O mundo está se transformando rapidamente. Com as novas exigências do mundo moderno, não conseguimos prever o perfil do profissional do futuro. As transformações mais importantes na história da civilização vieram através de um processo criativo, mas, ironicamente, a maioria das pessoas não foi ensinada a serem criativas. Surge neste contexto algumas questões, tais como: que lugar deve ter a criatividade em nossos sistemas de educação? Devemos ensinar de forma criativa ou ensinar para a criatividade? A criatividade é reconhecida como uma habilidade prática, que pode ser ensinada e que todos podem alcançar. Ela melhora a autoestima, a motivação e o sucesso escolar.
Está relacionada diretamente com o processo de descoberta. É capaz de
conectar conceitos anteriormente não relacionados, técnicas, métodos ou ideias, e chegar a um resultado inesperado. A experiência com a descoberta do aprendizado aumenta o desempenho criativo, forçando o aluno a manipular o meio ambiente e a produzir novas ideias através de técnicas de ensino que estimulam os pensamentos convergente (uma forma de pensar mais conformista, cautelosa e rigorosa, própria do humano disciplinado e rotineiro) e divergente (a forma de pensamento vigente na criança na idade pré-escolar, caracterizado por um espírito de aventura e de fantasia). Ambos essenciais, pois estimulam o pensamento criativo. Atualmente, muitos professores têm dificuldades em ajudar seus alunos a desenvolverem habilidades do pensamento criativo e novas competências pedagógicas necessárias para o sucesso futuro. O processo de estabelecer ligações entre as diferentes áreas temáticas ainda é um desafio para os professores construírem um currículo criativo.
Além de fornecer uma ampla gama de conhecimento, compreensão e
habilidades, o currículo escolar deve habilitar os alunos a pensarem de forma criativa e criticamente a resolverem problemas e fazerem a diferença. Ele deve permitir aos alunos responderem positivamente às oportunidades, desafios e responsabilidades, a gerenciar riscos e lidar com as mudanças e adversidades. O Pensamento Educacional está preocupado com "o que é"; não com "o que pode ser". Os professores não podem desenvolver habilidades criativas de seus alunos, se suas próprias capacidades criativas são desconhecidas ou suprimidas. Eles precisam de técnicas que estimulem a curiosidade e serem capazes de elevar a confiança e a autoestima de seus alunos. Precisam equilibrar aprendizagem estruturada com oportunidades para gerir grupos, dando atenção a todos os indivíduos. Ensino para a criatividade não é uma opção fácil, mas pode ser agradável e profundamente gratificante. Professores criativos estão sempre dispostos a experimentarem e a reconhecerem a necessidade de aprender com a experiência. Do contrário, o Pensamento Criativo é vital para o sucesso do aluno em todas as áreas. Segundo Guilford (1995) " um ato criativo é uma postura de aprendizagem". Ele sugere que as transformações da informação são a chave para a compreensão. Os alunos que são estimulados a pensar criativamente tornam-se mais interessados em descobrir as coisas por si mesmos. São mais abertos a novos desafios e capazes de resolver problemas, pois possuem maior propriedade sobre sua aprendizagem. Prepará-los desde já para o futuro (dentro e fora da sala de aula) exige-se técnicas que promovam a inovação criativa. Estamos em um ponto de inflexão. Parece que estamos reinventando tudo, exceto o sistema escolar. A Educação que as Escolas oferecem atualmente, não conseguem antecipar as habilidades e competências que estes alunos precisarão futuramente. No entanto, se os educandos se apropriarem das ferramentas para torná-los criativos, haverá uma chance muito maior de sucesso no futuro, não importando as constantes transformações do mundo. As habilidades metacognitivas estão relacionadas ao processo criativo. Na verdade, Guilford (1995) afirma que "o aluno ao ser ensinado sobre a natureza de seus próprios recursos intelectuais desenvolverá a criatividade mais facilmente".
Devemos enfatizar a importância do conhecimento e motivação para o
pensamento criativo. Em outras palavras, os alunos estarão mais motivados quando escolhem suas próprias tarefas. Isto faria com que a tarefa se tornasse significativa para o indivíduo. O processo de Criatividade na sala de aula pode ser iniciada através de pequenos exercícios criativos, sejam eles individuais ou em grupos. É imprescindível que os alunos sintam-se livres para contribuírem sem medo de serem julgados negativamente por seus colegas ou pelo professor. Pensamentos aparentemente ridículos podem desencadear uma reação em cadeia que leva a uma solução criativa ou inovação. Afinal, não podemos prever o que poderá vir a ser uma contribuição construtiva. Alunos criativos pensam e fazem associações entre coisas que normalmente não são relacionadas. Fatores afetivos e cognitivos estão envolvidos em cada nível de aprendizagem, os quais advém de experiências de motivação interna (intrínseca) e fatores externos (extrínsecos).
Por isso, cabe aos professores estabelecerem um clima de não julgamento e
assumirem um papel de mediadores. Devem entender como os alunos pensam, e contribuir a partir daí, os princípios básicos do tema de forma diferente. O propósito de ensino criativo é o de criar um 'ambiente responsável" através do entusiasmo dos professores e da alta valorização e diferenciação dos alunos. Ele pode ser definido de duas maneiras: o Ensino de forma criativa, ou seja, como os professores e o uso de suas abordagens criativas podem tornar a aprendizagem mais interessante, envolvente, emocionante e eficaz. E o Ensino para a criatividade, ou seja, como a forma do ensino é capaz de desenvolver o pensamento criativo dos alunos. As raízes de uma sociedade criativa estão fundamentadas na Educação Básica. Uma das principais crises vividas hoje nas escolas é a irrelevância.
Ou seja, devemos refletir criticamente sobre ideias, ações e resultados. Para
que isto aconteça, exige-se uma mudança no modo como as escolas são administradas e a forma como os professores ensinam. Existem hoje muitas sugestões de literaturas voltadas para o desenvolvimento das habilidades criativas da infância para a idade adulta. Cabe a cada docente encontrar o melhor caminho para desenvolver a criatividade. O verdadeiro aprendizado só acontece quando aprendemos e ensinamos apaixonados.