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CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE EDUCATIVO DO COLÉGIO

ESTADUAL DOM BOSCO

Os acadêmicos, Samuel Antunes Ferreira Junior e Sandra da Silva


Correa, do quarto ano do curso de Geografia da Universidade Estadual do
Paraná (UEPR – Campus de Campo Mourão), vêem por meio deste trabalho
realizado no período de 23/03/11 a 16/05/11, apontar as características do
ambiente educativo do Colégio Estadual Dom Bosco.
As características fundamentais deste trabalho são baseadas na
observação do espaço do ambiente educativo mediante dados do site da
escola, bem como visita em campo, para obtenção de nota parcial da disciplina
de Estágio Curricular Supervisionado em Geografia II, sob coordenação do
professor Virgílio Bernardino, do departamento de Geografia da UEPR –
Campus de Campo Mourão.
O Colégio Estadual Dom Bosco - Ensino Fundamental, Médio e
Profissional está localizado à Rua Duque de Caxias, 938 , fone (fax) 044- 822
1241, bairro Lar Paraná, Município de Campo Mourão, tendo como Entidade
Mantenedora o Governo do Estado do Paraná.
O Patrono da escola é Giovane Melchior Bosco, nasceu em 16 de
agosto de 1815 em Becchi, perto de Turim, norte da Itália. Aos 26 anos tornou-
se padre da Igreja Católica onde revolucionou o seu tempo com a dedicação
que dispensava à educação dos jovens ficando conhecido como “Dom Bosco”.
Fundou uma congregação onde perpetuou sua obra.
Ao visitar as dependências do Colégio Estadual Dom Bosco, pode-se
verificar que a estrutura do mesmo apresenta-se em boas condições para o
exercício do processo educativo como mostram as figuras 1.1 e 1.2, abaixo:
Figura 1.1: Vista Frontal do Colégio Estadual Dom Bosco.
Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

Figura 1.2: Vista do Pátio do Colégio Estadual Dom Bosco.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

O estabelecimento foi criado em 10/10/61 pelo Decreto nº 4.299 com a


denominação de Grupo Escolar Dom Bosco. Em 1975 foi autorizado seu
funcionamento através do Decreto 1377/75 de 23/12/75 com o nome de Escola
Dom Bosco - Ensino de 1.o Grau e o reconhecimento do curso veio com a
Resolução 788/82 de 17/03/82. Em 1983 a SEED autorizou o Curso de 2.o
Grau através da Resolução nº 940 de 14/03/88, tendo sido reconhecido através
da Resolução 867/85 de 27/03/85 denominando-se Colégio Estadual Dom
Bosco - EPSG.
Pela Resolução 1039/88 de 13/04/88 foi autorizado o funcionamento de
uma Classe Especial e pela Resolução 3740/99 de 24/09/99 foi autorizado o
funcionamento de uma Sala de Recursos. De acordo com a Resolução
3.120/98 de 31/08/98 houve mudança de nomenclatura, passando a
denominar-se Colégio Estadual Dom Bosco - Ensino Fundamental e Médio e
no ano de 2005, após a implantação do Curso Técnico em Secretariado
Subseqüente, o Estabelecimento de Ensino passa por outra mudança de
nomenclatura, de acordo com a Resolução nº 572/06 de Funcionamento do
Curso, passando a denominar-se: Colégio Estadual Dom Bosco – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional. Tendo por finalidade ministrar o Ensino
Fundamental, Ensino Médio e a Educação Profissional, observados em cada
caso, a Legislação e as Normas especificamente aplicáveis. Essas informações
estão disponíveis em:
http://www.cpmdombosco.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont
eudo=10

Figura 01 - Fonte: http://www.cpmdombosco.seed.pr.gov.br


HISTÓRICO SOBRE O COLÉGIO ESTADUAL DOM BOSCO

O Colégio Estadual Dom Bosco é uma das primeiras escolas do bairro,


que no ano de 1959, denominava-se “ESCOLA JARDIM LAR PARANÁ”. A
mesma funcionava em um barracão abandonado, localizado atrás da antiga
Serraria Sérgio Liza, onde hoje está localizada a Viação Mourãoense (Rua
João Vechhi, próximo ao Trevo saída para Cascavél). Neste período a escola
tinha efetivada duas salas de 50 alunos.
De acordo com relatos da Professora Maria Dolores Persegona, para
que se pudesse dar início às atividades escolares, foi necessário realizar uma
busca pelo bairro, a fim de localizar 25 crianças em idade escolar para que
fosse possível iniciar ao ano letivo.
Na época havia duas professoras que estariam dispostas a colocar a
escola em funcionamento,. Desta forma a Professora Maria Dolores Persegona
lecionava no período matutino e a Professora Ana Aparecida da Silva no
período vespertino.
Com o passar dos tempos, o bairro foi se desenvolvendo e tendo um
aumento populacional, que conseqüentemente ocasionou o aumento de
alunos, tornando assim necessário ampliar o número de salas de aula para
atender a demanda de alunos.
A partir do Decreto nº 4299/61, de 10 de outubro de 1961, é criado o
Grupo Escolar Dom Bosco, com autorização de funcionamento de 1ª a 4ª
séries. Depois deste momento, foram construídas 06 salas de madeira,
localizadas onde hoje se situa a Casa Résio. Permaneceu neste endereço mais
ou menos um ano, não havia Direção, porém, a responsabilidade era do
Prefeito Municipal Sr. Antonio Teodoro de Oliveira.
As novas dependências do colégio se localizava na quadra 28; lotes de
1 a 18,. Esta área de terras perfazia um total de 8.460 m2, que foram doadas
pelo Sr. Paulino Slompo e sua esposa Sra. Delesia Luigia Slompo para a
FUNDEPAR. Na oportunidade a escritura do terreno foi lavrada pelo Sr. Sady
Parigot de Souza, o então Tabelião da cidade de Campo Mourão, em 29 de
Julho de 1970.
A responsabilidade da nova construção era do Prefeito mencionado
acima. O primeiro prédio contava com seis salas, o material utilizado era um
aproveitamento de madeira de quartoze prédios no Governo Moisés Lupion.
Após este período de mudanças o Grupo Escolar Dom Bosco foi
reconhecido pelo Governador Paulo Pimentel, permanecendo com esta
nomenclatura de 1962 a 1969 e nos anos 1970 e 1971 denominou-se Grupo
Escolar Lar Paraná.
Nessa época havia 124 alunos freqüentando a escola e foi nesta
oportunidade que foi feita a indicação da primeira diretora: a Professora
Edelmira Garcia do Amaral.
Em 1972, a Escola ganha novos ares, pois é realizada a construção em
prédio de alvenaria e passa a funcionar em prédio próprio, sito à Rua Duque de
Caxias, 938. As atividades foram iniciadas com a implantação da Reforma de
Ensino de 1º Grau – Lei 5692/71, pois antes a Lei em vigência era a 40024.
Ainda nesta fase a escola pertencia ao Complexo Escolar Dr. Horácio Amaral
Ensino de 1º e 2º graus.
Por meio do Decreto nº 1377/75 de 23 de dezembro de 1975 é
autorizado o funcionamento do Complexo Escolar Dr. Horácio Amaral Ensino
de 1º e 2º graus, passando o Grupo Escolar Dom Bosco, em 1975 a
denominar-se “Escola Dom Bosco - Ensino de 1º Grau”.
A Resolução 253/75, homologa o Parecer o Parecer do D.O.E. que
aprovou o plano de implantação da Lei 5692/71.
Em 15 de Janeiro de 1979, foi reconhecido pela Portaria de nº 169/79, e
também o funcionamento de 5ª a 8ª séries no período noturno.

IMPLANTAÇÃO DE CURSO DE 2º GRAU

A Resolução nº 940/83 autoriza o funcionamento do curso Propedêutico


de 2º Grau, e em virtude deste curso houve uma mudança na nomenclatura,
passando de Escola para Colégio Estadual Dom Bosco – Ensino de 1º e 2º
Graus.
O Parecer nº 038/85 – aprovado em 06 de dezembro de 1985,
reconhece o curso de 2º grau – Propedêutico – através da Resolução
Secretarial nº 867/856, pela Professora Gilda Poli Rocha Loures, que era
Secretária do Estado da Educação.

IMPLANTAÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

No ano de 1988, foi autorizado o funcionamento da Classe Especial –


DM (Deficiência Mental), pela Resolução nº 1039/88 – por Sidney Pinheiro
Gonçalves: Diretor Geral da S.E.E.D. (Secretaria Estadual da Educação).
Durante anos as atividades de Educação foram mantidas neste
Estabelecimento de Ensino e somente com a cessação das Séries Iniciais do
Ensino Fundamental, é que foram encerradas também as atividades de Sala
Especial.
A cessação foi concedida pela Resolução nº 2899/98, a partir de 04 de
junho de 1998, por Miriam de Fátima Zanielli Wellner – Diretora Geral.

IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CURSO TÉCNICO EM SECRETARIADO SUBSEQUENTE

O curso foi implantado com objetivo de melhorar o ensino noturno e


oferecer a comunidade uma oportunidade de ter uma qualificação profissional
mais acessível.
Curso implantado no ano de 2005, autorizado pela Resolução 572/2006
D.O.E. de 17/03/2006 e Reconhecido pela Resolução 5914/2008 D.O.E.
02/03/2009.

Perfil Profissional

"O Técnico em Secretariado atuará em empresas organizando arquivos,


classificando, registrando correspondências com domínio de redação, uso da
tecnologia, executando serviços típicos de escritório, cerimonial e protocolo,
noções de administração, planejamento, comunicação, marketing, finanças e
práticas secretariais."

DADOS ATUAIS

Atualmente, estão matriculados 1080 alunos, distribuídos nos três


períodos de funcionamento e também nos três cursos: Ensino Fundamental,
Médio e Profissional, PROJOVEM URBANO e também Sala de Recursos e
Sala de Apoio. Lembrando que o Ensino Fundamental é ofertado apenas de 5ª
a 8ª série.
Está em andamento a implantação do Curso Técnico em Informática
Subseqüente, com turmas para o ano letivo de 2010.
FUNCIONAMENTO DO COLÉGIO

O Colégio Estadual Dom Bosco possui um total de 933 alunos


matriculados na instituição e sua estrutura pode ser considerada viável a tais
quantidades de alunos ingressos, sendo a média de 35 alunos por classe num
total de 26 turmas.
A instituição de ensino comporta um corpo docente de 76 professores e
um número favorável de funcionários, são 33 entre funcionários e equipe
pedagógica.
O horário de funcionamento do colégio está dividido em 3 turnos sendo
que o primeiro horário inicia-se às 7h30min e o seu término ocorre às
11h55min. No período vespertino tem-se início às 13h15min e termina às
17h30min e o período noturno que ocorre das 18:50h às 22h30min. Durante a
observação realizada, podemos analisar que o colégio possui 2 banheiros, que
são utilizados pelos alunos. Os mesmos se encontram em boas condições de
uso e bom estado de limpeza, como observa-se na figura 2.1 e 2.2:

Figura 2.1: Banheiro Masculino do Colégio Estadual Dom Bosco.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.
Figura 2.2: Banheiro Feminino do Colégio Estadual Dom Bosco.
Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

No geral, a questão higiênica do colégio apresenta um bom aspecto,


onde não foram encontrados lixos jogados no pátio, pois o colégio dispõe de
vários latões de lixos dispersos nas dependências para realização da coleta.
Outro item muito importante dentro do colégio é a segurança, onde a
entrada na escola é feita apenas pelo portão principal, que só abre no início e
término das aulas, com um zelador que cuida do ambiente escolar interno. A
secretaria fica em um portão de entrada paralelo, onde é necessário se
comunicar com o zelador para adentrar neste ambiente. Em anexo com a
entrada da secretaria, situa-se a biblioteca, e as salas de direção e dos
professores são em anexo ao pátio interno da escola. A escola não possui
degraus nas entradas das salas, facilitando o acesso de deficientes físicos.
O colégio possui extintores contra incêndios dentro dos padrões de
validade e qualidade, como observa-se na figura 3.1 e muros externos e
portão, observados nas figuras 3.2 e 3.3 seqüencialmente:
Figura 3.1: Extintor de Incêndio.
Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

Figura 3.2: Muros Externos.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.
Figura 3.3: Portão Principal.
Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

Além dos itens anteriores relacionados à segurança, o colégio conta com


portas com grades nas salas de aula, que ficam fechadas durante os intervalos
(figura 3.4):

Figura 3.4: Portas com grades nas salas de aula.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

O Colégio apresenta amplo espaço, com jardim fechado e exclusivo


(figura 4.1), com local adequado para estacionamento de bicicletas, uma
quadra poliesportiva fechada e coberta, em bom estado de conservação, uma
sala de educação física com espelhos, onde há aulas de dança e jogos, um
pátio amplo para os alunos circularem, lavarem as mãos e tomarem água, com
um palco ao fundo para a realização de eventos (figura 4.2).

Figura 4.1: Vista do Jardim interno do Colégio.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

Figura 4.2: Palco para a realização de eventos.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

O refeitório é pequeno, possui poucas mesas no total de dezesseis


mesas para atender todos os alunos, como observa-se na figura 5.1, o que é
insuficiente, porém é bem organizado e no pátio da escola há mais bancos
onde os alunos podem se acomodar durante as refeições. A cozinha foi
visitada e observou-se que esta é ampla e bem arejada encontrando-se
aparentemente em boas condições de higiene. No pátio há o almoxarifado, e
uma cantina para a comercialização de alimentos, não sendo vendidos alguns
produtos como balas e chicletes.

Figura 5.1: Refeitório.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

Em relação às salas de aula, o colégio conta com salas organizadas,


dispondo de mesas e cadeiras, ventiladores, boa iluminação, televisões pen-
drive para melhor aprendizagem dos alunos, cortinas, quadro branco de pincel
e pinturas externa e interna em bom estado de conservação. O sinal sonoro
dos intervalos, início e final das aulas, é musical, não havendo problemas com
agressão sonora.
A escola conta com 02 laboratórios de Informática, com cortinas, ar
condicionado e quadro branco para aulas expositivas, e 01 laboratório de
Ciências. No laboratório 1, há 19 computadores e 2 ar condicionados e no
laboratório 2 (Pró-info), há 6 computadores, não possui ar condicionado, e é
um laboratório de hardware (para assistência e manutenção). Abaixo o
laboratório 1 de Informática na figura 6.1:
Figura 6.1: Laboratório 1 de Informática.
Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

Em relação ao acervo bibliográfico, o colégio possui 01 biblioteca, com o


seguinte acervo (fonte: PPP 2007 do colégio), tabela 1.0:
Tab. 1.0 – Volumes de obras da biblioteca:

As quantidades serão especificadas em quantidades de volume e coleção.

Área Quantidade de Volume


LÍNGUA PORTUGUESA 102
MATEMÁTICA 36
HISTÓRIA 326 sendo
02 coleções de 11volumes cada
01 coleção com 24 volumes

GEOGRAFIA 20
INGLÊS 70
PSICOLOGIA 26
OSPB 85
CIÊNCIAS 112
FÍSICA 22
QUÍMICA 28
BIOLOGIA 22
EDUCAÇÃO FÍSICA 33
ARTES 23
LITERATURA 29
LITERATURA INFANTO 350
JUVENIL
LIT. ENS. MÉDIO 927
DIVERSOS 384
ATLAS GEOGRÁFICOS 80
DIC. DE PORTUGUÊS 80
DIC. DE INGLÊS 40

ENCICLOPÉDIAS

 05 DE 16 VOLUMES.
 01 DE 21 VOLUMES.
 02 DE 15 VOLUMES.
 01 DE 14 VOLUMES.
 02 DE 12 VOLUMES.
 03 DE 10 VOLUMES.
 02 DE 08 VOLUMES.
 02 DE 07 VOLUMES.
 02 DE 06 VOLUMES.
 01 DE 05 VOLUMES.
 02 DE 04 VOLUMES.
 03 DE 03 VOLUMES.

TOTAL DE VOLUMES DE ENCICLOPÉDIAS 260.

TOTAL DE LIVROS 2.561.

BIBLIOTECA DO PROFESSOR-------> 294 Volumes das diversas áreas do


conhecimento.

TOTAL GERAL DE LIVROS ------------------------------> 2.847.

A biblioteca é de pequena estrutura, com poucas mesas e cadeiras (8


mesas com 4 cadeiras cada), porém é bem organizada, com boa iluminação,
03 computadores de acesso de pesquisa ao acervo, 4 ventiladores. Abaixo, na
figura 6.2, foto da biblioteca:

Figura 6.2: Biblioteca.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.

A escola possui sala exclusiva para as horas-atividade dos professores,


com armários, mesas, 02 computadores, mapas, réguas, esquadros, TV,
arquivos, ventilador e boa iluminação, como pode-se observar na figura 7.1:

Figura 7.1: Sala de Hora-Atividade dos Professores.


Foto: FERREIRA, Samuel – 2011.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar a estrutura e funcionamento do Colégio Estadual Dr.


Osvaldo Cruz, pôde-se concluir a falta de recursos existentes no ambiente
analisado. A instituição possui formação profissional competente, porém a
estrutura física não está voltada à um ensino de total qualidade.
Deveriam haver muitas melhorias, citando adiante algumas sugestões. A
quadra esportiva precisa de uma reforma, com pintura, redes novas e limpeza
constante.
O refeitório poderia ser mais amplo, e com mais assentos para os
alunos; a biblioteca possui muito poucos exemplares de livros, o que dificulta a
pesquisa bibliográfica de qualidade.
Os laboratórios de aulas práticas de Matemática, Biologia e Química,
não estão contendo os equipamentos mínimos necessários para as aulas,
como por exemplo, microscópios e Bicos de Bunsen e outros materiais.
A quantidade de banheiros deveria ser maior, pois apenas 2 para ambos
os sexos, tornam-nos muito sujos.
A sala dos professores não está estruturada com todos os equipamentos
necessários para preparação das aulas, e, além disso, é pequena para os
mesmos.
Em se tratando de educação de nível público, imagina-se o básico
presente na escola, e o que foi exposto como sugestão seria o mínimo
necessário para uma educação pública com um pouco mais de qualidade.
ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO
COLÉGIO ESTADUAL DOM BOSCO - 2007

IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

NOME: Colégio Estadual Dom Bosco - Ensino Fundamental, Médio e


Profissional
ENDEREÇO: Rua Duque de Caxias, nº 238 - BAIRRO: Jardim
Lar Paraná - Telefone: (44) 3524-1061
MUNICÍPIO: Campo Mourão - Paraná
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CAMPO MOURÃO: Código: 0005
ENTIDADE MANTENEDORA: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.
NIVEL DE ENSINO: Fundamental, Médio e Profissional.
O Colégio Estadual Dom Bosco está situado no Jardim Lar Paraná,
fazendo parte da região periférica da cidade. A escola apresenta uma distinção
entre os períodos matutino, vespertino e noturno. Os alunos matriculados no
Colégio moram no mesmo bairro da escola ou em bairros próximos, e as
famílias têm um nível sócio-econômico que pode ser considerado como classe
média-baixa.

PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR

O interesse primário da instituição como se pode observar, é delinear o


perfil do aluno, do professor e da equipe pedagógica do estabelecimento, onde
a partir desse perfil delinear-se-á a ação da escola, seus rumos, objetivos,
sistematizações contínuas e reflexivas no processo educativo, com vistas à
formação do cidadão em sociedade.

Baseando-se em discussão com a comunidade, observou-se que a


escola deve propiciar oportunidades para que o aluno seja valorizado na sua
individualidade como agente potencial e autônomo do conhecimento, com
capacidade de construí-lo e construir-se através de atos reflexivos e contínuos.
A perspectiva da escola é alcançar tais objetivos através do estímulo e da
abertura da escola às iniciativas nas quais os sujeitos do conhecimento (aluno
e professor), possam exercitar uma postura autônoma frente a ele,
percebendo-se como sujeitos que aprendem constantemente, onde analisando
tal pretensão podemos classificar o PPP (2007) voltado para uma visão de
educação crítica.

A instituição tem visão de que para que os objetivos sejam, alcançados,


é necessário que os professores tenham perfis que correspondam ao aluno
que se pretende formar. O aluno e o professor são agentes de conhecimento
em contínua formação. Deve ter por princípio fundamental uma prática
pedagógica embasada em conhecimento científico, voltada para a
interdisciplinaridade, a contextualização, a sensibilidade, a solidariedade no
trato com os alunos, respeito à heterogeneidade, que seja estimulador e
mediador do conhecimento autônomo e reflexivo do aluno para que este
alcance a formação do pensamento crítico e independente.

Essa intenção tão somente pode ocorrer, se o fator ambiente educativo


privilegie a prática da democracia que é a condição essencial para que se
alcance a verdadeira promoção de uma política educativa voltada para a busca
da solução dos reais problemas da comunidade escolar.

Portanto, o espaço escolar deverá atender os ideais preconizados pela


sociedade contemporânea democrática a qual estabelece direitos e deveres à
todos os cidadãos.

A instituição baseia-se no conhecimento de que o homem é um ser


social que se individualiza, a prática filosófica deverá ser o exercício constante
de todo indivíduo, com o objetivo comum do seu desenvolvimento integral.

A função da Instituição educacional é também questionar e reorientar o


processo formativo de seus educandos, adequando sua estrutura e também a
prática às novas exigências sociais, através de debates que iniciaram nos
grupos de estudos de formação descentralizada dos profissionais da educação
e pelo levantamento do perfil sócio-econômico da comunidade, definindo assim
quais serão as práticas pedagógicas a serem utilizadas para garantir uma
formação direcionada para os valores estabelecidos por esta realidade. Para
tanto, é necessário que haja um referencial de Base para formalizar e orientar
os caminhos a serem percorridos, e que ao mesmo tempo sirva de “norte” para
a adequação da prática pedagógica.
A questão do levantamento do perfil sócio-econômico da comunidade,
elaborado pela instituição, é sem dúvida, um ponto muito positivo, uma vez que
é necessário levantar dados a respeito de um determinado tema, para poder
avaliá-lo e buscar melhorias.

PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO

No PPP (2007), está redigido que o Estabelecimento de Ensino, como


espaço democrático e privilegiado do saber, a partir dos pressupostos da nova
Lei de Diretrizes e Bases, incorpora um novo paradigma no qual o centro é o
direito de aprender. Esta visão está baseada nos princípios descritos no Art. 3º
e na Constituição Federal o Art. 206., consultados na (LDBEN 1996) no que se
refere às bases do ensino.

Tendo como destaque especial o direito de aprender por meio da


qualidade do ensino, esta proposta tem a preocupação básica do
desenvolvimento de ações reflexivas para que o aluno possa exercer sua
autonomia, compromisso, responsabilidade e criticidade. Partindo do
pressuposto que o conteúdo científico, o saber sistematizado e acumulado
historicamente apropriado é de relevante importância para a atuação na prática
social da cidadania.

A visão da instituição, segundo o PPP (2007), está voltada para “a


construção de sentidos por meio de uma prática contextualizada e
interdisciplinar. Entendendo a contextualização como vinculação dos
conhecimentos à vida real do cidadão, e a interdisciplinaridade como o
estabelecimento de uma intercomunicação efetiva entre as disciplinas, por
meio do enriquecimento das relações entre elas”.

Baseado nos fundamentos educacionais da instituição, ao final da


Educação Básica o aluno deverá sair com os conhecimentos necessários para
se inserir na vida cidadã e com condições de profissionalizar-se ou prosseguir
os estudos. Para que esta intenção se concretize na prática, é preciso que se
tenha presente que os conteúdos devem contribuir para a formação crítica do
educando.

Este objetivo requer um currículo integrado, vivo, que proporcione ao


educando a oportunidade de conhecer, fazer, relacionar, aplicar e transformar o
conteúdo que possam contribuir para a construção do conhecimento, “para
tanto é preciso:

 Domínio da leitura e da escrita;


 Capacidade de fazer cálculos e de resolver problemas;
 Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos
e situações;
 Capacidade de compreender e atuar em seu entorno
social;
 Receber criticamente os meios de comunicação;
 Capacidade para localizar, acessar e usar melhor a
informação acumulada.
 Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo.”

Baseado na construção do conhecimento atual (crítico), cabe ao


educador: a mediação, construção e reconstrução dos conhecimentos
científicos junto aos alunos.

Atos Oficiais

O Projeto Político Pedagógico (2007), se faz necessário a partir da


exigência legal da implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, nº 9.934/96 (LDBEN). O teor da presente Lei tem por escopo a
autonomia da comunidade escolar em definir sua identidade e o conjunto
orientador de princípios e normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana.

OBJETIVO GERAL

Segundo o PPP (2007): “Melhorar a qualidade da educação, de forma a


promover uma formação integral do indivíduo, buscando estratégias para que
desenvolvam a criticidade que emana do pensamento reflexivo, bem como,
garantir o acesso, a permanência e o sucesso do aluno na escola.”
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

De acordo com o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Dom


Bosco:

 “Promover a extensão, aberta a participação da população,


visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação
cultural e da pesquisa científica e tecnológica resultante da ação
educativa;

 Proporcionar a divulgação de conhecimentos culturais,


científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras
formas de comunicação.

 Instigar o estudo dos problemas locais, bem como o


progresso da comunidade no aspecto sócio-político-econômico, do
Município, Estado e do País;

 Desenvolver a educação profissional no nível técnico e


humanizado;

 Incentivar a colaboração com o poder público na solução


dos problemas locais, objetivando o desenvolvimento da comunidade;

 Contribuir para o fortalecimento da paz, da solidariedade,


da luta pelos direitos humanos, da cidadania e da consolidação da
democracia.

 Promover a reflexão sobre as diversas áreas do


conhecimento, dos problemas do mundo presente, em particular os
nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e
estabelecer com esta uma relação de reciprocidade.

 Solicitar e viabilizar a formação continuada dos


profissionais da educação, em parceria com mantenedora;

 Atender os alunos que apresentam dificuldades de


aprendizagem acentuada de forma diferenciada através da sala de apoio
e sala de recursos;

 Contribuir para tornar a Agenda 21 Escolar, uma prática


efetiva na escola;

 Garantir o ensino da história e da cultura afro-brasileiras e


africanas em todas as disciplinas.”

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO DA COMUNIDADE E DO COLÉGIO


ESTADUAL DOM BOSCO

De acordo com o PPP (2007), o Colégio Estadual Dom Bosco, Ensino


Fundamental, Médio e profissionalizante atende a uma população de nível
sócio - econômico média/baixo com predominância em seu trabalho da classe
autônoma: metalúrgico, motorista, pedreiro, mecânico, catadores de papel,
diaristas, costureiras, cabeleireiras ou de empregos instáveis.

O baixo poder aquisitivo da maioria das famílias, juntamente com o alto


nível de desemprego no país e no município, seguido de famílias numerosas,
desenvolve um elevado grau de descrença íntima motivando a inconstância e
desmotivação da permanência dos educandos na escola. Fato este que ocorre
devido à maioria destes terem que ajudar no orçamento doméstico, mesmo que
com trabalhos pequenos de pouco rendimento, que às vezes torna-se a única
fonte de renda da família. Quando nesta situação aceitam atividades
profissionais sem vínculo empregatício no horário oposto de seus estudos
contribuindo assim, para a elevação do número de evasão escolar e
repetência, acarretando prejuízo e desânimo no avanço da aquisição do saber.

Desta forma, a socialização do saber deverá superar os problemas


sociais, alertando os responsáveis quanto à importância e o compromisso em
relação à participação e acompanhamento escolar do educando.

A função social da escola no contexto contemporâneo é contribuir para a


formação do cidadão crítico que seja capaz de refletir, de agir e de criar outras
formas de produção da vida, dar continuidade aos seus estudos e ingressar no
mundo do trabalho.

A análise do fenômeno educativo do contexto social não é sufuciente,


mas é preciso saber organizar o processo ensino-aprendizagem de acordo com
as expectativas vislumbradas na pesquisa onde se buscou delinear o perfil do
aluno e do meio onde ele está inserido.

Uma questão interessante foi a elaboração de um questionário sobre a


realidade de pais e alunos da comunidade. Neste processo a escola tem como
mais uma de suas funções primordiais harmonizar a comunidade em seu
contexto familiar desenvolvendo projetos inovadores como estímulo na
participação dos pais no processo educacional de seus filhos, para isto
realizamos uma pesquisa por amostragem com 340 alunos, abrangendo o
ensino fundamental, ensino médio e pós-médio, para conhecermos o perfil
social.

De acordo com o questionário, percebe-se que a maioria das famílias


integrantes da comunidade ganha até dois salários mínimos, a maioria possui
casa própria, porém na questão correspondente ao saneamento básico, muitas
famílias ainda não têm acesso a estes serviços básicos, confirmando o perfil
econômico de baixo poder aquisitivo das mesmas.

Observando a história do desenvolvimento do bairro em que este


Estabelecimento de Ensino se localiza, nota-se um aumento significativo da
população e também a permanência dos que já habitavam o bairro. Quanto à
questão profissional e escolaridade dos familiares de alunos, ficou bem
destacada a diversidade de trabalho entre os sexos masculino e feminino,
oferecendo um delineamento interessante, onde a grande maioria dos pais
(homens) desenvolvem atividade profissional como autônomos, o nível de
escolaridade dos pais também é bastante diferenciado, onde a maioria possui
o ensino fundamental incompleto, tendo um número considerável de
analfabetos.

Já com as mulheres (mães) a maioria são consideradas do lar, e outra


quantidade significativa são domésticas, com nível de escolaridade próximo
aos dos pais (homens). De acordo com o PPP (2007), os índices de
escolaridade tanto dos pais como mães, apontam uma necessidade de
desenvolver uma atividade em separado com os pais, considerando que, como
citado anteriormente, o índice dos que se “consideram” analfabetos é um pouco
elevado, em se comparar com os programas de alfabetização que são
oferecidos a este público e é de fácil acesso. Trata-se de famílias estruturadas
mas que sofrem problemas no que se refere ao item de emprego, devido ao
baixo nível de escolaridade, sendo um dado importante que revela a
preocupação que a comunidade hoje tem em relação à formação educacional
de seus filhos.
Como ponto positivo, a respeito da execução de projetos voltados à
integração escolar, há os projetos que são desenvolvidos, ficando evidenciado
o Projeto Rexona de Voleibol, que se trata de uma parceria da Secretaria de
Estado de Educação com o Centro De Excelência do Voleibol Rexona-Ades,
que não objetiva apenas o esporte, mas também o trabalho social.

E como ponto negativo, alguns alunos demonstraram preocupação com


a segurança, devido o alto nível de violência que tem apresentado na
região. Foi possível perceber também que devido à localização do colégio no
bairro ser mais centralizada, a maioria das matrículas são efetuadas por
alunos que moram próximo.

Na pesquisa existem reivindicações no que se refere a: melhorias nas


instalações, na manutenção e limpeza, melhoria do acervo da biblioteca,
disciplina e mais cursos direcionados a profissionalização, laboratório de
informática. Neste item sobre a informática confirmou-se como o colégio está
cumprindo com seu papel pois, já é realidade este laboratório, faltando
somente demanda específica autorizada pela SEED e fixada na grade
curricular. Entende-se assim que a função da escola é, antes de qualquer
coisa, corresponder às esperanças que sua comunidade nela deposita,
partindo da realidade de seus alunos, incrementando-a com o saber científico
estabelecido e a ela retornando de forma transformada. Assim o ponto de
partida e de chegada do fazer escolar é o contexto do aluno.

As dificuldades nas disciplinas apresentam um percentual bastante alto


em vista às 800 horas/aula e 200 dias letivo oferecidos para o processo de
ensino e aprendizagem. Alguns alunos apresentaram déficit de atenção, e este
também é um fato importante devido à idade cronológica dos alunos e o alto
nível de reprovação.
A função da escola é conhecer seus alunos, responder positivamente as
suas esperanças, ansiedade e voltar-se a ele.
No ensino médio, período matutino, a grande maioria diz ter dificuldade
em alguma matéria. Não houve muita diferença do percentual de dificuldade no
ensino médio noturno.

Nas especificidades de cada área do Ensino Fundamental, Médio e Pós


Médio, a área exata se destacou quanto à dificuldade de compreensão dos
alunos seguido da disciplina de História e Língua Portuguesa.

Quanto à possibilidade de cursar ou não o Ensino Superior, a maioria


dos entrevistados responderam que sim , e uma quantidade praticamente
insignificante não pretendem. Dos que acreditam ser válido cursar o Ensino
Superior, muitos alunos acreditam que não é válido para suas realidades esta
modalidade de ensino.

A participação dos pais ou responsáveis nas atividades escolares é de


suma importância, por este motivo fomos pesquisar e registrou-ser que muitos
pais gostam de acompanhar constantemente o rendimento escolar de seus
filhos.

Outra solicitação presente na pesquisa refere-se às atividades que não


constam no calendário escolar como: festas, atividades esportivas e atividades
culturais, conclui-se que a comunidade escolar vê a escola como centro de seu
lazer.

Segundo o PPP (2007), o resultado do questionário confirma uma


reclamação antiga de professores e corpo administrativo. Uma grande parte
dos pais remete seus filhos à escola, mas não acompanham a vida escolar
deles. A escola parece ser um território no qual grande parte dos pais passam
a responsabilidade da formação a professores, equipe pedagógica e corpo
administrativo o que acarreta num sério problema, pois a pouca participação
dos pais na vida escolar de seus filhos cria um obstáculo de difícil
transposição.

A indisponibilidade de horário sempre justificada para a ausência dos


pais nas reuniões com os professores para esclarecimentos do processo
ensino - aprendizagem de seus filhos e também nas atividades culturais
programadas para a comunidade, traz prejuízo no objetivo primordial que é a
formação de uma escola ativa, participativa, colaboradora na sociedade que
está inserida.

Descrição da realidade brasileira, do estado, do município e da escola

O Projeto Político Pedagógico (2007) traz a realidade brasileira,


identificando dentro desta, o recorte da realidade do estado, município e da
instituição,

Em todo o mundo, o desempenho da educação/escolaridade depende


em parte das características da família, da escola, dos professores, do ensino
que os alunos recebem e das condições de vida, pois esse desempenho só irá
atingir um patamar mais democrático se houverem políticas públicas
preocupadas com os interesses da classe trabalhadora. Segundo o PPP
(2007): “A responsabilidade da mudança do quadro atual da educação
brasileira depende em parte dos educadores e da família, mais com maior grau
cabe a responsabilidade dos governos em relação a situação econômico social
em que vivem a maioria dos brasileiros”.

O presente Projeto Político Pedagógico traz os índices apresentados


pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no relatório
“Situação da Adolescência Brasileira” (dez 2002), mostra a gravidade da
situação do ensino no país: 1,1 milhão (5,2%) de adolescente entre 12 e 17
anos ainda são analfabetos; apenas 11,2% entre 14 e 15 anos estão
matriculados no ensino médio (dados da versão preliminar do Plano Estadual
da Educação - PEE).

De acordo com o PPP (2007), as novidades organizacionais curriculares


e pedagógicas propostas pelo Plano Curricular Nacional – PCN’s, não
atenderam aos objetivos prioritários da educação no Brasil, nos Estados e nos
Municípios. Pelos resultados de pesquisas, discussões e reflexões com os
educadores, vêem-se na escola hoje, alunos terminando ensino fundamental e
médio sem apreenderem os conteúdos necessários para dar prosseguimento
aos seus estudos.

O que se vê, atualmente, com a vivência escolar, são alunos chegando a


5ª série, sem conhecimentos básicos de leitura, escrita e cálculo, o que
acarreta sérias dificuldades no processo de ensino e aprendizagem. Existe
atualmente a possibilidade em oferecer a sala de apoio e de recursos para os
alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem, no entanto, ainda não é
realidade em todas as escolas, tanto em relação aos Municípios como de
Estado. Na presente instituição, tem-se sentido dificuldades em trabalhar com
essa realidade. Há em funcionamento: sala de apoio pedagógico e sala de
recursos. Entretanto, entende-se que este é um recurso paliativo, há
necessidade de se refletir e investigar as práticas dos primeiros anos do Ensino
Fundamental. Questionou-se como é possível para uma criança ou
adolescente dar prosseguimentos a seus estudos sem o domínio básico da
leitura, da escrita e do cálculo.

Essa realidade ocorre devido a um conjunto complexo de fatores a


serem considerados, desde as condições de trabalho, formação e remuneração
dos professores, a difusão de teorias e práticas pedagógicas com precário
vínculo com as necessidades e demanda da realidade escolar, flexibilização
das práticas avaliativas e falta de participação efetiva da família na vida escolar
dos filhos, apesar desse último fator pouco aparecer nas pesquisas..

Há a necessidade de investir na luta contra a seletividade, à


discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares, a
marginalidade através da escola e engajar-se no esforço para garantir a todos
um ensino da melhor qualidade possível, nas condições históricas atuais,
entendendo que duas coisas devem andar juntas na educação: a melhoria da
prática pedagógica e o compromisso social.

A educação conforme descrita na versão preliminar do PEE (Plano


Estadual da Educação), “precisa ser vista sob dois aspectos: como direito da
população e como dever do estado democrático”.

Neste sentido a população atendida pela escola pública deve fazer jus
aos seus direitos junto ao estado, fazendo garantir uma educação pública
gratuita e de qualidade para todos, independentes das características sócio-
culturais e econômicas, a qual está inserida.

Os índices apresentados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e


Pesquisa) constam no presente PPP (2007), a educação básica vem
apresentando uma significativa melhora no Estado do Paraná, entretanto
apresenta índices bastante preocupantes quanto à evasão e repetência, em
especial na 1ª série do Ensino Médio.

Alguns fatores são apresentados pelo INEP (Instituto Nacional de


Estudos e Pesquisa), como principais causas do baixo desempenho escolar
dos estudantes, a saber: os altos índices de reprovação e abandono, a
desigualdade social, a baixa renda da população e qualidade do ensino, sendo
apontado como o mais problemático na história da educação do Brasil.

Em relação à educação profissional, o diagnóstico feito para Plano


Nacional da Educação (de acordo com texto preliminar), não há informações
precisas, no Brasil sobre a oferta de formação para o trabalho, devido a sua
oferta ser muito heterogênea. A heterogeneidade e diversidade são vistas
como aspectos positivos, pois permitem atender uma demanda muito variada,
mas também há fatores preocupantes. O principal deles é que a oferta é
pequena, embora, atinja cerca de cinco milhões de trabalhadores, está longe
de atingir a população de jovens que precisa se preparar para o mundo do
trabalho e adultos que precisam se readaptar.

Uma das metas bastante discutidas para a elaboração do PEE (Plano


Estadual de Educação) é a de garantir a continuidade e a expansão da oferta
da Educação Profissional em sua forma de organização curricular integrada e
subseqüente ao Ensino Médio, a fim de contribuir para a superação da
dualidade estrutural na formação dos alunos desta modalidade de ensino.

Na respectiva comunidade escolar, tem-se a oportunidade de oferecer o


curso profissionalizante Nível de Pós Médio Técnico em Secretariado
Subseqüente, na área de gestão, com 960 horas, na modalidade semestral,
no a fim atender às necessidades de formação continuada de alunos egressos
do Ensino Médio que estavam fora do sistema educativo, assim como pessoas
de comunidade em geral, atendendo inclusive, pessoas e outros municípios.

Baseado no PPP (2007), o Curso Técnico em Secretariado,


disponibilizado pela instituição tem como propósito o desenvolvimento pessoal
e profissional do educando, procurando formá-lo com uma visão crítica, capaz
de analisar atividades afins, assim como, ser um agente capaz de interferir
positivamente na sociedade.

Também se observa no referente PPP, que em relação à Educação


Especial, a mesma está consolidando-se sobre novos paradigmas que
sinalizam para a construção de uma sociedade inclusiva, orientada por
relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças
individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de
desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida.

A Educação especial, atualmente tem sido foco de discussão em todas


as escolas tanto da rede municipal com da rede estadual. Um dos objetivos é
garantir atendimento de qualidade aos educandos que apresentam dificuldades
de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultam
o acompanhamento das atividades curriculares, não vinculadas a uma causa
orgânica específica ou relacionadas a distúrbios, limitações ou deficiências;
atendimento aos educandos que apresentam dificuldades de comunicação e
sinalização demandando a utilização de outras línguas, linguagens e códigos
aplicáveis.

Já em relação à Educação Ambiental, de acordo com o PPP (2007),


partiu-se da idéia que é compromisso de todos os educadores trabalharem de
forma interdisciplinar por meio de projetos, visando à formação de conceitos,
bem como, mudanças de atitudes em relação ao meio. O tema está integrado a
Agenda 21 Escolar, projeto em andamento desde o início do ano letivo,
realizado em parceria com a comunidade e empresa.

O Ensino Fundamental de 1ª á 4ª Série regular passou a ser oferecido a


partir de 2002, pela rede municipal.

Análise das contradições e conflitos presentes na prática docente:


reflexão teórico-prática

Viver e desenvolver-se implica em transformações contínuas que se


realizam através da interação dos indivíduos entre si e entre os indivíduos e o
meio no qual se inserem. Entendendo a produção e a apropriação do
conhecimento como partes integrantes na formação de todo educador,
interessa-nos refletir sobre a forma como o educador participa do processo de
produção, apropriação e expropriação dos saberes produzidos pela
humanidade no decorrer da história, assim como, entender sua relação com a
história atual, construída no cotidiano, no contexto educacional, político, social,
a maneira como ocorre a articulação do conhecimento historicamente
acumulado com o conhecimento trazido pelo aluno.

Importa então tornar a escola como local de apropriação do


conhecimento científico, por parte de todos que dela participam. É urgente,
portanto, pensar uma educação que venha de encontro com os interesses da
população da escola pública, com as condições reais de trabalho, pois na
maioria das vezes os projetos educacionais são articulados pela mantenedora,
sem a participação efetiva dos educadores e comunidade escolar. Alguns
projetos não condizem com a realidade social da qual a escola está inserida,
não considera suas características as dificuldades apresentadas, quando
acabam depositando toda a responsabilidade nos educadores, quanto aos
altos índices de evasão e repetência. Além disso, outros projetos que poderiam
contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, acabam esbarrando na
burocracia e na falta de recursos.

A participação política dos educadores na discussão das políticas


públicas, gestão democrática e cursos de formação continuada não atendem a
contento a todos os que trabalham pela educação do Estado do Paraná, pois
na maioria das vezes restringe-se aos professores efetivos. É necessário que
todos tenham acesso às informações, à participação, condições de trabalho e
salários dignos, para que possam sentir-se confortáveis, respeitados e
valorizados no seu trabalho.

A reflexão teórico-prático, da prática pedagógica é uma tarefa difícil,


tendo em vista as condições concretas do trabalho presentes na escola hoje,
sabemos que muitas coisas precisam ser feitas em nível de ensino e
aprendizagem, ressaltamos a importância do papel da família para o sucesso e
permanência do aluno na escola, um dos maiores desafios da prática escolar.

Partindo do pressuposto de que o educador tem consciência do seu


papel na sociedade, faz-se necessário refletir no coletivo escolar sobre a
prática docente, tendo como ponto de partida a possibilidade de torná-la mais
autônoma, ou seja, menos submetida aos interesses sócio-políticos onde
predomina a competitividade, o individualismo, a submissão e a obediência
irrefletida.

Há ainda, a dificuldade em lidar com a prática real, no cotidiano da


escola (alunos sem limites e sem consciência do porquê estar na escola, falta
de respeito com professores, colegas e servidores em geral, salas numerosa,
falta de material didático e para uso contínua, entre outros), a alienação do
trabalho, que em grande parte é fragmentado, devido a pouca oportunidade de
interação entre os professores o que, acaba interferindo de tal forma no
movimento, na possibilidade de intervir, caindo na obscuridade, ressaltando de
forma consciente e muitas vezes inconsciente a passividade, entre próprios
educadores e até mesmo em relação ao educando.

Portanto, para possibilitar mudança nessa situação é necessário


questionar profundamente sobre as nossas próprias posições filosóficas,
epistemológicas, políticas e ideológicas, que perpassam a prática escolar com
o intuito de interferir positivamente no curso da educação como um todo. Há
uma distância bastante acentuada entre teoria e prática, os educadores de
maneira geral assinalam dificuldades em transpor a teoria para a prática, pois
esbarra no aluno real, com o ideal de aluno que todos gostariam de ter na
escola (críticos responsáveis colaboradores, disciplinados, desejosos em
aprender entre outros tantos adjetivos). Ao trabalhar com o aluno “real”, esses
problemas, precisam ser enfrentados e resolvidos no coletivo.

A escola precisa dar conta dessas questões se quiser ter uma sociedade
melhor e não se deparar com a vergonha que se vê hoje quando a corrupção
que permeia a vida do brasileiro em todos os níveis.

Sendo assim, a escola deverá ser um espaço educativo que possibilite a


compreensão e entendimento das questões sociais, econômicas, políticas, e
que conseqüentemente colaborem na formação dos(as) alunos(as) e dos
próprios docentes em cidadãos, transformando o meio em que vive.
Concepção de sociedade

Por mais que a escola se esforce em dar um retorno plausível à


sociedade, ainda se depara nas dificuldades que parecem ser intransponíveis
como: preconceito, individualismo (provocado pelo capitalismo desenfreado),
conformismo tanto em relação a si como em relação ao problema do outro,
falta de segurança, competitividade exagerada e temor em manifestar-se,
expressar seu pensamento.

A forma como funciona a sociedade não pode limitar às aparências, é


necessário compreender as leis que regem o seu desenvolvimento, as leis
históricos, ou seja, que as constituíram historicamente. Vivemos numa
sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades
sociais de: classe, etnia, gênero, religião, e entre outras. Essa crescente
fragmentação do social, potência políticas conservadoras que interferem na
política educacional fazendo prevalecer os interesse políticos da classe
dominante.

Entretanto, apesar de vivermos nessa sociedade desigual, queremos


pensá-la e reconstruí-la de forma diferente, por meio de ações que contribuam
para o pleno desenvolvimento dos cidadãos, viabilizando as informações para
torná-los mais esclarecidos, que tenham conhecimento de sua história e
compreenda que as relações que ocorrem entre os indivíduos não são naturais
mas sim construídas historicamente.

Concepção de homem

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-


a segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de
transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado momento
histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, ele produz
conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho,
produzindo bens materiais e não-materiais que são apropriados de diferentes
formas através de sua experiência com o mundo.

Considerando o homem um ser social, ele atua e interfere na sociedade,


e se encontra com o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e
também na organização política, garantindo assim sua participação ativa e
criativa nas diversas esferas do mundo social.

Sendo assim, a sociedade, a família e a escola precisam preparar um


homem transformador da realidade na qual está inserido, partindo do
pressuposto que ele é um ser histórico, possibilitando-lhe à apropriação do
conhecimento, dando-lhe condições para reescrever a sua história de uma
maneira crítica, construtiva, traçando metas e buscando alcançá-las , cuidando
do meio em que vive, tendo consciência da importância do desenvolvimento
social e ambiental sustentável e do respeito as diferenças individuais e
coletivas.

Há propostas de caminhos: traçar objetivos e diretrizes que estimulem a


consciência crítica, reflexiva, participativa e transformadora, buscando a
apropriação e domínio do conhecimento, assim como o desenvolvimento do
respeito às diferenças étnicas e culturais, efetivando o exercício da cidadania.

Concepção de cidadania

A educação, de modo geral, encontra-se defasada em relação as


necessidades contemporâneas do homem. Por outro lado, a educação, como
processo pedagógico sistematizado de intervenção na dinâmica da vida social,
é considerada hoje objeto de estudos científicos, auxiliando na definição de
estratégias políticas para o desenvolvimento das sociedades.

A educação pode disfarçar legitimar ideologias, amenizar as


contradições e os conflitos sociais. Desmascarar e aguçar a consciência das
contradições e contribuir para novas formas de concepção de mundo.

Conseqüentemente, o não reconhecimento dos (das) outros (as) como


seres humanos sujeitos de direitos revelam as desigualdades sociais baseadas
nas diferenças de etnias, gênero, idade, classe social, ideologias, impregnam
sentimentos e relacionamentos entre os "homens" produzem práticas de
exclusão, modos de gerir políticas, serviços sociais e modos de governar.

As desigualdades sociais historicamente permitiram a uma grande


massa de pessoas serem desprovidas do mundo econômico, social, político e
cultural. Diante desse quadro, a prática educativa deve partir do princípio de
oferecer um ensino de qualidade social, vinculada a conquista da cidadania.

" A cidadania é o direito a ter direito, pois a igualdade em


dignidade e direitos dos seres humanos não é dado. É construído da
consciência coletiva, que requer o acesso ao espaço público. É este
acesso ao espaço público que permite a construção de um mundo
comum através do processo de asserção dos direitos humanos".
( Hannah Arendt)

Portanto, a finalidade principal da educação é colaborar para a aquisição


do senso crítico no (a) aluno (a) e possa transformar, atuar de forma
contundente na construção de uma sociedade justa. Vivenciando e
estabelecendo relações entre direitos humanos e cidadania.

Conquistar o exercício da cidadania e lutar pela efetivação dos direitos


humanos requer conhecimentos culturais, históricos, econômicos e sociais.
Reconhecendo cada indivíduo como sujeitos de direitos. Para que isto ocorra, a
escola deve assumir o papel de meio transformador, vivenciando com sua
comunidade experiências e informações necessárias onde adultos, jovens e
crianças coletivamente saibam reivindicar seus direitos, consolidando uma
sociedade democrática, justa, emancipada, alicerçada na liberdade e na
autonomia das pessoas.

Concepção de educação

De acordo com o PPP (2007), “a educação é uma prática social, uma


atividade específica dos homens situando-os dentro da história – ela não muda
o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela sua ação na sociedade e nas
suas relações de trabalho.”

“Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar


que ela é, ao mesmo tempo, uma exigência do e para o processo de trabalho,
bem como é ela própria, um processo de trabalho”. (Saviani, 1992, p.19)

A instituição pretende uma educação voltada para formação de um


indivíduo crítico, participativo, responsável, consciente de seus direitos e
deveres, preparado para a vida. Um indivíduo capaz de interagir com o outro e
com o meio ambiente de forma equilibrada. Uma educação voltada para a
transformação social, sendo esta libertadora, crítica, humanitária e
emancipatória, que oportunize ao educando apropriação do conhecimento
científico, político, filosófico e artístico.

É por meio da educação que é possibilitada ao homem relacionar seus


conhecimentos e experiências com outros necessários e apresentados na
escola, bem como adquirir conhecimentos necessários para fazer a leitura da
realidade do mundo, para agir sobre a realidade de forma consciente e
responsável.

Neste sentido, ressalta-se a necessidade da escola conhecer as


experiências sociais, culturais, políticas e religiosas, as quais influenciam
diretamente na formação do "homem" como ser social.

Concepção de conhecimento

Conhecimento é visto como uma atividade humana que busca explicitar


as relações entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é
produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho.
De acordo com Veiga (1995, p.27) o conhecimento pressupõe as
concepções de homem, de mundo e das condições sociais que o geram
configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades do
homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a
realidade, novo modo de atuação para obtenção do conhecimento, mudando,
portanto a forma de interferir na realidade. Essa interferência traz
conseqüências para a escola, cabendo a ela garantir a socialização do
conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.
A ciência é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo objeto
de trabalho do educador.
Diante do exposto busca-se para a escola um conhecimento dinâmico,
que desperte no educando a necessidade de trocas de experiências, que
o leve a buscar inovações relacionando o conhecimento historicamente
acumulado com as práticas sociais, instigando-o a ousar e por em prática os
conhecimento adquiridos, reconstruí-los se necessário for, exercitando o senso
crítico e autonomia, para tomar decisões e interferir no meio em que vive.

Concepção de escola

A escola é uma das instâncias, que tem por função a elevação cultural
dos seus educandos. Têm uma função importante e significativa dentro da
sociedade, pois é um lugar privilegiado onde ocorre à troca de experiências
entres seus componentes: alunos, professores, funcionários, direção e
comunidade escolar. É um ambiente pedagógico que tem como um de seus
objetivos favorecer o processo de ensino e aprendizagem, através da ação
pedagógica intencional e planejada por todos os integrantes que dela fazem
parte.
“A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo e
suas contradições, fornecendo-lhe instrumentos, por meio da
apropriação dos conteúdos e da socialização, para uma participação
organizada e ativa na democratização da sociedade” (Luckesi, 1999, pg
70).

Partindo desses pressupostos vemos a escola, como uma instância de


ação, surgida das necessidades de ações, necessidades históricas da
humanidade, uma instância social que tenha como finalidade educativa garantir
ao educando à apropriação dos conhecimentos científicos, artísticos,
esportivos, políticos e filosóficos, o acesso, permanência e sucesso dos alunos,
a formação continuada dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, o
trabalho coletivo e a gestão educacional democrática.
Além disso, o espaço escolar deverá acolher toda comunidade, na qual
está inserida, democratizando informações por meio de palestras, cursos,
seminários, projetos desenvolvidos pela instituição educacional e órgãos
governamentais ou privados que atendam suas necessidades, possibilitando a
consolidação da cidadania e justiça social.
Concepção de Tecnologia

O uso de tecnologias como apoio ao ensino e à aprendizagem vem


evoluindo vertiginosamente nos últimos anos, podendo trazer efetivas
contribuições a educação. Entretanto para evitar superar o uso ingênuo dessas
tecnologias é fundamental conhecer as novas formas de ensinar e aprender,
bem como de produzir comunicar e representar conhecimento, possibilitadas
por esses recursos, que favoreçam a democracia e a integração social.
A integração entre tecnologias, linguagens e representações tem papel
preponderante na formação de pessoas melhor qualificadas para o convívio e a
atenção na sociedade conscientes de seus compromissos para o contexto, a
valorização humana e a expressão da criatividade.
Nesta perspectiva, o cenário educacional requer do professor saber
como usar pedagogicamente tais recursos.
A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e
serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais
vigentes e deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e alternativa
no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento das
desigualdades, ou para inserção social se vista como uma forma de
estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas.
Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação
tecnológica não será suficiente para o acesso de todos, da Escola Pública, sem
que haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que
esses recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser
ferramenta que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio
de estabelecer relações de ente o conhecimento científico, tecnológico e sócio-
histórico, possibilitando articular ação, teoria e prática.

Concepção de ensino-aprendizagem

Quando o educando começa a fazer parte da instituição educativa, sua


experiência nela, o que lhe é ensinado torna-se constitutivo de sua pessoa
modificando-o continuamente. Isto significa que todo o processo de ensino-
aprendizagem se insere num contexto mais amplo da construção do ser
humano, porque a aprendizagem na escola se efetua como um processo
dinâmico, interligado a outras instâncias de apreensão e compreensão da
realidade.
As experiências vividas na escola e fora dela são constituídas por ações
e interações que participam da formação e do desenvolvimento do educando.
O aluno apresenta um conhecimento que se constitui por estratégias
específicas, que se modificam, inclusive, em função dos conhecimentos
adquiridos e das experiências vivenciadas no interior da escola e fora dela.
Para que ocorra de fato o ensino e a aprendizagem e que o
conhecimento se construa nessa relação, são necessárias duas condições:
primeiramente que a nova informação seja passível de ser compreendida pelo
aluno, ou seja, precisa haver uma ligação possível entre aquilo que o aluno já
conhece com o que irá aprender. Em segundo lugar, que se estabeleça uma
relação ativa do aluno com o conteúdo a ser apreendido.
O ponto de partida é a prática social, saberes que o aluno vivencia no
seu cotidiano, através da observação e das informações diversas. O aluno
levanta hipóteses que deverão ser transformadas em conhecimento formal
através da ação pedagógica.
Para que o Projeto Político Pedagógico se torne uma prática social e se
efetive de fato é necessário propiciar situações que lhe permitam aprender a
pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma coerente. Na dimensão
pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola,
pelo incentivo da autonomia dos trabalhadores da educação a fim de seja
possível contribuir para a formação de cidadãos participativos, responsáveis,
compromissados, críticos e criativos.
No processo de ensino-aprendizagem é imprescindível falar da
necessidade de se cultivar uma relação sadia, comprometida, responsável,
afetiva e autônoma na relação professor-aluno. O professor deverá ter
autoridade pedagógica para conduzir o trabalho com seus alunos. À relação do
aluno-professor, na escola, é mediada, então pelo conhecimento formal. O
professor detém o conhecimento formal que o educando deverá apropriar-se e
a interação entre ambos deve ser ativa e participativa que permita e promova a
apreensão conhecimento.
A ação pedagógica implica, portanto, numa relação especial em que o
conhecimento é construído e reconstruído, para tanto, exige do professor
domínio dos conteúdos e suas metodologias com utilização recursos didáticos
adequados, os quais possibilitam o desenvolvimento de seus educandos com
qualidade social.
É igualmente importante que o professor não perca de vista o que a
interação com o educando tem um objetivo específico que é possibilitar-lhe
apropriação do conhecimento. E isto, só pode ser realizado pela ampliação de
conceitos e transformação de significados que o educando traz da prática
social por meio de experiências extra e intra-escolares anteriores.
Dentro deste contexto que se deve situar o aluno, procurando
compreender a trajetória que ele realiza em seu processo de constituição como
sujeito histórico, capaz de transformar a sociedade em que vive. A vivência do
aluno na escola atende a objetivos específicos, mas as experiências aí
adquiridas são parte integrante na vida do indivíduo, possibilitando uma
atuação mais efetiva na prática social.

Concepção de avaliação

Partimos da idéia que a avaliação é um processo amplo da


aprendizagem, indissolúvel do todo, que envolve responsabilidade do professor
e do aluno, pensar avaliação no âmbito da Educação Escolar, no campo da
Educação de Direitos, nos leva pensar a sua função, o papel social do
professor, a razão da existência da Escola. Traz a discussão sobre a inclusão e
exclusão, privilégios e direitos, direitos e obrigações, que alunos queremos
formar, que escola estamos construindo e para qual sociedade.
Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde
as suas concepções, seus fundamentos, sua organização, suas normas
burocráticas. Significa mudanças conceituais, redefinição de conteúdos, das
funções dos docentes, entre outros.
Propõe-se uma reestruturação interna na escola quanto à sua forma de
avaliação. Necessita-se, sobretudo, de uma avaliação contínua, formativa e
emancipatória, na perspectiva do desenvolvimento integral do aluno. O
importante é estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e identificar
as possíveis causas de seus fracassos e/ou dificuldades visando uma maior
qualificação e não somente uma quantificação na aprendizagem.
A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar o
aluno. Fundamenta-se no processo de aprendizagem, em seus aspectos
cognitivos, afetivos e sociais, fundamenta-se em aprendizagens significativas e
funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam o quando for
preciso para que continue a aprender.
Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos
alunos, pode-se dizer que ela se converte em ferramenta pedagógica, em um
elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino.
Neste sentido, a avaliação estará presente durante todo o processo
educacional e não somente em períodos específicos. A avaliação atenderá os
objetivos previamente estabelecidos e cumprirá a função de diagnóstico.
Avaliando todos os comportamentos envolvidos no processo de
aprendizagem.
Segundo o PPP (2007): “Avaliar não é competência única do (a)
professor (a), mas sim de todas as pessoas que integram o processo
educacional (alunos, pais e administradores).”
Portanto, a concepção de avaliação numa visão emancipatória está
apoiada em princípios e valores comprometidos com a formação do "cidadão".

Capacitação continuada de educadores

Garantindo os princípios e fins da educação nacional no art. 3º VII –


“valorização do profissional da educação escolar”. A formação continuada é um
direito de todos os profissionais que trabalham na escola, uma vez que não só
ela possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na qualificação e na
competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o
desenvolvimento profissional dos professores articulado com as escolas e seus
projetos.
O currículo da escola pública

A proposta aqui sistematizada é resultado do trabalho coletivo de todos


os profissionais da Educação do Paraná no decorrer do ano de 2004/2005. Ela
apresenta, neste momento, o projeto político pedagógico possível e expressa o
compromisso dos profissionais da educação com a melhoria da educação no
sentido de responder às necessidades sociais e históricas, que buscam a
escola pública. Está sendo reconstruído nesse momento da educação pública
por todos aqueles que dela fazem parte, através de grupos dos estudos entre
os profissionais da educação.
Pensado como uma construção histórica e social, o currículo traduz os
diferentes interesses em disputa, produzindo e reproduzindo as relações
sociais, desiguais, assimétricas, que caracterizam as sociedades
contemporâneas. Através dele é possível produzir, reafirmar, negar ou silenciar
identidades e diferenças sociais. Nesse sentido, o currículo se transforma
igualmente em um importante instrumento de negociação política entre os
diferentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Pensar currículo como resultado e caminho para o trabalho coletivo,
implica percebê-lo como prática social viva, dinâmica e processual traduzida,
pelo conjunto de experiências produzidas e vividas por professores e alunos.
A valorização dos saberes sociais trazidos dos meios familiares e sociais
não devem ser confundidos como homogeneização dos papéis sociais,
atribuídos à família e à escola. A escola é um espaço específico de produção e
transmissão de conhecimento. Um espaço que estabelece relações
privilegiadas com o saber. Um espaço, onde é possível para o educador e para
o educando estruturar e sistematizar os saberes plurais criados em outros
lugares.
O currículo é percebido assim como o conjunto de representações que
organizam em torno do conhecimento escolar. Conhecimento esse produzido
num espaço social com funções sociais formativas e normativos, que precisam
ser devidamente consideradas.
À escola e ao professor compete organizar, sistematizar e ensinar estes
conhecimentos. Facilitar aos alunos a construção de novas formas de leitura do
mundo, no sentido de permitir a esses alunos se situarem em um mundo por
definição extremamente complexo e dinâmico.
Partimos da idéia que o currículo escolar e o resultado de escolhas
intencionais que fazemos dentro do imenso conjunto de conhecimentos
produzidos pela humanidade, e que contém princípios gerais que norteiam as
nossas escolhas, compreendendo que há limites e possibilidades para a escola
na construção da sociedade que sonhamos.
O currículo engloba um conjunto de experiências coletivamente
organizadas pela escola e pelas quais a escola se responsabiliza e
disponibiliza aos alunos, com o objetivo que o aluno aprenda algo. O eixo do
currículo em torno do qual ele gira, é o conhecimento escolar. A centralidade
do currículo é o conhecimento, pois a escola deve ensinar e ensinar com
qualidade, este é um pressuposto do qual a escola partilha.
DIRETRIZES PARA A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL
DOCENTE E NÃO-DOCENTE; DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES
EXTRACURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Avaliação institucional

Resgatar o papel da escola como base de toda a estrutura social,


devendo primar pela oferta de uma educação com qualidade social é
responsabilidade de todos.
A escola como instituição educacional tem nesse Projeto Político
Pedagógico, um instrumento norteador de todo o processo educacional,
explicitando seus valores, visão de futuro e objetivos no qual o foco central é o
aluno.
No entanto, a qualidade do processo educacional não se determina por
leis. É impossível administrá-la de fora para dentro. Ela precisa de identidade,
métodos e diretrizes sem nunca perder de vista seus fundamentos, princípios e
seus fins.
A escola para atender a comunidade na qual está inserida necessita de
autonomia, ou seja, que tenha grau de independência e liberdade para
coletivamente pensar, refletir, planejar, estabelecer os processos de
participação no dia-a-dia da escola e mensurar qualitativamente os resultados.
Então, não sendo autonomia o resultado de atos e / ou resoluções decretadas,
ela precisa ser construída cotidianamente.

A partir da elaboração desse Projeto Político Pedagógico, fundamentado


na democracia participativa, integra-se ao cotidiano escolar a Avaliação
denominada Institucional, pois a escola é uma instituição pública de educação.
Devendo cumprir sua finalidade explicita de atender os anseios da coletividade
e a ela deve servir. Conseqüentemente, avaliar a educação pública é também
avaliar a função da educação e o seu significado social.
A avaliação institucional será realizada a cada ano, em virtude dos
resultados o presente projeto político pedagógico poderá sofrer alterações em
seu plano de ação (redefinindo metas e objetivos).
Práticas avaliativas

Os mecanismos de avaliação permitem constatar, compreender,


estudar, interpretar, acompanhar, aperfeiçoar e intervir nos processos de
construção do conhecimento, bem como diagnosticar seus resultados e
atribuir-lhes valor.
Na avaliação do aproveitamento escolar deverão preponderar os
aspectos qualitativos sobre os quantitativos da aprendizagem, considerada a
interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade dos conteúdos, de acordo com
o currículo e os objetivos propostos pela escola.
A nota do bimestre e / ou semestre será resultante da somatória dos
valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo valores
cumulativos em várias aferições na seqüência e ordenação dos conteúdos.
A recuperação de estudos será de forma paralela ao longo da série e do
período letivo ofertada aos alunos de baixo rendimento escolar. Constituindo-se
num conjunto integrado ao processo de ensino, além de se adequar às
dificuldades dos discentes.
O professor deverá oportunizar a recuperação de estudos através de
pesquisas, dissertações, provas, trabalhos individuais ou em grupos, atividades
extraclasse e outras.
Cabendo também a escola oferecer oportunidades de participação em
atividades realizadas em contra - turno como os projetos desenvolvidos em
diferentes áreas do conhecimento, além de freqüentar as salas de apoio e / ou
sala de recursos com materiais e metodologias diferenciadas que atendam as
necessidades de cada aluno.
OGANIZAÇÃO CURRICULAR

DISCIPLINA: GEOGRAFIA

ENSINO FUNDAMENTAL

CAMPO MOURÃO – PR 2006

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Desde os tempos mais remotos, o saber geográfico estava vinculado às


descrições das paisagens e à cartografia.
Durante a Idade Média (século XII a XV), destacou-se a evolução do
conhecimento cartográfico.
Com o Colonialismo, a Geografia ampliou-se no sentido de catalogar
dados sobre os novos territórios recém descobertos.
Mas, até o século XIX, a Geografia não havia se sistematizado.
No Imperialismo, (século XIX), várias sociedades geográficas foram
criadas (organizavam expedições científicas), que subsidiaram, mais tarde, o
surgimento das escolas nacionais de pensamento geográfico, com destaque
para a alemã e a francesa.
A Geografia só se tornou ciência no século XIX, com destaque para
Ratzel (1844 – 1904).
No Brasil o pensamento geográfico esteve presente desde a
colonização, com o intuito de descrever o espaço geográfico, mapear a colônia
e localizar os portos para exportação da produção.
Somente no século XX as pesquisas e a ciência geográfica começaram
a aparecer de forma mais efetiva. A partir de 1920, no Brasil, a Geografia foi
considerada conhecimento científico. Mas somente após a Revolução de 30, o
ensino e a pesquisa de Geografia no Brasil, se institucionalizaram.
Durante um longo período a Geografia escolar teve um caráter
decorativo, focada na descrição de paisagens e no fortalecimento do
nacionalismo. Estas características da Geografia escolar perduraram até os
anos 60 do século XX.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo inicia uma Nova
Ordem Mundial e os enfoques da geografia começam a mudar.
Nos anos 70 e 80, as transformações políticas mundiais e nacionais,
especialmente com o fim da bipolaridade, levaram as outras reformulações do
pensamento geográfico, estimulando a criticidade e relacionando questões
sócio-econômicas, sócio-ambientais e culturais.
Na atualidade, percebemos o saber geográfico voltado para a
humanidade e a natureza, estimulando, além da criticidade, o exercício da
cidadania, motivando para o “pensar” e para a busca do conhecimento
científico, compreendendo “o que ‘‘ acontece ao nosso redor , mas também
“porque” acontece, inventando e reinventando possibilidades de convivência
harmônica entre o ser humano e a natureza”.

OBJETIVO GERAL

Conhecer e compreender o quadro natural, social e econômico do


mundo, posicionando-se criticamente como agente integrante e transformador
do espaço e percebendo-o como resultado da ação humana. Assim, busca-se
desenvolver no aluno a consciência espacial e a leitura geográfica..

CONTEÚDOS

1ª SÉRIE

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- A Dimensão Econômica Da Produção Do/No Espaço

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Desigualdades sócio-econômicas e espaço urbano (Espaço


geográfico, paisagem e território; coordenadas geográficas; movimentos
da Terra e fusos horários; cartografia);
 Agroindústrias (As atividades agropecuárias e os sistemas
agrários; as indústrias no campo);
 Processo de urbanização (Urbanização no mundo);
 Processo de industrialização (A indústria no mundo);
 As relações urbano-rural (As relações campo e cidade);
 Valorização do solo urbano: Centro-Periferia (Organização
do espaço urbano no mundo).

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Geopolítica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 As cidades globais (As cidades globais no mundo)


 Os conflitos territoriais urbanos (Urbanização no mundo e
suas desigualdades territoriais);
 A hierarquia das cidades (Redes urbanas);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dinâmica Cultural E Demográfica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Movimentos migratórios e ocupação urbana (A população


da Terra: fatores do crescimento, teorias demográficas e diversidades);
 Movimentos sociais urbanos (As relações sociais nas áreas
urbanas do mundo; desigualdades sociais no mundo);
 As relações étnicos-raciais (Discriminação racial; o
desrespeito às diferenças culturais e raciais no mundo);
 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dimensão Sócioambiental

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Uso da água no meio urbano e rural (A água no planeta:


disponibilidade e desperdício; águas oceânicas, continentais e
subterrâneas);
 Poluição dos rios pelos dejetos urbanos e rurais (Esgotos
sem tratamento; efluentes industriais; lixo orgânico e biodegradável; o
lixo e as galerias pluviais; agrotóxicos);
 Ocupação urbana de encostas e várzeas (Urbanização
desordenada e suas conseqüências ambientais; desmatamento de
vegetação ciliar e assoreamento; Legislação ambiental; Biomas
terrestres);
 Políticas públicas e saneamento básico nas cidades
(Urbanização desordenada; tratamento de água e esgoto; o desperdício
da água e energia elétrica nas cidades; a Legislação ambiental e o
destino correto para pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes);
 Poluição (Os vários tipos de poluição do ar, do solo e da
água; a meteorologia, os climas do mundo e as mudanças climáticas;
fontes de energia; desenvolvimento sustentável);
 (Dinâmicas naturais e suas conseqüências: o tempo
geológico e as placas tectônicas, a estrutura interna da Terra, agentes
internos e externos do relevo terrestre, as fisionomias da superfície
terrestre).

2º SÉRIE

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- A Dimensão Econômica Da Produção Do/No Espaço


CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Desigualdades sócio-econômicas e espaço urbano (Países


desenvolvidos e subdesenvolvidos; a internacionalização do capital; o
comércio mundial);
 Processo de industrialização (Os novos países
industrializados: substituição de importações e plataformas de
exportação);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Geopolítica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 As cidades globais (O processo de globalização; os


blocos econômicos; capitalismo, socialismo e a guerra fria);
 Os micro-territórios urbanos (Globalização e
comércio mundial; metrópoles mundiais);
 Os conflitos territoriais (Xenofobia; diáspora; nacionalismos;
separatismos; terrorismo no mundo);
 A hierarquia das cidades ( Redes urbanas e
globalização);
 O mundo hoje (Oriente Médio; as mudanças no
Leste Europeu; a China e seus sistemas; Coréia do Norte, Cuba e
Vietnã; América Latina; África; Reino Unido, Alemanha, Itália e
França; Canadá e Japão; Austrália e Nova Zelândia; Estados
Unidos, potência mundial; Brasil: aspectos gerais).

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE
- Dinâmica Cultural E Demográfica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Movimentos migratórios e ocupação urbana (As migrações


internacionais);
 Movimentos sociais urbanos (As relações de poder na área
urbana e as desigualdades sociais);
 As relações étnico-raciais no ambiente urbano (O
desrespeito e a discriminação racial e cultural no mundo);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dimensão Sócioambiental

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 O uso da água no mundo (Disponibilidade e conflitos atuais


e futuros devido à água);
 Poluição (Os vários tipos de poluição nos países
desenvolvidos e subdesenvolvidos; exploração e conflitos devido aos
recursos naturais no mundo).

3º SÉRIE

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- A Dimensão Econômica Da Produção Do/No Espaço


CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Desigualdades sócio-econômicas e espaço urbano (Brasil,


país industrializado e subdesenvolvido; o espaço urbano brasileiro e
paranaense; formação e expansão do território brasileiro; caracterização
do espaço brasileiro; organização político-administrativa do Brasil e
Paraná; a divisão regional do Brasil e as Mesorregiões do Paraná; os
complexos regionais brasileiros);
 Agroindústrias (O espaço agropecuário brasileiro e
paranaense; as indústrias no campo);
 Processo de urbanização (O meio urbano no Brasil e
Paraná);
 Valorização do solo urbano Centro-Periferia (Organização
do espaço urbano brasileiro e paranaense);
 Processo de industrialização (A industrialização no Brasil;
distribuição espacial da indústria no Brasil e Paraná; os meios de
transporte e comunicação no Brasil e Paraná);
 As relações urbano-rural (As relações campo e cidade no
Brasil e Paraná; a estrutura fundiária e os conflitos de terra no Brasil);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Geopolítica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
 As cidades globais (O Brasil e o Paraná inseridos no
processo de globalização; o comércio exterior brasileiro);
 Os micro-territórios urbanos (Urbanização e regiões
metropolitanas brasileiras e paranaenses);
 Os conflitos territoriais urbanos (As relações urbanas);
 A hierarquia das cidades (As redes urbanas no Brasil).

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE
- Dinâmica Cultural E Demográfica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Movimentos migratórios e ocupação urbana (A população


brasileira e paranaense; movimentos da população brasileira e
paranaense; a formação étnica e cultural da população brasileira e
paranaense);
 Movimentos sociais urbanos (As relações sociais e as
desigualdades no Brasil);
 As relações étnico-raciais (O desrespeito e a discriminação
racial e cultural no Brasil e Paraná – passado e presente);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dimensão Sócioambiental

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Uso da água no meio urbano e rural (A água no Brasil e


Paraná: disponibilidade em aqüíferos, lençóis freáticos, rios, lagos e
oceano, e o desperdício);
 Poluição dos rios pelos dejetos urbanos e rurais
(Hidrografia brasileira e paranaense; esgotos sem tratamento; efluentes
industriais; lixo orgânico e biodegradável; o lixo e as galerias pluviais;
agrotóxicos);
 Ocupação urbana de encostas e várzeas (Urbanização
desordenada e os impactos ambientais no Brasil e Paraná;
ecossistemas brasileiros; vegetação paranaense; desmatamento;
assoreamento);
 Políticas públicas e saneamento básico nas cidades (Brasil
e Paraná: urbanização desordenada, tratamento de água e esgoto, o
desperdício da água e energia elétrica nas cidades, a Legislação
ambiental e o destino correto para pilhas, baterias e lâmpadas
fluorescentes);
 Poluição (Brasil e Paraná: os vários tipos de poluição do ar,
do solo e da água, os climas e as mudanças climáticas, relevo, geologia,
mineração e energia, desenvolvimento sustentável).
 Aspectos locais (noções de geografia e história de Campo
Mourão, enfocando, também, os aspectos ambientais).

CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

Agenda 21 Escolar, Educação Fiscal, Cultura Africana e Indígena,


Educação no Campo (a serem trabalhados em todas as séries).

METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico para o ensino de Geografia no Ensino


Médio, dar-se-á através de aulas expositivas, com auxílio de recursos áudio
visuais, bem como de aulas práticas, através das pesquisas de campo ou
manipulação de materiais concretos.
Os conteúdos geográficos serão trabalhados de maneira à estimular os
educandos para o dinamismo e a criticidade, motivando-os a pensar e a buscar
alternativas para as mais diversas situações cotidianas, percebendo-se como
agente construtor da sociedade e modificador das paisagens, interagindo com
o meio em que vive. Isto se aplica a todos os alunos, inclusive aos portadores
de necessidades especiais. Cabe ao professor o bom senso para se utilizar de
metodologias variadas para atender a todas as necessidades de todos os
educandos independente de raça, credo, ideologia ou deficiências, bem como a
necessidade de apoio do próprio Sistema Educacional.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação é um precioso meio pelo qual o professor pode acompanhar


as manifestações de aprendizagem de seus alunos, além de verificar a sua
própria atuação docente. É de suma importância que a avaliação seja contínua,
formativa e emancipatória, na perspectiva do desenvolvimento integral do
aluno. O importante é estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e
identificar as possíveis causas de seus fracassos e/ou dificuldades, visando
uma maior qualificação e não somente uma quantificação na aprendizagem.
A avaliação do aproveitamento escolar deverá ser feita pela observação
constante de cada aluno, inclusive aqueles que possuem necessidades
especiais (respeitando os avanços e limites de cada um), em diferentes
experiências de aprendizagem, tais como: debates, experiências cotidianas,
testes orais e escritos, tarefas específicas, interpretação e produção de textos,
confecção e interpretação de mapas, maquetes, gráficos e tabelas, pesquisas
teóricas e práticas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais,
entrevistas, seminários, palestras, projetos, atividades cívicas e outras formas
que se mostrarem aconselháveis e de aplicação possível, cumprindo a sua
finalidade educativa de ser permanente e cumulativa.
Proposta Curricular da Disciplina de Geografia – EM

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA


DE GEOGRAFIA

Desde os tempos mais remotos, o saber geográfico estava vinculado às


descrições das paisagens e à cartografia. Durante a Idade Média (século XII a
XV), destacou-se a evolução do conhecimento cartográfico. Com o
Colonialismo, a Geografia ampliou-se no sentido de catalogar dados sobre os
novos territórios recém descobertos. Mas, até o século XIX, a Geografia não
havia se sistematizado.
No Imperialismo, (século XIX), várias sociedades geográficas foram
criadas (organizavam expedições científicas), que subsidiaram, mais tarde, o
surgimento das escolas nacionais de pensamento geográfico, com destaque
para a alemã e a francesa. A Geografia só se tornou ciência no século XIX,
com destaque para Ratzel (1844 – 1904).
No Brasil o pensamento geográfico esteve presente desde a
colonização, com o intuito de descrever o espaço geográfico, mapear a colônia
e localizar os portos para exportação da produção.
Somente no século XX as pesquisas e a ciência geográfica começaram
a aparecer de forma mais efetiva. A partir de 1920, no Brasil, a Geografia foi
considerada conhecimento científico. Mas somente após a Revolução de 30, o
ensino e a pesquisa de Geografia no Brasil, se institucionalizaram.
Durante um longo período a Geografia escolar teve um caráter
decorativo, focada na descrição de paisagens e no fortalecimento do
nacionalismo. Estas características da Geografia escolar perduraram até os
anos 60 do século XX.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo inicia uma Nova
Ordem Mundial e os enfoques da geografia começam a mudar.
Nos anos 70 e 80, as transformações políticas mundiais e nacionais,
especialmente com o fim da bipolaridade, levaram as outras reformulações do
pensamento geográfico, estimulando a criticidade e relacionando questões
sócio-econômicas, sócio-ambientais e culturais.
Na atualidade, percebemos o saber geográfico voltado para a
humanidade e a natureza, estimulando, além da criticidade, o exercício da
cidadania, motivando para o “pensar” e para a busca do conhecimento
científico, compreendendo “o que ‘‘ acontece ao nosso redor , mas também
“porque” acontece, inventando e reinventando possibilidades de convivência
harmônica entre o ser humano e a natureza”.

OBJETIVO GERAL

Conhecer e compreender o quadro natural, social e econômico do


mundo, posicionando-se criticamente como agente integrante e transformador
do espaço e percebendo-o como resultado da ação humana. Assim, busca-se
desenvolver no aluno a consciência espacial e a leitura geográfica..

CONTEÚDOS

1ª SÉRIE

 1 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- A Dimensão Econômica Da Produção Do/No Espaço

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Desigualdades sócio-econômicas e espaço urbano (Espaço geográfico,


paisagem e território; coordenadas geográficas; movimentos da Terra e
fusos horários; cartografia);
 Agroindústrias (As atividades agropecuárias e os sistemas agrários; as
indústrias no campo);
 Processo de urbanização (Urbanização no mundo);
 Processo de industrialização (A indústria no mundo);
 As relações urbano-rural (As relações campo e cidade);
 Valorização do solo urbano: Centro-Periferia (Organização do espaço
urbano no mundo).

 2 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Geopolítica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 As cidades globais (As cidades globais no mundo)


 Os conflitos territoriais urbanos (Urbanização no mundo e suas
desigualdades territoriais);
 A hierarquia das cidades (Redes urbanas);

 3 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dinâmica Cultural E Demográfica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Movimentos migratórios e ocupação urbana (A população da Terra:


fatores do crescimento, teorias demográficas e diversidades);
 Movimentos sociais urbanos (As relações sociais nas áreas urbanas do
mundo; desigualdades sociais no mundo);
 As relações étnicos-raciais (Discriminação racial; o desrespeito às
diferenças culturais e raciais no mundo);

 4 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
 Uso da água no meio urbano e rural (A água no planeta: disponibilidade
e desperdício; águas oceânicas, continentais e subterrâneas);
 Poluição dos rios pelos dejetos urbanos e rurais (Esgotos sem
tratamento; efluentes industriais; lixo orgânico e biodegradável; o lixo e
as galerias pluviais; agrotóxicos);
 Ocupação urbana de encostas e várzeas (Urbanização desordenada e
suas conseqüências ambientais; desmatamento de vegetação ciliar e
assoreamento; Legislação ambiental; Biomas terrestres);
 Políticas públicas e saneamento básico nas cidades (Urbanização
desordenada; tratamento de água e esgoto; o desperdício da água e
energia elétrica nas cidades; a Legislação ambiental e o destino correto
para pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes);
 Poluição (Os vários tipos de poluição do ar, do solo e da água; a
meteorologia, os climas do mundo e as mudanças climáticas; fontes de
energia; desenvolvimento sustentável);
 (Dinâmicas naturais e suas conseqüências: o tempo geológico e as
placas tectônicas, a estrutura interna da Terra, agentes internos e
externos do relevo terrestre, as fisionomias da superfície terrestre).

2º SÉRIE
 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- A Dimensão Econômica Da Produção Do/No Espaço

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Desigualdades sócio-econômicas e espaço urbano (Países


desenvolvidos e subdesenvolvidos; a internacionalização do capital; o
comércio mundial);
 Processo de industrialização (Os novos países industrializados:
substituição de importações e plataformas de exportação);
 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Geopolítica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 As cidades globais (O processo de globalização; os blocos econômicos;


capitalismo, socialismo e a guerra fria);
 Os micro-territórios urbanos (Globalização e comércio mundial;
metrópoles mundiais);
 Os conflitos territoriais (Xenofobia; diáspora; nacionalismos;
separatismos; terrorismo no mundo);
 A hierarquia das cidades ( Redes urbanas e globalização);
 O mundo hoje (Oriente Médio; as mudanças no Leste Europeu; a China
e seus sistemas; Coréia do Norte, Cuba e Vietnã; América Latina; África;
Reino Unido, Alemanha, Itália e França; Canadá e Japão; Austrália e
Nova Zelândia; Estados Unidos, potência mundial; Brasil: aspectos
gerais).

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dinâmica Cultural E Demográfica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Movimentos migratórios e ocupação urbana (As migrações


internacionais);
 Movimentos sociais urbanos (As relações de poder na área urbana e as
desigualdades sociais);
 As relações étnico-raciais no ambiente urbano (O desrespeito e a
discriminação racial e cultural no mundo);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE
- DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 O uso da água no mundo ( Disponibilidade e conflitos atuais e futuros


devido à água );
 Poluição (Os vários tipos de poluição nos países desenvolvidos e
subdesenvolvidos; exploração e conflitos devido aos recursos naturais
no mundo).

3º SÉRIE

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- A Dimensão Econômica Da Produção Do/No Espaço

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Desigualdades sócio-econômicas e espaço urbano (Brasil, país


industrializado e subdesenvolvido; o espaço urbano brasileiro e
paranaense; formação e expansão do território brasileiro; caracterização
do espaço brasileiro; organização político-administrativa do Brasil e
Paraná; a divisão regional do Brasil e as Mesorregiões do Paraná; os
complexos regionais brasileiros);
 Agroindústrias (O espaço agropecuário brasileiro e paranaense; as
indústrias no campo);
 Processo de urbanização (O meio urbano no Brasil e Paraná);
 Valorização do solo urbano Centro-Periferia (Organização do espaço
urbano brasileiro e paranaense);
 Processo de industrialização (A industrialização no Brasil; distribuição
espacial da indústria no Brasil e Paraná; os meios de transporte e
comunicação no Brasil e Paraná);
 As relações urbano-rural (As relações campo e cidade no Brasil e
Paraná; a estrutura fundiária e os conflitos de terra no Brasil);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Geopolítica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
 As cidades globais ( O Brasil e o Paraná inseridos no processo de
globalização; o comércio exterior brasileiro );
 Os micro-territórios urbanos (Urbanização e regiões metropolitanas
brasileiras e paranaenses);
 Os conflitos territoriais urbanos (As relações urbanas);
 A hierarquia das cidades (As redes urbanas no Brasil).

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE

- Dinâmica Cultural E Demográfica

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Movimentos migratórios e ocupação urbana (A população brasileira e


paranaense; movimentos da população brasileira e paranaense; a
formação étnica e cultural da população brasileira e paranaense);
 Movimentos sociais urbanos (As relações sociais e as desigualdades no
Brasil );
 As relações étnico-raciais (O desrespeito e a discriminação racial e
cultural no Brasil e Paraná – passado e presente);

 CONTEÚDO ESTRUTURANTE
- DIMENSÃO SÓCIOAMBIENTAL

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

 Uso da água no meio urbano e rural (A água no Brasil e Paraná:


disponibilidade em aqüíferos, lençóis freáticos, rios, lagos e oceano, e o
desperdício);
 Poluição dos rios pelos dejetos urbanos e rurais (Hidrografia brasileira e
paranaense; esgotos sem tratamento; efluentes industriais; lixo orgânico
e biodegradável; o lixo e as galerias pluviais; agrotóxicos);
 Ocupação urbana de encostas e várzeas (Urbanização desordenada e
os impactos ambientais no Brasil e Paraná; ecossistemas brasileiros;
vegetação paranaense; desmatamento; assoreamento);
 Políticas públicas e saneamento básico nas cidades (Brasil e Paraná:
urbanização desordenada, tratamento de água e esgoto, o desperdício
da água e energia elétrica nas cidades, a Legislação ambiental e o
destino correto para pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes);
 Poluição (Brasil e Paraná: os vários tipos de poluição do ar, do solo e da
água, os climas e as mudanças climáticas, relevo, geologia, mineração e
energia, desenvolvimento sustentável).
 Aspectos locais (noções de geografia e história de Campo Mourão,
enfocando, também, os aspectos ambientais).

CONTEÚDOS COMPLEMENTARES

Agenda 21 Escolar, Educação Fiscal, Cultura Africana e Indígena, Educação


no Campo ( a serem trabalhados em todas as séries ).

METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico para o ensino de Geografia no Ensino Médio,


dar-se-á através de aulas expositivas, com auxílio de recursos áudio visuais,
bem como de aulas práticas, através das pesquisas de campo ou manipulação
de materiais concretos.
Os conteúdos geográficos serão trabalhados de maneira à estimular os
educandos para o dinamismo e a criticidade, motivando-os a pensar e a buscar
alternativas para as mais diversas situações cotidianas, percebendo-se como
agente construtor da sociedade e modificador das paisagens, interagindo com
o meio em que vive. Isto se aplica a todos os alunos, inclusive aos portadores
de necessidades especiais. Cabe ao professor o bom senso para se utilizar de
metodologias variadas para atender a todas as necessidades de todos os
educandos independente de raça, credo, ideologia ou deficiências, bem como a
necessidade de apoio do próprio Sistema Educacional.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação é um precioso meio pelo qual o professor pode acompanhar as


manifestações de aprendizagem de seus alunos, além de verificar a sua
própria atuação docente. É de suma importância que a avaliação seja contínua,
formativa e emancipatória, na perspectiva do desenvolvimento integral do
aluno. O importante é estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e
identificar as possíveis causas de seus fracassos e/ou dificuldades, visando
uma maior qualificação e não somente uma quantificação na aprendizagem.
A avaliação do aproveitamento escolar deverá ser feita pela observação
constante de cada aluno, inclusive aqueles que possuem necessidades
especiais ( respeitando os avanços e limites de cada um ), em diferentes
experiências de aprendizagem, tais como: debates, experiências cotidianas,
testes orais e escritos, tarefas específicas, interpretação e produção de textos,
confecção e interpretação de mapas, maquetes, gráficos e tabelas, pesquisas
teóricas e práticas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais,
entrevistas, seminários, palestras, projetos, atividades cívicas e outras formas
que se mostrarem aconselháveis e de aplicação possível, cumprindo a sua
finalidade educativa de ser permanente e cumulativa.
ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO E VIVÊNCIA ESCOLAR

No dia 04/05/2011 foi realizada a observação da aula ministrada pela


professora Delma no 3ºC, onde essa foi a primeira aula do período noturno do
Colégio Estadual Dom Bosco, tendo início às 18h50min e término às 19h40min.
Foi observado que a professora entrou em sala cumprimentando os
alunos que estavam presentes, após alguns minutos de conversa informal a
professora Delma pediu para uma aluna buscar na biblioteca os livros
didáticos, (os livros de todas as disciplinas ficam guardados na biblioteca da
escola) e na seqüência fez a chamada.
Estavam na sala dez alunos, que permaneciam quietos na hora da
chamada. A professora ausentou-se por alguns minutos para buscar o mapa
Político do Brasil, quando ela retornou pediu para que os alunos abrissem os
livros na pagina 32 onde o tema da aula abordava as fontes energéticas do
Brasil. Durante a aula foi chegando mais alunos, o que no total somou vinte e
dois alunos presentes.
A professora Delma deu uma aula expositiva e não utilizou a lousa, ela
fez uma dinâmica onde abordou vários temas como: principais bacias
hidrográficas, fontes alternativas de energia e mineração.
A aula foi interrompida duas vezes pela coordenação, uma vez para falar
do final do segundo bimestre e outra para dar recado à uma aluna em
particular.
A professora utilizou o mapa para demonstrar algumas regiões onde
possuem as principais bacias hidrográficas do Brasil e as regiões que mais
necessitam de energia elétrica.
Observando a esta aula, por ter sido a primeira aula, o tempo não foi
suficiente para conclusão do conteúdo pela professora e alguns minutos antes
do término da aula a professora pediu para que os alunos fizessem questões
do livro didático para dar visto na aula seguinte.
Outra observação feita é de que os alunos se comportam bem na aula
da professora e ela se movimenta muito pela sala, despertando a curiosidade
dos mesmos, utilizou exemplos particulares para facilitar na compreensão do
conteúdo.
No dia 04/05/2011, na turma 2º D, com início às 19h40min e término às
20h30min. Foi observado que a professora entrou em sala, cumprimentou os
alunos e em seguida foi resolver um problema particular em outra sala de aula,
após ter retornado alguns minutos depois, a professora pediu para uma aluna
buscar a chave da TV pendrive e nesse intervalo ela fez a chamada e
constavam 14 alunos presentes.
Os alunos ficaram debatendo com a professora a respeito da
coordenação do colégio, que dividiu essa turma em duas salas. Os alunos do
segundo de ficaram insatisfeitos, alegando que só havia ficado os alunos
“bagunceiros”. A professora Delma argumentou com a turma esclarecendo que
turmas menores são mais fáceis de trabalhar os conteúdos.
A professora ligou a TV pendrive e pendurou um mapa do Brasil. Após
ter passado 25 minutos a aula, finalmente a professora retomou o assunto da
aula anterior daquela turma, cujos temas foram Globalização, exploração de
mão de obra barata, desigualdade social no contexto histórico e do tipo de
colonização do Brasil.
Foi observado pelos estagiários que a turma permaneceu em silêncio
durante a aula e a professora acabou não utilizando a TV pendrive, o único
recurso utilizado algumas vezes foi o mapa Político do Brasil.
A aula poderia ter sido mais bem aproveitada, perdeu-se muito tempo
com problemas que podia ser debatidos fora da sala de aula. Alguns assuntos
ficaram sem conclusão.
No dia 05/05/2011, na turma 2ºC, com início às 20h30min e término às
21h20min, ao chegar à sala, a professora saldou os alunos e logo já foi
realizando a chamada, os alunos são comportados, já vão logo indo aos seus
lugares. Havia dezesseis alunos presentes nessa aula.
A professora iniciou sua aula falando dos preconceitos que ocorre em
alguns países com relação a pessoas de outras nacionalidades. Os alunos
ficaram bem a vontade. A professora permaneceu sentada em sua cadeira e os
alunos sentados em fila. O que se observou ainda é que a professora é bem
querida pelos alunos, porem, o conteúdo programático podia ser mais bem
explorado. Após o “bate papo”, a professora veio no fundo da sala para
conversar com os estagiários Samuel Antunes Ferreira Junior e Sandra da
Silva Correa, esclarecendo que com a turma da noite quando ela percebe que
eles estão cansados prefere trabalhar assuntos que eles possam participar
mais em forma de debate.
No dia 05/05/2011, na turma 1º D, a aula teve início às 21h30min e
término às 22h10min, foi observado que os alunos são mais indisciplinados em
comparação às demais turmas já observadas. A professora Delma pediu para
uma aluna buscar os livros didáticos na biblioteca, alguns alunos andavam pela
sala fazendo algumas brincadeiras. A professora chamou alguns alunos pelo
nome e pediu para que colaborassem com a aula, após alguns minutos de
conversa a professora retomou o controle da sala.
Após a distribuição dos livros didáticos, a professora só pediu para que
fossem resolvidas as questões do livro da página 35 a 39. Os alunos fizeram
em silencio. Os que conseguiram terminar antes do termino da aula a
professora deu visto no caderno e os que não conseguiram ficaram de
responder as perguntas em casa.
As questões eram sobre Cartografia.
Foi observado que nessa aula a professora Delma ficou o tempo todo
sentada, e fez a chamada faltando poucos minutos para o término da aula e
estavam presentes vinte e sete alunos.
No dia 05/05/2011, na turma 3º B, a aula teve início às 22h10min e
término às 22h50min, a professora passou uma atividade a respeito de um
conteúdo já dado em sala. A atividade consistia em “copiar” um mapa do livro
didático em folha de seda, para depois passar na folha de sulfite. O mapa
apresentava o tema “bacias hidrográficas”, e era necessário criar uma legenda
da localização das principais usinas hidrelétricas do país, para ser entregue na
próxima aula, valendo a primeira nota do bimestre.
Uma aluna foi buscar os livros, e cortou os pedaços de folha de seda,
onde cada aluno iniciou o seu trabalho em silêncio.
No dia 09/05/2011 turma 2º C, com a aula tendo início às 18h50min e
término às 19h40. A professora expôs o conteúdo e deu um trabalho sobre
migrações internacionais. Estavam presentes 14 alunos. A professora fez um
diálogo expositivo com os alunos, explicando, como funcionam as migrações
internacionais na prática, exemplificando experiências de pessoas de seu
vínculo de parentesco. A turma ficou em silêncio, tendo algumas participações,
vendo que este assunto foi de grande interesse para os alunos.
ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO E ASSISTÊNCIA À DOCÊNCIA

No dia 09/05/2011, a aula teve início às 19h40min e término às


20h30min, foi ministrada aula na turma 3ºB, pela professora Delma, onde esta
praticamente repetiu a mesma aula de dias anteriores, pois as aulas não sendo
geminadas, ficam difíceis de serem concluídas em apenas um encontro.
Porém, nessa turma ela foi mais exigente em relação ao comportamento dos
alunos, onde também não houve faltas. O tema exposto foram os transportes
nas Regiões Brasil, onde a professora pediu novamente auxílio aos estagiários,
a turma estava agitada, conversando sobre os mais variados assuntos, e não
estavam dando muita atenção para a professora.
O tema foi exposto pelos estagiários Sandra e Samuel que passaram
alguns tópicos do conteúdo feitos pela professora, com caneta no quadro
branco, enquanto isso a professora se sentou no fundo da sala e passou a
fazer correções de algumas atividades.
Os alunos não questionaram sobre as atividades, apenas perguntaram
onde se encontravam as respostas do questionário da página 60 do livro
didático (Questões para análise e conclusão: 1-4), e até onde deveriam copiar.
A localização dos Estados Brasileiros também se deu através de mapas
expostos no livro didático.
No dia 09/05/2011, a aula teve início às 20h30min e término às
21h20min, foi ministrada na turma 2ºD. Nessa aula de assistência à docência,
os estagiários Sandra da Silva Correa e Samuel Antunes Ferreira Junior
falaram com a professora Delma a respeito do conteúdo a ser trabalhado e o
que seria necessário para auxiliá-la. Ficou proposto então que o estagiário
Samuel iria buscar os livros didáticos na biblioteca e distribuiria para os alunos;
para a estagiária Sandra a professora pediu para que copiasse tópicos do
conteúdo a ser trabalhado na lousa, (tópicos produzidos pela professora). Em
quanto a estagiária Sandra copiava os conteúdos, a professora Delma foi
tirando algumas dúvidas dos alunos sobre o conteúdo que já havia sido
trabalhado anteriormente.
Como as aulas são muito curtas e os alunos desta turma são muito
agitados, a professora pouco chamou a atenção dos mesmos. O assunto que
seria racismo e Xenofobia foi discutido superficialmente pela professora e muito
pouco sobrou para os estagiários poderem auxiliá-la.
Algumas alunas concluíram as atividades da aula anterior e os demais
alunos ficaram relatando sobre experiências próprias a respeito do racismo e a
xenofobia.
Ao final da aula, o estagiário Samuel recolheu os livros didáticos e levou
até a biblioteca e a estagiária Sandra apagou a lousa e acompanhou a
professora até a sala ao lado.
No dia 09/05/2011, a aula teve início às 21h30min e término às
22h10min, foi ministrada na turma 3ºC pela professora Delma, não havendo
faltas contabilizadas nesse dia. O tema abordado foi sobre as Regiões
Brasileiras e a população nacional, a professora pediu auxílio aos estagiários
para que fossem buscar um mapa do Brasil e os livros didáticos na biblioteca.
A turma estava agitada, conversando sobre os mais variados assuntos, porém,
quando a professora pediu colaboração, os alunos respeitaram.

A professora preparou uma aula cujo conteúdo continha a localização


das Regiões Brasileiras e seus aspectos de população. O tema consta no livro
didático na página 82, onde há a abordagem da composição étnica da
população brasileira, e os estagiários Sandra e Samuel auxiliaram fazendo a
chamada. Ao final da aula, os estagiários auxiliaram a professora na entrega de
materiais.

A aula não pôde ter o tema concluído, ficando bastante tópicos para a
próxima aula, pois o tempo é pouco, e não dá tempo de concluir o tema e
passar atividade.

No dia 16/05/2011, a aula teve início às 18h50min e término às


19h40min, foi ministrada na turma 2ºC, aconteceu uma conversa com a
professora Delma, sobre as atividades dos estagiários referentes àquele dia.
Por ter sido a primeira aula da noite, a professora pediu para o estagiário
Samuel Antunes Ferreira Junior apanhar os livros didáticos e distribuir em sala,
e para a estagiária Sandra da Silva Correa ficou a tarefa de colocar na lousa a
data do dia e o assunto a ser trabalhado em sala com a respectiva página do
livro que seria trabalhado no dia.
A professora Delma pediu para que a estagiária Sandra da Silva Correa
fizesse a chama. Em quanto à chamada foi sendo realizada a professora andou
pela sala e pediu para os alunos abrirem o livro na pagina 44(Igor Moreira;
geografia geral e do Brasil), onde o assunto abordado foi: A população no
mundo Globalizado, e disse ainda para os alunos que naquela aula os
estagiários iam falar da importância de se estudar a população no mundo
globalizado.
Como a aula realizada na turma do 2º ano C foi a primeira aula, poucos
alunos estavam presentes. Alguns alunos foram chegando atrasados e a
professora falou um pouco sobre globalização e sobre a população ativa, onde
em países desenvolvidos se tem um numero menor de população ativa, e o
estagiário, Samuel Antunes ferreira Junior auxiliou a professora na pergunta de
uma aluna, onde ela perguntou o que população ativa. O estagiário respondeu
dizendo que é parcela da população de jovens adultos que possui em
determinado país e que são pessoas que estão no mercado de trabalho.
Esta aula não teve muito aproveitamento, e pouco foi trabalhado, os
alunos chegam muito atrasados e acaba interferindo no andamento da aula.
Finalmente tocou o sinal e o estagiário, Samuel recolheu os livros a pedido da
professora e levou na biblioteca, a estagiária Sandra apagou a lousa e
acompanhou a professora até outra turma.
No dia 16/05/2011, a aula teve início às 19h40min e término às
20h30min, foi ministrada na turma 3ºB, onde a professora Delma ministrou aula
sobre as telecomunicações no Brasil, dando continuidade ao Capítulo 3: O
Brasil na Economia Global (I), na página 59 do livro didático.

A professora pediu para que o estagiário Samuel fosse buscar os livros


didáticos na biblioteca, e fez a chamada logo no início da aula.

Após a abordagem expositiva da aula, a professora pediu para que os


estagiários fizessem a leitura de apoio (página 61 do livro didático), para os
alunos, e pediu para que os alunos fizessem em casa a questão sobre a leitura
de apoio (página 61), valendo nota para o segundo bimestre.

Esta turma estava bem tranqüila neste dia, e participou bastante da aula,
pois o conteúdo é da atualidade e cabe várias discussões. A professora
sempre abre espaço para que os alunos questionem e deixa-os à vontade,
sempre dando atenção e explicando sobre cada tema levantado.

No dia 16/05/2011, a aula teve início às 20h30min e término às


21h20min, foi ministrada na turma 2ºD. A assistência à docência neste dia
iniciou com a professora Delma dizendo que iria revisar alguns pontos sobre o
conteúdo das aulas anteriores, cujo assunto abordo foi: a Globalização e seus
aspectos, e para os estagiários pouco ia ter pra ser feito.
Como em algumas aulas anteriores o estagiário Samuel Antunes
Ferreira Junior levou os livros didáticos até a sala e distribui os livros para os
alunos, a professora disse que iria passar alguns slides na TV pendrive
enquanto a estagiária Sandra da Silva Correa iria realizar a chamada.
Na seqüência a professora perguntou se os estagiários sabiam utilizar a
TV pendrive, como ambos sabiam utilizar, foi escolhido o estagiário Samuel
para que fosse passando os slides enquanto a professora ia explicando as
imagens no material por ela preparado. O conteúdo dos slides era composto
por imagens por imagens que lembrava de imediato a globalização, como
algumas marcas famosas de multinacionais, marcas de carros, roupas, e até
de pontos turísticos conhecidos de alguns países.
A aula foi muito interessante, porém, foi perdido muito tempo com alguns
alunos mais indisciplinados, que em todas as aulas gostam de chamar a
atenção para atrapalhar a aula. Outro fator que atrapalha de maneira geral as
aulas da segunda feira é que são sempre na terceira aula, ou seja, antes do
intervalo, isso deixa os alunos ansiosos.
Durante a aula, a professora pediu para os estagiários citar algumas
conseqüências da globalização, positivas ou negativas. Então Os estagiários
Sandra e Samuel falaram sobre a globalização da informação, onde foi citado
exemplos pela estagiária Sandra sobre a facilidade das comunicações, e que
hoje se fica sabendo de notícias do Japão em tempo real graças ao avanço das
comunicações, e o estagiário Samuel deu outro exemplo sobre a globalização
das indústrias, e que hoje, graças ao avanço nas comunicações, uma empresa
de qualquer parte do mundo pode ter uma filial no Brasil e ela consegue ter
controle graças a internet, e que com esses recursos tecnológicos
proporcionam benefícios para que um grupo estrangeiro possa transferir dados
importantes de maneira virtual, como os email, e que no passado tudo era feito
via cartas e demorava muito tempo para se ter informação de outros
localidades.
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Tema: Culturas Indígenas e Afro-Brasileiras.


Tempo de execução: 14/09 a 19/10/2011.
Culminância: Dia 19 de outubro – atividade final.
Característica: Projeto interdisciplinar, envolvendo História, Língua
Portuguesa, Geografia e Artes.

2. APRESENTAÇÃO

O presente Projeto de Estágio Supervisionado em Geografia II, em


consonância com o Regimento Interno de Estágio e o Projeto Pedagógico do
Curso, tem por objetivo criar momentos de reflexão e atividade prática para o
ensino e aprendizagem de Geografia, visando à formação docente.

Neste sentido, o Estágio coloca-se não como “aplicação da teoria” ou


“treinamento”, mas oferecendo aos acadêmicos, condições para elaborar
reflexões e propostas consistentes para a ação pedagógica, mediante os
problemas encontrados no cotidiano escolar.

Apesar de a população negra constituir grande parte da sociedade


brasileira, somente a partir da Lei nº 10.639 de 2003 que tornou obrigatório o
ensino da História da África e dos afro-brasileiros no Ensino Fundamental e
Médio, as escolas ampliaram a reflexão e discussão sobre o papel e a posição
do negro em nossa sociedade.

Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de


diferentes grupos étnicos que habitam ou habitaram o território brasileiro, e
cujas raízes remontam às Américas desde antes da chegada dos europeus a
este continente, em torno de 1500. Os índios foram os primeiros habitantes do
território brasileiro, e são formados por povos com diferentes hábitos, costumes
e variadas línguas.
Há necessidade de conscientizar acerca das práticas e representações
que configuram o racismo, apresentando aos alunos a verdadeira história e
tradição do povo negro e indígena no Brasil, de maneira íntegra, sem
distorções da realidade, retratando fielmente a trajetória dos descendentes de
africanos, sem mensagens subliminares que consolidam uma sociedade racista
e excludente.

O preconceito contra o índio e com os negros é um dos modos de


descriminação mais fortes e agressivos do Brasil. Dessa forma este projeto
pedagógico tem por objetivo conscientizar os alunos da influência sociocultural
do povo indígena e afrodescendente sobre nosso povo brasileiro e, enfatizar
todo o patrimônio cultural trazido pelos diversos grupos étnicos a fim de
diminuir a discriminação.
Assim sendo, ao elaborar um projeto sobre Culturas Indígenas e Afro-
Brasileiras, deve-se pensar em atividades que possibilitem aproximar nossos
alunos da riqueza cultural indígena e afro-brasileira, aprofundando o estudo
das raízes culturais indígenas e africanas.

Assim, este trabalho visou revelar aos alunos com maior riqueza o
passado e a cultura indígena e afro-brasileira na formação de nosso povo.
Falar que a exploração, a matança e o preconceito contra os povos indígenas e
afrodescendentes acabaram acobertando muitas informações e saberes de
suma importância, e que dessa forma, cabe a nós, estudiosos, professores e
alunos, ampliar nossos horizontes sobre tão relevante tema, diminuindo o
preconceito e ensinando, principalmente os alunos, a valorizar todos os
conhecimentos e hábitos trazidos por estes povos.

3. OBJETIVO GERAL

Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,


bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, principalmente
abordando sobre a cultura e influência do povo indígena e afrodescendentes
brasileiros (e principalmente os indígenas do Paraná) posicionando-se contra
qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de
crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais, com o
objetivo de integrar e mostrar todos os benefícios e conhecimentos obtidos da
cultura indígena e africana que são utilizados até os dias de hoje.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Conhecer e refletir sobre a história dos índios e afrodescendentes;


- Conhecer, analisar e debater os hábitos e costumes indígenas e
afrodescendentes;
- Conhecer, analisar e debater a influência indígena e afrodescendentes em
nossa vida, mostrar exemplos de alguns dos conhecimentos transmitidos por
eles no passar dos anos de sua existência;
- Aprender a respeitar os índios e os negros com a finalidade de construir
cidadania numa sociedade pluriétnica e pluricultural;
- A partir deste tema desenvolver atividades dinâmicas na sala de aula com os
alunos, como conclusão do projeto.

4. JUSTIFICATIVA
Em nossa sociedade atual, pode-se perceber uma necessidade de maior
envolvimento dos educandos em relação aos contextos indígena e africano.
Tendo em vista que os africanos e os índios no Brasil contribuíram em muito
para o desenvolvimento cultural brasileiro.

Este projeto pedagógico sobre a população e cultura indígena e


afrodescendente é de grande importância, pois mostra a todos os alunos a
influencia desse povo, suas tradições, história e costumes, com a finalidade de
ajudar a construir uma sociedade mais justa e informada sobre as diferenças
culturais e étnicas existentes no mundo.
Com a finalidade de diminuir os preconceitos e ajudar a valorizar a
pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, este projeto deve ajudar os
alunos a reconhecer toda a influência do povo indígena e afrodescendente
sobre a nossa vida, nossa cultura, alimentação, forma de trabalho e
sobrevivência.
Ainda, ajudar os alunos a desenvolver uma opinião sobre o papel do
índio e do negro na formação da nação brasileira e principalmente da
população paranaense, de forma a conscientizá-los a mudar o quadro de
preconceitos e discriminação indígena no Brasil atual.
A falta de conhecimento gera omissão e irresponsabilidade, produzindo
uma sociedade preconceituosa e violenta nos diversos aspectos da vida
humana.

Este projeto foi elaborado na intenção de promover um conhecimento


mais aprofundado sobre a importância do ensino a respeito da contribuição dos
índios e africanos para o desenvolvimento não só do nosso país como também
de outros e para que os alunos do Colégio Estadual Dom Bosco, sejam
informados e formados para atuarem numa sociedade mais justa e igualitária
desprovida de preconceitos e violência.

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste item, estaremos abordando a metodologia utilizada para a
aplicação do Projeto.
1ª etapa: Consultas a fontes de pesquisa como livros, artigos e vídeos,
com o intuito de orientar os alunos para melhor compreensão da temática
indígena no Brasil;
2ª etapa: Regência do conteúdo sobre a temática indígena, para
aumentar o conhecimento com aulas expositivas sobre a temática do projeto;
3ª etapa: Propor aos alunos a elaboração de um mapa temático do
Paraná, identificando a localização de algumas reservas indígenas e o
Caminho de Peabiru;
4ª etapa: Consultas a fontes de pesquisa como livros, artigos e vídeos,
com o intuito de orientar os alunos para melhor compreensão da temática
afrodescendente no Brasil;
5ª etapa: Regência do conteúdo sobre a temática afrodescendente no
Brasil, para aumentar o conhecimento com aulas expositivas sobre a temática
do projeto;
6ª etapa: Propor aos alunos que pesquisem a respeito de discussões
atuais na mídia a respeito de problemáticas que envolvem os dois temas;
7ª etapa: De posse das pesquisas dos alunos sobre as Culturas
Indígena e Afro Brasileiras, organizar um debate em sala, caracterizando esta
atividade como a culminância do projeto.
6. REGÊNCIA
A regência deverá apresentar os pré-requisitos como:

01. Capacidade em Obter a participação do aluno

02. Segurança e clareza na comunicação em sala

03. Orientação na execução das atividades

04. Capacidade em manter a disciplina de ensino-aprendizagem

05. Uso correto da linguagem escrita e oral

06. Uso adequado do material didático

07. Fundamentação teórico-conceitual

08. Organização e seleção dos conteúdos

09. Coerência entre proposta do projeto de Intervenção e práticas

7. DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do projeto estará em consonância com os conteúdos


propostos pela professora em atividade, e segundo a professora regente será
feito de acordo com as necessidades da turma e a realidade local,
estabelecendo o problema e a proposta de conteúdo para a classe.
O tema será desenvolvido na sala de aula por meio de atividades para a
sua exploração, sistematização e para a conclusão dos trabalhos. Os alunos
devem fazer observações diretas no entorno familiar, observações indiretas em
ilustrações, discussões e leituras. Para tanto utiliza-se:
• TV Pendrive, com slides do Power Point com figuras e vídeos;
• Livro: “Declaração Universal dos direitos humanos” – adaptação Ruth
Rocha e Otávio Roth, 2003;
• Estudo de alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos;
• Exibição de charges sobre as problemáticas;
• Promover reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da
atualidade que tratam sobre o tema;
• Ilustrações dos trabalhos de pinturas, músicas, instrumentos caseiros e
de caça, e esculturas feitos pelos povos indígenas e africanos;
• Produção de mapa temático a respeito das reservas indígenas legais
no Paraná e o Caminho de Peabiru;
• Produção de debate com manchetes jornalísticas atuais, a respeito de
temáticas de debates atuais, incluindo charges e imagens, para melhor
absorção do conteúdo.

8. CRONOGRAMA

2011 – MESES SETEMBRO OUTUBRO

DIAS 10 14 19 21 26 28 03 05 17 19 24
Desenvolvimento
relacionado à parte escrita
X
(formulação do projeto);
Regência com aulas
expositivas sobre os temas
X X X X X X
e avaliação de participação;

Aplicação de atividade
dinâmica com mapa
X
temático do Paraná em sala;
Preparação para aplicação
do debate (pesquisa dos
X
alunos);
Aplicação do debate em sala
de aula;
X
Discussão final e
encerramento do Projeto,
X
com os alunos e professora.
9. RESULTADOS ESPERADOS

• Apropriação de diversos saberes, além da conscientização sobre


temas relevantes como legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;
• Desenvolvimento de valores – conceitos e procedimentos;
• Apropriação de novas aprendizagens, a partir de reflexões e
esclarecimentos sobre outras culturas;
• Conscientização dos alunos a respeito de preconceitos raciais e
legislações.

10. AVALIAÇÃO

A avaliação acontecerá em qualquer momento do processo educativo,


de forma contínua e diagnóstica.
A avaliação tem como intenção primordial, rever a própria prática
docente criando novas possibilidades para estimular os alunos a
desenvolverem-se suas potencialidades levando em conta, principalmente, os
avanços individuais dentro da coletividade e a participação no desenvolvimento
de todas as atividades (de acordo com as peculiaridades de cada aluno) no
decorrer do projeto.
Como método formal de avaliação dos alunos, será aplicado um mapa
temático para colorir e identificar reservas indígenas legais no Paraná e o
Caminho de Peabiru que cruza o Estado, bem como um debate final de
aplicação do projeto, ambos para avaliação individualizada.

11. CONSIDERAÇÕES

O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. A criança


indígena ou negra precisa se ver como indígena ou negra e aprender a
respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter modelos que confirmem essa
expectativa.
O projeto visa uma proposta de conscientização de igualdade
relacionada a outras etnias e raças, em foco as etnias indígenas e africanas.
Foi observado, que os alunos estavam desprovidos total ou parcialmente
de conhecimentos a respeito dessa temática, não conhecendo diversos
aspectos relacionados com essas culturas.
Na elaboração do mapa temático, os alunos não apresentaram
dificuldades em localizar as reservas indígenas, nem colorir os locais, e
identificam de maneira satisfatória o Caminho de Peabiru que “corta” o Estado.
No debate, observou-se que a maioria dos alunos são contra o sistema
de cotas (por exemplo), alegando que o próprio sistema se apresenta como um
preconceito ao conhecimento do candidato indígena ou negro às vagas. A
professora se posicionou favorável ás cotas, e fez um comentário explicando
suas razões, onde expôs que as pessoas consideradas negras ou indígenas,
sempre estiveram marginalizados na sociedade, sendo anos de problemas e
atrasos, portanto, um sistema de cotas visa trazer um pouco mais de
oportunidades para esses povos.
Portanto, este projeto trata-se de uma proposta construída, mas não
acabada e estará sujeito a mudanças de acordo com o cotidiano em sala de
aula, e de acordo com as discussões externas a respeito.
RELATÓRIO DE APLICAÇÃO DO PROJETO SOBRE CULTURAS
INDÍGENAS E AFRO-BRASILEIRAS

No dia 14/09/2011, foi iniciada a aplicação do projeto e colocado para os


alunos do 2º ano D, do Colégio Estadual Dom Bosco, a proposta inicial do
projeto, sendo está sobre a cultura afro e indígena.
Estavam presentes os estagiários Samuel A. Ferreira Junior e Sandra da
Silva Correa, sendo que ambos tiveram atuação nas atividades. Cada um dos
estagiários ficou encarregado por algumas das atividades. Neste primeiro
momento o estagiário Samuel apresentou a proposta e a estagiária Sandra
auxiliava com a TV Multimídia e distribuição das fixas de apoio.
Nesta aula foi utilizado para explanação dos conteúdos a TV Multimídia,
o quadro branco e pincel, onde foi exposto para os alunos uma
contextualização histórica da chegada dos portugueses no Brasil e os primeiros
contatos com os Índios bem como a pratica do escambo e a tentativa de
escravização indígena que foi utilizada nos referentes períodos (séculos 15/16).
Os alunos acompanharam a aula seguindo um roteiro de apoio que foi
distribuído pela estagiária Sandra, conforme segue em anexo. Nesse primeiro
momento os alunos conseguiram compreender o que seria trabalhado no longo
do projeto e a contextualização da chegada dos portugueses.
O estagiário Samuel iniciou suas explicações abordando sobre o tema
de forma geral, comentou que os povos indígenas no Brasil incluem um grande
número de diferentes grupos étnicos que habitam ou habitaram o
território brasileiro, e cujas raízes remontam às Américas desde antes da
chegada dos europeus a este continente, em torno de 1500.
Falou que os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro,
e que foram formados por povos com diferentes hábitos, costumes e variadas
línguas. De forma bem sucinta, o estagiário Samuel comentou sobre os
primeiros povos com os quais o português entrou em contato, os Tupiniquins,
que pertenciam à família lingüística Tupi-Guarani.
A estagiária Sandra deu continuidade ao assunto, abordando as
questões históricas a respeito da Primeira Missa no Brasil, e os constrastes
culturais ocorridos na época da colonização, e como esses contrastes foram (e
são) tratados até os dias atuais.
Foram discutidas as diversas formas de preconceito que os indígenas
sofreram e sofrem até hoje no Brasil, comentou sobre o genocídio e o etnocídio
que esses habitantes passaram, falou sobre o escambo e da sua importância
para nós brasileiros, explicando suas origens e as heranças deixadas pelos
indígenas que foram absorvidas pela comunidade e que são muito úteis até
nos dias de hoje.
No dia 19/09/2011, o tema bordado foi: “Artefatos Indígenas”, onde se
utilizou fotos principalmente do Museu de Geologia (FECILCAM) com a
“localidade de Origem”, onde o estagiário Samuel Antunes abordou
inicialmente o tema para os alunos.
Foram abordadas as técnicas dos povos indígenas na confecção de
artefatos dos mais variados, desde os utilizados como utensílios domésticos
até os utilizados na caça e pesca.
A estagiária Sandra expôs questões a respeito dos objetos culturais
utilizados por diversos povos indígenas, que viviam pelo território nacional e no
estado do Paraná, como por exemplo, as cerâmicas produzidas, as cestarias,
os armamentos, os vestuários, as pinturas e a respeito de alguns rituais,
danças e músicas existentes entre algumas tribos, como guaranis e caigangs.
Além dos diferentes povos, foram expostas também as contribuições dos
índios no quesito cultural, social e até medicinal, incluído o aprimorado no
conhecimento de plantas medicinais. Nesta etapa do projeto os alunos
compreenderam a importância de se valorizar os povos indígenas já que na
atualidade tem se observado o culto de culturas européias ficando
despercebido a historia dos primeiros povos brasileiros.
Os alunos acompanharam na TV multimídia fotografias tiradas pelo
estagiário Samuel dos artefatos indígenas localizados no Museu de Geologia
da FECILCAM, e através dessas imagens foi realizado um recorte espacial no
qual os artefatos foram enviados, sendo todos do Paraná. Assim os alunos
perceberam que os povos indígenas viviam próximos à cidade de Campo
Mourão.
No dia 21/09/2011, os estagiários abordaram uma questão local (voltada
principalmente ao Estado do Paraná): o Caminho de Peabiru.
A estagiária Sandra iniciou a proposta temática, perguntando aos alunos
a respeito, onde foi observado que nenhum deles sabia o que significava o
tema proposto.
Então a estagiária Sandra explicou o que significava, abordando o
contexto histórico do tema, fazendo a delimitação territorial, através de mapas,
adentrando a respeito dos povos e tribos que utilizavam o caminho como rota,
bem como o significado espiritual do caminho para estes povos.
Foi abordado o tema dos Jesuítas, que em associação com a Coroa
Portuguesa, chegou às terras brasileiras no século XVI com a missão de
catequizar os indígenas, de forma a poder controlá-los e impor uma nova forma
de vida, uma forma que a Coroa pudesse mantê-los em aldeamento.
O estagiário Samuel abordou a respeito das características físicas do
caminho, e algumas lendas e histórias a respeito das civilizações posteriores
que passaram a utilizar o Caminho de Peabiru, destacando questões
importantes no contexto histórico, como, os bandeirantes, e os jesuítas, bem
como posteriormente soldados, sacerdotes, aventureiros, indígenas e
escravos.
Foram discutidos temas pelo estagiário Samuel como o das missões
Jesuíticas, cujo objetivo principal foi o de criar uma sociedade com os
benefícios e qualidades da sociedade cristã europeia, mas isenta dos seus
vícios e maldades. Essas missões foram fundadas pelos jesuítas em toda a
América Colonial.
Em seguida, foi relacionado a importância de Peabiru que
provavelmente teve seus caminhos abertos por povos indígenas e que depois
foram utilizados na rota do ouro por portugueses e espanhóis. Comentou que
Peabiru foi de suma importância, seja pelo traçado que cortava o continente,
seja pelos personagens que por ele transitaram, ainda que considerado
somente o período pós-Cabralino, como soldados, sacerdotes, aventureiros,
indígenas e escravos. Comentou que o caminho foi redescoberto na década de
1970 e que a Universidade Federal do Paraná vem trabalhando para tornar os
trechos remanescentes em atração turística, a exemplo da Estrada Real
Mineira.
Foi dito que ainda hoje, muitos consideram os resquícios do Peabiru
como um caminho sagrado, próprio para peregrinações pelo interior do Brasil, a
partir de vários pontos do litoral, principalmente Santa Catarina, Paraná e São
Paulo. E ainda, que boa parte da Trilha do Ouro pode ser desfrutada em
passeios turísticos a partir da cidade histórica de Paraty, no litoral sul do Rio de
Janeiro.
Outra questão importante é o cenário turístico e místico que envolve o
Caminho de Peabiru, e que foi exposto aos alunos, bem como sua situação de
preservação real nos dias de hoje.
Os estagiários Samuel e Sandra ainda comentaram sobre a existência
de um projeto pioneiro apoiado pela COMCAM (Comunidade dos Municípios da
Região de Campo Mourão) e FECILCAM (Faculdade Estadual de Ciências e
Letras) chamado neste ano de: 6ª Peregrinação no Caminho de Peabiru, em
que diversas pessoas podem participar.
Após a chamada, os alunos foram avisados para trazer lápis de cor para
a próxima aula, para realizarem a atividade proposta.
No dia 26/09/2011, durante a aula foi realizada uma atividade na qual os
alunos tiveram que colorir um mapa, e elaborar sua legenda, relacionando
espaço, tribos indígenas e Caminho de Peabiru, de acordo com o tema
abordado em sala de aula pelos estagiários.
A atividade se encontra em anexo, e foi observado que os alunos não
tiveram dificuldade nessa atividade, e se interessaram muito por este tipo de
atividade, trocando idéias, interagindo, entregaram no tempo proposto e
conseguiram nota integral em todos os critérios de avaliação.
No dia 28/09/2011, esta aula, os estagiários abordaram o tema dos
negros no contexto histórico-brasileiro, dando ênfase a respeito da cultura afro-
brasileira e suas heranças.
O estagiário Samuel iniciou a aula fazendo uma introdução sobre o
contexto afrodescendente no Brasil, e a importância desse estudo para esta e
futuras gerações.
Posteriormente, foi feita uma abordagem histórica pelo estagiário, onde
foi exposto que no início do século XIX, as manifestações, rituais e costumes
africanos eram proibidos, pois não faziam parte do universo cultural europeu e
não representavam sua prosperidade. Isso causou algum espanto nos alunos,
que não dispunham dessa informação.
As culturas afrodescendentes, eram vistas como retrato de uma cultura
atrasada. Somente, a partir do século XX, começaram a ser aceitos e
celebrados como expressões artísticas genuinamente nacionais e hoje fazem
parte do calendário nacional com muitas influências no dia a dia de todos os
brasileiros, onde em 2003, a lei nº 10.639 passou a exigir que as escolas
brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da
história e cultura afro-brasileira.
Após essa exposição, a estagiária Sandra explicou sobre algumas
características a respeito da cultura afrodescendente, como a arte (pinturas,
esculturas e elementos artísticos em geral) com características da arte africana
com alguns exemplos, das obras de arte e elementos artístico-culturais:
máscaras de madeira, obras em ouro e marfim, as esculturas e pinturas,
influências e arte afro-brasileira.
A culinária (muito utilizada nos dias de hoje) com pratos como: feijoada
brasileira, e culinária baiana: Vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel,
baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros exemplos são iguarias da
cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.;
A música (símbolos do Brasil), a exemplo a MPB que teve forte
influência dos ritmos africanos, como o samba, maracatu, ijexá, congada,
jongo, carimbó, lambada e o maxixe, entre outros; a dança (que compõe nosso
estilo brasileiro), bem como alguns instrumentos musicais inseridos no nosso
país pelos negros africanos, como por exemplo, o Afoxé, Agogô, Atabaque,
Berimbau e Tambor.
No dia 03/10/2011, a professora Delma avisou os estagiários que a aula
seria reduzida, pois haveria uma Assembleia para os pais, professores e
alunos no pátio do Colégio Estadual Dom Bosco.
Portanto, foi abordada apenas uma introdução ao conteúdo previsto para
esta data. O conteúdo foi a respeito dos Quilombos e Quilombolas.
A estagiária Sandra fez uma breve introdução sobre o assunto,
explicando que devido à escravidão, tornaram-se lugares comunitários de fuga,
onde também eram denominados de Mocambos, e enquanto explicava, a
turma foi chamada para ir até o pátio para o início da Assembléia.
No dia 05/10/2011, a estagiária Sandra continuou a exposição do tema
relacionado aos Quilombos.
Explicou que na África o termo era utilizado de maneira diferente, como
local de pouso, e no Brasil como local de refúgio, sendo sempre de difícil
acesso, porém próximo à estradas, e não abrigavam apenas os negros, mas
também índios e fugitivos da polícia.
A respeito da localização, uns foram criados em fazendas falidas, outros
pelas doações de terras para ex-escravos e algumas terras foram compradas
pelos escravos alforriados.
Tinha economia de subsistência e raramente o comércio, alguns tendo
prosperidade, existindo quilombos em áreas rurais e também, aqueles em
áreas urbanas, que ficavam nas periferias de grandes cidades da época, como
Salvador, Pernambuco e Rio de Janeiro, e nessas comunidades vivia-se de
acordo com a cultura originalmente africana, seja em âmbito cultural, religioso
ou social.
Foi exposto a respeito dos quilombos que mais abrigaram refugiados (os
maiores), e suas localizações.
O estagiário Samuel abordou que mesmo nos dias atuais, ainda existem
comunidades de quilombolas, que estão espalhadas por todo o país, em 24
dos 27 estados da federação, que jutos somam mais de mil comunidades,
segundo a Comissão Pró-Índio. Foi dito que na Bahia, os maiores
agrupamentos de quilombolas estão concentrados no Recôncavo Baiano, nos
municípios de Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro.
Foram mostradas imagens na TV Pendrive durante essa aula, que
mostraram lugares que ainda existem hoje no Brasil que são devidos a estes
povos e principalmente aos negros de forma geral.
O estagiário, Samuel, também comentou sobre o principal e mais
famoso quilombo existente no Brasil, o Quilombo do Palmares. Falou que o
Quilombo dos Palmares foi um dos mais importantes quilombos do Período
Colonial da História do Brasil. Disse que ele surgiu e se desenvolveu na antiga
capitania de Pernambuco, na região da Serra da Barriga, e ainda, que se
tornou símbolo da resistência negra à escravidão.
Foi discutido sobre Zumbi, um dos principais representantes da
resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Mostrou que Zumbi
é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da
resistência e luta contra a escravidão, um negro que lutou pela liberdade de
culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. Ainda comentou
que o dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o
território nacional com o Dia da Consciência Negra.
Os estagiários pediram aos alunos para trazerem reportagens ou
informações a respeito de quilombos no Estado do Paraná para a próxima aula,
para fazer parte da discussão a respeito da atualidade dos quilombos no Brasil.
No dia 17/10/2011, foi feita uma discussão geral a respeito da
consciência negra no Brasil, e a importância de estudo desse tema. Alguns
alunos comentaram a respeito da questão dos quilombos no Estado do Paraná,
e disseram que há muito pouco sobre esse tema na internet.
Os Estados que mais trazem discussões a respeito da atualidade dos
quilombos, segundo os alunos, são: Alagoas, Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato
Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Foi feita uma revisão geral sobre os temas expostos durante o projeto, e
os alunos relembraram bastante a respeito, e participaram de algumas
discussões.
Os estagiários disseram que o debate seria na semana após o feriado, e
que os alunos pesquisassem bastante a respeito dos temas discutidos em sala,
e sobre questões atuais, como por exemplo, o sistema de cotas para negros e
indígenas.
No dia 19/10/2011, foi realizado o debate, com temas sorteados pelos
estagiários para cada aluno, onde esse aluno deveria ler a notícia (ou a
charge), e expor para a turma o seu entendimento sobre o assunto.
Os temas foram selecionados pelos estagiários, e eram relacionados a
frases, manchetes de jornais ou revistas e charges, que ajudaram bastante na
compreensão e exposição de temas atuais.
Neste debate, observou-se que a maioria dos alunos apresentou-se
contra o sistema de cotas (por exemplo), alegando que o próprio sistema se
apresenta como um preconceito ao conhecimento do candidato indígena ou
negro às vagas.
A professora se posicionou favorável ás cotas, e fez um comentário
explicando suas razões, onde expôs que as pessoas consideradas negras ou
indígenas, sempre estiveram marginalizados na sociedade, sendo anos de
problemas e atrasos, portanto, um sistema de cotas visa trazer um pouco mais
de oportunidades para esses povos.
O interessante é que os alunos demonstraram grande interesse a
respeito das discussões, onde a aula se tornou curta para conclusão destes
temas.
No dia 24/10/2011, os estagiários fizeram um fechamento do projeto,
distribuindo alguns bombons para os alunos, como forma de agradecimento
pelo acolhimento e atenção dispensados, e falando um pouco a respeito do
curso de Geografia e a Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo
Mourão, que é uma instituição pública e de qualidade.
Alguns alunos demonstraram interesse em concluir um curso superior,
porém muitos não têm essa intenção, portanto, os estagiários explicaram a
respeito da importância profissional e também de satisfação pessoal de cursar
uma graduação.
Os estagiários se despediram dos alunos, da professora e de alguns
colaboradores da escola, ficando a sensação de dever cumprido com os alunos
do Colégio Estadual Dom Bosco para o ano de 2011.
Texto de Apoio: HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA.
Professores acadêmicos: Samuel Antunes Ferreira Junior e Sandra da
Silva Correa.
Utilizado dia 14/09/2011

ANTES DA CHEGADA DOS PORTUGUESES JÁ HAVIA OCUPAÇÃO


HUMANA NO TERRITÓRIO

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, no inicio do século XVI,


encontraram os indígenas, habitantes que já ocupavam, há muito tempo, o
território do que viria a ser o Brasil.
Não há entre os estudiosos do assunto (antropólogos, etnólogos, e
arqueólogos) um consenso ou concordância em relação ao tempo de
existência do ser humano na América. Alguns falam em 11.500 anos atrás,
outros em 6 mil anos e existem aqueles que se referem há 30 mil anos ou
mais.
As estimativas, avaliações ou cálculos sobre o número de indígenas que
viviam no Brasil à época da conquista européia também variam segundo os
estudiosos do assunto. Alguns referem-se a 6 milhões; outros entre 2 e 5
milhões etc. Independente de ser esta ou aquela cifra, era um número
significativo, e o mais importante, as terras já eram ocupadas, havia os
espaços indígenas. Hoje, essa população está estimada em 300 mil.
Durante os cinco séculos de nossa historia os indígenas sofreram um
verdadeiro genocídio e etnocídio.
Genocídio: Extermínio de um grupo um grupo humano nacional, ético
ou religioso.
Etnocídio: Destruição de uma etnia no plano cultural, ou seja, de modos
de vida e pensamentos diferentes daqueles que conduzem tal prática.

PRIMEIROS CONTATOS COM OS PORTUGUESES


Os primeiros contatos entre os portugueses se deram de maneira
amigável, ouve trocas de objetos e o dialogo se por mímicas e gestos, tudo era
curioso tanto para os índios quanto para os portugueses. Quando a primeira
caravela partiu de volta para Portugal com ela foram dois índios com intuído de
aprender a língua portuguesa e para servirem de prova do descobrimento de
um novo território, e também ficaram dois portugueses no Brasil com a
intenção de também aprender a língua, assim facilitaria a comunicação
posterior, pois como se sabe os portugueses tinha interesses de explorar os
produtos brasileiros, entre eles o Pau-Brasil.
No dia 26 de abril de 1500, num banco de coral na praia da Coroa
Vermelha no litoral sul da Bahia, foi rezada uma missa de Páscoa, a primeira
de tantas que desde então foram celebradas naquele que veio a tornar-se o
maior país católico do mundo.
Prática do Escambo: A palavra escambo significa a troca de
mercadorias por trabalho. Ela é muito utilizada no contexto da exploração do
pau-brasil (início do século XVI). Os portugueses davam bugigangas (apitos,
espelhos, chocalhos) para os indígenas e, em troca de trabalho, os nativos
deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as caravelas
portuguesas.
No dia 14/09/2011, foi iniciada a aplicação do projeto e colocado para os
alunos do 2º ano D, do Colégio Estadual Dom Bosco, a proposta inicial do
projeto, sendo está sobre a cultura afro e indígena.
Estavam presentes os estagiários Samuel A. Ferreira Junior e Sandra da
Silva Correa, sendo que ambos tiveram atuação nas atividades. Cada um dos
estagiários ficou encarregado por algumas das atividades. Neste primeiro
momento o estagiário Samuel apresentou a proposta e a estagiária Sandra
auxiliava com a TV Multimídia e distribuição das fixas de apoio.
Nesta aula foi utilizado para explanação dos conteúdos a TV Multimídia,
o quadro branco e pincel, onde foi exposto para os alunos uma
contextualização histórica da chegada dos portugueses no Brasil e os primeiros
contatos com os Índios bem como a pratica do escambo e a tentativa de
escravização indígena que foi utilizada nos referentes períodos (séculos 15/16).
Os alunos acompanharam a aula seguindo um roteiro de apoio que foi
distribuído pela estagiária Sandra, conforme segue em anexo. Nesse primeiro
momento os alunos conseguiram compreender o que seria trabalhado no longo
do projeto e a contextualização da chegada dos portugueses.
O estagiário Samuel iniciou suas explicações abordando sobre o tema
de forma geral, comentou que os povos indígenas no Brasil incluem um grande
número de diferentes grupos étnicos que habitam ou habitaram o
território brasileiro, e cujas raízes remontam às Américas desde antes da
chegada dos europeus a este continente, em torno de 1500.
Falou que os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro,
e que foram formados por povos com diferentes hábitos, costumes e variadas
línguas. De forma bem sucinta, o estagiário Samuel comentou sobre os
primeiros povos com os quais o português entrou em contato, os Tupiniquins,
que pertenciam à família lingüística Tupi-Guarani.
A estagiária Sandra deu continuidade ao assunto, abordando as
questões históricas a respeito da Primeira Missa no Brasil, e os constrastes
culturais ocorridos na época da colonização, e como esses contrastes foram (e
são) tratados até os dias atuais.
Foram discutidas as diversas formas de preconceito que os indígenas
sofreram e sofrem até hoje no Brasil, comentou sobre o genocídio e o etnocídio
que esses habitantes passaram, falou sobre o escambo e da sua importância
para nós brasileiros, explicando suas origens e as heranças deixadas pelos
indígenas que foram absorvidas pela comunidade e que são muito úteis até
nos dias de hoje.
No dia 19/09/2011, o tema bordado foi: “Artefatos Indígenas”, onde se
utilizou fotos principalmente do Museu de Geologia (FECILCAM) com a
“localidade de Origem”, onde o estagiário Samuel Antunes abordou
inicialmente o tema para os alunos.
Foram abordadas as técnicas dos povos indígenas na confecção de
artefatos dos mais variados, desde os utilizados como utensílios domésticos
até os utilizados na caça e pesca.
A estagiária Sandra expôs questões a respeito dos objetos culturais
utilizados por diversos povos indígenas, que viviam pelo território nacional e no
estado do Paraná, como por exemplo, as cerâmicas produzidas, as cestarias,
os armamentos, os vestuários, as pinturas e a respeito de alguns rituais,
danças e músicas existentes entre algumas tribos, como guaranis e caigangs.
Além dos diferentes povos, foram expostas também as contribuições dos
índios no quesito cultural, social e até medicinal, incluído o aprimorado no
conhecimento de plantas medicinais. Nesta etapa do projeto os alunos
compreenderam a importância de se valorizar os povos indígenas já que na
atualidade tem se observado o culto de culturas européias ficando
despercebido a historia dos primeiros povos brasileiros.
Os alunos acompanharam na TV multimídia fotografias tiradas pelo
estagiário Samuel dos artefatos indígenas localizados no Museu de Geologia
da FECILCAM, e através dessas imagens foi realizado um recorte espacial no
qual os artefatos foram enviados, sendo todos do Paraná. Assim os alunos
perceberam que os povos indígenas viviam próximos à cidade de Campo
Mourão.
No dia 21/09/2011, os estagiários abordaram uma questão local (voltada
principalmente ao Estado do Paraná): o Caminho de Peabiru.
A estagiária Sandra iniciou a proposta temática, perguntando aos alunos
a respeito, onde foi observado que nenhum deles sabia o que significava o
tema proposto.
Então a estagiária Sandra explicou o que significava, abordando o
contexto histórico do tema, fazendo a delimitação territorial, através de mapas,
adentrando a respeito dos povos e tribos que utilizavam o caminho como rota,
bem como o significado espiritual do caminho para estes povos.
Foi abordado o tema dos Jesuítas, que em associação com a Coroa
Portuguesa, chegou às terras brasileiras no século XVI com a missão de
catequizar os indígenas, de forma a poder controlá-los e impor uma nova forma
de vida, uma forma que a Coroa pudesse mantê-los em aldeamento.
O estagiário Samuel abordou a respeito das características físicas do
caminho, e algumas lendas e histórias a respeito das civilizações posteriores
que passaram a utilizar o Caminho de Peabiru, destacando questões
importantes no contexto histórico, como, os bandeirantes, e os jesuítas, bem
como posteriormente soldados, sacerdotes, aventureiros, indígenas e
escravos.
Foram discutidos temas pelo estagiário Samuel como o das missões
Jesuíticas, cujo objetivo principal foi o de criar uma sociedade com os
benefícios e qualidades da sociedade cristã europeia, mas isenta dos seus
vícios e maldades. Essas missões foram fundadas pelos jesuítas em toda a
América Colonial.
Em seguida, foi relacionado a importância de Peabiru que
provavelmente teve seus caminhos abertos por povos indígenas e que depois
foram utilizados na rota do ouro por portugueses e espanhóis. Comentou que
Peabiru foi de suma importância, seja pelo traçado que cortava o continente,
seja pelos personagens que por ele transitaram, ainda que considerado
somente o período pós-Cabralino, como soldados, sacerdotes, aventureiros,
indígenas e escravos. Comentou que o caminho foi redescoberto na década de
1970 e que a Universidade Federal do Paraná vem trabalhando para tornar os
trechos remanescentes em atração turística, a exemplo da Estrada Real
Mineira.
Foi dito que ainda hoje, muitos consideram os resquícios do Peabiru
como um caminho sagrado, próprio para peregrinações pelo interior do Brasil, a
partir de vários pontos do litoral, principalmente Santa Catarina, Paraná e São
Paulo. E ainda, que boa parte da Trilha do Ouro pode ser desfrutada em
passeios turísticos a partir da cidade histórica de Paraty, no litoral sul do Rio de
Janeiro.
Outra questão importante é o cenário turístico e místico que envolve o
Caminho de Peabiru, e que foi exposto aos alunos, bem como sua situação de
preservação real nos dias de hoje.
Os estagiários Samuel e Sandra ainda comentaram sobre a existência
de um projeto pioneiro apoiado pela COMCAM (Comunidade dos Municípios da
Região de Campo Mourão) e FECILCAM (Faculdade Estadual de Ciências e
Letras) chamado neste ano de: 6ª Peregrinação no Caminho de Peabiru, em
que diversas pessoas podem participar.
Após a chamada, os alunos foram avisados para trazer lápis de cor para
a próxima aula, para realizarem a atividade proposta.
No dia 26/09/2011, durante a aula foi realizada uma atividade na qual os
alunos tiveram que colorir um mapa, e elaborar sua legenda, relacionando
espaço, tribos indígenas e Caminho de Peabiru, de acordo com o tema
abordado em sala de aula pelos estagiários.
A atividade se encontra em anexo, e foi observado que os alunos não
tiveram dificuldade nessa atividade, e se interessaram muito por este tipo de
atividade, trocando idéias, interagindo, entregaram no tempo proposto e
conseguiram nota integral em todos os critérios de avaliação.
No dia 28/09/2011, esta aula, os estagiários abordaram o tema dos
negros no contexto histórico-brasileiro, dando ênfase a respeito da cultura afro-
brasileira e suas heranças.
O estagiário Samuel iniciou a aula fazendo uma introdução sobre o
contexto afrodescendente no Brasil, e a importância desse estudo para esta e
futuras gerações.
Posteriormente, foi feita uma abordagem histórica pelo estagiário, onde
foi exposto que no início do século XIX, as manifestações, rituais e costumes
africanos eram proibidos, pois não faziam parte do universo cultural europeu e
não representavam sua prosperidade. Isso causou algum espanto nos alunos,
que não dispunham dessa informação.
As culturas afrodescendentes, eram vistas como retrato de uma cultura
atrasada. Somente, a partir do século XX, começaram a ser aceitos e
celebrados como expressões artísticas genuinamente nacionais e hoje fazem
parte do calendário nacional com muitas influências no dia a dia de todos os
brasileiros, onde em 2003, a lei nº 10.639 passou a exigir que as escolas
brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da
história e cultura afro-brasileira.
Após essa exposição, a estagiária Sandra explicou sobre algumas
características a respeito da cultura afrodescendente, como a arte (pinturas,
esculturas e elementos artísticos em geral) com características da arte africana
com alguns exemplos, das obras de arte e elementos artístico-culturais:
máscaras de madeira, obras em ouro e marfim, as esculturas e pinturas,
influências e arte afro-brasileira.
A culinária (muito utilizada nos dias de hoje) com pratos como: feijoada
brasileira, e culinária baiana: Vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel,
baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros exemplos são iguarias da
cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.;
A música (símbolos do Brasil), a exemplo a MPB que teve forte
influência dos ritmos africanos, como o samba, maracatu, ijexá, congada,
jongo, carimbó, lambada e o maxixe, entre outros; a dança (que compõe nosso
estilo brasileiro), bem como alguns instrumentos musicais inseridos no nosso
país pelos negros africanos, como por exemplo, o Afoxé, Agogô, Atabaque,
Berimbau e Tambor.
No dia 03/10/2011, a professora Delma avisou os estagiários que a aula
seria reduzida, pois haveria uma Assembleia para os pais, professores e
alunos no pátio do Colégio Estadual Dom Bosco.
Portanto, foi abordada apenas uma introdução ao conteúdo previsto para
esta data. O conteúdo foi a respeito dos Quilombos e Quilombolas.
A estagiária Sandra fez uma breve introdução sobre o assunto,
explicando que devido à escravidão, tornaram-se lugares comunitários de fuga,
onde também eram denominados de Mocambos, e enquanto explicava, a
turma foi chamada para ir até o pátio para o início da Assembléia.
No dia 05/10/2011, a estagiária Sandra continuou a exposição do tema
relacionado aos Quilombos.
Explicou que na África o termo era utilizado de maneira diferente, como
local de pouso, e no Brasil como local de refúgio, sendo sempre de difícil
acesso, porém próximo à estradas, e não abrigavam apenas os negros, mas
também índios e fugitivos da polícia.
A respeito da localização, uns foram criados em fazendas falidas, outros
pelas doações de terras para ex-escravos e algumas terras foram compradas
pelos escravos alforriados.
Tinha economia de subsistência e raramente o comércio, alguns tendo
prosperidade, existindo quilombos em áreas rurais e também, aqueles em
áreas urbanas, que ficavam nas periferias de grandes cidades da época, como
Salvador, Pernambuco e Rio de Janeiro, e nessas comunidades vivia-se de
acordo com a cultura originalmente africana, seja em âmbito cultural, religioso
ou social.
Foi exposto a respeito dos quilombos que mais abrigaram refugiados (os
maiores), e suas localizações.
O estagiário Samuel abordou que mesmo nos dias atuais, ainda existem
comunidades de quilombolas, que estão espalhadas por todo o país, em 24
dos 27 estados da federação, que jutos somam mais de mil comunidades,
segundo a Comissão Pró-Índio. Foi dito que na Bahia, os maiores
agrupamentos de quilombolas estão concentrados no Recôncavo Baiano, nos
municípios de Cachoeira, Maragogipe e Santo Amaro.
Foram mostradas imagens na TV Pendrive durante essa aula, que
mostraram lugares que ainda existem hoje no Brasil que são devidos a estes
povos e principalmente aos negros de forma geral.
O estagiário, Samuel, também comentou sobre o principal e mais
famoso quilombo existente no Brasil, o Quilombo do Palmares. Falou que o
Quilombo dos Palmares foi um dos mais importantes quilombos do Período
Colonial da História do Brasil. Disse que ele surgiu e se desenvolveu na antiga
capitania de Pernambuco, na região da Serra da Barriga, e ainda, que se
tornou símbolo da resistência negra à escravidão.
Foi discutido sobre Zumbi, um dos principais representantes da
resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Mostrou que Zumbi
é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da
resistência e luta contra a escravidão, um negro que lutou pela liberdade de
culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. Ainda comentou
que o dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o
território nacional com o Dia da Consciência Negra.
Os estagiários pediram aos alunos para trazerem reportagens ou
informações a respeito de quilombos no Estado do Paraná para a próxima aula,
para fazer parte da discussão a respeito da atualidade dos quilombos no Brasil.
No dia 17/10/2011, foi feita uma discussão geral a respeito da
consciência negra no Brasil, e a importância de estudo desse tema. Alguns
alunos comentaram a respeito da questão dos quilombos no Estado do Paraná,
e disseram que há muito pouco sobre esse tema na internet.
Os Estados que mais trazem discussões a respeito da atualidade dos
quilombos, segundo os alunos, são: Alagoas, Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato
Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Foi feita uma revisão geral sobre os temas expostos durante o projeto, e
os alunos relembraram bastante a respeito, e participaram de algumas
discussões.
Os estagiários disseram que o debate seria na semana após o feriado, e
que os alunos pesquisassem bastante a respeito dos temas discutidos em sala,
e sobre questões atuais, como por exemplo, o sistema de cotas para negros e
indígenas.
No dia 19/10/2011, foi realizado o debate, com temas sorteados pelos
estagiários para cada aluno, onde esse aluno deveria ler a notícia (ou a
charge), e expor para a turma o seu entendimento sobre o assunto.
Os temas foram selecionados pelos estagiários, e eram relacionados a
frases, manchetes de jornais ou revistas e charges, que ajudaram bastante na
compreensão e exposição de temas atuais.
Neste debate, observou-se que a maioria dos alunos apresentou-se
contra o sistema de cotas (por exemplo), alegando que o próprio sistema se
apresenta como um preconceito ao conhecimento do candidato indígena ou
negro às vagas.
A professora se posicionou favorável ás cotas, e fez um comentário
explicando suas razões, onde expôs que as pessoas consideradas negras ou
indígenas, sempre estiveram marginalizados na sociedade, sendo anos de
problemas e atrasos, portanto, um sistema de cotas visa trazer um pouco mais
de oportunidades para esses povos.
O interessante é que os alunos demonstraram grande interesse a
respeito das discussões, onde a aula se tornou curta para conclusão destes
temas.
No dia 24/10/2011, os estagiários fizeram um fechamento do projeto,
distribuindo alguns bombons para os alunos, como forma de agradecimento
pelo acolhimento e atenção dispensados, e falando um pouco a respeito do
curso de Geografia e a Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo
Mourão, que é uma instituição pública e de qualidade.
Alguns alunos demonstraram interesse em concluir um curso superior,
porém muitos não têm essa intenção, portanto, os estagiários explicaram a
respeito da importância profissional e também de satisfação pessoal de cursar
uma graduação.
Os estagiários se despediram dos alunos, da professora e de alguns
colaboradores da escola, ficando a sensação de dever cumprido com os alunos
do Colégio Estadual Dom Bosco para o ano de 2011.
Texto de Apoio: HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA.
Professores acadêmicos: Samuel Antunes Ferreira Junior e Sandra da
Silva Correa.
Utilizado dia 14/09/2011

ANTES DA CHEGADA DOS PORTUGUESES JÁ HAVIA OCUPAÇÃO


HUMANA NO TERRITÓRIO

Quando os portugueses chegaram ao Brasil, no inicio do século XVI,


encontraram os indígenas, habitantes que já ocupavam, há muito tempo, o
território do que viria a ser o Brasil.
Não há entre os estudiosos do assunto (antropólogos, etnólogos, e
arqueólogos) um consenso ou concordância em relação ao tempo de
existência do ser humano na América. Alguns falam em 11.500 anos atrás,
outros em 6 mil anos e existem aqueles que se referem há 30 mil anos ou
mais.
As estimativas, avaliações ou cálculos sobre o número de indígenas que
viviam no Brasil à época da conquista européia também variam segundo os
estudiosos do assunto. Alguns referem-se a 6 milhões; outros entre 2 e 5
milhões etc. Independente de ser esta ou aquela cifra, era um número
significativo, e o mais importante, as terras já eram ocupadas, havia os
espaços indígenas. Hoje, essa população está estimada em 300 mil.
Durante os cinco séculos de nossa historia os indígenas sofreram um
verdadeiro genocídio e etnocídio.
Genocídio: Extermínio de um grupo um grupo humano nacional, ético
ou religioso.
Etnocídio: Destruição de uma etnia no plano cultural, ou seja, de modos
de vida e pensamentos diferentes daqueles que conduzem tal prática.

PRIMEIROS CONTATOS COM OS PORTUGUESES


Os primeiros contatos entre os portugueses se deram de maneira
amigável, ouve trocas de objetos e o dialogo se por mímicas e gestos, tudo era
curioso tanto para os índios quanto para os portugueses. Quando a primeira
caravela partiu de volta para Portugal com ela foram dois índios com intuído de
aprender a língua portuguesa e para servirem de prova do descobrimento de
um novo território, e também ficaram dois portugueses no Brasil com a
intenção de também aprender a língua, assim facilitaria a comunicação
posterior, pois como se sabe os portugueses tinha interesses de explorar os
produtos brasileiros, entre eles o Pau-Brasil.
No dia 26 de abril de 1500, num banco de coral na praia da Coroa
Vermelha no litoral sul da Bahia, foi rezada uma missa de Páscoa, a primeira
de tantas que desde então foram celebradas naquele que veio a tornar-se o
maior país católico do mundo.
Prática do Escambo: A palavra escambo significa a troca de
mercadorias por trabalho. Ela é muito utilizada no contexto da exploração do
pau-brasil (início do século XVI). Os portugueses davam bugigangas (apitos,
espelhos, chocalhos) para os indígenas e, em troca de trabalho, os nativos
deveriam cortar as árvores de pau-brasil e carregar os troncos até as caravelas
portuguesas.
A CULTURA INDÍGENA E AFRODESCENDENTE NO
ENSINO DE GEOGRAFIA

Samuel Antunes Ferreira Júnior (FECILCAM) samuelquerencia@hotmail.com


Sandra da Silva Correa (FECILCAM) sansilcorr@yahoo.com.br

Resumo: Este artigo foi realizado como parte das atividades desenvolvidas na
disciplina de Estágio Supervisionado em Geografia II. A geografia é um
importante campo para o estudo das relações raciais presentes num contexto
espacial. Desde a promulgação das Leis Nº 10.639 e 11.645/08, os professores
tem a necessidade de tratar em suas aulas o contexto afrodescendente e
indígena. Este trabalho procurou retratar a necessidade de compreensão
esclarecida, a respeito das temáticas das culturas herdadas destes povos no
Brasil, ressaltando as possibilidades e perspectivas de se trabalhar esse
contexto em sala de aula. Para tanto se procurou investigar como está
evoluindo essa inserção de conteúdo na escola, com ênfase na discussão do
sistema de cotas vigente, com resultados obtidos no Colégio Estadual Dom
Bosco de Campo Mourão.
Palavras-chave: Afrodescendente, Indígena, discriminação, cotas, educação.

1. Introdução

No campo educacional, por muitas décadas, as culturas indígena e afro-


brasileira ficaram praticamente ocultas, deixadas de lado dos conteúdos
disciplinares, sendo colocadas de forma secundária, as contribuições dadas
por esses grupos étnicos para a formação cultural do nosso país. A formação
brasileira é sempre lembrada como uma miscigenação do negro, do índio e do
branco, mas o que se observa é que parece prevalecer a idéia de que o
elemento lusitano foi o que moldou o povo brasileiro de hoje.

Apesar de as populações negra e indígena constituírem grande parte de nossa


sociedade, somente a partir da Lei nº 10.639 de 2003 que tornou obrigatório o
ensino da História da África e dos afro-brasileiros no Ensino Fundamental e
Ensino Médio, as escolas ampliaram a reflexão e discussão sobre o papel e a
posição do negro na sociedade brasileira, como forma de reparar esse grave
erro histórico.
Após a Lei nº 10.639, no ano de 2008 foi prevista uma nova lei federal de
número 11.645/08 resolvendo incorporar a temática indígena à mesma
condição legal que a afrodescendente e africana.

A partir de então, os professores de Geografia veem-se em um problema de


como incorporar esse contexto e firmar sua importância aos alunos, bem como
onde encontrar materiais para fundamentar e subsidiar suas aulas.

Sabe-se que a geografia é a ciência do território, e que o território é o conceito


de ato físico, político, social, possível de dimensionamento, onde geralmente o
Estado está presente e estão gravadas as referências culturais da população.
As demandas históricas e os conflitos com o sistema dominante têm imprimido
a esse tipo de estrutura espacial exigências de organização e a instituição de
uma autoafirmação política, social, econômica e territorial.

A geografia está presente nas abordagens socioculturais e espaciais,


apresentando-se como disciplina de fundamental importância no entendimento
das questões discutidas no presente artigo, onde a mesma continua sendo um
ótimo instrumento de observação do passado, porque apresenta as marcas da
historicidade espacial; do presente, isto é, tem registrado os agentes que
atuam na configuração geográfica atual e do futuro, ou seja, é possível capturar
as linhas de forças da dinâmica territorial e apontar as possibilidades de
mudanças da estrutura do espaço no futuro próximo.

Neste sentido, “é a geografia que tem o compromisso de tornar o mundo e


suas dinâmicas compreensíveis para a sociedade, de dar explicações para as
transformações territoriais e apontar soluções para uma melhor organização do
espaço”. (CARDOSO, 2011). A geografia apresenta-se, portanto, como uma
disciplina fundamental na formação da cidadania do povo brasileiro, que por
sua vez apresenta uma heterogeneidade singular na sua composição étnica,
socioeconômica e na distribuição espacial.

Este trabalho procura criar momentos de reflexão e atividade prática para o


ensino e aprendizagem de Geografia, visando à formação docente. Neste
sentido, o Estágio coloca-se não como “aplicação da teoria” ou “treinamento”,
mas oferecendo aos acadêmicos, condições para elaborar reflexões e
propostas consistentes para a ação pedagógica, mediante os problemas
encontrados no cotidiano escolar.

Com o intuito de diminuir os preconceitos e ajudar a valorizar a pluralidade do


patrimônio sociocultural brasileiro, este artigo é de grande importância, pois
procura investigar a necessidade de sensibilização (principalmente) a respeito
do interesse dos alunos em aprender sobre a influência desse povo, suas
tradições, história e costumes, com a finalidade de ajudar a construir uma
sociedade mais justa e informada sobre as diferenças culturais e étnicas
existentes no mundo, ajudando-os a reconhecer toda a influência do povo
indígena e afrodescendente sobre a nossa vida, nossa cultura, alimentação,
forma de trabalho e sobrevivência. A falta de conhecimento gera omissão e
irresponsabilidade, produzindo uma sociedade com discriminações e violenta.

2. Cota Racial
2.1 A elaboração do conceito
É verificável que os elementos constituintes da nossa cultura teriam vindos de
fora, ainda que reconheça a contribuição dos índios e do negro na nossa
formação, estas culturas não são valorizadas. Portanto, “a miscigenação seria
mais por uma facilidade portuguesa a adaptar e se adaptar a novos costumes
do que a uma mescla de culturas propriamente dita” (DELGADO apud
HOLANDA, 2006).

O Brasil apresenta um alto grau de desigualdade racial e de discriminação


contra populações afrodescendentes e indígenas. Isso pode ser observado
quando analisamos as medidas constitucionais e estatutos que proíbem a
discriminação racial no país.
Ambos são vítimas de “exclusão social”, entendida como a impossibilidade de
um grupo social participar plenamente das esferas social, política, cultural e
econômica da sociedade (HOOKER apud OAKLEY, 2001). Os dois grupos, de
forma desproporcional, são atingidos pela pobreza, a falta de acesso a serviços
sociais básicos como saúde e educação, o desemprego e a discriminação no
mercado de trabalho, já que, em qualquer nível educacional, eles tendem a
ganhar menos do que os brancos. Como exemplo, no Brasil, a renda dos
negros, isto é, das pessoas que se identificam como “negras ou pretas”, é 40%
da dos brancos, e a renda dos “pardos” é 44% da dos brancos (DELGADO
apud SILVA, 2000, p. 21).

2.3 As Reformas Políticas e Cotas no Brasil


A partir da década de 1980, além da proscrição legal do racismo, o Brasil
passou a incluir reformas em seus programas políticos, a fim de implantar uma
cidadania multicultural, as quais estabeleceram alguns direitos coletivos para
os grupos indígenas e afrodescendentes. Porém há algumas diferenciações
relacionadas às conquistas dos direitos coletivos obtidos com essas reformas.
Atualmente, uma das alternativas propostas, além das já citadas anteriormente,
é o sistema de cotas que visaria a acelerar um processo de inclusão social de
grupos à margem da sociedade.
As cotas raciais são um modelo de ação afirmativa implantado em alguns
países com justificativas de inclusão social de grupos específicos, em razão de
algum processo histórico depreciativo, teriam maior dificuldade para
aproveitarem as oportunidades que surgem no mercado de trabalho, bem como
seriam vítimas de discriminações nas suas interações com a sociedade. O
conceito de cotização de vagas aplica-se, geralmente por tempo determinado.
Estas populações podem ser grupos étnicos ou raciais, classes sociais,
imigrantes, deficientes físicos, mulheres, idosos, entre outros.
A lei 3.708/01 institui o sistema de cotas para estudantes denominados negros
ou pardos. Entre 2010 e 2011, Estados como Rio de janeiro e Paraná aderiram
ao sistema de cotas raciais nos concursos públicos.

2.4 Opiniões Divergentes Relacionadas às Cotas


Independente do tipo de cota racial, para ser beneficiada a pessoa precisa
assinar um termo autodeclarando sua raça e, às vezes, passar por uma
entrevista. A subjetividade dessa entrevista é um dos pontos que mais geram
discussão em relação às cotas raciais. Em 2007, gêmeos idênticos foram
considerados de raças diferentes ao passarem por uma entrevista na UnB. Um
pôde concorrer pelo sistema de cotas raciais, o outro não. Após repercussão
do caso na mídia, a UnB voltou atrás e considerou os dois irmãos como sendo
negros.
A discussão entre a legalidade ou não do sistema de cotas, dividiu opiniões,
gerando dois extremos de defesa. De um lado, há os que apoiam, afirmando
que uma vez reconhecido o racismo, não se poderia deixar de discutir a
amenização das atrocidades seculares cometidas contra a população negra e
indígena, e como acabar com estes embates históricos que separam negros e
brancos.
De outro os que são contra afirmando que investir em uma separação de raças,
como quer o sistema de cotas raciais e o estatuto da igualdade racial, é violar
os preceitos da Constituição, os princípios da igualdade, da justiça e, também,
da legalidade, onde alegam que os brasileiros precisam e merecem fazer parte
dessa sociedade ‘livre e justa’ e ter acesso a educação é um bom começo,
porém essa educação tem que fazer o caminho inverso ao pleiteado pelas
cotas.
O assunto é bastante polêmico, o Brasil tem atualmente a segunda maior
população negra do mundo (atrás apenas da Nigéria) e é inegável que o país
tem uma dívida histórica com negros e indígenas, mas será que o sistema e
cotas seria o melhor começo? Ou começo tem que ser imposto aos cidadãos
para que haja resultados positivos?
Há necessidade de conscientizar acerca das práticas e representações que
configuram o racismo, apresentando aos alunos a verdadeira história e tradição
do povo negro e indígena no Brasil, de maneira íntegra, sem distorções da
realidade, retratando fielmente a trajetória dos descendentes de africanos, sem
mensagens subliminares que consolidam uma sociedade racista e excludente.

Discriminação significa literalmente tratar alguém de uma forma diferente. Pode


ser definido como um comportamento manifesto, que se exprime através da
adoção de padrões de preferência em relação aos membros do próprio grupo
e/ou de rejeição em relação aos membros dos grupos externos (DELGADO
apud PEREIRA 2002, p. 110).

Assim sendo, ao elaborar planos de aula, ou mesmo um projeto sobre Culturas


Indígenas e Afro-Brasileiras, na escola, deve-se pensar em atividades que
possibilitem aproximar nossos alunos da riqueza cultural indígena e afro-
brasileira, aprofundando o estudo das raízes culturais indígenas e africanas,
trazendo opiniões críticas a respeito das diversas problemáticas.
3. Possibilidades de Trabalho sobre o Contexto Indígena em Sala de Aula
Para o professor trabalhar a temática indígena na sala de aula, é necessário
haver propostas baseadas, antes de tudo, na situação em que vive e na
superação de toda e qualquer forma de discriminação contra os povos
indígenas, bem como o reconhecimento de seus direitos.

Alguns professores possuem despreparo para lidarem a temática negra e


indígena na sala de aula, sem ter informações suficientes, acabam abordando
apenas questões históricas, como a colonização ou então parado no tempo e
no espaço. Para os alunos, índio é aquele que vive na aldeia e anda nu ou
enfeitado, e aquele que seguidamente veem no centro da cidade, vestido e
vendendo cestos ou aquele que vai à escola, não é índio de verdade. O negro
é aquele que usa calças largas, jogam capoeira e dançam o samba. É
necessário trabalhar com o conceito de cultura profunda.
Todas as culturas têm uma estrutura própria, todas mudam, todas são
dinâmicas. Não é possível falarmos de povos sem história, porque isso
significaria a existência de uma cultura que não passou por transformações ao
longo do tempo, algo que hoje é refutado (DELGADO apud SILVA & SILVA,
2010).

Desta forma, cabe ressaltar aos alunos que as sociedades indígenas sofreram
influências e também influenciaram outras culturas.

Os trabalhos em sala de aula, com exposições e projetos, são excelentes


oportunidades para romper o etnocentrismo, que é uma visão do mundo
fundamentada rigidamente nos valores e modelos de uma dada cultura; por
ele, o indivíduo julga e atribui valor à cultura do outro a partir de sua própria
cultura. Tal situação dá margem a vários equívocos e ao preconceito que leva
o indivíduo a considerar sua cultura a melhor ou superior (DELGADO apud
SILVA & SILVA 2010).

Para trabalhar a temática indígena em sala de aula, primeiramente é


fundamental que o professor procure se informar sobre o assunto, para despir
os conceitos e preconceitos que os alunos trazem consigo. O objetivo principal
deve ser o encaminhamento do aluno para a descoberta e reflexão a partir da
sua própria capacidade, conforme explica Freire (2009, p. 47). "Saber ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção".

Em relação às tendências contemporâneas, uma boa metodologia é utilizar


matérias de jornais e revistas ou fazer uma pesquisa orientada na internet, isso
chama a atenção dos alunos, despertando o caráter investigativo, o interesse.
Coloca-se o foco nas principais discussões acerca destas sociedades, como
por exemplo: Reservas indígenas – os locais onde se encontram no Brasil, a
invasão do garimpo, a discussão acerca da demarcação das terras, os
missionários que agem nas aldeias sem o controle da FUNAI - enfim, existem
inúmeras situações e circunstâncias que podem ser explorada, ao debate
sobre o sistema de Cotas, etc. Os professores devem propiciar aos alunos o
conhecimento dos aspectos positivos e afirmativos destes povos em relação à
cultura nacional, fazendo associações às tradições usando como exemplos a
música, a culinária, as artes plásticas entre outros. Com as crianças, pode-se
trabalhar com cantigas de roda, com a pesquisa sobre nomes que são de raiz
indígenas e africanas, utilizando a visão de mundo dos negros e indígenas,
para explicar, por exemplo, a criação do mundo e as divindades cultuadas
segundo estas crenças e destacando a sua relação com a natureza.

4. Discussões e Resultados

Os novos educadores se deparam com novos paradigmas educacionais que,


além disso, permeiam a necessária formação de professores frente às
exigências, tanto do mercado de trabalho, quanto das demandas sociais, trata-
se da incorporação dos focos de discussão que dizem respeito ao caráter
social, econômico e cultural que visa à construção de identidades atendendo a
valorização da diversidade e do fundamento educativo das suas tolerâncias.
Constituem-se no chamado campo da inclusão social.
A educação formal e não formal deverá contemplar em suas perspectivas
curriculares, portanto, as discussões sobre essas temáticas: mulheres, negros,
indígenas, portadores de necessidades especiais, etc.
A partir das práticas didáticas e metodológicas desenvolvidas durante as
etapas do projeto aplicado no Colégio Estadual Dom Bosco de Campo Mourão,
observou-se que o racismo e preconceito, como uma herança colonial, é um
elemento estrutural das sociedades modernas e, que continua presente em
práticas cotidianas de professores e alunos.
Identificou-se, através de regência de conteúdo a respeito de questões
históricas em analogia com debates atuais, que os alunos no 2º Ano do Ensino
Médio, estavam despreparados em relação aos assuntos abordados. Após as
aulas expositivas e diversas atividades, vídeos, imagens, músicas, objetos,
etc., foi possível observar a diferença após a obtenção do conhecimento com
clareza.
A inserção de materiais multimídia foi essencial para a dinâmica positiva das
aulas.
Finalizando, foi realizado um debate com temas atuais. Neste debate,
observou-se que a maioria dos alunos apresentou-se contra o sistema de
cotas, alegando que o próprio sistema se apresenta como um preconceito ao
conhecimento do candidato indígena ou negro às vagas.
A professora se posicionou favorável às cotas, e fundamentou sua posição,
porém os alunos não mudaram de opinião, o que mostra que muito tem para
ser feito para que diversas mudanças relacionadas à visão da cultura negra ou
indígena sejam melhoradas e aprofundadas. Estas mudanças para que
possam se efetivar, necessitam de profundas transformações na estrutura
socioeconômica do nosso país, e os professores, tem um papel fundamental
nesse processo, pois são educadores.
No entanto para que isto aconteça precisamos primeiro acreditar que essa
mudança é possível, então procurar os meios para isso. Será que as nossas
formações em todas as universidades nos encaminham para termos uma
postura mais corajosa frente aos desafios contemporâneos, como as temáticas
raciais para que com mais segurança possamos realizar um trabalho de
profunda conscientização e inserção do conhecimento aos alunos? Será que
em todas as escolas encontramos os materiais bibliográficos e multimídia para
uma notável realização destes trabalhos?
Ficou claro que precisamos demonstrar a importância e a necessidade de
estudar a os povos afro-brasileiros, afrodescendentes e indígenas, conhecer e
compreender o passado para entender o nosso presente e poder evoluir o
futuro.
Esse trabalho proporcionou a oportunidade de assimilar a necessidade de uma
consciência profunda e ampla da importância das heranças deixadas pela
diferenciação de raças negra e indígena no processo de formação histórica
cultural brasileira. Somente através do contato com a verdadeira história
desses povos, foi possível adotar e dotar os alunos de atitudes de respeito e
reconhecimento pelas diferenças culturais entre as pessoas, contribuindo para
um melhor convívio numa sociedade democrática e pluralista.

Referências

BRASIL – Lei Federal n°. 10.639, de 9/01/2003. Estabelece a obrigatoriedade do ensino da


História e Cultura Afro-brasileira no currículo da Rede de Ensino no Brasil. Brasília: Gráfica do
senado, 2003.

BRASIL – Lei Federal nº. 11.645/2008 de 10/03/2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de


dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília: Gráfica do
senado, 2008.

BRASIL - Lei n°. 3.708/01 de 09/11/2011. Institui cota de até 40% (quarenta por cento) para as
populações negra e parda no acesso à universidade do estado do rio de janeiro e à
universidade estadual do norte fluminense, e dá outras providências. Brasília: Gráfica do
senado, 2011.

SEED. Diretrizes Curriculares de Geografia para os Anos Finais do Ensino Fundamental e para
o Ensino Médio: Curitiba. 2008.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento


de Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: inserção dos conteúdos de história afro-
brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29ª Ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2009.

CARDOSO, João Stresser. História e Cultura Afro-Brasileira e Africana: Contribuições para o


trabalho em Geografia. <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/442-
4.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2011.

DELGADO, Ana Paula. A cultura indígena a partir dos livros didáticos no ensino de história.
Artigonal – Diretório de Artigos Gratuitos. Abril. 2011. <http://www.artigonal.com/ensino-
superior-artigos/a-cultura-indigena-a-partir-dos-livros-didaticos-no-ensino-de-historia-
4581589.html>. Acesso em: 25 nov. 2011.

HOOKER, Juliet. Inclusão indígena e exclusão dos afrodescendentes na América Latina.


Publicado em inglês no Journal of Latin American Studies.Novembro. 2006. Tradução de
Alexandre Massella. Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 18, n. <
http://www.scielo.br/pdf/ts/v18n2/a05v18n2.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2011.
ANEXOS
PALESTRAS

A Questão da Indisciplina no Estágio Curricular Supervisionado:


Considerações sobre o Cotidiano, o Diálogo e a Construção de Valores

Ministrante: Prof. Ricardo Fernandes Pátaros do Departamento de


Pedagogia – UEPR/ FECILCAM

O professor Ricardo em uma linguagem informal discutiu, em


20/04/2011, com os acadêmicos que cumprem a disciplina de Estágio
Curricular Supervisionado, o que estes se lembram da época em que
estudavam na escola. A partir daí, faz uma relação entre a Escola e o Estágio,
que se apresentam como categorias que trazem conflitos e problemáticas, que
serão discutidos a seguir.

O termo Cotidiano é apresentado no início da palestra, uma vez que,


segundo o professor, é a base para o entendimento do ensino-aprendizagem,
sendo ele muito pouco valorizado na ciência pedagógica, porém é um campo
com grande riqueza de assuntos.

Voltando a falar da Escola, o professor diz que a “aparência”, o “cenário”


da escola não tem tido grandes mudanças com o passar dos anos. Onde a
Escola continua sendo um local onde o professor sempre está em destaque, e
os alunos ocupam o segundo plano, ou seja, a estrutura escolar não mudou. A
Escola continua tentando “enquadrar” pessoas diferentes em um mesmo lugar.
O professor cita que “não é que não tenha que ser assim, mas não precisa ser
sempre assim”. O modelo é muito centrado na aula expositiva, mas vem a
interrogação: será que todas as pessoas conseguem aprender apenas com
aulas expositivas, onde o aluno só ouve e o professor só fala? Isso é relação
unilateral (conhecimento só do professor para o aluno).

Em relação à organização disciplinar, o professor faz uma crítica à


separação em “gavetas”, pois essa organização é útil, porém o cotidiano é
interdisciplinar. É importante a divisão para se poder estudá-las, porém o aluno
deve ter consciência de que essa divisão disciplinar é artificial e que a
realidade do mundo não se apresenta dessa forma. A partir do momento que
um aluno não sabe o porquê de estudar determinado tema, fica difícil de
entender a importância de estudá-lo, o que vai gerar uma perda do entusiasmo
por determinadas disciplinas e assuntos.

A Escola, devido a esses fatores acaba se “isolando” da sociedade,


como se existisse em outra época, onde “lá fora” ocorrem desenvolvimento e
modernidade diferenciada e dentro da Escola, o mundo ainda se apresenta
“medieval”, demonstrando que a Escola não representa estar interessada na
realidade do aluno, onde lá dentro, o conhecimento “é por si só”.

Os interesses dos alunos variam de acordo com a faixa etária e com o


cotidiano de cada um. Uma Escola que não tem qualquer significação nem
qualquer utilidade imediata para os alunos, eles irão se afastar das disciplinas.
A Escola torna-se um lugar em que não lugar para a adolescência, sonhos,
desejos, curiosidades, sentimentos, sexualidade, política, experiências
pessoais, etc., onde a Escola não se correlaciona com nossa cultura, nosso
cotidiano, nossos valores.

Outro tema abordado pelo professor Ricardo, é sobre o que pensamos


do Estágio. Os acadêmicos presentes prontamente responderam que é difícil,
que dá trabalho, que é um empecilho, uma formalidade, que já conhecem a
Escola, que não serve pra nada e muitos se pudessem escolher, não fariam.

Desse modo acaba se instalando um ambiente de indisposição com o


estágio e qualquer problema que venha a ocorrer na Escola durante esse
momento de formação, torna-se motivo para a desvalorização da prática de
estágio curricular.

Ainda em discussão sobre Escola e estágio, o professor apresentou


alguns slides com temáticas interessantes de idéias e idéias opostas a se
analisar, dos principais possíveis conflitos e confrontos existentes no território
escolar, tais como:

Real X Ideal

Prático X Teórico
Científico X Cotidiano

Eu X Outro

Escolar X Não-Escolar

Gostar x Não - Gostar

O que Sei X O que Não - Sei

Professores (as) X Estagiários (as)

Certo X Errado

Esforço X Significado

Entre os próprios professores (as)

Entre concepções distintas de educação

Adentrando o assunto sobre o cotidiano, o professor fez uma abordagem


sobre uma possibilidade para conceber a Escola – O Cotidiano. Explicou o
significado literário da palavra e de que forma o cotidiano se apresenta para
todos nós.

 O cotidiano e as ações rotineiras;


 Repetição e atos mecânicos
 O cotidiano e suas potencialidades;
 Inquietações, incômodos e questionamentos que nos
fazem refletir
Reflexão diante dos conflitos do cotidiano: Por que estou agindo dessa
forma? Quais as conseqüências de minhas ações? E se eu tivesse agido
diferente? É possível fazer diferente?

O cotidiano apresenta também algumas complexidades e


potencialidades paradoxais:

1. O cotidiano é Positivo - justificativas:


 É o cotidiano que nos constitui;
 A partir de sua vivência é que tomamos decisões;
 A dimensão prática de nossas ações está situada no
cotidiano;
OU
2. O cotidiano é Negativo – justificativas:
 No cotidiano se desenvolvem ações e pensamentos
corriqueiros, superficiais e triviais;
 É preciso distanciar-se dele para refletir, para questionar e
mudar algo.

=
3. O cotidiano é Necessário:
 Somente ao mergulhar no cotidiano, podemos subvertê-lo
e questioná-lo;
 O cotidiano é importante para que na hora do estágio haja
aproximação com a Escola;
 Não dá para pensar na subversão se os estagiários
estiverem em salas de aula e não forem acompanhar na
prática os problemas do cotidiano para poderem subvertê-
lo;
O cotidiano escolar é vivido e produzido por indivíduos diversos, e suas
histórias e trajetórias entrecruzam-se de modo transitório. Nesse cotidiano, há
muito mais do que se possa imaginar, e não é um produto a ser analisado, mas
sim um processo em realização e repleto de responsabilidades. O cotidiano
escolar nos constitui de legitimidade que a Escola alcança no século XX, e
promove mudanças, onde a escolarização passa a ser obrigatória (mas não
universal). A população infantil e juvenil passa grande parte do tempo na
Escola (substituem-se assim infância por “alunância” (Enguita, 1989)). Portanto
pode-se dizer que o cotidiano escolar nos constitui, seja por pertencimento, por
participação, por inclusão ou não-inclusão (ou exclusão).

Outro tema discutido foi Uma Possibilidade para Conceber o Estágio,


para professores (as) em formação, refletindo sobre qual o lugar que os
professores (as) em formação ocupam nas relações dentro da escola? O
professor Ricardo discute que pensar que somos constituídos pelo cotidiano
escolar ajuda a problematizar os alcances da observação no estágio (cada um
de nós é constituído pela diversidade do cotidiano escolar), e ajuda a
questionar os modos de inserção no cotidiano escolar.

As propostas para professores (as) em formação ocuparem um lugar


dentro da Escola são:

 Aproximar-se das interações cotidianas entre professores (as) e


alunos;
 Mais do que as “tentações avaliativas, frente ao trabalho escolar,
a proposta é problematizar nossas tentativas de atuação
enquanto estagiários (as);
 Mais do que falar do outro (para o outro, sobre o outro), (críticas
que não são construtivas), construir a tentativa de voltar-se para a
relação com esse outro, conviver com as pessoas da Escola;
 Identificar e definir os espaços de negociação e as possibilidades
de atuação dentro da Escola.
A respeito da Indisciplina na Escola, o professor abordou conceitos
como Anomia (sujeito que não concebe regras), Heteronomia (o sujeito
espera que quem determine as regras seja sempre o outro), Autonomia
(a construção de regras ocorre no nível pessoal, o sujeito cumpre
sozinho. O prefixo "Auto" sugere o próprio indivíduo como fonte das
regras (o que não significa dizer que as regras estão dentro do próprio
sujeito, ou que já nasceram com ele, mas que são construídas pelo
sujeito (e não recebidas de outrem). O professor comentou sobre o
respeito unilateral (afeto e medo), onde se o professor apresentar-se
com muita autoridade ganhará o medo do aluno como resposta
(autoritarismo), porém se em algum momento ele perder o medo, o
professor não terá mais nada, o convívio fica prejudicado. Por outro lado,
se o professor conquistar o aluno com respeito (autoridade), e afeto, o
aluno, independente da situação irá sempre respeitá-lo e admirá-lo
(respeito mútuo, cooperação e reciprocidade).
O Professor de Geografia e seus Saberes Profissionais: Reflexões
para Debate
Ministrante: Prof. Claudivan Sanches Lopes - UEM/MARINGÁ

O professor Claudivan Sanches Lopes, procura através do encontro


realizado em 18/08/2011, no anfiteatro da FECILCAM, problematizar o
processo de apropriação, construção e desenvolvimento dos conhecimentos e
saberes do trabalho pedagógico de professores tanto de Geografia, quanto de
outras áreas, que atuam na Educação Básica, focalizando sua relação com o
desenvolvimento da profissionalidade. O professor claudivan trouxe discussões
sobre quais os saberes o professor de geografia deve dominar para bem
desempenhar sua função profissional em sala de aula com os alunos, qual
seria sua postura e profissionalismo diante da classe, trazendo para a
atualidade a visão que as pessoas tinham do professor, como um ser sem
saberes, onde o ser professor não era definido pela posse de um saber próprio
ou específico, mas por uma inclinação inata, um dom.
Inversamente, a situação de “Saberes sem Ofício” se caracteriza pela
formalização de saberes muito distanciados da prática real dos professores.
Os desafios da profissionalização exigem a superação das duas
situações apresentadas. Ou seja, o estabelecimento de um “Ofício feito de
Saberes”. Outra questão discutida pelo professor Claudivan, é a dilemática da
atividade docente, onde esta: “Ela nos obriga a tomar decisões de efeitos
incertos, com fundamentos incertos, na busca de metas sobre as quais temos
dúvidas em situações que oferecem alternativas disjuntivas.” (Sacristán, 1999,
p. 65).
O professor Claudivan trouxe para a discussão a problemática do
esgotamento de um modelo de formação e de profissionalidade,
insistentemente criticado neste trabalho, que apoiado na racionalidade técnica,
simplifica e reduz as demandas para o exercício profissional dos professores.
Além disso, oculta a especificidade e a complexidade de seu ofício e
assim lhes dificulta apropriarem-se coletivamente daqueles saberes que,
reconhecidos como seu patrimônio profissional, podem servir aos justos
anseios de profissionalização desta categoria.
O professor Claudivan neste momento do encontro faz um paralelo entra
alguns autores que discutem essa temática.
Para Tardif (2006), os saberes profissionais do professor podem ser
assim elencados:
 Saberes da formação profissional: (ciências da
educação): conjunto de saberes transmitidos pelas instituições de
formação de professores (escolas normais ou faculdades de ciências da
educação);

 Saberes disciplinares: são aqueles que correspondem


aos diversos campos do conhecimento, aos saberes de que dispõem a
sociedade, tais como se encontram hoje integrados nas universidades
sob a forma de disciplinas, no interior de faculdades e de cursos
distintos (por exemplo, Matemática, História, Geografia;

 Saberes curriculares: correspondem aos discursos,


objetivos, conteúdos e métodos a partir dos quais a instituição escolar
categoriza e apresenta os saberes sociais por ela definidos e
selecionados como modelos da cultura erudita e de formação para a
cultura erudita. Apresentam-se, concretamente, sob a forma de
programas escolares (objetivos, conteúdos, métodos) que os
professores devem aprender a aplicar;

 Saberes da experiência: são os saberes específicos dos


docentes. São produzidos pelos próprios docentes e baseados em seu
trabalho cotidiano e no conhecimento do seu meio.

De acordo com Gauthier et al. (1998), os saberes mobilizados pelos


professores em sua prática são os seguintes:
 Saberes disciplinares: referentes à matéria a ser
ensinada;

 Saberes curriculares: referentes aos programas de


ensino;
 Saberes das ciências da educação: referente a um saber
profissional específico que não está diretamente relacionado com a ação
pedagógica;

 Saberes da tradição pedagógica: referentes ao saber dar


aulas;
 Saberes experienciais: referentes à jurisprudência
particular adquirida no exercício do trabalho;

 Saberes da ação pedagógica: referentes ao saber


experiencial dos professores a partir do momento em que se torna
público e que é testado por meio de pesquisas realizadas em sala de
aula.

Para Shulman (2005b), os conhecimentos necessários à docência –


seus conhecimentos de base – são os seguintes:
 Conhecimento do conteúdo a ser ensinado: refere-se ao
conhecimento da disciplina na qual o professor é um especialista
(Geografia, História, Matemática, etc.);

 Conhecimento pedagógico geral: refere-se,


especialmente, àqueles princípios e estratégias gerais de manejo e
organização da aula que transcendem o âmbito da disciplina;

 Conhecimento do currículo: trata-se de um especial


domínio dos materiais e dos programas que servem como “ferramentas
para o ofício” do docente;

 Conhecimento pedagógico do conteúdo: trata-se do


especial amálgama entre matéria e pedagogia que constitui uma esfera
exclusiva dos professores, sua forma própria e especial de compreensão
profissional;
 Conhecimento dos alunos e de suas características;

 Conhecimento dos contextos educativos: abarca desde


o funcionamento do grupo ou da aula, a gestão e o financiamento dos
distritos escolares, até o caráter das comunidades e culturas;
 Conhecimento dos objetivos: das finalidades e dos
valores educativos e de seus fundamentos filosóficos e históricos.
O professor Claudivan comentou sobre o CPC - Conhecimento
pedagógico do conteúdo, onde explicou que Conhecimento disciplinar,
Conhecimento Pedagógico e Conhecimento do Contexto estão interligados, e
que Conhecimentos implicados na organização de práticas de educação
geográficas observadas em sala de aula, como: Conhecimento disciplinar
geográfico e disciplinas afins, conhecimento pedagógico geral e conhecimento
do contexto da ação educativa também estão interligados, onde:
 Conhecimento disciplinar geográfico e de disciplinas
afins: Trata-se do conhecimento das estruturas do conhecimento
geográfico, de seus principais conceitos e temas, dos procedimentos de
pesquisa, de suas especificidades, de suas relações com outras ciências
e, ainda, de seus propósitos no currículo escolar. São adquiridos pelo
estudo e análise crítica da produção científica formal na área e de
documentos oficiais disponíveis na formação inicial e continuada.

 Conhecimento pedagógico geral: Envolve os


conhecimentos produzidos pelas ciências da educação, fundamentos e
valores éticos da educação, que transcendem o domínio de um campo
disciplinar, adquiridos, semelhantemente ao conhecimento disciplinar,
pelo contato e exame crítico com a/da literatura especializada.

 Conhecimento do contexto da ação educativa: Refere-


se ao conhecimento das características dos alunos e do contexto
sociogeográfico em que desenvolve seu trabalho: comunidade escolar,
bairro, cidade, estado, país – de suas vivências e experiências
geográficas – em sua necessária interdependência com o espaço global.
É adquirido pelo contato com a literatura especializada e pelo exame do
contexto onde realiza seu trabalho.
Sinais indicativos do desenvolvimento do conhecimento pedagógico
geográfico pelos professores:
 Visão panorâmica e integrada do conhecimento geográfico
a ser ensinado;
 Centralidade da análise espacial e a promoção do
raciocínio geográfico;
 Relação das sociedades humanas com a natureza;
 Conhecimento e valorização da vivência geográfica dos
alunos: o trabalho pedagógico em diferentes escalas geográficas de
análise;
 Uma sala de aula expandida: o espaço geográfico como
laboratório e sala de aula de Geografia;
 Construção e a organização de repertório geográfico
pedagógico: Mobilização de esquemas práticos e estratégicos de
ação.
A elaboração e o desenvolvimento do conhecimento pedagógico
geográfico se faz como explica o professor Claudiva, por meio de um processo
complexo, que consiste na qualificação do conhecimento geográfico e de
ciências afins que o professor possui.
A tarefa de ensinar Geografia exige que o professor domine, simultânea
e integradamente, seus temas e conteúdos, sua significância social, seu
sentido pedagógico e as formas mais adequadas de, em um determinado
contexto, representá-los aos alunos.
A profissionalidade do professor implica em maior consciência da
possibilidade de a prática gerar novos saberes e não negar a importância do
conhecimento formal na produção desses mesmos saberes.
Concluindo, a dinâmica de valorização intelectual não pode ser um
projeto individual. Conceber o ofício docente como trabalho intelectual significa,
então, reconhecer as possibilidades que os professores possuem de resolver
os complexos problemas pedagógicos do cotidiano, na sala de aula e tornar
significativos os conteúdos que ensinam não negligenciando a necessária
compreensão crítica do contexto social no qual desenvolve a ação educativa.

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