Sie sind auf Seite 1von 3

Iago​ ​dos​ ​Santos​ ​Nunes

Tipologia​ ​Linguística​ ​-​ ​Prof.​ ​Paulo​ ​Chagas​ ​-​ ​Matutino

MORFOLOGIA​ ​DAS​ ​LÍNGUAS​ ​URÁLICAS

Estrutura​ ​morfológica
Todas as línguas urálicas possuem alto grau de síntese, apesar disso,
também apresentam expressões analíticas, com uso de posposições, por exemplo,
e também apresentam uma variedade de desinências verbais para expressar:
tempo, modo, pessoa e número do sujeito e, em algumas línguas, do objeto
também.
Observa-se pouca variação nas línguas urálicas nesse aspecto. Algumas
línguas estão perdendo a flexão, em detrimento de palavras separadas. Por
exemplo, o livoniano, o estoniano e o vótico (línguas fino-bálticas) perderam quase
completamente os sufixos possessivos, e usam o genitivo dos pronomes pessoais
no lugar, por exemplo as expressões para ‘meu nome’, em finlandês (também
fino-báltica),​ ​nimeni​ ​e​ ​m(in)u​ ​nimi​ ​em​ ​estoniano.
Entretanto este fenômeno não é frequente nas línguas urálicas, o que se
observa mais frequentemente é o processo de criação de flexões a partir de
palavras que eram livres originalmente. Um exemplo disso é o desenvolvimento do
caso comitativo em muitas línguas fino-bálticas com os sufixos ​-ka ​ou ​-ke, o
finlandês, porém, preserva na língua cotidiana o uso da posposição ​kanssa ​‘com’.
Quase todos os sufixos de caso do húngaro derivam de palavras isoladas. No
moksha surgiu uma nova flexão a partir da aglutinação de verbos lexicais com
auxiliares​​ ​(SEREBRENNIKOV,​ ​1967,​ ​p.​ ​163-166).
O dialeto noroeste do mari é uma das línguas que mais se aproxima de ser
puramente aglutinante, isto é, uma dada categoria é exprimida por um morfema
invariável: ​pi ​‘cachorro’, ​pi-em ​‘meu cachorro’, ​pi-βlä ​‘cachorros’, ​pi-em-βlä ​‘meus
cachorros’, dativo ​pi-län ‘ao cachorro’, ​pi-em-län ‘ao meu cachorro’, ​pi-län-βlä ‘aos
cachorros’, ​pi-em-län-βlä ‘aos meus cachorros’. Os casos que a aglutinação não foi
preservada se devem a mudanças a partir de sistemas originalmente aglutinantes,
alternâncias motivadas por ambientes fonéticos não mais presentes e agora são
condicionadas morfologicamente. As inovações em direção a fusões no sistema
morfológica são bem marcadas nas línguas fino-bálticas, samoiedas setentrionais e
também aparece no húngaro, língua que não é possível separar número e pessoa
da oposição entre conjugações definida e indefinida: látok ‘eu vejo', látom ‘eu vejo
isto', látsz 'você vê', látod 'você vê isto', lât 'ele vê', lâtja 'ele vê isto'. Assim como na
conjugação objetiva das línguas mordóvicas, que apresenta grandes dificuldades em
se segmentar os afixos número-pessoais do sujeito dos número-pessoais do objeto
e​ ​do​ ​tempo​ ​verbal.​ ​(ABONDOLO,​ ​1982).

Categorias​ ​morfológicas
As principais categorias presentes na maioria das línguas urálicas são
número, caso e posse. Não há gênero gramatical nas línguas desta família (SINOR,
1988, p. 711), nas línguas fino-bálticas, contudo, há formas femininas para se referir
a profissões e esposas de maridos que possuem algum título como os sufixos
-tar/tär, -nna (empréstimo do sueco) e -kko, no finlandês, por exemplo: kenraalitar
‘esposa do general’ — ​kenraali ​‘general’, ​kuningatar ​‘rainha’ — kuningas ‘rei’;
também aparecem em terminologia mitológica: ​tuonetar ​‘anfitriã do Reino da Morte’;
(finlandês) ​konsulinna ​‘esposa do cônsul’ e (estoniano) ​lauljanna ​‘cantora’; ​venakko
‘mulher russa’, mas este também pode ser neutro em relação a gênero, ​ruotsikko
‘habitante​ ​da​ ​Finlândia​ ​falante​ ​de​ ​sueco’​ ​(TURUNEN,​ ​1988,​ ​p.​ ​80).
Todas as línguas urálicas distinguem singular e plural, além disso, o lapônio
distingue dual nos pronomes pessoais e as línguas obi-úgricas e samoiedas
apresentam​ ​o​ ​dual​ ​para​ ​todos​ ​os​ ​nomes.
As línguas urálicas apresentam uma grande variedade de casos gramaticais,
um sistema central de casos pode se basear em: nominativo, acusativo, genitivo,
locativo, alativo e ablativo. No ostíaco e dialetos de mansi o acusativo só é presente
nos pronomes pessoais, também há línguas que houve a fusão dos casos acusativo
e genitivo. As inovações nos sistemas de caso podem ser divididas em:
enriquecimento dos casos referente a locais e desenvolvimento de casos específicos
para significados mais abstratos. Algumas línguas acabam usando os casos
referente a locais para expressar esses significados abstratos. No finlandês o caso
elativo​ ​(‘para​ ​fora​ ​de’)​ ​também​ ​é​ ​usado​ ​para​ ​indicar​ ​tópico​ ​(‘sobre’,​ ​‘a​ ​respeito​ ​de’).
Praticamente todos os verbos concordam em pessoa e número, todavia
algumas línguas não tem flexão na terceira pessoa do singular. Em alguns tempos,
modos e aspectos de algumas línguas, não há distinção de número e pessoa do
sujeito. Nas línguas mordóvicas, úgricas e samoiedas o verbo encapsula
características do objeto direto. O húngaro também apresenta concordância do
verbo​ ​com​ ​o​ ​objeto​ ​direto,​ ​as​ ​conjugações​ ​definidas​ ​e​ ​indefinidas.
Uma distinção temporal há todas as línguas urálicas é de passado e não
passado, algumas línguas apresentam uma forma específica para o futuro. Quanto
ao aspecto, em muitas línguas ele só é deduzido a partir do contexto e quanto ao
modo, todas as línguas distinguem imperativo. Também é comum a essas línguas
uma distinção inferencial para se referir a eventos que o enunciador não
testemunhou diretamente. Já a voz passiva pessoal é mais observada nas línguas
obi-úgricas. Outra característica comum a todas as línguas urálicas é verbos na
forma nominal. Uma característica importante das línguas urálicas é que apenas
algumas​ ​apresentam​ ​uma​ ​partícula​ ​de​ ​negação​ ​invariável.

Referências​ ​bibliográficas
ABONDOLO, Daniel. Introduction. In: ABONDOLO, Daniel (Ed.). ​The Uralic
Languages. Oxford: Routledge, 1998. p. 1-42. (Routledge Language Family
Descriptions).
COMRIE, Bernard. General Features of the Uralic Languages. In: SINOR, Denis
(Ed.). ​The Uralic Languages: Description, History and Foreign Influences. Leiden:
E. J. Brill, 1988. p. 451-477. (Handbuch der Orientalistik. Achte Abteilung, Handbook
of​ ​Uralic​ ​studies).

Das könnte Ihnen auch gefallen