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O estágio supervisionado: contribuições acerca da formação do

futuro educador

Aline Clissiane Ferreira da Silva – UEM


a.clissiane@gmail.com

RESUMO: O estágio supervisionado é uma disciplina comum a todos os cursos de


licenciatura. Tem por objetivo promover o primeiro contato com o ambiente de
ensino-aprendizagem simultaneamente com as discussões que o contexto acadêmico
permite. Além disso, permite que o primeiro contato com o ambiente profissional seja
mediante orientação de uma professora, o que torna o primeiro contato do futuro
educador mais suave, ou seja, possíveis de reflexões e direcionamentos. A prática aqui
apresentada, caracterizada como relato de experiência, mostra o objetivo inicial do
projeto pedagógico bem como o percurso em que foi direcionado. Ao término do
trabalho é possível identificar fatores que comprovam a eficiência da disciplina bem
como da orientação e de documentos como os planejamentos e relatórios, de modo a
comprovar os resultados obtidos por meio da prática pedagógica.

PALAVRAS-CHAVES: ESTÁGIO. ORIENTAÇÃO. PLANEJAMENTO.

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por finalidade explanar sobre a importância do estágio


na formação acadêmica. Com base na experiência adquirida durante a prática
pedagógica na Escola Municipal Olga Aiub Ferreira do município de Maringá, serão
apresentados os planejamentos aplicados durante as aulas de modo a evidenciar o
percurso que as aulas proporcionaram à aula de música.
Nesse sentido é importante discorrer sobre a disciplina de estágio. Segundo
Buchmann, “a importância do estágio no processo formativo de educadores deve-se as
suas inúmeras possibilidades de contribuição para a formação de professores”
(BUCHMANN; BELLOCHIO, 2007,p. 2). Além disso, a discussão sobre as atividades
práticas realizadas por acadêmicos e sob orientação no decorrer de sua formação
profissional é um assunto que tem “permeado muitos encontros de profissionais da
área de Educação Musical” (MATEIRO, 2006, p. 15).
Vários autores falam sobre esse assunto (MATEIRO, 2006; SOUZA, MATEIRO,
2006; PICONEZ, 1991) e apesar das definições se mostrarem um pouco divergentes é
possível identificar uma concordância no que diz respeito a importância de tal
experiência para a formação acadêmica. Para Mateiro (2006) o estágio “é considerado
como um espaço que possibilita ao estudante, futuro professor, observar, analisar,
atuar e refletir sobre as tarefas características de sua profissão” (MATEIRO, 2006, p.
17).
Souza, Mateiros e outros autores (2006) discutem no artigo intitulado “As
interpretações da legislação: o estágio curricular em música nas universidades
brasileiras” sobre a política educacional aplicada para a disciplina de estágio de
diversas universidades. Após realizar a pesquisa e analisar os resultados, as autoras
apresentam algumas considerações. Segundo as autoras, o espaço mais utilizado entre
as universidades analisadas, para aplicação do estágio é a escola pública, ou seja, “a
escola pública aparece como opção comum em todos os currículos para a realização
de, pelo menos, 50% das horas do estágio” (SOUZA et all, 2006, p. 50).
Para Piconez (1991) “o contexto relacional entre prática-teoria-prática
apresenta importante significado na formação do professor, pois orienta a
transformação do sentido da formação do conceito de unidade, ou seja, da teoria e
prática relacionadas e não apenas justapostas ou dissociadas” (PICONEZ, 1991, p. 16).
Tendo em vista o modelo que o estágio de seguido e as discussões que cercam
esse tema é possível ainda dizer que o estágio, em suma, se justifica pela importância
que exerce ao oferecer um campo de trabalho para o futuro professor estando este
ainda em processo de formação, podendo refletir sobre sua prática dentro do meio
acadêmico.
Em continuidade deste assunto está a importância da orientação na ação
pedagógica do futuro professor. A experiência em sala de aula poderia acontecer
depois da formação do educador, logo, o que valida o estágio é a orientação que este
apresenta, vinda de um professor que irá, embasado em discussões bibliográficas e a
partir da própria experiência orientar seu educando em como conduzir suas aulas.
Sobre a orientação na formação do futuro educador, Fialho (2006) diz que esse
“caracteriza-se como parte fundamental do processo de formação docente em
música” (FIALHO, 2006, p. 53). Segundo Fialho, a orientação
Constitui-se na reflexão conjunta na qual o professor orientador
conduz o licencuiando a considerar e refletir sobre sua prática
pedagógico-musical a partir de outros ângulos de visão. É o momento
em que o professor orientador sugere, mobiliza saberes e
conhecimentos adquiridos na universidade e fora dela, acena para o
licenciando e o orienta. Confronta a teoria com a prática, analisa a
atuação pedagógica à luz das teorias e constrói novas teorias junto
com o aluno estagiário. (FIALHO, 2006, p. 53).
Visto que o educando estará confrontando com, na maioria das vezes, sua
primeira experiência dentro do contexto de ensino, é evidente que muitas das
situações que poderiam ser justificadas na teoria passem despercebido. Nesse sentido,
Fialho (2006) aponta que “a relação entre estagiário e orientador caracteriza-se por ser
uma relação de cumplicidade, parceria e, sobretudo, comprometimento com a prática
pedagógica” (FIALHO, 2006, p. 63).
As orientações se mostram como um olhar externo capaz de captar a postura
do grupo em que se está trabalhando bem como do estagiário e, a partir de sugeridas
reflexões, propor mudanças a fim de melhorar o processo. Fialho (2006) afirma que “é
comum os alunos estagiários ficarem paralisados frente aos desafios de ordem social
que se apresentam em vários locais de estágios” (FIALHO, 2006, p. 55). É nesse sentido
que a prática pedagógica durante o processo de formação do educador se mostra
eficiente, pois é frente a esses desafios que o futuro educador, a partir da orientação,
irá se desenvolver.
Outro fator característico do estágio é a supervisão dos planejamentos e
relatórios. “Os estudos sobre o planejamento didático surgiram na década de 70 com
as pesquisas na área sobre o pensamento dos professores” (MATEIRO; TÉO, 2003,
p.89).
O planejamento é entendido como um material produzido por um profissional
que pretende elaborar a sua ação pedagógica. O relatório é um documento que
permite compreender as situações e contextos específicos em que se está atuando,
contribuindo blablamente para a composição do planejamento.
O relatório, segundo Mateiro e Téo (2003)
possibilitam, também, um olhar externo acerca do estágio a parir de
um ângulo extremamente rico, onde a fusão das angústias e
satisfações, desencontros e acertos, resulta em um documento cuja
riqueza e importância são inesgotáveis para estudos que cercam o
tema do estágio supervisionado (MATEIRO e TÉO, 2003, p.94).
Considerando a importância de todos os elementos mencionados (estágio,
orientação e planejamentos) será apresentado o percurso que as aulas de música
seguiram, de acordo com a análise dos planejamentos e relatórios.

O CAMINHO PERCORRIDO DURANTE A PRÁTICA PEDAGÓGICA

A proposta inicial do projeto

foi de construir instrumentos musicais a partir de materiais


alternativos. Por meio da metodologia embasada no tripé apreciação,
execução e criação pretendia-se trabalhar um caminho para a
manipulação de materiais e confecção de instrumentos. A partir
desses instrumentos iríamos, por meio da execução, desenvolver
conteúdos musicais tais como melodia, ritmo, timbre, altura,
duração, intensidade e timbre (SILVA, 2012, p.)
Os instrumentos que estavam planejados basicamente seriam: flauta doce de
pvc, flauta de água e chocalho. Entretanto, pretendia-se construir mais instrumentos
de acordo com as propostas do grupo.

As aulas que iniciaram o estágio ficaram focadas na socialização com o grupo


por meio de atividades que permitiriam ao aluno expressar suas habilidades no que diz
respeito aos parâmetros da música. Como primeiro contato, os alunos se mostraram
curiosos com a aula de música, e portanto demonstraram certo receio, como se
estivessem esperando qual conteúdo seria passado a eles e como esse conteúdo seria
passado a eles.
A partir do momento em que a turma se ‘acostumou’ com a prática
pedagógica, iniciaram os comportamentos reais. Apenas nesse momento pude
conhecer a turma, já que só estão se mostravam a vontade, e pude constatar que se
tratava de um grupo com dificuldade de concentração e que apresenta bastante
indisciplina.
No que diz respeito à indisciplina, Joe relata que “não se trata apenas de uma
ampliação quanto à intensidade de manifestação. A indisciplina escolar apresenta,
atualmente, expressões diferentes, é mais complexa e criativa”, e parece aos
professores mais difícil de equacionar e resolver de um modo efetivo” (JOE, 1999,p.
103).
Para dar continuidade nas aulas, foram planejados sequencias de atividades
mais diversificadas, que exigissem maior atenção do aluno para que esse não tivesse
tempo de se desvincular da aula que estava sendo executada.
Houve determinada mudança no que diz respeito ao comportamento dos
alunos. Embora não estivessem todos participando integralmente da aula, a maioria já
se mostrava bastante participativa.
Para ‘alcançar’ os alunos que ainda não estavam engajados, foi proposto que
toda a turma fizesse uma composição a partir do gênero musical mais contemplado
entre o grupo: o RAP. Foram feitas algumas considerações sobre o RAP com o objetivo
de contextualizar a turma no conteúdo que estaria pela frente. O tema da composição
foi o ambiente de estudo em que eles estão inseridos.
Para dar início a composição dos versos propus que os aluno dissessem
situações que eles gostariam de contemplar na escola. Várias frases foram sugeridas e
na maioria delas se mostravam de caráter bastante violento.
Foi com o objetivo de não se desapropriar totalmente da sugestão dos alunos
que propus uma reflexão a partir das ideias por eles lançadas. Nessa situação, os
alunos se mostraram totalmente engajados, na perspectiva de poder expressar o que
pensavam, com palavras que lhes cabiam e com ideias que faziam parte do dia a dia
deles.
O rap segundo Fialho, “o rap é um estilo musical que tem ocupado um espaço
significativo na vida do jovem contemporâneo. Esse estilo tem estado presente na
escola por meio dos alunos que o consomem e o produzem” (FIALHO, 2009, p. 77)
As aulas que se seguiram objetivavam a estruturação da letra bem como a
execução desta. Por meio deste “material didático” (a composição dos alunos) foi
possível trabalhar, entre os elementos da música, principalmente o ritmo e a dicção.
Considerando que o objetivo inicial do projeto se constituía em construir
instrumentos musicais, foi pensado que, agora, em que a turma já se encontra mais
envolvida com a aula de música, poderíamos retomar o tema e introduzir os
instrumentos.
Considerando o pouco tempo disponível, não foi possível trabalhar a
construção de instrumentos com os alunos dentro da sala de aula. Entretanto, foram
levados para os alunos materiais não convencionais que foram utilizados como
instrumentos percussivos. Inicialmente, os materiais foram distribuídos apenas para
alguns alunos e, posteriormente, de acordo com a exigência dos alunos em tocar
algum instrumento, foram introduzidos os demais materiais sonoros.

CONCLUSÃO

A prática pedagógica no contexto escolar durante o período de formação


acadêmica foi de suma importância. As dificuldades encontradas durante as aulas são
inúmeras e seria praticamente impossível de realizar tal trabalho sem a orientação de
uma professora. Além disso, as discussões, em grupo os em encontros individuais,
promovidos pela orientadora foram de extrema importância. Durante essas discussões
foi-me propiciado a oportunidade de ouvir como era vista a minha postura enquanto
educadora e a partir de então buscar meios para modificar com a finalidade de
melhorar a ação pedagógica.
Os relatórios são documentos que orientam a composição do planejamento.
Esses documentos se mostraram de suma importância, uma vez que, em várias vezes
pude constatar determinados comportamentos no momento de escrita que não teria
identificado, caso me restringisse somente à memória.
Outro fator que influencia no andamento e nos resultados das aulas de estágios
é o contato com o corpo docente bem como toda a direção da escola. A relação com o
corpo docente e demais agentes da escola contribui para que ações musicais possam
acontecer com mais facilidade. Nesse sentido, também se mostra importante manter a
professora titular da sala de aula informada dos objetivos que se pretende alcançar
para que essa possa ter compreensão do conteúdo a ser trabalhado.
O desvio de rota (SILVA, 2012), em relação ao projeto inicial, foi bastante aceito
pela orientadora bem como pelos alunos, sendo outro fato de importância relevante.
Penso que se houvesse a imposição de se trabalhar a construção de instrumentos,
mesmo se o devido interesse por parte dos alunos, não haveria resultados musicais tão
significativos. Além dos resultados musicais, pude perceber também resultados sociais,
uma vez que as discussões acerca dos anseios dos alunos em relação ao ambiente
escolar puderam gerar reflexões positivas.

REFERÊNCIAS

BUCHMANN, Letícia; BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro. O estágio supervisionado na


formação inicial em música: um estudo na UFSM. In: Anais Associação Brasileira de
Educação Musical, 2007.

FIALHO, Vania; ARALDI, Juciane. Fazendo rap na escola. Música na educação básica.
Porto Alegre, v. 1, n. 1, outubro de 2009.

MATEIRO, Teresa. A prática de ensino na formação dos professores de música:


aspectos da legislação brasileira. In: MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jussamara. Práticas de
ensinar música. Editora Sulina, Porto Alegre, 2006.

MATEIRO, Teresa; TÉO, Marcelo. Os relatórios de estágio dos alunos de música como
instrumento de análise dos processos de planejamento. Revista da ABEM, Porto
Alegre, v. 9, 89-95, 2003.

PICONEZ et all. A prática de ensino e o estágio supervisionado. Papirus Editora,


Campinas, SP, 1991.

SILVA, Aline Clissiane Ferreira da. Indisciplina na aula de Música. Anais Encontro
regional sudeste da ABEM. São Paulo – SP, 2012.

SOUZA, Jussamara; BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro et all. As interpretações da legislação:


o estágio curricular em música nas universidades brasileiras. In: MATEIRO, Teresa;

SOUZA, Jussamara. Práticas de ensinar música. Editora Sulina, Porto Alegre, 2006.

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