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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

MATHEUS FERNANDES DA CRUZ

CURVAS DE RESISTIVIDADE

CAÇAPAVA DO SUL
2018
MATHEUS FERNANDES DA CRUZ

CURVAS DE RESISTIVIDADE

Relatório da cadeira de Métodos


Elétricos do curso de Geofísica da
Universidade Federal do pampa.

Professor: Dr. Mario

CAÇAPAVA DO SUL
2018
RESUMO

O método da eletroresistividade usa correntes naturais do solo e artificiais


injetadas no solo, bem como a capacidade de polarização induzida das rochas,
para obter parâmetros sobre a distribuição da resistividade em subsuperfície,
sendo que para a representação dos valores de resistividade existe diversos
tipos de curvas, as quais ressaltam cada uma, aspectos diferentes sobre a
resistividade, sendo elas a Curva de Resistividade Aparente (CRA), Curva de
Resistividade Verdadeira (CRV), Curva de Dar Zarrouk (CDZ) e a Função
Característica (FC), sendo conhecidas como as quatro funções fundamentais. O
presente relatório ira tratar de uma breve introdução ao assunto das curvas de
resistividade, bem como ressaltar a sua dedução, representação e principais
aspectos.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Representação logarítmica de curvas de CRV para números de
camadas diferentes.....................................................................................................8

Figura 02 – Curvas de SEV para duas camadas. .....................................................9

Figura 03 - Curvas do tipo Q com e sem inflexão.....................................................9

Figura 04 - Curvas do tipo A com e sem inflexão....................................................10

Figura 05 – Exemplos superpostos de curvas teóricas de quatro camadas,


tomadas na correlação de Orellna-Mooney..............................................................10

Figura 06 – Diversas curvas de CRV de um único dado.........................................11

Figura 07 – Curvas de Dar Zarrouk dos três cortes representados na figura


06..................................................................................................................................12

Figura 08 – Representação usada para a definição dos parâmetros de Dar


Zarrouk.........................................................................................................................13

Figura 09 – Triangulo de anisotropia.........................................................................16

Figura 10 – Transformação de coordenadas S, T, para 𝝆𝒎 , 𝑨𝒛 ................................18

Figura 11 – Curvas básicos para o traçado de curvas de Dar


Zarrouk.........................................................................................................................22

Figura 12 – Funções características de Slichter em função de 𝝀−𝟏 para diferentes


cortes de duas camadas com 𝝆𝟏 = 1........................................................................27

Figura 13 – Superposição de CDZ e FC de um corte de duas camadas, 𝑬𝟏 =


𝟏, 𝝆𝟏 = 𝟏; 𝝆𝟐 = 𝟓. Abcissas: 𝑨𝒛, 𝝀−𝟏, Ordenadas: 𝝆𝒎 , 𝑵𝟐 ........................................28

Figura 14 – Superposição de CDZ e FC de um corte de três camadas, Corte a:


𝑬𝟏 = 𝟏; 𝑬𝟐 𝟓; 𝝆𝟏 = 𝟏; 𝝆𝟐 = 𝟎, 𝟐; 𝝆𝟑 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟓; Corte b: igual, porém 𝝆𝟑 = 𝟎..........28

Figura 15 – Princípio da equivalência na FC de Slichter, 𝑬𝟏 = 𝝆𝟏 = 𝟏; 𝝆𝟑 = 𝟏; Corte


a) 𝑬 𝟐 = 𝝆𝟏 ; 𝝆𝟐 = 𝟐𝟎; Corte b) 𝑬𝟐 = 𝟎, 𝟓; 𝝆𝟐 = 𝟒𝟎. 𝑻𝟐 = 𝟐𝟎 As curvas
praticamente se sobrepõem.......................................................................................31

Figura 16 – Representação logarítmica conjunta das curvas CRV, CDZ, FC e CRA,


para um corte de três camadas 𝑬𝟏 = 𝝆𝟏 = 𝟏 ; 𝑬𝟐 = 𝟐𝟎; 𝝆𝟑 = 𝟎. Em outros tipos de
cortes, especialmente os A, AA, etc.. a proximidade das três ultimas curvas é
maior. ...........................................................................................................................34
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................6

2. CURVA DE RESISTIVIDADE VERDADEIRA (CRV)......................................7

3. DAR ZARROUK: A AMIGUIDADE D PROBLMA INVERSO E AS CURVAS


DE DAR ZARROUK............................................................................................9

3.1. MORFOLOGIA DAS CURVAS DE SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL...9

3.2. AMBIGUIDADE DO PROBLEMA INVERSO..............................................11

3.3. PARÂMETROS E FUNÇÕES DE DAR ZARROUK..................................12

3.3.1 RESISTÊNCIA TRANSVERSAL UNITÁRIA ...........................................13

3.3.2 CONDUTÂNCIA LONGITUDINAL UNITÁRIA.........................................13

3.3.3 PSEUDO-ANISOTROPIA.........................................................................14

3.4. FUNÇÕES DE DAR ZARROUK.................................................................17

3.5 EQUAÇÕES GERAIS DAS CURVAS DE DAR ZARROUK.......................19

3.6 CURVAS DE DAR ZARROUK BÁSICAS....................................................21

3.7 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CDZ...................................................22

4. A FUNÇÃO CARACTERISTICA...................................................................23

4.2. PROPRIEDADES DA FUNÇÃO CARACTERISTICA................................25

5. CURVA DE RESISTIVIDADE APARENTE...................................................31

6. AS QUATRO FUNÇÕES FUNDAMETAIS....................................................34


7. REFERÊNCIAS.............................................................................................37
1. INTRODUÇÃO

A geofísica é uma ciência que estuda o interior da Terra de forma indireta


medindo o contraste de propriedades físicas da subsuperfície, para isso a
geofísica se utiliza de métodos de investigação, que são um conjunto de técnicas
realizadas para se obter informações do interior do planeta. Dentro dos métodos
geofísicos, existem os métodos elétricos que basicamente utilizam propriedades
elétricas do interior da Terra como base para a sua aplicação e dentro desse
método há o método da resistividade, que utiliza correntes geradas
artificialmente bem como correntes naturais e potencial de polarização para se
obter a distribuição da resistividade em subsuperfície. A representação dos
valores de resistividade pode ser na forma de curvas, sendo que cada curva
aborda aspectos diferentes sobre os parâmetros de resistividade, sendo elas a
Curva de Resistividade aparente CRA, a Curva de Resistividade Verdadeira
CRV, Curva de Dar Zarrouk CDZ e Função Característica FC.

6
2. CURVA DE RESISTIVIDADE VERDADEIRA (CRV)

Suponhamos um meio estratificado, composto por semi-espaços. O primeiro


deles, com condutividade nula, representaria a atmosfera terrestre. O segundo,
um meio heterogêneo, representando o terreno, composto de parcelas meio
homogêneas e isotrópicas, com extensão lateral indefinida e cuja suas
superfícies de separação são paralelas entre si, ou seja, são camadas plano
paralelas, com resistividades diferentes uma das outras.

Para caracterizar cada meio estratificado, basta saber a espessura 𝐸𝑖 e a


resistividade 𝜌𝑖 de cada meio, parcial isótropo de índice 𝑖, numerando de cima
para baixo, começando pelo meio contido no semi-espaço que representa a
atmosfera. Cada meio parcial é denominado de camada geoelétrica, a espessura
seria o limite ar-terra de cada uma das camadas. A especificação de espessuras
e resistividades de cada meio estratificado, recebe o nome de corte geoelétrico.
Um corte que é formado por n camadas necessita que se tenha o conhecimento
sobre n resistividade e n-1 espessuras ou n-1 profundidades, sendo que a ultima
camada denominada substrato tem sempre espessura infinita.

Os cortes geoelétricos podem se classificar segundo o número de camadas que


o formam. Para um uso mais comum e questões de estabelecer padrões, é muito
mais conveniente estabelecer um sistema de notação.

A notação é a seguinte:

a) Os cortes de duas camadas não levam nenhum símbolo especial.


Podendo ocorrer dois casos (𝜌1 > 𝜌2 ) 𝑒 (𝜌1 < 𝜌2 ).
b) São utilizadas letras latinas para a representação de quatro tipos de
curvas que são características para um corte de três camadas:
• 1. Tipo H: 𝜌1 > 𝜌2 < 𝜌3
• 2. Tipo K: 𝜌1 < 𝜌2 > 𝜌3
• 3. Tipo Q: 𝜌1 > 𝜌2 > 𝜌3
• 4. Tipo A: 𝜌1 < 𝜌2 < 𝜌3
c) Para cortes de 4 camadas existe uma distribuição em 8 grupos, que se
caracterizam-se como combinação dos anteriores. Para esses grupos,
considera-se as três primeiras camadas e se identifica a letra

7
correspondente, posteriormente se faz o mesmo com as três ultimas
camadas. Logo, o tipo de curva AA corresponde a combinação de
resistividade 𝜌1 < 𝜌2 < 𝜌3 < 𝜌4 , por exemplo. Os oito grupos são:
HK, HA, KH, KQ
QQ, QH, AK, AA
d) Para um corte de cinco ou mais camadas, se utiliza o mesmo método. Se
observa as três primeiras camadas, identifica sua letra e depois segue
para as camadas segunda, terceira, quarta, etc...

A seguir está representada uma imagem com as representações de distribuição


de resistividade, sendo o mesmo plotado sempre em escala logarítmica nos dois
eixos ortogonais. Tal saída gráfica em escala logarítmica é chamada de curvas
de resistividade verdadeira CRV:

Figura 01 – Representação logarítmica de curvas de CRV para números de


camadas diferentes.

8
3. DAR ZARROUK: A AMIGUIDADE D PROBLMA INVERSO E AS CURVAS
DE DAR ZARROUK

3.1. MORFOLOGIA DAS CURVAS DE SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL

Existe uma relação entre as curvas de resistividade aparente e as curvas de


resistividade verdadeira nos cortes que as correspondem. Se observar, desde
modo, que cada curva de resistividade aparente produziria a forma geral da CRV,
porem de maneira muito mais suavizada e sem a ocorrência de saltos. Logo, o
bloco elevado intermediário da CRV de um corte na representação K, se resume
em um máximo da resistividade aparente, e a zona afundada que existe na curva
CRV se resume em um corte H, que representaria um mínimo de resistividade
aparente. As figuras 2 a 5 mostram curvas de resistividade aparente que
correspondem a diversos tipos de cortes de duas a quatro camadas. Pode-se
observar que as camadas mais resistivas que as da sua vizinhança se resumem
por máximos, e as camadas mais condutoras, ou seja, menos resistivas por
mínimos, embora isso não ocorra sempre. No caso dos cortes A e Q (Figuras 3
e 4) a presença do escalão intermediário a resistividade se manifesta por uma
inflexão que é imperceptível quando a camada não tem espessura suficiente.

Figura 02 – Curvas de SEV para duas Figura 03 - Curvas do tipo Q com e sem
camadas. inflexão.

9
Figura 04 - Curvas do tipo A com e sem inflexão.

Figura 05 – Exemplos superpostos de curvas teóricas de quatro camadas, tomadas


na correlação de Orellna-Mooney.

Antigamente pensava-se que o estudo das coordenadas dos máximos, mínimos


e pontos de inflexão das curvas de resistividade aparentes era de importância
fundamenta, pois com elas poderiam se conhecer as espessuras e resistividades
das camadas do terreno. Porém, quando se realiza os cálculos com mais vigor

10
das curvas de resistividades aparentes se observa que a solução do problema
inverso da SEV não é única, pois os cortes com a aparência muito distinta
poderiam dar lugar a curvas que diferem entre si em menos do erro experimental
das medições em campo. Portanto, as posições dos pontos certos
característicos de uma curva de CRA, não pode servir para determinar os valores
únicos de espessuras e resistividades.

3.2. AMBIGUIDADE DO PROBLEMA INVERSO

É comum que o mesmo conjunto de observações geofísicas em campo resultem


em diversas soluções, ou seja, todo um domínio de soluções que são válidas. É
demonstrado que nos métodos geoelétricos as soluções são únicas, e que corte
de diferentes configurações produzem curvas de SEV diferentes. Um exemplo
de ambiguidade que pode-se observar na prática esta ilustrado na Figura 6.
Observa-se na figura, as representações das CRV de três cortes de quatro, cinco
e nove camada, respectivamente, sendo notável que as curvas se diferem. As
curvas de resistividade aparente que correspondem a estes três cortes diferem
entre si em menos de 5%, sendo a margem de erro admitida em campo, pois
são desconsideradas na prática. Logo, a interpretação de uma mesma curva
pode levar a cortes diferentes entre si. Esta ambiguidade poderia levar a
conclusões errôneas para o método da SEV. Porém, a diversidade de soluções
se transforma em imprecisão dos resultados se as funções resistividade-
profundidade se expressam em novas coordenadas denominadas pseudo-
profundidade e resistividade média. Essas novas coordenadas, recebem o nome
comum de funções de Dar Zarrouk, que são utilizadas (Figura 07) para
representar os cortes da figura 06. Como observa-se as novas curvas de Dar
Zarrouk distinguem-se muito pouco entre si.

Figura 06 – Diversas curvas de CRV de um único dado.

11
A ambiguidade, neste caso, aparece ao passar da curva de Dar Zarrouk a
espessuras e resistividades, pois erros pequenos na curva podem originar
alterações relativamente grandes nos parâmetros de espessura e resistividade.

Figura 07 – Curvas de Dar Zarrouk dos três cortes representados na figura 06

3.3. PARÂMETROS E FUNÇÕES DE DAR ZARROUK

A ambiguidade do problema inverso da SEV foi descoberta pela escola francesa


em um dos casos mais simples: Dados certas condições, em um corte de três
camadas do tipo K, poder-se-ia substituir a camada intermediária por outra com
espessura n vezes menor e resistividade n vezes maior, sem que a curva de
resistividade sofresse a menos de uma pequena mudança, inferior a margem de
erro instrumental, sendo este fenômeno conhecido como equivalência. Este
fenômeno levou ao geofísico francês Raimond Maillet a descoberta de certos
parâmetros e funções de importância fundamental para a teoria dos métodos

12
geoelétricos, tais parâmetros foram denominado pelo autor de parâmetros de
Dar Zarrouk.

3.3.1 RESISTÊNCIA TRANSVERSAL UNITÁRIA

Considera-se um meio estratificado, delimita-se no prisma reto de seção


quadrada, com eixo perpendicular a orientação das camadas de lado igual a
unidade de longitude (Figura 08), se o prisma for atravessado por uma corrente
elétrica que percorre o mesmo de maneira perpendicular a estratificação, as
diferentes camadas se comportariam como condutores em série, por que suas
resistências se somariam.

Figura 08 – Representação usada para a definição dos parâmetros


de Dar Zarrouk.

A resistência do tronco do prisma pertencente a cama i, será:

𝑙 𝐸𝑖
𝑅𝑖 = 𝜌𝑖 = 𝜌𝑖 = 𝜌𝑖 𝐸𝑖
𝑆 1 ×1

Esta multiplicação se chama se resistência transversal unitária, e embora Maillet


e seus colegas franceses o denominam por 𝑅𝑖 é geralmente usado a letra 𝑇:

𝑇𝑖 = 𝐸𝑖 𝜌𝑖 Eq. 01

13
O conjunto de n camadas corresponderá a resistência total

𝑇 = ෍ 𝐸𝑖 𝜌𝑖 Eq. 02
𝑖

As dimensões de 𝑇 são as de uma resistividade por uma longitude e sua unidade

no SI é o Ohm.m².

3.3.2 CONDUTÂNCIA LONGITUDINAL UNITÁRIA

Considerando a figura 08, suponhamos que a corrente percorre um sentido


paralelo a estratificação, deste modo a resistência do prisma de uma
determinada cama será, neste caso:

𝑙 1 𝜌𝑖
𝑅𝑖 ´ = 𝜌𝑖 = 𝜌𝑖 =
𝑠 𝐸𝑖 × 1 𝐸𝑖

Estas resistências não se somam, pois fluem de maneira paralela a


estratificação, deste modo, usando a física dos circuitos elétricos em paralelo
sabe-se que a soma deve ser feita de maneira inversa, deste modo tem-se
condutância, considerando o conjunto de n camadas do corte, a condutância
longitudinal unitária será:

𝐸𝑖 Eq. 03
𝑆=෍
𝜌𝑖
𝑖

3.3.3 PSEUDO-ANISOTROPIA

Considerando um número n de primeiras camadas de um corte geoelétrico.


Sendo E a espessura total do conjunto e T e S respectivamente sua resistência
transversal e sua condutância longitudinal. Para determinar um meio com as
mesmas características, porém, que seja homogêneo, é preciso exigir que a
resistividade média terá que ter só uma única camada de espessura E, de modo

14
que T seja a mesma para todo o conjunto. Pela definição de T, temos que as
correntes fluem de maneira perpendicular as camadas, chamando de 𝜌1 a
resistividade média ou equivalente.
Eq. 04
𝑇 = 𝐸ρ⊥

De maneira analógica, podemos definir uma resistividade longitudinal média 𝜌𝜇 ,


sendo que,

𝐸
𝑆= Eq. 05
𝜌𝜇

No caso de que 𝜌1 𝑒 𝜌𝜇 serem iguais, nos deparamos diante de um meio


homogêneo e isótropo com a mesma espessura E e com as mesmas
resistividades T e S. Se tal fato por verdade, deve cumprir que TS=E², que no
geral não ocorre, ou seja, o meio é homogêneo, mas não isótropo.

A pseudo-anisotropia pode ser expressa numericamente por:

𝜌⊥ Eq. 06
𝐴=ඨ
𝜌𝜇

Podendo também ser definida uma resistividade média que pode ser expressa
por:

𝜌𝑚 = ට𝜌⊥ 𝜌𝜇 Eq. 07

Logo,

𝜌⊥ = 𝐴 𝜌𝑚
Eq. 08
𝜌𝜇 = 𝜌𝑚 /𝐴

Portanto, se multiplicarmos por E as equações 08 levando em conta as equações


4 e 5, teremos:

𝑇 = 𝐴 𝐸 𝜌𝑚
Eq. 09
𝐴𝐸
𝑆=
𝜌𝑚

15
Essa expressão demonstra que um meio composto por uma configuração de
uma só camada de espessura AE e resistividade 𝜌𝑚 apresenta as mesmas
resistências T e S que o pacote de camadas originais. Portanto, para passar para
um meio homogêneo e isótropo com as mesmas resistências T e S de um
determinado pacote de camadas, é necessário alterar a espessura da proporção
A, se o objetivo é conservar T, S e E, o meio equivalente apresenta a anisotropia.
Portanto, o produto AE se denomina por Maillet de pseudo-espessura. Por meio
destas deduções, pode-se descrever o triangulo de anisotropia, levando um
sistema de coordenadas logarítmicas, os valores de A e AE nas abcissas e os
valores de 𝜌𝜇 , 𝜌⊥ 𝑒 𝜌𝑚 na ordenada. Podendo então, se determinar um triangulo
isósceles JHZ:

𝐽: (𝐸, 𝜌⊥ )
𝐻: (𝐸, 𝜌𝜇 )
𝑍: (𝐴𝐸, 𝜌𝑚 )

Figura 09 – Triangulo de anisotropia.

A denominação do vértice H se dá por ponto de Hummel, e o Z ponto de Dar


Zarrouk.

16
3.4. FUNÇÕES DE DAR ZARROUK

Anteriormente, foi considerado cada camada como uma unidade indivisível que
respeitava o calculo de T e de S, mas estas duas propriedades podem ser
determinadas também para as profundidades intermediárias. Caso a espessura
das n primeiras camadas é 𝑧𝑖 , e sua resistência transversal e condutância
longitudinal são 𝑇𝑖 𝑒 𝑆𝑖 dentro dos limites de profundidade da camada i+1 se tem
que:

𝑇 = 𝑇𝑖 + (𝑧 − 𝑧𝑖 ) 𝜌𝑖+1
𝑧 − 𝑧𝑖 Eq. 10
𝑆 = 𝑆𝑖 + ቆ ቇ
𝜌𝑖+1

Sendo assim, os parâmetros T e S que se era considerado único para um


número inteiro de camadas, se transforma em funções de z definidas para
qualquer valor z > 0. Estas tais funções 𝑇 = 𝑇(𝑧) e 𝑆 = 𝑆(𝑧) podem ser
consideradas como as equações paramétricas de uma curva 𝑆 = 𝑆(𝑇).

Pelas equações 9, podemos chagar à,

1
𝐴𝑧 = (𝑇𝑆)2
1
Eq. 11
𝑇 2
𝜌𝑚 = ൬ ൰
𝑆

Logo, dado um corte geoelétrico, podemos calcular os valores de T e S que


correspondem a cada profundidade z, e a partir disso, usando as equações 11,
a pseudo-profundidade 𝐴𝑧 e a resistividade média 𝜌𝑚 correspondentes a cada
profundidade. Ou seja, que para cada parte do terreno compreendida entre a
superfície e qualquer profundidade z corresponderá uma pseudo-espessura
𝐴𝑧 (𝑧) e uma 𝜌𝑚 (𝑧). Tais funções podem ser consideradas como as equações
paramétricas de uma curva 𝜌𝑚 = 𝜌𝑚 (𝐴𝑧 ), que é chamada de curva de
resistividade média, a qual é denominada, curva de Dar Zarrouk, pois depende
das funções T(z) e S(z) e porque ambas admitem representação gráfica,
podendo ser comprovado, representando a função 𝜌𝑚 = 𝜌𝑚 (𝐴𝑧 ) em
coordenadas cartesianas logarítmicas. Pegando um mesmo sistema de
𝜋
coordenadas logarítmico e com a mesma origem, porém girado de .
4

17
Figura 10 – Transformação de coordenadas S, T, para 𝜌𝑚 , 𝐴𝑧 .

Esses novos eixos são chamados de x e y. Então conhecendo as propriedades


geométricas simples, que a escala logarítmica é

𝜋 𝜋 1
𝑠𝑒𝑛 = 𝑐𝑜𝑠 =
4 4 √2

Pode se escrever que

1 1
log 𝑌 = (log 𝐴𝑧 + log 𝜌𝑚 ) = log (𝐴𝑧 . 𝜌𝑚 ) =
ඥ2 ඥ2
Eq. 12
1
1 𝑇 12
log ൬𝑇𝑆 . ൰ = log 𝑇
ඥ2 𝑆 ඥ2

Portanto, as coordenadas dos pontos a curva 𝜌𝑚 = 𝜌𝑚 (𝐴𝑧 ) nos novos eixos são
1
os logaritmos dos valores correspondentes de T e S com módulo do que se
√2

utiliza nos eixos iniciais. Esta é a representação que justifica o nome das curvas
de Dar Zarrouk dado as de resistividade média. A CDZ é de grande importância
na teoria e prática das SEV.

18
3.5 EQUAÇÕES GERAIS DAS CURVAS DE DAR ZARROUK

Consideramos meio estratificado com uma profundida arbitrária z, que


corresponde ao interior de uma camada com resistividade 𝜌. Sejam, T e S os
valores das funções de Dar Zarrouk para z. Sendo x e y as coordenadas do ponto
correspondente no gráfico logarítmico, se espera, segundo a equação 11 que

1
𝑥 = ln 𝐴𝑧 = (ln 𝑇 + ln 𝑆)
2 Eq. 13
1
𝑦 = ln 𝜌𝑚 = (ln 𝑇 − ln 𝑆)
2

Fazendo − se as devidas operações matemáticas deduz-se que

2 𝑇
𝑑𝑦 𝑆𝜌2 − 𝑇 𝜌 − 𝑆 𝜌2 − 𝜌𝑚 2
𝜌2 − 𝑒 2𝑦 Eq. 14
= = = =
𝑑𝑥 𝑆𝜌3 + 𝑇
𝜌2 +
𝑇 𝜌2 + 𝜌𝑚
2 𝜌2 + 𝑒 2𝑦
𝑆

Que representa a equação diferencial do arco da CDZ correspondente a uma


camada de resistividade 𝜌.

A interpretação desta equação é muito simples, pois as variáveis x e y são


separáveis diretamente

𝜌2 + 𝑒 2𝑦
𝑑𝑥 = 𝑑𝑦
𝜌2 − 𝑒 2𝑦

Logo

𝜌2 + 𝑒 2𝑦
𝑥+𝐾 =න 𝑑𝑦
𝜌2 − 𝑒 2𝑦

Chamando 𝑒 𝑦 = 𝑤 temos

𝜌2 + 𝑤 2 𝑑𝑤
𝑥+𝐾 =න 2
𝜌 − 𝑤2 𝑤

𝑤
𝑥 + 𝐾 = ln
𝑤 2 − 𝜌2

Ou seja,

19
𝑤 𝑒𝑦
𝐶𝑒 𝑥 = =
𝑤 2 − 𝜌2 𝑒 2𝑦 − 𝜌2 Eq.15

Que é uma equação geral buscada para a CDZ, expressada em função das
distancias lineares x e y medidas sobre o gráfico logarítmico. Passando a
antilogaritmos resulta em

𝜌𝑚
𝐶(𝐴𝑧) = 2 Eq.16
𝜌𝑚 − 𝜌2

Existem algumas propriedades interessantes das CDZ:


a) Nos pontos da CDZ que correspondem ao contato entre duas camadas
contínuas a pendente tem os valores distintos. Esta propriedade se
deduz-se diretamente da equação 14 e equivale a dizer que a CDZ é
composta de tantos arcos como camadas tenha o corte, os quais se unem
em pontos angulosos.

b) Se a cama considerada é a ultima do corte, vai tender a infinito. Si a


camada não for a última, o arco correspondente coincide com o do caso
anterior até atingir a profundidade z do contato com a camada seguinte.

c) Quando o corte se reduz a uma única camada de resistividade uniforme,


a CDZ correspondente se reduz a uma reta paralela ao eixo das abcissas.

d) Se, como é consumável fazer, se normaliza o corte, tomando-se


espessura e a resistividade igual a unidade, o arco correspondente para
esta primeira camada é a semi-reta 𝜌𝑚 = 1 limitada pela direita pelo ponto
(𝐴𝑧) = 1.

e) Quando alguma camada é perfeitamente isolada, o arco correspondente


da CDZ é um semi-reta de pendencia +1 que corta o eixo 𝜌𝑚 = 1 em um
ponto de abcissa igual a S, somada das condutâncias de todas as
camadas anteriores.

20
f) Quando no corte existe uma camada perfeitamente condutora, essa
corresponde na CDZ uma semi-reta de pendência -1, que passa pelo
ponto de abcissa T do eixo 𝜌𝑚 = 1 sendo T uma soma das resistências
transversais das camadas anteriores.

g) Se (Az) cresce indefinidamente, o denominador da equação 16 tende a


zero. Isso quer dizer que a ordenada do arco CDZ que corresponde a uma
camada determinada, tende a resistividade da camada, se este tiver uma
espessura finita, ,mas se interrompe no ponto anguloso correspondente
ao contato entre a camada considerada e a imediatamente inferior, já que
cada ponto de uma CDZ não depende da parte do corte inferior à
profundidade z ao qual o ponto corresponde.

h) O fato de que cada arco de CDZ tem uma assíntota, horizontal peo direita,
se deduz-se que os arcos ascendentes tenham concavidade para baixo e
os descendentes para cima.

i) A constante C é função das coordenadas (𝐴𝑧)𝑖 e 𝜌𝑚𝑖 do ponto anguloso


em que se inicia o arco.

𝜌𝑚𝑖 1
𝑐𝑖 = 2
.
𝜌𝑚𝑖 − 𝜌𝑖2 + 𝑖 (𝐴𝑧)𝑖 Eq.17

3.6 CURVAS DE DAR ZARROUK BÁSICAS

As CDZ possuem uma propriedade muito interessante: todos seus arcos são
segmentos de uma das duas curvas fundamentais. Cada arco de DZ depende
de dois parâmetros: A resistividade 𝜌 da camada a ser considerada e da
constante C, que é uma função do conjunto de camada anteriores a ela. Logo,
todos os arcos para qual o parâmetro C tem o mesmo significado podem ser
obtidos a partir de um arco multiplicando C ou 𝜌, ou ambos, por fatores positivos
adequados. Se multiplicar-se C por um fator qualquer a > 0 o arco de DZ se move
no gráfico logarítmico na direção paralela ao eixo AZ, desde que u=ln a

21
𝑒𝑦
(𝐶𝑎)𝑒 𝑥−𝑢 = Eq.18
𝑒 2𝑦 − ρ2

Por outro lado, qualquer valor de 𝜌 poderá ser obtido sempre a partir de um valor
inicial desta magnitude, multiplicando por um fator conveniente b,

𝑥−𝑊
𝑒 𝑦+𝑊
𝐶𝑒 = Eq.19
2
𝑒 2(𝑦+𝑊) − (𝜌 𝑏)

Esta equação corresponde a mesma curva inicial desprezando a distancia W na


direção do eixo de ordenada y-W e na direção do eixo de abcissa. Acontece
então, que a variação dos parâmetros, sem mudança de significado, não muda
a forma da curva. Logo, existe só dois tipos de arcos na CDZ, que correspondem
respectivamente, ao caso de C positiva e C negativa. Os casos em que algum
arco é linear correspondem as assíntotas da curva geral.

3.7 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS CDZ.

A CDZ correspondente a um corte geoelétrico determinado pode-se ser


calculado por 𝜌𝑚 𝑒 𝐴𝑧 para uma série e valores de z, mas é mais conveniente
e rápido o emprego de um método que é baseado na propriedade demonstrada
anteriormente. Para a aplicação do método é necessário dispor de das curvas
básicas de DZ ascendentes e decrescentes, assim como das retas S e T de
pendências respectivas +1 e -1. O princípio do método é que cada arco de DZ é
determinado se conhecer-se um ponto dele, que pode ser o inicial, e a
resistividade 𝜌𝑖 da camada correspondente.

Figura 11 – Curvas básicos para o traçado de curvas de Dar Zarrouk.


22
Normalizando as espessuras e resistividades, dividindo-os respectivamente pela
espessura e resistividade da primeira cama, o primeiro arco da CDZ será uma
semi-reta 𝜌𝑚 = 1 com sua origem no ponto de abcissa 𝐴𝑧 = 1. Sendo este o
começo do segundo arco, a qual é obtido calculando uma das curvas básicas, a
ascendente 𝜌2 > 𝜌1 ou a descendente se 𝜌2 < 𝜌1 , de modo que sua assíntota
horizontal coincida com 𝜌2 .

4. A FUNÇÃO CARACTERISTICA
A importância da função característica está em que seu conhecimento é
necessário para o calculo da curva de resistividade aparente correspondente a
cada meio estratificado. Embora dada as espessuras e resistividades que
definem o meio, é determinada a função característica, há vários modos de
expressa-la algebricamente. Roman (1963) efetuou uma análise comparativa de
alguns desses modos. A maioria dos autores consideram separadamente a
solução fundamental para meio homogêneo, e só utilizam a parte da função
característica que corresponde ao potencial perturbador devido a presença de
mais de uma camada.

𝐾𝑒 −𝜆𝐸 𝐾𝑒 −2𝜆𝐸
1+2 = 1 + 2
𝑒 𝜆𝐸 − 𝐾𝑒 −𝜆𝐸 1 − 𝐾𝑒 −2𝜆𝐸

A fração depois do coeficiente 2 é a FC utilizada por Stefanesco, que


corresponde ao potencial perturbador, e que é denominado por 𝑁𝑛´ . No caso geral
de n camadas,

1 + 2𝑁𝑛´ = 𝑁𝑛 Eq.20

Onde 𝑁𝑛 é a FC completa.

4.1. A FUNÇÃO CARACTERISTICA DE SLICHTER

Como se foi dito, a FC inclui a solução fundamental e se expressa na função dos


fatores de reflexão K e de exponenciais das espessuras. Já se é sabido sua

23
expressão para duas camadas (Eq. 07). Para um corte de três camadas ou mais,
pode-se calcular por meio de um algoritmo de Sunde (1949) em que se parte do
fator de reflexão 𝐾𝑛−1 correspondente as duas ultimas camadas, e se segue
calculando sucessivamente expressões 𝐿1 , 𝑀1 , … , 𝐿𝑖 , 𝑀𝑖 , até chegar a 𝑀𝑛−1 = 𝑁𝑛 .

𝜌𝑛 − 𝜌𝑛−1
𝐿1 = = 𝐾𝑛−1
𝜌𝑛 + 𝜌𝑛−1

1 + 𝐿1 𝑒 −2𝜆𝐸𝑛−1
𝑀1 =
1 − 𝐿1 𝑒 −2𝜆𝐸𝑛−1

...........................................

𝜌𝑛−𝑖+1 𝑀𝑖−1 − 𝜌𝑛−𝑖


...........................................
𝐿𝑖 =
𝜌𝑛−𝑖+1 𝑀𝑖−1 + 𝜌𝑛−𝑖

1 + 𝐿𝑖 𝑒 −2𝜆𝐸𝑛−𝑖
𝑀𝑖 =
1 − 𝐿𝑖 𝑒 −2𝜆𝐸𝑛−𝑖 Eq.21

............................................

𝜌2 𝑀𝑛−2 − 𝜌1
𝐿𝑛−1 =
𝜌2 𝑀𝑛−2 + 𝜌1

1 + 𝐿𝑛−1 𝑒 −2𝜆𝐸1
𝑀𝑛−1 = −2𝜆𝐸1
1 − 𝐿𝑛−1 𝑒

Os passos 𝐿𝑖 , 𝑀𝑖 podem ser combinados em um só, sendo representado por 𝑅𝑖

𝑅𝑖+1𝜌𝑖+1 + 𝜌𝑖 𝑇ℎ𝐸𝑖 𝜆
𝑅𝑖 = Eq.22
𝜌𝑖 + 𝑅𝑖+1𝜌𝑖+1 𝑇ℎ𝐸𝑖𝜆

Expressão semelhante a de Koefoed (1979). Se n é os números de camadas, se


começa por 𝑅𝑛 = 1 e se continua rebaixando o índice até 𝑅1 = 𝑁𝑛 .

As expressões para 𝑁𝑛 na forma de Slichter cumprem as seguintes condições:

24
a) 𝑁𝑛 tem a forma do coeficiente entre duas somas de términos do tipo

± 𝐾𝑖 𝐾𝑗 … 𝑒 −2𝜆(𝐸𝑙+𝐸𝑚+… )

Onde

𝜌𝑖+1 − 𝜌𝑖
𝐾𝑖 = Eq.23
𝜌𝑖+1 + 𝜌𝑖

b) O número de términos do numerador, igual ao do denominador é 2𝑛−1

sendo n o número de camadas do corte.

c) Os términos do numerador estão sempre afetados pelo sinal positivo.

d) Os términos do denominador são os mesmos do numerador, mas a

metade deles tem o sinal negativo, sendo positivos os restantes. Os

términos negativos são os que contém um número ímpar de 𝐾𝑖 .

4.2. PROPRIEDADES DA FUNÇÃO CARACTERISTICA

A FC de Slichter, assim como suas derivadas de King e de Vanyan possuem


propriedades muito interessantes que se assemelham a 𝜌𝑚 (𝐴𝑧) ou a curva DZ,
as quais aparecem na FC de Stefanesco. Para que esta semelhança ressalte, é
necessário tomar como variável independente da representação gráfica, não 𝜆
mas seu inverso 𝜆−1 que tem as dimensões de uma longitude. Estas
propriedades são as seguintes:

a) Assíntotas:

Se na expressão da FC de King para duas camadas, considerada como


função de 𝜆

𝜌2 + 𝜌1 𝑇ℎ𝐸𝜆 Eq.24
𝑁2 (𝜆) =
𝜌1 + 𝜌2 𝑇ℎ𝐸𝜆

Se fazer o 𝜆 → 0 chega-se
Eq.24
25
𝜌2
lim 𝑁2 (𝜆) =
𝜆→0 𝜌1

𝜆→∞
Eq.25
lim 𝑁2 (𝜆) = 1
𝜆→∞

Já que

lim 𝑇ℎ 𝑥 = 0 𝑙𝑖𝑚 𝑇ℎ 𝑥 = 1 Eq.26


𝜆→0 𝜆→∞

De forma geral,

𝜌𝑛
lim 𝑁𝑛 (𝜆) = 1 lim 𝑁𝑛 (𝜆) = Eq.27
𝜆→∞ 𝜆→0 𝜌1

Na figura 12 está representada a função 𝑁2 (𝜆−1 ) para 𝜌1 = 1 e diversos valores


de 𝜌2 em escalas logarítmicas. Na figura 12 é feita a superposição da CDZ e FC
para um corte de duas camadas. Como pode-se notar, as duas funções são
muito semelhantes. Esta aproximação entre a CDZ e a 𝑁𝑛 (𝜆−1 ) de um mesmo
corte também pode-se notar na figura 14, com dois exemplos para cortes de três
camadas. Em um deles, onde 𝜌3 = 0 as duas curvas coincidem praticamente
para abcissas grandes.

Convém considerar com detalhe este caso em que a resistividade da ultima


camada seja nula, e sua correlação de resistividade infinita. Se normalizar as
resistividades do corte dividindo todas elas pela primeira camada de modo que
pode-se considerar 𝜌1 = 1 e podendo 𝜌𝑛 = 1 se tem, para valores grande de 𝜆−1

𝑇1
𝑁2 (𝜆−1 ) = 𝑇ℎ𝐸𝜆 ≅ 𝐸𝜆 = Eq.28
𝜆−1

Já que 𝑇1 = 𝐸𝜌1 = 𝐸 , e por outro lado


1 2 2 Eq.29
𝑇ℎ 𝑥 = 𝑥 − 𝑥+ 𝑥 −⋯
3 15
lg 𝑁2 (𝜆−1 ) = lg 𝑇1 − lg(𝜆−1 ) Eq.30

26
𝜌2 = 0

Esta reta é uma aproximação de 𝑁2 (𝜆−1 ) que difere dela menos quanto maior
seja 𝜆−1, diferença que tende a zero para 𝜆−1 → ∞.

Figura 12 – Funções características de Slichter em função de 𝜆−1 para diferentes cortes de


duas camadas com 𝜌1 = 1.

27
Figura 13 – Superposição de CDZ e FC de um corte de duas camadas, 𝐸1 = 1, 𝜌1 = 1; 𝜌2 = 5.
Abcissas: 𝐴𝑧, 𝜆−1, Ordenadas: 𝜌𝑚 , 𝑁2 .

Figura 14 – Superposição de CDZ e FC de um corte de três camadas, Corte a: 𝐸1 = 1; 𝐸2 5; 𝜌1 =


1; 𝜌2 = 0,2; 𝜌3 = 0,005; Corte b: igual, porém 𝜌3 = 0

Semelhante, para 𝑁3 (𝜆−1 ) com 𝜌3 = 0 e 𝜌1 = 1, tem-se que

𝜌3 𝑇ℎ𝐸1 𝜆 + 𝜌22 𝑇ℎ𝐸2 𝜆 𝐸1 𝜆 + 𝜌2 𝐸2 (𝑇1 + 𝑇2 )


𝑁3 (𝜆−1 ) = ≅ = Eq.31
𝜌2 + 𝜌22 𝑇ℎ𝐸1 𝜆 . 𝑇ℎ𝐸2 𝜆 1 + 𝜌2 . 𝐸1 𝜆 . 𝐸2 𝜆 1 + 𝜌2 𝑇1 𝑇2 𝜆2

28
𝑇1 + 𝑇2 Eq.32
lim 𝑁3 (𝜆−1 ) =
𝜆→0 𝜆−1
Tirando o logaritmo,
lg 𝑁3 ( 𝜆−1 ) = lg(𝑇1 + 𝑇2 ) − lg 𝜆−1

Sendo

𝑇 = ෍ 𝑇𝑖
𝑖

No caso de que 𝜌2 → ∞ com resistividades normalizadas 𝜌1 = 1 se tem


1 1 𝜆−1 𝜆−1
lim 𝑁2 (𝜆−1 ) = ≅ = =
𝜌2 →∞ 𝑇ℎ𝐸𝜆 𝐸𝜆 𝐸1 𝑆1
𝜌1

No caso de três camadas com 𝜌1 = 1 , 𝜌3 → ∞

𝐸1 𝐸2 2
1 +
−1
𝜌2 + 𝑇ℎ𝐸1 𝜆 . 𝑇ℎ𝐸2 𝜆 𝜌2 + 𝐸1 𝜆 . 𝐸2 𝜆 𝜌1 𝜌2 𝜆 𝜆−1
lim 𝑁3 ( 𝜆 ) = ≅ = ≅
⬚ 𝑇ℎ𝐸3 𝜆 + 𝜌2⬚ 𝑇ℎ𝐸1 𝜆 𝐸2 𝜆 + 𝜌2⬚ 𝐸1 𝜆 𝐸2 𝐸1 𝑆1 + 𝑆2
𝜌2 𝜆 + 𝜌1 𝜆

Para 𝜆 pequena. Ao aplicar os logaritmos resulta, respectivamente,


lg 𝑁2 ( 𝜆−1 ) = lg(𝜆−1 ) − lg 𝑆1
𝜆 →0

𝜌3 → ∞

lg 𝑁3 ( 𝜆−1 ) = lg(𝜆−1 ) − lg(𝑆1 + 𝑆2 )

E em geral
𝜆−1
lim 𝑁𝑛 (𝜆−1 ) =
𝑆
lg 𝑁𝑛 ( 𝜆−1 ) = lg(𝜆−1 ) − lg 𝑆⬚

𝜆 →0

𝜌𝑛 → ∞

29
Significa que as FC de cortes com 𝜌𝑛 → ∞ , 𝜌1 =1 te tem em sua representação
logarítmica, uma assíntota linear de pendencia +1, que corta o eixo das abcissas
no ponto 𝜆−1 = 𝑆 sendo S a condutância longitudinal de todas as camadas do
corte exceto a última, esta assíntota coincide com o último arco da
correspondente CDZ.

b) Princípio da Equivalência:

Na função característica se compre o princípio da equivalência, ou seja, que


cortes diferentes podem ter funções características muito próximas entre si. Isso
corre, como nas CDZ, quando uma camada do corte tem pequenas sua S ou T.
Então, pode-se modificar sua espessura e resistividade, de modo que não variem
respectivamente, a T ou a S sem que a função característica experimente uma
mudança apreciável. Isso se ilustra no exemplo da figura 15 em que se
representam FC correspondentes a dois cortes equivalentes em T e cuja
diferença, inferior a 1% é impercebível no gráfico.

c) Funções Características de cortes recíprocos.

A função característica, como a CRV e a CDZ, cumprem a lei da simetria de


cortes recíprocos. A FC de Slichter para um corte de n camadas pode ser escrita
na forma

𝐻+𝑃
𝑁𝑛 (𝜆) =
𝐻−𝑃

Onde os símbolos H e P representam somas de términos do tipo

𝐾𝑖 𝐾𝑗 … 𝑒 −2𝜆𝑅

Sendo impar o numero de fatores K nos términos de P e par nos de H. Para


passar a FC do corte recíproco do dado, terá que substituir cada resistividade
pela sua inversa, com o que muda de significa as K em virtude de sua definição,
sendo que as exponenciais não sofrem variação, pois só dependem das
espessuras. Por outro lado, se determinar 𝑁 ´ (𝜆) a FC do corte recíproco do dado,
temos,

𝐻+𝑃
𝑁 ´ (𝜆) = = 𝑁 −1 (𝜆)
𝐻−𝑃

30
As funções 𝑁(𝜆) 𝑒 𝑁 ´ (𝜆) são por outro lado recíprocas e em sua representação
gráfica em escala logarítmica em função de 𝜆−1 originam curvas simétricas entre
si.

d) Continuidade:

Se existe alguma resistividade do corte que é infinita, a FC cresce


indefinidamente para 𝜆 → 0 e as camadas seguintes não se refletirá nos valores
da função. Fora deste caso, a FC é contínua e limitada, pois o denominador não
pode anular-se nunca, enquanto que os numeradores estão limitados, por ser
constantes as resistividades, e as tangentes hiperbólicas menores ou iguais a
unidade. Pensando de maneira análoga, pode-se aplicar a primeira derivada de
𝑁𝑛 (𝜆) com o mesmo resultado. Por outro lado, a representação logarítmica de
𝑁𝑛 (𝜆−1 ) é uma curva suave, sem pontos angulosos característicos da CDZ.

Figura 15 – Princípio da equivalência na FC de Slichter, 𝐸1 = 𝜌1 = 1; 𝜌3 = 1; Corte


a) 𝐸 2 = 𝜌1 ; 𝜌2 = 20; Corte b) 𝐸2 = 0,5; 𝜌2 = 40. 𝑇2 = 20 As curvas praticamente se
sobrepõem

5. CURVA DE RESISTIVIDADE APARENTE


As funções até agora consideradas, e suas curvas respectivas (CRV, CDZ, FC),
expressam propriedades intrínsecas do corte elétrico considerado. Pelo
contrário, a curva de resistividade aparente

𝜌𝑎 = 𝜌𝑎 (𝜌1, 𝜌2 … . , 𝐸1 , 𝐸2 , … 𝑟)

Não só depende dos dados que especificado o corte considerado, mas também
do tipo do dispositivo elétrico com o qual é efetuado as medições.

31
Esta curva representa graficamente, numa escala logarítmica, a solução do
problema direto, isto é, dado um corte geoelétrico, expressa a série de valores
da resistividade aparente que será obtida com um dispositivo determinado
eletrodo de comprimento crescente, localizado acima do corte.

̅̅̅̅
𝐴𝐵
A variável independente de tais curvas é o parâmetro = 𝑂𝐴 que representa
2

a distancia do centro do par MN ao eletrodo A, e que se designa po r na equação



𝜌𝑎 (𝑟) = 𝜌1 𝑟 2 න 𝑁𝑛 (𝜆)𝐽1 (𝜆𝑟)𝜆 𝑑 𝜆
0

Para o estudo das propriedades desta função, é conveniente realizar uma mudança de
variabilidade. Se faz 𝜆𝑟 = 𝑤 , por r ser constante na equação tem-se que,
𝑤 𝑑𝑤
𝜆= ; 𝑑𝜆 =
𝑟 𝑟
Então
∞ ∞
𝑤 𝑑𝑤
𝜌𝑎 (𝑟) = 𝜌1 𝑟 2 න 𝑁𝑛 (𝑤, 𝑟) 𝐽𝑖 (𝑤) = 𝜌1 න 𝑁𝑛 (𝑤, 𝑟)𝑤 𝐽𝑖 (𝑤)𝑑𝑤
0 𝑟 𝑟 0

A FC de King poderá agora ser constituída por términos na forma

𝐸𝑘 𝑤 𝐸𝑙 𝑤
𝜌𝑖 𝜌𝑗 … 𝑇ℎ 𝑇ℎ
𝑟 𝑟

𝑁𝑛 (𝑤, 0) = 1

𝜌𝑛
lim 𝑁𝑛 (𝑤, 0) =
𝑟→∞ 𝜌1

Com esta base, pode demostrar algumas propriedades das CRA para SEV tipo
Schlumberger.

a) Continuidade.

Sempre que as resistividades do corte são infinitas, a função 𝜌𝑎 (𝑟) é continua.


De fato, nessas condições, o FC é limitada e pode escolher arbitrariamete uma
quantidade A não superada por 𝑁𝑛 em ninhm ponto do intervalo (0,∞ ); logo
𝑁𝑛 (𝑤, 𝑟)𝑤𝐽𝑖 (𝑤) < 𝐴𝑤𝐽𝑖 (𝑤)

32

න 𝐴𝑤𝐽𝑖 (𝑤)𝑑𝑤 < 𝐴
0

Por se cumprirem as condições de La Vallée-Poussin para a convergência


uniforme de r. e isso
feita e a continuidade do integrando, produto de funções contínuas,
a continuidade anunciada da função é 𝜌𝑎 (𝑟). Falta base, portanto, a opinião, muito estendida
ao tempo recente, que as CRA apresentam saltos ou descontinuidades para
certas r distâncias ligadas por relações simples com as profundezas as camadas.

b) Assíntotas Horizontais

A função 𝜌𝑎 (𝑟) tende respectivamente para 𝑟 → 0 , 𝑒 𝑟 → ∞ nos mesmos limites


𝜌1 𝑒 𝜌𝑛 que a CDZ e a FC. Ao fazer r=0 se tem 𝑁𝑛 (𝑤, 0) = 1, e então


𝜌𝑎 (0) = 𝜌1 න 𝑤 𝐽𝑖 (𝑤) 𝑑𝑤 = 𝜌1
0

Quando 𝑟 → ∞, tem-se que,


𝜌𝑛
lim 𝜌𝑎 (𝑟) = 𝜌1 න 𝑤 𝐽𝑖 (𝑤) 𝑑𝑤 = 𝜌𝑛
𝑟→∞ 0 𝜌1

Por outro lado, a CRA tem duas assíntotas horizontais ordenadas 𝜌1 𝑒 𝜌𝑛 ,


respectivamente para 𝑟 → 0 , 𝑒 𝑟 → ∞ na representação logarítmica.

c) Fracasso da lei de simetria de recortes recíprocos:

A Vimos que as CRV, CDZ e FC, na sua representação logarítmica eles foram
transformados em sua simetria em relação ao eixo das abcissas y = 1 quando
as resistividades foram alteradas por seus valores recíprocos. Nas curvas de
resistividade aparente, deseja-se cumprir este princípio. Para isso acontecer, a
CRA para duas camadas, por exemplo 𝜌2 = 5 𝑒 𝜌2 = 0,2 não são simétricos a
respeito do eixo 𝜌𝑎 = 1, O primeiro ascende gradualmente, sem mudança
brusca de curvatura, enquanto a segunda desce rapidamente e, passando por
um cotovelo, leva uma tendência quase horizontal.

33
6. AS QUATRO FUNÇÕES FUNDAMETAIS
Estas curvas são referidas para meios estratificados e são as seguintes: CRV
(curva de resistividade verdadeira), a CDZ ( curva de Dar Zarrouk), a FC ( função
característica de Slichter e suas equivalentes). A semelhança entre essas
funções resulta em sua representação logarítmica em que se supões que as
resistividades sejam normalizadas dividindo-as pôr a da primeira camada e
tomando esta pela unidade, 𝜌1 = 1 , mas esta restrição, embora cômoda, não é
necessária.
As principais propriedades dessas funções e suas representações logarítmicas
são as seguintes:

Figura 16 – Representação logarítmica conjunta das curvas CRV, CDZ, FC e CRA, para um
corte de três camadas 𝐸1 = 𝜌1 = 1 ; 𝐸2 = 20; 𝜌3 = 0. Em outros tipos de cortes,
especialmente os A, AA, etc.. a proximidade das três ultimas curvas é maior.

34
a) Curva de Resistividade Verdadeira

Expressa diretamente a resistividade e espessura de cada camada. Sua


representação em um gráfico na escala logarítmica tem forma escalonada; a
função 𝜌(𝑧) e sua primeira derivada são descontínuas nos valores de z
correspondentes aos contatos. Aos valores 𝜌𝑖 = 0 𝑒 𝜌𝑖 = ∞ correspondem a
semi-retas paralelas ao eixo das ordenadas, cumprindo a lei da simetria.

b) Curvas de Dar Zarrouk

Representa a variação da resistividade média em função da função da pseudo-


profundidade. Seu gráfico logarítmico é composto de uma série de arcos cujos
pontos de união são angulosos. A função é continua, mas não sua derivada. Aos
valores 𝜌𝑖 = 0 𝑒 𝜌𝑖 = ∞ correspondem a semi-retas de pendencia respectivas -1
e +1 cujas intersecções com o eixo 𝜌𝑚 = 1 são os valores T ou S do conjunto de
camadas anteriores. As camadas seguintes a que possui um desses valores
limites não se refletem na curva. Cada arco tende assintoticamente a
resistividade da camada correspondente. A posição no gráfico do ponto que
corresponde a profundidade z não depende da parte do corte inferior dessa
profundidade. Se aplicam o princípio da equivalência e a lei da simetria.

c) Função Característica

Expressa as condições de contorno do problema direto. Seu gráfico em função


de 𝜆−1 ´continua, assim como sua derivada. Em os casos de 𝜌𝑖 = 0 𝑒 𝜌𝑖 = ∞ tem
por assíntotas as semi-retas de DZ indicadas mais acima. As camadas seguintes
mão se refletem na curva. Exceto neste caso, a posição de cada ponto depende
de toda a distribuição de resistividades no corte, embora algumas podem
influenciar mais que outras, são validos os princípios da equivalência e a lei da
simetria.

d) Curva de Resistividade Aparente

Representa os resultados de uma SEV efetuado sobre um dado corte. Seu


gráfico 𝜌𝑎 (𝑟) é contínua, assim como sua derivada. Quando 𝜌𝑖 = ∞ a curva tem
por assíntota a mesma de FC do corte. As camadas seguintes a uma
resistividade nula ou infinita não influenciam na curva. Fora dessas
circunstancias todas das resistividades influenciam mais ou menos em cada

35
ponto. Quando a malha final é ascendente, tem sempre o mesmo
comportamento assintótico. Se aplica o princípio da equivalência, mas não a lei
da simetria.

Referências sobre continuidade não se aplicam ao ponto de infinito no eixo das


abscissas, pois as curvas acima mencionadas são descontínuas quando alguma
resistividade é nula ou infinita.

36
7. REFERÊNCIAS

ORELLANA, Ernesto. Prospeccion Geoelectrica en corriente continua. 2. ed.


España: Paraninfo, 1972. 545 p.

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