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SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO NAS

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO

José Francisco Buda¹, Roberto Feijó de Figueiredo²,Bruno Coraucci Filho³

Palavra Chave: segurança no trabalho, riscos, acidente de trabalho, estações


de tratamento de esgotos.

Interpretar as Estações de Tratamento de Esgoto como plantas industriais que


prestam serviços à comunidade, possuindo um sistema produtivo e de
transformação, reflete que estas enfrentam problemas, como qualquer outra
indústria, nas questões de segurança do trabalho.

Este trabalho pretende estudar os riscos aos quais os funcionários do setor de


saneamento estão expostos nas etapas dos sistemas de tratamento de esgotos
com características de unidades industriais.

Atualmente não há normas especificas (2) (Normas Regulamentadoras – NR


do Ministério do Trabalho e Emprego) tratando sobre tais riscos nas Estações
de Tratamento de Esgoto. Desta forma, esta pesquisa deverá levantar dados e
bibliografia pertinente, contribuindo para a reflexão sobre a necessidade de
criação de legislação para regulamentar este setor.

As conclusões do trabalho serão fundamentadas na análise e comparação dos


fundamentos teóricos de segurança e higiene do trabalho e a realidade
praticada nas instalações de tratamento de esgotos.

O GEAF, Grupo Especial de Apoio à Fiscalização no Setor de Saneamento e


Urbanismo (1), em novembro de 2002, publicou trabalho apresentando um
diagnóstico das condições de riscos dos trabalhadores nas Estações de
Tratamento de Água, Tratamento de Esgoto e de Resíduos Sólidos. Tiveram
como bases consultas nas RAIS (Relação anual de Informações Anuais)
levantando o numero de acidentes do setor, as Normas Regulamentadoras,
informações das atas de reunião das CIPA, documentos de entrega de EPIs,
Ordens de Serviço, Planos de emergência PCMSO, Atestados de Saúde
Ocupacional (ASO), relatórios anuais dos PCMSO, PPRA e CAT. Resumo
destes estudos, especifico para as Estações de Tratamento de Esgotos, com
relação os riscos e descrição dos seus agentes causadores, encontram-se na
tabela 1.

1 Mestrando, engenheiro civil e de segurança no trabalho; jfbuda@uol.om.br


2 Orientador, DSA/FEC/UNICAMP; bruno@fec.unicamp.br
3 co-orientador, DSA/FEC/UNICAMP; feijo@fec.unicamp.br
Tabela 1- Relação dos riscos verificados em Estações de
Tratamento de Esgotos – adaptado de MTE, 2003

Tipo de
Descrição
Risco
 Radiação não-ionizante pela exposição do trabalhador ao sol nos trabalhos a céu aberto
durante manutenção e fiscalização;
Riscos  Ruídos de máquinas e equipamentos;
Físicos  Umidade;
 Situações em que o IBUTG pode estar acima do limite de tolerância, conforme a NR 15,
nos locais de trabalhos a céu aberto e ambientes com pouca ventilação.
 Explosões em locais que apresentam concentrações de H2S e metano CH4, como nos reatores
anaeróbios, tanques de sedimentação e espaços confinados. O perigo de explosão também foi
observado nas oficinas de manutenção durante a utilização de soldas nos equipamentos sem a
manutenção adequada
 Operação de máquinas;
Riscos de  Contusões e quedas;
Acidentes ou  Soterramento nos operários que trabalham na escavação de valas;
Mecânicos  Acidentes de atropelamento nos trabalhos em vias publicas;
 Acidentes de trânsito com o veículo da empresa e próprio;
 Choques elétricos nos trabalhos em vias publicas e maquinas sem aterramento;
 Picadas de animais peçonhentos;
 Afogamento por queda no tanque de tratamento;
 Traumas por quedas de equipamentos e ou materiais.
 Riscos decorrentes da exposição a microorganismos presentes nos resíduos. Quando da
Riscos utilização de tratamentos aeróbios estes podem estar dispersos no ar representando riscos de
Biológicos contaminação. Estes agentes podem ser vírus, bactérias, fungos que podem causar doenças
infecciosas diarréicas, hepáticas e respiratórias;
 Pelo uso de cloro, liquido(HCl) ou gasoso(Cl2), utilizados no processo de coagulação,
condensação, desinfecção e tratamento de lodos. O cloro gasoso pode ocasionar alterações em
vias aéreas em decorrência da formação do acido clorídrico. A exposição a este tipo de cloro
pode ser falta se a exposição for superior a 1 hora a concentrações de 50 a 100 ppm. Vapores
Riscos provenientes do cloro liquido pode causar lesões ocular conjuntivite, queimaduras cáustica e
Químicos necrozante, ocasiona alterações digestivas, emagrecimento, anemia e vertigens e cefaléias.
 O uso da ozona nos processos de tratamento de lodos pode provocar irritações oculares, nasais
e de pulmões;

 A exposição ao H2S, gás sulfidrico e metano CH4 - O H2S pode causar irritações oculares,
conjuntivite, perda do olfato e em concentrações muito altas (acima de 900 ppm pode levar a
morte); O CH4 este compete com o oxigênio provocando asfixia, bem como o perigo de
explosão;
Riscos  produtos químicos dos laboratórios presentes nas Estações de Tratamento;
Químicos  Contato com óleos, graxas e solventes presentes nas atividades de manutenção;
Exposição a inseticidas presentes nas tarefas de limpeza e manutenção de redes e da planta
industrial

 Esforço físico excessivo e de forma repetitiva na limpeza de equipamentos com garfos;


Riscos  Trabalho noturno nas centrais de controle;
Ergonômicos
Pode-se verificar que um dos grandes causadores de acidentes são os
RISCOS MECANICOS, podendo este serem motivo de preocupação com
relação aos projetos das Estações. Deve-se implantar sistemas de treinamento,
uso correto de EPIs (equipamentos de proteção individual) e fiscalização por
parte da empresa através de técnicos e engenheiros de segurança no trabalho.

No caso de Estações que utilização cloro gasoso, no sistema de desinfecção,


há a necessidade de controle de emergência em caso de vazamento. Este é
um produto altamente tóxico podendo levar a morte. Neste caso o uso de
sistema autônomo de respiração para operários que executam serviços de
manutenção no sistema e o armazenamento dos cilindros de gás em
campânulas blindadas, são aconselháveis, bem como, o local de utilização e
armazenamento ser isolado e distante dos locais de circulação de operários.

Deve-se também ressaltar programas de higiene pessoal do trabalhador do


setor de forma a evitar contaminação do mesmo através de agentes biológicos
e químicos e o uso de mascaras adequadas.

Treinamento e atualização contínua dos funcionários das Estações de


Tratamento de Esgotos independente do seu sistema de tratamento ou
tamanho, programas de sinalização dos locais de risco, orientação e
treinamento dos funcionários terceirizados, são medidas preventivas que
podem evitar acidentes, afastamentos e até morte dos funcionários envolvidos
nestas plantas industriais.

Referências bibliográficas

(1) MTE, BRASIL; “Manual de Procedimentos para Auditoria no Setor


Saneamento Básico”, obtido via ftp em
http://www.mte.gov.br/Temas/SegSau/Legislacao/Normas/Default.asp -
consulta realizada em 30/05/2003 13:47h.
(2) MTE, BRASIL, “Portaria nº3.214, de 08 de junho de 1978” - Editora
Atlas, Edição 43ª.

Agradecimentos: SABESP, FSP e FUNDACENTRO.

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