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Lula deve ser preso, mas potencial de seu govern... https://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandoc...

fernando canzian (/colunas/fernandocanzian/)

OPINIÃO

Lula deve ser preso, mas potencial de seu governo


continua solto 
Ex-presidente terminou mandatos consagrado; candidatos deveriam seguir seu
caminho

5.abr.2018 às 2h00

Sem o habeas corpus (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/por-6-a-5-supremo-nega-habeas-corpus-


para-evitar-prisao-de-lula.shtml) do STF, Lula não só não concorrerá à Presidência como

deve ser preso. Para os candidatos que ficam, a trajetória do ex-presidente


serve de exemplo pelo que fez e como chegamos ao buraco atual.

Lula terminou seus dois mandatos em 2010 consagrado. Com a mais alta
aprovação (83%) da série do Datafolha e o maior crescimento do PIB (7,5%)
desde o Plano Cruzado de 1986.

Cálculos da FGV com dados do IBGE revelaram que nunca o Brasil distribuiu
tanto a sua renda e diminuiu a desigualdade entre ricos e pobres, o que
explicaria a popularidade recorde e o maior PIB em 25 anos ao final do
mandato.

Lula teve a sorte de governar sob um boom internacional das commodities,


mas também bancou políticas pró pobres como o Bolsa Família (ao custo de
R$ 29 bi/ano) e aumentos reais para o salário mínimo (que subiu 54% além da
inflação).

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Mas o maior avanço em seu governo se deu pelo esforço dos trabalhadores em
um contexto macroeconômico seguro, de contas públicas relativamente
arrumadas, inflação baixa e câmbio estável. Nesse ambiente, o trabalho
prosperou a partir do otimismo e investimentos empresariais.

Na média da década finda em 2014, 80% da melhora na renda dos brasileiros se


deu pelo trabalho. Mesmo entre os mais pobres, dependentes do Bolsa
Família, o trabalho foi o que pesou mais no crescimento da renda.

O irônico é que Lula ofereceu essa estabilidade quase à força a partir de 2003,
quando assumiu devendo US$ 30 bilhões ao FMI por conta de acordo fechado
meses antes com o Fundo pelo governo FHC.

O acordo obrigou o Brasil a fazer um grande ajuste fiscal que colocou as contas
públicas em ordem, favorecendo o ciclo virtuoso da economia.

Na média, Lula manteve o superávit nas contas públicas em 3% como


proporção do PIB. Dilma 1 derrubou essa “economia”, usada para reduzir a
dívida pública, para 1,7% do PIB. Já nos últimos três anos houve déficit médio
de -2%. 

É disso que se trata a atual crise. Foi essa troca de sinal, de superávit para
déficit, que engendrou a recessão que enfrentamos a partir de 2015.

O dado fundamental é que, ao passarmos do azul para o vermelho, a dívida


pública bruta do país saltou cerca de 20 pontos, atingindo 75% como
proporção do PIB hoje.

É isso o que está por trás da dúvida dos empresários ("o país vai quebrar?")
sobre investir ou não e criar empregos para sustentar um novo ciclo virtuoso. 

Para que isso ocorra, não há hipótese de escaparmos da reforma da


Previdência. O sistema atual é hoje a principal causa do déficit, travando
decisões de investimento e empregos futuros.

Nesta eleição, quem promete outro ciclo de crescimento sustentável sem

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defender a reforma da Previdência e mais cortes de gastos mente ou está mal


informado.

Fernando Canzian
É vencedor de quatro prêmios Esso e autor de 'Desastre Global-Um ano na pior crise desde
1929'.

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