl. 33 v.
16
Arquivo da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar (AEPNSP), Livro de receitas
e despesas da Irmandade do Santíssimo Sacramento, 1749-1810, vol. 218, fl. 44 v.
17
MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em
Minas Gerais. Rio de Janeiro, Publicações da Diretoria do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional, nº 27, 1974, p. 73.
18
Arquivo do Escritório Técnico II do Iphan - São João del-Rei (IPHAN-
-ETII), Inventário, 1765, Noronha, José Coelho de, Inventariante: Leitão, Se-
bastião Ferreira, Caixa: 345, fl. 11 v.
AZIZ JOSÉ DE OLIVEIRA PEDROSA
19
AHCSM. Ações cíveis, Códice 251, Auto 6217, Cartório do 2º ofício, fl. 32.
20
AHCSM. Ações cíveis, Códice 251, Auto 6217, Cartório do 2º ofício, fl. 32.
21
AEPNSP. Livro de receitas e despesas da Irmandade do Santíssimo Sacramento,
1749-1810, vol. 218, fl. 45-45v.
O ENTALHADOR JOSÉ COELHO DE NORONHA E SUA OFICINA...
22
MARTINS. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas
Gerais, p. 73.
23
Manoel Antônio de Azevedo Peixoto, morador no então arraial de Santa
Bárbara, foi ao mesmo tempo o entalhador e empreiteiro que a tomou (a obra
de talha do retábulo-mor da Capela do Mosteiro das Macaúbas, Santa Luzia) a
seu cargo. Pelo contracto feito a 8 de agosto de 1767, Azevedo Peixoto rece-
beria pagamento de um conto, cento e cincoenta mil réis, em duas prestações:
duzentos mil réis no meio da obra, e o restante quando lhe puzesse a ultima
demão. Seis mezes no máximo gastou Azevedo Peixoto desde que metteu
mãos á obra até o dia em que lhe pôs o remate, pois a dois de Fevereiro de
1768 passou recibo do ultimo pagamento, que fora pactuado para depois de
concluido o serviço. Cousa mui para notada é a segurança com que procurava
garantir-se o entalhador. Para a quantia de que se falou foi necessário que as
Recolhidas apresentassem abonador e principal pagador. (...) Do mesmo Aze-
vedo Peixoto, existe no Capitulo do Recolhimento um trabalho de completo
relevo, que bem lhe abona o nome de hábil estatuário. É uma bela Imagem
representando Santa Quitéria, obra de madeira, medindo setenta e um cen-
tímetros de altura, e com olhos de vidro. Custou a Madre Regente a somma
de vinte e cinco oitavas de ouro, como o declara um recibo assignado pelo
estatuário em 1765. Ver: SOUZA, Joaquim Silvério de. Sítios e personagens. Belo
Horizonte: Imprensa oficial de Minas Geraes, 1930, p. 284-287.
AZIZ JOSÉ DE OLIVEIRA PEDROSA
24
Arquivo Público Mineiro (APM). Seção Colonial, Delegacia Fiscal, códice
1075, fls. 104, 127.
O ENTALHADOR JOSÉ COELHO DE NORONHA E SUA OFICINA...
Capítulo 5
Carla Bromberg
1
ARTS4X - DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE ARTE Y ARQUI-
TECTURA. Quadratura. Disponível em: <http://www.arts4x.com/spa/d/
quadratura/quadratura.htm>. Acesso em abril de 2015.
2
SAITO, Fumikazu. Geometria e óptica no século XVI: a percepção do es-
paço na perspectiva euclidiana. Educação Matemática Pesquisa, vol.10, n. 2, p.
386-416, 2008; CABELEIRA, João. Optical Architecture: Interplay betwe-
en perspective and space design. In: IX Nexus Conference, Poster Session, p.1-
5, 2012. Disponível em: <https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstre-
am/1822/20637/1/Optical%20architecture.pdf>. Acesso em abril de 2015.
3
“Arquitetura é antes de mais nada construção [...] concebida com o propó-
sito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade
e [...] intenção, [...] a intenção plástica que semelhante escolha subentende é
precisamente o que distingue a arquitetura da simples construção”. COSTA,
Lúcio. Considerações sobre arte contemporânea. In: Lúcio Costa, Registro de
uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.
CARLA BROMBERG
4
MONGELLI, Lênia M. et al. Trivium e Quadrivium: As Artes Liberais na Ida-
de Média. Cotia: Íbis, 1999. Serão elencados vários tratados, na maior parte
comentários de Vitrúvio, mas a definição de arte liberal aparece em outros
82 como em VIGNOLA, Jacopo B. Gli ordini d’Architettura Civile. 2 ed. Milano:
Pietro e Giuseppe Vallardi, 1814.
5
É preciso lembrar que a música no Renascimento não era uma arte e não
tinha como seu objeto de estudo o som, como acontece hoje. BROMBERG,
Carla. Identificando parâmetros para a classificação das ciências liberais e me-
cânicas no Renascimento Italiano. In: Scientiarum Historia VIII. Disponível em:
<http://www.hcte.ufrj.br/downloads/sh/sh4/trabalhos/CARLAB~1.pdf>.
Acesso em abril de 2015. A arquitetura também constituía-se de elementos
cuja definição a aproximava da arte da pintura, e esta por sua vez ligada à óp-
tica. SAITO, Fumikazu. Geometria e óptica no século XVI, op. cit.
6
MASI, Michael. Boethian number theory: A Translation of De Istitutione Arith-
metica. Amsterdam: Rodopi, 1983, p.71-2.
7
A sua fundamentação matemática foi transmitida para o Renascimento prin-
cipalmente através das obras do filósofo Sevério N. Boécio (480-525). Ver
MASI. Boethian number theory, op. cit.
8
BROMBERG. Identificando parâmetros para a classificação das ciências li-
berais e mecânicas no Renascimento Italiano, op. cit.
9
MERRILL, Elizabeth. The Trattato as Textbook: Francesco di Giorgio’s
Vision for the Renaissance Architect. Architectural Histories, v.1, n.1, art.20, p.
1-19, 2013.
10
A obra de Vitrúvio foi vastamente comentada entre os séculos XV e XVII.
Estes comentários foram extremamente divulgados e utilizados na época pe-
los estudiosos. Assim, é importante, ao dirigir-nos a estes séculos, não nos
referirmos a uma tradução direta do texto vitruviano, dado que os autores
que abordo, estavam falando dos comentários e não teriam lido a obra como
escrita diretamente pelas mãos de Vitrúvio. Como se sabe, cada comentarista
transformou não somente a ordem, mas muitas vezes o conteúdo da obra
vitruviana.
FALSA ARQUITETURA E MÚSICA: SOBRE OS CONCEITOS...
11
CESARIANO, Cesare. Di Lucio Vitruvio Pollione De architectura libri dece traducti
delatino in Vulgare affigurati: Comentati: & con mirando ordine insigniti. Como:
Gotardus de Ponte, 1521. BARBARO, Daniele. I dieci libri dell’architettura et
commentati. Veneza: Francesco Marcolini, 1556. São muitos os estudos sobre os
comentários da obra vitruviana. Ver: LONG, Pamela. The Vitruvian Commenta-
ry Tradition and Rational Architecture in the Sixteenth century: A study in the History
of Ideas. PhD thesis. Maryland: University of Maryland, 1979.
12
LONG. The Vitruvian Commentary Tradition and rational Architecture in the Six-
teenth century: A Study in the History of ideas, op. cit.
13
MITROVIC, Branko. The Theory of proportions in Daniele Barbaro’s commentary
on Vitruviu’s De Architettura. PhD thesis. Pennsylvania: University of Pennsyl-
vania, 1996.
14
Uma versão alemã com comentários e ilustrações aparece em 1548, feita por
Walter Ryff, um médico. VITRUVIUS. De Architectura Libri Decem... nuc in pri-
mum in Germania qua potuit diligentia excusi, atque hinc inde schemetibus non iniucundus
exornati 4to. Ed. de Walter Ryff. Strasburg: [s.ed.], 1543.
15
CESARIANO. Di Lucio Vitruvio Pollione De architectura libri dece traducti delatino
in Vulgare affigurati: Comentati: & con mirando ordine insigniti, op. cit., fol.3v.;
VITRUVIUS. De Architectura Libri Decem, op. cit. Livro I, 1, 3-4.
16
BARBARO. I dieci libri dell’architettura et commentate, op. cit., p.57.
17
A noção de ciência aristotélica utilizada foi aquela que Aristóteles descreve
em seus Analíticos Posteriores. Vide: ARISTÓTELES. Analíticos Posteriores. São
Paulo: Edipro, 2010.
18
LONG. The Vitruvian Commentary Tradition and Rational Architecture in the Six-
teenth century, op. cit.
CARLA BROMBERG
19
A definição dos entes musicais como elementos matemáticos aconteceu na
música até os finais do século XVIII. Vale lembrar que não existiu teoria do
som que pudesse definir ou calcular frequências (como no sistema musical a
partir do século XIX) e que a Música, como explicado, foi sempre uma ciên-
cia matemática. A sua operacionalidade era análoga à composição de razões
matemáticas.
FALSA ARQUITETURA E MÚSICA: SOBRE OS CONCEITOS...
20
Esta relação entre ciência primeira e posterior foi definida por Aristóteles
como subalternante (a ciência superior, no caso a aritmética ou a geometria),
com relação à subalternada (no caso a música ou a arquitetura) na qual havia
uma hierarquia. A ciência superior, que deveria ser anterior, definia o sujeito
da ciência, ou seja seu atributo essencial, enquanto este poderia possuir uma
parte imprópria, ou seja, derivada de um acréscimo de uma diferença aciden-
tal. No caso da música, era seu objeto, o número. Ele era atributo essencial
do sujeito desta ciência que, por sua vez, possuía uma parte imprópria, ou
qualidade, que era o sonoro. Vide: ARISTÓTELES. Metafísica. 2 ed., São Pau-
lo: Edipro, 2012, 987b27.
21
É preciso lembrar que na época a Aritmética e a Geometria eram áreas inde-
pendentes e que a “grande” matemática, como um guarda-chuva abrangente,
não existia. Para uma discussão dos papéis da aritmética e da geometria no
XVI ver: SAITO, Fumikazu; BROMBERG, Carla. Measuring the Invisible:
A Process among Arithmetic, geometry and Music. Circumscribere: International
Journal for the History of Science (no prelo).
CARLA BROMBERG
22
Esta abordagem é diversa daquela apresentada normalmente por uma histo-
riografia centrada no desenho e na arquitetura como parte da História da Arte.
23
MARTINI, Francesco. Trattati di architettura, ingegneria e arte militare (1475-
1490). 1 ed. 1502, Torino: Chirio e Mina, 1841, p.9-11.
FALSA ARQUITETURA E MÚSICA: SOBRE OS CONCEITOS...
24
BARBARO. I dieci libri dell’architettura et commentati, op. cit., p.33.
25
BARBARO. I dieci libri dell’architettura et commentati, op. cit., p.33.
26
POZZO, Andrea. Perspectiva pictorum et architetorum. Romae: Typis Joannis J.
Kornarek Bohemi apud S. Angelum Custodem, 1693, pars prima.
27
Ciência responsável pela medição de terras.
28
PENNA, Girolamo. Elementi di Agrimensura, Bologna: s/editora, 1643. p.6.
CARLA BROMBERG
29
SERLIO, Sebastiano. Libro Estraordinario di Sebastiano Serlio. Venetia: Fran-
cesco Senese, 1566, a2.
30
SERLIO. Libro Estraordinario di Sebastiano Serlio, op. cit., 4a.
31
SCAMOZZI, Vincenzo. L’Idea della Architettura Universale Divisa in X libri.
Venezia: Girogio Valentino, 1615, p.4.
32
Matematicamente o número perfeito é um número inteiro para o qual a
soma de todos os seus divisores positivos prórios é igual ao próprio número
(3+2+1=6). Na música renascentista o número 6 foi definido por número
senario.
33
SCAMOZZI. L’Idea della Architettura Universale Divisa in X libri, op. cit., p.7.
FALSA ARQUITETURA E MÚSICA: SOBRE OS CONCEITOS...
34
Ver, por exemplo, Paris: Anisson Imprimerie Royale, 1701. LAMY, Bernard.
Traité de Perspective. Paris: Anisson Imprimerie Royale, 1701, p. 28-32.
35
MITROVIC. The Theory of proportions in Daniele Barbaro’s Commentary on
Vitruviu’s De Architectura, op. cit. p.56.
CARLA BROMBERG
36
LAMY. Traité de Perspective, op. cit.
37
LAMY, Bernard. Les éléments de géometrie. [1 ed., 1684]. 2 ed. Paris: Jombert,
1758, preface xj.
38
DANTI, Egnazio. Le due regole della prospettiva pratica di M.Jacomo Barozzi da
Vignola. Roma: Camerale, 1611, p.51.
39
DANTI. Le due regole della prospettiva pratica di M.Jacomo Barozzi da Vignola,
p.51.
40
POZZO, Andrea. Perspectiva Pictorum et architectorum. op. cit., Primo libro,
n.12. Fig. 88, Balaustrata della figura 87 messa in prospettiva di sotto in su con
distanza corta.
41
BASSI, Martino. Dispareri in Materia d’Architettura. Bressa: Francesco & Pie.
M.M.Fratelli, 1572.
FALSA ARQUITETURA E MÚSICA: SOBRE OS CONCEITOS...
42
ZANINI, G. Viola. Della Architettura di G.V.Z, padovano, pittore et architetto.
Padova: Francesco Bolzetta, 1629.
43
VELASCO, Antonio P. El Museo Pictorico Y Escala Óptica. Madrid: La Impren-
ta de Sancha, 1795.
44
SERLIO, Sebastiano. Tutte le opere di Architetture e Prospettive. Veneza: Frances-
co de’ Franceschi, 1600, 25f9.
CARLA BROMBERG
45
ZANINI, Gioseffo V. Della Architettura, op. cit., pp.38-9.
46
BARBARO. I dieci libri dell’architettura et commentati, op. cit., p.33
FALSA ARQUITETURA E MÚSICA: SOBRE OS CONCEITOS...
47
Em tratados de autores como Gioseffo Zarlino, Vincenzo Galilei, Francisco
Salinas etc.
48
CAMEROTA, Filippo. Perspectiva Mechanica. L’invenzione degli strumen-
ti tra teoria e pratica della rappresentazione prospettica. In: COJANNOT-LE
BLANC, Marianne; DALAI EMILIANI, Marisa; GLATIGNY, Pascal D.
(Eds.). L’Artiste et l’ouevre à l’épreuve de la Perspective. Roma: École Française de
Rome, 2006, p. 217-42.
49
CESIMA: Centro Simão Mathias de Estudos em História da Ciência.
PUCSP.
CARLA BROMBERG
94
ARQUITETURA E DETALHES ARTÍSTICOS DO SOLAR DA GLÓRIA...
Capítulo 6
1
COUTO, Soter. Vultos e fatos de Diamantina. Belo Horizonte: Instituto Histó-
rico e Geográfico de Minas Gerais (IHG-MG), 1954.
CELINA BORGES LEMOS
2
VASCONCELLOS, Sylvio de. Formação urbana do Arraial do Tejuco. Re-
vista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro, n.14, p. 121-134,
1953, p. 123.
3
VASCONCELLOS. Formação urbana do Arraial do Tejuco, op. cit., p. 129.
ARQUITETURA E DETALHES ARTÍSTICOS DO SOLAR DA GLÓRIA...
4
VASCONCELLOS. Formação urbana do Arraial do Tejuco, op. cit., p. 132.
5
MACHADO FILHO, Aires da Mata. Arraial do Tijuco, Cidade de Diamantina.
Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1944.
6
VASCONCELLOS, Sylvio de. Arquitetura, dois estudos. Goiânia: MEC/
SESU/PIMEG/ARQUGE, 1983, p. 40.
CELINA BORGES LEMOS
7
VASCONCELLOS. Arquitetura, dois estudos, op. cit., p. 41.
ARQUITETURA E DETALHES ARTÍSTICOS DO SOLAR DA GLÓRIA...
8
VASCONCELLOS. Formação urbana do Arraial do Tejuco, op. cit., p. 133.
9
VASCONCELLOS. Arquitetura, dois estudos, op. cit., p. 42.
CELINA BORGES LEMOS
10
VASCONCELLOS. Arquitetura, dois estudos, op. cit., p. 42.
ARQUITETURA E DETALHES ARTÍSTICOS DO SOLAR DA GLÓRIA...
11
SAINT-HILAIRE, Auguste. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas
Gerais. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1941, p. 197.
12
SAINT-HILAIRE. Viagem pelas províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, op.
cit., p. 224-226.
13
VASCONCELLOS. Arquitetura, dois estudos, op. cit., p.42.
CELINA BORGES LEMOS
102
14
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Espaço cultural Casa
da Glória. Projeto de implantação. Belo Horizonte: Mimeo, 1999.
15
SANTOS, Joaquim Felício. Memórias do Distrito Diamantino. São Paulo:
EDUSP/Itatiaia, 1976, p. 235.
ARQUITETURA E DETALHES ARTÍSTICOS DO SOLAR DA GLÓRIA...
16
SANTOS. Memórias do Distrito Diamantino, op. cit., p. 327.
17
MACHADO FILHO. Arraial do Tijuco, Cidade de Diamantina, op. cit.
CELINA BORGES LEMOS
104
18
BURTON, Richard. Viagens aos planaltos do Brasil. Tomo II: Minas e os mi-
neiros. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1983, p. 281.
19
REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo:
Perspectiva, 1970.
ARQUITETURA E DETALHES ARTÍSTICOS DO SOLAR DA GLÓRIA...
20
VASCONCELLOS. Arquitetura, dois estudos, op. cit., p. 42.
21
O arquiteto, artífice e engenheiro mecânico John Rose nasceu na região da
Cornualha, Inglaterra, na primeira metade do século XIX. Em busca de uma
nova vida, emigrou para Minas Gerais, no final dos anos quarenta daquele
século, para trabalhar na Mineração Morro Velho, em Nova Lima. No início
da década de sessenta, desligou-se da empresa e mudou-se para a região de
Diamantina, quando se casou com Dona Manuela Rodrigues da Paixão. Ver:
TIBÃES, M. da Conceição Duarte. O Artífice John Rose, um inglês em Diamantina.
Belo Horizonte: GC, 2001.
22
ALMEIDA, Lúcia Machado. Passeio a Diamantina. São Paulo: Martins Edi-
tora, 1956, p. 208.
23
BURTON. Viagens aos planaltos do Brasil, op. cit., p.281.
CELINA BORGES LEMOS
24
ÁVILA Affonso. V. Diamantina. In: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO.
Minas Gerais: Monumentos históricos e artísticos — circuito do diamante.
Barroco, Belo Horizonte: Coleção Mineiriana, 1994, n. 16, p. 342.
CELINA BORGES LEMOS
25
Os edifícios interligados pelo passadiço ainda funcionaram como escola.
Em 1979, o conjunto foi adquirido pelo Ministério da Educação e Cultura
para sediar o Instituto Eschwege, mais tarde denominado Centro de Geologia
Eschwege – CGE da Universidade Federal de Minas Gerais.
JOAQUIM GONÇALVES DA ROCHA, SUA OFICINA E A PINTURA...
Capítulo 7
sabe ainda sobre os artistas que criaram a maior parte destas pinturas.1
Esta situação é decorrente especialmente pela exiguidade da do-
cumentação arquivística (livros de registros das irmandades) no que se
refere às obras de pintura realizadas ao longo do século XVIII e início
do XIX nas igrejas e capelas da região de Sabará, Santa Luzia e Caeté.
Com exceção feita às pinturas da Igreja do Carmo de Sabará, realizadas
pelo pintor Joaquim Gonçalves da Rocha, e cuja documentação é conhe-
cida, ainda que de segunda mão.2 Deste pintor, aliás, ainda temos outras
duas referências documentais (uma, diz respeito apenas a uma carnação
de imagem3), que vem demonstrar a sua forte presença e atuação na
região sabarense e vizinhança.
Outro aspecto que prejudica, e muito, a análise e interpretação
desse importante foco de pinturas são as inúmeras intervenções que
muitas delas vêm sofrendo ao longo dos anos de existência. Diga-se
que algumas delas foram inclusive “recriadas” de maneira grosseira por
artistas plásticos que se “passavam” por restauradores.
Neste cenário de total desconhecimento dos artistas que aturam
na região entre os séculos XVIII e XIX, o pintor Joaquim Gonçalves
110 da Rocha apresenta-se como um caso à parte. Lamentavelmente, até o
momento, não foi localizada nenhuma informação precisa sobre o ano e
local de nascimento e batismo; sobre onde e com quem se iniciou na arte
da pintura; e nem tão pouco sobre o ano e local de sua morte.
1
ÁVILA, Affonso. Igrejas e capelas de Sabará. Revista Barroco, Belo Horizonte:
UFMG, n. 8, 1976, p. 25-65; ANDRADE, Rodrigo Mello Franco de. A pintu-
ra colonial em Minas Gerais. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
Rio de Janeiro: MEC, n. 18, 1978, p. 11-74; DEL NEGRO, Carlos. Contribuição
ao estudo da pintura mineira. Rio de Janeiro: Publicações da Diretoria do Patri-
mônio Histórico e Artístico Nacional/MEC, n. 20, 1958; JARDIM, Luís. A
pintura decorativa em algumas igrejas de Minas. Revista do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, n. 3, 1939;
OLIVEIRA, Myriam Ribeiro de. A pintura de Perspectiva em Minas Colonial.
Revista Barroco. Belo Horizonte: UFMG, n. 10, 1978/79, p. 27-37, e ______.
A pintura de perspectiva em Minas Gerais - ciclo rococó. Revista Barroco, Belo
Horizonte: UFMG, n. 12, 1982/83, p. 171-184.
2
Documentação publicada em PASSOS, Zoroastro Vianna. Em torno da histó-
ria de Sabará. A Ordem 3ª do Carmo e a sua igreja. Obras do Aleijadinho no
templo. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde (Publicações da Dire-
toria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/MEC), n. 5, vol. 1, 1940.
3
Trata-se da carnação de uma imagem de São Jorge que hoje se encontra no
Museu do Ouro, em Sabará/MG, e refere-se ao pagamento efetuado pela Câ-
mara de Sabará em 31 de maio de 1816 pelo serviço. Fonte: Arquivo Público
Mineiro (APM). Contas da Receita e Despesa da Câmara (1815-1820), CMS-155,
rolo 21.
JOAQUIM GONÇALVES DA ROCHA, SUA OFICINA E A PINTURA...
4
MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em
Minas Gerais. Rio de Janeiro: Publicações do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional/MEC, n. 27, 1974, 2 vols.
5
MARTINS. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas
Gerais, op. cit., vol. II, p. 170.
6
A este respeito ver ALVES, Célio Macedo. Minas colonial: pintura e apren-
dizado. O caso exemplar do pintor João Batista de Figueiredo. Revista Tela &
Artes, Belo Horizonte, Ano III, n. 15, novembro/dezembro de 1999.
CÉLIO MACEDO ALVES
7
PASSOS. Em torno da história de Sabará, op. cit., p. 119.
JOAQUIM GONÇALVES DA ROCHA, SUA OFICINA E A PINTURA...
8
PASSOS. Em torno da história de Sabará, op. cit., p. 118.
CÉLIO MACEDO ALVES
9
PASSOS. Em torno da história de Sabará, op. cit., p. 118.
10
Para uma cronologia da construção do mosteiro ver MELLO, Cleyr Maria
Vaz de. Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas. Santa Luzia: Mosteiro
de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, 2014.
JOAQUIM GONÇALVES DA ROCHA, SUA OFICINA E A PINTURA...
117
Figura 2: Forro da capela-mor da matriz de Santa Luzia.
Foto do arquivo do autor
11
PASSOS. Em torno da história de Sabará, op. cit., p. 118.
12
PASSOS. Em torno da história de Sabará, op. cit., p. 116-117.
13
MARTINS. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas
Gerais, op. cit., vol. II, p. 170.
JOAQUIM GONÇALVES DA ROCHA, SUA OFICINA E A PINTURA...
14
PASSOS. Em torno da história de Sabará, op. cit., p. 119.
CÉLIO MACEDO ALVES
120
15
FONSECA, Gustavo Oliveira. Produção artística no Centro-Oeste Mineiro nos
séculos XVIII e XIX. Estudo sobre a Igreja de Santo Antônio da Arquiconfraria de São
Francisco em Itapecerica. Dissertação (Mestrado em História) - Departamento de
Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas (DECIS), Programa de Pós-Graduação
em História (PGHIS), UFSJ, São João del Rei, 2014.
JOAQUIM GONÇALVES DA ROCHA, SUA OFICINA E A PINTURA...
Capítulo 8
1
O presente artigo é fruto das pesquisas acadêmicas para o doutorado em
Artes que está sendo desenvolvido junto ao Programa de Pós-graduação em
Artes do Instituto de Artes da UNESP. Com bolsa FAPESP.
2
Mário de Andrade quando pesquisava as pinturas existentes na igreja da Or-
dem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de São Paulo, formulou a hipótese
de que a pintura que se via no forro da nave da igreja não era a pintura do
padre mulato, e que esta estava debaixo da pintura atual. Com base nos relató-
rios do pesquisador, a pintura que fora tombada não foi a que era vista e sim a
pintura invisível. Após o restauro da igreja encontrou-se a obra que Mário de
Andrade afiançava estar encoberta, de qualidade técnica superior ao trabalho
que era visto em meados dos anos 40. ANDRADE, Mario de. Padre Jesuíno do
Monte Carmelo. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1963.
OS FORROS PINTADOS EM MOGI DAS CRUZES, SÃO PAULO...
127
Figura 1: Nossa Senhora com o Menino entrega o manto à São Simão Stock.
Autor: Lourenço da Costa, ca. 1750. Forro do vestíbulo da sacristia. Igreja da
Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Mogi das Cruzes.
Foto: Luciara Bruno, 2015.
3
Em pesquisa pregressa optou-se por não incluir a pintura do forro do vestí-
bulo porque suas características tipológicas são distintas das demais pinturas
existentes na igreja da Ordem Terceira dos Carmelitas de Mogi das Cruzes,
como se pode apurar em PEREIRA, Danielle Manoel dos Santos. A pintura
ilusionista no meio norte de Minas Gerais – Diamantina e Serro – e em São Pau-
lo – Mogi das Cruzes (Brasil). Dissertação (Mestrado) - Instituto de Artes,
UNESP, São Paulo, 2012. Contudo, a pesquisa atual incorpora diferentes
pinturas independente da linguagem formal, cujos critérios para inclusão ou
exclusão nas análises foram modificados de acordo com as novas proposições.
DANIELLE MANOEL DOS SANTOS PEREIRA
4
SALOMÃO, Myriam; TIRAPELI, Percival. Pintura colonial paulista. In:
Arte Sacra Colonial: barroco memória viva. São Paulo: UNESP, 2005.
5
Campos (2004) informa que este Livro de Receitas e Despesas estende-se
até meados do ano de 1824, porém ao estudar o material notamos que várias
páginas não existem mais, tanto no final do livro quanto no início e está sem
capa. Logo é cabível que Campos (2004) tenha tido contato com os anos fi-
nais do livro, sobretudo porque o próximo livro é iniciado ao término do ano
anterior, ou seja, o ano de 1824. Entretanto, adotaremos a datação de 1818
como período final, por ser o que resta do documento, a fim de evitar afir-
mações equivocadas. CAMPOS, Jurandyr Ferraz de. Suma histórica da venerável
Ordem Terceira do Carmo de Mogi. Mogi das Cruzes: Murc Editora Gráfica, 2004.
6
BELO HORIZONTE. Arquivo da Província Carmelitana de Santo Elias.
Cidade: Mogi das Cruzes. Monumento: Igreja da Ordem Terceira do Carmo.
Livro: Receita e despesa, 1768-1818, 1824-1859; Documentos avulsos s/ data;
Livro: Entrada de irmãos, 1754; Livro: Atas, 1762.
BELO HORIZONTE. Arquivo da Província Carmelitana de Santo Elias. Ci-
dade: Mogi das Cruzes. Monumento: Igreja e Convento do Carmo. Dados
históricos e notas diversas, 1611-1935; Bens Urbanos; Desenhos do Terreno;
Livro: Tombo, 1629; Livro: Receita e despesa, 1749-1768; Documentos avul-
sos: maço irmandades. Seção: Mogi das Cruzes.
OS FORROS PINTADOS EM MOGI DAS CRUZES, SÃO PAULO...
7
BELO HORIZONTE. Arquivo da Província Carmelitana de Santo Elias.
Cidade: Mogi das Cruzes. Monumento: Igreja da Ordem Terceira do Carmo.
Documentos avulsos s/ data, op. cit., p. 12.
DANIELLE MANOEL DOS SANTOS PEREIRA
pintura sofreu quando o teto da igreja primitiva ruiu, talvez isso explique
os “supostos” acréscimos de madeira e os recortes feitos nas pranchas.
Como não há projetos para restauro dessa pintura, não é possível des-
montar a cimalha que arremata o encontro entre as pranchas e a parede.
Logo, não se pode precisar os consertos exatos que essas tabo-
as tiveram quando da queda da primitiva igreja em 1769. Assim como
não se pode afirmar ou negar que as extremidades próximas às portas
foram cortadas ou não. Mesmo entre habilidosos restauradores não há
um consenso quanto a este ponto,8 pois nada podem afirmar diante so-
mente do que se vê.
A obra fora submetida às análises científicas,9 com técnicas não
destrutivas, para que pudéssemos verificar a existência de desenho sub-
jacente nas taboas com tonalidade cinza e ainda espectroscopia para ob-
tenção dos pigmentos e materiais empregados pelo artista.
Na utilização da técnica de luz visível, destacamos a melhor vi-
sibilidade dos frutos e flores presentes na representação, assim como a
cena da Virgem entregando o escapulário à São Simão.
Da paleta de cores empregada pelo artista, há predominância de
130 azul, vermelho, amarelo e marrom com gradação destas mesmas cores
e alguns tons ocres. A técnica empregada para a fatura da obra foi a
tempera a cola. Há perdas de policromia e diversas manchas provocadas
por oxidação da camada de verniz. Com a “Reflectografia de Infraver-
melho” (IR), foi possível identificar que o artista utilizou a técnica do
Spolvero, muito recorrente no período colonial.
Por meio das imagens obtidas compreendemos os elementos
internos constituintes dos medalhões presentes na obra, que se asse-
melham a chinesices, tal como no forro da Igreja de Nossa Senhora do
Rosário na cidade do Embu das Artes em São Paulo.
Nas bordas da pintura onde as tabuas foram pintadas, há con-
tinuidade da pintura. Mesmo debaixo dessa camada espessa aplicada foi
possível perceber os contornos do desenho subjacente (Fig. 2). Além da
continuidade da pintura, por meio das imagens identificamos que nas
taboas mais distantes também há vestígios de traços subjacentes.
8
MORAES, Julio. Relatório Técnico: elementos artísticos integrados e comple-
mentos arquitetônicos da Igreja da Ordem Terceira. São Paulo: JULIO MO-
RAES CONSERVAÇÃO E RESTAURO SCL, 2008.
9
KAJIYA, Elizabeth. Relatório Técnico: análise científica da pintura do forro do
vestíbulo da Igreja da Ordem Terceira de Mogi das Cruzes. São Paulo, 2015.
OS FORROS PINTADOS EM MOGI DAS CRUZES, SÃO PAULO...
Figura 2: Detalhe geral da área onde tem vestígio do desenho subjacente. Autor:
Lourenço da Costa, ca. 1750. Forro do vestíbulo da sacristia. Igreja da Ordem
Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Mogi das Cruzes.
Foto: Elizabeth Kajiya, 2015.
10
KAJIYA, Elizabeth. Relatório Técnico: análise científica da pintura do forro
do vestíbulo da Igreja da Ordem Terceira de Mogi das Cruzes, op. cit., p. 25.
DANIELLE MANOEL DOS SANTOS PEREIRA
133
Figura 3: Nossa Senhora com o Menino entrega o manto à São Simão Stock.
Autor: Antonio dos Santos, ca. 1814. Forro da capela-mor. Igreja da Ordem
Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Mogi das Cruzes.
Foto: Danielle Manoel dos Santos Pereira.
DANIELLE MANOEL DOS SANTOS PEREIRA
11
MORAES, Julio. Relatório Técnico: elementos artísticos integrados e comple-
mentos arquitetônicos da Igreja da Ordem Terceira, op. cit.
12
Em entrevista condida à autora no ano de 2012 o restaurador Júlio Eduardo
Correa de Moraes acreditava haver outros elementos da pintura de Antonio
dos Santos cobertos por camadas de tinta homogênea, tal qual o fundo azula-
do que vemos atualmente. Contudo, nada se podia afirmar neste sentido, uma
vez que o levantamento por meio de imagens Ultravioleta, Infravermelho e
Luz Visível só haviam sido recentemente realizados para o forro do vestíbulo
da igreja.
OS FORROS PINTADOS EM MOGI DAS CRUZES, SÃO PAULO...
13
Junto ao Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto de Artes da
UNESP (com bolsa FAPESP) encontra-se em desenvolvimento o doutorado
em Artes, para o qual se pretende rever atribuições e autorias das pinturas
coloniais nos forros de algumas igrejas em São Paulo, Mogi das Cruzes e Itu.
DANIELLE MANOEL DOS SANTOS PEREIRA
14
Em 29 de outubro de 2015, uma equipe de profissionais reunida pela autora
(formada por: Elizabeth Alfredi de Mattos Kajiya, perita em análises com téc-
nicas não destrutivas; Júlio Eduardo Correa de Moraes, restaurador; Marcelo
Pereira de Souza, auxiliar de restauro; Rodrigo Polverino, assistente adminis-
trativo; Danielle Manoel dos Santos Pereira, mestre em artes com enfoque
nas pinturas mogianas), sob a supervisão direta do IPHAN ( na presença do
historiador Carlos Gutierrez Cerqueira) dirigiu-se para a igreja dos terceiros
do Carmo de Mogi afim de realizar o primeiro levantamento/mapeamento da
pintura existente no forro da capela-mor.
OS FORROS PINTADOS EM MOGI DAS CRUZES, SÃO PAULO...
137
Figura 4: Detalhe São Marcos. Autor: Antônio dos Santos, 1814/1815. Forro
da capela-mor. Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Mogi
das Cruzes.
Foto: Elizabeth Kajiya, 2015.
escrever a página que restou branca do livro, que por alguma razão An-
tônio dos Santos apagou no século XIX, talvez profetizando que deveria
haver espaço para um outro momento, em que os Evangelistas seriam
uma vez mais conclamados a escrever uma nova história.
A graciosidade deste pequeno quadro com o qual nossos olhos
puderam se deleitar nos trouxe a certeza da urgência do restauro desta
pintura, a qual ao mais leve toque, na área da balaustrada que circunda
o forro e liga as duplas de evangelistas, se desfaz. A pintura está se des-
manchando. Os Evangelistas a migrar através de duas camadas de tinta
clamam por socorro.
Quanto a esta parte invisível do forro ser de outro pintor que
não Antonio dos Santos, fica descartada a possibilidade, uma vez que
na comparação das vestes, do caimento do tecido, e sobretudo da ana-
tomia da mão de São Marcos, em relação ao conjunto da visão central
não deixa margem à dúvidas, os Evangelistas pertencem originalmente
à pintura de 1814.
O muro parapeito/balaustrada que acompanha a cimalha está
em pior estado de conservação, no encontro entre o arco cruzeiro e o
138 forro, muito do material pictórico se perdeu, embora os restauradores,
responsáveis pela prospecção,15 afirmaram que ainda é possível impedir
que o desenho se desfaça.
Os santos Doutores estão em melhor estado de conservação
e praticamente intactos. As extremidades do forro é que apresentam
maiores perdas. Entretanto, ainda não se conseguiu apurar a razão pela
qual esta parte da pintura tenha sido encoberta. Contudo, a proximidade
com o forro nos leva a crer (todos os envolvidos na análise/mapeamen-
to da obra) que a água das chuvas tenha danificado e lavado as tabuas,
ocasionando danos à pintura (na área envoltória aos Evangelistas) que a
Irmandade não soube ou não teve recursos para restaurar. Neste caso,
optaram pelo encobrimento de tais áreas, culminando no desapareci-
mento dos santos por no mínimo cem anos.
Após todo o mapeamento acerca desta obra, se pode afirmar
que a pintura do forro da capela-mor da Igreja dos Terceiros do Carmo
15
Os restauradores Elizabeth Alfredi de Mattos Kajiya e Júlio Eduardo Cor-
rea de Moraes que realizaram prospecções na obra em 29/10/2015, afirma-
ram ser possível salvar a camada pictórica e realizar a reintegração cromática
dos pigmentos sem perdas significativas na representação.
OS FORROS PINTADOS EM MOGI DAS CRUZES, SÃO PAULO...
de Mogi das Cruzes é ainda mais rica do que os olhos podem ver em seu
estado atual.16
Considerações finais
16
A área prospectada, na ocasião do mapeamento, foi encoberta novamente
até a consolidação do material pictórico, garantindo que os pigmentos empre-
gados pelo artista não sejam destruídos pela entrada da luz após tantos anos
de escuridão.
DANIELLE MANOEL DOS SANTOS PEREIRA
140
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
Capítulo 9
1
Segundo Sílvio Gabriel Diniz (DINIZ, Silvio Gabriel. Um livreiro em Vila
Rica no meado do século XVIII. Kriterion n.47–48, pp.180–198, jan.-jun.
1959), o Capitão Manuel Ribeiro dos Santos era “filho de Manuel Ribeiro de 141
Carvalho e sua mulher Mariana Duarte, nascido na Comarca de Guimarães,
Arcebispado de Braga, Conselho de Santa Cruz de Cima, Fámega, Freguesia
de S. Salvador de Travanca”. Em 1783, já havia falecido, pois encontra-se
no Arquivo Público Mineiro (Secretaria de Governo da Capitania, Seção Co-
lonial, SG-CX.13-DOC.53) um Requerimento do administrador da casa do falecido
capitão Manuel Ribeiro dos Santos sobre o recolhimento aos cofres da Casa da quantia
paga pelo Capitão Antônio de Sousa Mesquita ao juiz do Tribunal, datado de 2 de
novembro daquele ano.
2
Arquivo Público Mineiro (APM), Fundo Casa dos Contos, CC-2030: “Com-
pilação de Anotações e correspondência particulares do arrematante do con-
trato de dizimos Manuel Ribeiro dos Santos”. Consultamos as transcrições de
Sílvio Gabriel Diniz (DINIZ. Um livreiro em Vila Rica), contendo os seguin-
tes pedidos: Carta a Jerônimo Roiz Ayraõ, s.d. p.75; Receita a Jeronimo Roiz
Ayraõ, s.d. p.215; Receita de tudo o q’. agora se pede, s.d., p.381.v.; Receita
Jeronimo Roiz Ayraõ de 6 out. 1747, p.15; Carta a Jerônimo Roiz Airão, 5 mar.
1749, pp.219.v./221; Receita a Jeronimo Roiz Ayraõ, 1750, p.171.v.; Carta a
Luís Salgado dos Santos, auzente o S.r Miguel Roiz Batalha, na de ambos o sr.
Franc.o Roiz Rego, 4 jul 1750, p.41; Carta a Jerônimo Roiz Airão, 6 maio 1751,
pp.297.v./299; Receita de L.os, 6 maio 1751, pp. 398.v.-399; Carta a Antonio
Ribeiro das Neves, 24 de Junho de 1751, pp.402-403; Carta a Antônio Ribeiro
Neves, 25 ago. 1752, pp.312/314; Receita a Jeronimo Roiz Ayraõ, 27 ago.
1752, p.317; Carta a Jeronimo Roiz Ayraõ, 1 set. 1752, pp.318-319; Carta a
Domingos Ribeiro Neves, 12 abr. 1753, pp.407-408. As listagens constam ain-
da no trabalho de ALVARENGA, Thábata Araújo de. Homens e livros em Vila
Rica: 1750-1800. Dissertação (Mestrado em História Social) - Departamento
de História da Faculdade de Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2003;
bem como em: ARAUJO, Jorge de Souza. Perfil do leitor colonial. Ilhéus, Bahia:
Editus, Editora da UESC, 1999.
DANILO MATOSO MACEDO
3
“Não há dúvida de que revendia livros. Incluía na relação das obras pedidas
tanto aquelas de encomendas dos amigos como as que esperava negociar com
lucros. São numerosos os pedidos de dois ou mais exemplares de uma mes-
ma obra, e de algumas são os pedidos repetidos em ocasiões diferentes”. In:
DINIZ. Um livreiro em Vila Rica no meado do século XVIII, pp. 180-198,
jan.-jun. 1959, p.181.
4
Cf. JARDIM, Luiz. A pintura decorativa em algumas igrejas antigas de Mi-
nas. Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n.3, pp. 63-102,
1939; LEVY, Hannah. Modelos europeus na pintura colonial. Revista do Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 8, pp.7-66, 1944; SANTIAGO,
Camila Fernanda Guimarães. Usos e impactos de impressos europeus na configuração
do universo pictórico mineiro - 1777-1830. Tese (Doutorado em História Social da
Cultura) - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, UFMG, Belo Horizon-
te, 2009.
5
PORTUGAL. Ordenações (sic), e leis do Reino de Portugal Recopiladas per mandado
do mvito alto catholico, & poderoso Rei Dom Philippe o Pri.º Com licença dos superiores.
Impressas em Lisboa no mostrº de S. Vicente Camara Real de S. Mag.de. da ordem dos
Conegos Regulares por Pedro Crasbeeck. Lisboa: Pedro Crasbeeck, 1603. 5l.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
6
PORTUGAL. Ordenações, e leys do Reyno de Portugal Confirmadas, e estabeleci-
das pelo Senhor Rey D. Joaõ IV. Novamente impressas, E accrescentadas com
tres Collecções; a primeira, de Leys Extravagantes; a segunda, de Decretos, e 143
Cartas; e a terceira, de Assentos da Casa da Supplicaçaõ, e Relaçaõ do Porto.
Por Mandado do muito alto e poderoso Rey D. Joaõ V. Nosso Senhor. Lisboa:
No Mosteiro de S. Vicente de Fóra, Camara Real de Sua Magestade, 1747. 5v.
7
Solicita: Receita de 6 de outubro de 1747: “3 tom. Manoel Glz. da S.a a or-
denaçaõ”. Receita P.a Caza de 1750: “1 Jogo de ordenaçoinz novas, naõ tendo
vindo na prez.te Frota; 2 tom. repertorio ou Index das mesmas ordenaçoins
novas, q’. me dizem se estava acabando de Compôr”. Receita de 6 de maio
de 1751: “1 ou 2 tom. de Repertorios das novas ordenaçoes o que for de H
para diente q’. o tom. até ahi me mandou já o Auraõ; 1 jogo de mais inteiro
do d.o Repertorio das novas ord. se ja estiver acabada todas as Letras do
Abc” ; “ql.q.r dos da Pegaz a ordenaçaó”. Receita s.d. a Jeronimo Roiz Ayrão:
“2 Jogos das novas ordenaçoens q’. sahiraõ agora novamente impressos”; “1
tom. Reportorio ou Index a ordenaçaõ addicionado impreçaõ mais moderna
[$]480”. Receita de 27 de agosto de 1752: “1 Tom. se já Se imprimio do A para
diente repertorio novo das ordenaçoins 7$620 agora impreças o pr.o tomo
imprimiosse em 749.”
8
VIDE, Sebastião Monteiro da. Constituiçoens primeyras do Arcebispado da Bahia
feytas, & ordenadas pelo Illustrissimo, e Reverendissimo Senhor D. Sebastiaõ Monteyro
da Vide, Arcebispo do dito Arcebispado, & do Conselho de Sua Magestade, propostas,
e aceytas em o sinodo Diecesano que o dito Senhor celebrou em 12. de Junho do anno de
1707. Lisboa Occidental: na Officina de Pascoal da Sylva, Impressor de Sua
Magestade, 1719. Consta em: “Receita” s.d. : “1 Constituiçaõ da Bahia 1720
2.500 rs.”. Receita de 6 de maio de 1751, “P.a O Rd.o Fran.co da Costa”: “2
tom. Constituiçoens da Bahia”.
9
Cf. VILLALTA, Luiz Carlos. Reformismo ilustrado, censura e práticas de leitura:
usos do livro na América portuguesa. Tese (Doutorado em História) - Fa-
culdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 1999; e
ARAÚJO. Perfil do leitor colonial.
DANILO MATOSO MACEDO
10
FEIJOO, Benito Jeronimo. Theatro critico universal, o Discursos varios en todo gene-
ro de materias para desengaño de errores comunes. Madrid en la Imprenta de la Viuda
de Francisco del Hierro; Herederos de Francisco del Hierro, 1726-1739. 8 v.
11
PACHECO, João. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Esco-
lasticas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas. Descobertas em todas as Idades,
e Estados do Mundo até o presente. E extrahida de varios authores. t.I, Lisboa
Oriental: na Officina Augustiniana, 1734. t.II, Lisboa Occidental: na Officina
de Antonio de Sousa da Silva, 1738. t. III, Lisboa Occidental: na Officina de
Pedro Ferreira, 1741. t.IV, Lisboa: na Officina de Domingos Gonçalves, 1744.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
12
Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB). Inventário post mortem de Manoel
Dantas Barreto (1768). Judiciária, 02/972/1441/01. In: ARAÚJO. Perfil do leitor
colonial, p.262-263, 348-350, 387.
13
Arquivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Auto de
inventário e avaliação dos livros achados no Colégio dos jesuitas do Rio de Janeiro e seques-
trados em 1775 (22/7/1775-28/8/1777), manuscrito L.58. In: Revista do Ins-
tituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 301, pp. 212-259, out./dez. 1973.
14
Arquivo da Casa do Pilar, Ouro Preto (ACPOP). Inventário post mortem de Ma-
noel Ribeiro Soares (1788) 1º Ofício, códice 102, auto 1274, 1785. In: ARAÚJO,
Perfil do leitor colonial, p. 274, 361; ALVARENGA, Homens e livros em Vila Rica,
p. 242.
15
MACHADO, Diogo Barbosa. Bibliotheca Lusitana, historica, critica, e cronologica.
Na qual se comprehende a noticia dos authores portuguezes, e das Obras,
que compuseraõ desde o tempo da promulgação da Ley da Graça até o tem-
po prezente. Coimbra: Atlântida, 1965. 4v. [1.ed. Lisboa: Antonio Isidoro da
Fonseca, 1741-1759], t.2, p.715.
DANILO MATOSO MACEDO
16
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolas-
ticas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.I, s.n. [Antiloquio aos curiosos]
17
MACHADO. Bibliotheca Lusitana, historica, critica, e cronologica, t. 2, p. 715.
18
MACEDO. Agostinho José da Costa de. Catalogo dos livros, que se haõ de ler
para a continuaçaõ do diccionario da lingua Portugueza: mandado publicar pela Aca-
demia Real das Sciencias de Lisboa. Lisboa: Na Typographia da Mesma Aca-
demia, 1799.
19
SILVA, Innocencio Francisco da. Diccionario bibliographico portuguez: estudos
de Innocencio Francisco da Silva applicaveis a Portugal e ao Brasil. Lisboa:
Imprensa Nacional, 1858-1923. 22v., v.3, p.430.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
Cita então 327 autores que teriam servido de base para a sua
obra – o que o exime de fazê-lo no texto. Dos oito tomos originalmente
previstos, apenas quatro foram impressos.21 O primeiro tomo trata de
Deus e dos sete dias da criação, servindo de pretexto para uma espécie
de “História Natural”. O segundo tomo, que aqui veremos em maior
detalhe, trata da criação do homem, da anatomia, da agricultura e de
diversas artes e ofícios essenciais, incluindo os Artículos: “Da Pintura,
e Illuminação”, “Da Esculptura, e entalhe […]”, “Da Arquitectura”
[…],” “Da Mathematica em geral“,”Da Geometria“,”Da Optica ou
20
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolas-
ticas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.I, s.n. [Antiloquio aos curiosos]
21
Diz Inocêncio: “Além d’estes quatro grossos volumes, ha ainda na Bibl.
Nacional outro manuscripto, de grandeza correspondente, que o auctor não
chegou a imprimir. A obra devia comprehender ao todo oito tomos, de que
já existia acabado o sexto, e principiado o septimo. E ao oitavo devia seguir-
-se a Historia Universal de todas as series das monarchias, etc.”. In: SILVA,
Diccionario bibliographico portuguez, v.3, p.430.
DANILO MATOSO MACEDO
148
22
GARZONI, Tommaso. La Piazza universale de tutte le Professioni del Mondo e
nobili et ignobili. Venetia: Apresso Gio. Battista Somascho, 1585.
23
Diz-nos Brunet: “La piaza universale di tutte le professioni del mondo par le même
Garzoni. Ce dernier ouvrage eut beaucoup de succès, car ils s’ent fit en peu de
temps plusieurs éditions. Nous avons vu celles de Venise, 1585, 1687, 1588,
1596, 1616 (en mar. r. 23 fr. 50 c. Libri), 1638, etc., toutes de format in-4., qui,
au reste, n’ont qu’une vleur très médiocre, et il en est de même de la traduction
lar., sous le titre d’Emporium universale, par Nic. Belli, Francf. 1614, in-4.”. In:
BRUNET, Jacques-Charles. Manuel du libraire et de l’amateur de livres. 5.ed. Paris:
Firmin-Didot Frères, Fils et cie., 1860-1865. 6v., 3/1496. Schlosser afirma que
esta obra foi “molto imitata anche nel titolo”. In: SCHLOSSER Magnino,
Julius von. La letteratura artistica: manuale della fonti della storica dell’arte mo-
derna. Trad. Filippo Rossi. 3.ed. Firenze: La Nuova Italia; Wien: Kunstverlag
Anton Schroll & Co., [1964]. (Il Pensiero Storico, 12)
24
[GARZONI, Tommaso]. Plaza vniversal de todas ciencias y artes, parte tradvcida
de Toscano, y parte compuesta por el doctor Christobal Suarez de Figueroa
[…]. Madrid: Por Luiz Sanchez, 1615.
25
BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez, e latino, aulico, anatomico, ar-
chitectonico, bellico, botanico… zoologico: autorizado com exemplos dos
melhores escritores portuguezes e latinos, e offerecido a elrey de Portugual D.
João V. Coimbra: No Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728.
8v. Disponível em: < http://clp.dlc.ua.pt/DICIweb/default.asp?url=Home>.
Acesso em: 20 de maio de 2016.
DANILO MATOSO MACEDO
26
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.126.
27
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas., t.II, p.130.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
28
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas., t.II, p.130.
29
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas., t.II, p.131.
30
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.132.
31
Villafañe, Ioan de Arphe y. De varia commensvracion para la escvlptura, y Architec-
tura. Dirigida al Excelentissimo Señor Don Pedro Giron, Duque de Ossuna,
Conde de Vrueña, y Marques de Peñafiel, Virei de Napoles. Sevilla: en la Im-
prenta de Andrea Pescioni, y Iuan de Leon, 1585.
DANILO MATOSO MACEDO
32
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.163.
33
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.168.
34
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, pp. 265-363.
35
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.265.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
36
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Es-
colasticas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.266. No origi-
nal: “Architectura autem constat ex ordinatione, quae graece taxis dici-
tur, et ex dispositione, hanc autem Graeci diathesin vocitant, et eurythmia
et symmetria et decore et distributione quae graece oeconomia dicitur.
Ordinatio est modica membrorum operis commoditas separatim universque
proportionis. […] Dispositio autem est rerum apta conlocatio elegansque
conpositionibus effectus operis cum qualitate. Species dispositionis, quae
graece dicuntur ideae, sunt hae: ichnographia, orthographia, scaenographia.
Ichnographia est circini regulaeque modique continens usus, e qua capiuntur
formarum in solis continens usus, e qua capiuntur formarum in solis area-
rum descriptiones. Orthographia autem est erecta frontis imago modiceque
picta rationibus operis futuri figura. item scaenographia est frontis et laterum
abscedentium adumbratio ad circinique centrum omnium linearum reponsus.
[…] Eurythmia est venusta species commodusque in conpositionibus mem-
brorum aspectus. […] Item symmetria est ex ipsius operis membris conve-
niens consensus ex partibusque separatis ad universae figurae speciem ratae
parti responsus. […] Decor autem est emendatus operis aspectus probatis
rebus conpositi cum auctoritate. […] Distributio autem est copiarum locique
commoda dispensatio parcaque in operibus sumptus ratione temperatio. […]
Alter gradus erit distributionis, cum ad usum patrum familiarum et ad pecu-
niae copiam aut ad eloquentiae dignitatem aedificia alte disponentur. Namque
aliter urbanas domos oportere constitui videtur, aliter quibus ex possessioni-
bus rusticis influunt fructus; non idem feneratoribus, aliter beatis et delicatis.
[…]” In: VITRUVIUS, (Marcus V. Pollio). De Architectura = on Architecture:
books I-V. Trad. Frank Granger. Loeb Classical Library 251. Cambridge: Har-
vard University Press, 1931. l.1, cap.II, §§.1-9.
DANILO MATOSO MACEDO
37
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasticas,
Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.268.
38
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasticas,
Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.280.
39
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.271.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
40
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.275.
41
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.276.
DANILO MATOSO MACEDO
42
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.279.
O DIVERTIMENTO ERUDITO DE JOÃO PACHECO...
43
PACHECO. Divertimento Erudito para os curiosos de noticias Historicas, Escolasti-
cas, Politicas, e Naturaes, Sagradas, e Profanas, t.II, p.290-312.
DANILO MATOSO MACEDO
Capítulo 10
Fauzia Farneti
1
Una significativa testimonianza nella chiesa romana dei santi Sisto e Dome-
nico.
2
Si cita il castello di Scandiano.
FAUZIA FARNETI
Pozzo nel suo trattato dirà che «la prospettiva degli edifici, di cui
trattiamo, non può haver bellezza, e proportione, se non le prende
dall’architettura».3
Mitelli produsse straordinari esempi per le generazioni
successive di architetti e scenografi, esercitando una influenza
non limitata alla citazione di dettagli ma alla definizione di nuove e
complesse tipologie architettoniche come “la grande scala, anche a
rampe ricurve” o “il salone con sfondato con diversi affacciamenti
lungo le pareti”, analogo a quello di villa Albergati a Zola Predosa,
realizzato da Giangiacomo Monti negli anni settanta del Seicento,
definito da Anna Maria Matteucci “trasferimento in muratura delle
quadrature affrescate da Mitelli nella grande sala della residenza estense
di Sassuolo”. 4 Anche il motivo della copertura a calotta traforata adottata
da Ferdinando Bibiena e da suo figlio Antonio in chiese del parmense
e del mantovano trova anticipazioni nei disegni e nella produzione del
Mitelli e del Colonna. Agostino costruì attraverso disegni che, come
riferisce Malvasia, sembrano eseguiti con una “pennina tanto gentile” e
precisa che “pare quella di Parmigianino”, e incisioni,5 un repertorio di
160
modelli fondamentale per le generazioni successive. I primi costrutti
dell’inganno dei due bolognesi propongono colonnati trabeati che
si aprono al centro in un’alta arcata che trova i suoi presupposti in
ambito dentonesco, nella decorazione eseguita da Domenico Curti
detto il Dentone nella controloggia di villa La Paleotta a S. Martino di
Bentivoglio, datata intorno al 1619-1621 a cui partecipò per l’apparato
figurativo il giovane Colonna. Questa soluzione, che può essere
considerata una pseudo serliana, troverà seguito nelle proposte più
articolate dei lati brevi delle ingannevoli macchine architettoniche di
Andrea Pozzo dal corridoio delle camere nella Casa Professa del Gesù
a Roma al Sant’Ignazio e si diffonderà in Italia e in Europa, vedi il
soffitto dello scalone del palazzo del Liechtenstein, realizzato nel 1706-
1708 da J.M. Rottmayr.
3
POZZO, Andrea. Perspectiva pictorum et architectorum, vol. I, p. 12, Avvisi a i
principianti.
4
MATTEUCCI, Anna Maria. L’architettura del Settecento. Torino: Utet, 1988,
p. 84.
5
A proposito delle incisioni conosciamo l’opuscolo Fregi d’architettura, dedica-
to nel 1645 al conte Ettore Ghisilieri.
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
6
Cf. fig. 37 del testo.
7
Alessandro Tiarini dipinse la cupola. Secondo Malvasia e l’Oretti, Curti re-
alizzò la quadratura e Colonna ebbe il ruolo di figurista. MALVASIA, Carlo
Cesare. Felsina Pittrice. Vite de’ Pittiri Bolognesi. Bologna 1678, ( II edizione con
aggiunte, correzioni e note inedite di G. Zannotti e altri scrittori, Bologna: Tip.
Guidi, 1841, 2 voll.), p. 346; Bologna, Biblioteca Comunale dell’Archiginnasio
(=BCABo), ms. B. 128, ORETTI, Marcello, Notizie de professori del dissegno cioè
pittori scultori e architetti bolognesi e de forestieri di sua scuola, 1760-1780, c. 317.
8
Il casino Malvasia.
FAUZIA FARNETI
9
La prima collaborazione certa fra Colonna e il giovane Agostino Mitelli è la
decorazione della sala di Pompeo in palazzo Spada a Roma nel 1635.
10
Per il sistema di raffrescamento delle sale terrene del quartiere di Ferdinan-
do II, si veda BALOCCO, Carla, FARNETI, Fauzia, MINUTOLI, Giovanni.
I sistemi di ventilazione naturale negli edifici storici. Palazzo Pitti a Firenze e palazzo
Marchese a Palermo. Firenze: Alinea Editrice, 2009.
11
Trattato, 2 vol., fig. 59.
12
L’apparato decorativo è stato studiato da MELLO. MORAES, Magno. A
pintura de tectos em perspectiva no Portugal de D. João V. Lisboa: Estampa, 1998.
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
13
Le citazioni sono molteplici e, non ultima, quella veronesiana delle compar-
se che si affacciano dalle balaustre.
14
I robusti telamoni che partecipano all’articolazione delle pareti della prima
sala trovano riferimenti nel fregio della galleria Farnese.
15
Va ricordata anche la sovrapposizione delle finte logge realizzate dai due
bolognesi sulla facciata, la «gran Corte», dello stesso palazzo, di cui rimangono
deboli tracce.
16
Con i due quadraturisti collaborò il figurista Jean Boulanger di Troyes.
17
Il disegno è stato pubblicato da ATERIDO, Ángel. Il Salone dell’Eremo di San
Paolo nel Buen Retiro, in FARNETI, Fauzia, LENZI, Deanna (a cura di). Realtà
e illusione nell’architettura dipinta, (atti del convegno Lucca 2005). Firenze: Alinea
Editrice, 2006, p. 41 .
18
Il Mitelli trova la morte a Madrid.
FAUZIA FARNETI
19
BCABo, ms. B.148, fasc. 1, ORETTI, Marcello, Cronica con molte notizie pit-
toresche ricavata dalla originale scritta dal Padre Giovanni Mitelli C. R…., fol. 19; La
cupola della Madonna del Fuoco nella cattedrale di Forlì. Bologna: Alfa, 1979, p. 20.
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
20
La seconda cappella alla sinistra dell’entrata; CASALI, Giovanni. Guida per
la città di Forlì. Forlì: Tipografia Casali, 1863, p. 38.
21
Forlì, Archivio di Stato (=ASFo), Fondo Brandolini dall’Aste, Breve Notizia
delle cose più memorabili della Congregazione di S. Filippo Neri di Forlì, ms., b. 36,
c.. 119
22
Affresco San Luigi Gonzaga in gloria contemplato da Santa Maria Maddalena
de’ Pazzi sulla volta del transetto destro della chiesa di S. Ignazio a Roma; il
bozzetto preparatorio per l’affresco si trova nella sagrestia, olio su tela, cm
53,5x84.
23
Si fa riferimento all’uso delle unghie e della cornice architettonica.
FAUZIA FARNETI
Figura 2: Forlì, chiesa di San Filippo Neri, cappella della SS. Annunziata,
Agostino Mitelli e Angelo Michele Colonna, 1650-1655.
Foto: Nada Sotgia
24
Si rimanda ai sovrapporta di palazzo Niccolini.
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
167
25
VIROLI, Giordano. Chiese di Forlì. Forlì: Nuova Alfa Editoriale, 1994, p. 118.
26
ASFo, Fondo Brandolini dall’Aste. Breve Notizia delle cose più memorabili della
Congregazione di S. Filippo Neri di Forlì, ms., b. 36, p. 124.
27
ASFo, Fondo Brandolini dall’Aste, Breve Notizia delle cose più memorabili della
Congregazione di S. Filippo Neri di Forlì, op. cit., p. 124.
28
Il Pizzoli inizia la sua collaborazione con il Colonna in seguito alla morte di
Giacomo Alboresi nel 1677.
FAUZIA FARNETI
168
Figura 4: Forlì, chiesa di San Filippo Neri, cappella di San Giovanni, Angelo
Michele Colonna e Gioacchino Pizzoli, 1677.
Foto: Nada Sotgia
29
CASALI, Giovanni. Guida per la città di Forlì. op. cit.; CASALI, Giovanni. La
città di Forlì e i suoi dintorni. Forlì: Società tipografica Forlìvese, 1928; CALZINI,
Egidio, MAZZATINTI, Giuseppe. Guida di Forlì. Forlì: Bordandini, 1893.
30
BCABo, ms. B. 128, ORETTI, Marcello, Notizie de professori del dissegno cioè
pittori scultori e architetti bolognesi e de forestieri di sua scuola, 1760-1780, c. 318.
31
Forlì, Biblioteca Comunale, Raccolta Piancastelli, C. Cignani, Pitture più cele-
bri, e cospicue di Forlì, ms. III/73, 1691, p. 11.
32
Dipinta dal Colonna e dall’Alboresi.
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
33
La chiesa fu danneggiata dal terremoto del 1778; il restauro pittorico della
cappella di san Giovanni venne affidato al quadraturista Giuseppe Alberi e al
figurista Giuseppe Marchetti. ASFo, Congregazioni religiose soppresse, vol. 1825,
sec. XVIII, p. 94. Un altro intervento di restauro all’apparato decorativo è
stato effettuato nel 1837, cf. CASALI, Giovanni. Guida per la città di Forlì. op.
cit, p. 38 «gli affreschi furono in alcuni luoghi ritoccati da un non troppo felice
pittore da stanze nel preteso restauro del 1837».
34
Per il Niccolini, segretario del cardinal Govanni de’ Medici, al termine del
cantiere decorativo di palazzo Pitti avevano dipinto il salone della villa di Ca-
mugliano acquistata nel 1637. Nel 1649 si dedicarono alla decorazione parie-
tale di un salotto della stessa villa e, l’anno seguente, alla facciata del palazzo di
famiglia a Ponsacco, realizzata da Colonna.
35
Quello del casino fu un cantiere che si protrasse a lungo, a partire dal 1641
fino al 1657; cf. MATTEUCCI, Anna Maria, RAGGI, Giuseppina. Angelo Mi-
chele Colonna e Agostino Mitelli al casino di via della Scala a Firenze, in «Scritti per
l’Istituto Germanico di Storia dell’Arte di Firenze». Firenze, 1997, p. 396.
36
Firenze, Bibioteca Medicea Laurenziana, ms. Antinori 248, Vite e notizie di
uomini chiari, c. 7.
FAUZIA FARNETI
37
FARNETI, Fauzia. Un apparato decorativo recuperato: l’oratorio di San
Girolamo a Rimini, in FARNETI, Fauzia, LENZI, Deanna (a cura di). L’ar-
chitettura dell’inganno. Quadraturismo e grande decorazione nella pittura di età barocca,
(atti del convegno Rimini 2002). Firenze: Alinea Editrice, 2004, pp. 300-317.
38
Le fotografie sono state realizzate nel 1920 per documentare lo stato di
grave degrado delle decorazioni.
39
Rimini, Archivio della confraternita di S. Girolamo, Libro delle parti D, p. 96.
I documenti sono stati pubblicati per la prima volta da FARNETI, Fauzia.
Un apparato decorativo recuperato: l’oratorio di San Girolamo a Rimini, op.
cit., pp. 300-317
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
parte dello edifizio, il quale pure ti sembra scoperto nel mezzo, ove ti si
apre una soprendentissima scena, l’apoteosi del santo”.40 (fig. 6)
171
40
TONINI, Luigi. Alcune memorie storiche della ven. confraternita che è in Rimini col
titolo di S. Girolamo e della SS. Trinità. Rimini: Tipografia Marsoner e Grandi,
1842, p. 27.
FAUZIA FARNETI
41
Una fotografia storica documenta l’apparato decorativo.
AGOSTINO MITELLI, ANGELO MICHELE COLONNA...
173
174
Capítulo 11
1
VELASCO, Antonio Acisclo Palomino de Castro y. El Museo pictórico y la
escala Óptica. Madrid: Ed. Aguilar, 1947, pp. 94, 552 y 614.
2
MARTÍNEZ, Jusepe. Discursos practicables del nobilísimo arte de la pintura. Real
Academia de San Fernando, Madrid 1800, pág. 120.
JAVIER NAVARRO DE ZUVILLAGA
177
Figura 2: Vista de la cúpula pintada por Juan Carreño de Miranda, San Antonio
de los Alemanes, Madrid.
Fonte: Foptografía del autor.
3
Para conocer mejor la influencia de Colonna y Mitelli en España véase mi
artículo “Applicazioni di quadraturismo in Spagna alla fine del Seicento dopo
Colonna e Mitelli” en Rocco Sinisgalle (ed.), L’Arte Della Matematica nella Pros-
pettiva, Cartei e Bianchi Edizioni, Perugia 2009.
4
Palomino y Velasco, op. di., edic. 1947, pp. 1111-1112.
FRESCOS DEDICADOS A SAN ANTONIO DE LISBOA Y PADUA...
5
Le due regole della prospettiva pratica di M. Iacomo Barozzi da Vignola con i comentarij
del R.P.M. Egnatio Danti, (Roma, 1583). Véanse: Javier Navarro de Zuvillaga,
“El tratado de Vignola en España” en Boletín de la Real Academia de Bellas Artes
de San Fernando, Primer semestre de 1998. Número 86, págs. 193-229 e “Il
trattato di prospettiva di Vignola in Spagna”, en R. Sinisgalli (ed.), La prospettiva.
Fondamenti teorici ed esperienze figurative dall’antichita ad mondo moderno, Edizioni Cad-
mo, Florencia 1998.
6
Se refiere la figura del tercer capítulo del Vignola de la que dice “he tomado
la presente regla, la cual ayudada de la práctica, servirá a nuestro intento”.
JAVIER NAVARRO DE ZUVILLAGA
7
Téngase en cuenta que Danti y Vignola denominaban “punto de la distancia”
lo que nosotros llamamos hoy punto de vista.
8
Le due regole della prospettiva pratica di M. Iacomo Barozzi da Vignola con i comentarij
del R.P.M. Egnatio Danti, (Roma, 1583), pág. 89.
FRESCOS DEDICADOS A SAN ANTONIO DE LISBOA Y PADUA...
9
Biblioteca del Palacio Real.
10
Rizi, Francisco, Estudio para la decoración de la cúpula de San Antonio de los Por-
tugueses, h.1662, aguada agrisada; Pluma; Preparado a lápiz; Tinta parda sobre
papel, 457 mm x 291 mm., Museo del Prado, num. de catálogo D06384.
11
Sobre este tema véase mi capítulo citado en la nota 3.
12
Noticia del motivo, o causa de la fundación y dedicación de la capilla de San Antonio de
Padua, llamada de la Florida, y mudanzas, que ha habido de ella hasta el presente año des-
de su primera fundación. Con un elogio a la nueva Estatua del Santo, hecha por el profesor
Don Josef Ginés. Añádese un resumen de la vida de este Glorioso Confesor y sus Gozos.
Dedicada a los Fieles Ministros del Resguardo de Rentas de Madrid y de todo el Reyno.
La saca a luz, con motivo de la nueva Capilla, que la piedad de nuestro Católico Monarca
(que Dios guarde) ha mandado erigir a este Gran Santo, un devoto suyo, Madrid, José
Herrera, 1798. Contiene estampa de san Antonio reproduciendo la escultura
de José Ginés.
JAVIER NAVARRO DE ZUVILLAGA
operación a la que ayudó con sus propias manos. Esta capilla se abrió
al culto y empezó a denominarse San Antonio de la Florida.
Concluyóse esta nueva capilla el año de 1798 y es la que hoy
día permanece en pie. La ermita actual es pues la cuarta que se edificó
y la tercera dedicada a San Antonio, ya que la primera lo fue a Nuestra
Señora de Gracia. Es de composición sencilla y estilo neoclásico, con
planta de cruz latina casi griega rodeada de dependencias incluso en
la parte del ábside. Su tamaño es reducido: la cúpula, asentada sobre
pechinas, mide en su interior 6 m. de diámetro solamente.
En 1798 se le hace a Goya el encargo de pintar la capilla, quizá
por mediación de Jovellanos, Saavedra y Ceán que por entonces, aunque
por breve tiempo, ocuparon puestos de importancia en el Gobierno.
Goya termina los frescos en unos pocos meses ese mismo año.
No sabemos si Goya tuvo libertad para desarrollar por sí
mismo el proyecto iconográfico, pero parece más que probable, como
le había ocurrido con el encargo de la pintura de San Bernardino de
Siena en San Francisco el Grande13.
182
Goya se plantea dos temas para pintar la capilla: los ángeles y
uno de los milagros más conocidos de san Antonio.
El primero lo desarrolla sobre las bóvedas del crucero así
como en la cúpula del ábside y en las pechinas de la cúpula del crucero.
En ésta es donde representa el milagro del santo. De esta forma Goya
consigue que el milagro, aunque realizado en la tierra, pase a estar en
un nivel superior, no sólo por su situación física más elevada, sino
también por el sustrato angélico sobre el que se sustenta. Hay en esto
un eco de lo que Luca Giordano hizo en los muros de San Antonio de
los Alemanes, que acabamos de ver.
Goya pintó dos clases diferentes de ángeles: algunos
querubines y otros, la mayoría, que dentro de la ambigüedad sexual
que les es propia son más bien femeninos. De hecho existe la creencia
de que retrató en ellos a varias de las bellezas más señaladas de la corte
de Carlos IV.
Centrándonos en la cúpula y el milagro que representa -el caso
del joven resucitado (Fig. 3)- creo que Goya, que no era creyente, lo
13
LAFUENTE FERRARI, Enrique. Antecedentes, coincidencias e influencias del arte
de Goya, Madrid, 1947, pág. 321.
FRESCOS DEDICADOS A SAN ANTONIO DE LISBOA Y PADUA...
eligió por ser el más increíble, por fantasioso, de los que le achacan al
santo. Atentos al relato.
183
Figura 3: Milagro de San Antonio, obra pictórica de Francisco de Goya. San
Antonio de la Florida, Madrid.
Fonte: Wikimedia.org.
14
Tomado del relato de Bartolomeo da Pisa, 4. 19-32.
JAVIER NAVARRO DE ZUVILLAGA
15
GLENDINNING, Nigel. Francisco de Goya, Madrid, 1993, pág. 73.
FRESCOS DEDICADOS A SAN ANTONIO DE LISBOA Y PADUA...
16
Arte Español, revista de la sociedad española de amigos del arte, año XLIV.
XLX de la 3ª época ~ tomo XXIII - 1.er cuatrimestre de 1961, págs. 133-138.
17
Véase la nota 5.
18
Éste boceto pertenece a una colección particular y de él existe una copia de
dudosa atribución a Asensio Juliá y fechado en 1798, que se encuentra en el
Museo Lázaro Galdiano de Madrid (mide 26,5x39 cm.). En el catálogo on-li-
ne de la Fundación Goya en Aragón se pueden ver imágenes de éstos bocetos.
JAVIER NAVARRO DE ZUVILLAGA
19
PARRONDO, Juan Carrete. Francisco de Goya. San Antonio de la Florida. In-
fortunio crítico de una obra genia. Bruselas: Musea Nostra. Colección Europea de
Museos y Monumentos, 1999.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
Capítulo 12
1
CARDOSO, Flor-de-Lis Dantas e. Uma análise estética e iconográfica dos forros
da igreja matriz Nossa Senhora Divina Pastora. Monografia apresentada ao Curso
Lato Sensu em Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe. São Cristó-
vão, Sergipe, 2008, 110 p. il. p. 17.
2
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 17-18.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
3
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 18.
4
IBGE. Censo 2010. Sergipe. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/
home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/total_populacao_ser-
gipe.pdf>. Acesso em: 3 de novembro de 2013.
5
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 20.
6
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 20.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
7
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 20-21.
8
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 21.
9
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 21.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
10
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 66.
11
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 22.
12
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 22.
13
SILVA, Ana Maria Villar Augusto da et al. Relatório da Intervenção de Restauro
dos forros da capela-mor, nave e nártex da Igreja de Nossa Senhora Divina Pastora, em
Sergipe. s/l, s/d. 111 p. il. p. 17.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
14
A pintura compõe hoje o acervo do Museu Carmen Thyssen de Málaga.
15
FRANCISCANAS MISIONERAS DE LA MADRE DEL DIVINO PAS-
TOR. María, Divina Pastora. Advocación de la Divina Pastora. Disponível em:
<http://www.anamogas.net/divina%20pastora.htm>. Acesso em: 20 de
maio de 2016.
16
FRANCISCANAS MISIONERAS DE LA MADRE DEL DIVINO PAS-
TOR. María, Divina pastora. Advocación de la Divina Pastora. Disponível
em: <http://www.anamogas.net/divina%20pastora.htm>. Acesso em: 20 de
maio de 2016.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
17
VELHARIAS. Divina Pastora: uma elegante simplicidade. Disponível em: <
http://velhariasdoluis.blogspot.com.br/2013/10/divina-pastora-uma-ele-
gante-simplicidade.html>. Acesso em: 9 de novembro de 2013.
18
LIMA, Carmem B. Divina Pastora Sergipe: uma alternativa de intervenção. Dis-
sertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal da
Bahia, Salvador, Bahia, 1997. p. 39. Citada por CARDOSO. Uma análise estética
e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 21.
19
SILVA, Ana Maria Villar Augusto da et al. Relatório da Intervenção de Restauro
dos forros da capela-mor, nave e nártex da Igreja de Nossa Senhora Divina Pastora, em
Sergipe, p. 7.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
20
SILVA, Ana Maria Villar Augusto da et al. Relatório da Intervenção de Restauro
dos forros da capela-mor, nave e nártex da Igreja de Nossa Senhora Divina Pastora, em
Sergipe, p. 16.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
anjos que seguram a coroa real acima da cabeça da Senhora e está ar-
rodeada por quatro ovelhas, duas em pé mais próximas e duas deitadas
mais distantes, a que está em pé, à direita, tem o pescoço acariciado pela
Virgem.
Todas as ovelhas trazem na boca uma rosa e na coxa frontal
a marca do monograma AM - Ave Maria, como se fosse um ferro. À
esquerda da composição, no segundo plano, está uma ovelha desgarrada
com o ferro da Virgem sendo atacada pelo dragão representando o de-
mônio e o mal, esse aparece em meio corpo e muitas chamas. Da boca
dessa ovelha desenrola um listel com a inscrição “Ave Maria”. Antes que
o dragão atinja a ovelha com o seu fogo, é alvejado pelo raio do Arcanjo
Miguel, que se apresenta acima e à esquerda com destaque, portando na
mão esquerda um escudo e na mão direita um feixe de fogo que lança
em forma de raio no dragão. No extremo superior da composição há
uma glória com um grupo de querubins que circunda o triângulo raiado
da Santíssima Trindade.
Nos extremos laterais e longitudinal do quadro recolocado em
que figura a Nossa Senhora Divina Pastora, há duas cúpulas, uma em
194 cada lado, pintadas em perspectiva, com tonalidade rósea, em cujos tam-
bores há janelas arqueadas envidraçadas e abóbadas de nervuras com
óculos.
Todo o programa iconográfico se configura em um sistema
quaternário formado por quatro painéis narrativos, quatro figuras femi-
ninas, quatro insígnias da Virgem Maria e os quatro Evangelistas.
Os quatro grandes painéis narrativos, com cenas do Novo Tes-
tamento, que narram o ciclo do nascimento de Jesus, marcam, cada um
deles, o centro de cada lateral. Do lado do evangelho: “A anunciação”;
do lado da Epístola: “Maria visita sua prima Isabel e, no segundo plano,
a esquerda, fora da porta da casa, São José conversa com Zacarias, espo-
so de Isabel”; no lado do arco cruzeiro: “A adoração dos pastores” e do
lado do coro: “A adoração dos reis magos”. Notando-se aqui o privilégio
dado à cena da “Adoração dos pastores” que se localiza próximo ao arco
cruzeiro e à capela-mor, espaço mais sagrado da Igreja.
A arquitetura fingida é constituída de colunas isoladas sobre mí-
sulas, que sustentam entablamento e ladeiam cada um dos painéis narra-
tivos. Estão próximas as arcadas nas quais estão assentadas as heroínas
do Antigo Testamento e uma “Pastora (Raquel)”, totalizando quatro
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
195
21
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. Português. São Paulo: Paulus, 2002.
V. 8. P. 682-700. p. 689.
22
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. V. 8. P. 682-700. p. 690-691.
23
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. V. 1-16. p. 682-700. p. 691-692.
24
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. V. 1-16. p. 682-700. p. 693.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
197
25
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. V. 1-16. p. 682-700. p. 696.
26
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. V. 1-16. p. 682-700. p. 697.
27
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III Judite. V. 1-16. p. 682-700. p. 698.
28
SPAIGHTWOOD GALLERIES, INC. Maarten de Vos: Women of the
New Testament. Disponível em: <http://spaightwoodgalleries.com/Pages/
DeVos_OT_Women2.html> Acesso em: 18 de março de 2015.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
Ester foi glorificada como uma heroína nacional dos judeus que
celebram ainda hoje a festa dos Purim em comemoração da libertação
de seu povo graças a sua intercessão ante ao rei Asuero.29
Assuero repudia a sua sultana favorita, a rainha Vasti, que deso-
bedeceu ao rei negando-se a mostrar-se ao povo e a nobreza. Será então
substituída pela judia Ester. Mardoqueo, tutor da jovem, suplica a esta
que interceda junto ao rei em favor dos judeus, ameaçados de extermí-
nio por um edito do grão vizir Aman.30
199
29
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano - Iconografía de la Biblia, Antiguo
testamento. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1995. p. 387.
30
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano, p. 388; BÍBLIA DE JERUSALÉM.
Ester. Português. São Paulo: Paulus, 2002. V. 1-10. p. 701-715.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
31
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano, p. 389.
32
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano, p. 389.
33
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano, p. 389.
34
[...] Mujeres célebres del Antiguo Testamento Amberes, Ed. de Philips Gal-
le, hacia 1590 Maarten de Vos (dibujo) h.1581 / Johannes Baptista Collaert I
(grabado) / Karel van Mallery (grabado). Citado em: FUNDACIÓN MUSEO
DE LAS FÉRIAS. Estampas de Flandes. Disponível em: < http://www.museo-
ferias.net/estampas-de-flandes/>. Acesso em: 25 de março de 2015.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
35
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano, p. 379; BÍBLIA DE JERUSA-
LÉM. História dos Juízes. Morte de Sísara. Português. São Paulo: Paulus, 2002,
v. 4., p. 354-355.
36
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Ester. V. 4., p. 355.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
37
SILVA, Ana Maria Villar Augusto da et al. Relatório da Intervenção de Restauro
dos forros da capela-mor, nave e nártex da Igreja de Nossa Senhora Divina Pastora, em
Sergipe, p. 14.
38
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Ciclo de Isaac e Jacó. Português. São Paulo: Paulus,
2002. V. 29-32. .p. 71-75.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
ao genro. Jacó chamou Raquel e Lia nos campos onde estavam seus
rebanhos e disse-lhes da alteração de tratamento de Labão, afirmando
que Deus o beneficiou, quando Labão por diversas vezes mudou o seu
salário, de modo que cada vez que Labão dizia seu salário será salpicado,
todos os animais pariam crias salpicadas e assim sucessivamente. Jacó
então narrou:
O Anjo de Deus me disse em sonho: Ergue os
olhos e vê: todos os bodes que cobrem as fêmeas
são listrados, malhados ou mosqueados, pois eu
vi tudo o que te fez Labão. Eu sou o Deus que te
apareceu em Betel, onde ungiste uma estrela e me
fizeste um voto. Agora levanta-te, sai desta terra e
retorna à tua pátria.39
Jacó reuniu Raquel, Lia, seus filhos, seu rebanho, seus camelos
e seus bens para ir a Isaac, seu pai, em Canaã. Ao sair, Raquel roubou
os ídolos de seu pai. Labão os perseguiu reclamando seus deuses, que
Jacó ignorava terem vindo com Raquel. Labão os procurou em todas as
tendas, mas não achou, pois Raquel tinha sentado sobre eles no camelo.
204
Entendia Labão que tudo que pertencia a Jacó era seu, mas terminou
por estabelecer um tratado com Jacó, em que exigia o bom trato com
suas filhas e nenhum dos lados avançarem os territórios demarcados.40
Jacó prepara o encontro com seu irmão Esaú com muita in-
certeza sobre a natureza desse encontro e procura se precaver de uma
reação belicosa de seu irmão. Separou sua caravana em vários blocos, e
constituiu presentes para serem dados por seus servos a Esaú. Acampa-
do, Jacó ficou só e começou a lutar com alguém até o surgir da aurora:
Vendo que não o dominava, tocou-lhe na arti-
culação da coxa, e a coxa de Jacó se deslocou
enquanto lutava com ele. Ele disse: Deixe-me ir,
pois já rompeu o dia. Mas Jacó respondeu: Eu
não te deixarei se não me abençoares. Ele lhe
perguntou – Qual é o teu nome? – Jacó. Respon-
deu ele. Ele retomou: “Não te chamarás mais
Jacó, mas Israel, porque foste forte contra Deus
e contra os homens, e tu prevaleceste.41
39
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Ciclo de Isaac e Jacó. V. 31. .p. 74.
40
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Ciclo de Isaac e Jacó. V. 31. .p. 74-75.
41
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Ciclo de Isaac e Jacó. V. 32. .p. 77.
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
42
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Ciclo de Isaac e Jacó. V. 35. .p. 79-80.
43
BÍBLIA DE JERUSALÉM. III.História de José. Português. São Paulo: Paulus,
2002. V. 37-50. .p. 82-102.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
corte e brincos, chapéu de campesina com abas largas ornado com flo-
res, cajado que se apoia no ombro esquerdo e braço direito que se ergue
sustentando um cesto de flores. A mão direita repousa sobre o peito e
os olhos se voltam para o alto. Abordagem bastante diferente do ícone
da Divina Pastora do quadro central.
Há, sem dúvidas, uma identidade de gênero na iconografia des-
se teto. As mulheres do Antigo Testamento encarnam a antecipação da
Virgem Maria, virtudes como pureza estão presentes em algumas delas
como Judite, elas garantiram sobretudo a descendência do povo de Isra-
el, com seus feitos e fecundidade, possibilitando assim o nascimento de
Jesus através da Virgem Maria.
No teto do nártex, apresenta-se ao fiel, no quadro central com
pintura fingindo moldura de talha dourada, uma glória de anjos músicos
com seus instrumentos musicais intercalados aos anjos cantores com
suas partituras na mão a cantarem entre nuvens, logo acima outra glória,
desta feita de querubins entre nuvens cercam o Monograma AM - Ave
Maria, que surge entre raios de luzes resplandecentes. É a glorificação do
206
santo nome da Virgem Maria, sua saudação “Salve Maria”.
Em cada extremo lateral há uma arquitetura fingida pela pintura
constituída de arco sobre mísulas com abóbada de aresta em amarelo,
balcão curvo movimentado sobre pilastras encurvadas, gradil em for-
ma de volutas fitomórficas entrelaçadas delgadas e esgarçadas. O balcão
assenta-se sobre base em formato de leque de plumas. No centro do pa-
rapeito encurvado do balcão há uma cartela pintada em azul, sustentada
por dois anjos, um em cada lado, sentados nos extremos do parapeito
do balcão. O centro da cartela em grisailles cor de rosa exibe um ramo
com três lírios ou açucenas, insígnia que se repete na outra lateral e alude
a pureza da Virgem constante na sua Ladainha: “Mãe puríssima, Mãe
castíssima, Mãe sempre virgem, Mãe imaculada”.
O programa iconográfico pictórico dos tetos dessa igreja com-
pleta-se na sacristia, em cujo teto apresenta-se o tema da coroação de
Nossa Senhora pela Santíssima Trindade, pai, filho e Espírito Santo
cercada por anjos e querubins em meio de nuvens. Essa composição
confirma os títulos da Ladainha: “Rainha dos Anjos, Rainha dos Patriar-
cas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos, Rainha dos Mártires,
Rainha dos confessores da fé, Rainha das Virgens, Rainha de todos os
A DIVINA PASTORA E AS HEROÍNAS DO ANTIGO TESTAMENTO...
44
SILVA, Ana Maria Villar Augusto da et al. Relatório da Intervenção de Restauro
dos forros da capela-mor, nave e nártex da Igreja de Nossa Senhora Divina Pastora, em
Sergipe, p. 16.
45
Ad Caeli reginam (Rainha do Céu) 39.
46
CARDOSO. Uma análise estética e iconográfica dos forros da igreja matriz Nossa
Senhora Divina Pastora, op. cit., p. 33.
LUIZ ALBERTO RIBEIRO FREIRE
208
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
Capítulo 13
1
MACHADO, Cirilo Volkmar. Collecção de Memórias Relativas á Vidas dos Pinto-
res, e Escultores, Arquitectos, e Gravadores Portugezes, e dos Estrangeiros, Que estiveram
em Portugal. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1922, p. 147.
2
ANDRADE, Jerônimo de. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da
Serra, Lisboa, 1748, p. 12.
MAGNO MORAES MELLO
3
Aqui apresentamos exclusivamente as observações sobre a arte e a vida
do pintor Vitorino Manuel da Serra escritas pelo quadraturista Jerônimo de
Andrade, autor do opúsculo, publicado em Lisboa, em 1748. Não será feita
qualquer crítica em relação à produção artística do referido decorador. Deixa-
remos estas observações para outra oportunidade.
4
MACHADO. Collecção de Memórias Relativas á Vidas dos Pintores, e Escultores,
Arquitectos, e Gravadores Portugezes, e dos Estrangeiros, Que estiveram em Portugal, op.
cit. p. 165.
5
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 13.
6
MACHADO. Collecção de Memórias Relativas á Vidas dos Pintores, e Escultores,
Arquitectos, e Gravadores Portugezes, e dos Estrangeiros, Que estiveram em Portugal, op.
cit., p. 173: este artista é citado por Cirilo como discípulo de Jerônimo Gomes
Teixeira.
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
7
Igreja de Nossa Senhora da Encarnação. Folhas Avulsas de Despesas. Lisboa:
recibo assinado pelo artista em 29 de Outubro de 1784.
8
Desenhos conservados atualmente no Museu Nacional de Arte Antiga
(MNAA), Lisboa, Portugal.
9
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 8.
MAGNO MORAES MELLO
10
Cf. MACHADO. Collecção de Memórias Relativas á Vidas dos Pintores, e Esculto-
res, Arquitectos, e Gravadores Portugezes, e dos Estrangeiros, Que estiveram em Portugal,
p. 147; RACZYNSKI, Athanase. Dictionnaire historico-artistique du Portugal pour
faire suite à l’ouvrage ayant pour titre: Les arts en Portugal. Paris: Jules Renouard,
1847; TABORDA, José da Cunha. Regras da arte da pintura. Coimbra: Impren-
sa da Universidade, 1922, p. 245; TEIXEIRA, Francisco Augusto Garcez.
A irmandade de São Lucas: estudo do seu arquivo, Lisboa, 1931, p. 72, 80 e
127; COSTA, Luiz Xavier da. As Belas-Artes Plásticas em Portugal durante o século
XVIII, Lisboa, 1935, p. 57, 116 e 138; PAMPLONA, Fernando de. Dicionário
de Pintores e Escultores Portugueses. Porto: Livraria Civilização Editora, Vol. V,
2000, p.176; SILVA, Francisco Liberato de Castro da. Pintura Simples. Lisboa:
Typographia do Commercio, 1898, p. 216.
11
MACHADO. Collecção de Memórias Relativas á Vidas dos Pintores, e Escultores,
Arquitectos, e Gravadores Portugezes, e dos Estrangeiros, Que estiveram em Portugal, p.
144.
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
12
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748.
13
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lis-
boa, 1748, p. 15 e TABORDA. Regras da arte da pintura, p. 245. O Palácio do
Marquês de Cascais (embaixador em paris desde 1695, m. 1720), ao Paço do
Borratém, por detrás do Hospital de Todos-os-Santos, teve campanhas de
redecoração ao “novo estilo” em pinturas murais com o 4º Marquês, D. Luís
de Castro e Sousa, talvez pelo seu casamento em 1738 com a duquesa D. Joana
de Bragança. A quinta do arquiteto Custódio Vieira (1734-44) seria no Paço
do Lumiar nos arredores de Lisboa.
MAGNO MORAES MELLO
14
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 10.
15
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 11.
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
16
Para um estudo mais aprofundado entre textos sobre perspectiva e a Aula
da Esfera, veja: MELLO, Magno Moraes. O universo científico dos jesuítas
no Colégio de Santo Antão em Lisboa: o estudo da perspectiva e a cenografia
nas aulas de Inácio Vieira S.J., entre 1709 e 1720. In: ________. (Org.). Cultura
Arte e História – a contribuição dos jesuítas entre os séculos XVI e XIX. Belo
Horizonte: Fino Traço Editora, 2014, p. 81-123.
17
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 13.
18
Para um estudo específico do teto da Igreja do Menino-Deus, veja: MELLO,
Magno Moraes. O tecto da Igreja do Menino-Deus: um processo operativo
na construção do espaço perspéctico. In: Revista de História da Arte, Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, n. 5,
2008, p. 255.
MAGNO MORAES MELLO
Senhora da Oliveira, que ruiu em 1755. Por outro lado, Cirilo Volkmar
Machado21 não fala muito deste pintor e não refere as suas obras, a não
ser a polêmica que se formou em torno da pintura do teto do Menino-
Deus, acrescentando ainda que ele teve mais “crédito” que seu pai.
Diante destes fatos, estamos convencidos de que a pintura
na Igreja da Boa-Hora foi mesmo decorada por Vitorino Manuel da
Serra. Como este artista nunca era citado como direto responsável das
diversas obras em que participou, parece claro que também nesta igreja
teria contribuído de alguma forma, talvez como preparador tanto das
cenas figurativas como dos elementos de falsa arquitetura. Não se pode
esquecer que todo o trabalho pictórico neste templo deve ter durado um
19
PORTUGAL, Fernando. Lisboa em 1758 – Memórias Paroquiais. Lisboa:
Coimbra Editora, 1974, p. 347, 350-352. Um total, portanto, de 5 tectos em
perspectiva, caídos em 1755.
20
TABORDA. Regras da arte da pintura, p. 245.
21
MACHADO. Collecção de Memórias Relativas á Vidas dos Pintores, e Escultores,
Arquitectos, e Gravadores Portugezes, e dos Estrangeiros, Que estiveram em Portugal, p.
147.
MAGNO MORAES MELLO
período muito longo, pois além da nave, tanto o coro, a sacristia e a capela
do claustro receberam intervenção pictórica. Sabe-se que estes trabalhos
de falsa arquitetura contavam com especializações, como anteriormente
discutimos. Vitorino deveria ser um programador de falsa arquitetura,
isto é, uma espécie de arquiteto virtual para o ilusionismo perspéctico
e, portanto, trabalharia em muitas obras, não como executor, mas como
consultor para a dinâmica das arquiteturas fingidas e/ou para ainda a
projeção destas no cimo do suporte. A Lisboa joanina estava repleta de
tetos ilusionistas e esta especialidade, a quadratura, deveria ser bastante
cobiçada. Assim, entendemos, a partir do Opúsculo aqui analisado, que
os estudos e os conhecimentos de Vitorino Manuel da Serra deveriam
ser procurados com frequência.
No seu Elogio percebe-se que Vitorino Manuel da Serra era
muito requisitado para realizar esboços e preparações perspécticas pois:
A quantos (confessou a verdade) deu os riscos,
e os debuxos. Seus foram os riscos do tecto da
Igreja das Trinas no Sitio do Rato, e de algumas
Selas de architectura, e da Senhora da Oliveira
220
da Confeitaria, e finalmente em outras muitas
cazas de Cavalheiros, e Títulos, dos quais não
faço enumeração, por não abusar da paciência
dos leitores. Poucos são os Mosteiros Religiosos,
em que se não devissem obras suas. Nenhuma
se fazia no seu tempo, em que ele não assistisse,
ou para a direcção, ou para o exercício. A sua
pintura imitou muito, senão excedeu a de Vicente
Bacarelli (...) ele foi o primeiro, que em Lisboa
introduziu o ornato franzes (...) deste novo estilo
pintou muito nas casas de Custódio Vieira e lhe
deu os riscos para azulejos, empresa da sua ideia
e novo primor do seu discusso.22
22
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 15.
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
o biógrafo refere com admiração que ele era especulativo incansável, que
lia os melhores Autores Castelhanos no original23. Não se pode transcurar
que na pintura de tetos com fingimento de arquiteturas a concepção
teórica era um fator essencial. Sendo Vitorino um exímio preparador
de cenas, naturalmente, conhecia e tinha contato no meio artístico para
satisfazer as suas curiosidades e responder a questões que por ventura
não dominasse completamente. Admitindo-se que este decorador
conhecia as práticas usuais da quadratura e as dificuldades que tal tipo
de pintura implicava, não admira que essa fundamentação tratadística
rigorosa aliada à experiência, e à sua natural generosidade, fizeram dele
um artista popular entre os colegas.
Apenas como menção, é significativo lembrar que mesmo
no painel retabular ou nas grandes telas de caráter cenográfico que
em momentos de festa eram encomendados pela Igreja, exigia uma
cuidadosa e direta atenção por parte do pintor, muitas vezes com três
ou quatro colaboradores que seriam naturalmente os seus discípulos.
Ainda mais, a uma pintura decorativa seja no teto ou nas paredes,
221
além do figurista e do quadraturista eram necessários mais quatro
ou cinco assistentes, sem pensar no carpinteiro para o andaime, os
preparadores de cenas trabalhando diretamente com o quadraturista,
os douradores e os aprendizes diversos. Não se pode olvidar que a
quadratura seja ela disposta em tetos planos, curvos ou cupulados
e mesmo as decorações parietais criando ambientes fictícios, eram
tarefas complexas e exigiam cuidado, pois envolviam muito tempo
(e isto muitas vezes os decoradores não tinham, pois os tetos eram
encomendados para festas específicas e deveriam estar prontos para
tal comemoração) e eram demasiados dispendiosos. Tudo deveria
ser pensado com atenção, desde as proporções do risco, a escolha da
ossatura arquitetônica, com seus fustes, colunas, entablamento, balcões
e balaustradas, que receberiam o núcleo figurativo (figuras compostas
em grupos historiados, ou então figuras isoladas com seus atributos
23
Decerto alusão às obras de Antônio Palomino (1715) e, sobretudo, do tra-
tadista valenciano padre Vicente Tosca (Compendio Mathematico, 9 tomos, 1707-
1715), matemático oratoriano que divulgava as construções teóricas dos pa-
dres Dubreiul e Dechales, um dos maiores perspécticos franceses.
MAGNO MORAES MELLO
24
SASSETTI, Carlo. Il Cantiere di Francesco Natali e Alessandro Gherardini.
In: Arditezze Prospettiche e spazio d’illusine. Livorno: Sillabe, 2001, p. 21.
25
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 17.
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
26
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 18.
27
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 18.
MAGNO MORAES MELLO
28
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 16. Não conseguimos identificar este pintor Azneira (Asniére?), mas
é de notar que todos os modelos citados – Lanfranco, “Urbino” (Rafael ou
Barocci?), Rubens, Salvatore Rosa, de Vos – foram muito divulgados pela gra-
vura.
MAGNO MORAES MELLO
29
Cf. Documentos do Arquivo Histórico Municipal de Abrantes, Santa Casa da
Misericórdia de Abrantes, Caixa 1, doc. nºs. 36 e 39. Esta informação foi primei-
ramente citada em SERRÃO, Vítor Serrão; MELLO, Magno Moraes. A pin-
tura de tectos de perspectiva arquitectónica no Portugal Joanino (1706-1750).
In: A Pintura em Portugal ao Tempo de D. João V – 1706-1750 – Joanni V Magnifi-
co. Lisboa: Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico
(IPPAR), 1994, p. 94 e ainda MELLO, Magno Moraes. Os Tectos Pintados em
Santarém durante a Fase Barroca, Santarém, Câmara Municipal, 2001, p. 145.
TREINAR A MENTE E A PRÁTICA DO DESENHO...
30
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 21-22.
MAGNO MORAES MELLO
228
31
ANDRADE. Elogio Fúnebre do Insigne Pintor Vitorino Manuel da Serra, Lisboa,
1748, p. 23.
JOSÉ SOARES DE ARAÚJO E MANUEL FURTADO DE MENDONÇA...
Capítulo 14
Colônia é cabível, uma vez que o requinte da sua pintura assim o sugere.
Não só o requinte, como a exclusividade de determinadas características
extremamente eruditas, sem igual nas Minas Gerais. Tendo em vista o
fato de ter-se ele dedicado à pintura pouco tempo após sua chegada
à Colônia, ou pelo menos, pouco tempo depois da data do primeiro
registro da sua presença no Arraial do Tijuco, atual cidade de Diaman-
tina, levanta-se a hipótese de que este pintor tenha se formado antes da
grande viagem.
É sabido que, em Braga, no século XVIII, ao lado de um forte
comércio e indústria, havia também oficinas nas quais se podem supor
que o pintor bracarense pudesse ter-se instruído, quiçá como um artis-
ta completo: pintor, dourador, entalhador e arquiteto. A existência de
artistas que trabalhavam em distintas atividades como desenho, talha,
arquitetura não eram incomuns. No entanto, nada se pode encontrar
que comprovasse que José Soares tivesse frequentado alguma dessas ofi-
cinas, ou que tivesse se instruído nas artes de alguma maneira formal.
Mesmo ali na sua cidade natal em Portugal, o único documento encon-
trado foi a sua certidão de batismo na Igreja de São Victor, constante do
230
arquivo distrital.1
A despeito da carência de documentos e de informações pre-
cisas, a compreensão da sociedade bracarense do século XVIII, pode
nos dar pistas sobre o que o artista teria vivido em sua terra. A cidade
de Braga foi sede da mais antiga diocese portuguesa. Os arcebispos dali,
até o século XVIII, ocuparam lugar da maior importância. Foi ainda o
centro da região mais populosa de Portugal. Neste contexto, a arte nas
suas distintas linguagens teve uma importância considerável.
A respeito da sua saída de Portugal, ou ainda de uma possível
concessão de autorização para viagem, não foram encontrados quais-
quer registros. Na sua certidão de batismo tem-se a informação de onde
morava a famíla Soares de Araújo em Braga no momento do nascimen-
to de José Soares. Conquanto não exista uma definição do tipo social do
1
Esse documento fora já identificado e transcrito por Antônio Fernando B.
Santos em sua dissertação de mestrado intitulada A Igreja de Nossa Senhora do
Carmo em Diamantina e as Pinturas Ilusionistas de Jozé Soares de Araújo: identificação
e caracterização, que foi apresentada no Departamento de Artes Plásticas da
Escola de Belas Artes da UFMG em 2002. Em Investigação recente in loco
verificamos a inexistência de outros documentos quaisquer naquela cidade
referentes a José Soares de Araújo.
JOSÉ SOARES DE ARAÚJO E MANUEL FURTADO DE MENDONÇA...
2
Cf. Arquivo da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, Diamantina.
Livro dos Irmãos Professos desta Venerável Ordem 3ª de Nossa Senhora do Monte do
Carmo deste Arraial do Tijuco (1759). fls 5v.
3
Cf. Arquivo Público Mineiro (APM), Códice nº 147 (1766). Registro de Provisão
e Nombramentos, Carta Patente passada em Vila Rica e registrada às folhas 82.
83 v.
4
SALGADO, Graça et ali. Fiscais e Meirinhos: administração no Brasil colonial. Rio
de Janeiro: Editora Nova Fronteira/INL, 1985.
EDUARDO ALBERTO PIRES DE OLIVEIRA
MARIA CLÁUDIA ALMEIDA ORLANDO MAGNANI
5
ARQUIDIOCESE DE BRAGA. Disponível em: <http://www.diocese-
-braga.pt/historia>. Acesso em: 14 de outubro de 2014.
6
RAGGI, Giuseppina. Italia & Portogallo: un incrocio di sguardi sull’arte
della quadratura. In: G. Sabatini, M.G. Russo, A. Viola, N. Alessandrini (org).
Di buon affetto e commerzio: relações luso-italianas nos séculos XV-XVIII. Lis-
boa: 2012.
JOSÉ SOARES DE ARAÚJO E MANUEL FURTADO DE MENDONÇA...
233
cidade. Esta pintura, feita por Manoel Furtado de Mendonça entre 1737
e 1738, veio abaixo por volta de 1960, sendo impossível a sua recupera-
ção. Apesar da má qualidade da imagem, pode-se notar uma pintura de
falsa arquitetura, com elementos que também se encontram na pintura
do bracarense, e, remetem inegavelmente ao trabalho do jesuíta Andrea
Pozzo. É notável a grande semelhança entre o desenho e a volumetria
do falso entablamento da pintura da Sé de Braga, da pintura setecentista
da nave central da Igreja de Nossa Senhora do Carmo e do desenho do
Tratado de Pintura e Arquitetura do jesuíta e ainda do seu desenho que se
encontra The National Gallery, em Washington. Trata-se da Illusionis-
tic Architecture for the Vault of San Ignazio, 1685/1690. (Cf. Figura nº02.)
Outras semelhanças também podem ser citadas, como a utilização das
falsas colunas aos pares, presente tanto na obra de um quanto de outro.
234
7
CARNEIRO, Manoel. Álbum da Sé de Braga. Braga: Manuel Carneiro &
Irmão, s/d (cª 1903).
8
BARREIROS, Manuel Aguiar. A Cathedral Santa Maria de Braga.Estudos críticos
Archeologico-artisticos. Porto: Marques de Abreu, 1922, p. 48.
9
SMITH, Robert C. Marceliano de Araújo. Escultor bracarense. Porto: Nelita
Editora, 1970, p. 42 e p. 83, nota 6, em que diz: A pintura, representando as Bodas
da Virgem, é anónima.
10
OLIVEIRA, Eduardo Pires de; SILVA, Libório Manuel. Guia da Sé de Braga/
Guide to Braga cathedral. Vila Nova de Famalicão, Centro Atlântico, 2015, p. 114.
Na página 115 reproduz-se a pintura dos Esponsais da Virgem.
EDUARDO ALBERTO PIRES DE OLIVEIRA
MARIA CLÁUDIA ALMEIDA ORLANDO MAGNANI
11
Sobre esta capela veja-se: OLIVEIRA, Eduardo Pires. O Santuário de Nossa
Senhora da Boa Morte, Correlhã, Ponte de Lima (no prelo).
12
29 de Agosto de 1722 – Contrato de obra de douramento do retábulo da capela do
Santíssimo Sacramento da Santa Sé desta cidade da mesa da confraria da dita capela com
Francisco de Mesquita e outros da cidade do Porto. Arquivo Distrital de Braga (ADB).
Tabelião Público de Braga, 2ª Série, vol. 77, fls. 96v-98.
13
4 de Julho de 1723 – Distrate de escritura do douramento do retábulo do Santíssimo
Sacramento da Santa Sé Primaz dos juízes e oficiais da dita confraria.... ADB. Tabelião
Público de Braga, 2ª Série, vol. 78, fls. 102v-103.
14
IGREJA DE SÃO VICENTE. Livro 4º dos termos (1720-1736), Irmandade
de São Vicente, v. 3357. fól. 65.
JOSÉ SOARES DE ARAÚJO E MANUEL FURTADO DE MENDONÇA...
15
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira. Barcelos. Lisboa: Ed. Presença, 1990,
p. 67.
16
ADB. Monástico Conventual. Mosteiro de Bouro (Amares). CI 47, fól. 11v.
17
ADB. Nota Barcelos, vol. 180, fls. 134-135v. Publicado por VINHAS, Joa-
quim Alves. A igreja de Nossa Senhora do Terço de Barcelos, na história e na
arte nos inícios do século XVIII – Iconografia dos seus emblemas. Barcellos
Revista. Barcelos, 2ª série, 7, 1996, p.p. 74-75.
EDUARDO ALBERTO PIRES DE OLIVEIRA
MARIA CLÁUDIA ALMEIDA ORLANDO MAGNANI
com este tipo de trabalho, mas desta vez no outro lado do rio Cávado,
na Igreja Matriz da Freguesia de Barcelinhos18. O gosto pelos caixotões
fora há muito, cerca de seis décadas, abandonado em Braga. Mas se é
certo que Braga não era um mercado que nas artes da pintura se pudesse
considerar muito sólido, em Barcelos e Barcelinhos, povoações situadas
a apenas 20 quilómetros, estava-se perante outro mercado, ainda menos
consistente, de fortíssimo cariz regional, embora a povoação de Barcelos
tivesse certa expressão numérica, podendo mesmo ser considerada uma
das maiores do Minho. Mas de um Minho profundamente rural.
Nos anos de 1730 e 1735 trabalhou em Fão (Esposende), pri-
meiro para dourar o retábulo e a tribuna do altar-mor da Igreja do San-
tuário do Bom Jesus19, depois para pintar a tribuna do altar das Almas
de outra igreja, a matriz20. Neste último ano pintou várias telas para a
sacristia do Convento da Costa (Guimarães), dos Cónegos Regrantes de
Santo Agostinho, e um retrato da rainha D. Mafalda, mulher do primeiro
rei português, D. Afonso Henriques21.
E foi no final desta década que executou a sua obra mais co-
nhecida, o douramento dos órgãos da Sé Catedral de Braga e a pintura
240 dos tetos do lanternim e coro alto, trabalho em que recebia a fabulosa
quantia de 1$000 réis por dia22, e lhe era permitido estar acolitado por
uma grande quantidade de ajudantes, que também eram pagos pelo Ca-
bido23. Entretanto, no ano de 1733 deve ter dourado, juntamente com
seu irmão Luís, um dos retábulos da Igreja da Ordem Terceira de São
Francisco, também da cidade de Braga24.
18
ADB. Nota Barcelos, vol. 850, fls. 119-120.
19
ADB. Nota Esposende, vol. 238, fls. 93-94.
20
ADB. Nota Esposende, vol. 245, fls. 101v-102v.
21
SERRÃO, Vítor. As oficinas de Guimarães nos séculos XVI-XVIII e as co-
lecções de Pintura do Museu Alberto Sampaio. In: A colecção de pintura do Museu
Alberto Sampaio: séculos XVI-XVIII. Lisboa: Instituto Português de Museus,
1996, p. 106.
22
Nesta data um pintor/dourador de grande qualidade poderia receber um
valor máximo de $240 réis. A paga que recebia na Sé Catedral de Braga era,
portanto, quatro vezes superior ao máximo que se poderia pagar. Mas deve
dizer-se que estava em consonância com os valores recebidos pelos outros
dois interventores nesta obra, o escultor/entalhador Marceliano de Araújo e
o organeiro galego Simão Fontanes.
23
DODERER, Gerhard. Os órgãos da Sé Catedral de Braga. Lisboa: Barklays
Bank, 1992, p. 12.
24
Arquivo da Ordem Terceira de São Francisco, Braga (AOTB). Igreja dos
Terceiros. Livro de recibo e despesa (1708-1739). fls. 70v-73.
JOSÉ SOARES DE ARAÚJO E MANUEL FURTADO DE MENDONÇA...
25
11 de Setembro de 1733. Doação, dote e património que faz Manuel Furtado de
Mendonça e sua mulher Josefa Maria da freguesia de Fragoso a seu irmão e cunhado Antó-
nio da Silva Furtado Mendonça. ADB. Nota Barcelos, vol. 858, fls. 135-136v.
26
14 de Junho de 1739. Registo de papeis para a fábrica da capela que de novo quer
erigir Manuel Furtado Mendonça, mestre das pinturas da Sé Primaz, na freguesia de S.
Pedro de Fragoso com a invocação de Sta Luzia e de Jesus, Maria e José na sua quinta.
ADB. Registo Geral, vol. 98, fls. 200v-214v.
27
MELLO, Magno Moraes. Manuel Furtado e a pintura de tetos joaninos em
Braga. Minia. Braga, 3ª série, 3, 1995, pp. 157-188.
28
De Vítor Serrão vejam-se: SERRÃO, Vítor. As oficinas de Guimarães nos
séculos XVI-XVIII e as colecções de Pintura do Museu Alberto Sampaio.
In: A colecção de pintura do Museu Alberto Sampaio: séculos XVI-XVIII. Lisboa:
Instituto Português de Museus, 1996, p. 106.
29
História de arte em Portugal: o Barroco. Lisboa: Editora Presença, 2003, p.
259-260.
EDUARDO ALBERTO PIRES DE OLIVEIRA
MARIA CLÁUDIA ALMEIDA ORLANDO MAGNANI
242
30
POZZO, Andrea. Perspectiva Pictorum et Architetorum, Andreae Putei e Societate
Jesu. Pars Secunda. Ex Typographya Jo: Jacobi Komarek Boeemi, propè SS.
Vicentinum, & Anastasium in Trivio.
LO SFONDATO PROSPETTICO DELL’ATRIO DI PALAZZO MARTELLI...
Capítulo 15
1
Per le notizie sul palazzo vedi: Francesca Fiorelli Malesci, Una casa che diventa
museo, una famiglia e la sua storia, edito da Ministero Beni Culturali, Soprinten-
denza Speciale per il Patrimonio Storico Artistico e Antropologico della Città
di Firenze, Sezione Didattica, Museo di Casa Martelli, Polistampa, 2013.
2
Vedi Fauzia Farneti, Il superamento dello spazio reale: illusionismo architettonico e
boschereccia in palazzo Martelli, in M.Teresa Bartoli Monica Lusoli (a cura), Le
teorie, le tecniche, e i repertori architettonici figurativi nella Prospettiva tra il ‘400 e il ‘700.
Dall’acquisizione alla lettura del dato, Firenze, F.U.P. 2105(?)
MARIA TERESA BARTOLI
pittura fu data dal sommo Zeusi a Parrasio che aveva dipinto una tenda
così verosimile, che lo stesso Zeusi aveva tentato di alzarla.
L’immagine prospettica è molto convincente e si è deciso di
studiarla, nella convinzione di poterne rilevare la puntuale corrispon-
denza alla regola, essendo gli anni probabili del dipinto posteriori alla
trattatistica più matura.
Una volta che il dato sia stato acquisito con un fotopiano con-
forme all’originale, messo in rapporto metrico esatto con esso, si può
passare all’analisi geometrica del suo costrutto3.
Lo studio di una prospettiva d’architettura ha dei passaggi ob-
bligati: il primo è individuazione del punto principale, fuga delle oriz-
zontali ortogonali al quadro. Esso determina l’altezza dell’orizzonte.
Questa pone la prima sorpresa: in genere a Firenze essa vale circa 3
braccia (1,75 m), secondo la norma stabilita dall’Alberti nel De Pictura.
Nel nostro dipinto è invece alto circa 1,45 m (2 braccia e mezzo), altezza
poco verosimile per un uomo in piedi.
Seguendo il percorso di lettura messo a punto con buon esito
nell’analisi di molte altre opere a partire dal ‘400 è stata poi cercata la 245
griglia metrica alla quale è appoggiata la costruzione geometrica della
prospettiva. Questa è in genere offerta da elementi architettonici pre-
senti nel disegno e che vanno riconosciuti. In questo caso la ricerca è
stata abbastanza semplice, offerta dal pilastro presente sul quadro in vera
grandezza, simile ma non identico ai pilastri reali delle arcate sulla corte.
Esso è largo poco più di 48 cm, e tale misura ha un esplicito rimando al
braccio fiorentino di 58,36 cm. Il braccio ammetteva due sottomultipli:
l’oncia = 1/12 (= 4,863 cm) e il soldo = 1/20 (= 2,918 cm). 10 once
erano lunghe 58,36/12 x 10 = 48,63 cm. Una griglia con maglia di 5
once (24,32 cm) è stata quindi stesa sul fotopiano del dipinto, portato
3
Ringrazio il dottorando Nicola Velluzzi, responsabile dell’acquisizione del
dato con CANON 600D e ottica 18-55mm. In totale sono state eseguite 45
fotografie con una risoluzione di 3456 x 5184 pixel, lunghezza focale 18mm e
tempo di esposizione di 1/60 di secondo; Gli scatti sono stati presi da quattro
punti di posa a distanza di circa un metro, più uno scatto d’insieme da una di-
stanza di circa 6 metri, al fine di ridurre al minino alcune zone d’ombra. Il suo
studio geometrico sul dipinto in Prospettiva scenografica: un esempio a Firenze, in Le
teorie, le tecniche, e i repertori architettonici figurativi nella Prospettiva tra il ‘400 e il ‘700.
Dall’acquisizione alla lettura del dato, Firenze, F.U.P. 2105 anticipa la descrizione
delle caratteristiche della prospettiva dipinta, le cui implicazioni geometriche e
progettuali e i cui significati sono oggetto di questo contributo.
MARIA TERESA BARTOLI
in Autocad nelle misure reali (Fig. 2): l’immagine mostra che il disegno
dell’architettura in primo piano si appoggia in maniera persuasiva su di
essa, tra la linea del pavimento e il colmo degli archi, tra la lesena di sini-
stra e quella di destra: l’elemento frontale del pilastro cruciforme è largo
due moduli, le arcate sono ampie 9 moduli e quindi 20 moduli misurano
il campo tra la lesena dipinta del muro interno e quella del pilastro verso
il cortile. A destra, le altezze sono molto nette: 15 moduli l’altezza della
lesena, di cui 1 è dato al capitello, 4 moduli la freccia dell’arco, il cui sesto
è ribassato; l’orizzonte divide i 19 moduli dell’ordine in 6 e 13 (= 9 + 4).
246
esistenti ai suoi lati. Dei due lati, quello sul quale la griglia è meglio rico-
noscibile è quello del muro continuo a destra.
Abbiamo individuato alcuni elementi in vera grandezza sul
quadro e la linea dell’orizzonte. Il procedimento classico di ricerca degli
elementi di riferimento della prospettiva chiede che si cerchi ora una
probabile distanza del punto di vista. Questa richiesta è soddisfatta se
si può individuare una figura quadrata su un piano orizzontale , con i
lati paralleli e ortogonali al quadro. Nell’impianto architettonico della
prospettiva, che non pone dubbi circa la regola compositiva del vano
dipinto (Fig. 3) si possono riconoscere i quadrati sul piano dei peducci
(supposto orizzontale) su cui si imposta la volta. Disegnando i quadrati
sul quadro, con i vertici appoggiati ai punti delle figure presenti, ne pos-
siamo tracciare le diagonali prolungandole verso l’orizzonte. Le conse-
guenze dell’operazione sono sconcertanti: le diagonali non convergono
verso l’orizzonte e lo incontrano ciascuna in un punto diverso.
247
249
Figura 4:
A. Schema della prospettiva con i tracciati delle diagonali delle campate.
B. Schema della prospettiva con punto di vista unico e orizzonte ad altezza
d’uomo.
Fonte: Maria Teresa Bartoli
te del secondo, questo disterà dal filo anteriore del corrispondente del
terzo campo m/a (dove a è un numero), il terzo disterà dal quarto m/
a2, il quarto disterà dal quinto m/a3. La somma m + m/a + m/a2 + m/
a3 deve essere = 5. Si tratta di una equazione in 2 incognite, quindi è ne-
cessario avere una ulteriore condizione. Questa la cerchiamo sul dipinto,
sul quale è evidente la relazione m + m/a = 3. Ora possiamo risolvere
il sistema e otteniamo che m = 1,63, m/a = 1,37, m/a2= 1,08, m/a3 =
0,887. Queste distanze sono verificate dal dipinto
Queste sono state le scelte fatte e questo il percorso che il pit-
tore ha compiuto per arrivare al risultato. Una spia della sostanza ge-
ometrica delle scelte è rappresentata proprio dalle catene di ferro che
attraversano la scena: esse offrono con il loro disegno le sequenze dei
lati frontali dei quattro quadrati e rendono, se non materialmente visi-
bile, ben riconoscibile il parallelismo tra le diagonali che le attraversano.
Esse furono probabilmente il dato di appoggio necessario non alla scena
rappresentata, ma ad una descrizione di scienza, per rendere noto ad altri
l’espediente usato.
250
Ora, non si può negare che procedere per la strada maestra del
punto di vista unico sarebbe stato molto più semplice: ma il pittore non
lo ha voluto, e dunque questa anomalia deve nascondere una intenzione
particolare, ha una valenza simbolica che deve essere resa esplicita.
Se andiamo alla sostanza delle operazioni geometriche condotte
e ne descriviamo in estrema sintesi le conseguenze nella fruizione del
dipinto, possiamo fare le seguenti osservazioni: il dipinto è fruibile in
maniera accettabile da osservatori il cui occhio è posto all’altezza di 1,45
m (meno di un uomo in piedi, più di un uomo seduto) e lo osservano da
distanze diverse: siano essi in movimento lungo una traiettoria parallela
alla parete finestrata o stiano fermi lungo essa. La prima situazione è
quella normale degli abitanti del palazzo o del visitatore (che percorrono
l’atrio per andare verso le porte distribuite lungo di esso), più di quella
dell’occhio immobile a circa 1,00 m dall’ingresso (la distanza del primo
quadrato è di 12 m e la porta è alla distanza di 13 m circa). La seconda si-
tuazione potrebbe essere quella degli spettatori di una rappresentazione
scenica, disposti lungo le arcate laterali in più file, a ciascuna delle quali è
dedicata una ragionevole immagine prospettica, corretta entro uno stes-
LO SFONDATO PROSPETTICO DELL’ATRIO DI PALAZZO MARTELLI...
4
I custodi riferiscono l’aneddoto della bambina di una coppia di visitatori
che all’ingresso ha spiccato una corsa verso il fondo attirata dall’immagine
ed è andata a sbattere contro il muro con tale violenza da aver dovuto essere
portata al pronto soccorso.
5
Vedi Farneti, citato in nota 2. Anche se nessuna certezza è data sul nome
dell’autore della quadratura, ciò che il committente chiese al Milani rientrava
nelle consuetudini dei pittori di quadrature del tempo.
MARIA TERESA BARTOLI
252
ENTRE TRAÇAS, DIBUJOS E RISCOS: JOSÉ PEREIRA AROUCA...
Capítulo 16
1
MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artificies dos séculos XVIII e XIX em
Minas Gerais. Rio de Janeiro: Revista do IPHAN, n. 27, t. I e II, 1974, p.75.
2
PEREIRA, Carlos Alberto; LICCARDO Antônio; SILVA Fabiano Gomes
da. et al. (Org.) A arte da cantaria. Belo Horizonte: C/Arte, 2007, p 23.
3
MARTINS. Dicionário de artistas e artificies dos séculos XVIII e XIX em Minas
Gerais, p 72.
4
VEIGA, Afonso Costa. José Pereira Arouca: mestre, pedreiro e carpinteiro –
Mariana, Minas Gerais, séc. XVIII. Coleção Figuras e Fatos de Arouca. Vila de
Arouca, Portugal: Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda. Secção Editorial,
2ª ed. 1999. p 69.
5
Os vestígios que temos sobre a atuação de José Pereira Arouca no oficio de
entalhador, são baseados no que publicou o historiador português Afonso
Costa Veiga, o qual sugeriu que José Pereira Arouca estudou em uma escola
de entalhadores e que sua família possuía tradição em trabalhos em pedra e
madeira. VEIGA. José Pereira Arouca: mestre, pedreiro e carpinteiro – Mariana,
Minas Gerais, séc. XVIII, p. 12 e 24.
6
VEIGA. José Pereira Arouca: mestre, pedreiro e carpinteiro – Mariana, Minas
Gerais, séc. XVIII, p 25.
MONICA MARIA LOPES LAGE
E ainda:
254
Ainda hoje é difícil avaliar a real competência de
Arouca como arquiteto, já que as únicas obras
que temos para a avaliação são intervenções ar-
quitetônicas compostas de fragmentos, o que nos
impede de avaliar com mais precisão o seu talen-
to para a arquitetura.9
7
BAZIN, Germain. A Arquitetura Religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Record,
1983, v. 1, p. 212.
8
DANGELO, André Guilherme Dornelles. A cultura arquitetônica em Minas
Gerais e seus antecedentes em Portugal e na Europa: arquitetos, mestres-de-obras e
construtores e o transito de cultura na produção da arquitetura religiosa nas
Minas Gerais setecentistas. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Fi-
losofia e Ciências Humanas, UFMG, Belo Horizonte, 2006. p 354.
9
DANGELO. A cultura arquitetônica em Minas Gerais e seus antecedentes em Portugal
e na Europa: arquitetos, mestres-de-obras e construtores e o transito de cultura
na produção da arquitetura religiosa nas Minas Gerais setecentistas, p 358.
ENTRE TRAÇAS, DIBUJOS E RISCOS: JOSÉ PEREIRA AROUCA...
MENEZES, Ivo Porto de. José Pereira Arouca. In: Revista do Anuário do
10
Fonte: MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artificies dos séculos XVIII e XIX
em Minas Gerais. Revista do IPHAN. Rio de Janeiro, n.27, t.I e II, 1974.
11
MARTINS. Dicionário de artistas e artificies dos séculos XVIII e XIX em Minas
Gerais, p 73.
ENTRE TRAÇAS, DIBUJOS E RISCOS: JOSÉ PEREIRA AROUCA...
257
12
SALVADOR, Natália Casagrande. A venerável Ordem Terceira de São Francisco
de Assis de Mariana: a construção de sua capela, os irmãos terceiros e as repre-
sentações iconográficas. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP, São Paulo, 2015.
13
Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana (AHCSM). Livro de Ter-
mos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis da cidade de Mariana, fl 94v.
MONICA MARIA LOPES LAGE
258
14
AHCSM. Livro de Termos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis da
cidade de Mariana, fls 102, 102v.
ENTRE TRAÇAS, DIBUJOS E RISCOS: JOSÉ PEREIRA AROUCA...
15
MENEZES. José Pereira Arouca, p 76-77.
MONICA MARIA LOPES LAGE
16
Segundo a historiadora Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno a medida de um
palmo, de acordo com o valor de medida antigo era equivalente a 22cm do
sistema métrico decimal.
17
De acordo com o texto extraído do Inventario dos Bens Móveis do IEPHA,
as características da pintura que constam na nave da Igreja de Nossa Senhora
de Nazaré em Santa Rita Durão/MG são: o teto da igreja manifesta pintura
de gosto rococó, em perspectiva ilusionista, convergindo para o painel central,
onde se encontra representado o milagre de Nazaré: a Virgem nos céus prote-
gendo o cavaleiro Dom Fuas Roupinho, à beira do penhasco, enquanto o vea-
do caçado voa para o abismo. A qualidade da pintura é ingênua, apresentando,
entretanto, traçado elegante dos concheados e da rocaille. Margeando o quadro
central no sentido longitudinal, vemos as figuras dos apóstolos São Pedro,
com as chaves (arco-cruzeiro) e São Paulo, com a espada (coro) e no sentido
transverso, as figuras do dominicano São Tomás de Aquino e do franciscano
São Boaventura. Nos quatro cantos, em balcões, estão os quatro grandes dou-
tores da Igreja. Esta pintura é atribuída a João Batista de Figueiredo, pintor
dos mais conceituados nas Minas Gerais do século XVIII e reconhecido, hoje,
como um dos mais importantes daquele período. VITAE/IPHAN. IEPHA/
MG. Santa Rita Durão. Matriz de Nossa Senhora de Nazaré. Projeto de res-
tauração da pintura do forro da nave,1983.
18
MENEZES. José Pereira Arouca, p. 59-60.
ENTRE TRAÇAS, DIBUJOS E RISCOS: JOSÉ PEREIRA AROUCA...
261
19
MARTINS. Dicionário de artistas e artificies dos séculos XVIII e XIX em Minas
Gerais, p. 69.
20
VAREALA GOMES, Paulo. Arquitetura, religião e política em Portugal no século
XVIII: a planta centralizada. Porto: Editora da Faculdade de Arquitetura do
Porto, 2001, p. 33.
21
Capela-mor da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, Capela-
-mor da matriz do Senhor do Bom Jesus do Monte Furquim, Capela-mor
da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, e Igreja da Gloria do Seminário de
Mariana.
ENTRE TRAÇAS, DIBUJOS E RISCOS: JOSÉ PEREIRA AROUCA...
263
Figura 4: Fonte: Vista da Capela-mor da Matriz do Senhor do Bom Jesus do
Monte de Furquim/MG
Foto: Acervo da autora
264
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
Capítulo 17
1
BETTENDORFF, João Filipe. Crônica da Missão dos padres da Companhia e Jesus
no Estado do Maranhão. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010, p.
LXVIII.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
2
Sobre a colonização francesa ler os religiosos Claude d’Abbeville que esteve
no Maranhão nos primeiros quatro meses e Yves d’Évreux que permaneceu
por volta de dois anos e escreverem respectivamente: História da Missão dos
Padres Capuchinos na Ilha do Maranhão e Ação e Presença dos Portugueses na costa norte
do Brasil no séc. XVII ambos da Editora do Senado Federal, Brasília.
3
BRITO, Stella Regina Soares de. et al. Inventário Nacional de Bens Móveis e Inte-
grados: a Experiência do Maranhão. São Luís: Instituto do Patrimônio Históri-
co e Artístico Nacional (IPHAN)/3ªSR, 2000, p.15.
4
SILVA FILHO, Olavo Pereira da. Arquitetura Luso-Brasileira no Maranhão. Pro-
jeto Documenta Maranhão 97. Belo Horizonte: Formato, 1998, 2ª ed., p.17.
5
SILVA FILHO. Arquitetura Luso-Brasileira no Maranhão, op. cit., p. 139.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
6
Para maiores informações sobre a invasão e expulsão holandesa ver: BET-
TENDORFF. Crônicas da Missão dos padres da Companhia e Jesus no Estado do
Maranhão, op. cit., p. 69-72.
7
BRITO. Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados: a Experiência do Mara-
nhão, op. cit., p.25.
8
PAULA E SILVA, Francisco de. Apontamentos para a História Eclesiástica do
Maranhão. Bahia: Typographia de São Francisco, 1922, p. 18.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
9
Cita: MORAES, Padre José de. História da Companhia de Jesus na extinta Provín-
cia do Pará e Maranhão e Pará. Rio de Janeiro: Typographia do Commercio, de
Brito & Braga, 1860, p. 110-111.
10
PAULA E SILVA. Apontamentos para a História Eclesiástica do Maranhão, op.
cit., p. 25.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
11
BETTENDORFF. Crônica da Missão dos padres da Companhia e Jesus no Estado
do Maranhão, op. cit., p. XLIII – XLIV.
12
BETTENDORFF. Crônica da Missão dos padres da Companhia e Jesus no Estado
do Maranhão, op. cit., p. L.
13
BRITO. Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados: a Experiência do Mara-
nhão, op. cit., p.36.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
14
PACHECO, D. Felipe Conduru. História Eclesiástica do Maranhão. São Luís:
Departamento de Cultura do Estado, 1969, p.11.
15
BETTENDORFF. Crônica da Missão dos padres da Companhia e Jesus no Estado
do Maranhão, op. cit., Livro I, Cap. III, p.9.
16
PACHECO. História Eclesiástica do Maranhão, op. cit., p.12.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
nova igreja dos Jesuítas com ajuda dos índios Guajajaras, localizada
próximo à ala do corredor sul do Colégio, com inauguração solene em
1699. O próprio padre realizou o debuxo para a fachada e retábulo do
altar-mor. Em suas Crônicas, Bettendorff apresenta detalhes sobre as
obras da nova igreja:
Muitos anos haviam que me acompanhavam
grandes desejos de fabricar um belo templo
novo à Virgem Senhora Nossa da Luz, padroeira
do Colégio e de toda à Missão do Maranhão,
para esse fim, sendo Superior da primeira vez,
mandei ajuntar, pedras, cal, madeira em grande
quantidade [...], deputei também os índios
Guajajaras da aldeia de Mareú, que sua Majestade
tinha concedido ao Colégio. 17
17
BETTENDORFF. Crônica dos padres da Companhia de Jesus no Estado do Mara-
nhão, op. cit., p.501-502.
18
LIMA, Carlos de; MEIRELES, Mário; BOGÉA, Kátia Santos. Palácio arquie-
piscopal: 100 anos de história. op. cit., p.62.
19
BOGÉA, Kátia Santos; RIBEIRO, Emanuela Sousa; BRITO, Stella Regina
Soares de. Arquitetura e arte religiosa no Maranhão. São Luís: 3ª Superintendência
regional - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),
2008, p. 82.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
20
PAULA E SILVA. Apontamentos para a História Eclesiástica do Maranhão, op.
cit., p. 135.
21
LIMA, Carlos de; MEIRELES, Mário; BOGÉA, Kátia Santos. Palácio arquie-
piscopal: 100 anos de história, op. cit., p. 20.
22
LIMA, Carlos de; MEIRELES, Mário; BOGÉA, Kátia Santos. Palácio arquie-
piscopal: 100 anos de história, op. cit., p. 22.
23
BÓGEA, Kátia; BRITO, Stela; RIBEIRO, Emanuela. Olhos da alma: Escola
maranhense de imaginária. São Luís do Maranhão: s.e., 2002, p.26
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
24
LEITE, Serafim. Artes e Ofícios dos Jesuítas no Brasil: 1549-1760. Lisboa/Rio
de Janeiro: Broteria Livros de Portugal, 1953, p.20.
25
O padre João Filipe Bettendorff era natural de Luxemburgo, chegou ao
Maranhão no ano de 1661. Viveu entre o Maranhão e o Pará durante trinta e
sete anos.
26
PACHECO. História Eclesiástica do Maranhão, op. cit., p.12.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
27
LIMA, Carlos de; MEIRELES, Mário; BOGÉA, Kátia Santos. Palácio arquie-
piscopal: 100 anos de história. op. cit., p.52.
28
BETTENDORFF. Crônica dos padres da Companhia de Jesus no Estado do Mara-
nhão, op. cit., p.507.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
29
Benedito Lima de Toledo é arquiteto e historiador. Professor da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU.
30
TOLEDO, Benedito Lima de. Do século XVI ao início do século XIX: ma-
neirismo, barroco e rococó. In: ZANINI, Walter (Org.). História geral da arte no
Brasil. São Paulo: Instituto Walter Moreira Sales, 1983, p.177.
31
TOLEDO. Do século XVI ao início do século XIX: maneirismo, barroco e
rococó, op. cit., p.180.
32
Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sigla utilizada de
1946 à 1970.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
A. B.
33
PESSÔA, José. (Org.). Lucio Costa: Documentos de trabalho. Rio de Janeiro:
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1999, p.142.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
C. D.
Figura 1:
A – Catedral de São Luís do Maranhão. Litografia de 1856, de Friederich
Hagerdorn . Impressa em Paris por Bernard Lemercier.
Fonte: Arquivo Digital da Biblioteca de Portugal.
B e C – Palácio Episcopal e Catedral da Sé. Foto de Gaudêncio Cunha, 1908.
Reprodução a partir do original feito pelas autoras.
Fonte: Museu Histórico e Artístico do Maranhão – MHAM.
D – Vista da Catedral da Sé e Palácio Episcopal. Início do séc.XX.
Fonte: Biblioteca Digital do IBGE, s.d.
34
Em Arte e arquitetura religiosa no Maranhão, as autoras apresentam a informa-
ção da retirada do provável lugar onde estava o Brasão da Ordem em subs-
tituição ao Brasão da Coroa Imperial a partir de informações presentes em
LEMERCIER, J. M. Apontamentos históricos sobre a criação, administração,
melhoramentos materiais da Sé, Catedral do Maranhão. Revista de Geografia e
História, n. 1, Ano II, nov. de 1948.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
35
Jornal O Eclesiástico, de 04 de Junho de 1862, ano X, n. 233.
36
BOGÉA; RIBEIRO; BRITO. Arquitetura e arte religiosa no Maranhão, op. cit.,
p.84.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
279
E. F.
Figura 2:
E – Interior da Catedral da Sé atualmente, com vista parcial da nave central e
capela-mor.
Foto das autoras.
F – Interior da Catedral da Sé em 1908, com vista parcial da nave central e
capela-mor. Reprodução fotográfica do original de Gaudêncio Cunha feita
pelas autoras.
Fonte: Museu Histórico e Artístico do Maranhão – MHAM.
37
PAULA E SILVA. Apontamentos para a História Eclesiástica do Maranhão, op.
cit., p.408-409.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
38
PAULA E SILVA. Apontamentos para a História Eclesiástica do Maranhão, op.
cit. p.332.
39
PAULA E SILVA. Apontamentos para a História Eclesiástica do Maranhão, op.
cit. p.333.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
281
G.
H.
Figura 3:
G – Detalhe da pintura do forro da capela-mor realizada pelo artista João de
Deus em 1927.
Foto das autoras.
H – Reprodução fotográfica de original feita pelas autoras a partir de fotos de
Gaudêncio Cunha, 1908. Detalhe que mostra a pintura original realizada pelos
jesuítas.
Fonte: Museu Histórico e Artístico do Maranhão - MHAM.
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
40
BRITO. Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados: a Experiência do Mara-
nhão, op. cit., p.56.
41
Consultado no IPHAN do Maranhão.
IGREJA NOSSA SENHORA DA VITÓRIA DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO...
I. J.
Figura 4:
I – Retábulo atualmente após sucessivos processos de restauro.
Foto das autoras.
J – Retábulo em processo de remoção de tinta azul entre os anos de 1993 e
1996.
Fonte: Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão - MAVAM.
283
Retornando a questão do tombamento do retábulo, Lúcio
Costa afirma que essa ação, poderia retratar o dano causado à memória
dos jesuítas. Com essa consideração, podemos inferir que talvez o
arquiteto tenha feito uma crítica a pintura feita por João de Deus em
1927 na capela-mor, ou que o mesmo, na mesma época, tenha feito
as intervenções em azul no retábulo. “A limitação do tombamento ao
retábulo com as respectivas imagens – peças jesuítas contemporânea do
antigo colégio – pareceu-me desejável como desagravo à memória dos
padres cuja obra foi profanada, em 1927”.42
Considerações finais
42
PESSÔA, José. (Org.). Lucio Costa: Documentos de trabalho, p.142
MARÍLIA MARTHA FRANÇA SOUSA
REGIANE APARECIDA CAIRE SILVA
Capítulo 18
Introdução1
1
Artigo produzido a partir da comunicação apresentada no congresso, A cons-
trução da fantasia: Arquitetura, escultura, talha e pintura na ordenação do espaço sagrado
tridentino, realizado em novembro de 2015, em Ouro Preto, Minas Gerais.
2
Ver mais em: MORAIS, Renata Nogueira Gomes de. A compreensão de Filipe
Nunes acerca da pintura e dos seus elementos “técnico-científicos” no tratado Arte da Pintu-
ra, Symmetria e Perspectiva, Lisboa, 1615. 2014. 226 f. Dissertação (Mestrado em
História) – Faculdade de Ciências Humanas, UFMG, Belo Horizonte.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
3
VENTURA. Leontina. Estudo Introdutório. In: NUNES, Philippe. Arte da
Pintura e Symmetria, e Perspectiva. Porto: Editorial Paisagem, 1982, p. 11. Pela
citação existente no livro de Ventura, observa-se claramente que ela retirou
essa informação do livro de José da Cunha Taborda, Regras da Pintura, de
1815. TABORDA, José da Cunha. Regras da Pintura. Lisboa: Impressão Régia,
1815. p. 183.
4
VENTURA. Estudo Introdutório, p. 11. loc.cit.
5
GOMES, Paulo Jorge Pedrosa Santos. Arte Poética: um tratado maneirista
de métrica. 1996. 203f. Dissertação (Mestrado em Literatura) – Faculdade de
Letras, UC, Coimbra, Portugal, p. 7.
6
Livro das Profissões do Convento de São Domingos de Lisboa [1516-1599].
In: Cartório Dominicano Português, Século XVI. Porto, Arquivo Histórico Domi-
nicano, fasc. 5., 1974, pp. 69B-70A.
7
VENTURA. Estudo Introdutório, p. 12.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
para essa decisão. Em primeiro lugar, afirma-se que ele, seguindo uma
atitude comum em sua época, teria deixado sua vida para encontrar
a felicidade e se purificar; em segundo, para fugir do preconceito das
profissões mecânicas e do trabalho manual – que ainda eram vistos
negativamente naquela sociedade. Em terceiro lugar, está no fato de ser
pintor e a arte no seu tempo ser pouco valorizada, o que o levou a
preferir a vida monástica. A quarta e última hipótese8 coloca Nunes na
esteira dos homens de sua época, os quais rejeitaram o mundo secular
em razão das angústias geradas pelas crises econômica e social do fim
do século XVI, em outras palavras: o claustro poderia ser uma solução
para a busca de melhores condições de vida e de estudo.
Além das possibilidades que o levaram a ingressar na vida
monástica, é importante destacar as posições ocupadas por ele dentro
da Ordem Dominicana nos primeiros anos, demonstrando sua atuação
religiosa e dedicação. Embora alguns detalhes sobre sua trajetória
como religioso sejam uma incógnita para os estudiosos, é possível
ter informação sobre as posições ocupadas pelo tratadista português
na Ordem Dominicana. Ao longo de sua trajetória como professor,
Filipe Nunes estará presente em algumas funções como: Subdiácono, 287
Diácono, Presbítero ou Sacerdote9.
Dadas as referidas dificuldades documentais, não é possível
ter precisão em relação à sua data de nascimento e morte. Por essa
razão, observa-se a existência de versões que discutem o assunto.
Considerando isso, Paulo Jorge Pedrosa Santos Gomes10 apresenta
a possibilidade de ter nascido por volta de 1571, afirmativa feita em
função de o mesmo historiador considerar que Nunes teria ingressado
na Ordem dos Pregadores Dominicanos por volta de seus vinte anos
de idade, isto é, no ano de 1591. Corroborando a hipótese de Pedrosa
Santos Gomes, o estudioso francês Emmanuel Bénezit11, em seu
Dictionnaire Critique et Documentaire des Peintres, Sculpteurs (1960),
registra que Nunes nasceu antes de 1575. De qualquer forma, pode-se
8
Cf. BENASSAR, Bartolomé. Valladolid au Siécle d’or. Paris: Mouton, 1967.
9
VILLALTA, Luiz Carlos. A Igreja, a sociedade e o clero In: História de Mi-
nas Gerais: As Minas Setecentistas. Belo Horizonte: Autêntica/Companhia do
Tempo, 2007, 2º ed., v.2, p. 25-57.
10
GOMES. Arte Poética: um tratado maneirista de métrica, p. 6.
11
BÉNEZIT, Emmanuel. Dictionnaire Critique et Documentaire des Peintres, Sculp-
teures. Paris: Grund, 1960, v. 6., p. 393b.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
12
Diferentemente de Nunes, Holanda é visto como autor de uma pintura,
pois o historiador Joaquim de Vasconcelos aventa que a tabuinh1a Nossa Se-
nhora de Belém, presente no Museu Nacional de Arte Antiga, é de sua autoria.
SERRÃO, Vítor. A pintura Maneirista em Portugal. Lisboa: Presença, 1991, 2º
ed., p. 23.
13
VENTURA. Estudo Introdutório, p. 12.
14
GOMES. Arte Poética: um tratado maneirista de métrica, p. 12.
15
CHAGAS, Filipe das. Arte Poética, e da pintura, e symmetria, com princípios da pers-
pectiva. Composta por Philippe Nunes. Lisboa: Pedro Craesbeek, 1615. Nesta
referência encontra-se anexada a versão do Arte Poética, o que não ocorre com
a segunda edição do tratado, publicado em 1767. Infelizmente não tivemos
acesso à edição completa de 1615, pois a versão disponível daquele período é
o fac-símile reproduzido por Leontina Ventura. Até é possível termos acesso
ao documento na Biblioteca Nacional de Portugal, porém, este ainda não se
encontra digitalizado, diferentemente da versão de 1767 que está disponível
em:< http://purl.pt/777>. Acesso em: 20 Abr 2011.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
16
GOMES. Arte Poética: um tratado maneirista de métrica, loc.cit.
17
GOMES. Arte Poética: um tratado maneirista de métrica, p. 9.
18
GOMES. Arte Poética: um tratado maneirista de métrica, p. 16.
19
VENTURA. Estudo Introdutório, p. 16.
20
MARCHESE. Memorie dei piu illustri architetti, pittori ed scultori domenicani. Bo-
lonia, 4ª ed, 1878. Observa-se que Ventura não traz mais informações sobre
quem teria sido Marchese, no entanto, a historiadora portuguesa traz fontes
que subsidiam nosso entendimento sobre o olhar dos dominicanos para a
arte e para o conhecimento. Ver em: VENTURA. Estudo Introdutório, p. 16.
MARCHESE. Memorie dei piu illustri architetti, pittori ed scultori domenicani.
21
VENTURA. Estudo Introdutório, p. 15.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
uma vez que teria sido no ingresso com a Ordem Dominicana que e o
mesmo produziu as suas outras obras religiosas22.
Sendo assim, nas linhas anteriores procurou-se referenciar
seus dados biográficos, bem como sua trajetória monástica. Além do
mais, discutiu-se sobre a formação, item essencial para compreender
sua relação com a perspectiva.
22
Ver: CHAGAS, Fillipe das. Um Modo Breve de Meditação da Paixão, re-
partidas pelos dias da semana. In: CALVO, Pedro. Paraphrasis do Psalmo Beati
Immaculati in Via 118. Lisboa: João Rodrigues, 1633. Disponível em: <http://
catalogo.bnportugal.pt/ipac20/ipac.jsp?session=1J735V2386625.704132&p
rofile=bn&source=~!bnp &view=subscriptionsummary&uri=full=3100024
~!439106~!6&ri=1&aspect=subtab96&menu=tab20&ipp=20&spp =20&st
affonly=&term=Filipe+das+Chagas&index=.AW&uindex=&aspect=subta
b96&menu=search&ri=1>. Acesso em: 12 de dezembro de 2012.
23
NUNES. Arte da Pintura e Symmetria, e Perspectiva, 1982, p. 69.
24
NUNES. Arte da Pintura e Symmetria, e Perspectiva, p. 69-77.
25
NUNES. Arte da Pintura e Symmetria, e Perspectiva, p.77-100.
26
NUNES. Arte da Pintura e Symmetria, e Perspectiva, p. 101-139.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
291
292
27
PEREIRA, José Fernandes; PEREIRA, Paulo. (Org.). Dicionário de Arte Bar-
roca. Lisboa: Presença, 1989.
28
HOLANDA, Francisco. Da Pintura Antiga. Porto: Renascença Portuguesa,
1918.
29
LEITÃO, Henrique; MELLO, Magno Moraes. A pintura barroca e a cul-
tura matemática dos Jesuítas: O Tractado de Prospectiva de Inácio Vieira, S.J
(1715). Revista de História de Arte, Lisboa, v. 1, 2005. p. 97-96. Disponível em:
<http://iha.fcsh.unl.pt/uploads/RHA_1_4.pdf>. Acesso em: 3 set. 2011.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
30
ROCASSECA, Pierro. Della Prospettiva Pratica Alla Prospettiva Matemati-
ca. In: MELLO, Magno Moraes (Org.). Ars, Techné, Technica: a fundamentação
da teórica e cultural da perspectiva. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2009, p.
130.
31
Sobre o tratado de Viator em Portugal, ver mais em: CASIMIRO, Luis Al-
berto. A mobilidade dos pintores como factor de desenvolvimento do saber
científico e artístico. In: COLÓQUIO DE HISTÓRIA DA ARTE, 7, 2006,
Porto. Artistas e Artífices e sua mobilidade no mundo de expressão portuguesa. Porto:
Faculdade de Letras do Porto, 2007. p. 265-277. Disponível em: < http://ler.
letras.up.pt/uploads/ficheiros/6150.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2012.
32
CASIMIRO, Luís Alberto. A mobilidade dos pintores como factor de de-
senvolvimento do saber científico e artístico, p. 267.
33
FERREIRA. José Manoel Simões. História da teoria da arquitectura no Ocidente:
de forma resumida e como guião para o seu estudo mais aprofundado. Lisboa:
Vega, 2010, p. 52.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
34
LEITÃO, Henrique; MELLO, Magno Moraes. A pintura barroca e a cul-
tura matemática dos Jesuítas: O Tractado de Prospectiva de Inácio Vieira, S.J
(1715), p. 108-109.
35
BÁRBARO. Daniel. La pratica Della Perspecttiva [...]. Veneza: Camillo & Ruti-
lio Borgominieri Fratelli, 1569. p. 6. Esse tratado versaria sobre a perspectiva
e definiria questões referentes à sua aplicação. Daniel Bárbaro foi um italiano
interessado na cultura humanista e preocupado com as questões da perspec-
tiva e também defenderia a ideia da ciência da pintura, assim como Leonardo
da Vinci.
36
EUCLIDES. La perspectiva e especularia de Euclides. Tradução: Pedro Ambrósio
Orderiz. Madrid: Alonso Gomes, 1585.
37
A tradução utilizada neste trabalho foi esta: DURERO, Alberto. Della sim-
metria delli corpi humani: Tradução: Paolo Galucci Salodiano. Veneza: Roberto
Meietti, 1594. Durer foi um pintor, teórico da arte, ilustrador. Suas gravuras
circulariam em toda Europa e seu posicionamento era aquele que viria a pin-
tura como ciência, tanto que abordou a perspectiva e a simetria.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
italiana) escrita por volta de 1528 pelo pintor alemão Albrecht Durer
(1471-1528); De Varia Commensuración para la Esculptura y Architectura,38
publicada em 1585, pelo escultor espanhol Juan D’Arfe (1535-1603);
Il Dieci livri dell’ architetura [...],39 tradução italiana com comentários
de Daniel Bárbaro do texto do arquiteto romano Vitrúvio (90 a.C. -
20 a.C.); e, por fim, o La pratica Della Perspecitiva40 (Veneza, 1569), do
tratadista Daniel Bárbaro, cujo texto foi usado por Nunes em seu tratado
tanto no entendimento da perspectiva como da simetria. Embora
o Dominicano não os tenha citado, observa-se que outros textos
trataram sobre as proporções humanas, como aquele do matemático
italiano Luca Paciolli (1445-1517),41 que escreveu em torno de 1495-
1496, o Da Divina Proportione,42 ou o do espanhol Diego de Sagredo
(1490-1528), o qual escreveu Medidas Del Romano,43 em 1526. Assim,
o vulto de circulação de livros e manuscritos ocorridos em Portugal
no fim do século XVI e apontados no estudo do historiador Gomes
de Brito,44 pode justificar o acesso das fontes referenciadas em Arte da
Pintura.
296
Além do interesse de Filipe Nunes pela perspectiva, justificar-
se grande produção de tratados científicos/artístico do Seiscentos,
é relevante destacar o ambiente científico em que o português
38
D’ARFE, Juan. De Varia Commensuración para la Esculptura y Architectura. Se-
vilha: Andrea Pescioni Y Juan Leon, 1585. D’Arfe foi famoso por escrever
obras sobre esculturas e defender as técnicas destas.
39
VITRUVIO. Il Dieci livri dell’ architetura. Tradução: Monsenhor Daniel Bár-
baro. Veneza: Francesco De Francischi Scenefe e Giovanno Chrieger, 1567.
Aventa-se que tenha sido este exemplar que Filipe Nunes tenha tido contato,
pois, conforme Rafael Moreira, ele teria sido bastante difundido em Portu-
gal. MOREIRA, Rafael. A mais antiga tradução europeia de Vitrúvio Pedro
Nunes 1537-1541. In: MOREIRA, Rafael; RODRIGUES, Ana Duarte (og.)
Tratados de arte em Portugal. Lisboa: Scribe. 2011. p. 53.
40
BÁRBARO. Daniel. La pratica Della Perspecttiva [...] Veneza: Camillo & Ruti-
lio Borgominieri Fratelli, 1569.
41
Luca Paciolli teria sido um religioso preocupado em estudar questões mate-
máticas e sistematizá-las no tratado.
42
PACIOLI, Luca. La divina proporción. Madrid: Ediciones Akal, 1991.
43
SAGREDO, Diego de. Medidas del Romano: necessarias a los oficiales que
quieren seguir las formaciones de la Basas, Colunas, Capiteles y otras piecas de
los edificios antiguos. Toledos: En casa de Ramon de Petras, 1526.
44
BRITO, Gomes. Notícias de impressos e livreiros em Lisboa na segunda metade do
século XVI. Lisboa: Imprensa Libanio da Silva, 1911.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
45
THUILLIER, Pierre de. Arquimedes a Einstein – a fase oculta da invenção
científica. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
46
LEITÃO, Henrique; MELLO, Magno Moraes. A pintura barroca e a cul-
tura matemática dos Jesuítas: O Tractado de Prospectiva de Inácio Vieira, S.J
(1715), p.114-115.
47
LEITÃO, Henrique; MELLO, Magno Moraes. A pintura barroca e a cul-
tura matemática dos Jesuítas: O Tractado de Prospectiva de Inácio Vieira, S.J
(1715), p.114.
48
BALDINI, Ugo. L’Insegnamento della Matemática nell Collegio di S. Antão
a Lisbona 1590-1640. In: GONÇALVES, Nuno da Silva. (Org). A Companhia
de Jesus e a Missionação no Oriente. Lisboa: Fundação Oriente, 2000, p 234-310.
49
MOREIRA. A mais antiga tradução europeia de Vitrúvio Pedro Nunes em 1537-
1541, p. 60.
50
LEITÃO, Henrique. Sphaera Mundi: A Ciência na Aula Esfera. Lisboa: Catá-
logo da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), 2008.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
51
Lembramos que a pesquisadora Marília Azambuja de Ribeiro publicou no
ano de 2013 um artigo sobre a literatura artística nos colégios jesuíticos de
Lisboa. Ver em: RIBEIRO, Marília Azambuja de. Literatura artística nos co-
légios jesuíticos de Lisboa Santo Antão e São Roque. In: Varia História, Belo
Horizonte, v. 29, n. 50, p.421-433, maio/agosto de 2013.
52
CARVALHO, Rômulo de. O uso da língua latina na redação dos textos
científicos portugueses. In: Memórias da Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa:
Academia das Ciências de Lisboa, 1988.
53
ALMEIDA, Antônio Marque de. Saberes e práticas de Ciência no Portugal
dos descobrimentos. In: TENGARRINHA. João (Org.). História de Portugal.
Bauru: Edusc, 2000, p. 81.
54
TAVARES, Pedro Vilas Boas. Domingos Peres: professor de matemática
da Princesa Maria de Portugal, na fundação de um beatério bracarense. In:
D. MARIA DE PORTUGAL, Princesa de Parma (1565-1577) e seu tempo: As
relações entre Portugal e Itália na segunda metade dos Quinhentos. Porto:
Edições Afrontamento, 1999, p. 24.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
55
DIAS, Luís Fernando de Carvalho. Algumas cartas do Doutor Antônio
Ribeiros dos Santos. Revista Portuguesa de História, Coimbra, v.14, 1974, p. 455.
56
Apesar da citação acima ser importante, a historiadora Leontina Ventura
não fornece informação da referência completa, pois apenas coloca o nome
“Pidal”. Esta citação encontra-se na: VENTURA, Leontina. Estudo Introdu-
tório, p. 17.
57
PEREIRA, José Fernandes. De artesão a Artista. In: MOREIRA; RODRI-
GUES (Org.). Tratados de arte em Portugal, p. 89.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
58
SENNET, Richard. O Artífice. Tradução: Clóvis Marques. Rio de Janeiro:
Record, 2009, p. 99.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
59
Cf. SALDANHA, Nuno (Org.). Poéticas da imagem. Lisboa: Editorial Cami-
nho, 1995, p. 95.
60
GRAYSON, Cecil. Introdução. In: ALBERTI, Leon Battista. Da Pintura,
1436. Edição traduzida por Antônio da Silveira Mendonça. Campinas: UNI-
CAMP, 2009, p. 14.
61
DA VINCI, Leonardo. In: Anotações de Leonardo de Da Vinci por ele mesmo.
Tradução Marcos Malvezzi Leal e Martha Malvezzi Leal. São Paulo: Mandras,
2004, 107p.
62
NUNES. Arte da pintura, Symmetria e perspectiva, p. 76.
FILIPE NUNES: UM ESTUDIOSO DA PERSPECTIVA NO SEISCENTOS PORTUGUÊS
Conclusão
63
Este diz respeito por tudo aquilo que absorve sendo como plágio, obras de
arte.
RENATA NOGUEIRA GOMES DE MORAIS
304
ANDREA POZZO S.J. ED IL CORRIDOIO AL GESÙ: PITTURA O ARCHITETTURA?
Capítulo 19
Rita Binaghi
1
Si tratta di un ambiente <<trapezoidale largo circa quattro metri, lungo sul
lato minore quindici e cinquanta e su quello maggiore diciotto metri, l’altezza
all’imposta della volta circa tre metri e cinquanta>> (FASOLO. Marco. La pa-
rete di fondo della Galleria di Sant’Ignazio alla Casa professa del Gesù, in La costruzione
dell’Architettura illusoria. Roma: Gangemi, 1999, p. 83; FASOLO. Marco. La
Galleria di Sant’Ignazio alla Casa Professa del Gesù. Problema teorico circa la prospettiva
della parete di fondo. In: FARNETI, Fauzia; LENZI, Deanna (a cura di). L’Ar-
chitettura dell’Inganno. Quadraturismo e grande decorazione nella pittura di età barocca.
Firenze: Alinea, 2004, pp. 149-154.
2
E’ Pozzo stesso che consiglia ai suoi lettori di operare sempre attraverso un
modello grafico in cui siano riportate tutte le misure necessarie (POZZO,
Andrea. Perspectiva Pictorum et Architectorum, Pars secunda. Romae: Ex Typo-
graphia Jo. Jacobi Komarek Boemi prope SS. Vincentium et Anastasium in
Trivio, 1700, fig. 59).
RITA BINAGHI
3
BINAGHI, Rita. Istruire la mente e la mano secondo i precetti della Geometria: An-
drea Pozzo tra Trento, Milano e Mondovì, in SPIRITI, Andrea (a cura di), Andrea
Pozzo Atti del Convegno Internationale 17-19 Settembre 2009, Varese: Comu-
nità Montana Valli del Lario e del Ceresio, 2011, pp. 52-54.
4
Il maestro Maurizio De Luca, che ha operato il restauro dell’ambiente, ha
ipotizzato che Pozzo possa aver fatto aggiungere una nuova parete di ingres-
so, che ha portato all’esclusione della quinta finestra dall’ambiente origina-
rio, proprio per ottenere un invaso più favorevole per la quantificazione delle
misure nella redazione del Progetto (DE LUCA, Maurizio. Gli affreschi della
Galleria del Gesù a Roma. In: BATTISTI, Alberta (a cura di). Andrea Pozzo, Mi-
lano-Trento: Electa, 1996, p. 152; DE LUCA, Maurizio, Un Pozzo di sorprese,
in SALVIUCCI INSOLERA, Lydia. Andrea Pozzo e il Corridoio di S. Ignazio.
Roma: Artemide, 20014, pp. 155-158). Si veda anche FABRE, Pierre Antoine,
Un sanctuaire romain à l’âge baroque. Recherches sur le système du corridor d’entrée aux
“Stanzette” d’Ignace de Loyola, peint par Jacques Courtois et Andrea Pozzo (1640-
1688), in SCHÜTZE, Sebastian (a cura di). Estetica barocca. Roma: Campisano,
2004, pp. 361-377.
5
E’ erroneo pensare che Pozzo sia intervenuto in modo sostanziale sulla
struttura architettonica della chiesa, perfettamente portata a termine dall’ar-
chitetto Giovenale Boetto, in base a precise esigenze tecniche. La sua abilità fu
quella di rivestire i membri architettonici, senza però metterli in discussione,
con un decoro funzionale all’effetto cercato: muovere gli animi attraverso lo
strumento dello stupore. Si veda PFEIFFER, Heinrich W. S.J. (a cura di). An-
drea Pozzo a Mondovì. Milano: Jaca Book, 2010.
ANDREA POZZO S.J. ED IL CORRIDOIO AL GESÙ: PITTURA O ARCHITETTURA?
6
Anche la successiva cupola, dipinta su tela ed inserita nella romana chiesa del
Gesù, pur essendo un intervento prettamente architettonico, perché simula 307
una cupola reale, priva di decori fantastici, non muta tuttavia il percepito di
tutta l’architettura nel suo insieme.
7
Risale al 1996, ad opera di Daniela Gallavotti Cavallero, il riconoscimento
dell’importanza del Corridoio nello studio del passaggio dal quadraturismo
di matrice rinascimentale agli affreschi in quadratura, realizzati con tecnica
anamorfica, tipicamente barocchi. La studiosa sottolinea l’avvenuto supera-
mento del quadraturismo di matrice bolognese e suggerisce la nascita di un
nuovo spazio pittorico che molto deve alla anamorfosi ed agli studi, su tale
argomento, dei minimi F. Niceron ed E. Maignan e del gesuita A. Kircher
(GALLAVOTTI CAVALLERO, Daniela. Gli esordi pittorici a Roma: il corridoio
del Gesù e la cappella della Vigna. In: DE FEO, Vittorio, MARTINELLI, Vin-
cenzo (a cura di). Andrea Pozzo. Milano: Electa, 1996, pp. 42-53). In tempi
più recenti il discorso è stato ripreso ed ampliato da Filippo Camerota (CA-
MEROTA, Filippo. Il teatro delle Idee: prospettiva e scienze matematiche nel Seicento.
In: BOESEL, Richard, SALVIUCCI INSOLERA, Lydia (cura di). Mirabili
Disinganni. Andrea Pozzo (Trento 1642-Vienna 1709). Pittore e Architetto Gesuita.
Roma: Artemide, 2010, pp. 26-36. Per un’analisi scientifica, che ricostruisce i
metodi grafici utilizzati nel costrutto pittorico, si veda il fondamentale studio
di Riccardo Migliari (MIGLIARI, Riccardo. Geometria e mistero nelle prospettive di
Fratel Pozzo, in La costruzione dell’architettura illusoria, op. cit., pp. 71-81) con gli
approfondimenti geometrici di Marco Fasolo (cf. supra nota 1) ed infine la tesi
di laurea di TOMA, Marcello. La rappresentazione anamorfotica. Dai divertimenti
prospettici di Jean François Niceron agli affreschi di Andrea Pozzo nella casa Professa del
Gesù in Roma, Facoltà di Architettura di Firenze, anno accademico 1985-1986,
relatore Prof. ATERINI, Aterino, correlatori Prof. MORELLI, Gianfranco,
Arch. SINISGALLI, Rocco. Per un approfondimento del solo discorso sto-
rico-artistico SALVIUCCI INSOLERA, Lydia. Andrea Pozzo ed il Corridoio di
S. Ignazio, op. cit..
RITA BINAGHI
308
Nel caso del Corridoio al Gesù, dato che le travi, nel reale, ri-
chiedono necessariamente supporti strutturali a sostegno, anche le pareti
sono ritmicamente suddivise da pilastri-lesene, che offrono alla decora-
8
CAMEROTA, Filippo. La prospettiva del Rinascimento. Arte, Architettura e Scien-
za. Milano: Electa, 2006, pp. 249-252.
ANDREA POZZO S.J. ED IL CORRIDOIO AL GESÙ: PITTURA O ARCHITETTURA?
309
9
Il maestro Maurizio de Luca ci informa che le fasce marmoree perimetrali
in bardiglio furono inserite in un intervento attuato nel corso del XIX secolo
che <<taglia e preclude l’effetto voluto da Pozzo>> (DE LUCA, Maurizio.
Tecniche di trasposizione nei dipinti murali, in La costruzione dell’architettura illusoria,
op. cit., p. 51).
RITA BINAGHI
10
CAMEROTA, Filippo. La Prospettiva del Rinascimento, op. cit., pp. 196-209;
BINAGHI, Rita, <<E quadratura trovasi esser detto all’Arte di dipingere prospettive,
cioè di dipingere quadratura, che par voce non molto propria>> Filippo Baldinucci. In:
BERTOCCI, Stefano; FARNETI, Fauzia (a cura di). Prospettiva, Colore e Luce
nell’illusionismo architettonico: Quadraturismo e grande decorazione nella pittura
di età barocca. In: Atti del Convegno Internazionale Firenze-Montepulciano
9-11 Giugno 2011, Firenze: Alinea, 2015, pp. 195-203.
ANDREA POZZO S.J. ED IL CORRIDOIO AL GESÙ: PITTURA O ARCHITETTURA?
11
MIGLIARI. Geometria e mistero nelle prospettive di Fratel Pozzo, op. cit, p. 76;
FASOLO. La parete di fondo della Galleria di Sant’Ignazio alla Casa Professa del
Gesù, op. cit., pp. 86-90.
RITA BINAGHI
12
Cf. DE ROSA, Agostino (a cura di). Jean Françoise Niceron: Prospettiva, catottri-
ca e magia artificiale. Roma: Aracne, 2013 e la bibliografia ivi riportata.
13
POZZO, Andrea. Perspectiva pictorum et architectorum. Roma: G.G. Komarek,
1693, Pars Prima, Tav. 100. Nella seconda edizione (1702), dopo questa spie-
gazione sui modi operativi utilizzati, è riportato un riferimento diretto al Cor-
ridoio.
ANDREA POZZO S.J. ED IL CORRIDOIO AL GESÙ: PITTURA O ARCHITETTURA?
14
L’utilizzo di chiodi nella superficie da decorare è confermata anche nella
chiesa della Missione in Mondovì, dove sono stati ritrovati gli originali, nel
corso degli ultimi restauri (MORO, Laura; CANAVESIO, Walter. I Restauri.
In: PFEIFFER, Andrea Pozzo a Mondovì, op. cit., p. 216.
15
Cigoli mette in guardia dall’uso di fili, soprattutto per distanze ampie, perché
questi tendono a spanciare e suggerisce l’intervento di congegni meccanici
come quello da lui inventato. CAMEROTA, La prospettiva del Rinascimento, op.
cit., pp. 190-195; CAMEROTA, Filippo. Il Teatro delle idee: prospettiva e scienze
matematiche nel Seicento, e Scheda 04.04. In: BOESEL, Richard, SALVIUCCI
INSOLERA, Lydia (a cura di). Mirabili Disinganni, op. cit., p. 32; p. 151; CA-
SALE, Andrea. Strumenti prospettici in La costruzione dell’architettura illusoria, op.
cit., pp. 93-104.
RITA BINAGHI
16
Sulla formazione scolastica e professionale di Pozzo e per un primo accen-
no sulle due personalità più incisive negli anni di scuola, cioè il pittore-qua-
draturista J. Bartenschlager ed il docente di matematica W. Weilhamer si veda
BINAGHI. Istruire la mente e la mano secondo i precetti della geometria: Andrea Pozzo
tra Trento Milano e Mondovì, op. cit., pp. 61-65.
17
SALVIUCCI INSOLERA, Lydia. La “colorita prospettiva”: nuovi contributi su
Andrea Pozzo pittore ad affresco a Roma alla luce della “Perspectiva Pictorum
et Architectorum” e di altre fonti. In: BOESEL, SALVIUCCI INSOLER (a
cura di). Mirabili disinganni, op. cit. p. 81
ANDREA POZZO S.J. ED IL CORRIDOIO AL GESÙ: PITTURA O ARCHITETTURA?
18
SALVIUCCI INSOLERA, Lydia. Il dipinto ritrovato dell’altare di S. Ignazio.
Nuovi contributi su Andrea Pozzo pittore di pale d’altare a Roma. In: BOESEL, Ri-
chard; SALVIUCCI INSOLERA, Lydia (a cura di). Artifizi della Metafora. Saggi
su Andrea Pozzo. Roma: Artemide, 2011, pp. 112-114.
19
CAMEROTA, La prospettiva del Rinascimento, op. cit., pp. 193-195.
20
MIGLIARI, Geometria e mistero nelle prospettive di Fratel Pozzo, op. cit., p. 77.
RITA BINAGHI
316
ARQUITETURA E CIDADE NA AMÉRICA HISPÂNICA...
Capítulo 20
A Cuzco pré-hispânica
1
HARDOY, Jorge enrique. Ciudades precolombinas. Buenos Aires: Ediciones
Infinito, 1999, p. 380.
2
VIÑUALES, Graciela María. El espacio urbano en el Cusco colonial: uso e orga-
nización de las estructuras simbólicas. Lima: Epígrafe Editores S.A., CEDO-
DAL, 2004, p. 16.
ARQUITETURA E CIDADE NA AMÉRICA HISPÂNICA...
3
Segundo os estudos de Alberto Nicolini, as plazas mayores contariam, comu-
mente, com estruturas religiosas ajustadas de lado para o ambiente liberto
das praças, ocupando toda a extensão de um dos flancos que encerrariam
os vastos recintos abertos – deixando, quando muito, um pequeno respiro à
frente da igreja (todavia, fora dos domínios da plaza). NICOLINI, Alberto.
La ciudad hispanoamericana, medieval, renacentista y americana. In: Atrio.
Revista de Historia del Arte. Sevilla: Universidad Pablo de Olavide, n. 10-11,
2005, p. 32.
RODRIGO ESPINHA BAETA
325
4
VIÑUALES. El espacio urbano en el Cusco colonial: uso e organización de las
estructuras simbólicas, op. cit., p. 13.
ARQUITETURA E CIDADE NA AMÉRICA HISPÂNICA...
5
NICOLINI. La ciudad hispanoamericana, medieval, renacentista y americana, op.
cit., p. 32.
RODRIGO ESPINHA BAETA
331
6
BUSCHIAZZO, Mario. Estudios de arquitectura colonial hispano americana. Bue-
nos Aires: Editorial Guillermo Kraft, 1944, p. 107.
ARQUITETURA E CIDADE NA AMÉRICA HISPÂNICA...
333
7
CHUECA GOITIA, Fernando. El Barroco hispánico y sus invariantes. In:
MINARDI, Vittorio (org.). Simposio internazionale sul Barocco Latino Americano.
Atti. Roma: Istituto Italo-Latino Americano, v. 1, p. 189-200, 1980, p. 196.
RODRIGO ESPINHA BAETA
336
Capítulo 21
1
Questo sistema viene chiamato camorcanna.
2
Caduta di porzioni di supporto dovute al distacco dell’intonaco dal tessuto
di canne; perdita di porzioni del supporto dovuta alla marcescenza del tessuto
di canne o al distacco dello stesso dalle centine lignee; macchie color ruggi-
ne dovute all’ossidazione degli elementi in ferro (chiodature, fili); alterazioni
cromatiche dovute ad infiltrazioni di acqua o al deposito particellare fino. Per
approfondimenti si rimanda a QUAGLIARINI, Enrico, D’ORAZIO, Marco.
Recupero e conservazione di volte in “camorcanna”. Firenze: Alinea Editrice, 2005.
SILVIO VAN RIEL
338
3
CARRARA, Francesca. Salviati e Serristori: le dimore a Firenze in età baroc-
ca, in BEVILACQUA, Mario, MADONNA, Maria Luisa (a cura di). Atlante
tematico del barocco italiano. Residenze nobiliari Stato Pontificio e Grandu-
cato di Toscana. Roma, De Luca editore, 2003, pp. 382-392.
4
FARNETI. Quadraturismo e grande decorazione nella Toscana granducale,
pp. 343-348.
PROBLEMI DI RESTAURO E DI CONSERVAZIONE DELLE ARCHITETTURE VIRTUALI
Anton Maria Serristori che diede avvio anche alla decorazione delle
nuove stanze del suo appartamento del piano nobile, in occasione del
matrimonio con Teresa Guadagni celebrato nel 1748. Ancora una volta
viene chiamato Anton Domenico Giarrè a ridefinire l’apparato decorativo
del salone del piano nobile di Antonio, che fa parte dell’ampliamento
seicentesco dell’edificio progettato da Pier Francesco Silvani, ritoccando
“la pittura dell’intonaco alla volta”, realizzata da Agnolo Gori e Cosimo
Ulivelli nel 1670, che aveva conferito una inconsueta monumentalità
all’ambiente. Dagli inventari del 1806 e 1812 si evince che nel salone si
aprivano “tre finestroni” e si trovavano “nove portiere di panno rosso”. Il
Giarrè dipinse anche “due porte e due finestre della suddetta camera” (fig.
2). Tutta la decorazione del salone tra il 1788 e il 1789 venne ‘restaurata’
da Giuseppe, figlio di Antonio Domenico Giarrè; questo intervento
fa parte di un ampio programma di ridecoro di diversi ambienti, cui
parteciparono Giuseppe Sorbolini, Pietro Rabbuiati, Gaspero Puccinelli,
Giuseppe Fabbrini, Gaspero Bargioni e Giuseppe Castagnoli che eseguì
una pittura di architettura nella camera di fronte alla cappella terrena.
Giuseppe prima, Castagnoli e Mulinelli poi, intervennero nelle stanze
dipinte in precedenza da Anton Domenico Giarrè. 339
uno stato di degrado che coinvolge l’intero edificio a causa della mancata
manutenzione e dell’abbandono. Nell’intento di un recupero formale
e stilistico delle pareti, nel 1897 il pittore Luigi Baldancoli, che dieci
anni prima aveva decorato la galleria d’arte e d’antiquariato di palazzo
Lenzi in piazza Ognissanti a Firenze, si impegnò a dipingere a tempera
le pareti “uguali alle esistenti”, la copertura voltata nel “medesimo stile
settecentesco” e le imposte del salone. Per ottenere questo risultato, dal
momento che sulle murature anche se compromesse e danneggiate,
erano ancora visibili brani di decorazione, venne effettuato il rilievo
fotografico dallo stesso Baldancoli con l’impiego di ponti lignei allestiti
dal muratore Enrico Cambi, lo stesso che alcuni anni dopo realizzò la
ricostruzione del salone assieme al falegname Demetrio Lumachi che si
occupò della carpenteria. Questa operazione si rese necessaria perché
l’intervento prevedeva la quasi completa ricostruzione della parete sul
giardino; il salone nelle sue forme tardo seicentesche, originale nel
panorama fiorentino contemporaneo, fu inaugurato con un ballo il 13
febbraio 1899.
L’apparecchiatura architettonica virtuale delle pareti denota
un impianto ancora settecentesco, nel colonnato ionico trabeato che 341
percorre le pareti e nella modalità di risolvere i sovrapporta enfatizzati
al centro dal tradizionale busto, molto in uso nelle sale fiorentine fin
dalla metà del Seicento; negli intercolunni si aprono nicchie in cui su alti
piedistalli trovano posto elementi figurativi, a fingere statue, che possono
essere ricondotti al repertorio del Giarrè, come le nereidi e le volute,
riscontrabili anche negli apparati decorativi da lui realizzati nelle sale
terrene dello stesso palazzo. Il colonnato che percorre le pareti denota la
perdita di quell’intento di profondità proprio degli ingannevoli costrutti
dipinti dal Giarrè nella prima metà del Settecento, come ben possiamo
cogliere ancora nelle sale terrene. Il disegno prospettico impegna tutte le
pareti della sala, coinvolgendo l’osservatore nell’illusione architettonica.
I colori impiegati sono quelli dei materiali dell’architettura reale; ogni
singolo elemento è descritto nel dettaglio, con le ombre generate;
l’ingannevole costrutto architettonico del secondo ordine delle pareti
e della volta, progettato interamente dal Baldancoli, trova i propri
riferimenti in ambito bibienesco e, pur dichiarando in modo evidente
la finzione, tiene conto delle aperture e degli elementi dell’architettura
reale del salone. Al di là delle aperture realizzate nella copertura voltata
SILVIO VAN RIEL
5
FERRARA, Miranda, QUINTERIO, Francesco. Michelozzo di Bartolomeo. Fi-
renze: Salimbeni, 1984; MAZZINI, Donata (a cura di). Villa Medici a Fiesole.
Leon Battista Alberti e il prototipo di villa rinascimentale. Firenze: Centro Di, 2004.
6
BANDINI, Angelo Maria. Lettere XII ad un amico nelle quali si ricerca, e si illustra
l’antica e moderna situazione della città di Fiesole e suoi contorni . Siena: Bindi 1800
(rist. anastatica Firenze: Libreria Chiari, 2003), pp 130-145 (132); BRUNORI,
Dionisio. L’eremo di S. Girolamo di Fiesole. Fiesole: Tip. Ernesto Rigacci, 1920;
CARBONE, Giunio. L’eremo di San Girolamo ora Villa Ricasoli sulla collina di
Fiesole: descrizione di Giunio Carbone, s.l., s.n., 1852
7
Il dominio è riferito in un rilievo del 1730, cf. FERRARA, Miranda, QUIN-
TERIO, Francesco 1984, pp. 307-308, nota 17.
8
Nel 1798 il complesso fu acquistato dal priore di Firenze dell’ordine di S.
Stefano, il cavalier Pietro Leopoldo Ricasoli; si rimanda a PASSERINI, Luigi.
Genealogia e storia della famiglia Ricasoli. Firenze: coi tipi di M. Cellini, 1861, pp
109-113(110).
PROBLEMI DI RESTAURO E DI CONSERVAZIONE DELLE ARCHITETTURE VIRTUALI
sdraiato, occupa l’asse centrale. Nello spessore della parete nord, che
corrisponde alla controfacciata della chiesa, si aprono tre nicchie di
cui quella centrale, più ampia, è chiusa da una vetrata mentre le due
laterali, sopra un parapetto, presentano due grate lignee aperte sulla
navata. La galleria presenta una decorazione pittorica integrale ad
illusionismo architettonico che coinvolge pareti, finestre, nicchie e la
copertura voltata a padiglione a incannicciato. Ancora da individuare
l’autore dell’ingannevole macchina architettonica a cielo aperto che, a
mio avviso, potrebbe essere assegnata ad Anton Domenico Giarrè,
che abbiamo visto attivo in palazzo Serristori, o ad un prospettico a
lui vicino.
Infatti, aldilà della balaustra si snodano le quinte prospettiche
definite da brani di architettura all’antica, in parte diruta, impostata
anche in diagonale secondo una modalità rintracciabile in alcune sue
opere. L’impianto compositivo unitamente all’uso di arcate a tutto sesto
accanto a quelle ad arco acuto, di colonne bugnate, di numerosi uccelli
che con i loro colori vivacizzano la cromia del costrutto, portano ad
individuare la mano del Giarrè per le evidenti analogie con la galleria di
villa del Rosso Corsi poi Martelli a Giogoli Rossi (1735) e della galleria 343
di palazzo Capponi Covoni a Firenze. L’apparato architettonico
delle pareti brevi sono progettate tenendo conto della porta che si
apre in ciascuna di queste, delimitate da una cornice in finto marmo
rosso. L’architettura illusoria costruita sulla parete ovest è di grande
suggestione e mantiene pressoché inalterato l’impianto originale
settecentesco costruito da varie quinte prospettiche; la struttura del
quarto piano prospettico trova la propria conclusione in una balaustra,
nel cui centro è posta una improbabile fontana; nella vasca si raccoglie
l’acqua di quattro zampilli che escono dalle bocche di delfini dalle code
intrecciate, un motivo proprio del repertorio bottiano. Al di là di questa
struttura dal colore della pietra si intravvedono i ruderi di un’esedra,
dai toni rosati, che mostra i segni di un intervento successivo. L’ultima
quinta prospettica è costituita da un paesaggio agreste vivacizzato da
comparse.
Nella parete meridionale si aprono due finestre e una
portafinestra, adattamento nel tempo di una apertura uguale alle
precedenti, delimitate da cornici virtuali e concluse da un fastigio
affiancato da due volute molto plastiche (fig. 3). Mentre le decorazioni
SILVIO VAN RIEL
344
345
9
Da notare la dimensione dell’architrave rispetto alla larghezza dell’abaco del
capitello.
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Figura 5: Fiesole, san Girolamo, galleria, foto a luce radente della parete nord-
est, particolare delle incisioni realizzate per trasferire il disegno sull’intonaco
ancora fresco.
Foto: Fauzia Farneti
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Si veda come esempio la fontanella dipinta nella parete est.
PROBLEMI DI RESTAURO E DI CONSERVAZIONE DELLE ARCHITETTURE VIRTUALI
11
L’interasse dei travicelli risulta pressoché costante, pari a circa 25 centimetri.
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Figura 7: Firenze, palazzo Pucci, salone del primo piano, struttura dell’estradosso
della volta; in evidenza i tenditori della struttura della volta.
Foto: Agata Codispoti
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Altri numerosi apparati architettonici realizzati all’interno dei
palazzi fiorentini versano in uno stato di grave degrado a causa della
mancata manutenzione o dell’abbandono, come ad esempio nel salone
di palazzo Pucci;12 la finta architettura dipinta da Jacopo Chiavistelli
alla fine del Seicento e quella realizzata presumibilmente alla fine del
Settecento sulla copertura voltata del salone presentavano depositi di
polvere, dissesti quali lesioni e deformazioni risolti con un adeguato
intervento di restauro. Per prevenire danni più congrui alla copertura
voltata e quindi all’apparato decorativo pittorico, in precedenza
è stato eseguito il restauro delle strutture di sostegno della volta ad
incannicciato, sostituite da nuove strutture lignee alle quali sono
collegati tenditori in acciaio con molle elastiche, al fine di adattare le
deformazioni naturali che avvengono per variazioni termiche dello
scheletro ligneo e del relativo incannicciato intonacato sottostante,
oggetto di intervento con latte di calce. Queste nuove strutture lignee
sono agganciate alla catena lignea della capriata di sostegno del tetto.
12
FARNETI. Quadraturismo e grande decorazione nella Toscana granducale,
pp. 205-232 (214-215).
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Sobre os Autores
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356 CLIO GESTÃO CULTURAL E EDITORA
A presente edição foi composta na fonte Garamond, e foi impressa
pela Rona Editora Ltda. em papel Supremo-C 300g (capa); Off-set
90g. Tiragem desta edição: 100 exemplares.
PRODUTORA EDITORIAL
Tânia Maria T. Melo Freitas
CONCEPÇÃO DA CAPA
Ludmila Andrade Rennó
REVISÃO
Valesca Andrade Rennó
Tânia Maria T. Melo Freitas