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PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: NEUROPSICOLOGIA 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

O sistema límbico é o responsável por regular os processos emocionais. Relacionadas com esta função, estão a de 
regular  o  sistema  nervoso  autônomo  e  os  processos  motivacionais  essências  à  sobrevivência  da  espécie  e  do 
indivíduo,  como  fome,  sede,  sexo.  Sabe‐se  também  que  alguns  componentes  do  sistema  límbico  estão  ligados 
diretamente  aos  mecanismos  de  aprendizagem  e  participam  da  regulação  do  sistema  endócrino.  O  hipocampo  é 
responsável pelos fenômenos da memória de longa duração. Quando ocorre lesões no hipocampo, não há registros 
de  experiências  vividas.  O  tálamo  tem  como  função  a  reatividade  emocional  do  homem  e  dos  animais.  O  tálamo 
conecta‐se  com  as  estruturas  corticais  da  área  pré‐frontal  e  com  o  hipotálamo  e  por  meio  da  via  fórnix,  com  o 
hipocampo e com o giro cingulado. Já o hipotálamo é considerado a região do sistema límbico mais importante, pois 
controla  o  comportamento  emocional  como  várias  condições  internas  do  corpo.  O  hipotálamo  é  a  via  de 
comunicação com todos os níveis do sistema límbico e desempenha também o papel das emoções especificamente, 
sendo que as partes laterais parecem ser envolvidas com o prazer, e a raiva encontra‐se na porção mediana e está 
ligada ao desprazer e à tendência das “gargalhadas incontroláveis”.       
 
Fontes: 
 MACHADO, Angelo. Neuroanatomia funcional. 2ª Ed. São Paulo: Atheneu, 1991, p. 281.  
 RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem: As Múltiplas Eficiências Para uma Educação 
Inclusiva. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2011, p. 28‐29. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Sistema límbico. Valor: 2,0 pontos 
 Hipocampo. Valor: 2,0 pontos 
 Tálamo / Hipotálamo. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

De  acordo  com  Cordioli  (2008),  a  depressão  é  um  dos  transtornos  psiquiátricos  mais  comuns,  com  distribuição 
universal,  e  constitui  um  grande  problema  de  saúde  pública.  Segundo  a  OMS  (Organização  Mundial  de  Saúde),  o 
grau  de  incapacitação  devido  aos  transtornos  depressivos  é  maior  do  que  em  outras  doenças  crônicas.  Calcula‐se 
que,  até  o  ano  2020,  a  depressão  será  a  segunda  causa  de  incapacitação  no  mundo.  Pode‐se  afirmar  que  uma 
condição grave que se associa à depressão é a tendência suicida. Mais de 80 % das pessoas que cometem suicídio 
estão deprimidas no momento do ato. Estudos longitudinais sugerem que a incidência de suicídio ao longo da vida 
entre as pessoas clinicamente deprimidas é de 15 %. Estudos afirmam que as pessoas deprimidas tendem a avaliar a 
si  mesmas  como  tendo  várias  falhas  e  acreditam  que  não  têm  o  apoio  de  outras  pessoas.  Tornam‐se  passivos  ou 
retraídos  e  tendem  a  buscar  reasseguramento.  O  afeto  deprimido  distorce  a  memória,  e  eles  tendem  a  lembrar, 
seletivamente, de outros fracassos do passado. Esses fatores tendem a agir como disparadores na vulnerabilidade à 
piora da depressão e ao suicídio. A desesperança presente nesses pacientes caracteriza‐se por um conjunto geral de 
expectativas  negativas  sobre  si  mesmos  e  sobre  o  futuro.  Trata‐se  de  um  indicador  útil  do  risco  de  suicídio. 
Pacientes  que  apresentam  pensamentos  de  desesperança  devem  ser  cuidadosamente  investigados  e  os 
sentimentos  de  pessimismo  presentes  devem  ser  um  alvo  importante  na  terapia.  Estudos  afirmam  ainda  que  a 
desesperança está diretamente mais relacionada à intenção suicida do que à depressão isolada.    
Fontes: 
 Aristides V. Psicoterapias: Abordagens atuais. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008, p. 382.  
 Disponível  em:  http://portal.cfm.org.br/index.php?Option=com_content&view=article&id=25027:de‐prevencao‐
ao‐suicidio. Acesso em: 16/09/2015.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Depressão. Valor: 2,0 pontos 
 Desesperança. Valor: 2,0 pontos 
 Suicídio. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

Segundo  a  citação  de  Beck,  (1997)  sobre  o  sentimento  do  paciente  no  contexto  terapêutico,  encontra‐se  de  outro 
lado a reação do terapeuta, que pode ter uma ampla gama de reações emocionais com o paciente. Ele experimenta 
empatia, interesse e desejo de ajudar  e satisfação em ser  capaz de ajudar o  paciente.  Sobre a eficácia da relação 
terapêutica,  depende  em  grande  parte  da  capacidade  do  paciente  de  experimentar  e  expressar  seus  sentimentos 
durante  a  sessão  de  terapia.  O  paciente  pode  apresentar  diversos  modos  de  empatia,  porém,  a  liberdade  do 
paciente para “ser ele mesmo” durante a sessão o alivia da carga de encobrir seus sentimentos e tentar edificar uma 
aparência  corajosa.  Outro  fator  importante  a  ser  mencionado  é  sobre  o  posicionamento  do  terapeuta  frente  à 
descarga  emocional  do  paciente.  Nesta  situação,  o  terapeuta  deverá  assumir  a  posição  de  que  quaisquer 
sentimentos  que  o  paciente  tenha  podem  apropriadamente  serem  discutidos  durante  a  sessão,  ou  seja,  todos  os 
sentimentos são aceitáveis. Portanto, é importante estruturar a sessão, de tal modo que o tempo inteiro não seja 
dedicado  à  “emocionalização”  do  paciente.  Especialmente  quando  as  reações  do  paciente  são  excessivas  ou 
embasadas  em  ideias  irracionais,  é  importante  encorajar  o  paciente  a  explorar  as  atitudes  que  parecem  gerar  os 
sentimentos  exagerados.  Alguns  terapeutas  contribuem  para  o  aborrecimento  de  certos  pacientes,  neste  caso  é 
importante o terapeuta relembrar‐se de que tais expressões negativas fazem parte da extensão normal de emoções 
e  são,  geralmente,  acentuadas  em  alguém  que  tem  um  transtorno  psicológico,  por  isso  não  deveria  sentir‐se 
desencorajado.      

Fonte: BECK, Aaron T. Terapia cognitiva da depressão. Tradução Sandra Costa. Porto Alegre: Artmed, 1997, p. 31, 32 
e 33. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Reação do terapeuta frente ao paciente. Valor: 2,0 pontos 
 A eficácia da relação terapêutica. Valor: 2,0 pontos 
 O posicionamento do terapeuta frente à descarga emocional do paciente. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

De  acordo  com  a  bibliografia  do  autor  Paulo  Knapp  (Terapia  Cognitiva  Comportamental  na  Prática  Psiquiátrica) 
pode‐se  afirmar  que  o  cenário  apresentado  exemplifica  uma  situação  sobre  o  conceito  de  tempo  no  processo  de 
tomada de decisões. Quando a moça decidiu perder peso em um determinado tempo, certamente ela tomou uma 
decisão  e,  consequentemente,  vai  enfrentar  inúmeras  situações  nas  quais  terá  de  decidir  entre  uma  conduta  na 
direção deste objetivo longínquo versus a satisfação imediata de uma vontade. Por exemplo, a cada vez que  essa 
moça  fizer  uma  refeição,  precisará  controlar  seu  apetite,  muitas  vezes  ela  vai  estar  “morrendo  de  vontade”  de 
comer aquele pedaço de torta de chocolate com calda de cereja, o qual lhe daria um enorme prazer no momento, 
mas que atrapalharia o seu plano de estar com bem menos peso vários meses mais tarde. Portanto, afirma‐se que é 
a tomada de decisão que determina a direção do nosso comportamento, e nos envolve da hora que acordamos até 
o momento em que dormimos. O tempo todo defrontamo‐nos com a necessidade de decidir com base no que dará 
um maior retorno agora com chance de um menor retorno no futuro, ou seja, o comportamento de agora é que irá 
gerar a consequência do amanhã. Contudo, na visão de Knapp, o futuro para o cérebro humano não existe, exceto 
como uma representação cerebral em cada um de nós. O que ele faz para regular o nosso comportamento é visar 
um resultado positivo no futuro (uma recompensa) em um tempo que não existe na prática, apenas um conceito 
hipotético, uma representação neural: o futuro, assim como o cenário demonstrou.  
 
Fonte:  KNAPP  Paulo  &  Col.  Terapia  Cognitiva  Comportamental  na  prática  psiquiátrica.  Reimpressão  2008,  Porto 
Alegre: Artmed, 2004, p. 72 e 73. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Conduta do ser humano diante do objetivo longínquo versus satisfação imediata.  Valor: 2,0 pontos 
 Comportamento e consequência do comportamento. Valor: 2,0 pontos 
 O cérebro humano e o futuro. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

Para que o processo terapêutico seja consolidado, é importante que sejam vencidas as resistências do paciente, a 
baixa  ou  inexistência  de  motivação  e  os  empecilhos  que  possam  vir  a  dificultar  a  adesão  aos  procedimentos 
propostos.  Para  o  início  do  tratamento  o  candidato  deverá  citar,  independente  da  abordagem  psicoterápica,  que 
para  o  estabelecimento  da  motivação  para  adesão  à  psicoterapia,  o  profissional  poderá  se  utilizar  de  técnicas 
diretivas típicas da Terapia Breve ou Focal, bem como de técnicas de aconselhamento psicológico. Caso o candidato 
opte  pela  Terapia  Breve  ou  Focal,  deverá  salientar  os  conceitos  de  foco,  experiências  emocionais  corretivas  e  o 
enquadre específico na delimitação e manutenção do foco terapêutico. Caso o candidato opte pelo aconselhamento 
psicológico, deverá sinalizar técnicas cuja ênfase seja na promoção de empatia e aceitação para a clarificação das 
distorções  e  do  contexto  que  o  circunda  com  a  queixa  que  possui.  Além  disso,  é  mister  salientar  que  o  curso  da 
psicoterapia  dependerá  de  diferentes  dimensões,  tais  como:  condições  pessoais  e  aptidão  do  paciente  para  dar 
sequência aos procedimentos exigidos pelo do modelo terapêutico adotado; bem como as condições do terapeuta, 
a experiência, a competência e os aspectos de sua personalidade, tais como: comunicação, capacidade de empatia, 
calor  humano,  cordialidade,  dentre  outros;  para  realização  do  psicodiagnóstico  com  auxílio  da  entrevista  clínica 
(salientando  os  tipos  de  cuidados  a  serem  adotados,  tais  como  a  restrição  à  questionamentos  de  confronto  ou 
enfrentamento com o paciente), técnicas de avalição e testagem psicológica evidenciando as diferenças entre testes 
projetivos  e  objetivos  nesse  processo  e  que  devem  ser  compatíveis  com  a  queixa  demonstrada  e/ou  com  a  faixa 
etária do sujeito respondente (criança ou idoso); vínculo, enquadre e aliança terapêutica, marcando as diferenças 
sutis conforme a abordagem eleita pelo profissional para orientação do método de trabalho tais como resistências e 
transferências  de  paciente  e  terapeuta;  o  plano  de  tratamento,  contrato  terapêutico,  e  avaliação  da  eficácia  e 
término do tratamento psicológico. 
 
Fontes:  
 CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.  
 ARZENO, Maria Esther Garcia. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.  
 Gillieron, E. Introdução às psicoterapias breves. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 233‐235. 
 Scorsolini‐Comin,  F.  (2014).  Aconselhamento  psicológico  e  psicoterapia:  aproximações  e  distanciamentos. 
Contextos Clínicos, 7(1):2‐14, janeiro‐junho 2014. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Processo terapêutico.  Valor: 2,0 pontos 
 Aproximações e divergências. Valor: 2,0 pontos 
 Modelos de psicoterapia. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 02 
 

O candidato deverá explicitar que um grupo de sala de espera deve ser definido “como uma diversificação de grupo 
aberto, grupo que tem dia e hora fixa, porém com participantes variáveis. É um grupo que inicia e acaba no mesmo 
dia,  um  grupo  de  um  só  encontro”;  “é  um  espaço  fundamental,  que  pode  ser  transformado  em  um  espaço  de 
reflexão  sobre  o  processo  saúde‐doença”;  “área  onde  se  dão  as  trocas  entre  o  indivíduo  e  o  meio  e  onde  ocorre 
toda  a  experiência  satisfatória  mediante  a  qual  o  indivíduo  pode  alcançar  sensações  intensas  e  a  consciência  de 
estar  vivo”.  O  plano  de  atendimento  pode  envolver  qualquer  sala  de  espera  do  setor  primário  ou  secundário  de 
assistência em saúde, desde que fique claro o objetivo do grupo, que a reunião seja com sujeitos que possuam  a 
mesma  patologia  ou  demanda.  Além  disso,  deve  ser  ressaltado  que  todos  os  participantes  do  grupo  são  agentes 
terapêuticos; não trata somente dos indivíduos, mas de todo o grupo e dos indivíduos que estão em relação com 
ele.  Isso  aponta  para  a  interface  da  saúde  com  a  psicologia  social  comunitária,  a  qual  salienta  a  pluralidade  de 
indivíduos em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que são conscientes de que possuem 
alguma  coisa  significativamente  importante  em  comum,  é  possível  dizer  que  os  pequenos  grupos  sociais  visam  o 
contato entre pessoas e a interdependência dos membros. 
 
Fontes:  
 SILVA, R. C. D. A formação da psicologia para o trabalho em saúde pública. In F.C.B. Campos, Psicologia e Saúde: 
repensando práticas. São Paulo: Hucitec, 1992, p. 11‐23. 
 SPINK, M. J. Psicologia social e saúde: práticas, saberes e sentidos. Petrópolis: Vozes, 2003. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Metodologia de intervenção de grupos de sala de espera / Seus objetivos.  Valor: 2,0 pontos 
 Modalidade terapêutica. Valor: 2,0 pontos 
 Psicologia social comunitária. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

O candidato deverá mencionar que o organismo consiste no foco de toda a experiência, a qual inclui tudo o que está 
acontecendo  dentro  do  organismo  em  qualquer  momento  dado  e  que  está  potencialmente  disponível  para  a 
consciência.  O  campo  fenomenal  por  sua  vez  envolve  uma  estrutura  de  referência  do  indivíduo,  que  só  pode  ser 
conhecida  pelo  próprio  indivíduo  ou  pela  inferência  empática.  Consiste,  ainda,  em  sua  realidade  subjetiva, 
constituída por experiências conscientes (simbolizadas) e inconscientes (não‐simbolizadas). Esse campo relaciona‐se 
à subcepção, o que se refere ao poder do organismo para discriminar e reagir a uma experiência não‐simbolizada. 
Todos  esses  conceitos  relacionam‐se  ao  self,  um  dos  construtos  mais  importantes,  o  qual  é  organizado  e 
consistente, composto por percepções das características do “eu” e pelas percepções dos relacionamentos do “eu” 
com os outros. Está disponível à consciência, é fluido e mutante, um processo, mas em qualquer momento dado é 
uma entidade específica e não necessariamente consciente. Tais conceitos, aliados às condições de congruência, de 
consideração positiva incondicional e de empatia do terapeuta viabiliza o processo de mudança psicoterapêutica e 
ainda que cada indivíduo, para Rogers, seja único, a psicoterapia para ele envolvia um continum com sete estágios. 
De  acordo  com  Rogers  no  primeiro  estágio  há  pouca  disposição  para  a  terapia,  geralmente  não  se  busca,  mas, 
quando um indivíduo o faz, ainda está muito rígido e resistente; no segundo estágio, há diminuição da rigidez, mas 
ainda prevalecem apenas discussões sobre eventos e pessoas externas e/ou sentimentos expressos de modo bem 
objetivado. A partir do estágio 3 falam livremente de si mesmos, mas evitam focar o presente, o que passa a ser um 
indicativo  do  início  da  conscientização  da  incongruência  entre  o  self  percebido  e  o  de  sua  experiência,  falam  de 
sentimentos profundos, mas mantém o distanciamento do sentimento presente, caracterizando, assim, o estágio 4. 
Em seguida, no estágio 5, as experiências de mudança e de crescimento    tornam‐se significativas, e mesmo que os 
sentimentos  atuais  ainda  não  tenham  sido  plenamente  simbolizados,  começam  a  tomar  decisões  e 
responsabilizarem‐se por suas escolhas. No estágio 6 experimentam crescimento e um movimento em  direção ao 
sentido  de  vida,  de  serem  plenamente  funcionais  e  auto  atualizadoras.  Por  fim,  no  estágio  7  que  ocorre  fora  do 
encontro terapêutico, por já serem pessoas autoatualizantes e já conseguirem levar experiências terapêuticas para 
forma do ambiente de psicoterapia, são autoconfiantes e congruentes. 
Fontes:  
 FEIST, J. & Feist, G.J. Teorias da personalidade. 6ª ed. São Paulo: McGraw Hill, 2008. 
 ROGERS, C. R. Tornar‐se pessoa. 7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006. 
 ROGERS, Carl. Sobre o Poder Pessoal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Conceitos de organismo, campo fenomenal, subcepção e self.  Valor: 2,0 pontos 
 Processo de mudança terapêutica da terapia centrada na pessoa. Valor: 2,0 pontos 
 Respectivos estágios. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

A anamnese deve possuir identificação, data da consulta, data de internação quando for o caso, a história de vida 
atual  e  pregressa,  história  pessoal  e  social  demarcando  infância  e  juventude,  adolescência,  doenças  pregressas  e 
atuais, estilo de personalidade prévia a atual, antecedentes familiares, vivência com a família e com vizinhos, exame 
psicopatológico  e/ou  do  estado  mental  demarcando  alterações  das  funções  psíquicas  com  e/ou  sem  uso  de 
medicação de psicofármacos, neurológico e complementares e hipótese diagnóstica e discussão. Além do modelo 
de anamnese psiquiátrica, o candidato poderá ainda citar os modelos psicodinâmico e o das terapias cognitivas. No 
caso da opção pelo modelo psicodinâmico, o candidato deverá citar a importância das entrevistas preliminares na 
identificação das defesas e fragilidades egóicas do paciente, bem como para a descrição do mecanismo dinâmico da 
formação  do  sintoma  do  paciente,  ressaltando  queixas  e  demandas  aparentes  e  latentes,  ou  os  tipos  de  ganho 
secundários  com  a  manutenção  do  sintoma  pelo  menos  até  o  surgimento  da  demanda  de  psicoterapia.  Caso  o 
candidato  opte  pela  anamnese  proposta  pelo  modelo  de  psicoterapia  cognitiva,  deverá  articular  a  anamnese 
psiquiátrica  à  conceitualização  cognitiva,  a  qual  lança  mão  também  de  exames  do  estado  de  humor,  identifica 
pensamentos automáticos, emoções distorcidas, crenças intermediárias e centrais acerca da queixa que deliberou a 
busca por psicoterapia. Nesse procedimento deve ser evidenciada ainda a tríade cognitiva que traduz os esquemas 
cognitivos comportamentais do paciente, assim como o planejamento do processo terapêutico com ou sem uso de 
testes  psicológicos  em  conformidade  com  a  queixa  apresentada,  salientando  a  importância  dos  mesmos  para  a 
abordagem  da  psicoterapia  cognitiva  e  para  a  mudança  terapêutica.  Além  das  possibilidades  destacadas,  o 
candidato deverá ressaltar os cuidados éticos na realização da anamnese, ou seja, a forma de relato das informações 
coletadas e a serem arquivadas em prontuários em contexto de consultório e em contexto de assistência à saúde 
(setores primário, secundário e terciário) e como deve ser estabelecida a troca de informações entre profissionais 
quando se tratar de equipe multidisciplinar. 
 
Fontes:  
 CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias: abordagens atuais. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.  
 CORREIA, D. T. Manual de psicopatologia. 2ª ed. Lisboa: Lidel. 
 ARZENO, Maria Esther Garcia. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.  
 BARLOW, David. Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Anamnese / hipótese diagnóstica.  Valor: 2,0 pontos 
 Abordagens de psicoterapias psicodinâmicas, existencial‐humanistas e/ou cognitivo‐comportamentais. Valor: 2,0 
pontos 
 Respectiva técnica selecionada. Valor: 2,0 pontos 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA DO ESPORTE 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

Rubio  (2010) propõe que a psicologia contemple a perspectiva de construção sócio‐histórica do esporte e do atleta 
como  figura  heroica,  propõe  ainda  que  este  foco  individualista  seja  deslocado  para  se  pensar  o  contexto  e  sua 
construção  sócio‐histórica  como  determinantes  dos  esportes.  Ou  seja,  a  proposta  é  determinar  na  prática  do 
profissional de psicologia do esporte uma análise ampla de todo o contexto do fenômeno do esporte e também sua 
perspectiva  sócio‐histórica.  No  caso  da  preparação  psicológica  há  que  se  saber  como  o  atleta  é  constituído  hoje: 
como  algo  individualista  e  heroico,  o  que  faz  perdurar  um  modo‐indivíduo  da  sociedade.  Deve‐se  também  estar 
atento a quais são os prejuízos de se manter a postura de uma análise baseada no modo‐indivíduo. Para o psicólogo 
do esporte este tipo de análise não contribui para seu fazer. Em primeiro lugar porque o atleta é uma produção de 
um  conjunto  de  fatores  que  não  podem  ser  analisados  isoladamente,  em  segundo  lugar  porque  no  trabalho  de 
preparação psicológica há que se levar em conta as percepções individuais do atleta e também as expectativas que 
se colocam sobre o que ele mesmo se coloca. O treinamento psicológico é a possibilidade de produzir no atleta uma 
percepção de suas potencialidades e limites durante a atividade, o que gera menos desgaste e maior rendimento. 
No  entanto,  este  trabalho  só  pode  ser produzido  levando‐se  em  consideração  todo  o aparato  tecnológico,  toda  a 
equipe, a família e o próprio atleta nas relações coletivas que todos estes fatores estabelecem. 
 
Fonte: RUBIO, Kátia. (Org.) Psicologia do Esporte Aplicada. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.  
  
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Psicologia social. Valor: 2,0 pontos 
 Avanço da psicologia do esporte. Valor: 2,0 pontos 
 Preparação psicológica de atletas. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

Consideram‐se  as  possibilidades  de  atuação  da  psicologia  do  esporte  junto  a  pessoas  que  sofreram  lesões. 
Destacando que mais do que a superação da lesão o psicólogo do esporte tem que ficar atento à qualidade de vida 
que o atleta tem durante a lesão. A psicologia do esporte ainda é um campo em construção. De forma errônea o 
psicólogo do esporte é visto apenas como alguém que atua junto ao esporte de alto‐rendimento.  Esta concepção 
tem  sido  prejudicial  ao  psicólogo  do  esporte.  Este  profissional  pode  atuar  em  diversos  locais,  focado  sempre  nas 
atividades desenvolvidas pelos indivíduos. Esta concepção não exclui a atuação dentro da saúde pública. Uma das 
possibilidades  é  trabalhar  com  indivíduos  que,  por  algum  motivo,  perderam  a  possibilidade  de  exercer  atividades 
que  antes  exerciam.  Neste  caso,  o  psicólogo  do  esporte  é  convocado  a  elaborar  a  ressignificação  de  sentidos  e  a 
recuperação das possibilidades do sujeito. 
 
Fonte: RUBIO, Kátia. (Org.) Psicologia do Esporte Aplicada. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. 
 
 
 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Possibilidades de atuação da psicologia do esporte. Valor: 2,0 pontos 
 Superação da lesão. Valor: 2,0 pontos 
 Qualidade de vida. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

Considera‐se  apresentar  as  possibilidades  de  atuação  a  partir  de  tecnologias  no  esporte  e  como  essa  perspectiva 
leva  em  consideração  implicações  filosóficas  e  teórico‐práticas  do  profissional  de  psicologia  do  esporte.  Como 
utilizar estas tecnologias de forma crítica e ética? Ao psicólogo do esporte cabe interpretar essas possibilidades em 
consonância com o compromisso social da psicologia. Como é ainda um campo por se formar o psicólogo do esporte 
se  vê  as  voltas  com  situações  que  não  foram  antes  submetidas  ao  campo  da  ciência.  A  complexidade  é  que 
submeter algo novo ao campo da ciência exige que concepções possam estar em constante discussão. Portanto, não 
é apenas o processo de validação de uma hipótese que está em jogo. A produção científica exige do profissional de 
psicologia  do  esporte  uma  constante  elaboração  das  implicações  teórico‐filosóficas  e  práticas  de  seu  campo  de 
atuação.  É  claro  que  toda  a  atuação  deve  estar  pautada  no  compromisso  ético  da  psicologia  como  ciência  e 
profissão. Neste momento é que se pode convocar, como instrumento de validação científica, novas tecnologias que 
vêm de diversos campos de conhecimento. 
 
Fonte: RUBIO, Kátia. (Org.) Psicologia do Esporte Aplicada. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Tecnologias no esporte. Valor: 2,0 pontos 
 Implicações filosóficas e teórico‐práticas do profissional. Valor: 2,0 pontos 
 Compromisso social da psicologia. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

Ressalta‐se a importância de outras áreas para se analisar o esporte enquanto fenômeno social. Cabe ao psicólogo 
lançar mão de forma crítica de conhecimentos oriundos de outras áreas, sempre levando em conta o contexto em 
que se encontra o fenômeno sobre o qual se debruça, sua posição e função na complexidade de sua atuação e na 
validade  dos  conhecimentos  de  que  lança  mão.  A  realização  de  atividades  é  um  complexo  evento.  O  que  leva  as 
pessoas a  realizarem  tais  atividades  e  outras  não? O  que  leva  a  que  não  se pratique  nenhuma  atividade?  Para se 
entender tão complexo fenômeno é preciso se estar atento a contribuição de outras áreas de conhecimento. Deste 
ponto de vista, conhecimentos de outras áreas da psicologia, como o behaviorismo, podem se unir a contribuições 
de  mobilidade  urbana,  vindos  da  arquitetura,  para  explicar  porque  em  tais  situações  as  pessoas  agem  de  formas 
diferentes.  Em  cada  situação  em  que  conhecimentos  de  outras  áreas  que  não  a  psicologia  do  esporte  são 
demandados há que se ter em conta que uma análise crítica da realidade e da apropriação dos conhecimentos se faz 
necessária.  
 
Fonte: RUBIO, Kátia. (Org.) Psicologia do Esporte Aplicada. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Fenômeno social. Valor: 2,0 pontos 
 Produção do conhecimento. Valor: 2,0 pontos 
 Contexto sócio‐histórico. Valor: 2,0 pontos 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA DO TRÂNSITO 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

Nota  técnica  CFP  Nº  001/2011:  A  atenção  pode  ser  definida  como  o  fenômeno  pelo  qual  o  ser  humano  processa 
uma quantidade limitada de informações das várias informações disponíveis. Em outros termos, a atenção refere‐se 
à capacidade e esforço exercido para focalizar e selecionar um estímulo para ser processado, levando o indivíduo a 
responder a determinados aspectos do ambiente, em lugar de fazê‐lo a outros, permitindo que o indivíduo utilize 
seus recursos cognitivos para emitir respostas rápidas e adequadas mediante estímulos que julgue importantes. 
 
Resolução nº 425, de 27 de novembro de 2012 (Anexo XIII avaliação psicológica): 
O candidato deverá ser capaz de apresentar: 
1. Tomada de informação. 
1. 1. Atenção: manutenção da visão consciente dos estímulos ou situações. 
1.1.1.  Atenção  difusa  ou  vigilância:  esforço  voluntário  para  varrer  o  campo  visual  na  sua  frente  à  procura  de 
algum indício de perigo ou de orientação; 
Esse tipo de atenção constitui uma função mental que focaliza, de uma só vez, diversos estímulos dispersos 
espacialmente.  Dessa  forma,  a  atenção  difusa  fornece  informações  de  forma  rápida  para  que  o  indivíduo  tome 
decisões a respeito dos estímulos que estão no ambiente, solicitando uma resposta.  
Considera‐se a atenção difusa como um estado de alerta para indícios de perigo.  
Para avaliar a atenção difusa, geralmente a tarefa solicitada ao indivíduo constitui‐se em ele perceber o campo 
visual apresentado e buscar aquilo que lhe foi solicitado. Assim, os testes psicológicos de atenção difusa são testes 
de varredura do campo visual. 
1.1.2.  Atenção  concentrada  seletiva:  fixação  da  atenção  sobre  determinados  pontos  de  importância  para  a 
direção, identificando‐os dentro do campo geral do meio ambiente; 
Consiste na capacidade de selecionar o estímulo relevante do meio e dirigir sua atenção para este estímulo. É 
uma função mental de focalização que busca um estímulo ou um grupo deles que tenha características em comum. 
Para manifestação da atenção concentrada, o indivíduo deve focalizar o estímulo, grupo de estímulos ou manter‐se 
focado em uma situação ou tarefa a ser realizada durante um tempo decorrido.  
Assim,  para  avaliar  a  atenção  concentrada,  a  atividade  que  geralmente  é  solicitada  ao  indivíduo  é  que  ele 
perceba, em um campo visual, os detalhes. Esses detalhes geralmente são aqueles estímulos dados como modelo da 
tarefa e os semelhantes ou diferentes deles devem ser encontrados no campo visual.  
A investigação da atenção concentrada tem sido feita utilizando testes psicológicos que propõem tarefas cujos 
resultados possam indicar o quanto de atenção o indivíduo conseguiu demonstrar na atividade proposta, a partir da 
rapidez com que realiza a atividade e com que qualidade o faz. 
1.1.3. Atenção distribuída: capacidade de atenção a vários estímulos ao mesmo tempo. 
A atenção dividida, que permite a realização de mais de uma atividade ao mesmo tempo, sendo que a atenção 
é  dirigida  a  todas  elas.  É  exatamente  o  explicado  pela  teoria  dos  recursos  da  atenção,  já  que  a  quantidade  de 
atenção existente nas pessoas pode ser dedicada a várias atividades simultaneamente.  
Portanto,  para  manifestação  da  atenção  dividida  devem  ser  apresentados  pelo  menos  dois  estímulos 
concomitantes para o indivíduo este, além de ter familiaridade com pelo menos um dos estímulos, deve responder a 
todos ao mesmo tempo.  
Pesquisas  mostram  que  é  mais  fácil  ocorrer  a  atenção  dividida  quando  as  tarefas  são  de  diferentes 
modalidades, como, por exemplo, escrever e ouvir música. 
 
Fonte: Resolução nº 425, de 27 de novembro de 2012. (Anexo XIII avaliação psicológica). 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Esforço e rapidez.  Valor: 2,0 pontos 
 Características comuns. Valor: 2,0 pontos 
 Variedade de estímulos. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

Resolução nº 166, de 15 de setembro de 2004, do CONTRAN – Aprova as Diretrizes da Política Nacional de Trânsito: 
 
2.2. Objetivos 
A Política Nacional de Trânsito busca atingir cinco grandes objetivos, priorizados em razão de seus significados 
para  a  sociedade  e  para  o  cidadão  brasileiro  e  de  seus  efeitos  multiplicadores,  em  consonância  com  as  demais 
políticas públicas. São eles: 
1º Priorizar a preservação da vida, da saúde e do meio ambiente, visando à redução do número de vítimas, dos 
índices e da gravidade dos acidentes de trânsito e da emissão de poluentes e ruídos; 
2º Efetivar a educação contínua para o trânsito, de forma a orientar cada cidadão e toda a comunidade, quanto 
a princípios, valores, conhecimentos, habilidades e atitudes favoráveis e adequadas à locomoção no espaço social, 
para uma convivência no trânsito de modo responsável e seguro; 
3º  Promover  o  exercício  da  cidadania,  incentivando  o  protagonismo  da  sociedade  com  sua  participação  nas 
discussões dos problemas e das soluções, em prol da consecução de um comportamento coletivo seguro, respeitoso 
e  não  agressivo  no  trânsito,  de  respeito  ao  cidadão,  considerado  como  o  foco  dos  esforços  das  organizações 
executoras da Política Nacional de Trânsito; 
4º Estimular a mobilidade e a acessibilidade a todos os cidadãos, propiciando as condições necessárias para sua 
locomoção no espaço público, de forma a assegurar plenamente o direito constitucional de ir e vir, e possibilitando 
deslocamentos ágeis, seguros, confortáveis, confiáveis e econômicos; 
5º Promover a qualificação contínua de gestão dos órgãos e entidades do SNT, aprimorando e avaliando a sua 
gestão. 
 
Fonte: Resolução nº 166, de 15 de setembro de 2004, do CONTRAN – Aprova as Diretrizes da Política Nacional de 
Trânsito. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Priorizar a preservação da vida / saúde / meio ambiente.  Valor: 2,0 pontos 
 Educação contínua para o trânsito / Exercício da cidadania. Valor: 2,0 pontos 
 Mobilidade e a acessibilidade / Qualificação contínua. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

Resolução nº 425, de 27 de novembro de 2012. (Anexo XIV Roteiro de Entrevista Psicológica): 
1. Na entrevista deverão ser observados e registrados os seguintes dados: 
1.1. Identificação pessoal; 
1.2. Motivo da avaliação psicológica; 
1.3. Histórico escolar e profissional; 
1.4. Histórico familiar; 
1.5. Indicadores de saúde/doença; 
1.6. Aspectos da conduta social. 
2. Os itens contidos no Roteiro de Entrevista Psicológica deverão seguir as normas e legislações estabelecidas pelo 
Conselho Federal de Psicologia. 
 
A entrevista psicológica é uma conversação dirigida a um propósito definido de avaliação. Sua função básica é 
prover  o  avaliador  de  subsídios  técnicos  acerca  da  conduta,  comportamentos,  conceitos,  valores  e  opiniões  do 
candidato,  completando  os  dados  obtidos  pelos  demais  instrumentos  utilizados.  A  entrevista  psicológica  deve  ser 
utilizada em caráter inicial e faz parte do processo de avaliação psicológica.  
É  durante  esse  procedimento  que  o  psicólogo  tem  condições  de  identificar  situações  que  possam  interferir 
negativamente na avaliação psicológica, podendo o avaliador optar por não proceder a testagem naquele momento, 
para não prejudicar o candidato. Nesse caso, o candidato deverá retornar em momento posterior. O psicólogo deve, 
portanto, planejar e sistematizar a entrevista a partir de indicadores objetivos de avaliação correspondentes ao que 
pretende examinar.  
O psicólogo deve, durante a entrevista, verificar as condições físicas e psíquicas do candidato ou examinando, 
tais como, se ele tomou alguma medicação que possa interferir no seu desempenho; se possui problemas visuais; se 
está  bem  alimentado  e  descansado.  Verificar  também  se  o  candidato  não  está  passando  por  algum  problema 
situacional ou qualquer outro fator existencial que possa alterar o seu comportamento; como regra padrão, antes 
de iniciar a testagem, estabelecer o “rapport”, esclarecendo eventuais dúvidas e informando os objetivos do teste.  
A entrevista psicológica realizada com candidatos à CNH e condutores de veículos é obrigatória e individual e 
deve considerar os indicadores abaixo, como informação básica:  
1.  Identificação  pessoal,  com  informações  acerca  de  estado  civil,  filhos  e  situação  familiar  (quem  trabalha,  quem 
auxilia no sustento da casa); 
2.  Motivo  da  avaliação  psicológica,  com  informações  acerca  da  finalidade  da  concessão  da  CNH  (primeira 
habilitação, renovação, mudança de categoria ou alteração de dados ) e o objetivo da mesma;  
3. Histórico escolar e profissional, com informações acerca da escolaridade e emprego atual e anteriores;  
4. Histórico familiar, com informações acerca dos familiares (pais, irmãos), se são vivos e o que fazem;  
5.  Indicadores  de  saúde/doença,  com  informações  acerca  do  estado  de  saúde  do  candidato  e  do  histórico  de 
doenças da família;  
6.  Aspectos  da  conduta  social,  com  informações  acerca  do  lazer,  do  convívio  social,  aspirações  pessoais  e  auto‐
percepção do candidato.  
 
Fonte: Resolução nº 425, de 27 de novembro de 2012. (Anexo XIV Roteiro de Entrevista Psicológica). 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Identificação pessoal / Motivo da avaliação psicológica.  Valor: 2,0 pontos 
 Histórico escolar e profissional / Histórico familiar. Valor: 2,0 pontos 
 Indicadores de saúde e doença / Aspectos da conduta social. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, Portaria GM/MS nº 737 DE 16/05/01 
Publicada no DOU nº 96 – Seção 1e – de 18/05/01. 
Em  relação  aos  acidentes  e  às  violências,  são  várias  as  fontes  a  partir  das  quais  se  pode  investigar,  cada  uma 
constituída  de  modo  a  satisfazer  as  necessidades  institucionais  que  as  geram.  Além  disso,  sofrem  diretamente  as 
influências  das  limitações  características  dos  sistemas  de  notificação,  às  vezes  difíceis  de  serem  compatibilizados. 
Desse  modo,  os  resultados  das  investigações  são  divergentes,  dependendo  da  fonte  consultada,  ocasionando 
distorções e erros interpretativos (Mello Jorge, 1990; Souza e cols., 1996).  
As  principais  fontes  oficiais  de  informação  para  o  estudo  dos  acidentes  e  das  violências,  nas  diferentes  fases  do 
evento até a morte, são: 
 Boletim de Ocorrência Policial (BO): instrumento utilizado nas delegacias de polícia nos níveis estadual e municipal 
é  uma  fonte  que  pode  ser  complementada  pelo  Boletim  de  Ocorrência  gerado  pela  Polícia  Militar.  Não  é 
padronizado em nível nacional e, em geral, informa melhor os eventos mais graves que chegam ao conhecimento 
da polícia.  
 Boletim de Registro de Acidentes de Trânsito do DENATRAN: esses dados são sintetizados pelo DENATRAN, que 
recebe  as  informações  de  acidentes  de  trânsito  registrados  pelos  DETRAN  e  pela  Polícia  Rodoviária  Federal, 
mediante  o  Sistema  Nacional  de  Acidentes  de  Trânsito  (SINET/DENATRAN).  Entretanto,  não  existe  articulação 
eficiente entre os níveis federal, estadual e municipal desse sistema, além do que seus dados não são analisados 
nem retroalimentam, adequadamente, tal sistema.  
 Comunicação  de  Acidentes  do  Trabalho  (CAT):  é  o  instrumento  de  notificação  utilizado  em  nível  nacional  pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para fins de concessão de benefícios. Dada a sua ampla aplicação em 
todo  o  território  nacional,  constitui‐se  na  principal  fonte  de  informação  para  o  estudo  da  morbimortalidade 
ocupacional.  Além  do  reconhecido  subregistro,  essa  fonte  exclui  os  autônomos,  os  empregados  domésticos,  os 
vinculados  a  outros  sistemas  previdenciários  e  os  sem  carteira  assinada.  Tais  limitações,  particularmente 
considerando  a  grande  parcela  de  trabalhadores  inseridos  no  setor  informal  da  economia,  dificultam  a 
conformação do perfil epidemiológico da população trabalhadora do País. A partir desses registros, verificou‐se, 
no ano de 1996, que 90% dos acidentes notificados ocorreram nas regiões Sudeste e Sul, dos quais a metade no 
setor industrial; destes, cerca de 60% referem‐se ao grupo etário de 18 a 35 anos de idade. Entre os trabalhadores 
do  sexo  masculino,  o  principal  ramo  gerador  de  acidentes  é  a  construção  civil.  Nos  acidentes  ampliados  – 
incêndios,  explosões  e  vazamentos  envolvendo  produtos  químicos  perigosos  –,  embora  conhecidos  pelo  seu 
impacto nas comunidades e no meio ambiente, 90% das vítimas imediatas são os próprios trabalhadores. Algumas 
vezes, resultam em verdadeiras catástrofes, provocando dezenas, centenas ou milhares de mortes em um único 
evento. São exemplos desses acidentes o de Vila Socó, em Santos, 500 óbitos aproximadamente e o da Plataforma 
de  Enchova,  no  Rio  de  Janeiro,  em  1984  –  40  óbitos  –,  além  de  eventos  recentes,  como  o  do  shopping  de 
Guarulhos, São Paulo, que provocou dezenas de mortes. 
 Sistema  de  Informações  Hospitalares  do  SUS  (SIH/SUS):  abarca  informações  das  instituições  públicas  e 
conveniadas ou contratadas pelo SUS, engloba em torno de 80% da assistência hospitalar do País e sua massa de 
dados diz respeito a cerca de 13 milhões de internações/ano. Nesse aspecto, é importante salientar que, até 1997, 
os dados de acidentes e de violências eram os relativos somente à natureza da lesão que levou à internação, sem 
qualquer esclarecimento quanto ao seu agente causador. A partir de 1998, em decorrência da Portaria Ministerial 
nº 142/ 1997, estão sendo codificados também os tipos de causas externas geradoras das lesões que ocasionaram 
a  internação.  Evidencia‐se  que  não  existem  sistemas  de  informação  epidemiológica  relacionados  aos 
atendimentos  em  prontos‐socorros  e  ambulatórios,  e  que  contemplem  estudos  mais  apurados  relativos  a 
acidentes e a violências. 
 Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS): implantado no País em 1975, é gerido 
pelo Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde. Embora abranja, atualmente, mais de 900 
mil  óbitos/ano,  a  sua  cobertura  não  é  ainda  completa  em  algumas  áreas,  principalmente  nas  regiões  Norte  e 
Nordeste. Quanto à qualidade das informações relativas a acidentes e a violências, algumas deixam a desejar. Os 
dados, nesse contexto, têm origem nas Declarações de Óbitos (DO) preenchidas nos Institutos de Medicina Legal. 
A  qualidade  das  informações  é  ainda  discutível,  na  medida  em  que,  algumas  vezes,  não  existe  detalhamento 
quanto  ao  tipo  ou  intencionalidade  da  causa  externa  responsável  pelas  lesões  que  provocaram  o  óbito.  Nesses 
casos,  sabe‐se  apenas  que  se  trata  de  uma  morte  decorrente  de  causas  externas.  Tal  ocorrência  vem  sendo 
verificada em cerca de 10% do total de mortes por acidentes e violências no País, alcançando, em algumas áreas, 
valores bem mais elevados. 
 Sistema  Nacional  de  Informações  Tóxico‐Farmacológicas  (SINITOX)  foi  instituído  pelo  Ministério  da  Saúde  em 
1980,  tendo  por  base  experiências  pioneiras  e  bem  sucedidas  em  locais  como  o  Centro  de  Controle  de 
Intoxicações  dos  Hospitais  Menino  de  Jesus  em  São  Paulo  e  João  XXIII,  em  Belo  Horizonte,  ambas  em  1972.  A 
criação do SINITOX originou‐se da necessidade de se criar um sistema abrangente de alcance nacional, capaz de 
fornecer  dados  precisos  sobre  medicamentos  e  demais  agentes  tóxicos  existentes  às  autoridades,  aos 
profissionais de saúde e às áreas afins, bem como à população em geral. Em 1997, esse sistema estava formado 
por uma rede de 31 centros de controle de intoxicações em 16 estados. Um total de 50.264 casos de intoxicação 
humana  foram  registrados,  no  Brasil, em  1995.  Embora  seja  um  sistema  de  referência  para  a  América  Latina,  é 
importante reconhecer que o SINITOX ainda padece de importante subnotificação, causada, em parte, pela não 
obrigatoriedade do registro e pela não uniformidade dos dados em relação às ocorrências. 
 
Fonte: Política Nacional De Redução da Morbimortalidade por acidentes e violências. Portaria GM/MS nº 737 DE 
16/05/01. Publicada no DOU nº 96 – Seção 1e – de 18/05/01. 
 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Boletim de Ocorrência Policial / Registro de Acidentes de Trânsito do DENATRAN.  Valor: 2,0 pontos 
 Comunicação de Acidentes do Trabalho / Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Valor: 2,0 pontos
 Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde / Tóxico ‐ Farmacológicas. Valor: 2,0 pontos
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA 
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE:PSICOLOGIA ESCOLAR/EDUCACIONAL 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

Espera‐se que o candidato a psicólogo escolar/educacional faça uma reflexão teórica a partir do caso apresentado, 
contextualizando a cena, considerando as relações estabelecidas hoje em salas de aulas e no cotidiano escolar como 
um todo. O processo de crescimento social da violência; a sociedade de espetáculo e de ostentação em que o celular 
concorre  com  o  professor  em  sala  de  aula;  a  precariedade  das  relações  cotidianas  em  que  se  evidencia  o 
individualismo;  a  tentativa  de  se  estabelecer  normas  próprias  de  convivência;  a  precariedade  das  condições  de 
trabalho  do  docente  em  que  o  acúmulo  de  contratos  o  faz  atuar,  muitas  vezes,  nos  três  turnos  de  trabalho;  o 
desinteresse constante do aluno frente a uma formação precária de seus professores; e, ainda, a dificuldade desses 
de  se  formarem  em  serviço  levando‐os,  muitas  vezes,  a  perda  da  autoridade  em  sala  devem  ser  evidenciados  na 
dissertação solicitada. Deve, ainda, articular sobre o papel do psicólogo e, para isso, deve fazer referência a algum 
autor  estudado.  Algumas  autoras  e  autores  têm  se  dedicado  a  pensar  a  relação  docente  com  a  escola  e  com  os 
estudantes como um todo, dentre os quais tem‐se Maria Helena Souza Patto, Maria Lúcia Boarini, Marilene Proença 
Rebello de Souza, Mitsuko Aparecida Makino Antunes, Sérgio da Silva Leite, entre outros. 
 
Fontes: 
 Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/aluno‐processa‐professor‐por‐celular‐retirado‐em‐
sala‐de‐aula‐perde‐12718573. 
 AZZI,  Roberta  Gurgel.  GIANFALDONI,  Mônica  Helena  Tieppo  Alves  (Orgs.)  Psicologia  e  Educação.  Série  ABEP 
Formação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. 
 PATTO, Maria Helena Souza. Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar. São Paulo: T.A. 
Queiroz, 1984. 
 _________. Exercícios de Indignação: escritos de Educação e Psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Papel do psicólogo escolar/educacional. Valor: 2,0 pontos 
 Conflitos cotidianos na escola. Valor: 2,0 pontos 
 Precariedade das condições de trabalho do docente. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

Tendo  apresentado  fragmento  da  realidade  do  cotidiano  escolar  e  um  fundamento  teórico  feito  por  uma 
profissional  estudiosa  da  área  da  psicologia  escolar,  espera‐se  que  o  candidato  faça  uma  análise  da  cena, 
necessariamente  articulando  com  os  fragmentos  do  texto  de  Patto,  seja  concordando  ou  discordando  da  autora, 
mas  fundamentando  teoricamente  sua  posição.  Ao  se  escolher  um  fragmento  dos  textos  de  Maria  Helena  Souza 
Patto  evidencia‐se  seus  estudos  que  tem  ao  longo  dos  anos  buscando  uma  necessária  reflexão  crítica  sobre  o 
cotidiano escolar e o papel dos profissionais da educação, entre os quais o papel do psicólogo e da psicóloga escolar 
frente ao cotidiano escolar. Nesse cotidiano, o aluno tem sido massacrado ao lhe ser atribuído a exclusividade das 
causas do fracasso escolar como um todo. Em um momento em que as diferenças escolares vão além das diferenças 
de domínio intelectual de conteúdo e se articulam com a diferença de cor da pele, de endereço, de gênero e outras 
que podem enriquecer a reflexão solicitada ao candidato.  
 
Fontes: 
 Disponível  em:  http://www.perfilnews.com.br/brasil‐mundo/professora‐e‐processada‐por‐deixar‐estudante‐de‐
castigo. 
 PATTO, Maria Helena Souza. Violência nas escolas ou violência das escolas. IN: Exercícios de Indignação: escritos 
de Educação e Psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Análise da cena. Valor: 2,0 pontos 
 Fragmento da Patto com o texto I. Valor: 2,0 pontos 
 Fundamentos teóricos mesmo que discordantes de Patto. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

Ao  deparar‐se  com  casos  de  êxito  escolar  como  o  descrito  na  reportagem  em  tela,  é  necessário  que  o  psicólogo 
escolar  possa  se  perceber  partícipe  também  desses  processos  exitosos  com  o  desenvolvimento  de  atividades 
específicas  da  área  da  psicologia,  articulada  com  os  outros  profissionais  da  escola.  Espera‐se  que  o  candidato 
consiga descrever no mínimo duas atividades da psicologia escolar no quadro de êxito. Ao apresentar as atividades 
possíveis:  trabalho  com  grupos  de  estudantes  por  turma  ou  faixa  etária,  desenvolvimento  de  intervenções  no 
cotidiano escolar que levem a reflexão constante das relações ali estabelecidas, práticas de leituras comentadas de 
obras da literatura, atividades artísticas em arte‐educação, formação em serviço dos professores, coordenação de 
grupo  de  estudos  docentes,  dinâmica  de  grupos  com  familiares,  criação  e  coordenação  de  espaço  de  escuta  das 
queixas escolares e encaminhamento das mesmas para solução, entre outras(os) da mesma e não apenas com a luta 
quase  inglória  frente  aos  problemas  escolares  que  atravessam  a  vida  escolar  nos  dias  atuais.  Por  se  tratar  de 
atividades  profissionais  com  embasamento  teórico,  o  mesmo  deve  ser  apontado  como  sustentador  daquelas 
atividades apresentadas diante do caso estudado. 
 
Fontes: 
 Disponível  em:  http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/10/04/interna_gerais,694573/tres‐escolas‐publi‐
cas‐mineiras‐alcancam‐niveis‐de‐desempenho‐educacional‐comparaveis‐aos‐de‐paises‐de‐primeiro.mundo.shtml. 
 MEIRA,  Marisa  Eugênica  Melillo;  ANTUNES,  Mitsuko  Aparecida  Makino;  e  outras.  Psicologia  Escolar:  práticas 
críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Êxito escolar. Valor: 2,0 pontos 
 Mínimo de duas atividades específicas. Valor: 2,0 pontos 
 Perceber partícipe. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

O candidato deve posicionar‐se criticamente sobre as possíveis reflexões teóricas e práticas da psicologia na escola 
diretamente  relacionada  a  políticas  públicas,  fundamentando‐as  teoricamente.  Sendo  assim,  será  possível  avaliar 
qual  a  postura  profissional  do  pretendente  ao  título  de  especialista  em  psicologia  escolar,  o  que  é  algo  definidor 
sobre seu fazer profissional condizente ou não ao título pretendido. A questão trabalha com conteúdos amplos do 
programa do concurso em tela, o que exige do candidato tão somente uma elaboração escrita a partir de conteúdos 
propostos para estudos do certame. O fazer do psicólogo escolar deve ser de, no mínimo, acompanhar o processo 
de  transformações  da  sociedade  e  garantir  que  essas  transformações  adentrem  a  instituição  escolar.  Toda  e 
qualquer  forma  de  expressão  dos  profissionais  da  psicologia  que  apontem  para  qualquer  forma  de  discriminação 
psicossocial  deve  ser  repudiado.  No  caso  apresentado,  cabe  ao  psicólogo  escolar  uma  posição  que  garanta  as 
discussões e implemento de estudos e ações escolares frente a questão de gênero e outros considerados polêmicos 
na  definição  das  políticas  de  ensino,  tanto  na  rede  pública  quanto  na  rede  privada  de  ensino,  que,  diga‐se,  se 
articulam mesmo ao manterem posturas diferenciadas. O rol de autores e autoras, na psicologia e em áreas afins, 
que discutem e escrevem sobre a definição das políticas públicas educacionais é vasto e deve ser trazido ao debate, 
ao serem citados conforme solicitado. 
 
Fontes: 
 AZZI,  Roberta  Gurgel.  GIANFALDONI,  Mônica  Helena  Tieppo  Alves  (Orgs.)  Psicologia  e  Educação.  Série  ABEP 
Formação. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. 
 MEIRA,  Marisa  Eugênica  Melillo;  ANTUNES,  Mitsuko  Aparecida  Makino;  e  outras.  Psicologia  Escolar:  práticas 
críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 PATTO, Maria Helena Souza. Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar. São Paulo: T.A. 
Queiroz, 1984. 
 _________. Exercícios de Indignação: escritos de Educação e Psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Reflexões teóricas e de práticas da psicologia. Valor: 2,0 pontos 
 Fundamentos na psicologia e/ou áreas afins. Valor: 2,0 pontos 
 Postura profissional crítica antidiscriminatória. Valor: 2,0 pontos 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA HOSPITALAR 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

A euforia ou alegria patológica e a elação (ou expansão do eu) constituem a base da síndrome maníaca. Outro fator, 
também  a  ser  ressaltado,  é  o  taquipsiquismo  (aceleração  de  todas  as  funções  psíquicas).  Normalmente  o 
taquipsiquismo  manifesta‐se  como  a  agitação  psicomotora,  exaltação,  loquacidade  ou  logorreia  e  pensamento 
acelerado.  A  atitude  geral  do  paciente  maníaco  é  alegre,  brincalhona  ou  irritada,  arrogante.  Além  das  alterações 
propriamente  do  humor  e  do  ritmo  psíquico  na  esfera  ideativa,  verifica‐se  um  pensamento  em  geral  superficial  e 
impreciso,  ou  seja,  o  paciente  fala  mais  do  que  pensa.  Dentre  os  subtipos  de  síndromes  maníacas:  hipomania  e 
ciclotimia pode‐se afirmar que a hipomania é uma forma atenuada de episódio maníaco, que, muitas vezes, passa 
despercebida,  não  recebendo  atenção  médica.  O  indivíduo  está  mais  disposto  que  o  normal,  fala  muito,  conta 
piadas, não se recente com as dificuldades e os limites da vida. Pode ter diminuição do sono, não se sente cansado 
após  muitas  atividades.  O  característico  do  hipomaníaco  é  que  muita  das  vezes  o  indivíduo  e  seu  meio  não  são 
prejudicados, não há sintomas claramente psicóticos, sendo assim a pessoa acometida nem sempre procura serviços 
médicos.  Enquanto  a  ciclotimia,  diversos  pacientes  apresentam,  ao  longo  de  suas  vidas,  muitos  e  frequentes 
períodos  de  poucos  e  leves  sintomas  depressivos  seguidos,  em  periodicidade  variável,  de  certa  elação  e  discreta 
elevação  do humor.  Isso ocorre  sem  que  o  indivíduo  apresente  episódio  completo  de  depressão ou  de  mania.  Os 
períodos  depressivos  se  assemelham  à  distimia.  Os  pacientes  permanecem  aos  olhos  das  pessoas  no  marco  da 
“normalidade” não sendo conduzidos, na maioria das vezes, a um tratamento médico.  
 
Fonte:  DALGALARRONDO,  Paulo.  Psicopatologia  e  semiologia  dos  transtornos  mentais.  2ª  ed.  Porto  Alegre: 
Artmed, 2008. p. 301,314‐317.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Sintomas das síndromes maníacas. Valor: 2,0 pontos 
 Atitude do paciente maníaco. Valor: 2,0 pontos 
 Hipomania e ciclotimia. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

Na  visão  de  Susana  Alamy,  as  anotações  em  prontuários  médicos  devem  ser  feitas  com  extrema  cautela, 
considerando  que  se  trata  de  um  documento  que  várias  pessoas  têm  acesso,  sendo  composto  por  uma  pasta  de 
anamnese médica, folha de evolução, folha de prescrição e folha de observação de enfermagem. As anotações que 
são  feitas  pelo  psicólogo  devem  limitar‐se  a  preservar  o  sigilo  ético  inerente  à  sua  profissão,  resguardando  os 
segredos e as confissões do paciente, que só foram revelados por haver confiança no profissional. Deve‐se sempre 
garantir a privacidade a que o paciente tem direito. Assim, as anotações do que se observou e se concluiu devem ser 
feitas  da  mesma  maneira  como  faria‐se  em  consultório  particular,  guardando‐as  em  lugar  seguro  para  própria 
consulta do psicólogo. As informações de cunho pessoal e que exponham o paciente não devem ficar em arquivos 
do  hospital,  pois  não  se  sabe  quem  serão  os  psicólogos  sucessores.  Em  se  tratando  de  prontuário  que  possa 
interessar a uma equipe multidisciplinar, devem ser registradas apenas as informações necessárias ao cumprimento 
dos objetivos do trabalho, lembrando que o usuário deve ser informado da existência do prontuário e que deve ser 
permitido livre acesso ao mesmo. Este cuidado deve ser tomado mesmo considerando‐se que todos os profissionais 
de  saúde  como:  médicos,  enfermeiros,  terapeutas  ocupacionais  e  demais  são  obrigados  ao  sigilo  profissional.  As 
anotações  feitas  por  psicólogos  são,  sem  dúvida  alguma,  muito  distintas  das  anotações  médicas,  têm  suas 
peculiaridades e são de cunho interpretativo; por isso dão margens a interpretações equivocadas e inapropriadas.             
 
Fonte: ALAMY, Susana. Ensaios de Psicologia Hospitalar: a ausculta da alma. 2ª Ed. Belo‐Horizonte: Ed. do autor, 
2007. p. 157‐159. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Composição de uma pasta de prontuário médico. Valor: 1,5 pontos 
 Procedimento de anotações do psicólogo. Valor: 3,0 pontos 
 Seus principais requisitos pessoais e em equipes multidisciplinares. Valor: 1,5 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

De  acordo  com  Camon  (2004),  a  atuação  do  psicólogo  no  hospital  acontece  em  diversos  setores:  ambulatórios, 
pediatria,  UTI,  urgência  e  emergência;  quase  sempre  é  demandado  em  situações  de  crise  e  emergências, 
considerando que a pessoa hospitalizada passe por novas situações de adaptação e mudanças na sua rotina diária. O 
psicólogo tem por função entender e compreender o que está envolvido na queixa, no sintoma e na patologia, para 
ter  uma  visão  ampla  do  que  está  se  passando  com  o  paciente,  a  fim  de  auxiliá‐lo  no  enfretamento  deste  difícil 
processo, assim como dar à família e à equipe de saúde subsídios para uma compreensão melhor do momentum de 
vida da pessoa enferma. Como profissional da saúde, o psicólogo tem, portanto, que observar e ouvir com paciência 
as palavras e os silêncios, já que ele é quem mais pode oferecer, no campo da terapêutica humana, a possibilidade 
de confronto do paciente com a sua angústia e sofrimento na fase de sua doença, buscando superar os momentos 
de crise. É extremamente importante sentir o problema do paciente de forma empática, para que ele “compreenda” 
a sua facticidade e até a sua finitude. O objeto de investigação do psicólogo hospitalar será em torno de investigar a 
vivência do  doente, investigando o que se passa na  consciência deste a  partir  do momento em que vivencia uma 
doença;  e,  através  de  uma  relação  envolvente,  empática  e  flexível,  visando  um  encontro  real  e  se  afastando  a 
questão  impessoal  que  permeia  o  atendimento  clínico  tradicional.  Em  torno  da  assistência  psicológica  dentro  do 
hospital busca‐se o alívio emocional do paciente e de sua família. Sendo que, muita das vezes, a ajuda a ser prestada 
implica  numa  mobilização  de  forças,  em  que  a  angústia  e  a  ansiedade  estão  presentes,  pois  este  “ser  doente” 
encontra‐se num momento não escolhido de sua vida.     
 
Fontes:  
 CAMON, Valdemar A. A. E a psicologia entrou no hospital. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003 p. 172‐
175.  
 CHIATTONE, H. B. C. A significação da psicologia no contexto hospitalar. In Angerami, V. A. (org). Psicologia da 
saúde: um novo significado para a prática clínica. São Paulo: Pioneira, 2006.   
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Atuação do psicólogo no hospital. Valor: 3,0 pontos 
 Objeto de investigação. Valor: 1,5 pontos 
 Assistência psicológica. Valor: 1,5 pontos 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 04 
 

Considerando os fatores mencionados pelo autor Simonette (2004), pode‐se afirmar que na razão prática o psicólogo 
precisa saber estimular o paciente a falar e, considerando que o remédio é sempre um tema interessante para quem 
está  doente,  a  conversa  sobre  medicamentos  se  constitui  em  ótima  estratégia.  Na  razão  clínica,  para  entender  a 
situação psicológica vivenciada pelo paciente é preciso considerar se o sintoma é resultado direto da doença, ou se 
era  um  traço  de  personalidade  ou,  ainda,  se  é  um  efeito  de  alguma  medicação.    O  psicólogo  precisa  conhecer  os 
efeitos  psíquicos  dos  remédios  que  o  paciente  está  tomando,  sob  pena  de  cometer  o  erro  grosseiro  de 
“psicologizar” os efeitos colaterais de alguma medicação. Outro fator importante a ser considerado, também dentro 
da razão clínica, é o fato do paciente não aderir ao tratamento medicamentoso. O fato de um paciente se recusar a 
receber a medicação prescrita é uma situação problemática e perigosa para a saúde do paciente e desconcertante 
para a equipe médica. Na razão teórica é importante ressaltar que os homens estão usando substâncias químicas 
para curar suas doenças e aliviar suas dores, não apenas as físicas, mas também a angústia psíquica, numa busca de 
paz, felicidade e prazer que coloca o remédio como autêntico objeto de pulsão. Neste sentido, faz‐se necessário que 
o  psicólogo  tenha  noções  de  farmacologia  clínica,  domine  o  vocabulário  básico  dessa  disciplina,  saiba  quais  os 
principais  grupos  de  remédios,  entenda  a  questão  dos  nomes  dos  remédios  como,  por  exemplo,  (nome  químico, 
nome  comercial,  nome  genérico),  para  que  assim  possa  direcionar  e  orientar  corretamente  a  intervenção 
psicológica diante da tal situação.  
 
Fonte:  SIMONETTI,  Alfredo.    Manual  de  Psicologia  Hospitalar:  O  mapa  da  doença.  São  Paulo:  Casa  do  psicólogo, 
2004 p. 163‐168.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Razão prática. Valor: 2,0 pontos 
 Razão clínica. Valor: 2,0 pontos 
 Razão teórica. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA JURÍDICA 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

O candidato deverá citar as fases de investigação policial; processual; e, de execução penal, visto que o objetivo da 
atuação  da  psicologia  na  interface  com  o  direito  penal  se  fundamentará  na  caracterização  da  insanidade;  na 
avaliação da capacidade de autodeterminação; na diminuição das dúvidas de veracidade das informações colhidas; 
nas perícias solicitadas em relação aos casos de progressão de pena e exame suspensão de medida de segurança; na 
verificação  da  capacidade  de  imputação,  bem  como  na  verificação  da  eficácia  do  processo  reeducativo,  isto  é, 
reinserção  social,  probabilidade  de  reincidência  e  cessação  da  periculosidade.  O  candidato  deverá  evidenciar, 
sobretudo,  o  artigo  quarto  da  referida  Resolução  o  qual  traz  que  é  vedado  ao  psicólogo  que  atua  em 
estabelecimentos prisionais a realização de exames criminológicos e somente deverá realizar atividades avaliativas 
visando a individualização da pena quando do ingresso do apenado no sistema prisional. No caso de determinação, 
cabe ao psicólogo os limites éticos de sua atuação ao juízo. Além disso, poderá ser citado ainda que a Resolução nº 
09/2010  determina,  mediante  atuação  junto  a  outros  segmentos,  que  psicólogo  direcione  suas  práticas  para 
reconstrução de laços comunitários, sociais e familiares no atendimento a egressos e familiares daqueles que ainda 
estão  em  privação  de  liberdade;  verificação  dos  limites  impostos  à  realização  de  atendimentos  a  colegas  de 
trabalho, sendo seu dever apontar a incompatibilidade de papéis ao ser convocado a assumir tal responsabilidade 
(artigo  5º);  e,  demais  apontamentos  enumerados  pela  Resolução,  tais  como:  consideração  de  políticas  públicas, 
redução da culpabilização do indivíduo, eliminação da exclusão social, compreender os sujeitos em suas realidades 
histórico cultural. Art. 4º. Em relação à elaboração de documentos escritos: a) Conforme indicado nos Art. 6º e 112º 
da  Lei  nº  10.792/2003  (que  alterou  a  Lei  nº  7.210/1984),  é  vedado  ao  psicólogo  que  atua  nos  estabelecimentos 
prisionais  realizar  exame  criminológico  e  participar  de  ações  e/ou  decisões  que  envolvam  práticas  de  caráter 
punitivo e disciplinar, bem como documento escrito oriundo da avaliação psicológica com fins de subsidiar decisão 
judicial  durante  a  execução  da  pena  do  sentenciado;  b)  O  psicólogo,  respaldado  pela  Lei  nº  10792/2003,  em  sua 
atividade no sistema prisional somente deverá realizar atividades avaliativas com vistas à individualização da pena 
quando  do  ingresso  do  apenado  no  sistema  prisional.  Quando  houver  determinação  judicial,  o  psicólogo  deve 
explicitar os limites éticos de sua atuação ao juízo e poderá elaborar uma declaração conforme o Parágrafo Único. 
 
Fonte:  
 Resolução  CFP  nº  009/2010.  Regulamenta  a  atuação  do  psicólogo  no  sistema  prisional.  Conselho  Federal  de 
Psicologia.  
 Disponível em: http://site.cfp.org.br/wp‐content/uploads/2010/07/resolucao2010_009.pdf. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Solicitação Perícia / Direito penal fundamentado.  Valor: 2,0 pontos 
 Emissão de documentos. Valor: 2,0 pontos 
 Sistema prisional / Avaliação psicológica. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 02 
 

O  candidato  deverá  evidenciar  que  as  proposições  enumeram  elementos  contraditórios  no  que  concerne  ao 
conceito  de  família.  A  primeira  explicita  um  entendimento  desprendido  dos  laços  patrimoniais  e  consanguíneos 
predominantes  no  modelo  de  família  nuclear,  destacando  as  configurações  subjetivas  decorrentes  dos  vínculos 
afetivos  independentes  dos  referidos  laços,  essenciais  para  constituição  da  autoimagem,  do  autoconceito  e  da 
identidade  dos  sujeitos,  variáveis  estas  mediadas  pelas  relações  interpessoais  entre  os  membros  que  vivenciam  e 
experimentam vínculos emocionais de diferentes formas de expressão. A segunda proposição, contudo, salienta um 
retorno  ao  modelo  de  família  nuclear,  o  que  sugere,  por  sua  vez,  novamente  a  consideração  dos  laços 
consanguíneos e relações interpessoais entre pares de gêneros opostos para definir a instituição família. Mediante 
tais considerações, é importante citar que a atuação do psicólogo junto a vara de família deve partir da tentativa de 
conceber  esse  conceito,  já  que  a  prática  envolverá  ações  frente  aos  processos  de  adoção,  tutela,  separação  e 
divórcio, guarda, regulamentação de visitas e casos de síndrome de alienação parental. No que se refere à atuação 
vale  mencionar,  considerando‐se  a  segunda  proposição,  que  os  impactos  no  processo  de  adoção  podem  ser,  por 
exemplo, aumento significativo das dificuldades para que uma criança ou adolescente seja levada para uma família 
na  qual  os  adultos  cuidadores  não  serão  seus  pais  biológicos,  visto  que  foi  outra  vez  trazida  à  tona  discussões 
relativas aos papéis sociais e relações de gênero, as quais podem revelar, inclusive, relações desiguais de poder já 
que marcos jurídicos e psicossociais como a adoção por casais homoafetivos tendem a não serem mais considerados 
avanços em relação ao estabelecimento de vínculos de afinidade e afetividade. 
 
Fonte:  
 RIGONATTI, Sérgio Paulo. Temas em psiquiatria forense e psicologia jurídica. São Paulo: Vetor, 2003. 
 SERAFIM, A.P. & SAFFI, F. Psicologia e Práticas Forenses. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2014. 
 SILVA, Denise Maria Perissini. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 TRINDADE,  Jorge. Manual  de  psicologia  jurídica  para  operadores  do  direito. 6ª  ed.  Livraria  do  advogado:  Porto 
Alegre, 2013. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Atuação do psicólogo junto a vara de família.  Valor: 2,0 pontos 
 Impactos nos processos de adoção. Valor: 2,0 pontos 
 Concepção do Estatuto da Família. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

O  candidato  deverá  mencionar  que  a  interface  entre  a  psicologia  e  o  direito  não  se  restringe  exclusivamente  ao 
comportamento decorrente de uma doença mental e com as causas de criminalidade. Ela envolve os estudos das 
relações  interpessoais  enquanto  fatores  existentes  e  influentes  em  dado  contexto  social  inerente  a  qualquer 
processo e espaço jurídico mesmo que a prática forense pela psicologia tenha sido iniciada em 1962, regulando a 
realização de perícias e emissão de pareceres. Além disso, a interação com outras ciências e o direito caracteriza‐se 
por se bidirecional, ou seja, de influência recíproca, visto que as áreas de estudo sobre o psiquismo se configuram 
como  fundamentais  ao  operador  do  direito  na  elaboração  e  execução  de  leis,  já  que  as  alterações  de  condutas 
podem interferir na responsabilidade penal e na capacidade civil. As figuras permitem observar ainda a historicidade 
da  preocupação  de  filósofos,  médicos,  psicólogos  e  juristas  em  diferenciar  as  características  funcionais  e 
comportamentais de doentes mentais e da possível correlação com condutas violentas e criminosas, haja vista  as 
primeiras  notificações  da  prática  de  avaliação  médico‐legal  atribuídas  aos  hebreus,  os  quais  usavam  de  serviços 
médios  para  anulação  de  casamento,  esterilidade  e  homicídio,  por  exemplo,  embora  o  primeiro  embate  médico 
jurídico tenha ocorrido com o caso do francês Pierre Riviere, que degolou a mãe, a irmã e o irmão, quando a verdade 
jurídica foi obtida por meio de exame criminológico para identificação de motivações e intenções do autor do triplo 
homicídio.  O  resgate  histórico  permite  observar  de  forma  mais  detalhada  a  relação  ou  interface  propostas  pelas 
figuras:  na  Grécia  antiga  se  recorria  às  parteiras  como  peritas  em  questões  judiciárias;  no  direito  romano  as 
inspeções eram feitas tanto por juízes quanto por peritos; na França de 1370, já se usava de perícia gráfica para os 
casos de falsificação, inclusive para a sustentação da decisão e sentença; surgimento da medicina legal em 1532 com 
o  Código  Criminal  Carolino,  o  que  permitiu  a  proteção  aos  alienados  mentais,  sobretudo  com  a  fundação  da 
psicopatologia forense, ainda que somente no século XIX é promulgada a legislação de proteção do alienado, o que 
aconteceu  também  na  mesma  época  no  Brasil.  Ou  seja,  doentes  mentais  que  cometessem  crimes  não  seriam 
julgados, seriam considerados inimputáveis pela Lei de 4 de junho de 1835.  
 
Fonte:  
 RIGONATTI, Sérgio Paulo. Temas em psiquiatria forense e psicologia jurídica. São Paulo: Vetor, 2003. 
 SERAFIM, A.P. & SAFFI, F. Psicologia e Práticas Forenses. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2014. 
 SILVA, Denise Maria Perissini. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 TRINDADE,  Jorge. Manual  de  psicologia  jurídica  para  operadores  do  direito. 6ª  ed.  Livraria  do  advogado:  Porto 
Alegre, 2013. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Interface entre a psicologia e o direito.  Valor: 2,0 pontos 
 Interação com outras ciências e o direito. Valor: 2,0 pontos 
 Resgate histórico. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

O candidato deverá mencionar que as sentenças I e II se convergem devido ao fato de a primeira trazer elementos 
que  viabilizem  a  alteração  proposta  na  sentença  II,  assim  como  a  sentença  IV,  pelo  menos  em  parte,  também 
apresente  dados  que  sustentem  tal  proposta.  Contudo,  essa  mesma  sentença  adverte  para  o  fato  de  serem  os 
jovens também os que mais sofrem com agressões e atos violentos, chamando a atenção para aspectos positivos 
quanto  negativos  evidenciados  no  curso  de  desenvolvimento  de  adolescentes  e  jovens  como  é  explicitado  pela 
sentença  III.  Em  outros  termos,  é  preciso  cuidado  na  atuação  de  um  ato  infracional  e  na  denominação  da 
delinquência juvenil, tendo em vista que a transgressão é positiva quando relaciona‐se às estratégias que têm por 
objetivo a procura de solução de conflito e no sentido de busca por adaptação. Caso contrário, caberá à psicologia 
identificar os fatores precipitadores para a ocorrência de condutas delinquentes, as quais tendem a atingir um pico 
de  ocorrência  entre  os  15  e  os  17  anos,  com  declínio  na  idade  adulta.  Isso  significa  haver  necessidade  de  uma 
análise  multifatorial,  visto  que  práticas  parentais  ineficazes,  ausência  de  monitoramento  parental,  maus  tratos, 
abusos físicos e emocionais, a exposição à violência de um dado ambiente são considerados fatores etiológicos para 
a prática de atos infracionais. Em relação ao ECA, tais informações evidenciam que a clareza do documento quanto a 
inimputabilidade não significa automaticamente impunidade, o qual tem o objetivo de regular as responsabilidades 
do adolescente. Diante do exposto, a prática do psicólogo junto às UIPs, pautada na relação entre saúde mental e 
criminalidade,  requer  que  ele  investigue  variáveis  que  incidam  sobre  o  adolescente  e  seu  modo  de  vida, 
aprofundando estudos sobre as condições psicológicas, socioculturais e familiares, a fim de atender às necessidades 
desse indivíduo, bem como estabelecendo correlações com variáveis potencializadoras da prática do ato infracional. 
Em  relação  à  prática  nas  unidades  de  internamento  para  cumprimento  de  medida  em  privação  de  liberdade, 
envolve  assistência  psicoterápica,  aconselhamento  psicológico  e  orientação  familiar,  visto  que  a  prática  do  ato 
infracional se constitui fator de alteração à saúde mental do adolescente. 
 
Fonte:  
 RIGONATTI, Sérgio Paulo. Temas em psiquiatria forense e psicologia jurídica. São Paulo: Vetor, 2003. 
 SERAFIM, A.P. & SAFFI, F. Psicologia e Práticas Forenses. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2014. 
 SILVA, Denise Maria Perissini. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 TRINDADE,  Jorge. Manual  de  psicologia  jurídica  para  operadores  do  direito. 6ª  ed.  Livraria  do  advogado:  Porto 
Alegre, 2013. 
 
 
 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Aspectos convergentes e divergentes.  Valor: 2,0 pontos 
 Função do psicólogo. Valor: 2,0 pontos 
 Delinquência juvenil. Valor: 2,0 pontos 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO 
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

A)  O  candidato  deverá  citar  as  necessidades  estéticas,  cognitivas  e  neuróticas.  As  duas  primeiras  asseguram  ao 
indivíduo  a  saúde  psicológica  e,  geralmente,  são  evidenciadas  em  características  como  a  organização  e  a 
harmonia de estilo pessoal ou organizacional, associadas com busca por atualização de conhecimento, inovação 
técnica  e  de  alternativas  de  execução  de  uma  determinada  função.  Segundo  Maslow,  pessoas  que  evidenciam 
tais  necessidades  tendem  a  ser  altamente  produtivas  no  trabalho,  desenvolvem  bons  relacionamentos 
interpessoais com colegas e superiores; são autodeterminantes e investem na carreira e crescimento pessoal já 
que  concebem  o  trabalho  como  desafiante,  fonte  de  inovação  e  realização  pessoal.  A  outra  necessidade  é  a 
neurótica, a qual evidencia características improdutivas dos sujeitos já que tendem a perpetuar um estilo de vida 
pouco  saudável,  sem  quaisquer  tipos  de  mobilização  para  o  crescimento  pessoal  ou  profissional;  não  são 
autodeterminados  e  tendem  ao  estabelecimento  de  vínculos  sociais  frágeis  e  pouco  confiáveis,  dependentes 
afetivamente  ou  até  mesmo  envolvimento  em  relações  de  poder  desiguais  e  comprometedoras  das  relações, 
sobretudo, de trabalho. O candidato poderá citar, ainda, perfis empreendedores e líderes nas organizações, que 
são  asseguradores  da  inteligência  emocional  em  uma  equipe  profissional;  bem  como  os  indivíduos,  com 
autoestima  baixa,  sem  determinação  para  realização  pessoal  e  profissional,  o  que  os  deixam  frustrados  e 
suscetíveis e vulneráveis em relação à saúde. 
 
B) O candidato deverá explicitar que os pontos divergentes entre os autores estão, quando se trata da teoria X, na 
concepção de trabalho. Isto é, esta teoria enfatiza o controle e, com isso, revela que o homem não é motivado 
nem quer se desenvolver pelo trabalho, visto que é sempre controlado e punido para a realização de tarefas e 
atividades. Já para Maslow, o trabalho é uma das maneiras pelas quais um indivíduo se autorrealiza e encontra 
prazer pessoal. O ponto convergente entre as duas teorias é a proposta da teoria Y, cuja ênfase é na pessoa, na 
motivação  para  o  desenvolvimento,  o  que  representa  importância  das  relações  e  da  cultura  nos  aspectos  de 
gestão e lideranças. 
 
Fontes:  
 CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2004. 
 FEIST, J. & FEIST, G.J. Teorias da personalidade. 6ª ed. São Paulo: McGraw Hill, 2008. 
 HALL, C. S.; LINDZAY, G.; CAMPBELL, J. B. Teorias da personalidade. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 ZANELLI, J.C., Borges‐Andrade, J.E., & Bastos, A.V.B. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. 2ª ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2014. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Contexto de trabalho e organizacional. Valor: 2,0 pontos 
 Relação entre trabalho, subjetividade e saúde psíquica. Valor: 2,0 pontos 
 Pontos convergentes e divergentes. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 02 
 

O  candidato  deverá  explicitar  que  o  estresse,  especificamente  no  âmbito  ocupacional,  pode  ser  entendido  como 
uma “reação tensional experimentada pelo trabalhador diante de agentes estressores que surgem no contexto de 
trabalho  e  que  são  percebidos  como  ameaças  a  sua  integridade”  (Gondim  &  Siqueira,  2014,  p.  306).  Mais  do  que  uma 
reação tensionada, o Burnout consiste em um conjunto de respostas prolongadas a agentes estressores do contexto 
de  trabalho,  envolvendo  não  somente  percepção  de  ameaças,  mas  o  sentimento  de  ineficácia  pessoal,  a 
despersonalização  e  exaustão,  que  são  traduzidos  em  sinais  físicos  e  mentais  de  diversas  outras  doenças,  dentre 
eles,  fadiga  muscular,  isolamento  social,  apatia,  distanciamento  do  trabalho  etc.  Mediante  tal  contexto,  um 
psicólogo do trabalho e organizações pode planejar e desenvolver uma equipe com: clarificação das características 
das tarefas; elencar indicadores de conflitos ou ambiguidade de papéis, a carência de suporte social, de informações 
sobre  o  trabalho  e  de  flexibilização  dos  processos;  identificar  os  processos  de  tomada  de  decisão  visto  que  eles 
envolvem emoções positivas e negativas, os procedimentos de avalição de desempenho; regulação, competência e 
inteligência  emocional  de  líderes  e  gestores  de  forma  transformacional  e  qualificadores  da  relações  intra  e 
intergrupais; e, atenção ao contexto do trabalho, às demandas dos sujeitos para preservação do bem‐estar pessoal e 
dos vínculos organizacionais saudáveis. Estas são as dimensões a serem consideradas e fundamentadas acadêmica e 
cientificamente.  Além  de  tais  dimensões,  assegurar  a  existência  de  um  ambiente  físico  seguro  e  confortável; 
condições de trabalho capazes de gerar satisfação e oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal.  
 
Fontes:  
 CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2004. 
 GONDIM, S. MG., & SIQUEIRA, M. M. S. Emoções e afetos no trabalho. In Zanelli, J.C.; BORGES‐ANDRADE, J.E., & 
BASTOS, A.V.B. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 285‐315. 
 SIQUEIRA, M. M. M. et al. Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. 
Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 344. 
 ZANELLI,  J.C.;  BORGES‐ANDRADE,  J.E.,  &  BASTOS,  A.V.B.  Psicologia,  Organizações  e  Trabalho  no  Brasil.  2ª  ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Relação entre estresse e Burnout. Valor: 2,0 pontos 
 Organização por meio de uma intervenção. Valor: 2,0 pontos 
 Comportamento organizacional, emoções e qualidade de vida no trabalho. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

A) O  candidato  deverá  indicar  que  os  elementos  são:  cultura,  fundadores  e  colaboradores,  comportamento 
organizacional  e  resultados,  os  quais  constituem  um  processo  por  meio  do  qual  são  expressas  a  visão,  a 
estratégia e as experiências dos integrantes da organização no pleno funcionamento desta. Envolve a descrição 
de  comportamentos  aceitos  ou  não,  bem  como  a  manutenção  de  tradições.  No  que  concerne  aos  fundadores, 
salientar  que  são  importantes  o  desenvolvimento  e  a  implementação  de  uma  perspectiva  de  organização 
compartilhada  e  de  uma  estratégia  para  empreendimentos.  Além  disso,  explicitar  que  o  comportamento 
organizacional (ações) é coerente com a implementação da referida perspectiva e da partilha de estratégias que 
assegurem  a  consolidação  do  empreendimento  (princípios  e  valores),  revelados  em  sucesso  financeiro  e  altos 
indicadores  de  desempenho  pautados  em  aceitação  e  legitimidade  de  uma  realidade  organizacional 
historicamente construída. No entanto, quando isso não ocorre, as soluções geralmente não são consensuais, o 
que ocasiona ampla ansiedade no grupo, visto que é visível a inexistência de padrões que designem ordenamento 
e consistência de conhecimentos e pressupostos de como enfrentar questões decorrentes de adaptação externa 
e  de  integração  interna,  bem  como  de  valores  que  norteiam  a  seleção,  as  opções  e  avaliações  feitas  pelos 
indivíduos  colaboradores.  Consequentemente,  em  um  ciclo  vicioso,  resultados  tanto  financeiros  quanto  de 
desempenho serão comprometidos. 
 
 
B) O  candidato  deve  explicitar,  inicialmente,  a  dificuldade  de  estabelecer  um  consenso  nas  definições  de  cultura 
organizacional  e  que  isso  contribui  para  a  aplicação  de  diversos  métodos,  qualitativos,  quantitativos,  dentre 
outros,  para  investigação  dessa  variável.  Dentre  eles,  o  candidato  poderá  citar:  visões  emic  (a  cultura  é 
descoberta a partir do ponto de vista narrativo das pessoas que estão inseridas em uma dada organização); etic 
(descrição  padronizada  e  sistematizada  de  elementos  fundamentais  da  cultura  pautados  na  perspectiva  do  ser 
humano  que  está  fora  da  organização);  a  triangulação  intra  e  intermétodos,  que  consiste  na  combinação  de 
diferentes perspectivas  metodológicas para verificabilidade da validade externa, quanto da consistência interna 
e a confiabilidade dos elementos da cultura organizacional; o método clínico conforme citado no fragmento II; e o 
método  de  “decifrar  a  cultura  da  empresa”, ou  seja,  uma  espécie  de  grupo  focal  por  meio do qual define‐se o 
problema do negócio, compreende‐se ou se revê o conceito de cultura, identifica‐se artefatos visíveis, os valores  
e como eles se relacionam, repetição desse processo com os diferentes grupos organizacionais e a avaliação dos 
pressupostos  básicos  compartilhados.  Além  disso,  deve  ressaltar  que  as  tendências  contemporâneas  visam  o 
emprego de métodos condizentes com a realidade organizacional, personalizado, compatível com a natureza do 
objeto de investigação e com os pressupostos que norteiam a visão de mundo do pesquisador. 
 
Fontes:  
 ZANELLI,  J.C.;  BORGES‐ANDRADE,  J.E.,  &  BASTOS,  A.V.B.  Psicologia,  Organizações  e  Trabalho  no  Brasil.  2ª  ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2014. 
 SIQUEIRA, M. M. M. et al. Medidas do comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico e de gestão. 
Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 344. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Cultura organizacional. Valor: 2,0 pontos 
 Relação entre comportamento e valores organizacionais. Valor: 2,0 pontos 
 Diagnóstico e/ou de investigação da cultura organizacional. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

O candidato deverá explicitar as concepções clássica, capitalista tradicional e marxista. Discutir acerca de cada uma 
os tipos de regime trabalhistas que as marcaram, tais como escravocrata, contrato (emprego) e categorias de classes 
dos  trabalhadores.  Deve  evidenciar  as  transformações  do  conceito  de  trabalho  com  todas  as  variáveis  que 
atravessaram  e  continuam  atravessando  esse  conceito,  tais  como:  ócio,  glorificação  e  dignidade,  e  o  caráter 
ontológico  por  vincular‐se  à  condição  humana.  Essas  transformações,  por  outro  lado,  descrevem  histórica  e 
realmente o trabalho, visto que evidenciam degradação e desgaste; dicotomias entre mercadoria e econômica ou 
concepção  e  execução  de  atividades;  disciplina,  hierarquia  horizontalizada,  relações  de  poder  que  perpassam  por 
coerção versus saber. Além disso, é importante que o candidato evidencie os valores atribuídos ao trabalho em cada 
uma  das  concepções  supracitadas,  os  quais  abrangeram  ócio,  capacidades  ou  competências  individuais, 
padronização, produção de identidades, dignificação e proteção do Estado, dentre outros. Em pontos convergentes 
e divergentes, o candidato deverá, por fim, evidenciar todo o processo de origem organizacional e como ele recebeu 
e  ainda  recebe  influências  dessas  concepções  e  as  adequa  ao  contexto  contemporâneo  de  tecnologias,  fluidez  e 
volatilidade  tanto  de  relações  entre  os  sujeitos  que  realizam  o  trabalho,  mas  que  não  são  desprendidas  das 
transformações  pautadas  inclusive  em  lazer  e  laço  social,  quanto  do  contexto  socioeconômico  em  que  esteja 
circunscrita uma determinada organização, as duas mais novas concepções sobre o trabalho.  
 
Fontes:  
 BORGES,  L.O.  &  Yamamoto,  O.H.  Mundo  do  trabalho:  construção  histórica  e  desafios  contemporâneos.  In: 
ZANELLI,  J.C.,  Borges‐Andrade,  J.E.,  &  Bastos,  A.V.B.  Psicologia,  Organizações  e  Trabalho  no  Brasil.  2ed.  Porto 
Alegre: Artmed, 2004. p. 25‐72. 
 CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2004. 
 FISCHER,  A.L.  Um  resgate  conceitual  e  histórico  dos  modelos  de  gestão  de  pessoas.  In:  As  Pessoas  na 
organização. São Paulo: Editora Gente, 2004. 
 ZANELLI,  J.C.,  Borges‐Andrade,  J.E.,  &  Bastos,  A.V.B.  Psicologia,  Organizações  e  Trabalho  no  Brasil.  2ed.  Porto 
Alegre: Artmed, 2004. 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Concepções de trabalho. Valor: 2,5 pontos 
 Papéis /Descrições / Valores destacados. Valor: 2,5 pontos 
 Processo de origem e desenvolvimento das organizações. Valor: 1,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOLOGIA SOCIAL  
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

O candidato deverá mencionar o preconceito e a discriminação social frente às características étnico‐raciais (figuras 
1  e  2),  de  gênero  e  orientação  sexual  (figuras  2  e  3).  As  práticas  de  intervenção  psicossocial,  para  as  categorias 
destacadas, têm por objetivo alcançar mudanças macrossociais por meio da implementação, inicial, do método de 
pesquisa participante para o reconhecimento da demanda e das potencialidades locais, para, dessa forma, viabilizar 
o  desenvolvimento  de  consciência  crítica  e  de  autonomia  acerca  da  realidade  marcada  por  preconceito, 
estereótipos, discriminação e até por atos extremistas, tais como: agressões e violências étnico‐racial ou de gênero 
e  orientação  sexual;  e  outras  construções  inerentes  a  comunidade.  Contudo,  tal  intervenção  envolve  várias 
problemáticas, desde o vazio metodológico dos profissionais decorrente do desconhecimento teórico das vertentes 
que norteiam o trabalho na comunidade, até ao completo descaso do poder público pela ausência de políticas para 
assistência  comunitária  integral,  o  que  desencadeia  frustração  nos  profissionais  envolvidos,  bem  como  o  risco  da 
reprodução de um contexto social caracterizado por ideologia fatalista, transmitida por organizações institucionais e 
processos  de  socialização,  que  envolvem  a  educação  doméstica,  a  escola,  a  igreja  e  o  trabalho.  Um  modelo  de 
intervenção alternativo para evitar tais riscos e romper com o ciclo vicioso retratado pelas figuras é o proposto por 
Maritza  Montero,  por  meio  do  paradigma  da  construção  e  transformação  crítica,  o  qual  envolve  as  dimensões 
ontológica,  epistemológica,  metodológica,  ética  e  política,  essenciais  a  uma  comunidade  em  situação  de 
intervenção, que sempre é marcada por relações de poder e tem por escopo a oposição ao caráter dominante das 
relações  e  instituições  sociopolíticas.  É  somente  por  meio  de  um  modelo  de  abrangência  de  todas  as  referidas 
dimensões que será possível propiciar  a problematização das práticas sociais especialmente no que  diz respeito à 
atuação dos profissionais nas comunidades. 
 
Fontes:  
 ANSARA,  Soraia.  &  DANTAS,  Bruna  Suruagy  do  Amaral.  Intervenções  psicossociais  na  comunidade:  desafios  e 
práticas.  Psicologia  &  Sociedade,  2010.  22  (1):  95‐103.  Disponível  em:  http://www.scielo.br/pdf/psoc/v22n1/ 
v22n1a12.pdf. 
 CAMPOS, R.H.F. & LANE, S.TM. (orgs). Psicologia social comunitária. 9ª ed. Petrópolis, 2003. Vozes. 
 PEREIRA, Anderson. Psicologia em comunidades: um olhar a partir da perspectiva latino‐americana. Diálogos & 
ciência, 2007. Ano V, n. 10. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Práticas de intervenção psicossocial.  Valor: 2,0 pontos 
 Vazio metodológico dos profissionais. Valor: 2,0 pontos 
 Modelo de intervenção. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 02 
 

O candidato deverá mencionar que, a partir das décadas de 1930 e 1940, Moreno e K. Lewin trazem significativas 
contribuições  para  a  compreensão  da  composição  de  um  pequeno  grupo  social.  Moreno,  com  o  psicodrama  e  a 
sociometria, ajuda no entendimento das relações de aproximação e afastamento, quanto de preferência e rejeição, 
tanto em grupos quanto em comunidades. Lewin é quem vai criar o termo dinâmica de grupo por meio das análises 
do  espaço  topológico  e  o  sistema  de  forças  com  vistas  a  captar  a  dinâmica  que  ocorre  quando  indivíduos 
estabelecem  algum tipo de interdependência  por meio da realização de alguma tarefa ou por atração ou afeição. 
Além  disso,  dedicou‐se  também  à  análise  da  influência  dos  estilos  de  liderança  e  do  clima  grupal.  Nessas 
perspectivas,  os  pequenos  grupos  possuem  a  função  de  definir  papéis,  a  identidade  e  a  produtividade  social. 
Contudo,  devido  às  definições  que  enfatizam  a  pluralidade  de  indivíduos  em  contato  uns  com  os  outros,  que  se 
consideram  mutuamente  e  que  são  conscientes  de  que  possuem  alguma  coisa  significativamente  importante  em 
comum, é possível dizer que os pequenos grupos sociais visam o contato entre pessoas e a interdependência dos 
membros, conforme foi apontado nas sentenças I e II. A sentença III, em continuidade à compreensão do que seja 
um grupo ou o processo grupal, sinaliza as contribuições trazidas pelos autores citados nesse item. Loreau parte do 
entendimento das relações grupais estabelecidas no interior de uma instituição, caracterizando grupos em termos 
de  grupo‐objeto,  ou  seja,  um  grupo  de  sujeitos  justapostos  para  realização  de  um  trabalho  e  onde  a  divisão  do 
trabalho determina hierarquias de poder. Não muito diferente, Lapassade também propõe uma análise institucional 
do  grupo,  porém,  por  uma  compreensão  dialética,  identificando  serialização  e  totalização  de  um  grupo,  em  um 
entendimento de que o grupo nega a si mesmo ainda que haja um objetivo comum ou uma relação de soma entre 
os membros. Além disso, define “grupo‐terror”, pelo qual se evidencia a figura de poder, a manutenção do status 
quo, e ao qual se opõe o grupo vivo, caracterizado por relações de igualdade e por autogestão. Diferentemente do 
que se observa na definição da proposição I e nas proposições dos autores citados, Pichon‐Riviere entende o grupo 
como  um  conjunto  restrito  de  indivíduos  ligados  entre  si  por  variáveis  de  tempo  e  espaço.  A  partir  dessa 
compreensão  desenvolve  uma  técnica  operativa  para  instrumentalizar  a  ação  grupal  na  resolução  de  conflitos 
internos, os quais são oriundos de medos e ansiedades decorrentes de perda do equilíbrio ou frente a mudanças, o 
que consequentemente acaba por prejudicar a comunicação e linguagem. Independente do que é proposto por tais 
autores, é possível identificar um consenso no que se refere à função de todo e qualquer grupo, a qual abarca uma 
compreensão  histórica  e  contextualizada  conforme  instituições,  ideologias  e  determinações  econômicas,  ou  seja, 
uma  concepção  histórica  de  manutenção  e  transformação  das  relações  sociais  desenvolvidas  em  decorrência  das 
relações de produção. 
 
Fontes:  
 JACQUES, M. G. C.; STREY, M. N.; BERNARDES, N. M. G.; GUARESCHI, P. A.; CARLOS, S. A., & FONSECA, T. M. G. 
Psicologia social contemporânea 8ª ed. Petrópolis, 2003. Vozes. 
 LANE, S.T.M. & CODO, W. Psicologia Social – o homem em movimento. 11ª ed. São Paulo, 1993. Brasiliense. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 J.L. Moreno e K. Lewin / Conceito.  Valor: 2,0 pontos 
 Perspectivas de Loureau, Lapassade e Pichon‐Riviére. Valor: 2,0 pontos 
 Consenso / Função de todo e qualquer grupo. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 03 
 

O candidato deverá mencionar que as instituições constituem uma via de acesso à comunidade por revelarem ou 
expressarem  manifestações  e  concretizações  das  realidades  da  vida  em  sociedade.  Sem  necessidade  de  um 
estabelecimento,  são  atravessadas  pelo  simbolismo  de  leis,  regras,  códigos  e  ideologias  e,  com  isso,  impõem 
costumes,  prêmios  e  punições,  transmitem  valores  e  estabelecem  limites;  são  produtoras  de  sujeitos  e  objetos, 
evidenciando uma relação fundamentada na identidade social, cultural e política, concretizada na prática cotidiana e 
mobilização  de  investimentos  e  representação  em  atores  sociais  e,  por  fim,  possibilitando  a  identificação  com  o 
conjunto social. O acesso à comunidade pela instituição é viabilizado por um saber que é próprio da realidade social 
e dos atores nela envolvidos, o que demanda o emprego de métodos compatíveis com essa realidade; que abranja 
as relações homem – cultura – meio ambiente. Destacam‐se, pois, a pesquisa‐ação, que une saberes e fazeres, ou 
seja,  investigando  o  saber  também  de  quem  faz  e  vive  a  comunidade  e,  consequentemente,  alcançando  a 
aproximação  da  complexidade  real  do  contexto  com  o  saber  acadêmico;  e  as  histórias  de  vida,  que  permitem 
apreender a interação entre vida individual e social, uma verdade subjetiva do grupo (família, trabalho, educação...), 
que  se  apresenta  na  história  de  um  sujeito.  O  referido  acesso  não  é  somente  pelo  método  que  une  saberes  e 
fazeres,  mas  também  por  uma  ética  crítica  e  propositiva,  a  qual  está  em  constante  processo  de  se  fazer  e  estar 
presente  nas  relações  humanas  existentes,  atualizando‐se  nas  contradições,  por  questionamentos  e  críticas, 
propondo  novos  desafios  e  exigências  também  reelaborados,  redimensionados,  refeitos  em  uma  constante  busca 
por crescimento e transformação. 
 
Fontes:  
 ANSARA,  Soraia.  &  DANTAS,  Bruna  Suruagy  do  Amaral.  Intervenções  psicossociais  na  comunidade:  desafios  e 
práticas.  Psicologia  &  Sociedade,  2010.  22  (1):  95‐103.  Disponível  em:  http://www.scielo.br/pdf/psoc/v22n1/ 
v22n1a12.pdf. 
 CAMPOS, R.H.F. & LANE, S.TM. (orgs). Psicologia social comunitária. 9ª ed. Petrópolis, 2003. Vozes. 
 PEREIRA, Anderson. Psicologia em comunidades: um olhar a partir da perspectiva latino‐americana. Diálogos & 
ciência, 2007. Ano V, n. 10.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Instituição / acesso à comunidade.  Valor: 2,0 pontos 
 Saber / fazer / ética. Valor: 2,0 pontos 
 Dimensão crítica / propositiva. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

O  candidato  deverá  mencionar  que  é  a  partir  de  Wundt,  quando  há  o  propósito  de  tornar  a  psicologia  ciência,  é 
acentuada  a  crise  de  paradigmas,  visto  que  o  racionalismo  cartesiano  e  neocartesiano  (positivismo  e 
neopositivismo),  mesmo  com  o  rigor  do  método  científico,  não  solucionam  a  problemática  instaurada  acerca  da 
racionalidade científica. Esta, por sua vez, exclui elementos que seriam os de principal interesse da psicologia social. 
Isto é, reduz a complexidade da realidade social em prol da mensuração. Ademais, mesmo Wundt rompendo com 
esse paradigma ao propor o estudo dos homens e da sociedade (Folk Psychology), não rompe completamente com o 
modelo de racionalidade das ciências naturais o que, consequentemente, reforça a crise em um contexto que exige 
uma  reflexão  crítica,  evidencia  a  pluralidade  e  a  diversidade,  as  quais  continuam  sinalizando  para  um  quadro  de 
fragmentação em detrimento de uma unidade no cerne dessa disciplina. Uma das tentativas de se obter consenso e 
unidade  foram  as  propostas  de  funcionalidade  à  psicologia  social  por  meio  das  diferentes  perspectivas  que 
compõem  seu  arcabouço  teórico.  Em  outros  termos,  com  tais  perspectivas  buscava‐se  a  aplicabilidade  as  muitas 
situações,  contextos  e  condutas  sociais,  por  meio  de  interpretações  e  comparações.  Essas  teorias  foram  a  dos 
papéis,  do  reforço,  a  cognitiva,  da  interação  simbólica  e  da  evolução.  Contudo,  todas  com  contribuições  e  limites 
culminaram,  inicialmente,  em  uma  dualidade  ou  continuidade  da  fragmentação  no  cerne  da  Psicologia  Social, 
levando os autores a enfatizarem a existência de duas psicologias sociais: a psicológica e a sociológica, priorizando, 
respectivamente,  processos  intraindividuais  que  motivam  respostas  sociais  e  os  fenômenos  decorrentes  de 
agrupamentos e da sociedade. Em uma nova tentativa de romper com essa divisão e contribuir para novos espaços 
de  reflexão  e  crítica  diante  de  um  contexto  rico  em  complexidades,  relações  não  lineares,  multiplicidade  e  a 
descentralização do sujeito e da razão é inaugurada a vertente denominada por psicologia social crítica ou psicologia 
social histórico‐crítica, cuja proposta é posicionar‐se criticamente em relação às instituições, organizações e práticas 
sociais  contemporâneas;  bem  como  ao  conhecimento  até  então  produzido  pela  psicologia  social  a  esse  respeito, 
posicionando‐se,  pois,  contrariamente  à  opressão  e  à  exploração  sociais,  visando  a  promoção  da  mudança  social 
enquanto estratégia de assegurar o bem‐estar do ser humano. 
 
Fontes:  
 JACQUES, M. G. C.; STREY, M. N.; BERNARDES, N. M. G.; GUARESCHI, P. A.; CARLOS, S. A., & FONSECA, T. M. G. 
Psicologia social contemporânea (8ª ed.) Petrópolis, 2003. Vozes. 
 MICHENER, H.A.; DELAMATER, J.D. & MYERS, D. J. Psicologia Social. São Paulo, 2005. Pioneira Thomson Learning. 
 FERREIRA,  M.C.  A  Psicologia  Social  Contemporânea:  Principais  Tendências  e  Perspectivas  Nacionais  e 
Internacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa 2010, Vol. 26 n. especial, p. 51‐64. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Wundt / Crise de paradigmas.  Valor: 2,0 pontos 
 Psicologias sociais / a psicológica e a sociológica. Valor: 2,0 pontos 
 Psicologia social crítica ou psicologia social histórico‐crítica. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOMOTRICIDADE  
 
 
 
QUESTÃO 01 
 

A Reabilitação Psicomotora (RPM), de modo geral, visa dar ao corpo uma linguagem, que é a linguagem do próprio 
corpo e da própria consciência da criança. O importante da RPM não são os movimentos ou as ações em si, mas sim, 
o  ato,  o  gesto  planificado,  semantizado  e  simbolizado.  O  indivíduo  vive  na  RPM  a  dimensão  de  receptor,  de 
espectador e de ator, sempre em permanente autorregulação, visto que se pretende que “o corpo se assuma como 
agente  de  expressão”.  Os  modelos  de  reabilitação  na  criança,  quer  na  esfera  da  psicomotricidade,  quer  na 
psicolinguística, devem visar não só a modificação  de determinadas atividades psicológicas que  consubstanciam a 
aprendizagem,  como  devem  igualmente  visar  à  modificação  da  organização  cerebral.  Com  as  situações  concretas 
que traduzem uma determinada orientação reabilitacional pretende‐se criar condições que levem a própria criança 
a organizar o seu próprio cérebro, isto é, as situações de aprendizagem devem ser implementadas de tal forma que 
a criança reorganize as suas anteriores aprendizagens para, paralelamente, reorganizar os subsistemas cerebrais a 
elas adstritos. Apesar de ser comum professores e terapeutas estarem mais envolvidos no que fazer na prática, não 
restam dúvidas que o conhecimento e a significação psiconeurológica das causas das dificuldades dos reabilitandos 
podem permitir superar o tradicional empirismo que caracteriza tal tipo de intervenção. Contudo, deve‐se admitir 
que o campo da reabilitação exige uma abordagem experimental, a fim de poder ajudar na criação de alternativas 
reabilitacionais.  
 
Fonte:  FONSECA  Vitor  Da.  Manual  de  observação  psicomotora:  significação  psiconeurológica  sob  fatores 
psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995 p. 306‐307. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Funções da Reabilitação Psicomotora. Valor: 2,0 pontos 
 O modelo de (RPM) na criança. Valor: 2,0 pontos 
 Situações de aprendizagem. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade  (1999), a psicomotricidade “é a ciência que tem como objeto de 
estudo o homem através do seu corpo em movimento, e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como 
suas  possibilidades  de  perceber,  atuar,  agir  com  o  outro,  com  os  objetos  e  consigo  mesmo.  Está  relacionada  ao 
processo  de  maturação,  onde  o  corpo  é  a  origem  das  aquisições  cognitivas,  afetivas  e  orgânicas”.  Sendo  assim,  a 
psicomotricidade pode ser considerada como uma nova ciência que cuida do indivíduo a partir de seu corpo e de 
sua  capacidade  psíquica  de  realizar  movimentos.  É  importante  ressaltar  que  não  se  trata  da  realização  do 
movimento propriamente dito, mas da atividade psíquica que transforma a imagem para a ação em estímulos para 
os procedimentos musculares adequados. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção 
de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de 
sua  individualidade,  sua  linguagem  e  sua  socialização.  A  psicomotricidade  recebeu  contribuições  e  influências  de 
outras  ciências,  como  a  psiquiatria,  a  psicanálise,  a  pedagogia  e  a  psiconeurofisiologia,  principalmente  a  partir  de 
observações  feitas  pelo  médico  neurologista  Ernest  Dupré,  no  ano  de  1907,  pois  este  médico  definiu  claramente, 
através de estudos clínicos, o que era debilidade motora, instabilidade motora e diferenças entre tiques, sincinesias 
e paratonias, fatores estes de grande relevância para a psicomotricidade. Outro autor importante para o surgimento 
da  psicomotricidade  foi  Henri  Wallon.  Ele,  diferentemente  de  Dupré  que  relacionou  a  motricidade  com  a 
inteligência, estudou a relação da motricidade e o caráter. Isso permitiu relacionar o movimento ao afeto, à emoção, 
ao meio ambiente e aos hábitos da criança. Para Wallon, a consciência, o conhecimento e o desenvolvimento geral 
da personalidade não podem ser isolados das emoções. Wallon forneceu também importantes informações sobre o 
desenvolvimento neurológico do recém‐nascido e da evolução psicomotora da criança.         
 
Fonte: LERMONTOV, Tatiana. Psicomotricidade na Equoterapia. Aparecida, São Paulo: Ideias e letras, 2004, p. 20‐22.   
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Psicomotricidade como ciência.  Valor: 2,0 pontos 
 Argumentação / Objetivo / Contribuição. Valor: 2,0 pontos 
 Ernest Dupré, e Henri Wallon. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 03 
 

O  jogo  simbólico  espontâneo  é  o  meio  de  abordagem  privilegiado  da  psicomotricidade  relacional  e  ele  pode  ser 
compreendido  numa  linguagem  semiótica,  pois  o  jogo  simbólico  faz  parte  do  discurso  do  sujeito.  Na  vivência 
psicomotora,  ele  é  incentivado,  liberado  e  desculpabilizado,  para  que  a  cadeia  semiótica  possa  correr  no  espaço 
vivencial o mais livremente possível. Com a criança, o processo do jogo simbólico, aproveita‐se da expressão infantil 
espontânea, através de ícones e índices e estimula que ela possa, progressivamente, chegar aos símbolos, com um 
discurso mais claro e mais evoluído. Neste sentido, a criança poderá falar de sua raiva e exigir os seus direitos, ao 
invés  de  investir  agressivamente.  Poderá  exprimir  de  modo  mais  claro,  suas  demandas  afetivas,  revelando  seus 
desejos. Ela passa a ser mais livre para desejar e afirmar sua identidade. Já com o adulto, o processo se inverte. Com 
o intuito de remanejar os mapeamentos psíquicos, a psicomotricidade relacional propõe num primeiro momento a 
des‐simbolização.  Trata‐se  de  uma  regressão  semiótica,  de  fazer  apelo  a  um  discurso  mais  icônico  e  indicial, 
deixando de lado os símbolos, sobretudo as palavras, pedindo ao adulto que não verbalize durante as vivências para 
depois dessa nova tradução intersemiótica do jogo simbólico, voltar‐se ao processo de simbolização e de re‐arranjo 
dos signos marcados que puderam se expressar intersemioticamente. Assim, novas formas relacionais poderão ser 
liberadas no discurso psicomotor, novas estratégias de relacionamento ganhariam novos mapeamentos e a angústia 
diminuiria, permitindo, assim, ações mais livres e autênticas. 
 
Fonte: CABRAL, S. V. Psicomotricidade Relacional: Prática clínica e escolar. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 2001, p. 23‐35. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Simbolismo lúdico.  Valor: 2,0 pontos 
 Processo do jogo simbólico com a criança.  Valor: 2,0 pontos 
 Processo do jogo simbólico com o adulto.  Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

O  exame  psicomotor  livre  é  utilizado  na  avaliação  psicomotora  clínica,  em  consultórios  para  o  diagnóstico  de 
crianças com possíveis dificuldades psicocorporais. Ele associa‐se ao exame psicomotor com provas padronizadas, 
devendo ser usado em um dia em que não se aplica mais testes no máximo apenas um desenho da figura humana 
ou da família, antes da observação do jogo livre. A criança deverá ser colocada diante de um conjunto de objetos e 
deverá ser sugerido a ela que brinque livremente, podendo realizar qualquer tipo de atividade. Os objetos para a 
realização deste exame deverão ter um caráter dinâmico e, assim, se tornando mediadores da relação.  Dentre os 
objetos  podem  utilizar‐se  bolas,  bambolês,  cordas,  algum  instrumento  de  percussão  como  flauta,  algum  jogo  ou 
quebra‐cabeça, como material mais estruturado, dentre outros. A atividade que a criança estabelece a partir desses 
objetos permite pôr em foco o investimento que ela faz do espaço dos objetos e dos seus movimentos, num tempo 
e  num  espaço  determinados,  além  de  levantar  pistas  sobre  a  relação  estabelecida  entre  ela  e  o  observador. 
Considerando  ainda  que  todo  o  elemento  observado  durante  esse  momento  nos  falará  do  modo  de  ser  e  de 
relacionar da criança, portanto, também é importante observar o conteúdo simbólico do jogo. A observação de sua 
performance  permite  confirmar  o  seu  estilo  psicomotor,  mais  hipercinético  ou  inibido,  revela  possíveis  atrasos 
motores para andar, correr, saltar ou utilizar a coordenação viso‐motora, além de se poder observar elementos dos 
tônus, como sincinesias e paratonias. De modo geral, o observador pode concluir diante do exame psicomotor livre 
que  os  elementos  que  foram  vistos  nos  exame  psicomotor  padronizado  vão  ser  observados,  agora,  em  situação 
livre.  Sendo  assim,  a  análise  de  tudo  o  que  foi  observado  irá  nos  ajudar  no  estabelecimento  do  diagnóstico 
psicomotor e a subsequente abordagem terapêutica de cada caso.   
 
Fonte:  CABRAL,  S.  V. Psicomotricidade  Relacional:  Prática  clínica e  escolar.  Rio  de  Janeiro:  Ed.  Revinter,  2001,  p. 
133, 136, 137. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Exame psicomotor livre.  Valor: 2,0 pontos 
 Objetivo da aplicação, direcionamento e objetos utilizados. Valor: 2,0 pontos 
 Observações realizadas e conclusões do observador. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA – PROVA DISCURSIVA  
 
CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS – CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA 
 
ESPECIALIDADE: PSICOPEDAGOGIA 
 
 
QUESTÃO 01 
 

Zona  de  Desenvolvimento  Proximal  (ZDP)  é  a  distância  entre  o  nível  de  desenvolvimento  real  e  o  nível  de 
desenvolvimento potencial. Para entender a relação entre desenvolvimento e aprendizagem, em Vygotsky, torna‐se 
necessária  a  compreensão  do  conceito  de Zona  de  Desenvolvimento  Proximal.  Segundo  este  autor,  a  Psicologia 
sempre esteve preocupada em detectar o nível de desenvolvimento real do indivíduo. Vygotsky aponta a existência 
de  um  outro  nível  de  desenvolvimento  – o  proximal  ou  potencial –  que,  tanto  quanto  o  nível  real,  deve  ser 
considerado  na  prática  pedagógica.  Quando  alguém  não  consegue  realizar  sozinho  determinada  tarefa,  mas  a  faz 
com a ajuda de outros parceiros mais experientes, está nos revelando o seu nível de desenvolvimento proximal, que 
já contém aspectos e partes mais ou menos desenvolvidas de instituições, noções e conceitos. Portanto, o nível de 
desenvolvimento  mental  de  um  aluno,  não  pode  ser  determinado apenas pelo  que  consegue  produzir  de  forma 
independente; é necessário conhecer o que consegue realizar, muito embora ainda necessite do auxílio de outras 
pessoas  para  fazê‐lo.  O  conhecimento  do  processo  que  a  criança  realiza  mentalmente  é  fundamental.  O 
desempenho correto nem sempre significa uma operação mental bem realizada. O acerto pode significar, apenas, 
uma  resposta  mecânica. Daí  a  importância  do  professor  conhecer  o  processo  que  a  criança  utiliza  para  chegar  às 
respostas.  Do  mesmo  modo,  conhecendo  esse  processo,  e  intervindo,  provocando,  estimulando  ou  apoiando 
quando a criança demonstra dificuldade num determinado ponto, torna‐se possível trabalhar funções que ainda não 
estão  de  todo  consolidadas.  Quando  não  consideramos  estas  funções  que  se  encontram  em  processo  de 
consolidação, deixamos de atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal. Através de experiências de aprendizagem 
compartilhadas,  atua‐se  nesta  Zona  de  Desenvolvimento  Proximal,  de  modo  que  funções  ainda  não  consolidadas 
venham a amadurecer. Para Góes  (1991:20), “a boa aprendizagem é aquela que consolida e, sobretudo, cria zonas de 
desenvolvimento proximal sucessivas”. Desta forma, verificamos o quanto a aprendizagem interativa permite que o 
desenvolvimento  avance.  Ressaltando  a  importância  das  trocas  interpessoais,  na  constituição  do  conhecimento, 
Vygotsky mostra, através do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, o quanto a aprendizagem influencia o 
desenvolvimento.  Em  relação  ao  conceito  de  ZDP,  este  traz  uma  série  de  implicações  para  a  prática  pedagógica, 
porque: 
 o processo de constituição de conhecimentos passa a ter uma importância vital e, portanto, deve ser considerado 
tão importante quanto o produto (avaliação final); 
 o papel do professor muda radicalmente a partir dessa concepção. Ele não é mais aquele professor que se coloca 
como  centro  do  processo,  que  “ensina”  para  que  os  alunos  passivamente  aprendam;  tampouco  é  aquele 
organizador de propostas de aprendizagem que os alunos deverão desenvolver sem que ele tenha que intervir; 
 nesta perspectiva rompe‐se com a falsa verdade de que o aluno deve, sozinho, descobrir suas respostas; de que a 
aprendizagem é resultante de uma atividade individual, basicamente interpessoal; 
 a  aprendizagem  escolar  implica  apropriação  de  conhecimentos,  que  exigem  planejamento  constante  e 
reorganização contínua de experiências significativas para os alunos; 
 a  reorganização  das  experiências  de  aprendizagem  devem  considerar  o  quanto  de  colaboração  o  aluno  ainda 
necessita  para  chegar  a  produzir  determinadas  atividades  de  forma  independente.  Desta  forma,  o  professor 
poderá avaliar, durante o processo, não somente o nível das propostas que estão sendo feitas, mas, sobretudo, o 
nível de desenvolvimento real do aluno – revelado através da produção independente – bem como seu nível de 
desenvolvimento proximal – onde ainda necessita de ajuda; 
 para que todo este processo tenha condição de se consolidar, o diálogo deve permear constantemente o trabalho 
escolar; para Vygotsky a linguagem é a ferramenta psicológica mais importante; 
 desta maneira, é possível verificar não apenas o que o aluno é num dado momento, mas o que pode vir a ser; e, 
 rompe‐se com o conceito de que as turmas devem ser organizadas buscando‐se uma homogeneidade. 
Fontes: Vygotsky L.: A formação social da mente. SP: Martins Fontes, 1987./ Pensamento e linguagem. SP: Martins 
Fontes, 1988. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Significado ZDP. Valor: 3,0 pontos 
 Implicações para prática psicopedagógica. Valor: 3,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 02 
 

A anamnese destaca‐se, pois seu objetivo é conhecer a história de vida da pessoa em avaliação. É um instrumento 
que  possibilita  a  dimensão  da  integração  do  passado,  presente  e  futuro  do  paciente  no  seio  da  família.  Na 
anamnese,  pretende‐se  colher  dados  significativos  sobre  a  história  do  sujeito  na  família,  agregando  seus 
acontecimentos  a  partir  da  sua  concepção  no  ventre  da  genitora,  consentindo  perceber  a  inserção  deste  na  sua 
família  e  a  influências  das  gerações  passadas  neste  núcleo  e  no  próprio.  Na  anamnese,  são  levantados  dados  das 
primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica, história da família nuclear, história das famílias 
materna e paterna e história escolar.  Através da anamnese, ressaltaremos a observação da família sobre a história 
da criança, seus preconceitos, expectativas, afetos, conhecimentos e tudo aquilo que é depositado sobre o sujeito. 
Consiste  em  entrevistar  o  pai  e/ou  a  mãe,  ou  responsável  para,  a  partir  daí,  extrair  o  máximo  de  informações 
possíveis sobre o sujeito, realizando uma posterior análise e levantamento do primeiro sistema de hipóteses. Para 
isto é preciso que seja muito bem conduzida e registrada.  A visão que a anamnese traz do paciente vem permeada 
por  preconceitos,  normas,  expectativas  da  circulação  dos  vínculos  afetivos  e  do  conhecimento,  dos  mitos,  dos 
medos,  além  do  peso  das  gerações  anteriores  que  é  depositado  sobre  o  sujeito  a  ser  investigado.  Segundo  a 
psicopedagoga  Weiss  (2012),  a  opção  por  um  modelo  de  entrevista  deve  estar  em  função  da  queixa  e  do  que  foi 
expresso  em  algum  tipo  de  contato  antes  da  primeira  sessão.  Ela  sugere  modos  de  realizar  a  primeira  consulta 
diagnóstica,  utilizando‐se  de tipos diferentes de entrevista: entrevista inicial de anamnese  com os pais, Entrevista 
Familiar  Exploratória  Situacional  (EFES),  primeira  entrevista  com  o  paciente,  Entrevista  Operativa  Centrada  na 
Aprendizagem (EOCA). Segundo Sara Paín  (1992), as provas projetivas auxiliam no diagnóstico psicopedagógico, pois 
permitem  a  avaliação  dos  conteúdos  manifestados  e  sua  relação  com  os  sentimentos  de  agressividade  ou  medo 
diante das situações apresentadas. Será vista o grau de recursos cognitivos que o paciente organiza para expressar 
suas emoções e seus afetos, diante do estímulo. E, ainda, a história vital nos permitirá “(...) detectar o grau de sua 
individualização que a criança tem com relação à mãe e a conservação de sua história nela”. 
 
 Fontes: 
 PAIN, Sara. Diagnóstico  e Tratamento dos Problemas de aprendizagem.  Porto Alegre, 1992. 
 Weiss, Maria Lucia L. Uma Visão Diagnóstica dos Problemas de Aprendizagem Escolar. 14ª Ed.  
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Importância da anamnese. Valor: 2,0 pontos 
 Pontos relevantes da  anamnese. Valor: 2,0 pontos 
 Modelos de anamnese. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 03 
 

O  Método  Clínico  Experimental  é  um  procedimento  para  investigar  como  as  crianças  pensam,  percebem,  agem  e 
sentem  a  natureza  e  o  universo.  Tem  como  essência  não  apenas  uma  entrevista,  mas  o  objetivo  investigativo  do 
experimentador e da sua interação com o sujeito. O Método Clínico Experimental apresenta‐se como possibilidade 
de  referência  teórica,  na  investigação  e  conhecimento  do  pensamento  da  criança  com  dificuldades  de 
aprendizagem,  na  avaliação  psicopedagógica.  É  um  procedimento  para  investigar  como  as  crianças  pensam, 
percebem, agem e sentem,  que procura descobrir o que não é evidente no que os sujeitos fazem ou dizem, o que 
está por trás da aparência de sua conduta, seja em ações ou palavras (Delval, 2002, p. 67.). A coleta e análise de dados, 
onde se acompanha o pensamento da criança, com intervenção sistemática, elaborando sempre novas perguntas a 
partir das respostas da criança e avaliando a qualidade e abrangência destas respostas, são de extremo valor neste 
método. Também se avalia a segurança que a criança tem sobre as suas respostas diante das contra‐argumentações. 
Jean  Piaget  descreve,  com  muita  aproximação  e  quase  precisão,  as  respostas  esperadas  para  cada  nível  de 
pensamento,  de  acordo  com  os  estágios  cognitivos.   Estabelece  as  possíveis  respostas  que  as  crianças  do  estágio 
pré‐operatório  darão  igualmente  às  dos  períodos  operatórios  concretos  e  formais  ou  hipotético‐dedutivos.  O 
estágio  cognitivo,  avaliado  de  forma  subjetiva,  mas  possibilitado  pela  riqueza  contida  nas  possibilidades  das 
respostas  da  criança,  e  a  sua  segurança,  ou  não,  diante  das  contra‐argumentações,  faz  do  método  clínico  um 
instrumento  confiável,  para  avaliar  o  estágio  cognitivo  das  crianças,  tanto  com  desempenho  adequado  nas 
atividades  educativas,  quanto  às  crianças  com  problemas  de  aprendizagem.  Não  há  resposta  certa  nem  errada.  A 
intenção  é  avaliar  o  nível  de  pensamento  da  criança.  A  atitude  do  entrevistador  é  flexível,  com  uma  interação 
adequada  com  a  criança,  feita  anteriormente,  de  forma  espontânea.  Jean  Piaget  elaborou  seu  método  clínico  de 
entrevistas  com  crianças  e  adolescentes  abordando  muitos  conceitos  sobre  física,  natureza,  matemática,  moral,  e 
mais uma série de conceitos que compõe o nosso conhecimento universal. A capacidade de aprendizagem humana 
é uma evidência. Compreender os estágios cognitivos da criança torna‐se um imperativo no fazer psicopedagógico. 
Esta criança é que integra os sistemas regulares de ensino e que compõe a grande massa promissora dos tempos 
futuros da nossa sociedade. Sociedade esta que, por sua vez, urge ser competente, aprendente, ativa, solucionadora 
das  questões  contínuas  que  se  perpetuam  no  viver  humano.  Saber  questionar  e  ouvir  a  criança,  perceber  qual 
entendimento  e  leitura  ela  faz  do  mundo  físico,  da  lógica  e  das  questões  morais,  em  conformidade  ao  Método 
Clínico de Jean Piaget, figura‐se como uma habilidade de avaliação rica, capaz de encaminhar o psicopedagogo para 
uma  conclusão  lógica  sobre  o  potencial  de  aprendizagem  da  criança  entrevistada.  A  criança  que  apresentar  uma 
defasagem  na  sua  aprendizagem  em  relação  ao  seu  grupo  pretenso  de  iguais  precisará  ser  compreendida  no  seu 
processo  de  pensamento.  Aplicar  com  ela  o  Método  Cínico  Psicogenético  possibilitará  investigar  o  seu  nível 
operatório,  para  que  sejam  ajustadas  as  propostas  de  ensino  às  suas  condições  reais  de  aprendizagem,  sem, 
contudo, perpetuar estas condições, pois a intenção é provocar a reflexão conduzindo à abstração reflexiva. Assim, 
instigar a criança e provocar os necessários desequilíbrios, lhe possibilitará a reflexão sobre novas formas de pensar 
a realidade e, em decorrência, a possibilidade de avançar seu nível operatório ou de abstração. Ao mesmo tempo 
em que o Método Clínico auxilia a compreensão do psicopedagogo sobre o nível cognitivo da criança na escola, este 
também poderá servir de análise sobre o pensamento da criança com déficit no desempenho escolar. Identificar o 
nível  de  pensamento  da  criança  estigmatizada  pelos  fracassos  escolares,  ou  dificuldades  de  aprendizagem 
possibilitaria  ao  psicopedagogo  atuar  no foco  da  dificuldade  da  criança,  que  seria  o seu  nível  de  pensamento 
incompatível com  o  nível  de  exigência  escolar.  A  criança  que  enfrenta  relações  tão  complexas  como  esta,  da 
ampliação do seu eixo social, precisará ser identificada nos seus estilos de pensamentos, sustentada por uma teoria 
rica e ampla, justificando a relação de ajuda do psicopedagogo na instituição escolar. Ao  tornarem‐se conhecidos os 
níveis de pensamento das crianças, e, ao relacioná‐los com a sua idade cronológica, e se estes estiverem defasados, 
pode‐se, na atuação psicopedagógica, interferir de forma específica, criando situações não propriamente de ensino, 
mas  de  busca  de  coerência  e desequilibração,  para  que,  ao  reorganizar‐se  internamente,  a  criança avance  no 
processo  de  pensamento  e  reflexão  sobre  a  realidade,  favorecendo  o  seu desenvolvimento  cognitivo  para  níveis 
operatórios subsequentes. Por estas razões que se atribui utilidade ao Método Clínico Psicogenético, como recurso 
investigativo do psicopedagogo sobre o nível de pensamento da criança, para que possa, com este conhecimento, 
reconhecer  uma  necessidade e,  com  experiências  e  provocações  dos  seus  equilíbrios,  desequilibrá‐los,  saindo 
daquele nível de conhecimento acomodado, fixo, possibilitando‐lhe o avanço para níveis superiores de pensamento. 
 
Fonte:  DELVAL,  Juan. Introdução  à  prática  do  Método  Clínico: descobrindo  o  pensamento  das  crianças.  Porto 
Alegre: Artmed, 2002, p. 267. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Significado Método Clínico Experimental. Valor: 2,0 pontos 
 Como se processa/características do Método Clínico. Valor: 2,0 pontos 
 Importância  do Método Clínico na avaliação psicopedagógica. Valor: 2,0 pontos 
 
 
QUESTÃO 04 
 

Estágio  sensório‐motor:  desenvolvimento  inicial  das  coordenações  e  relações  de  ordem  entre  as  ações,  início  de 
diferenciação entre os objetos e entre o próprio corpo e os objetos; aos 18 meses, mais ou menos, constituição da 
função simbólica (capacidade de representar um significado a partir de um significante). No estágio sensório‐motor 
o campo da inteligência aplica‐se a situações e ações concretas. (0 a 2 anos) 
 

Estágio  pré‐operatório:  reprodução  de  imagens  mentais,  uso  do  pensamento  intuitivo,  linguagem  comunicativa  e 
egocêntrica, atividade simbólica pré‐conceitual, pensamento incapaz de descentração. (2 a 6 anos) 
 

Estágio  operatório  concreto:  capacidade  de  classificação,  agrupamento,  reversibilidade,  linguagem  socializada; 
atividades realizadas concretamente sem maior capacidade de abstração. (7 a 11 anos) 
 

Estágios  das  operações  formais (11/12  anos  em  diante):  transição  para  o  modo  adulto  de  pensar,  capacidade  de 
pensar sobre hipóteses e ideias abstratas, linguagem como suporte do pensamento conceitual. 
 
Fonte: PIAGET, J.  Epistemologia Genética. Petrópolis: Vozes, 1993. 
 
TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS TÉCNICOS – 6,0 pontos 
 Citação dos estágios. Valor: 2,0 pontos 
 Explicação de cada estágio. Valor: 2,0 pontos 
 Citação exemplos. Valor: 2,0 pontos 
 
 
 

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