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A Grande Jogada

Manual Construtivista de Como Estudar

Celso Antunes

“Tudo quanto sabemos nos chega por informações e demonstramos esses conhecimentos
através de nossa comunicação com as pessoas que nos cercam. É, portanto, necessário que
ensinemos nosso cérebro a funcionar melhor, aperfeiçoando nossa recepção de informações e
nossa capacidade de comunicação.
E como isso é possível?
Treinando nossa capacidade de visão para enxergar detalhes, nossa audição para ouvir tudo e
distinguir os sons e as distâncias que os separam, nosso olfato para selecionar odores, nosso
paladar para diferenciar pequeninos gostos das coisas e nossa cinestesia para arrancar do
ambiente a pressão, a temperatura, a alegria, a tristeza e outras sensações”.

Há vários professores que torcem o nariz a simples menção de qualquer método, esquema ou
modelo de estudo a ser adotado por seus estudantes. Existem outros que preferem acreditar que
os alunos vão aprendendo naturalmente a estudar e que acabam criando modelos próprios,
muito particulares para se preparar para as avaliações escolares. Em ambos os casos percebe-se
a preocupação desses educadores com a preservação da originalidade, da criatividade e, mesmo,
da individualidade dos estudantes.

Será mesmo que nossos estudantes conseguem se desenvolver tão rapidamente a ponto de
estruturar de forma adequada os seus estudos quando não estão em sala de aula (ou mesmo
durante as aulas)?

Modelos, esquemas ou métodos de estudo são realmente nocivos à individualidade e a


criatividade de nossos alunos?

“Não tenha medo de errar, aceite suas falhas. Faça de seu erro um ponto de apoio
para um novo pensamento, uma idéia original. Só não erra quem não tenta”.

Sistemas utilizados para estudar não são ranços da escola tradicional e, por esse motivo,
contradizem o que de melhor tem sido produzido e gerado pelo construtivismo?

O professor Celso Antunes nos ajuda a responder algumas dessas perguntas em seu livro “A
Grande Jogada – Manual Construtivista de Como Estudar”. No próprio título o autor já nos
coloca a par da idéia de que manuais que nos orientam quanto a métodos de estudo podem
(sim!) pautar suas ações e dinâmica no construtivismo, apesar de muitos estudiosos do assunto
considerarem imprópria essa associação.

O propósito do livro, por sinal, é atender uma demanda dos próprios estudantes e de muitos
professores que, estando na ativa, sentem falta de orientações escritas que permitam uma
navegação mais fácil pelos vários conceitos e idéias trabalhadas em seus cursos.

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É claro que os estudantes têm condições de se organizar para seus estudos de forma espontânea,
mas a força e a sabedoria daqueles que tem muito mais experiência na área deve ser utilizada
para facilitar e melhorar o rendimento de todos os garotos e garotas que tem real interesse em
aprofundar-se ou aperfeiçoar-se na escola. Os professores, pelo tanto de vivência que possuem
na vida educacional, também têm condições de agir de forma autônoma nesse quesito
(orientando seus pupilos), propondo ações e fórmulas bem-sucedidas que tenham sido utilizadas
por eles mesmos ou por alguns de seus alunos.

Porém, sabemos que para os professores o tempo para a implementação de seus cronogramas e
planejamentos anuais já é extremamente apertado e que, a adição de qualquer outro elemento
aos extensos programas de curso implica em sacrifícios ainda maiores na programação. Além
disso, os professores em nosso país vivem jornadas de trabalho longas, desgastantes e muito
cansativas, tendo que, muitas vezes, dar aulas em 2 ou mais escolas. Esses fatores acabam
fazendo que o necessário auxílio e a fundamental orientação aos alunos quanto a como estudar
acabe se tornando artigo de luxo, supérfluo e, finalmente, descartável...

“Você sabe de onde vem a palavra ‘texto’? Ela é de origem latina e vem de ‘tecido’. E um
texto,
tal como um pedaço de pano, é construído por muitos fios que se entrelaçam.
O texto é um tecido de palavras que formam frases, frases que se entrelaçam em idéias.
Se quisermos conhecer as características e qualidade do tecido temos que desfazê-lo.
Obviamente não é diferente o que se necessita fazer com um texto”.

Até mesmo por isso, a leitura desse livro de Celso Antunes se torna importante para muitos
professores e, certamente, mais relevante ainda para os próprios estudantes.

É certo que algumas orientações podem parecer tão óbvias que, para muitos, a leitura do manual
poderia ser considerada desnecessária. Ao aconselhar os estudantes a procurar espaços
tranqüilos de sua casa ou da escola para estudar, aonde não venham a ser incomodados pela
presença de outras pessoas ou ainda que não estudem prestando atenção a outros recursos (como
televisão, rádio ou internet), Antunes parece repetir idéias que muitos professores dão a seus
alunos todos os anos.

O que interessa é que o experiente e bem-sucedido educador e autor de livros vai além daquilo
que é básico e, utilizando-se de aforismos, lança outras boas e eficientes idéias a serem
utilizadas por quem vai estudar.

Referenda, por exemplo, a necessidade dos estudantes se organizarem em seus estudos por
projetos, salientando que ao fazer isso, ficam mais claros quais são os objetivos e propósitos a
serem atingidos. Cria-se dessa maneira, uma luz no fim do túnel, que mostra aos alunos aonde

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se quer chegar, evitando-se desvios inoportunos e propiciando-se maior objetividade e clareza
ao trabalho que está sendo realizado.

“Ao concluir a leitura de um texto, faça um resumo do mesmo, tente dizê-lo de maneira
diferente.
Experimente recriar (re + criar) o texto. Se possível, sublinhe as idéias principais,
mas sublinhe apenas o que é muito, mas muito importante mesmo.
Construa depois um quadro-síntese do texto”.

Um outro ponto oportuno do trabalho do professor Celso Antunes se refere à idéia de que temos
que realmente fazer um uso inteligente e produtivo da leitura. Ao dizer isso, o autor destaca que
muitos acreditam saber ler e acabam, simplesmente realizando a prática de forma mecânica, sem
reflexão, desprovida de engajamento e que isso compromete muito os resultados finais desse
procedimento.

Toda leitura tem como finalidade à compreensão de um determinado material. As leituras


demandam envolvimento por parte de quem lê para que se efetive o pleno entendimento daquilo
que se lê. E a realização de leituras onde é atingido esse objetivo primordial de compreensão
depende de ações variadas e amplas como: destaque das idéias principais, comparação de
conceitos e trechos do texto com outros materiais (livros, jornais, revistas, filmes, músicas,
obras de arte,...), anotação de observações ao lado dos trechos sublinhados,...

Ao se realizar um estudo pautado em leituras e projetos que envolvem os estudantes o que se


pretende é dar-lhe condições de serem criativos e críticos, de saberem caminhar amparados pela
força de suas próprias pernas.

O aluno que lê de forma interessada e tem um foco no seu estudo, estimulado pela família e pela
escola pode superar-se e realizar produções notáveis. Nesse sentido é fundamental que também
a auto-estima dos estudantes seja constantemente alimentada com incentivos provenientes de
todos os lados. Não adianta dar as ferramentas e deixar o mecânico sem alimento, no final das
contas lhe faltará energia para manuseá-las de forma correta e adequada.

“A Grande Jogada” é igualmente interessante por valorizar determinadas práticas que, às vezes,
são esquecidas pelos professores, especialmente para a produção de fichamentos, pesquisas e
redações.

Outra qualidade importante desse “Manual Construtivista de Como Estudar” é a diferenciação


nos procedimentos de estudo a se aplicar para “disciplinas conceituais” (história, geografia,
literatura,...) e para a aprendizagem de “conteúdos exatos” (matemática, física,...).

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Há também um trecho do livro destinado a apologia da memorização, tão vilipendiada por
educadores adeptos de teorias mais recentes e que abominam qualquer herança legada pela
escola tradicional. Outra boa e oportuna contribuição é uma breve descrição das inteligências
múltiplas ou diferenciadas (Lingüística, Lógico-matemática, Cinestésica ou Corporal, Visual ou
Espacial, Musical, Intrapessoal, Interpessoal e Pictográfica).

Valiosa contribuição aos estudos, “A Grande Jogada” poderia ser material básico destinado a
acompanhar os estudantes durante sua longa jornada pelos corredores das escolas. Seria uma
contribuição simples, fácil de ler e, verdadeiramente inestimável. Confiram!

BIBLIOGRAFIA

ANTUNES,C. “A grande jogada: Manual Construtivista de como estudar”. Editora


Vozes, Petrópolis, Rio de Janeiro, 1996.

PCOP Dorothy Bluyus Rodrigues Matias

e-mail: dorothy.bluyus@gmail.com

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