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Série Guerreiros de Zorn

02— O Sequestro de Casey

DISPONIBILIZAÇÃO: SORYU.
TRADUÇÃO: SUSANA.
EQUIPE DE REVISÃO: YASMIM, RUTE GONTIJO, SOO JEONG.
REVISÃO FINAL: KINHA.
LEITURA FINAL E FORMATAÇÃO: KINHA.
RESUMO

Tudo o que Casey queria era evitar ser presa pelas falsas
acusações de seu persistente ex-namorado. Correr pelo bosque para
escapar dos dois policiais parecera um excelente plano até que a
apanharam. Pensando que tudo tinha terminado, esperava ouvir o barulho
das algemas, mas em vez disso, o que escutou foi um rugido.
Um homem enorme, alto e musculoso veio para salvá-la. Ela
estava sendo resgatada pelo "Pé Grande" e ele era a coisa mais sexy que já
tinha visto. A atração entre eles foi instantânea e depois de passar algum
tempo juntos, Casey queria leva-lo para casa e ficar com ele. Mas havia
alguns problemas com esse plano. Ele não era a criatura legendária, e
definitivamente não era humano. Argernon era um guerreiro Zorn. Embora
tivessem um objetivo em comum: ele também queria leva-la para casa e
mantê-la. Só que em outro planeta

INFORMAÇÃO DA SÉRIE:
01 – A Mulher de Ral – Distribuído
02 – O Sequestro de Casey – Distribuído
03— Tentando Rever– Leitura Final
04— A Promessa de Berrr – Revisão Final
Capítulo Um.

— De jeito nenhum. — Casey olhou os dois policiais parados


junto ao seu carro. — Dom pode ir para o inferno.
Ben Harst suspirou.
— Depois da semana passada conhece o procedimento,
Casey. Não oponha resistência. Dom só quer falar com você, não há
razão para se preocupar. Não queremos ter que imobilizá-la para te
levar à cidade algemada, outra vez. — O homem se afastou da
viatura de patrulha, que bloqueava seu carro no meio-fio, olhando
para Casey em seu alpendre. — Só venha, pacificamente, conosco.
Greg Barrow assentiu solenemente.
— Dom não lhe fará mal. Terminou com Donna e só quer
falar com você. Isso é tudo.
O medo subiu pela coluna vertebral de Casey. Donald Hass
era o xerife da cidade, com quem tinha rompido há seis meses
quando descobriu que a tinha enganado. Na semana anterior tinha
mandado seus policiais prendê-la. Dom quase a tinha violentado
quando lhe disse que não voltaria para ele. Se ela não tivesse gritado
para chamar a atenção, não tinha dúvidas de que ele não se deteria.
Dom não ia pôr as mãos em cima dela outra vez. O sujeito estava
louco.
— Deixem-me em paz. Sabem que ele me atacou. Diabos,
Ben. — Seu olhar se fixou nele. — Você correu para seu escritório
quando gritei. Ele tinha me imobilizado sobre a mesa com minhas
mãos algemadas nas costas e estava abaixando meus jeans. Eu não
o quero, nunca voltarei com ele. Esse idiota precisa de um psiquiatra.
— Ele disse que estavam fazendo brincadeiras amorosas. De
qualquer forma, não quero detalhes de sua vida sexual pervertida.
— Vida sexual pervertida? — Olhou boquiaberta a Ben. — O
imbecil tentou me estuprar. Me prendeu sem motivos só porque não
consegue aceitar um não como resposta. Talvez você tenha se
esquecido das leis quando se tornou um policial, mas é ilegal obrigar
alguém a fazer sexo. Não pode me levar a ele.
— Sinto muito. — Greg suspirou. — Temos ordens para
prendê-la.
— Sob que acusação? — Retrocedeu mais alguns metros. —
Não podem me prender sem acusação por algum crime.
Greg e Ben se entreolharam, e depois Ben olhou para ela.
— Chutou-o na semana passada e ele a quer que a
prendamos por agressão.
A surpresa se refletiu no rosto de Casey.
— Estava tentando me defender para que deixasse de
baixar a minha calça.
— Pois bem. — Anunciou Greg. — Essa é a acusação. Agora,
venha aqui, Casey. Leremos seus direitos e a algemaremos
delicadamente. Sabe que Dom esquecerá o caso se o escutar.
— Não.
Ambos se aproximaram do alpendre. O terror invadiu Casey.
Iriam prendê-la, de verdade. Depois da semana anterior, sabia do
que Dom era capaz de fazer. Desta vez, tinha certeza de que
afastaria seus policiais para que ninguém pudesse salvá-la. Fugiu
para dentro de casa e virou a chave na fechadura. Casey se
perguntava se realmente invadiriam sua casa para prendê-la.
Esperava que não.
Um dos policiais tateou a maçaneta da porta, deu-se conta
de que estava trancada quando não girou em sua mão.
— Casey, abra a porta ou a derrubaremos. Seu carro não irá
à parte alguma. Não tem como escapar. Sabe que voltará com ele. —
Disse Ben
— Não, não voltarei. — Gritou Casey e recuou mais. —
Agora sei que Dom é um idiota. Ele pode ir para o inferno.
O medo a atravessou quando um deles chutou a porta com
força. Escutou a madeira ranger, mas aguentar. Correu através da
sala de estar e quando chegou à cozinha a porta da frente foi
quebrada. O ódio por Dom a percorria dos pés a cabeça. Não era
divertido ter que estar grudada ao traseiro dele.
O que tinha visto nesse filho da puta... Ah sim, pensou, era
isso: tinha uns olhos doces que podia enfeitiçar a uma freira até
deixá-la em roupa intima, mas os encantos de Dom morreram para
ela quando a enganou.
Correu para os degraus do alpendre de trás. Tinha vivido
nesse bosque fechados toda sua vida e correu até ele a toda
velocidade. Se só pudesse descer pelo rio, sabia que não seriam
capazes de encontrá-la. Dezenas de esconderijos passaram por sua
cabeça.
Ouviu o som de botas nos degraus do alpendre atrás dela.
Ter um metro e sessenta e cinco não era vantagem para ela em uma
corrida veloz, quando todo mundo era mais alto e tinha as malditas
pernas longas. Decidiu que correr a toda velocidade não era seu forte
enquanto se esquivava das árvores, para evitar se chocar contra elas.
Ben amaldiçoou enquanto corria com Greg, que respirava com
dificuldade enquanto a perseguia.
Um deles agarrou-a por seu comprido cabelo castanho
escuro, como se fosse uma corda. Casey gritou de dor enquanto a
puxavam bruscamente para trás para detê-la. Sentiu um corpo mais
pesado a golpear pelas costas quando Ben não pôde parar a tempo,
assim, os três caíram de cara no chão, em um monte.
Ben não era um policial em boa condição física, era mais do
tipo "amante de donuts", por isso, quando aterrissou sobre ela, seu
corpo a esmagou com força suficiente para lhe tirar o ar dos pulmões.
A dor deslizou por todo seu corpo quando o homem mudou de
posição sobre ela. Alguém a agarrou pelo pulso, prendendo-o
dolorosamente atrás de suas costas.
— Maldita seja. — Ofegou Ben. — Fez com que a
perseguíssemos.
Levando ar a seus pulmões, Casey gritou. Conseguiu libertar
sua mão do aperto de Ben enquanto lutava para escapar. O policial
amaldiçoou quando Casey lhe acertou o rosto com a mão livre. Outro
grito dilacerador saiu dela enquanto ambos a agarravam
imobilizando-a na terra sobre seu ventre.
— Deixe de lutar, droga. Não nos obrigue a machucá-la. —
Gritou Greg enquanto a agarrava pelo pulso usando seu joelho para
empurrar o quadril dela contra o chão.
A dor a fez gritar de novo. O joelho a comprimia
dolorosamente enquanto ele punha todo o peso do corpo sobre sua
bunda. Ela viu quando Greg pegava as algemas. Um movimento atrás
dele atraiu sua atenção nessa direção, e o assombro a fez deixar de
lutar quando um homem enorme saiu caminhando das árvores.
Não, pensou ela.
Ele se aproximou. O cabelo comprido e negro caía
desordenadamente até a cintura. Era enorme. A maior parte de seu
corpo, muito bronzeado, estava coberta por couro negro. O cabelo
cobria parte de suas feições, e com a cabeça inclinada, não podia ver
bem seu rosto. Ele se movia rápido, mas ela não podia perder aquele
corpo escultural e sua mente lutava para processar a visão na frente
dela.
O material ajustado que cobria o estranho se colava sobre
seu corpo revelando ombros largos e braços realmente musculosos, o
traje destacava seu peito enorme e sua cintura estreita. Coxas
grossas e musculosas eram exibidas em uma calça que se estreitava
até suas panturrilhas, presas em pesadas botas tipo: ―chuta
traseiros‖¹, que pareciam feitas para causar sérios danos.
Um rugido atravessou o bosque.
Isto fez Casey, Ben e Greg saltarem de susto. Os dois
policiais ainda não tinham olhado para trás deles, por isso Casey foi a
única que viu aquele homem enorme se aproximando. Estava quase
em cima deles antes que o rugido irrompesse através do bosque. Ben
e Greg se viraram, olhando para seu pior pesadelo, pouco antes do
homem os agarrar com suas enormes mãos.
O corpo de Ben foi, literalmente, atirado contra uma árvore.
O homem imenso lançou o policial obeso a uns três metros como se
fosse um brinquedo. Ben bateu com um estralo e um forte gemido,
que fez Casey tremer, enquanto ele desabava no chão. Sua perna se
mexeu, mas ele não se levantou.
O estranho levantou Greg pelo peitilho de sua camisa.
Casey se voltou para ver o policial pendurado pela mão do
desconhecido. O homem de cabelo comprido rosnou forte mostrando
dentes afiados. Um grito agudo saiu de Greg, fazendo-o soar como
uma garotinha assustada.
Uma Casey atônita observava a cena que se desenrolava
diante dela. Greg tinha uns um metro e oitenta três de altura. E
homem que o agarrava o tinha levantado quase quinze centímetros
do chão, pondo-os cara a cara.
O estranho rosnu ferozmente para Greg antes de jogá-lo
longe, mandando-o para o chão com um grunhido. Casey não virou a
cabeça para ver como Greg estava, o terror a manteve olhando
fixamente para o homem gigante parado de frente pra ela.
Ela conseguiu ter uma visão melhor do rosto dele quando
ele olhou para baixo. Não era exatamente um homem. Ele era um
macho, soube imediatamente, mas o que a surpreendeu foi o fato de
que não era completamente humano. Este ser tinha um nariz mais

¹Kick-ass: no sentido literal é “chutar a bunda”, sinônimo de “dar uma surra”. Mas é usada também
como gíria: “detonar”, “arrasar”. Então, quando algo é realmente muito bom, incrível, formidável,
impressionante... É kick-ass. Os Zorn são completos e perfeitos kick-ass, ou seja, “Fodões”...hehehe...
amplo e largo do que de qualquer pessoa que ela já tinha visto. Seus
lábios eram grossos e separados por dentes ameaçadores que se
sobressaíam, lhe recordando os caninos afiados de um cão. Com
essas presas tão afiadas afundando-se em seu lábio inferior talvez
fosse um vampiro, exceto que estavam em pleno dia, assim duvidava
disso.
Seus olhos eram surpreendentes. Assim que seu olhar se
encontrou com o dele não pôde afastá-los. Se Casey tinha alguma
dúvida de que não era humano, esta acabara de desaparecer. Seus
olhos eram de um, antinatural, azul elétrico que quase brilhava.
Largas e grossas pestanas negras os emolduravam, fazendo
o azul destacar-se ainda mais. Esses olhos eram a coisa mais
fascinante que já tinha visto.
Ele respirou profundamente antes que seus lábios se
fechassem repentinamente. A ação atraiu o olhar de Casey para sua
boca. Lábios masculinos se apertavam em uma linha firme antes dele
se inclinar sobre ela. Duas grandes mãos a alcançaram.
Casey queria gritar, queria correr o mais depressa possível,
mas não podia se mover. O pavor a congelou. Seus dedos nus e
bronzeados eram quentes quando se envolviam ao redor de seus
braços, logo abaixo de seus ombros. Seu contato era firme, mas
indubitavelmente suave enquanto a levantava lentamente do chão.
Não havia dúvidas de que ele era forte, desde que ela não o
ajudou a levantá-la. Casey estava muito confusa para por o seu corpo
para funcionar.
Suas pernas apenas sustentavam o peso de seu corpo
quando ele a levantou e a pôs de pé, fazendo-a notar que a parte
superior de sua cabeça nem sequer chegava a seus ombros largos,
quase trinta centímetros os separavam. Suas mãos firmes a
sustentaram enquanto ela olhava assombrada aos olhos que a
hipnotizavam com sua exótica beleza, seus olhares se prenderam, até
que ele finalmente desviou o dele.
Casey o observava atentamente enquanto ele estudava os
dois homens caídos. Seus olhares se encontraram outra vez quando
ele virou a cabeça de volta para ela. Os grossos lábios masculinos se
separaram ligeiramente enquanto ele lhe grunhia.
— Ai, Deus! — Abriu desmesuradamente os olhos. — O que é
você?
O estranho emitiu um suave grunhido sem ser uma ameaça.
Ela teria gritado se seu tom de voz fosse feroz, mas era mais como se
estivesse tentando se comunicar com ela. A verdade penetrou
lentamente dentro de Casey.
— Não pode falar, não é? — Limpou a garganta quando esta
ameaçou se fechar.
A frustração era evidente em seu rosto marcante. Tinha um
maxílar forte, maçãs do rosto salientes e seu nariz largo e plano
tremeram. Os incríveis olhos se entrecerraram com irritação.
Com um movimento de sua cabeça ela obteve a resposta.
— Sabe falar inglês? Sabe o que estou dizendo?
Ele assentiu com a cabeça.
— É uma garota?
Um grunhido surgiu de sua garganta imediatamente em
sinal de protesto. A irritação se acendeu em seu olhar brilhante
enquanto ele sacudia a cabeça com veemência. Seus dedos se
fecharam por um instante antes de se afrouxar de novo sobre sua
pele.
— Só estava testando para ver se realmente pode me
compreender. Sei que não é uma garota. — Teve que pigarrear de
novo. Tinha a garganta seca, seu coração pulsava com força. – O que
você é?
Ele a olhou durante o que pareceu uma eternidade. A
intensidade do estranho, mas bonito olhar se afastou dela para olhar
por cima de sua cabeça. Sua boca se abriu enquanto um baixo
grunhido escapava de sua garganta, era um som aterrador, cruel. A
raiva encheu sua expressão num piscar de olhos. Seu nariz chato
tremeu e seus dentes afiados se mostraram quando seus lábios se
abriram amplamente. Apertou seu agarre sobre Casey quase
dolorosamente quando seus dedos se tencionaram. Greg amaldiçoou
atrás dela.
Casey virou a cabeça para vê-lo. Sentado, Greg parecia
aterrorizado enquanto olhava estupidamente para o sujeito grande
que a segurava. As mãos trêmulas foram para a arma que estava em
seu flanco.
— Não. — Gritou Casey. — Não atire nele.
Greg a ignorou tirando a arma do coldre. Levou pouco
tempo para ele puxar o gatilho e tê-la pronta para disparar. A arma
tremia violentamente na sua direção. Casey se sentia horrorizada
diante do que estava acontecendo, mas impossibilitada para detê-lo.
As mãos soltaram os braços de Casey e se moveram para
seu quadril. Foi levantada violentamente de seus pés e o mundo virou
de cabeça para baixo em um piscar de olhos. O rápido movimento
deixou-a tonta. Ouviu-se um disparo com um ruído ensurdecedor.
O homem agarrou Casey, fechando seu braço atrás de seus
joelhos quando ele começou a correr, segurando-a firmemente.
Movia-se muito rápido. Casey estava dobrada sobre o corpo do
estranho e seu quadril foi firmemente sustentado sobre o ombro dele.
Não doía, mas isto tirava o ar de seus pulmões enquanto era
balançada por ele. O solo se passava abaixo de seus pés a um ritmo
alarmante, mas não gritou.
Outro disparo soou pelo bosque, mas a detonação não
parecia tão perto.
Foram ziguezagueando através das árvores. Greg gritou ao
longe, mas não se entendia claramente o que estava dizendo. Casey
imaginou que estava chamando reforços. Ben teria morrido? Tinha
escutado um estalo quando Ben se chocara contra a árvore. Tinha
sido seu corpo ou a árvore o que causara o som repugnante? Casey
afastou esse pensamento. Precisava preocupar-se com seu próprio
traseiro.
A grande criatura masculina, ou o que quer que fosse, abria
uma grande distancia entre ela e os dois policiais que tinham deixado
para trás. Casey estava sendo sequestrada. Teve medo de que ele
pudesse soltá-la enquanto se moviam nesse ritmo rápido ou que se
esgotasse pelo peso extra, mas ele não diminuiu a velocidade. Seja lá
o que ele fosse, era malditamente forte, já que parecia ser capaz de
correr por vários quilômetros. A respiração agitada era a única
indicação de que carregá-la era difícil para ele.
Diminuiu finalmente a velocidade quando o som de água
chegou aos seus ouvidos. Ela levantou a cabeça sacudindo o cabelo
para tirá-lo do rosto. Olhou ao seu redor vendo o mundo de cabeça
para baixo. À esquerda havia uma grande formação rochosa com o
rio à frente. Casey, de repente, soube exatamente em que parte de
sua propriedade se encontravam, mas estavam quase na fronteira
com um de seus vizinhos. A doze metros, uma cascata escondia uma
pequena caverna atrás da água que caía. Ela conhecia bem o local,
era um de seus lugares favoritos para nadar.
O sujeito parou e farejou o ar enquanto estudava o lugar.
Inclinando-se lentamente, relaxou o braço ao redor da parte posterior
de suas pernas enquanto sua outra mão a segurava pelas costas
quando a abaixou. Ficou completamente livre enquanto ele se
endireitava.
Casey olhou para o homem, sem palavras. Sua mão se
fechou sobre seu pulso e apontou com a cabeça para a água. Ela se
voltou para olhar o ponto mais alto do rio, vendo a água da cascata
cair para o lado mais estreito do rio, abaixo da queda. A mão em seu
pulso a apertou suavemente chamando sua atenção para ele.
— Quer que caminhe para a água?
Ele assentiu com a cabeça.
— Não pode falar, de verdade?
Ele negou com a cabeça.
O coração de Casey martelava em seu peito.
— Merda. Não pode dizer palavras, não é? Mas pode me
entender?
Ele assentiu e apontou com a cabeça em direção à água
uma vez mais.
Casey respirou fundo antes de se voltar e caminhar para o
rio. Ele manteve seu pulso preso, movendo-se a seu lado até a
margem da água. Parou para olhá-lo e percebeu, novamente, que era
realmente um filho da puta enorme. Devia medir, pelo menos, mais
de dois metros.
— Um gole de água cairia bem. — Disse dando um puxão no
pulso.
Ele franziu o cenho, negando com a cabeça e apontou para
a cascata. Ela seguiu a direção de seu dedo. Franzindo, também, o
cenho, encontrou seus olhos excepcionais. Não estava certa do que
ele queria que fizesse.
A irritação cruzou seu rosto. Deu um forte puxão que a fez
se chocar bruscamente com seu corpo enorme. Antes que pudesse
protestar terminou outra vez em seus braços. Levantou-a contra seu
peito embalando-a em seus braços e caminhou para dentro da água
levando-a para a cascata.
Um pressentimento percorreu Casey, acaso iria afoga-la?
Rodeou seu pescoço com os braços apertando-o fortemente quando
eles entravam nas profundezas. Ele continuou avançando até que a
água tocou seu queixo, antes de parar. Seus olhares se encontraram
quando soltou suas pernas. Seu corpo começou a flutuar afastando-
se dele e poderia tê-lo feito, exceto por ainda estarem presos um ao
outro. Ela suavizou seu abraço para segurar-se em seus ombros.
Estavam cara a cara, com apenas alguns centímetros entre seus
narizes.
Casey estudou seus traços com curiosidade. Isto era o mais
perto que tinha chegado a estar de seu rosto. Era bem atraente. Uma
pele bronzeada cobria ossos fortes e masculinos. Seus lábios grossos
se sobressaíam um pouco, fazendo-os parecer sensuais. A forma de
seu nariz era estranha, mas de algum modo ficava bem nele, tinha
vontade de deslizar seus dedos sobre ele. Pelas pequenas linhas de
seus olhos, calculava que estivesse em seus trinta e tantos anos,
poucos anos mais velho que ela. Eles se olharam fixamente. Ele a
estudava com curiosidade também, viu isso em seus extraordinários
olhos brilhantes.
Ele apontou para a cascata. Casey seguiu a direção de seu
dedo com o olhar antes de voltar sua atenção a ele outra vez. Ele lhe
grunhindo nesse tom suave que já estava começando a pensar que
era sexy.
— Quer que nade até a cascata?
Ele assentiu com a cabeça.
— Por quê?
A irritação brilhou de novo em seu rosto. Ele levantou a mão
livre até formar uma garra fazendo um gesto de escalar. Apontou
para a cascata e tudo teve sentido para Casey.
— Sabe da caverna que está atrás da cascata, não é? Quer
que nademos até lá para subir na caverna?
Ele assentiu com a cabeça. A frustração se desvaneceu de
suas feições e o braço que mantinha ao redor de suas costas relaxou.
Sacudiu a cabeça para a cascata antes de voltar o olhar para além da
margem, no bosque. Ele grunhiu tentando comunicar-lhe algo. Devia
estar preocupado com os policiais que os seguiam. Ninguém conhecia
a caverna, e Casey se perduntou como esse cara a tinha descoberto.
Ele a soltou completamente para que pudesse nadar através do rio
até onde ele queria que fosse.
Suas roupas pesavam enquanto nadava. Casey tampouco
queria que a encontrassem. Que a prendessem não estava em sua
lista de coisas que queria fazer de novo, assim nadou contra a
corrente dirigindo-se para a cascata. O rio era bastante profundo, ele
não tocava o fundo, assim por precaução nadou perto dela. A parte
mais difícil de alcançar a caverna era nadar sob a cascata, a água
caía com força encharcando sua roupa e fazendo afundá-la sob a
superfície. Sentiu alívio quando conseguiu deixar para trás a pesada
cortina de água e alcançar o outro lado.
Estava escuro atrás da cortina d’água, mas podia ver bem o
bastante para distinguir a área. Agarrando-se as rochas, começou a
sair da água para a caverna, cerca de um metro acima de sua
cabeça. O desconhecido surgiu debaixo da cascata enquanto ela
avançava subindo a rocha. Não era muito grande, mas estava mais
seco a cerca de um metro e meio, ou mais, em seu interior. Arrastou-
se para fora da beirada molhada para dar espaço. Sentou-se e
começou a observar o tipo enquanto a seguia para o fundo da
caverna. Sua atenção centrada em Casey.
Com o cabelo molhado jogado para trás, Casey pôde dar
outra boa olhada em seu rosto. Ele tinha características parecidas
com as humanas, mas seu nariz e sua boca com lábios grossos
estavam definitivamente fora do padrão. Na escuridão da caverna
seus olhos pareciam arrepiantes já que pareciam brilhar na
penumbra.
Ele apontou para trás dela, que se virou dando uma boa
olhada no fundo da caverna. Surpresa a golpeou. Ela não tinha vindo
na caverna durante meses. Havia um saco de dormir estendido ao
longo da parede do fundo com uma mochila ao lado. Nada disso tinha
estado ali em sua última visita.
Casey concentrou sua atenção nele.
— Está vivendo aqui?
Um grunhido confirmou sua suspeita. Levou sua mão até a
parte dianteira da camisa, abrindo o material molhado e descobrindo
seus músculos formidáveis revestidos em uma pele bronzeada. Ela
estava maravilhada demais para fazer outra coisa que não fosse ver
como o homem se livrava por completo da camisa. Casey inspecionou
seu peito, notando que ele tinha um pouco de pêlo ali, mas não era
excessivo. Uma linha rala de pêlo se estendia para baixo de seu
umbigo até desaparecer dentro de suas calças justas, suas mãos
grandes chegaram até a cintura enquanto tirava as botas.
Ele observou Casey olhando em silêncio. Ela não podia
afastar o olhar. Não havia dúvidas, decidiu que ele tinha o maldito
corpo mais espetacular que já vira em toda sua vida. Era semelhante
a um humano de poderosa constituição física do pescoço para baixo.
Nunca tinha visto um corpo mais definido. Cada músculo estava
marcado. A abertura na frente de suas calças deixava adivinhar mais
dessa pele bronzeada como ouro.
Casey não conseguia tirar os olhos dele enquanto ele
baixava lentamente o material de couro que se agarrava a sua pele.
As calças avançavam lentamente para baixo quando ele mexeu o
quadril. Usava ambas as mãos para empurrá-la para baixo, uma
polegada de uma vez. Casey deixou escapar um ofego quando seu
pênis se libertou de um salto.
Ele estava excitado. Sua boca se abriu involuntariamente.
Ele era grosso, definitivamente muito duro, e seu galo tinha uma
forma ligeiramente diferente da dos humanos. A pele de seu eixo era
mais avermelhada do que aquele bronzeado dourado que cobria sua
pele por toda parte. A cabeça em forma de cogumelo era mais grossa
que a suave união da cabeça ao eixo que a maioria dos meninos
possuía. Era proporcional a seu corpo grande. Ela nunca tinha visto
um homem tão grande, não é que tivesse muito com o que compará-
lo. Os poucos namorados que tinha tido eram imbecis em todos os
sentidos da palavra.
Casey sentiu que seu corpo respondia instantaneamente
enquanto olhava sua anatomia. Em um instante, imaginou como se
sentiria se ele penetrasse lentamente com essa ponta grossa e
áspera dentro dela. Sua vagina se contraiu em resposta à imagem
que cintilava em sua mente; sua essência filtrou-se entre suas coxas.
Fechou a boca de repente e rapidamente levantou a vista para seu
rosto.
Um lampejo de diversão brilhou em seus sensuais olhos, e
seus lábios se curvaram para cima em um sorriso de cumplicidade.
Ela ruborizou um pouco, sentindo como o calor atingia seu rosto,
rezava para que ele não pudesse ler na expressão de seu rosto este
pensamento. Ele levantou uma mão bronzeada com um dedo
estendido, apontando-a. Ela piscou um par de vezes, forçando o ar a
entrar em seus pulmões, imaginando o que ele queria que ela fizesse.
— Ah, diabos. Não pense que vou me despir também.
Ele grunhiu em baixinho quando seu sorriso desapareceu.
Seus brilhantes olhos azuis se entrecerraram antes que se movesse.
Esse corpo musculoso se aproximava. Seu corpo era elegante,
poderoso e seus músculos se moviam com uma esguia beleza. Ela
estava fascinada com cada maldita polegada de sua pele.
Ele se aproximou tanto que seus olhos rapidamente
desceram até seu pênis de novo. Uma veia grossa saía da base de
seu eixo até a cabeça em forma de cogumelo. Ela estava perto o
bastante para tocar a carne que apontava diretamente para ela. Ele
se agachou lentamente, aproximando seu rosto cada vez mais ao
dela. A respiração de Casey se congelou em seus pulmões, seu
coração pulsava com força, enquanto o desejo disparava através
dela. Queria ter sexo com ela? Seu estado de excitação mostrava que
a desejava.
Mãos grandes a agarraram, rodeando seus braços acima
dos cotovelos. Sua pele era quente ao tato na sua, ainda fria pela
água gelada do rio. Ele estava a centímetros dela. Seus joelhos quase
paralisaram quando a obrigou a levantar-se. O intenso olhar azul
deslizou por seu corpo, parecendo devorá-la em cada centímetro, um
sexy e suave som saiu de seus lábios abertos antes que suas mãos a
soltassem. Ela inspirou profundamente, até que essas mãos se
dirigiram até a barra de sua blusa.
O material úmido foi arrancado de seu corpo. Casey tentou
afastar-se, mas ele era mais rápido. Um de seus braços envolvia sua
cintura puxando-a com força contra sua pele. Casey estava fria, mas
seu corpo era quente ao tato enquanto ela tentava escapar. Sua
ereção dura pressionava seu abdômen descoberto, ela não soube
como sua blusa foi parar no chão. Seus seios, cobertos por sutiã de
renda, chocaram-se contra seu peito musculoso. Ele aspirou meu
cheiro enquanto outro grunhido sexy surgia em seus lábios abertos e
seu pênis se agitava contra meu ventre, onde era firmemente
pressionado entre ambos.
Ele estava incrivelmente duro.
— Por favor, não me machuque.
Ele franziu o cenho, sacudindo a cabeça e um olhar de
frustração cruzou suas feições. Seu peito se expandia quando
respirava profundamente, por isso seus corpos se pressionavam mais
intensamente. Longos segundos transcorreram enquanto o coração
de Casey pulsava de maneira irregular. A pressão sobre seu corpo foi
se afrouxando pouco a pouco até que seus corpos deixaram de estar
pressionados um contra o outro. Centímetros se abriram entre eles.
Agora seu falo já não a tocava, mas ele não soltou seu braço. Seu
olhar desceu entre eles até seu membro protuberante.
Os olhos de Casey seguiram os dele. De uma maneira muito
próxima e pessoal, deu-se conta da espessura daquele pênis. Seu
interesse se converteu em medo diante do pensamento dele
penetrando-a com isso. Ele negou com a cabeça quando ela se
debateu com força enquanto dirigia sua atenção a seus olhos. Sua
mão a soltou lentamente para lhe mostrar a cama atrás dela.
— Que diabos esta tentando me dizer?
Ele recuou e sua mão apontou para o restante da sua roupa.
O longo dedo apontou para o piso e depois para o saco de dormir
enquanto imitava a forma de se cobrir. Lentamente se virou, dando-a
uma boa vista de sua, larga e bronzeada, costa. Casey viu uma
cicatriz fina e longa percorrendo suas costas da omoplata até abaixo
de suas costelas. Para ela era um total mistério como a tinha
conseguido, mas parecia uma lesão velha. Ele se afastou para a beira
da caverna olhando a queda d’água, de costas para Casey.
Casey ficou ali tremendo. Alguns de seus medos diminuíram
quando soube que ele estava de costas para lhe dar privacidade. Seu
olhar se manteve em seu corpo enquanto tirava o resto da roupa. Ele
tinha o corpo mais bonito que já vira. Ombros largos estreitando-se
até abaixo em suas costas fortes e esse traseiro fantástico. Afastou
os pensamentos de como se sentiria ao acariciar toda a extensão das
suas costas com as unhas.
Foi até o saco de dormir, meteu-se nele e cobriu seu corpo
congelado com um lençol. O saco de dormir era grosso e quente e
Casey, aos poucos, conseguiu relaxar e se aquecer até deixar de
tremer. Olhou novamente para aquelas costas larga e o fabuloso
traseiro. Ele era realmente perfeito e nunca vira um homem em
melhor forma. Uns bons três minutos transcorreram antes que o
sujeito finalmente se virasse. Ele caminhou até sua roupa no chão,
inclinando-se para recolher uma peça de cada vez.
Casey o observou colocar as peças de roupa sobre as rochas
para que secassem. Sua ereção dura havia murchado. Estava flácido,
o tipo era impressionante mesmo com essa carne sensual pendurava
entre suas coxas. Finalmente ele se voltou para ela e seus olhares se
encontraram.
Tinha que lhe dar um pouco de crédito, ele parecia estar
totalmente à vontade com sua nudez. Sua respiração ficou presa
quando ele se aproximou lentamente. Dobrou os joelhos e de
cócoras, ao lado do saco de dormir, inclinou um pouco a cabeça para
estudá-la. Seus belos olhos azuis estavam entrecerrados. Ele
observou seu rosto durante um longo minuto enquanto seus olhares
se mantiveram imóveis. Foi uma surpresa quando o sujeito grande se
equilibrou sobre ela repentinamente e Casey perdeu o fôlego.

Capítulo Dois

O terror a invadiu no instante em que a tocou. Ele empurrou


seus ombros com as mãos até que Casey se viu obrigada a deitar-se
sobre as costas. O saco de dormir foi arrancado de seus dedos e
afastado de seu corpo. Nu, imobilizou-a debaixo dele enquanto descia
seu corpo sobre o dela, bem menor. As mãos grandes a agarraram
por seus pulsos e os levantou acima de sua cabeça, empurrou suas
pernas obrigando-as a se separarem. Ela estava estendida como uma
águia debaixo dele, presa ali com firmeza, com seus narizes quase se
tocando.
Fechou os olhos cheirando-a por alguns segundos antes que
seu rosto virasse para ambos os lados se aproximou cada vez mais
dela até que seu nariz quente roçasse sua garganta. Um grunhido
suave retumbou da profundidade de seu peito. Contra a parte interna
de sua coxa sentiu como seu falo endurecia novamente enquanto o
sangue o inundava, aumentando-o. O cheiro dela, obviamente, o
excitava.
— Por favor, não me machuque. — Casey odiou o tremor de
medo em sua voz.
Quando ele levantou à cabeça, seus olhares se prenderam.
Seus olhos resplandeciam, brilhando pelo desejo e algo primitivo se
mostrava neles. Ele negou com a cabeça, franzindo o cenho, olhando
Casey. Era óbvio que ele queria dizer algo, mas ela não podia
entendê-lo. Outro rugido retumbou de seus lábios abrindo-os, seu
peito vibrava ligeiramente onde pressionava seus seios nus, fazendo-
a mais consciente de seus mamilos endurecidos. Parece que
grunhidos era o modo dele se comunicar e ela não entendia nada de
grunhidos. Quando a frustração brilhou nos olhos dele, Casey pensou
que poderia comunicar-se.
Seus elétricos olhos azuis se fecharam, ele baixou seu rosto
contra o pescoço. Sua respiração era quente contra sua pele, fazendo
Casey tremer um pouco com a sensação. Ele inalou lenta e
profundamente, um erótico despertar atravessando-a enquanto seu
nariz acariciava com suavidade a linha de sua garganta. Ele parecia
realmente gostar de seu cheiro, a julgar pela ereção poderosa que
pressionava contra ela. Entretanto, ele ainda não a ferira ou forçara a
ter relações sexuais com ele. Só a estava cheirando enquanto a
mantinha presa. Seus olhares se encontraram de novo quando sua
cabeça se levantou.
Soltou seus pulsos, levantou seu tórax afastando-se um
pouco dela. Sentiu falta de seu calor. A temperatura de corpo dele
era mais quente que a de um homem normal. Um sorriso curvou seus
lábios quando seus olhos baixaram para seus seios descobertos.
Casey não estava certa do que isso significava. Ficou tensa.
A ideia de lutar contra ele cruzou sua mente, mas sabia que nunca
conseguiria afastar alguém de seu tamanho. Sentia-se pequena presa
sob seu peito amplo e entre seus braços grossos e musculosos,
apoiados em ambos os lados de suas costelas, aprisionando-a.
Tudo o que fez foi ficar sem fôlego quando ele baixou a
cabeça, deslizando para baixo no processo. Assim, seu pênis duro se
afastou de seu monte e da parte interna da coxa. Uma boca quente
se abriu sobre seu mamilo direito, sua língua deslizou para tocá-la. O
homem lambia o bico de seu seio, grunhindo baixinho, em seguida o
colocou na boca e sugou.
Uma onda de prazer atravessou corpo dela, enquanto sua
língua áspera estimulava seu mamilo endurecido. Passou para seu
outro seio, sugando com mais força em sua boca quente, seus dentes
afiados raspavam sobre sua carne macia. Não havia dor, mas o
mantinha entre seus dentes e a sugava com força.
Manteve-se imóvel por alguns minutos, surpresa pela
reação de seu próprio corpo. Então seu medo foi substituído pela
compreensão do que estava para acontecer. Freneticamente
começou a empurrar seu peito com suas mãos abertas. Seus
músculos fortes como aço não se moveram um centímetro enquanto
ela empurrava com toda sua força tentando movê-lo, mas ele não se
mexia e nem soltava seu seio. Sua boca trabalhava nela, sugando,
fazendo com que deixasse de lutar enquanto o forte agarre em seu
mamilo imobilizava todo seu corpo.
Ela jamais experimentara tal sensação antes. Tivera alguns
amantes em sua vida, quatro para ser exata, mas nenhum deles
chupara-a tão forte como ele. Seus dentes raspavam seu mamilo, o
que a fez retorcer-se debaixo dele, sentia como se essa boca quente
estivesse conectada diretamente com sua vagina.
Seu clitóris começou a latejar sob o assalto frontal do
homem. Suas mãos deixaram de empurrar para deslizar sobre os
ombros dele e agarrar a curva de seu pescoço. Sentia espasmos em
suas paredes internas, inundando-a de umidade, o medo se
converteu em ardente necessidade. Suas unhas se cravaram em sua
pele, um gemido brotou de seus lábios, seus quadris arqueando-se
em seu abdômen.
O homem era implacável com essa boca. Finalmente, soltou
seu mamilo com um suave estalo antes de se mover lentamente para
o lado negligenciado. Casey odiou a maneira como levantou as costas
para facilitar a entrada do seio na boca dele, que, então, começou a
sugar forte. Moveu seu quadril, deslizando para baixo dela um pouco
mais, suas unhas se cravavam nele tentando trazê-lo para mais
perto.
O maldito se movia para longe dela enquanto a necessidade
a consumia. O sujeito poderia ter um aspecto animalesco, pensou,
mas ele despertara o animal dentro dela. Queria que colocasse o
pênis dentro dela, onde estava muito molhada, onde ardia de desejo
por ele.
Desejava saber seu nome. Certamente, ele não podia dizê-
lo, a menos que fosse um grunhido que duvidava poder imitar.
Quando ele soltou seu seio, o ar fresco percorreu seu mamilo úmido.
Sentiu que se encolhia dolorosamente. Seu olhar voou para seus
incríveis olhos azuis e se fixaram neles. Viu o olhar faminto e ardente
naqueles olhos. Casey se perguntou se tinha esse mesmo olhar.
Ele deslizou mais para baixo sobre seu corpo, inalando
profundamente. Percebeu o que ia fazer quando sua atenção se
afastou de seus olhos castanhos. Sua atenção se concentrou em seu
ventre e depois deslizou até seu sexo exposto. Ela tentou fechar as
coxas, mas ele se mexeu mais rápido. Ficou de joelhos entre suas
pernas, agarrando-os com ambas as mãos. Tinha a pele áspera nas
palmas, isso a convenceu a abrir-se completamente. Ele levantou a
cabeça e respirou profundamente para inalar seu aroma.
Casey ofegou quando ele enterrou o rosto entre suas
pernas. Ela quase esteve a ponto de gritar pela intensa sensação de
tê-lo lambendo seu sexo. A língua grossa e quente deslizou por sua
vagina espalhada e ultrapassou sua entrada, penetrando sua língua
profundamente dentro dela. Um rosnado saiu dele.
Normalmente, esse som feroz a teria aterrorizado, mas ele
tornou impossível temê-lo. Ele movia a língua dentro dela de um lado
ao outro. Sentia sua língua pressionar suas paredes internas um par
de vezes antes que ele, lentamente, se retirasse.
Ela jogou a cabeça para trás ainda tentando fechar as
coxas, mas as mãos dele as mantinham abertas. Tudo o que
conseguiu fazer foi empurrar sua vagina mais fortemente contra seu
rosto. Ele voltou a grunhir, a nova sensação de seu grunhido
vibrando contra sua pele era desconcertante. Ele tinha descoberto
seus clitóris. Ela se congelou completamente, esquecendo-se até de
respirar, enquanto sua língua a excitava.
— Ah, Deus. Sim!
Casey repentinamente não queria que ele parasse. Ela jogou
os braços acima de sua cabeça agarrando o fino lençol que usara
para se cobrir, suas costas se arquearam saindo do saco de dormir.
Sentia puro êxtase quando ele lambeu seu clitóris, concentrando-se
no casulo hipersensível. Deixou de tentar fechar suas coxas. Ela as
separou mais ainda para lhe dar um acesso mais fácil, seu corpo
tremia ligeiramente.
— Rápido, por favor. — Rogou em voz baixa. — Isso é tão
bom.
Ele a entendeu. Aumentou o ritmo, segurando-a com
firmeza, chupou seus clitóris e mordiscou continuamente enquanto
seus lábios se fechavam sobre o casulo inteiro. Ela sentiu seus dentes
afiados agarrarem seus lábios externos sem machucá-los. Esfregava
a língua rapidamente contra seu clitóris. Ela não tivera sexo por um
longo tempo, depois de seis meses de só se masturbar estava a
ponto de explodir.
Ela nem sequer tentou conter-se. Gozou soltando um grito,
enquanto estremecia contra a boca implacável. Sua cabeça virava de
um lado ao outro ainda gozando, já que ele continuava degustando
seu clitóris. Seus gritos se tornaram gemidos até quase desfalecer.
Ele a soltou lentamente. Casey se sentia como uma
marionete cujos fios tivessem sido cortados. Ficou inerte no saco de
dormir até que ele impulsionou sua língua dentro de sua vagina sem
aviso prévio. Ela gemia e ele movia a língua forte, entrando e saindo
de dentro dela, empurrando suas paredes internas, chupando-a.
Tentou fechar as coxas novamente, mas suas mãos as empurraram,
abrindo-as outra vez.
Sua língua deslizou para fora dela lentamente, enquanto
pequenos grunhidos saíam dele. Casey notou que seus olhos estavam
fechados. Então, ele deslizou por seu corpo, movendo-se entre suas
pernas abertas. Seu corpo, musculoso e quente, iria se acoplar ao
dela se acomodando sobre seu corpo menor. Ela soube que ele
estava sendo cuidadoso para não esmagá-la sob seu peso, já que
podia respirar facilmente. Uma de suas mãos se apoderou de sua
panturrilha empurrando-a para cima, assim seu pé ficou na altura de
seu quadril. Quando ela o olhou, os olhos azuis pareciam brilhar
diretamente dentro de sua alma.
A ponta arredondada de seu pênis pressionou sua vagina
enquanto a penetrava. Casey gemeu enquanto o sentia empurrando-
se para dentro de seu corpo. Ele era grosso e ela sabia que a cabeça
de seu eixo era mais espessa que qualquer outra coisa que já tinha
levado. Houve resistência quando o corpo dela tentou encaixar-se ao
dele. Continuou investindo para dentro dela lentamente, enterrando-
se profundamente, até que ela se sentiu esticada até o limite. Seus
olhos se encontraram.
O homem grunhiu num tom suave, quase um gemido e,
para Casey, foi muito sexy. Ele começou a se mover, recuando alguns
centímetros só para penetra-la lentamente. Ela experimentava novas,
e maravilhosas, sensações enquanto ele a preenchia. Seus músculos
ainda tremiam pelo seu clímax. Ela não raciocinava. Soltou o saco de
dormir para envolver seus braços ao redor de seu pescoço.
Casey não podia afastar os olhos dele. Era quase bonito,
enquanto o prazer estava claramente impresso em suas feições, sua
boca ligeiramente entreaberta, seu olhar cheio de paixão, olhava
fixamente para sua boca. Sabia que queria beijá-la. Inclinou-se para
ele e lhe ofereceu a boca. Esperava que aqueles dentes afiados não a
machucassem. Quando seus lábios se encontraram, ela fechou os
olhos.
Sua boca a dominou quase selvagemente. Ela se encontrou
com seu beijo e correspondeu a sua paixão. Agora se movia mais
rápido dentro dela e com mais força, as investidas a faziam gemer.
Adorou a forma como seus lábios carnudos tomaram posse dela, sua
língua imitava o movimento dele transando com ela. Isto era uma
sobrecarga sensual enquanto seu quadril se movia para dentro e fora
dela como o ritmo de seu beijo.
Desprendeu-se de sua boca, afastando-a do alcance da
dele, quando outro clímax explodiu. O prazer a rasgou através de seu
corpo, suas unhas se cravaram em suas costas, seu quadril se
contraia violentamente debaixo dele. Ela sentiu quando ele iria gozar,
seu corpo ficou rígido antes que ele se enterrasse profundamente
nela. Seus movimentos se tornaram frenéticos. Seu pênis palpitava
contra suas paredes vaginais, então ele soltou um rugido. Ela o
sentiu pulsar em seu interior, derramando seu sêmen dentro dela.
Ele enterrou o rosto em seu pescoço enquanto grunhia
baixinho, dizendo algo que ela não podia compreender. Os dois
respiravam com dificuldade e o suor escorria entre seus corpos.
Casey sentiu seu coração pulsar com força contra seu peito. Então se
recordou que suas unhas ainda estavam cravadas nas costas dele,
afrouxou as mãos. O homem sobre ela levantou a cabeça.
O cabelo comprido caiu em torno deles como uma cortina,
tornando o momento um pouco mais íntimo. Seus olhares se
encontraram e se estudaram. Casey o olhava com assombro. De
repente recordou uma canção sobre o desejo de ser possuída como
um animal. Foi exatamente o melhor sexo de sua vida.
— Gostaria de saber seu nome. — Foi tudo o que pode
pensar em dizer.
Ela quase teve a necessidade de lhe agradecer pelo que
tinham feito. Seu corpo se sentia mais saciado do que nunca. Tinha a
zero urgência de fazer algum movimento. Só queria continuar assim,
com ele imobilizando-a debaixo de seu corpo quente, com seu pênis
ainda enterrado profundamente nela. Tê-lo em cima dela fazia com
que se sentisse bem, como se ele pertencesse a esse lugar, um
ajuste perfeito de seus corpos.
Um pequeno sorriso brincava em seus lábios. Piscou um dos
olhos. Arqueou-se para cima e lhe ofereceu seus seios, ele a enlaçou
trazendo-a para mais perto, escolheu um e segurou seu peso com
uma mão. Uma mão calosa de textura áspera, deslizando sobre sua
pele delicada, a sensação de prazer foi suficiente para que ela
pressionasse o seio contra a mão em busca de mais. Ele a soltou
antes de segurar seu seio sobre o coração. Um grunhido suave,
erótico retumbou dele. Ele tocou em seu peito e depois no dela. Ela o
olhou fixamente, imaginando o que ele estava tentando dizer.
— Peito a peito?
Rindo, ele negou com a cabeça. A diversão iluminou seus já
brilhantes olhos. Baixou seu corpo de novo à parte superior de Casey
com seu pênis firmemente enterrado nela. Admiraram-se
mutuamente durante um longo tempo. Seu sorriso se desvaneceu
lentamente enquanto baixava a cabeça. Seus lábios roçaram os dela
suavemente. Casey fechou os olhos para beijá-lo. Desta vez não
eram duas pessoas que se uniam freneticamente excitadas. Este
beijo foi terno e longo. Ele explorava sua boca, queria conhecê-la, e
Casey sentiu que ele tentava seduzi-la. Enquanto ele possuía seus
lábios, começou a se mover dentro dela outra vez.
O assombro atingiu Casey, também o desejava. Seu pênis
ainda estava duro como uma rocha. Sabia que ele não era humano,
recuperou-se muito rápido após aquela explosão de prazer, outro
indicio de que não preenchia o padrão humano. Nem sequer quis
pensar em camisinha. Se ele era de outra espécie não teria doenças
sexuais que pudessem ser transmitidas a ela. Tão pouco estava
preocupada com gravidez. Trabalhara para um veterinário durante
dois anos antes de comprar a cantina da escola para ganhar mais
dinheiro. Espécies diferentes não podiam se reproduzir. Ela era
humana e ele era bem diferente dela. Eram mais ou menos como
gatos e cães, pensou. Pareciam ser sexualmente compatíveis, mas
estava certa de eles não poderiam criar outra vida juntos.
Ele se afastou de sua boca. Sentiu falta de seu beijo
imediatamente, mas mudou de ideia rapidamente quando ele chegou
entre seu pescoço e à pele da parte superior de seu ombro. Dentes
afiados rasparam sua carne. A sensação foi tão erótica que levou seu
desejo a um nível superior. Ele podia machucá-la com aqueles
dentes, mas em vez disso os roçou suavemente ao longo de sua pele.
Seus instintos lhe asseguravam que estava a salvo com ele.
Ele se movia mais rápido sobre ela, mais profundo, acendendo seu
desejo outra vez. Ela o arranhou com suas unhas ao longo de suas
costas e ombros, onde pudesse alcançar, levantou mais as pernas
envolvendo-as com força ao redor da cintura dele. Seus tornozelos
pressionavam o traseiro firme e musculoso. Alí, músculos fortes
trabalhavam, apertando-se enquanto a fodia lentamente.
— Ai, Deus. — Ela gemeu. — Mais rápido, por favor. Eu
gosto rápido.
Ele grunhiu antes de satisfazê-la como ela queria. Casey
gemeu, tremendo embaixo dele. Ele era um prodígio do sexo. Afastou
o pensamento só para sentir. Dentes afiados beliscaram seu ombro
com força suficiente para lhe dar um flash de dor. Surpreendeu-a,
mas não doeu. Ele não tinha perfurado a pele. Isso excitou seu corpo
e a fez chegar ao clímax. O prazer vibrava através dela enquanto
gritava. O homem enorme gemeu profundamente ao lado de seu
ouvido. Ela o sentiu palpitar, seus músculos ordenhavam seu falo
enquanto se esvaziava profundamente dentro dela novamente.
Ambos se calaram, a respiração pesada. Casey estava
surpresa pela resposta de seu corpo ao dele. Passaram uns minutos
antes que lentamente se retirasse dela. Ela abriu os olhos e pode ver
o arrependimento que brilhava nos belos e estranhos olhos azuis. Ele
levantou o corpo para cima ligeiramente, afastando-se da parte
superior de seu corpo. Casey soltou seu quadril, desembrulhando
suas pernas ao redor dele.
Extenuada pelo exercício físico, quase teve medo de cai no
sono enquanto ele se sentava entre suas coxas. Ele se sentou sobre
os calcanhares, com os olhos fixos nela outra vez. Casey se
perguntava por que parecia arrependido. Não podia estar lamentando
por ter feito sexo, poderia? Esperava que não, porque o tinham feito
duas vezes e fora incrível.
Tocando seu peito, apontou para ela. Sua boca se curvava
para cima. Tinha um sorriso muito sexy. Casey mordia o lábio
enquanto tentava tranquilizar seus pensamentos confusos usando
suas mãos para sustentar seu peso. Não podia fechar suas coxas com
ele sentado entre elas, mas se mexeu uns centímetros para trás
deixando uma pequena distância entre os joelhos dele e seu traseiro
exposto. Ela se endireitou para olhá-lo no mesmo nível.
— Gostaria de te entender. — Ela tocou seu peito. — Sou
Casey Santhrom. Vivo em uma casa perto daqui. Sou dona disto. —
Ela agitou suas mãos abrangendo a caverna. — Sou proprietária da
terra. — Suas mãos caíram enquanto o estudava. Ele a observava
atentamente. — Pode me entender, não é?
Ele assentiu com a cabeça mostrando um sorriso.
Ela sorriu também.
— Não pode, realmente, dizer palavras?
Ele negou com a cabeça. Um suave grunhido saiu de seus
lábios entreabertos.
— Está bem. Pode escrever para me dizer seu nome?
A diversão iluminou seus olhos. Seus lábios tremeram. Ele
negou com a cabeça.
Que decepção, ela tinha a esperança de que pudesse
escrever usando a terra solta no chão da caverna. Poderiam se
comunicar dessa maneira. Suas feições e seu corpo pareciam
humanos, mas com algumas características de animal. Um
pensamento sombrio a atingiu.
— Merda. Algum médico idiota fez isto com você, não foi? Foi
isso o que te aconteceu para torná-lo tão diferente? Alguns
geneticistas fizeram experiências em você? Escapou de algum
laboratório? Deus. Essa merda é ilegal. Vamos conseguir ajuda para
você. — Seus olhos brilharam e percorreram de cima a baixo sobre o
corpo dele. — Não vamos permitir que escapem disso. Obviamente
estiveram fazendo experiências com DNA animal em você.
O sorriso se ampliou enquanto ele negava com a cabeça.
— Não? Não é isso? — O sangue abandonou seu rosto. O
medo subiu por sua espinha. Seus olhos o percorreram outra vez.
Uma lenda local que tinha escutado enquanto crescia a acertou. —
Ah, merda. Já sei o que é.
A sobrancelha negra se arqueou. Seus olhos brilhavam, seu
sorriso se ampliou mais ainda. A diversão era evidente em seu rosto
enquanto a olhava em silêncio. Alegrou-se por ele estar se divertindo.
Ela não estava.
— É um Pé Grande. Ouvi dizer que eram peludos, mas você
só é peludo em seu cabelo comprido e no peito. Alguns deles foram,
supostamente, vistos nesta área nos anos sessenta e setenta. Que,
com certeza, não foi você. É muito jovem. Talvez fossem seus pais. É
um Pé Grande?
Seu corpo se moveu, ele se sentou no extremo do saco de
dormir. Mostrou seus pés descalços. Realmente eram bem grandes.
Ela engoliu em seco.
— Mãos e pés grandes... — Seus olhos se fixaram
rapidamente entre as coxas estendidas, ainda estava semiereto lá. —
Grande em tudo. Malditamente quente. É um Pé Grande. Uau. Isto é
muito legal. Realmente existem? E...
Ele riu e Casey devolveu o sorriso. Perguntou-se como havia
aprendido inglês, mas podia adivinhar: ele havia vivido no bosque por
toda a sua vida e sempre tinha gente em volta. Deve ter observado e
aprendido a entendê-los. Ela estudou suas feições. Parecia que
estava em torno dos trinta anos. Era inteligente (sabia disso). Tinha
um olhar inteligente. Provavelmente não deixou que o mundo
soubesse sobre ele, porque teriam feito de sua vida um circo. Entre
as pessoas que olhariam para ele estupidamente, os meios de
comunicação querendo explorá-lo e médicos que provavelmente
morreriam por uma oportunidade de levá-lo a um hospital e estuda-lo
até quase matá-lo.
— Então, há alguma mulher Pé Grande por perto?
Ele negou com a cabeça. O brilho deixou seus olhos. Casey
lamentou a perda quase imediatamente. O tipo era lindo como o
inferno quando estava se divertindo. Quando parecia sério intimidava
com seu intenso olhar. Não o temia depois de terem feito sexo. A
salvara de Ben e Greg. Sabia que não era perigoso para ela.
Casey percebeu que havia se mudado para a caverna
recentemente. Era certeza que não vivera ali no verão passado,
quando ela tinha estado ali. Provavelmente vivesse como um
nômade, viajando ao redor de áreas rochosas e inacessíveis para não
ser detectado. Será que ele tinha estado em uma casa antes. Sabia o
que era um televisor? Uma geladeira? Ficou triste. Viver dessa
maneira sozinho devia ser difícil. Ela tragou o nó em sua garganta.
— Pode vir para casa comigo. Vivo em uma área remota. –
Encontrou seus olhos. — Moro sozinha. Estaria a salvo lá. Eu
trabalho. Não tenho muito tempo para amigos, assim ninguém nos
incomodaria.
Um suave grunhido retumbou dele. Apontou para a cascata.
Casey assentiu com a cabeça, seguindo seu dedo e encontrou seu
olhar. Ele queria saber o que tinha acontecido lá fora.
— Não sei se vai entender tudo isso, mas namorei um cara.
Ele dormiu com outra mulher há seis meses. Peguei-o com as calças
baixas, literalmente. Terminei com ele. Agora a mulher com a qual
ele me enganou simplesmente rompeu com ele e então ele está
tentando reatar comigo. O tipo foi eleito xerife no ano passado. Ele
mandou aqueles dois valentões com quem trabalha a minha casa
para me buscar. Acha que pode me obrigar a ficar com ele, que o
aceitarei de novo. Mas não se preocupe. Vou lidar com ele de algum
jeito e conseguirei que me deixe em paz. Então aqueles idiotas não
retornaram. Venha viver comigo. Tenho tecnologia moderna. Você
gostará da televisão e das duchas com água quente. Não terá mais
que caçar sua comida. Posso comprá-la nas lojas. Sou dona de uma
cantina. Não tenho muito dinheiro, mas estou indo muito bem. Posso
ajuda-lo com um bom lugar para viver e muito alimento, desde que
não necessite uma tonelada de comida.
Rindo, ele olhou para baixo, para seu corpo. Seus olhos se
levantaram para olha-la nos olhos.
— Muito bem. Você é grande. Podemos complementar com
um pouco de caça. Sou proprietária de muita terra. Pode pegar um
coelho e eu farei um bom guisado. Também sou boa com a
churrasqueira. Temos um rio para pescar. Não precisa viver mais
desta maneira. Posso protegê-lo e lhe ensinar a ler e escrever. Dessa
forma poderemos nos comunicar.
Aqueles olhos incríveis pareciam muito divertidos de novo.
Perguntou-se o que podia lhe divertir tanto. Ele se levantou e
caminhou até a mochila para abri-la. Ela viu um pequeno dispositivo
que escondeu na palma de sua mão. Caminhando de volta para ela,
sentou-se com as pernas cruzadas sobre a bolsa de dormir e mostrou
o pequeno objeto a ela. Era do tamanho de um pacote de cigarros,
todo negro, com botões nele. Ela franziu o cenho, se perguntando o
que era. Nunca tinha visto nada igual.
Apertou um botão e grunhiu. Riu, olhando-a, observando
cada movimento de Casey enquanto olhava a pequena caixa na
palma de sua mão. Algo grunhiu de volta. Assustada, ela pulou e logo
riu de si mesma. Devia ser um gravador. Vira alguns antes, mas
nenhum como aquele. Ele apertou o botão e grunhiu de novo. Soltou
o botão. A caixa lhe grunhiu. Casey sorriu para ele enquanto segurou
a caixa. Ele gostava de brinquedos.
— Posso comprar alguns melhores que esse. Espere até que
te vicie com música.
Mordendo seu lábio, ele lentamente ficou de pé. Caminhou
até a beira da caverna para olhar através da espessa cortina de água
do rio. Voltou-se para observa-la. Casey esperava que ele estivesse
pensando na ideia de viver com ela. Ela não queria que vivesse como
até agora. Ela queria ficar com ele.
A culpa a carcomeu com esse pensamento. Ele não era um
bichinho de estimação perdido que podia levar para casa e pôr uma
coleira. Seu olhar percorreu o corpo musculoso e sexy. Não,
definitivamente não era um mascote. Ela o queria, mas não para lhe
pôr uma coleira, a menos que viesse com algumas algemas para atá-
lo a sua cama, para possuir seu corpo e fazer divertidos joguinhos
sexuais.
Ele caminhou para a mochila outra vez. Abriu-a e retirou
roupas secas. Ela o observava. O material era como o outro traje,
parecia couro. Alguém tinha feito essa roupa para ele. Seu coração se
apertou em seu peito. Haveria outra mulher como ela por aí que
havia feito a roupa? Teria o estranho hábito de salvar mulheres no
bosque e fazer amor com elas? Teria sido dessa forma que conseguiu
o brinquedo e a roupa? Por que a mulher não estava com ele? Casey
não o deixaria ir tão facilmente se ele fosse para casa com ela. Ela o
seguraria por todo o tempo que pudesse.
Depois de vestir-se, colocou suas botas molhadas de novo.
Seus olhos finalmente se voltaram para ela. Agachando-se, tirou
outro conjunto de roupas. Caminhou até ela e lhe ofereceu uma
camisa e a calça. Ela hesitou antes de ficar em pé, fechou seus dedos
ao redor do traje. Ele retrocedeu uns poucos passos após soltar as
peças.
— Não acho que sejam do meu tamanho, mas estão secos.
Muito obrigado. São diferentes. Nunca havia sentido ou visto este tipo
de material. Parece couro, mas é mais suave.
Ele estava sorrindo de novo. Deu-lhe as costas, ela colocou
a calça sobre o saco de dormir. Tentou vestir a camisa, era estranha,
descobriu prendedores de velcro em lugar de botões, a parte
dianteira da camisa era revestida de um material mais duro e flexível.
Estava folgada como o inferno nela, mas pelo menos não tinha que se
preocupar que ele a visse sem o top e com os seus seios soltos sob
sua camisa. Era enorme, como ele. Teve que enrolar as mangas para
encontrar suas mãos.
Quando ela se agachou ouviu um grunhido atrás dela. Ela
sorriu, virando a cabeça. O danado estava vendo seu traseiro
aparecer na parte inferior da camisa dele.
— Ah, você gosta de um traseiro, hein? Pensei que queria
que me vestisse.
Seus olhos se afastaram de suas curvas expostas. Ele
assentiu com a cabeça.
O arrependimento a alagou. A ideia de fazer a posição
cachorrinho com ele a excitava. Apostava que ele era bom nisso. A
culpa a atingiu outra vez. Só porque tinha certas característica de um
animal não significava que gostava de transar como um. Mordeu o
lábio, enquanto afastava seu olhar dele.
Ela abriu as calças para entrar nela. Era muito comprida
para ela, percebeu o quão longas eram as pernas pelo material extra
reunido a seus pés. Quando tentou prender a calça descobriu outro
dilema ao se afundar nela. Tudo em que pôde pensar em fazer era
enrolar as pernas da calça até seus tornozelos para não pisá-los. Não
tinha nem ideia do que fazer com a cintura folgada, começou a juntá-
la e segurar com a mão.
Ele estava agachado na frente dela antes que o visse vindo.
Ele sorriu, mostrando seus dentes afiados, enquanto estudava o
problema. Enrolou a parte superior da cintura para baixo um par de
vezes até torna-la mais grossa ao redor de seus quadris e se
mantiveram no lugar. Admirou sua obra antes de levantar a cabeça,
seus olhares se encontraram.

Capítulo Três

Pela primeira vez em sua vida, Casey se sentia uma viciada


em sexo. Pensamentos travessos preencheram sua mente olhando
para aqueles olhos incrivelmente azuis. O odor masculino seduzia seu
nariz. Só de estar perto dele deixava-a quente e desejosa de despi-lo
de novo e repetir o que tinham feito sobre o saco de dormir. Ela viu
como seu nariz se dilatou quando ele sentiu o cheiro de sua
excitação, seus olhos a fitaram famintos olhando o V de suas coxas.
Céus, ele podia cheirar sua excitação. No entanto a suas mãos não
soltaram a mochila, fechou-a. Ficou ali, olhando-a. De repente se
aproximou dela.
Quase caiu ao ver sua altura enquanto levantava o queixo
para olhá-lo. Quando ambos estavam deitados não parecia tão alto.
Sentia-se pequena em comparação ao gigante musculoso. A atração
sexual correu entre eles como eletricidade. Seus lábios se
entreabriram, quando ele grunhiu para ela daquele jeito sexy.
— Não sei por que, mas porra... Você me excitada. — Ela
ruborizou quando se deu conta que o havia dito em voz alta.
Ele sorriu, estendendo a mão e acariciou seu rosto. O
homem tinha as mãos grandes. A pele áspera roçou sua face. Ela
quase virou a cabeça para olhar a sua mão, mas isso significaria que
teria de afastar os olhos dele e simplesmente não podia fazê-lo. Ele
assentiu com a cabeça.
— Eu o excito?
Os olhos azuis se entrecerraram, seu nariz se dilatou,
enquanto grunhia. Lábios grossos se separaram, mostrando seus
dentes afiados. Um suspiro saiu depois. Afastando seu olhar dela,
virou a cabeça para olhar atrás deles para a cascata por um longo
momento. Seu corpo se retesou quando baixou a vista para olha-la,
apontando para a água.
— Quer que saiamos? Mas acabamos de nos vestir. Vamos
nos molhar outra vez e os policiais estão aí fora nos procurando. Se
encontrarem a mim não tem importância, mas a você... Sabe o que
aconteceria a alguém como você, não? Se o virem saberão que é
diferente. Eles poderiam...
Um grunhido a deteve. Ele negou com a cabeça, a fome em
seus olhos substituída pela ira. Casey mordeu o lábio. Fora capturado
antes? Era por isso que parecia tão furioso? Alguém alguma vez o
tinha machucado? Realmente, desejava que pudessem falar um com
o outro. Ele respirou fundo, deixou cair à mão que a tocava na face.
Seus dedos roçaram seu braço descendo até agarrar sua mão, girou
o corpo e puxou-a em direção à água.
— Não. — Ela estacou, puxando a mão que a segurava. —
Temos que ficar aqui onde é seguro.
Ele riu entre dentes quando se virou rapidamente para vê-
la. Casey o viu agachar-se e no momento seguinte seu mundo ficou
de cabeça para baixo enquanto seu quadril bateu no ombro largo.
Estava sendo carregada novamente, o braço dele prendeu-a por trás
dos joelhos para se assegurar de que ela ficasse ali. A mochila ao
lado dela amortecia seu corpo sobre suas costas.
— Porra! Ponha-me no chão. Não entende que quando
atacou os policiais aqueles dois idiotas devem ter pedido reforços?
Mais pessoas estarão lá fora para nos caçar, conheço minha
propriedade e se sairmos vão nos encontrar. Ninguém sabe onde fica
essa caverna, não poderão nos encontrar se nos escondermos aqui,
onde é seguro. Devemos permanecer ocultos. Devemos...
Casey ficou sem fôlego quando o homem saltou da beirada
para a água através da cascata. Caíram com força nas águas geladas
antes de se afundarem no rio. Não pôde emitir nenhum som com
seus pulmões fechados pelo choque com a água gélida. A parte
superior do corpo flutuava na água enquanto ele subia para superfície
do rio, seu braço continuava enlaçando firmemente suas pernas
contra o peito. Nadou rapidamente para a margem e sentiu as
pisadas de suas botas, agora em direção ao bosque. Ela aspirou ar,
quase sufocada.
Ele caminhava com ela em seu ombro como se todos os
seus sessenta e oito quilos não fossem nada e rapidamente entrava
em uma trilha no bosque. Usando as mãos, ela afastou seu cabelo do
rosto, estava encharcada e congelada. Logo estaria escuro e a
temperatura iria baixar ainda mais à medida que a noite avançasse.
O medo se apoderou de Casey quando ele parou e rosnou
profundamente, seu corpo enrijeceu com algo que, obviamente, tinha
visto ou cheirado. Provavelmente era a polícia estadual quem teria
sido chamada quando os dois policiais foram atacados. Casey sabia
que o Pé Grande realmente a tinha salvo e a levara para protegê-la.
Ela sabia, com certeza, que isso não seria levado em consideração
pela policia. Agora seriam capturados por ele não tê-la escutado
quando o alertou sobre o perigo de deixar a caverna.
— Merda. O que é isso? — Ela sussurrou no caso de não
terem sido vistos ainda. — Temos que voltar a caverna.
Ele rosnou mais profundamente. O que a assustou foi o fato
de escutar outro rosnado em resposta. Soube, por instinto, que não
tinha saído do homem que a estava carregando. Estava mais à frente
no caminho, mas perto o bastante para lhes fazer saber que procedia
de algum lugar próximo. Retorceu-se, tirando freneticamente o
cabelo úmido que caía sobre seu rosto, tentando ver em torno de
suas costas largas. Haveria dois deles?
O que aconteceria se esse Pé Grande tivesse um irmão? Ela
não seria um brinquedo sexual, droga. Se ele esperava compartilhá-
la com outro homem, iria quebrar a cara. Se estivesse pensando... E
se esse outro Pé Grande fosse um rival querendo copular, também.
Lutariam entre si como os ursos? Tinha ouvido brigas de ursos,
próximas a sua casa. Mas e se fosse realmente um urso? O homem
que a carregava era forte e grande, mas não seria rival para um
grande e feroz urso pardo.
Casey finalmente se torceu o bastante para poder ver o final
da trilha. Um segundo homem surgiu na entrada da clareira, se
parecia muito com o Pé Grande que a carregava. Ficou com a boca
aberta, o outro se vestia com um traje similar ao que eles usavam.
Seu cabelo era longo e selvagem como o do Pé Grande só que eram
castanhos. Ela viu seus olhos brilhantes, de um diferente tom de azul,
e esses olhos a olhavam fixamente. Grunhindo mais baixo.
O seu Pé Grande grunhiu em resposta. Parecia um grunhido
ameaçador como o de um predador querendo afastar outro da
mesma espécie. O medo subiu lentamente por sua coluna com a ideia
de que poderiam brigar. Seu bosque estava cheio destas coisas? De
onde tinham vindo? Tinha toneladas de perguntas, mas nenhuma
resposta. O grandão que a segurava respirou profundamente,
sinalizou com sua cabeça para o outro e voltou a grunhir. Moveu os
ombros e a mochila caiu ao chão.
O segundo homem desviou sua atenção de Casey. Com um
movimento de cabeça chegou mais perto, agarrou a mochila e se
afastou abaixando seu rosto, quase em reverência. Casey ficou
atônita quando viu o homem dirigir-se ao outro lado do bosque um
segundo antes que seu Pé Grande se movesse seguindo-o.
— Me põe no chão.
Para seu desgosto o Pé Grande seguiu caminhando levando-
a sobre o ombro. Casey só podia pôr suas mãos na curva de suas
costas, onde esta se arqueava para seu traseiro firme, se empurrou
para cima tentando usa-lo como alavanca para que não ficar
pendurada sobre seu ombro. Tudo o que conseguiu foi mover o
quadril um pouco mais para cima de seu ombro. Isto fez com que seu
ponto de equilíbrio saísse do lugar tornando impossível levantar a
parte superior do peito para longe de suas costas. Também levou seu
rosto para mais perto de seu traseiro e sabia que ele fez isso de
propósito. Ela se empurrou várias vezes até se render, quando se deu
conta de que não a desceria.
Casey estava com medo enquanto caminhavam
rapidamente pelo bosque. Ela não sabia se eram apenas dois deles e
não tinha ideia de para onde iriam. E se houvessem dúzias de Pés
Grandes acampando em suas terras? Será que todos se reuniam todo
ano como em uma reunião familiar? Suas terras seriam uma versão
de hotel onde se encontravam para celebrar? O sol estava se pondo,
quase não conseguia ver nada mais, mas a escuridão não diminuiu a
velocidade do homem.
Casey estava começando a ter dor de cabeça por tanto
sangue se concentrar em sua cabeça. Ela suspirou.
— Pé Grande. Cara?
Ele resmungou baixinho, sua mão esfregava sua perna com
delicadeza, mas não deixava de caminhar. Deviam ter percorrido
quilômetros, mas nem mesmo assim diminuiu a velocidade.
— Estou com dor de cabeça por ficar nesta posição por tanto
tempo. Entendeu? Tanto sangue em minha cabeça causa dor.
O alívio correu através de Casey quando ele parou. A
moveu, deslizando seu corpo até alcançar seu peito, acomodando-a
em seus braços até ficar face a face com ele. A segurou com força
baixando-a até o chão com um braço ao redor de sua cintura,
prendendo-a junto a ele. Mal podia distinguir sua sombra na
escuridão. A lua se escondia atrás das densas árvores fazendo dele
apenas uma sombra em meio à escuridão. As mãos de Casey
tocaram a curva de seus ombros.
Com as mãos livres ele levantou suas pernas, ela as apertou
ao redor de seus quadris e colocou os braços ao redor de seu
pescoço. Duas mãos grandes agarraram seu traseiro, apertando-a
contra ele. Cruzou os tornozelos e então entrelaçou seus dedos atrás
de seu pescoço para ajustar-se melhor. Sentia-se observada, mas
não estava certa se era o seu Pé Grande ou o outro.
— Pode me descer. Posso caminhar.
Ele soltou uma de suas mãos de seu traseiro só para agarrar
seu pé descalço, esfregando-o. Casey assentiu com a cabeça,
entendendo o que ele estava tentando lhe dizer.
— Está certo. Não tenho sapatos. Mas sou pesada. Suas
costas não doem? Seus braços? Maldição, o ombro sobre o qual me
carregava? Sei que é grande e forte, mas...
Ele riu e grunhiu suavemente para ela. Soltou seu pé para
agarrar seu traseiro e mantê-la de frente a ele, enquanto ele
acariciava sua bochecha com a dele. Entendendo o que ele queria, ela
virou a cabeça para repousar contra o calor de seu pescoço. Aspirou
seu maravilhoso aroma já que seu nariz tocava sua garganta. Agora
que ela já não estava lhe bloqueando a vista, ele começou a
caminhar novamente.
Casey relaxou em seus braços, apreciando a sensação de
seu Pé Grande colado a ela. Se ele tinha decidido carregá-la então
iria deixar. Vagar cegamente pelo bosque à noite, descalça, enquanto
estava fria e úmida não tinha nenhum atrativo. Estremeceu quando o
vento frio soprou através das árvores e os ramos sussurram acima
deles. O calor de seu corpo a ajudou a manter-se quente onde estava
pressionada contra ele.
Ele parou. Os olhos de Casey se abriram e ela virou a
cabeça para ver o que ele estava olhando. Estava muito escuro para
que pudesse ver alguma coisa, mas, de repente, uma luz riscou o céu
à distância. Ela franziu o cenho olhando para cima, observando a
pequena luz que se movia em grande velocidade para eles. Suas
sobrancelhas se levantaram. É uma estrela cadente? Tentou escapar
dos braços do Pé Grande. A coisa que voava parecia vir na direção
deles.
— Merda. — Sussurrou.
As mãos em seu traseiro a apertaram. Virou a cabeça para
olhá-lo, mas só via uma sombra. Um suave grunhido proveio do outro
Pé Grande e a boca a centímetros da sua respondeu. Casey ouviu um
leve som de motores. Que diabo era aquilo? Sua mandíbula se abriu
em surpresa quando seus olhos se encontraram de novo com a
pequena luz que se movia rapidamente. A luz e o ruído pareciam uma
espécie de avião, mas não conseguia vê-lo.
Não podia ser um helicóptero, era silencioso demais. E
muito menos um pequeno avião, seria impossível aterrissar em uma
área de bosques, a menos que houvesse uma estrada reta. O piloto
teria que estar louco por sequer pensar em aterrissar em qualquer
uma das estradas estreitas desta área. O lugar era cercado de
árvores.
Seja lá o que fosse, estava sobre eles. Agarrou-se a ele
quando, do nada, uma porta se abrindo surgiu e uma luz a cegou.
Olhou a área ao redor deles, que estava coberto com a luz brilhante.
Ela podia ver que estavam em uma pequena clareira com algumas
árvores ao redor deles uns bons seis metros de distância. Seu olhar
voou para seu Pé Grande, agarrando-se a ele com terror.
Seus belos olhos brilharam com divertimento enquanto ele a
observava com cuidado. Soltando um dos lados de seu traseiro, ele
apontou para cima, um sorriso de diversão separava seus lábios.
Casey negou com a cabeça, incrédula.
— Não pode estar falando sério. Não vamos entrar nessa
coisa, não é? Que diabos é isso?
Ele continuou sorrindo. Casey o abraçou com força quando
algo caiu perto deles. Ela começou a se debater em seus braços para
escapar, mas seu abraço se apertou mais. Parecia perceber seu terror
ao desconhecido. A surpresa se tornou terror quando ela viu o que
planejavam fazer.
— Ah não, nem pensar. — Ela negou freneticamente com a
cabeça. — Não.
Ele se moveu antes que ela recomeçasse a lutar. Seu Pé
Grande agarrou um tipo de arnês pendurado naquela coisa que
sobrevoava acima deles. Ela tentou soltar-se, ouviu seu grunhido,
sua diversão desapareceu por completo, enquanto soltava o arnês
para agarrá-la com as mãos de novo.
Lutando freneticamente, ela olhou para o que estava muito
acima de suas cabeças. Aquela coisa iluminada tinha que estar a mais
de quarenta metros acima deles. De maneira nenhuma ela ia deixá-lo
prende-la a algo estranho com uma corda e a levantar no ar. Ser
presa para ir ver seu ex-namorado não parecia tão ruim agora.
De repente o outro Pé Grande estava ao lado deles para
fechar a correia do arnês ao Pé Grande e a Casey, já que ele não a
soltaria de maneira alguma. Seus braços bem que poderiam ser
cintos de aço fechando-se ao redor de sua cintura. As mãos do outro
homem a empurraram para o homem que a agarrava fortemente
para fechar o arnês. O outro homem deu um passo atrás quando o
fecho travou. Seus corpos se balançaram no ar. Ela deixou de lutar
imediatamente. Casey se agarrou a ele com força, apertando seu
corpo com suas pernas e seus braços. Ela se agarrava a ele rezando
para não cair.
O vento os golpeou quando se aproximavam da luz
brilhante. Casey ocultou o rosto no pescoço do Pé Grande.
— Ai, meu Deus! Não me deixe cair! — Ela gritou.
Ela poderia ter jurado que ele se pôs a rir. Seus braços
fortes estavam fortemente presos ao redor dela. Já sabia que era
musculoso, mas a carregara por vários quilômetros e agora este não
era o momento para ficar cansado. Ela não queria olhar para baixo.
O som do motor estava mais forte. Ela se atreveu a abrir os
olhos, estavam em um local com paredes de metal e cercada por
luzes. Ficou em alerta quando viu outro Pé Grande. Este tinha o
cabelo vermelho-selvagem com brilhantes olhos verdes, que se
fixaram nela. Vestia o mesmo traje de couro, talvez fosse um
uniforme. Cada um deles era alto e musculoso.
Tinha o pressentimento de que estava completamente
enganada sobre o Pé Grande. Segundo a lenda, as criaturas míticas
eram solitárias e, certamente, não tinham naves voando por ai. Ele
era uma espécie de supersoldado do governo? Talvez algum cientista
maluco os tenha criado para algum tipo de projeto experimental
secreto do Exército. No entanto, quem se alistaria voluntariamente
para mudar seu DNA? Ela sem dúvida não iria. Se seu grandão era
algum projeto secreto do Exército, por que a levaria para a sua base?
Um novo temor tomou conta de sua mente. Seu Pé Grande relaxou
um pouco, mas ainda a segurava com força.
O ruivo grandão a olhou e lhe deu um sorriso amistoso.
Grunhindo, seus olhos se voltaram ao homem que segurava Casey.
Seu Pé Grande grunhiu de volta piscando um dos olhos. Casey
realmente teve um mau pressentimento, o ruivo desenganchou a
correia do arnês e deu um passo atrás. Casey encontrou os olhos de
seu Pé Grande. Estava sorrindo. Então deu a volta, ainda com ela
agarrada a ele e se moveu até uma porta de metal fechada.
Enquanto avançavam não tocou em nada. A porta se abriu,
obviamente, tinham algum tipo de sensor de movimento. Continuou a
caminhar por um corredor.
— Desça-me. — Casey quase suplicou.
O Pé Grande seguiu caminhando até chegar a outro
corredor, ignorando por completo sua suplica. Ele parou de frente a
uma das muitas portas, estendeu um braço para tocar com sua
palma um painel elétrico preso à parede. A porta zumbiu, antes que
se abrisse deslizando. Ele entrou, a porta deslizou novamente
fechando-se atrás deles. Casey girou a cabeça olhando
freneticamente ao redor do quarto.
Uma cama grande, integrada com gavetas em baixo dela,
ocupava a maior parte do espaço pequeno. Ao longo de uma parede
havia prateleiras com mais gavetas. As paredes eram feitas de uma
espécie de material de metal preto e brilhante que era muito
estranho para ela, como a maioria das coisas que vira desde sua
chegada à nave. Havia uma porta aberta do outro lado do quarto
deixando-a ver um banheiro com uma banheira bem grande. Estava
distraída estudando o lugar quando o braço que a envolvia pela
cintura desceu seu corpo com cuidado.
Enquanto o soltava, Casey se aprumou sobre seus pés e o
olhou fixamente. Ele olhou para trás dela durante alguns segundos
antes de afastar-se se dirigindo para uma pequena tela com botões,
semelhante a um computador ou televisor pequeno, de aspecto
estranho. Ela o viu tocá-lo com um de seus dedos e uma brilhante
tela azul, com símbolos estranhos movendo-se ao longo dela, se
abriu instantaneamente. Ele deixou cair à mão depois de apertar um
par de botões e cruzar seu olhar com o dela novamente.
— Pode me entender agora? Este é um programa executado
pelo Conis que permitirá nos comunicarmos com facilidade.
Casey engoliu em seco, surpresa. Sua boca se abriu, mas
não saiu nada. Seus lábios se moveram e ela ouviu seu suave
grunhido, mas palavras em inglês tinham saído dos alto-falantes
ocultos na sala. Ela tentou falar de novo. Não sabia o que pensar nem
o que dizer. Muitos pensamentos percorriam sua cabeça. A primeira
pergunta finalmente passou por seus lábios.
— Você não é um Pé Grande, não é?
Uma sobrancelha negra se arqueou.
— Tenho os pés grandes comparados com os seus.
— Um homem da neve. Você não é um deles, não é?
— Não sei o que é isso. Não estou familiarizado com as
diferenças de raças dos seres humanos.
Ela precisava sentar-se. Seres humanos? Sua mente girava
com força. Disse humanos como se a palavra fosse estranha para ele
e também a tinha pronunciado mal. Saiu "human-ins". A maneira
como falava era estranha. As diferenças de raças dos seres humanos?
Nós não temos diferentes raças de seres humanos. Ela deu alguns
tropeços, em colapso, na beira da cama, sem afastar o olhar dele.
Um suspiro escapou de seus lábios.
— Está surpresa por eu não ser humano. O que achou que
eu era? O que é um Pé Grande?
— O que você é?
— Disseram-me que sua Terra não acredita que há vida em
outros mundos. Odeio te chocar, mas seria uma teoria errônea, há
vida lá fora. Sou um guerreiro Zorn, do planeta Zorn. Soubemos a
respeito de seu planeta quando uma humana foi capturada por outra
raça alienígena e mantida em cativeiro com alguns de nosso povo, os
Zorn. Meu povo a libertou de sua prisão e um dos nossos guerreiros
Zorn tomou essa humana como sua vinculada. Ele é meu irmão. Acho
que você chamaria o termo de vinculo como casamento. Alguns dos
meus guerreiros Zorn vieram aqui para encontrar mulheres humanas
para se vincularem. Meu irmão e sua humana são muito felizes
juntos.
Casey realmente estava contente de estar sentada enquanto
olhava ao bonito homem alienígena Zorn. Seus olhos pousaram sobre
o traje ajustado minuciosamente ao seu corpo. Não era de estranhar
que fosse um uniforme militar de couro. Fazia muito sentido se era
um guerreiro. Outro pensamento passou por sua cabeça. Era um
guerreiro, queriam atacar a Terra? Seus olhos se abriram.
— Estão atacando meu planeta?
Um sorriso curvou seus lábios.
— Não. Você gostaria que o fizéssemos?
— Não!
Riu entre dentes, alcançando a frente do traje dele e
começando a abri-lo.
— Bem. A guerra não é algo da qual fujamos, mas tampouco
a começamos. Somos uma espécie inteligente. Peço-lhe perdão por
não ter um implante comigo para colocá-lo em seu ouvido e assim
poder nos comunicar. Não esperava encontrá-la, Casey. Tinha
descido à superfície para dar uma olhada em seu planeta. É muito
bonito e bem diferente do meu mundo. Vocês só têm uma lua e é
muito distante. A fauna é muito dócil em comparação ao lugar de
onde venho. É por isso que não se tornaram uma raça guerreira?
Ela não tinha nem ideia de como responder a essa última
parte da conversa.
— Fala isso por que não se encontrou com um urso. — Ela
disse finalmente. — São grandes e perigosos.
— Não, não encontrei. — Abriu a camisa e a arrancou de seu
corpo. Lançou-a em direção a porta do banheiro aberta. — Tire a
roupa molhada. Está gelada. Vamos tomar um banho. Tenho fome.
Eles nos trarão algo para comer. Temos mantimentos que a vinculada
de meu irmão come. Espero que isso a agrade.
Ela negou com a cabeça.
— Espere, vamos começar de novo.
Ele franziu o cenho, mas parou o que estava fazendo. Casey
quase gemeu.
— Não literalmente. É uma forma de falar. Estou confusa. O
que é um implante? O que quer dizer com alguns de seus homens
vieram aqui para encontrar mulheres? Não há mulheres em seu
planeta? Estou muito confusa. — Ela respirou fundo. — Qual é seu
nome? Esse tempo todo o chamei de Pé Grande, mas não é um.
Ele riu entre dentes.
— Meu nome é Argernon. Meu povo me chama Argis
Argernon. Argis é meu título, o lugar que ocupo no governo de meu
planeta. Meu pai governa Zorn. Sou o segundo filho na linha a
governar. Não se sinta intimidada por meu posto. Meu pai é muito
saudável e assim também é meu irmão, Ral. Nunca terei que
governar meu planeta. Um implante é algo que terei de providenciar
e logo, mas não quero fazê-lo aqui, poderia ser doloroso sem um
curador para inseri-lo. Não temos um a bordo agora. É um pequeno
dispositivo que se coloca dentro dos ouvidos. Desta maneira não
necessitamos um conis para nos traduzir. Você será capaz de me
entender e a qualquer outro Zorn que escute ou fale. — Sorriu. — E
há mulheres em meu planeta. Só que alguns homens gostariam de se
comprometer com uma humana. A vinculada de meu irmão causou
uma grande impressão em muitos de nossos homens.
— Conis?
Apontou outro aparelho.
— Creio que vocês chamam de computador. É isso? A
vinculada de meu irmão esteve trabalhando com o programa de
tradução para que os humanos possam entender algumas palavras
diferentes como: conis, que para vocês é um computador. Algumas
delas ainda estão sendo traduzidas e seu significado adaptado, mas
me ensinou algumas palavras com a tradução. Ela disse que seriam
úteis. Computador é uma delas.
Casey mordeu o lábio.
— Que outras palavras ensinaram a você?
Ele sorriu.
— Clitóris.
— O que disse? — Ela estava certa de que tinha escutado
errado.
— Unis é nossa palavra para clitóris. — Seu sorriso
aumentou, seus olhos baixaram para o vão entre suas pernas. —
Nossas mulheres têm um unis. O seu é chamado clitóris é a parte que
eu...
— Entendi! — Casey corou quando cortou o resto da frase.
Recordava muito bem o que tinha feito a ela. — Certo. E que outras
palavras ela te ensinou para se entender com os seres humanos?
Ele inclinou sua cabeça.
— Discutiremos essas palavras em outro momento. Sinto-me
sujo e estamos molhados com a água do rio, que não cheira bem.
Tire a roupa. Venha comigo. Vou lavá-la e alimentá-la.
Levantando-se lentamente, Casey se agarrou a sua camisa.
— Tenho que voltar para casa logo.
Ele a estudou.
— Te garanto que vai voltar logo para casa, Casey. —
Sorriu. — Mas primeiro quero conhecê-la. Quero que saia dessa
roupa.
Ela hesitou. Ele era um alienígena, de outro planeta. Fizera
amor com ele antes, pensando que fosse uma criatura legendária.
Ficou de pé enquanto se despia lentamente. Podia não ser o Pé
grande, mas era o ser mais sexy do universo. E ela queria que aquele
contato se repetisse. Seus olhares se encontraram enquanto se
despia.
Ele a observava, enquanto tirava as botas e a calça. Nua,
molhada e gelada em cada maravilhosa polegada exposta a ele. Sua
atenção se fixou em seu baixo ventre. Seu corpo respondeu
imediatamente a sua excitação grossa e quente apontando para cima,
lhe demonstrando o quão excitado estava. Seus músculos internos
tremeram enquanto a umidade surgia entre suas coxas.
O banheiro era minúsculo. Olhou para a privada. Era obvio o
que era, mas não era igual ao de sua casa. A ducha capturou sua
atenção. Não havia portas ou uma cortina que o separasse do resto
do banheiro.
Argernon riu entre dentes.
— Desculpe-me pelas instalações inapropriadas, mas esta
nave foi desenhada para ser uma ponte. Nossas mulheres não são
guerreiras, não as transportamos nela. Não foi construída pensando
na comodidade delas. Não podíamos trazer uma de nossas grandes
naves para perto de seu sistema solar, as defesas de seu planeta
poderiam nos detectar. Quando essa nave sair de órbita, iremos nos
unir a nave mãe e voltaremos para Zorn.
— Uma ponte?
— Uma nave pequena, desenhada para transportar com
velocidade a nossos guerreiros de um lugar a outro. Esta é usada
para transportar nossos feridos ou para nos levar a uma batalha com
rapidez. Só possuí dez alojamentos particulares e uma sala
compartilhada pelo restante da tripulação. Este é o maior quarto na
ponte, o do capitão, o peguei já que sou Argis. Desejaria ter mais
privacidade para ficar com você do que a que me oferecem na nave
mãe, que utilizamos para as viagens mais longas.
— E o que significa Argis?
— Disse-lhe isso. Meu pai governa Zorn. Argis é um título de
minha família. Argis é... — Fez uma pausa, sua mente trabalhando,
ele encolheu os ombros. — É meu status familiar em meu planeta.
Meus irmãos e eu, todos somos Argis.
— Tem irmãs?
— Sim.
— São Argis também?
Ele negou com a cabeça.
— Bratha. Essa é a designação. Isso significa mulher da
minha família. Minha mãe é Bratha Alluwn. Seu nome é Alluwn.
Minhas irmãs são...
— Já entendi.
Ele sorriu.
— Também entende o muito que a desejo? — Seu olhar
percorreu seu corpo.
O corpo dela respondeu à fome em seus olhos.
— Sim, Argernon.
Mãos grandes e quentes a alcançaram, agarrando-a pela
cintura enquanto ele a levantava e caminhava para a ducha. A
princípio a água veio como pingos de chuva. Argenon agitando sua
mão no ar fez fluir um jato forte de água quente. Sorriu, vendo Casey
ficar sem fôlego pela surpresa diante da repentina imersão de água.
— Sinto muito. Não quis assusta-la.
A água estava caindo, não podia olhar para cima e vê-lo. Ela
afastou o cabelo castanho molhado do rosto e levantou sua mão para
proteger seus olhos da força da água enquanto olhava para seu peito.
— Por que é assim?
Ele riu entre dentes.
— Não são desenhadas para compartilhar. Têm o propósito
de limpar rápido. Teremos que esperar para compartilhar nossos
corpos quando sairmos. Ficaremos muito limpos. Essa água tem
produtos químicos que limparão nossa pele e cabelo, mas não deve
bebê-la ou ficará doente.
Deixou que a água corresse descendo sobre ela, mas se
mexeu se aproximou do corpo de Argernon. Moveu suas mãos até
seus quadris, roçando as palmas das mãos sobre sua pele. Uma mão
se levantou para agitar o ar acima deles e parar a água que corria.
Casey limpou o rosto com as mãos para assim poder olha-lo. Lançou
o cabelo molhado para trás. Ela apreciava seus traços fortes e
bonitos, mesmo ele não sendo humano. No que dizia respeito a
alienígenas, ele era malditamente sexy.
— Quero estar dentro de você agora. Feche seus olhos e não
se assuste. Sentirá calor.
Estirou a mão para pressionar uma parte da parede da
ducha. Casey ouviu um clique e fechou os olhos. Ela ofegou quando o
ar quente a pegava de cima e nos flancos. Era como estar em um
túnel de vento com rajadas de calor. Como se alguém conectasse
cinquenta secadores de cabelo em diferentes lugares ao mesmo
tempo. A água secou sobre sua pele. A explosão de ar de repente
parou. Ela abriu os olhos para ver Argernon.
Estava sorrindo.
— Não secou bem seu cabelo, mas se apertar o botão por
tempo suficiente secará. No entanto, não quero fazê-lo. Fará com que
sua pele resseque e você começará a se coçar. — Levanto a mão
para roçar as gemas dos dedos sobre sua pele. — É tão pálida e
suave, sua pele é macia e delicada.
Mordendo-os lábios, Casey o olhou. Deixou de mordê-lo.
— Vamos continuar conversando ou vai me levar para a sua
cama?
Agora o sorriso se ampliou.
— Siga-me. — Ofereceu sua mão a ela que a agarrou. —
Vamos.
Ela o seguiu de volta ao dormitório. Era uma cama grande,
mais larga e longa que uma cama king-size padrão. Um braço
musculoso circundou sua cintura e Argernon a virou de repente para
encará-la. Ficou sem fôlego enquanto ele a carregava e depois a
jogara de costas na cama, fazendo-a saltar. Seu olhar cruzou com o
de Casey.
— Vi um vídeo de vigilância, um de minha espécie tendo
sexo com uma mulher humana. Seu sexo é ligeiramente diferente das
mulheres de meu mundo. Quero aprender tudo sobre seu corpo e
quero que aprenda sobre o meu. Sou um pouco diferente de seus
machos humanos.
A excitação tomou conta de Casey.
— Está bem. Estou dentro. — Ele piscou e arqueou uma
sobrancelha. — ―Estou dentro‖, esse é um termo de linguagem que
significa que quero aprender sobre você. Então, isso significa que eu
quero fazer isso. — E riu. — Bom, é melhor se preparar porque
vamos fazer muito disso.

Capítulo Quatro

Argernon subiu à cama depois de Casey. Esticou o corpo


enorme sobre a cama junto a ela. Casey rodou para seu lado e ficou
de frente a ele, com apenas alguns centímetros os separando. Deixou
os olhos descerem lentamente por seu corpo, planejando tocar cada
detalhe de sua pele naturalmente bronzeada. Umedeceu os lábios.
Argernon era alguém a ser devorado e degustado com
requinte e prazer. Ela ainda não podia decidir por onde começar.
Um sorriso separou os lábios dele.
— Quão diferente sou em relação aos machos humanos?
— Suas feições são um pouco diferentes. — Deslizou a mão e
delineou ligeiramente seu nariz com a ponta dos dedos. — Há
diferenças. Você tem dentes afiados e seus lábios são mais grossos. A
estrutura de seus ossos é mais forte e mais pronunciada.
— Sou atrativo para você? Acho seu nariz atrativo mesmo
sendo pontudo.
Casey riu, assentindo com a cabeça. Definitivamente era
atraente para ela.
— Então meu nariz é pontudo?
— Definitivamente. — Seus olhos percorreram seus seios. —
Eu adoro sua pele pálida.
— Não há ninguém entre seu povo que seja assim como eu?
Ele negou com a cabeça.
— Não. Eu gosto que seu corpo seja pequeno e muito mais
suave do que o de nossas mulheres .— Sua mão se estendeu sobre
seu ventre ligeiramente arredondado enquanto esfregava sua pele. —
É muito suave e macia ao tato.
Casey acariciou seu rosto e continuou descendo
lentamente, acariciando o peito, o abdômen, até finalmente chegar a
seu quadril, deixando que seus olhos seguissem sua mão enquanto
ela deixava seus dedos afagarem a cabeça de seu pau.
— É bem maior aqui que um ser humano.
— Em tamanho? Seus homens não são como nós? Sou mais
grosso ou mais comprido que eles?
Ela hesitou.
— A cabeça de seu pênis é maior que a de um humano. Você
é maior, em todas as partes, que qualquer homem com o qual já
estive, mas para ser justa, eles eram do tipo menor. Sua ponta é
mais grossa, mas fica mais grosso de novo a alguns centímetros
acima da base de seu pênis. É incrível como me faz sentir.
Isso atraiu um sorriso nele.
— Então isso explicaria porque é tão estreita, tão
deliciosamente apertada. Quase senti dor, mas é muito bom. É
perfeita e me sinto incrível quando estou dentro de você. — Seu
sorriso morreu enquanto a fome por ela o assolava. — Você é mais
suave em seu interior que qualquer outra mulher que tenha tomado.
— Qual é a diferença?
— Você não tem bordas ásperas em sua volta. É tão suave e
a sensação... — Ele grunhiu, aproximando-se. — Desejo-a de novo.
Quando está excitada, seu cheiro me chama. Adoro seu gosto. Seu
sabor é o melhor, Casey. Ao sentir seu cheiro percebo o quanto me
deseja e eu nunca estive mais duro ou mais desesperado para estar
dentro de uma mulher.
Ela teve que se lembrar de como respirar. Seus mamilos
ficaram duros com as palavras dele, sua vagina se inundou com a
necessidade. A lembrança dele entre suas coxas, sua língua
acariciando seus clitóris, era um afrodisíaco forte. Não podia esperar
muito tempo. Ela o desejava agora.
— Que tal deixarmos de falar e mãos à obra.
— Mãos à obra? — Ele se virou, de repente empurrando-a
sobre suas costas. — Isso significa que quer que eu te foda?
— Sim. — Ela agarrou seu pênis duro como uma rocha entre
eles, sentindo-o pulsar na palma da mão. Pele suave cobria a ereção
dura como o aço. — Por favor, Argernon. Quero senti-lo. — Ela
esticou as pernas e as abriu dobrando os joelhos.
Ele não fez nada mais que subir sobre ela para colocar seu
grande corpo dentro do berço de suas coxas. Seus olhares se
encontraram quando ele levantou seus quadris, pressionando o pênis
grosso contra seu sexo úmido. Penetrando lentamente. Seu corpo
resistiu à ponta grossa e áspera da cabeça no primeiro impulso, mas
Casey só levantou seus quadris para ajeita-lo, abrindo mais suas
pernas para aceitá-lo mais facilmente. A sensação dele se
empurrando para dentro dela, esticando-a, a fez gemer de prazer.
Era puro êxtase, estava sendo preenchida ao máximo, sendo tocada
em todas as suas terminações nervosas.
— Está tão bom. É como estar no céu. — Ela fez uma pausa.
Ele provavelmente não saberia o significado do que acabara de dizer.
— Nada é melhor que você dentro de mim.
— Casey. — Ele gemeu. — Estou tentando me controlar. Não
me excite muito ou posso machucá-la e não quero isso.
Suas palavras a fizeram sorrir.
— Me machucar?
Argenon não retribuiu o sorriso.
— Sou muito forte e não quero te machucar.
A imagem dele possuindo-a de forma selvagem e
descontrolada surgiu em sua mente. Na caverna ele tinha perdido
parte do seu controle no final. E fora o céu e o inferno ao qual ela
queria voltar a experimentar mais uma vez. Suas paredes internas se
apoderaram dele estreitando-se ainda mais com necessidade. Ela o
queria dessa maneira. Rápido, selvagem, desenfreado. Seu pau se
retirou dela quase completamente, provocando sensações deliciosas.
Um gemido saiu dela.
— Acho que posso aguentar, Argernon. — Ela mexeu o
quadril. — Dê-me tudo o que tem.
Um grunhido saiu dos lábios de Argernon enquanto a
penetrava mais duro e fundo. O impulso repentino a fez jogar a
cabeça para trás em êxtase, suas unhas se enterraram em seus
ombros e um forte gemido saiu de seus lábios. Argernon se congelou,
enterrado profundamente dentro dela. Ele começou a sair
lentamente.
— Perdão por ter te machucado.
Ela negou com a cabeça, abrindo seus olhos. Suas pernas se
apertaram ao redor de sua cintura para mantê-lo no lugar.
— Isso não doeu. Surpreendeu-me, mas foi incrível. Faça-o
outra vez.
— Tem certeza? — Mostrava preocupação em seu olhar.
— Não sou tão frágil. Confie em mim.
Então ele se retirou de seu corpo, obrigando-a a soltar as
pernas para lhe dar mais espaço. Segurou seus joelhos para olhar
para ela.
— Então vire-se e me dê o seu rabo.
— Uau. — Ela engoliu em seco. — Ãmm... Acho que é muito
grande para ir lá.
Ele inclinou a cabeça, franzindo o cenho diante dela.
— Quero tê-la dessa maneira.
Ela piscou.
— É muito grosso para isso. Serei atrevida, mas levará
algum tempo para me acostumar e precisaremos de lubrificante. —
Lançou um olhar a sua impressionante ereção. — Muito lubrificante.
O cenho de Argernon se aprofundou, confusão estampada
em seus traços.
— Já está pronta para mim.
Ela mordeu o lábio.
— Estamos, ambos, falando de sexo anal? Sabe o que é isso?
Ele negou com a cabeça. Casey ficou surpresa. Não tinham
sexo anal no planeta dele? Isso era estranho. Depois de dar uma
rápida olhada na cabeça grossa de seu pênis, ela não poderia dizer
que estava decepcionada por não tê-lo preenchendo-a alí. Ele era
muito grosso para fazer a maldita coisa anal com ela sem um pouco
de dor. Se virou lentamente para ficar sobre as mãos e joelhos.
Virando a cabeça, sorriu por cima de seu ombro mexendo o
traseiro para ele, convidando e arqueando seu corpo para cima, já
que ele era muito alto, de joelhos.
— Gosta assim?
— Você me faz tão duro. — Disse gemendo.
Argenon se aproximou de seu corpo ficando acima dela,
puxou-a para debaixo dele, colocou uma mão sobre a cama para
sustentar seu peso e com a mão livre guiou o pênis até ela. Penetrou
em sua vagina lentamente. Os dois gemeram alto, enquanto a
penetrava com força.
— Está tão quente, molhada e apertada.
— É uma sensação muito boa deste lado também. — Ela
gemeu enquanto ele se movimentando com investidas curtas e
longas que a deixava louca de prazer. Seus dedos se agarravam a
cama. — Por favor, me foda mais rápido e forte.
— Com muito prazer. — Ele rosnou.
Seu braço livre enlaçou a cintura dela, apertando-se a ela
para que não pudesse se mover enquanto a fodia rápido e
profundamente. Sua mão mudou de posição, deslizou para frente e
agora esfregava seu clitóris. Com o som de carne golpeando carne,
Casey mal podia pensar. O êxtase sentido com o pênis indo e vindo
em seu interior era arrebatador, seus músculos vaginais se
contraindo para mantê-lo em seu interior.
— Ai, Deus! — Casey gemia e ofegava. — Ai, Deus! Não
pare.
— Não poderia nem se tentasse. — Grunhiu.
Dentes afiados se apoderaram de seu ombro. Outro
grunhido saiu de Argernon, abafado contra a pele aprisionada entre
os dentes, os quadris investiram mais rápido ainda. Seus corpos se
chocaram, entrelaçados. As paredes vaginais o apertando mais,
estreitando-se em volta de seu pênis.
Casey gritou quando gozou intensamente. Os dentes afiados
soltaram seu ombro e Argernon jogou a cabeça para trás. Um rugido
saiu de seus lábios abertos, seu corpo estremeceu intensamente
sobre o dela, seu sêmen quente se espalhou dentro de Casey. Seu
quadril desacelerou até que não estava mais se mexendo.
Casey desabou sobre a cama com seu traseiro para cima, já
que Argernon tinha o braço agarrado ao redor de seu quadril para
mantê-la no lugar. Ela ofegou e lutou contra o impulso de dormir
após o esgotamento. O homem a tinha fodido como ninguém em toda
sua vida. Um sorriso curvou seus lábios. Ele ainda estava plantado
dentro dela. A mão dele se mexeu e seus dedos tocaram seus clitóris.
Isto a fez estremecer um pouco, pois estava muito sensível nesta
região.
Ouviu uma risadinha dele, antes que lentamente se
retirasse de seu corpo, seus dedos se afastando de seu clitóris. Casey
estranhou a sensação de não tê-lo dentro de seu corpo. O braço que
a prendia foi retirado. Argernon caiu sobre seu flanco ao lado dela e
de frente. Casey baixou o traseiro antes de fechar as pernas e as
esticar sobre a enorme cama. Virou-se de lado e ficaram frente a
frente. Seus olhares se encontraram.
— Esse foi o melhor orgasmo que tive em toda minha vida.
— Ela admitiu com um sorriso. — Foi incrível e quase sinto a
necessidade de lhe agradecer.
Argernon sorriu.
— Para mim também foi e eu lhe agradeço. Você tem me
feito muito feliz.
Casey riu entre dentes.
— Viu o que dá sair por aí salvando mulheres de serem
presas?
Ele franziu o cenho.
— Por que a estavam prendendo? Estou familiarizado com
este termo. Em Zorn significaria que violou as leis, seria julgada e
castigada se fosse culpada. Quero que me conte tudo.
— Disse a você que saía com o cara errado e que ele se
deitou com outra mulher. Semana passada mandou os dois policiais,
de quem você me salvou, me prender. Algemaram-me e levaram ao
escritório de Dom e depois me deixaram lá, ele... — Ela ruborizou. —
Ele queria ter relações sexuais comigo outra vez. Eu disse não. Então,
ele me agarrou e tentou tirar minhas calças, disse-me coisas
realmente horríveis. Lutei e gritei. Queria me obrigar a transar com
ele, mas os policiais ouviram meus gritos e invadiram a sala e ele
teve que me deixar sair. Os enviou novamente para me prende outra
vez. — Ela se estremeceu. — Desta vez, com certeza, ele não seria
sido interrompido. Obrigado, Argernon.
A ira fez sua boca se tornar uma linha apertada, os intensos
olhos azuis arderam com raiva.
— Posso entender que desejasse estar dentro de você
desesperadamente, mas forçar uma mulher é imperdoável. Pensei
que sua espécie fosse monogâmica. Ele não sabia disto? Ter outra
mulher sexualmente pode fazê-la não querê-lo mais?
Suas palavras a surpreenderam. Ela hesitou.
— Em minha cultura nem todos os humanos são
monogâmicos, a maior parte de nós tem um único parceiro e sim, ele
sabia. Mas você precisa saber que meu mundo possui vários povos
com diferentes culturas. Suponho que em seu mundo não seja assim?
Temia que sua resposta o aborrecesse. Não é que deveria se
importar, mas a ideia dele com outra mulher a incomodava. Ele era
de outro planeta. Aquela ideia de "leva-lo para casa com ela" já tinha
feito com que ela pisasse nas nuvens. A tristeza a dominou sabia que
ia perdê-lo. Agora ela desejava que ele fosse um Pé Grande
precisando de ajuda e abrigo. Ele voltaria a seu planeta. Esse não
seria um relacionamento duradouro para ela.
— Meu mundo é diferente. Nossos homens se excitam com
muita frequência. Entende o que quero dizer?
— Que possuem muito apetite sexual.
Argernon assentiu com a cabeça.
— Uma de nossas mulheres não pode satisfazer a um de nós
sozinha. A maioria de nós têm duas ou três mulheres em sua casa,
sob sua proteção. Comprometemos-nos com somente uma mulher.
Ela é a única que favorecemos e compartilhamos nossa semente, com
a qual teremos descendência.
Casey teve que fechar a boca, já que estava aberta. Não
gostava do que estava ouvindo, agora pensando que era bom não
estarem em uma relação de longo prazo, então não importava muito
sua opinião diante dessa declaração.
— Quantas vezes ao dia fazem sexo?
Ele encolheu os ombros.
— Eu quero mais de cinco vezes ao dia, todos os dias.
Esse era um número alto, mas nada que Casey não pudesse
aguentar com um sorriso nos lábios. Inferno, o tipo era incrível na
cama.
— Por que suas mulheres não podem suportar isso?
— Nossas mulheres são fisicamente diferentes de vocês.
Recebi relatórios médicos que obtivemos em seus satélites artificiais
que as humanas possuem a capacidade de gozarem com o sexo
muitas vezes em um dia. Nossas mulheres sentem dor e não
apreciam o sexo mais de duas vezes no dia. Seu unis fica no interior
de suas, como vocês o chamam...? Ah, vaginas e o unis endurece, é
incômodo depois de duas vezes. Já nas humanas o unis, seu clitóris,
não está dentro de seus corpos, está fora e é muito acessível,
sensível e extremamente satisfatório.
— Uau. Nossa. — Casey deixou a informação entrar em sua
cabeça.
— Essa é uma das razões pelas quais muitos de nossos
homens desejam comprometer-se com uma fêmea humana. Não só
podem competir conosco em desejo sexual, mas vocês também
apreciam o sexo em muitas posições que não são agradáveis a
nossas mulheres. O que eles não sabem é o prazer incrível que se
sente ao toca-la, que é tão diferente por dentro e, pelo Senhor das
Luas, é quase inacreditável.
Rindo, Casey esticou sua mão para que seus dedos
explorassem seu peito musculoso.
— Fique sabendo que isto vale para os dois.
Seus olhos se estreitaram.
— Está excitada de novo, posso senti-lo? — Seu nariz se
franziu sentindo seu cheiro. — Desejo-a tanto que chega a doer.
Posso tê-la agora?
Baixando os olhos, Casey ficou surpresa por Argernon estar
duro outra vez. Ela passou a mão por seu corpo até agarrar o eixo
duro perto da base, deslizou a palma de sua mão até a ponta grande
e arredondada. Ela passou seu polegar ao redor da ponta roçando
com movimentos lentos e circulares. Argernon gemeu, quando se
deitou de costas.
— Por favor, toque-me, Casey. Suas mãos são suaves e me
dão um imenso prazer.
Casey se sentou escarranchada sobre as coxas de Argernon.
Utilizando as mãos, ela começou a explorar suas bolas, sopesando
seu grande peso, e tomando nota do fato de que quase não havia
pêlo ali. O soltou, com uma mão deslizou de seu eixo para cima, para
a ponta grossa.
Uma fração de pele , do tamanho de um moeda, na parte
superior de seu pênis era rígida. Argernon gemeu quando seus dedos
exploraram esta parte. Seu corpo grande estremeceu debaixo dela.
Casey congelou. Seu olhar voou até o rosto.
— Te machuquei?
Ele negou com a cabeça, seu olhar se cruzou com o dela.
— Esse é meu hais. Sente a área mais rígida? Pode ser
comparado ao seu clitóris na forma com que você reage a mim
quando o toco. É a área mais sensível do meu pau.
Casey passou os dedos sobre ele, explorando cada polegada
espetacular de Argernon. Ele estremecia sob seu toque suave
enquanto ela massageava suas bolas com uma mão e esfregava a
ponta sensível de seu pênis. Tinha pouco pêlo púbico, mas a trilha de
seu peito até a cintura era peluda, percorreu o caminho devagar,
apreciando o corpo forte e grande. Argernon estremeceu de novo.
— Preciso estar dentro de você. Não posso aguentar mais
essa tortura. — As palavras saíram em um tom áspero.
Casey foi jogada sobre suas costas em um instante quando
ele se levantou. Ela ofegou por ar enquanto o corpo dele baixava
sobre seu pequeno corpo. Ele a cobriu, usando os joelhos para abrir
suas coxas e a penetrou sem aviso prévio. Casey gemeu agarrando
seus ombros, envolvendo as pernas ao redor da cintura dele,
puxando e apertando-o. Ele esticou suas paredes internas com sua
grossura, preenchendo-a com o lento movimento de seu quadril.
Ela gritou de felicidade.
— Que delicia.
Argernon a montou forte e rápido. Mudou a posição de seu
quadril, levantando mais o corpo, passou um braço por debaixo do
traseiro dela para levantar uma de suas pernas até seu peito. Ela
teve que soltar seus ombros. Suas mãos terminaram agarrando seu
quadril a imobilizando, tornando possível que Argernon se movesse
mais rápido e mais forte dentro dela.
Casey absorveu o prazer explodindo nela enquanto o quadril
dele diminuía a velocidade. Ele gemeu, seu pênis pulsava com força
contra as paredes de sua vagina, dentro dela o sêmen a inundava
enquanto ele gozava. Abrindo os olhos, Casey viu o rosto de
Argernon. Parecia sentir muita dor com a boca aberta mostrando os
dentes afiados dos Zorn. Seus belos olhos azuis estavam apertados, a
cabeça jogada para trás. Sua expressão de dor passou a ser de paz,
quando seus olhos se abriram lentamente.
Um sorriso surgiu em seus lábios.
— Isso foi... — Não tinha certeza de que palavras poderiam
descrever a maravilhosa experiência de fazer sexo com Argernon.
— Eu sei.
Casey conteve um suspiro. Estava começando a ter certos
sentimentos por Argernon e isso a faria sofrer. Ela vacilou.
— Por que me trouxe aqui?
Ele se retirou de seu corpo lentamente, seus olhos
pausavam em qualquer lugar, menos nela. Suas feições ficaram frias,
toda emoção desapareceu de seu rosto. Afastou-se dela para cair de
costas ao lado dela na cama, então, voltou sua cabeça e se encontrou
com seus olhos.
— Não entendi a pergunta.
Casey se virou para ficar de frente a ele. Ela não gostou de
sua reação com a sua pergunta.
— Por que me tirou da caverna e me trouxe para a sua
nave?
Agernon hesitou.
— Não queria que nosso tempo juntos se acabasse.
Ela tampouco o queria.
— Não tenho que voltar em dois dias, Argernon. Mas tenho
que ir trabalhar depois de amanhã, preciso estar de volta ao meio
dia. Isso são doze horas no tempo da Terra. — De repente se pôs a
rir. — Tempo da terra. Deus! Parece engraçado dizê-lo. No entanto
estou em estado de choque, estou em um algum tipo de nave e você
não é da Terra. Quão esquisito é isso?
Argenon não sorriu. Seus olhos azuis se entrecerraram e se
tornavam frios.
— Temos que conversar sobre isso, Casey.
— Estamos conversando.
Hesitou antes de se aproximar dela. Uma de suas mãos
agarrou seu quadril, seus dedos compridos e quentes se curvaram ao
redor do osso de seu quadril prendendo-a com firmeza.
— Não vou leva-la de volta. — Disse as palavras
suavemente.
Casey não compreendeu bem suas palavras
— Perdão? O que disse?
Ele suspirou. Seus olhos azuis brilhantes a fitaram com
intensidade.
— Não vou leva-la de volta. Sabe a nosso respeito. No
momento em que a vi no bosque, tomei a decisão de salvá-la.
Aqueles homens não me viram muito bem. Você pensou que eu fosse
um Pé Grande. Eles provavelmente pensaram isso também. Mas você
sabe a verdade, se voltar farão perguntas. Não sou algo que se pode
explicar. Meus homens desejam encontrar mulheres em seu planeta e
não poderemos fazê-lo se seu povo souber de nossa existência e a
nossa necessidade de visitá-lo. Não estamos procurando uma guerra
e não queremos lutar com seu povo, mas queremos que algumas de
suas mulheres aceitem um vinculo. Não posso levá-la de volta.
Surpresa e depois ira, dominaram Casey.
— Tem que me levar de volta. Por mais que tenha gostado
disto... — Ela fez um gesto com a mão entre eles. — Tenho uma
casa, trabalho e amigos. Não tenho muitos, admito, mas tenho uma
vida e é minha. Tem que me levar de volta, Argernon.
Ele respirou fundo, soltando o ar lentamente.
— Não estava procurando uma mulher com quem me
comprometer e nem sequer o considerei até que a conheci. Não sai
de você até que gozei. Plantei minha semente em você, Casey. Estou
vinculado a você. É minha e agora a levarei a Zorn comigo. Farei o
máximo para tornar sua vida feliz. Vai gostar de Zorn. É um belo
planeta. A vinculada de meu irmão é humana e adora viver lá. Ela é
feliz e você também será. Prometo que estará segura e contente.
Casey ficou calada por um longo momento, não podia
acreditar. Estava sendo levada a outro planeta? Deus, a julgar pela
expressão severa em seu rosto, ele parecia falar muito a sério. Ela
quisera levá-lo para casa, de preferência para a cama dela. Agora,
em lugar disso estava sendo informada de que ele a estava
sequestrando, levando para sua casa em outro planeta e que queria
ficar com ela.
Rolando pela cama se afastou, escapando de seu alcance se
levantou. Caminhou de um lado ao outro no quarto pequeno,
negando com a cabeça violentamente. Olhou fixamente para
Argernon e parou de caminhar.
— De jeito nenhum. Tem que me levar para a Terra. Não
pode me adotar e me levar para a sua casa como se eu fosse um
bichinho de estimação. Não pode me tirar de meu planeta. Isso é
sequestro e eu não vou mesmo.
Argernon se sobressaltou. Desceu lentamente da cama
também. Mantendo-se a alguns metros dela. A decepção brilhou em
seus olhos.
— Sinto muito, Casey, mas estou vinculado a você. Nossa
relação sexual foi muito intensa e não esperava que meu desejo
absoluto ou o fato de que não consegui gozar fora de você. Há algo
que preciso te dizer.
— Vou para casa, Argernon. — Disse em voz baixa, com
firmeza. — Não pode me manter aqui contra minha vontade.
Ele piscou um par de vezes.
— Posso e o farei. Pode estar levando minha descendência,
Casey. Somos compatíveis para nos reproduzir. — Seu olhar desceu
até seu abdômen. — Minha semente pode estar criando raízes neste
exato momento. — Ele a olhou nos olhos. — Vou mantê-la aqui. Só
lamento que esteja tão angustiada por ficar comigo. Tive a esperança
de que ficasse satisfeita.
— Satisfeita? — Ficou sem fôlego. — Está me sequestrando,
Argernon. Tenho uma casa, um trabalho e todo um modo de vida,
não me dá escolhas.
Ele voltou a respirar profundamente.
— Agora terá um novo lar, que compartilhará comigo. Sua
função será ser minha vinculada. Terá proteção. Vou alimenta-la e
cuidar de você. Essa é sua nova vida.
— Seu filho de uma cadela!
Argernon franziu o cenho.
— Não entendo. Em minha língua uma cadela é um fêmea
animal que incita o emparelhamento.
— Exatamente!
Seus lábios se torceram em uma careta.
— Minha mãe... — Fechou a boca. — O insulto é a maneira
como os humanos controlam a ira. Entendo. Mas isso não muda
nada. Sinto que tenha ficado aborrecida com isso. Tinha esperanças
de que ficasse contente.

Capítulo Cinco

Casey foi confinada nos aposentos de Argernon e estava


considerando seriamente a possibilidade de cometer um assassinato.
Ele se vestira, lhe deu uma camisa enorme para vestir e comida.
Deixara-a sozinha, horas atrás, absorta em seus pensamentos.
Tentara abrir a porta, mas nem se movera. Ela só tinha acesso ao
quarto e banheiro. Encontrara uma faca, semelhante a uma adaga
que agora estava escondida sob o travesseiro da cama.
Trouxera um tipo de prato com frutas e um pouco de carne
cozida. Não tinha ideia de que tipo de carne era, mas era certo que
nunca provara nada como aquilo antes. Era uma espécie de tira larga
de carne, picante e deliciosa. Os frutos tinham sido excelentes,
embora de aparência estranha. A bebida era vermelha e tinha o sabor
similar ao de água frutada².

²Água frutada: água saborizada com frutas Exemplo: água com rodelas de limão.
A irritação fervia em seu interior enquanto caminhava de
um lado a outro. Argernon não tinha o direito de sequestra-la e levá-
la para outro planeta. Tinha feito sexo com o sujeito e admitia que
fora espetacular, mas isso não lhe dava o direito de fazer dela o que
bem entendesse, não podia ficar com ela como se fosse um
cachorrinho. Sentada na cama, ajeitou o cabelo molhado por cima do
ombro. Tinha descoberto como funcionava a ducha quando ele saiu.
Estava furiosa com ele e não queria ter o cheiro dele ou da relação
sexual em seu corpo.
Argernon a deixou imediatamente após lançar a bomba
sobre ela. Havia dito que tinha deveres a cumprir. Que diabos
significava isso? O que planejava fazer, além de ter sexo com uma
desconhecida e sequestrá-la depois do ato consumado? Casey ardia
de fúria negando-se a se acalmar, sabia que ao passar a fúria o medo
a dominaria.
A ideia de ser levada a outro mundo e estar à mercê de um
alienígena a estava aterrorizando. Além do sexo incrível que tiveram,
não sabia quase nada a respeito de Argernon. Deus, ele poderia ser
agressivo ou cruel. Diabos, ela pensou, quando conhecera seu ex-
noivo achara que fosse perfeito só para depois descobrir o trapaceiro,
filho de cadela mentiroso que no final utilizara seu posto no trabalho
para quase violentá-la. Que horrível peculiaridade estaria Argernon
lhe escondendo, o que ela poderia descobrir quando chegassem a
Zorn? Não podia esquecer o fato de ser um sequestrador tampouco.
A porta de repente deslizou, se abrindo, assustando Casey.
Ela olhou o alienígena alto e forte enquanto este entrava no quarto.
Argernon a observava parado na porta que se fechava a suas costas.
A porta funcionava muito bem quando era para ele. Aquela porcaria
devia precisar de algo presente no corpo dele para se abrir. Argernon
a observava com evidente precaução. Seu olhar a deixou para dar
uma olhada ao redor do quarto. Sua atenção retornando a ela por
completo.
— Que arma encontrou?
Casey engoliu em seco.
— Nenhuma. Oxalá tivesse pensado em procurar.
Suspirando, Argernon avançou para o interior do quarto,
mantendo certa distância dela. Observava com atenção enquanto se
movia.
— Suponho que uma mulher inteligente, mas zangada, possa
ser um pouco perigosa, Casey. Me entregue às armas que encontrou.
Machucar-me não lhe servirá de nada. Há mais de uma dúzia de
homens nesta nave, quem não a deixaram voltar. Deixamos a órbita
de seu planeta e atracamos a nossa nave. Não há como escapar.
— Está mentindo.
—Não minto. Seria um esforço inútil e nada honroso.
— Ah, e sequestrar mulheres é um ato muito honroso?
Ele franziu o cenho.
— Eu não planejei isso, Casey. Estava no bosque de seu
planeta a procura de vida selvagem. Sou um caçador por natureza e
desejava explorar. Nunca planejei vê-la fugindo daqueles homens ou
ter que salvá-la.
— Levou-me até a caverna. Planejou isso.
— Desejei-a, mas isso foi depois de tê-la resgatado. Atraiu-
me. Ainda me atrai. Desejo-a agora mesmo. Nenhuma mulher me faz
sentir como você faz. Não posso resistir a você.
Os olhos de Casey desceram até a frente de suas calças de
couro negro ajustadas. Estava extremamente excitado. A silhueta de
seu pênis era inconfundível. Não estava mentindo sobre desejá-la,
definitivamente. Ela levantou seu olhar até seu rosto.
— Deve ser bem ruim para você que eu não seja como
algumas das vadias sem cérebro que ao verem um pau grande se
esquecem de tudo para foder com um homem. Deixe-me ir,
Argernon. Quero voltar para a Terra. Foi divertido, muito bom, até
que me disse que não poderia retornar para casa. Não sou uma coisa
para que você leve para casa ou adote. Sou uma pessoa e tenho uma
vida.
— Entregue as armas que encontrou em meu quarto.
Olhando-o, moveu-se ao redor da cama, deixando-a entre
eles.
— Não sei do que está falando. Não sou um guerreiro. Sou
uma mulher. Deixe-me ir para casa, Argernon. — Decidiu mudar de
tática. Suavizou a voz. Não estava a cima de um pouco de
mendicância. — Por favor?
Ele arqueou uma sobrancelha.
— E o que aconteceria se levasse minha descendência?
Nossa semente é muito poderosa. Por isso, em meu planeta só a
damos a nossas prometidas. Controlamos em quem plantamos a
nossa descendência, é impossível acontecer de outra maneira. Cada
vez que um de nossos cientistas se aproximava com um tipo de
medicação para controlá-la, nossa semente se sobrepunha. Somos
uma raça muito forte. Mesmo plantando a semente Zorn em uma
humana criará raízes. Meu irmão deu vida ao ventre humano de sua
vinculada.
A cor desapareceu do rosto de Casey.
— Se sabia disto, então por que diabo não se retirou?
Inferno, de qualquer forma isso não funciona muito bem em todas?
Muitas humanas ficam grávidas usando esse método contraceptivo na
Terra.
— Retirar antes de derramar nossa semente funciona para os
Zorn. Somente depois do orgasmo nossa semente é viável para ter
descendência.
— Então, por que não tirou?
Ele tinha o cenho franzido. Argernon suspirou, deixando cair
os braços ao longo do corpo. Suas mãos esfregavam as coxas
nervosamente. Seu intenso olhar azul se encontrou com o de Casey,
parecia quase infeliz.
— Não pude resistir. Parece que tenho pouco ou nenhum
controle quando estou dentro de você. — Ele fez uma pausa. — Você
é uma anomalia.
— Olha quem fala. — Ela murmurou. — Bem. Parece que é
uma espécie avançada. Construíram uma nave e vieram até aqui.
Tem todo tipo de merda, que nem sequer posso identificar, neste
cômodo. Evidentemente, possuem mais tecnologia que minha
espécie, faça um teste ou exame para saber se estou grávida ou
então me deixe voltar.
Ele franziu o cenho.
— Seus termos são... Estranhos. Acho que entendi o que
quis dizer. Não quero que volte. Ficará comigo se minha semente
criou ou não raízes. Estou comprometido com você, Casey. Aprendi
um ditado popular da vinculada de meu irmão. — Entrecerrou seus
brilhantes olhos azuis. — Aprenda a viver com isso.
— Seu filho de uma cadela! — Queria esbofeteá-lo.
— Devo prevenir que seus insultos não alcançam o resultado
desejado. Não me sinto ofendido por esse tipo de comentário.
— Foda-se.
Ele sorriu de repente.
— Com muito prazer. — Estendeu a mão para frente de suas
calças.
— Não! Não foi isso o que quis dizer. Não é uma oferta ou
um pedido. É... Ah, inferno. — Casey estava furiosa. — Mantenha sua
calça fechada. De maneira alguma vou permitir que me toque de
novo. ―Foda-se‖ é um insulto. Significa algo ruim, seu grande
extraterrestre idiota.
Os dedos de Argernon se congelaram sobre a parte dianteira
de suas calças. Grunhiu baixinho para ela.
— Eu a desejo e você também me deseja. Entendo que
esteja furiosa e até que sinta que de algum jeito traí sua confiança
por mantê-la comigo. Mas isso não muda o fato de que me vinculei a
você e que agora é minha. Virá comigo para casa. Você gostando ou
não da ideia. Podemos brigar por isso, mas no final o resultado será o
mesmo. Viverá em minha casa como minha vinculada.
— Terá que dormir em algum momento, Argernon.
Ele inclinou a cabeça ligeiramente.
— Todos dormem. O que quer dizer com essa expressão?
Ela o olhou.
— Significa que se quiser viver uma vida longa deveria
reconsiderar e me levar de volta. Além disso, não pode ficar atento
durante todo o tempo e quando está dormindo fica vulnerável. Pode
ser maior e mais forte que eu, mas não vou facilitar a sua vida.
A raiva alterou suas feições.
— Está ameaçando me matar?
— Merda. — Casey murmurou em um gemido, o medo a
envolvendo. O tipo era enorme e um guerreiro. Era malditamente
forte, nunca deveria esquecer que a tinha carregado por vários
quilômetros como se não pesasse nada. — Por favor, só me deixe ir.
— Disse em voz baixa.
Ele se moveu com rapidez espantosa para um homem do
tamanho dele. Casey o viu chegar num piscar de olhos, mas não
tinha por onde escapar. Ela gritou quando ele a agarrou pelos braços,
seus pés deixaram o chão antes que ela voasse pelos ares, para cair
de cara sobre a cama, com força. Esperava que houvesse dor, mas
não houve nenhuma. Suas mãos foram puxadas para trás de suas
costas. Uma das mãos dele segurava seus pulsos juntos. Casey
escutou o som de tecido se rasgando. Não podia ver o que ele estava
fazendo com seu cabelo. Virou a cabeça, esfregando o rosto no
colchão, tentando tirar as mechas de cabelo dos olhos.
— Solte-me! — Ela tentou se levantar, mas um joelho
abaixou sobre seu traseiro. Não doeu. Ele só aplicava peso suficiente
em suas costas para mantê-la imobilizada em sua cama. — Maldito!
Saia de cima de mim!
Um tecido foi enrolado em seus pulsos. Lutava, mas não
conseguia se soltar, estava amarrada. Então ele soltou suas mãos,
levantou seu joelho afastando-se da cama. Casey se apoiou sobre seu
flanco, lutando para se levantar.
— Deixe-me ir, maldito! — Ela gritou
Argernon grunhiu, agarrou a parte da frente na camisa pelo
pescoço, dando um forte puxão para baixo. O tecido se rasgou ao
longo da camisa, deixando os seios e o abdômen de Casey expostos.
Casey gemeu enquanto se afundava na cama. Ela se curvou sobre o
abdômen, escondendo seus seios. Jogou a cabeça para trás, tirando
os cabelos do rosto, seu olhar fixo nele.
— Se me forçar, vou matá-lo, filho da puta.
Seu olhar se afastou dela enquanto olhava o quarto. Sua
atenção retornou à cama. Um grunhido saiu de sua garganta. Casey
pensou que o tradutor não estava funcionando bem ou não existiam
palavras para os sons de fúria que Argenon emitia. Ele arrancou a
manta que se amontoava sobre a cama. Os travesseiros deslizaram
com ela. A adaga caiu no chão produzindo um som agudo. Os olhos
furiosos de Argernon passaram rapidamente da faca para ela.
— Nenhuma arma, Casey? E o que é isso?
— Não tenho a menor ideia. Não é como algo que tenha visto
antes. Estava em seu banheiro. Você que me diga que merda é.
Ele voltou a grunhir, pegando o objeto afiado. Levantou e
caminhou até a porta. Esta se abriu. Casey o observava com terror
enquanto ele atirava a arma no corredor. Ela viu outro homem
parando, com o olhar fixo dentro do quarto. Era outro guerreiro Zorn,
um que nunca vira antes. Tinha os cabelos negro azeviche, pele
bronzeada, era tão grande quanto Argernon, e vestia quase o mesmo
traje negro. Os olhos do homem aterrorizaram Casey, ainda mais,
enquanto lhe devolvia o olhar. Eram totalmente negros, lhes dando
uma aparência maligna.
Argernon grunhiu ao homem no corredor.
— Siga seu caminhando, Dar.
O homem apartou o olhar de Casey para franzir o cenho a
Argernon.
— Está tendo problemas com sua humana? Precisa de uma
mão? Sou bom seduzindo às mulheres.
Argernon rugiu antes que ele desse um passo a mais. A
porta se fechou, impedindo os curiosos olhos negros de Dar, parado
no corredor. Argernon deu a volta e grunhiu com fúria.
— É isso o que quer? Devo entrega-la a outro, me acha tão
desagradável que precisa me matar com minha própria Shara?
— Não sei o que é um shara e não se atreva a deixar que
alguém mais me toque. — O terror a percorreu ao pensar que
Argernon deixaria outro homem se aproximar dela. As lágrimas
encheram seus olhos. — Por favor, não deixe que alguém me
machuque.
A respiração dele estava irregular. Inspirou profundamente
e depois explicou.
— Um Shara é para cortar o cabelo quando está muito longo
e é também uma boa arma para se ter a mão em caso de ataque.
Não te entregaria a outro homem. Estou furioso. Você é minha.
Mataria a qualquer um que a tocasse. Se os homens de seu planeta
compartilham suas mulheres, então sou muito diferente deles.
Estamos entendidos?
O alívio a dominou.
— Sim.
— Bom. — Ele começou a tirar a roupa. Ainda parecia
zangado. — Pare de me olhar dessa maneira.
— Por que está tirando a roupa? — Sua ira se desvaneceu
rapidamente para ser substituída pelo medo. Argernon estava
despindo-se. — Por favor, pare de tirar a roupa.
— É impossível fazê-la me desejar estando os dois vestidos.
Nossa roupa só poderia nos atrapalhar.
Casey teve um mau pressentimento.
— Vai me forçar?
Argernon lhe lançou outro olhar de irritação.
— Nunca. Te machucar seria a ultima coisa que faria com
você, Casey. Não quero te causar dor. — Seus incríveis olhos azuis se
entrecerraram, seus lábios grossos se apertaram dentro de um quase
sorriso de satisfação. — Sinto-me confiante de que posso fazê-la me
desejar.
— Ah, merda. — Murmurou Casey.
Ela também estava certa que ele pudesse fazê-lo. A ira a
consumia e o medo se afastava. Ela se sentia como em uma
montanha russa, carregada de emoções. Ela só queria que a
libertasse e não da maneira sexual que Argernon certamente estava
disposto a fazer.
Ela o observava com receio, ele já estava nu. Seus olhos
fixos em seu corpo musculoso e perfeito. Ver Argernon com seus
músculos e seu comprido cabelo sexy a excitava. Ela tinha, diante de
si, um alienígena muito excitado e quente parado ao lado da cama.
Os olhos dele vagaram para seu traseiro. Enquanto se inclinou,
lentamente, sobre ela e seus olhares se cruzavam.
— Embora me sinta seduzida não vou perdoa-lo por isso. —
Ela disse em voz baixa. — Estou muito zangada e não o desejo. Isto
deveria ser o bastante para que respeitasse meus sentimentos, por
não querer fazer isso.
Argernon teve o descaramento de rir.
— Os mwchos humanos acreditam quando as mulheres
humanas dizem estas coisas?
Casey lhe lançou um olhar acima do ombro. Seu pescoço
começava a doer por forçar a cabeça para ver atrás dela.
— Sim, acreditam.
Seus olhos brilharam com diversão.
— Está me fazendo achar que seus machoss não são lá
muito inteligentes por não serem capazes de controlar uma mulher
zangada. — Ele agarrou a parte rasgada da camisa ainda presa a seu
corpo e acabou de tira-la, lançando-a por cima do ombro para o chão
atrás dele.
Ela tentou rolar para longe, mas Argernon a segurou
imobilizando-a pelo abdômen com suas mãos. Ele a agarrou de
repente pelo quadril com as mãos grandes para levantá-la, forçando-
a com seus joelhos. Com as mãos presas às costas ela não podia
sustentar a parte superior do corpo. Sua cabeça e seios estavam
sobre a cama e o seu traseiro no ar, mantendo-a nessa posição.
— Fique assim.
— Vai para o inferno, Argernon. Você me sequestrou. Não
me deixa voltar para a Terra. Não quero que me toque.
Suas mãos grandes acariciaram a pele branca. Um calafrio a
percorreu, quando sua pele áspera e calosa a provocava deslizando
por seu traseiro, agarrando-o com firmeza para mantê-la naquela
posição. Um dos dedos deslizou ao longo da fenda entre suas coxas e
o mesmo dedo encontrou seu clitóris. Tocou a protuberância sensível.
Com a outra mão a mudou de posição, arqueando ainda mais seu
traseiro, o polegar dessa mão encontrou a entrada de sua vagina, se
introduziu e começou a esfregar para frente e para trás.
Casey apertou os olhos, os fechando. Seu corpo
correspondia ao grande Zorn. Ele se inclinou mais sobre ela. Seu
corpo grande pressionava o seu corpo dobrado. O cabelo comprido de
Argernon a provocava onde caiu sobre suas costas nuas. O hálito
quente se espalhou sobre sua pele quando se ele aproximou de seu
pescoço.
Seus lábios sussurraram ao lado de seu ouvido.
— Agora você é minha, Casey. Não posso permitir que fuja
de mim. Não posso. Estamos unidos. Não pode negar o que há entre
nós. Acredita, realmente, que posso voltar ao meu planeta deixando-
a para trás e a esquecer? Acha que poderia realmente se esquecer de
mim?
Ela odiava o fato de ele estar certo sobre um ponto. Ela
nunca poderia esquecer Argernon. Eram perfeitos quando estavam
unidos. Se ele fosse humano e vivesse na Terra, ela não pensaria
duas vezes para mudar de sua casa, estado ou país só para mantê-lo
em sua cama. Mas ele não era humano e a estava levando a outro
planeta.
— Argernon, leve-me para a Terra. Você não pode me
afastar de tudo o que conheço e esperar que esteja feliz com isto.
Ele mordeu ligeiramente seu ombro com os dentes afiados.
— Eu sou tudo o que deve conhecer. Serei tudo para você
como você é tudo para mim. Nunca estará só e jamais retornará a
seu planeta. Vou lhe deixar tão viciada em meu corpo como sou no
seu. É minha agora e sempre. — Seu dedo grosso trabalhou dentro
dela um pouco mais fundo, descobrindo a evidência de seu prazer e
usando a umidade encontrada em sua vagina para começar a fodê-la
lentamente, com movimentos razos. — Vou lhe provar que nos
pertencemos. Aceite ser minha vinculada.
Casey conteve um gemido. Ela negava com a cabeça. Se ela
cedesse, estaria renunciando a sua vida na Terra. Nunca voltaria a
ver seu lar novamente. Terminaria em algum planeta, casada com
Argernon e diante da incerteza total. Ela estremeceu quando as mãos
e a boca dele continuavam sobre ela provocando-a. Sua mente se
relindava, mas seu corpo cedia com o argumento de Argernon. Seu
polegar se movia mais rápido e profundo, entrando e saindo dela com
facilidade, provocando mais necessidade.
— Não. Quero voltar. Não pode andar por aí sequestrando
mulheres.
Argernon congelou. Levantou-se se afastando do corpo dela.
Grunhindo.
— Sou um guerreiro, Casey. Nunca recuaria em uma batalha.
Nunca vou deixa-la.
— Foda-se.
— Não quero ter prazer sozinho. Tomou banho enquanto eu
não estava. Não sinto meu cheiro em você. Fez de propósito, não foi?
Casey decidiu apegar-se à Quinta emenda, não disse uma
única palavra. Ela não podia vê-lo naquela posição, também não
podia usar os braços para levantar a parte superior de seu corpo da
cama. Escutou o Zorn a farejando antes de grunhir baixo. Irritado,
tirou o polegar de sua vagina, sua outra mão se afastava de seus
clitóris. Mas a agarrou pelo quadril, mantendo-a dobrada.
— Se banhou para tirar meu cheiro de propósito. Limpou-se
por dentro também. Está úmida. Cheiro sua excitação, mas não sinto
o cheiro de minha semente em você. E não pude saborea-lo
tampouco. — Grunhiu mais alto. — Eu não gostei disso. Você é minha
e eu gosto que tenha o cheiro de minha semente e de meu coito.
— E eu quero que me leve de volta ao meu planeta. —
Gritou. – A vida é uma cadela quando não se consegue o que quer,
hein?
Ele resmungou baixo. O tradutor ficou em silêncio. Imaginou
que isso fosse o som de sua ira. O pânico surgiu em Casey. Poderia
machucá-la? Rezava para que não fosse assim. Ela estava indefesa e
vulnerável naquela posição. Com o corpo dobrado e os pulsos presos
às costas.
— Não me machuque, Argernon.
— Estou decidindo seu castigo. Se fosse uma mulher Zorn
poderia açoitá-la primeiro, depois excitaria seu corpo, sem permitir
que chegasse ao clímax até que suplicasse por isso. É assim que elas
aprendem a lição. Os homens da Terra controlam suas mulheres
assim?
— Por favor, não faça isso.
— Presumo que não o fazem. Sua pele é muito delicada,
poderia causar dor. — Uma das mãos soltou seu quadril, a outra
esfregou a parte posterior de sua coxa. — Nunca machucaria sua pele
ou seu corpo, minha pequena. Você me deseja. Está muito excitada.
É o pensamento da punição, eu amarrando-a ou a lembrança de meu
corpo unindo-se ao seu que faz com que me deseje?
— Vá para o inferno.
— Não conheço esse lugar, mas estou certo de que não é
agradável. — Baixou a cabeça e o cabelo comprido roçou seu corpo
nu uma vez mais. Inalou se cheiro. Um grunhido rouco saiu de sua
garganta, retumbando em seu peito. — Cheira a desejo está excitada
por mim. Reclama meu corpo.
Soltou-a, afastando-se dela na cama. Casey se virou,
observando Argernon enquanto caminhava para um armário de
parede. Perguntando-se o que ele ia fazer. Inclinou-se, revirando em
uma gaveta, antes de se virar.
Seu pênis se sobressai, duro, em pé e volumoso
demonstrando realmente o quão excitado estava. Ela afastou os olhos
da ereção dura para dar atenção ao que ele segurava nas mãos. Sua
boca se abriu com surpresa, vendo Argernon segurar o que parecia
ser um par de algemas feitas de couro grosso e uma corrente de
metal que as unia.
— Fique calmo, isso não será necessário. — Murmurou. —
Não teria usado essa Shara contra você. Por isso estava na cama e
não comigo. Não sou uma guerreira. Eu nem sequer sabia que
poderia ser usada em uma luta. Eu estava de saco cheio, é...
Zangada, muito zangada e só o pus na cama. Por favor, Argernon.
Não precisa ser violento.
Ele sorriu, mostrando os dentes.
— Não acredita quando digo que não posso machuca-la? Em
Zorn, nós usamos a frustração sexual para castigar nossas mulheres
quando elas não se submetam.
— Isso não parece doloroso. Mas o que vai fazer com essas
coisas?
Inclinou-se sobre ela, entrecerrando os brilhantes olhos
azuis.
— Tudo o que eu quiser, linda. Vou convencê-la de que você
me pertence. É minha vinculada. Dou-lhe minha semente, minha
casa e minha proteção. Irei cuidar de você, alimenta-la e fazê-la feliz.
A ensinarei a apreciar tudo o que faço por você, a não brigar comigo
e a se submeter a minha vontade.
Casey o olhou com assombro.
— Não sou um animal para ser domada.
— Não quero doma-la. Quero que me deseje tanto quanto eu
a desejo.
Argernon a agarrou e a empurrou até fazê-la deitar-se sobre
o abdômen. Um joelho pressionou suas costas com peso suficiente
para imobilizar sem ferir. As algemas tilintaram sobre a roupa de
cama quando caíram. Ele desamarrou-lhe as mãos para agarrar seu
pulso e o prender. Mrxeu-se, aliviando o peso de seu joelho sobre ela
se virou tentando golpeá-lo com a mão livre.
Uma mão grande se fechou em seu pulso, pegando-o antes
que ela tivesse a oportunidade de atingi-lo. Argenon forçou seu outro
pulso para dentro das algemas com uma expressão divertida em seu
rosto. Agora estava de frente, presa com apenas um pé de distancia
entre seus braços, ele a pegou pelo meio e, inclinando-se para fora
da cama, puxou-a pelo quadril.
As algemas eram surpreendentemente confortáveis. Eram
preenchidas por algo maciu. Casey deu um chute em Argernon
quando a levantou. Ele se esquivou do pé nu com uma risada. Com
um puxão a levantou pelos braços colocando-os acima da cabeça,
alto o bastante para pô-la nas pontas dos pés enquanto lhe sorria.
— É voluntariosa, Casey. Eu gosto disso.
— Ah espere e verá. Vou lhe mostrar o quão voluntariosa
posso ser, seu imbecil. O que lhe parece isso como insulto? Sabe o
que é um imbecil?
Seus olhos se estreitaram e seu sorriso sumiu.
— Sei. E eu não sou um imbecil.
— Depende a quem você pergunta. Me solte, Argernon.
Agora. Isso não é engraçado.
— Ah, mas você vai acabar achando bem divertido.
Ele se moveu, dando mais alguns passos pela cama.
Forçada pelas algemas, ela teve que segui-lo. Bem, até agora não lhe
fizera nenhum mal, mas o que planejara fazer com ela de pé sobre a
cama?
Argernon olhou para o teto. Ela seguiu seu olhar. Havia um
gancho preso nas vigas do teto acima da cama. Entendeu seu plano
ao contemplar o metal curvo. Seus olhos se fixaram em Argernon que
estava com a cabeça baixa. Seus olhos se encontraram com os dela.
— De forma alguma você... — Ela gritou enquanto ele a
levantava do colchão pelos pulsos algemados. — Não!
Ele riu.
Casey chutava o ar. Estava a centímetros do colchão e
pendurada no teto. Não sentia dor, mas não se sentia muito
confortável em estar suspensa por seus braços. Seus olhos voaram
para Argernon, que deu um passo atrás para estudar sua obra
assentindo com a cabeça com prazer. Seus olhos até estavam
entrecerrados.
— Desça-me agora.
Ele negou com a cabeça.
— As mulheres Zorn são mais altas. Seus pés deveriam estar
tocando o colchão. Girou a cabeça olhando ao seu redor antes de se
voltar e olhá-la. — Não vejo solução para este problema. Os dedos de
seus pés deveriam tocar o colchão como apoio, mas não parece
muito desconfortável tampouco.
— Droga, Argernon. Isto não é divertido. Desça-me. Isso dói.
Inspirou profundamente e franziu o cenho.
— Nunca minta para mim. Sinto o cheiro de excitação e ira
em você, mas não dor. — Ele se aproximou mais até alcançá-la.
Tocou suas mãos e examinou seus pulsos. — Não há dor. Agora
saberá o que é um castigo de forma voluntária.
Ela tentou chuta-lo novamente. Era difícil fazê-lo sem um
apoio. Argernon evitava seu pé facilmente. Repentinamente, caiu de
joelhos em frente a ela na cama, suas mãos se apoderando de suas
panturrilhas. Casey ficou sem fôlego quando ele separou suas coxas,
pondo cada uma delas sobre seus ombros e colocando o rosto entre
elas. Prevendo sua ação seguinte, ela olhou-o agitada. Seus olhares
se encontraram.
— Eu não a soltarei até que me suplique para me afundar em
você.
Ele levantou os braços, segurou seu traseiro e aproximou o
rosto, baixou uma das mãos e a colocou entre seus corpos. Seus
dedos separaram os lábios vaginais abrindo-os para lhe dar completo
acesso ao seu sexo, deixando-a exposta e vulnerável a sua boca.
Estava pendurada, não podia fazer nada além de balançar seus
quadris tentando evitar seu contato íntimo. Não funcionou. Argernon
grunhiu profundamente em sua garganta enquanto se aproximava
mais. Sua respiração quente a atingiu um instante antes que sua
língua estivesse sobre ela.
Casey olhava-o estarrecida enquanto o homem a olhava.
Sua boca estava aberta. Uma língua grossa e úmida estimulava seu
clitóris. A sensação a fez trincar os dentes para evitar gemer quando
os espasmos começaram. Com sua língua, dava-lhe lambidas curtas e
rápidas. O prazer a dominava com a sensação que ele provocava
nela. Ele parou e afastou seus olhos dela. Os intensos olhos agora
estavam fixos em seu sexo. A língua de Argernon a penetrou. Aquela
língua grossa e comprida a invadiu lentamente e então se retirou.
Grunhiu antes de repetir o procedimento várias vezes, só parando
para atormentar seus clitóris com breves lambidas.
Era uma tortura. Casey desejava gozar urgentemente.
Então, cada vez que ela pensava que ele poderia parar e deixar de
tocá-la, fitando seu clitóris vibrante e inchado. Aí, soprava ar quente
sobre ela. Sua língua podia penetrá-la ou estimular seu palpitante
casulo de novo. A expectativa era angustiante. O suor provocava
arrepios por seu corpo.
Sua garganta estava seca por tanto gemer e ofegar. Ele
queria que implorasse para fodê-la. Deus, estava mais do que pronta
para fazê-lo. Começava a ferir seus pulsos tentando se soltar para
convencê-lo a terminar o que ele havia começado. Ela sabia que ele
poderia fazer com que chegasse ao clímax e Casey precisava gozar
agora. A língua foi retirada de seu corpo.
— Rende-se a mim, linda? Me aceita?
— Imbecil.
Grunhiu. Seus lábios cobriram seus clitóris, sua boca
envolveu totalmente seu casulo. Chupou-o com força, a língua o
açoitando, indo e vindo, rápida e quente. A pressão fez Casey gritar.
Seu corpo estava quase a beira do clímax, quase explodindo.
Argernon afastou a boca dela e grunhindo outra vez.
— Posso fazer isto durante horas. Você poderá aguentar?
As lágrimas encheram seus olhos, mas ela os manteve bem
fechados. Ninguém poderia sobreviver a este tipo de tortura sexual.
Não tinha dúvidas de que ele pudesse estimulá-la e excitá-la durante
horas. Seu corpo estava literalmente dolorido pela cruel necessidade.
Seu clitóris pulsava com frenesi entre suas pernas. Ela negou com a
cabeça. Seus olhos se abriram. Teve que piscar várias vezes para
limpar suas lágrimas.
— Por favor, Argernon. Não posso.
Algo brilhou em seus olhos. Afrouxou o abraço sobre suas
coxas antes de retirar cada um de seus ombros até que ela estivesse
pendurada com as pernas fechadas. Ela lutou contra um soluço. Ele
só queria deixa-la excitada e sexualmente frustrada. Não quisera ser
mau nem frio. Subiu à cama. Levantou os braços, seus olhos se
encontraram com os dela enquanto agarrava a algema para tirá-la do
gancho.
Gemeu quando ele a ajudou a descer até que seus pés
tocaram a cama. Ela o contemplava. Seus olhos se suavizaram. Ela
gemeu quando o fluxo de sangue começava a voltar. Suas mãos
grandes começaram a massagear seus braços e mãos. Baixou seu
corpo para sentar-se na cama e a ajudou a se acomodar.
— Eu não gosto de te castigar, linda. — Um brilho de
arrependimento fulgurou em seus olhos. Manteve o contato visual
com ela enquanto esfregava seus membros. — Me dói fazê-lo. Sofri
também. Senti tanta necessidade quanto você. — Piscou. — Quer que
a faça gozar?
Ela se limitou a olhá-lo. A dor em seus braços desvaneceu,
ele os esfregava lhe devolvendo a circulação até suas mãos. Ela o viu
apertar os dentes um segundo antes que suas mãos a soltassem e a
empurrasse sobre as costas. O movimento a surpreendeu. Uma das
mãos separavam suas coxas abrindo-as. Ela olhava para baixo
enquanto ele se movia entre suas pernas e seus joelhos.
— Fêmea humana obstinada. — Grunhiu em voz baixa.
Casey jogou a cabeça para trás enquanto Argernon
apanhava seus clitóris com a boca sem nenhum aviso. Os cotovelos
dele empurraram suas coxas para separá-las, seus dedos abrindo
mais seu sexo para sua língua. Dois dedos da outra mão deslizaram
profundamente em sua vagina. Casey gritou e explodiu. O clímax
passava brutalmente através dela enquanto Argernon chupava seus
clitóris, penetrando-a grosseiramente com os dedos. Ela gozou com
tanta força que estava certa de que foi mais de uma vez.
Soltando seus clitóris. Retirou lentamente seus dedos.
Casey relaxou e fechou os olhos. Ela ofegava de cansaço. Argernon
moveu a parte superior de seu corpo para colocar-se acima dela,
tomando cuidado de não esmagá-la. Abrindo os olhos, Casey
encontrou seu intenso olhar.
— Estou nas mesmas condições e precisando de seu corpo.
— Gemendo, a penetrou.
Casey estremeceu quando o pênis grosso e duro de
Argernon entrava em seu interior. A vagina estava inchada,
escorregadia e quente, o que facilitou a entrada nela, mesmo sendo
malditamente grande e grosso. Ela sabia que estava encharcada. Só
entrar nela e dar uma investida foi o bastante para ele. Sentiu seu
pênis pulsar profundamente dentro dela enquanto derramava seu
sêmen nela. Estremeceu com a força de sua ejaculação, um grunhido
escapou de seus lábios, ela observava seu rosto quando ele explodiu.
O suor escorria por sua fronte e seus olhos se abriram.
Olharam um para o outro. Casey esticou os braços, as
algemas chacoalharam, envolvendo o rosto dele com ambas as mão.
Ela sabia que deveria lhe dar uma bofetada, mas em lugar disso ela
só desejava tocá-lo. Seus olhares se encontraram. Não conseguia
entender, mas acreditava que ele tinha sofrido tanto quanto ela
naquele castigo. O homem gozou imediatamente após penetrá-la e
ela também.
— Não gosto de castiga-la. — Sussurrou. — Ambos
sofreremos. Entende?
Mesmo que não fizesse sentido, ela compreendeu que era
um sofrimento compartilhado pelos dois.
— Então, por que fazê-lo?
Ele piscou.
— Sou um Zorn. Você é minha vinculada. Compreenderá
com o tempo.
Casey duvidava que isso viesse a acontecer, mas não o
disse em voz alta. Argernon se moveu sobre ela. Um gemido saiu dos
dois quando ele começou a mover-se lentamente, fodendo-a de novo.
Ela cruzou os tornozelos ao redor de seu traseiro, levantando os
pulsos algemados sobre sua cabeça e envolvendo os braços ao redor
de seu pescoço, para simplesmente apreciar ao que ele estava
fazendo a seu corpo. Afastou a vista de seu olhar intenso. Não podia
encara-lo quando a olhava fixamente, penetrando-a sem pressa. Foi
emocionalmente intenso. Sua boca foi até sua garganta, beijando e
lambendo a pele.
Gozou de novo antes que se retirasse lentamente de seu
corpo. Ele não a libertou das algemas. Em vez disso, saiu da cama.
Ela estava esgotada. Viu-o caminhar nu para a gaveta de novo, tirar
outro par de algemas, estas mais longas. Ela não ficou com medo.
Estava cansada demais até para ficar nervosa com o que ele tinha em
mente. Viu que subiu de novo na cama. Em silencio ela o observou
prender um dos lados na cabeceira da cama e o outro nas algemas
que prendiam seus pulsos. Ela se limitou a olhá-lo. Estava
efetivamente presa à cama.
— Não confio em você e estou cansado, Casey. Entristece-
me ter que fazer isto. — Abraçou-a pelas costas e suspirou
profundamente. — Controle, luzes apagadas.
O quarto ficou às escuras. O grande e quente corpo de
Argernon a aconchegou com seu calor. Tinha espaço bastante para
que as algemas não a incomodassem e as mãos dele sobre seus seios
deixou-a mais tranquila. Fechou seus olhos caindo num sono
exausto.
Capítulo Seis

Casey caminhava inquieta, só podia percorrer a distancia ao


lado da cama. A algema não era longa o bastante para chegar à porta
para de acesso ao corredor ou ao banheiro. Ela não tinha ideia de
onde Argernon se enfiara. Acordara-a duas manhãs consecutivas para
lhe permitir tomar banho e usar o banheiro, fazia a refeição com ela
antes de sair e demorava horas para voltar. Retornava com comida,
soltava-a para que usasse o banheiro e então a prendia de novo.
O pior era o que acontecia depois, ele encontrara uma nova
forma de torturá-la, ignorava-a. Dormia completamente vestido na
cama que dividiam, tentando não tocá-la. Quando ela se
aconchegava a ele para dormir, podia sentir como ficava excitado,
então ele se virava e afastava-se grunhindo, também mal falava com
ela. Essa rotina perdurara por dois dias e estava cansada disso.
A porta se abriu enquanto Argernon entrava com expressão
de cansaço. Ele a olhou por um segundo antes de olhar para o outro
lado. Suas mãos segurando uma bandeja com carnes, algumas frutas
de aspecto estranho e uma taça com um líquido escuro para seu
jantar. Dirigiu-se ao banheiro depois de pôr a comida na beirada da
cama.
Ela sentou-se na cama examinando a comida. Argernon
sempre deixava a porta do banheiro aberta para que pudesse vê-lo
tirando o uniforme, despindo-se de costas para ela. Ele tinha um
traseiro realmente maravilhoso. Suas costas bronzeadas eram largas
e seus braços musculosos. O cabelo negro e sedoso caía até sua
cintura, com todo aquele corpo provocante se meteu na ducha.
Sem dúvida isso também era uma tortura. Ela podia ver
suas mãos esfregando o corpo a começar pelo peito e ombros, ele se
virou para enfrentá-la repentinamente. Ele estava exibindo outra
grande ereção. Ela apertou os dentes, antecipando o que iria
acontecer, já que repetia o mesmo processo depois que passava por
aquela porta. A mão percorrendo seu corpo para baixo, sua cabeça
jogada para trás, seus olhos fechados sob a água que caía, tornando
seu corpo escorregadio. Ele se apoderou do pênis e, fechado-o em
seu punho, bombeava-o enquanto ela o observava.
Ela levou a mão para baixo e entre suas coxas, mas foi
barrada pela calça de couro grosso revestida de metal que usava, foi
obrigada a usar aquela coisa equivalente a um cinturão de castidade.
Não conseguia sentir o seu dedo esfregando o clitóris. Estava
excitada em vê-lo se masturbar. Tudo naquele maldito homem a
excitava. Frustrada e irritada, o ouviu grunhir enquanto disparava seu
sêmen no chuveiro, isto era o pior.
Baixando a cabeça, afastou-se do olhar dela para deixar a
água lavar a evidência de seu corpo. Fez um gesto com a mão para
cima e a água deixou de cair. Levantando os braços, fechou os olhos
e o ar quente o secou. Quando seus olhos se abriram encontrou o
olhar ressentido dela. Ele piscou um par de vezes antes de caminhar,
totalmente nu, até ela e para o armário para procurar mais roupa.
— Está melhor?
Fez uma pausa, virando sua cabeça murmurou.
— Sim.
— Pelo menos poderia me tirar esta maldita coisa? É quente
e muito desconfortável.
Seus lábios grossos sorriram, divertidos.
— Não pode se dar prazer?
Apertando os dentes, respondeu.
— Miserável. Por que é tão cruel.
— Acha que fui cruel com você? Aceitou ser minha
vinculada? Está de acordo em ir para Zorn comigo? Não. Não, para
todas as perguntas. Nas poucas vezes em que lhe pedi isso, exigiu
que a levasse de volta a Terra. Já não estamos em órbita, Casey,
deixamos seu planeta. Meus guerreiros encontraram as suas fêmeas
e estamos a caminho de Zorn, precisa parar de resistir e me aceitar.
Seremos felizes. — Seu olhar vagou por seu corpo, o olhar faminto
queimava-a. — Você não gostaria de estar nua na cama, comigo? Iria
lhe tocar de tantas maneiras enquanto me afundo em sua suavidade,
uma vez após outra. Nós estamos sofrendo por você estar sendo
teimosa.
— Você não está sofrendo. Esteve tanto tempo se
masturbando nesse chuveiro que deve até estar esfolado.
— Não obtenho verdadeiro prazer em agradar a mim
mesmo. Sou um Zorn. Não é só uma questão de ter um vigoroso
desejo sexual. Minhas bolas inchariam e ficaria doente se não
satisfazer-me frequentemente. O prazer é seu corpo, minha linda. Se
deixasse de ser tão obstinada e aceitasse tudo o que lhe ofereço,
iríamos estar felizes.
A derrota fez seus ombros caírem.
— É verdade que já não estamos na órbita da Terra?
— Já lhe disse. Não minto. Estamos voltando para Zorn.
Todos meus guerreiros retornam com mulheres que se
comprometeram com eles.
— Tão rápido? Pensei que levaria semanas pelo menos.
Ele estava excitado de novo quando se aproximou dela. Ela
se forçou a fechar os olhos. Odiava não poder admirar cada
centímetro de seu corpo nu e principalmente o pedaço de carne dura
abaixo de sua cintura. Ele desceu o olhar até ela.
— Não gostaria de saber o que acontecerá a você se não me
aceitar até chegarmos a Zorn?
— Ah, diga logo. Estou certa de que será algo horrível. O que
vai me acontecer?
Ele franziu o cenho.
— Será oferecida a outros homens até que aceite um ou
poderia ser tomada por outro se não encontrar o escolhido
rapidamente. E este não lhe ofereceria um compromisso. Poderia
torna-la uma ajudante da casa...
— Como uma faxineira? Limpar sua casa não é tão ruim.
Ele assentiu com a cabeça.
—... E esquentaria sua cama. Você e as outras ajudantes
dividiram a cama dele, se ele não estiver comprometido. Se ele for,
então dormirá em sua cama quando a vinculada permitir ou só
quando ele quiser copular. Se for afortunada em terminar em uma
casa rica. Se terminar em um lar pobre poderá dormir no chão com o
homem e sua vinculada. Ele poderá oferecer seu corpo aos
convidados de sua casa e aí ele pode se cansar de você e a trocar por
uma nova ajudante de casa. Na realidade nos lares mais pobres todos
os machos, inclusive os bem jovens, compartilham a mesma fêmea.
Os pais não podem pagar a mais de uma ajudante para seus filhos.
Ela estremeceu.
— Isso... É horrível. É assim que vocês tratam as suas
mulheres?
Argernon grunhiu alto para interrompê-la.
— Somos uma espécie predominantemente masculina. As
mulheres são mais fracas e menores fisicamente que os homens. Não
podem se proteger contra um. Já sabe o quão sexual é um guerreiro
Zorn, não conhece nossa história. Nossa espécie quase foi destruída
uma vez, nossos homens eram governados por seus instintos
sexuais. As mulheres eram... — Ele se envergonhou. — Violentadas e
assassinadas, seu número diminuiu radicalmente até estarem em
perigo de extinção. Então decidimos implantar um sistema de
proteção para as mulheres. Uma ajudante de casa estará protegida
pelo macho na casa em que vive. Ele a alimenta e a mantém segura
de nossos homens mais selvagens, porque uma mulher desprotegida
não sobreviveria muito tempo. Grande parte de Zorn ainda não é
civilizada, Casey. Não lhes é permitido terem mulheres, já que
abusaram delas até mata-las. Qualquer homem que é encontrado
abusando ou matando uma mulher é despojado de seu direito e
jamais terá uma sob seu teto. Um homem tem que demonstrar seu
direito a ter mulheres e deve ter uma casa segura para elas viverem.
Franzindo o cenho, Casey indagou.
— Essas mulheres são pessoas. Não podem decidir suas
vidas?
Ele hesitou em dar essa informação.
— A maioria é criada por sua família e a família permite que
a mulher escolha o homem que deseja proteja-la e que seja digno de
cuidar dela. Algumas terminam como empregadas domésticas em
boas casas. A maioria dos homens pedirá permissão à ajudante de
casa da vinculada ou se prefere ter uma nova. Muitas mulheres
escolhem os homens às quais foram dadas, mas, na maior parte, as
ajudantes permanecem na mesma casa durante toda a vida com o
mesmo homem.
— O que acontece a quem não aceita?
Seus olhos se estreitaram.
— Se forem teimosas, ou não podem ter filhos depois de
vinculadas, estas têm menos opções. A maioria dos homens não as
toleram por muito tempo e as mandam para algum estranho para se
livrarem do problema.
— Pensei que este tal de vinculo fosse, ãmm... Permanente.
— Uma vez unido, há poucas maneiras de desfazer esse
vinculo. Se a mulher for estéril ou tenha sexo com outro homem, se o
homem abuse dela ou ela tente assassinar a seu vinculado. Os
homens compartilham suas ajudantes de casa com outros homens,
às vezes, mas nunca a sua vinculada.
— Qual é sua definição de abuso?
— Não batemos em nossas mulheres e as protegemos de ser
machucadas. Não as alimentar ou não ter uma moradia digna para
uma mulher é um abuso.
Casey franziu o cenho.
Argernon suspirou.
— Me aceite, Casey, e sempre estará protegida. Afastei-a de
seu mundo, mesmo se for estéril e apesar de que talvez me queira
morto, juro por minha honra que permanecerei vinculado a você. —
Entrecerrou os olhos, parecendo angustiado. — Mesmo se permitir
que outro homem a toque e a possua irá permanecer comigo. — A
dor e o rancor permeavam sua voz. — Irei matá-lo e a farei ver como
ele morre. Acha que nestes últimos dias fui cruel, então aprenderá
um novo conceito de crueldade se permitir que outro homem a toque.
Fui claro?
— Pensei que havia dito que não era permitido bater em uma
mulher.
— Jamais baterei em você. Não terei que fazê-lo.
Ela estremeceu ao ver seu olhar frio.
— Não sei o que é um vinculo. Não sei quase nada sobre seu
mundo e nem sequer o conheço bem. Como posso aceitar algo do
qual nada sei? Isto não é justo!
— Sei que não é. — Seus olhos se suavizaram como seu tom
de voz. — Temos quatro dias e meio para prepara-la para sua nova
vida. Direi tudo o que precisa saber. Me aceite, Casey.
Ela hesitava.
— Dê-me alguns dias para decidir. Não podemos só ver
como as coisas funcionariam entre nós? Não pode parar de me
pressionar ou só deixar que eu o conheça melhor? Está me pedindo
para passar a vida com você até a morte. Eu gostaria de passar mais
tempo com você antes de decidir alguma coisa, de acordo?
Argernon não estava feliz, mas assentiu com a cabeça.
— Não tente me matar, Casey. Isto não vai leva-la de volta à
Terra e poderá ser considerada irremediavelmente desobediente.
Nunca queira ser considerada como tal em Zorn. As fêmeas
obstinadas terminam na Casa Med.
— Casa Med?
— Não quer saber.
— Eu perguntei.
Ele suspirou.
— Contei-lhe que se os homens Zorn não libertarem
frequentemente suas sementes de seus corpos ficam doentes.
Quando estão nesse estado são levados à Casa Med, onde as
mulheres são mantidas apenas para esse propósito. Ninguém
assumirá um compromisso com as mulheres que terminam lá. São
guardadas e protegidas pelos guardas no que se refere ao abuso,
mas ela está obrigada a aceitar qualquer um que precise gozar para
se curar.
A surpresa e indignação tomaram conta de Casey.
— Quer dizer que... ?
Ele assentiu com a cabeça.
— Com as humanas não será considerado abuso autorizar
que mais de um utilize seu corpo. Todos em Zorn sabem que as
fêmeas humanas são bem diferentes, podem obrigá-la a copular com
muitos homens e cada um deles gozar várias vezes na sua vez. Não
poderá se recusar a fazê-lo, mesmo que tenha que ser amarrada e
depois usada por eles.
— De que mundo retorcido você vem?
— Acaso a Terra é perfeita? Fizemos pesquisas sobre seu
planeta. Com tantos sinais provenientes dele foi até fácil escutar isso
que vocês chamam noticiário. Meu mundo não está em guerra
consigo mesmo e não temos mortes em massa lutando um contra o
outro. O abuso doméstico é estranho e é tratado com severidade em
Zorn. Na Terra não é assim, vocês tratam seus familiares com
violência desnecessária.
Tinha que lhe dar razão nisso. Ela assentiu com a cabeça.
— Pode dar-me alguns dias para decidir?
Chegou até ela assentindo com a cabeça.
— Fique de pé. Vou soltá-la.
Ela estava de pé quase instantaneamente. Ele pegou as
chaves das algemas. Soltou-lhe os pulsos e depois o cinturão ao
redor de sua calça. Caiu de joelhos diante dela, levantou o rosto
enquanto retirava as calças passando por suas pernas. Aquele olhar a
umedeceu imediatamente. Ardia, com vontade de que Argernon
tocasse seu corpo.
— Deite-se na cama e se abra para meu prazer, linda.
Ela quase arrancou a camisa de si, empurrando as calças
para baixo com frenesi. Estava sobre a cama antes mesmo que
tivessem acabado a discussão. Sabia que deveria manda-lo para o
inferno o quanto antes, deveria sentir vergonha pela fraqueza que
demonstrava nesse mesmo momento enquanto se deitava de costas
e separava as pernas, as abrindo para lhe mostrar a vagina.
Prometeu a si mesma que ajustaria as contas com ele de algum jeito,
só que mais tarde, agora estava excitada e frustrada demais para
pensar em alguma coisa. E ele lhe devia muito prazer pelos dois
últimos dias de frustração sexual que lhe tinha imposto.
O olhar de Argernon estava fixo no seu enquanto subia na
cama depois dela.
— Precisa de mim dentro de você ou prefere minha boca? O
que escolhe?
— Ambos. — Ela sussurrou.
As mãos dele agarraram a suas coxas e baixou a cabeça. Ela
gemeu, agarrando a cama, quando a boca encontrou seus clitóris. Ele
não hesitou um segundo em colocar os lábios ao redor da carne
palpitante, chupando-a com delicadeza para dentro de sua boca
enquanto a língua deslizava com movimentos de vai e vem em sua
sensível protuberância com pressão bastante para fazê-la
enlouquecer.
— Sim! Ah, Argernon!
Um rugido retumbou em sua boca, vibrando contra seu
clitóris enquanto a língua se movia rapidamente. Chupava-a de tal
maneira que não conseguia nem pensar. Dois dedos se introduziram
em sua vagina e depois dobrou-os, encontrando o ponto exato para
esfregar a parte traseira do clitóris. Isso foi mais que o suficiente. Um
grito saiu de seus lábios quando o clímax a atingiu e o prazer quase a
rasgou.
Mal lhe deu tempo para se recuperar, retirou a boca e os
dedos para segurar uma de suas coxas e subir deslizando por seu
corpo. Levantando-a, para que o joelho dela ficasse preso entre seu
peito e o cotovelo enquanto descia sobre ela. Não precisou guiar o
pinto duro para dentro dela. Estava duro o suficiente para empurrar e
entrar em seu corpo.
Casey se agarrou aos seus ombros indo de encontro a ele
quando Argernon a penetrou fundo, até que suas bolas batessem
contra seu ânus. Ele começou a mover-se com impulsos profundos e
fortes. Ajustou o ângulo do quadril para que seu pênis esfregasse seu
clitóris em cada investida.
A frustração quase forçou Casey a gritar, quando Argernon,
abruptamente, se retirou completamente dela. Levantou seu olhar
enquanto ela o olhava com dilaceradora agonia.
— Vire-se. A quero de quatro, vou monta-la e te foder com
força.
Ansiosamente, ela se virou levantando o traseiro para ele e
dobrou os cotovelos para apoiar-se na cama. Sem aviso prévio
Argernon a penetrou com força por atrás. Suas mãos se fecharam
sobre seu quadril, segurando-se nas curvas dela, imobilizando-a e
investindo uma vez atrás da outra. Gemidos saíam dos lábios de
Casey com cada golpe dos quadris dele contra seu traseiro,
penetrando-a profundamente. O prazer e a dor se tornaram um só.
Ele soltou uma das mãos do seu quadril para coloca-la entre suas
coxas, alcançando seu montículo, seus dedos grossos encontraram
seu clitóris e começaram a aplicar pressão aumentaram o ritmo do
quadril.
Casey se perdeu com a pressão adicional em seus clitóris.
Sua vagina se contraia chegando ao delírio, prendendo-a fortemente
para baixo, Argernon sentiu suas paredes vaginais envolvê-lo como
um punho quando o orgasmo a atingiu. Gritando de prazer, ela
gozou. Argernon rugiu a puxando fortemente pelo traseiro lançou
suas sementes dentro dela. Caíram de lado, ainda entrelaçados e
ofegantes.
Minutos, ou horas, mais tarde Casey abriu os olhos.
Argernon a fitava, observando-a em silêncio. Não conseguia ler as
emoções em seu rosto, mas não parecia zangado. Ela sabia o que
estava pensando. O cretino a fizera gozar várias vezes. Estava
surpresa. Aquela boca era fenomenal. O pênis então, parecia ter sido
criado para atiçar e satisfazer perfeitamente a cada músculo de sua
vagina.
Não se importava que ele fosse sexy como o diabo. Um
autêntico símbolo sexual com esses olhos incomuns e fascinantes. Ela
poderia olhá-lo para sempre. Até a voz dele a excitava mesmo
quando estava irritado ou zangado, o que era frequente.
— No que está pensando?
Argernon abaixou a cabeça e deslizou a língua por seus
lábios em um beijo suave, mas cheio de promessas.
— Em como é linda e minha. Não vou desistir, Casey. Não
posso. Você é uma parte de mim e não quero só seu corpo, quero ser
parte de você.
Ela tragou saliva. Aqueles pensamentos eram intensos,
estava confusa e dividida. Nunca ninguém a tinha feito se sentir tão
sexy, desejada ou tão desesperada em ser satisfeita como Argenon
fazia. Sua boca se curvou em um sorriso.
— Em que está pensando?
— Só estou pensando em como me faz sentir.
Um sorriso escapou dos lábios dele. Os olhos azuis
brilharam com diversão.
— Bem, pela quantidade de gritos de prazer, me faz achar
que está muito apaixonada por mim.
Ela se pôs a rir enquanto lhe dava um tapa no peito.
— Ah, é o que acha, é?
— Sim. — Ele rodou sobre suas costas a levando junto.
Sorrindo, ela se sentou pondo as mãos sobre o seu peito e o
acariciou com as unhas até chegar a seus mamilos. Hesitou antes de
aperta-los com gentileza entre seus dedos. Seu corpo estremeceu de
prazer, os olhos azuis arderam com paixão. Brincou com os mamilos
endurecidos enquanto se sentava escarranchada sobre dele, moveu o
quadril e se esfregou contra a sua longitude dura, que aos poucos
começava a engrossar. Ela estava bem molhada e a excitação dele
era suficiente para que ela fosse capaz de retroceder à posição
correta para que ele se entrasse em sua vagina. Os olhos de
Argernon se fecharam, seu sorriso desaparecia enquanto gemia em
baixinho.
— Não consegue rir agora, não é garotão? — Ela girou os
quadris sobre ele em círculos e o sentiu movendo-se dentro dela.
Seus lindos olhos se abriram de repente.
— Quer me torturar?
— Sim.
— Quer me fazer gritar?
Ela sorriu.
— Você sempre grita. Ruge como um leão quando está
dentro de mim e goza.
Suas mãos se apoderaram de seu quadril, levantando o
corpo dela e retirando o pênis de seu interior. Ele sorriu.
— Já volto.
Surpresa, ela se sentou e franziu o cenho, o viu quase
correr para dentro do banheiro. Argernon entrou debaixo do chuveiro
e deixou a água escorrer pelo seu corpo. Ela o viu se esfregar e
limpar muito bem a área da virilha depois desligar a água. Nem
sequer se secou quando caminhou rapidamente para o quarto e
quase saltou sobre a cama. Ele se deitou de costas, sorrindo.
— Deixe-me louco. Toque-me. — Ele a olhou quase
implorando. — Vai me lamber?
Os olhos de Casey percorreram o corpo nu e molhado. Ele
estava duro como uma rocha, outra vez. Era assombroso e um pouco
assustador. De onde ele tirou aquela ideia? No entanto ele já lhe dera
prazer da mesma maneira. Mexeu-se decidida, sentou sobre o quadril
dele, seu traseiro descansando na parte inferior de seu abdômen, o
olhar percorrendo com atenção cada polegada dele desde o abdômen
até o rosto. Casey assentiu com a cabeça.
Lambendo os lábios, inclinou-se para frente, decidida a
começar pelo pescoço. Ela percorreu com a língua da orelha até o
ombro, mordiscando-o aí com seus dentes, degustando o sabor das
gotas de água e de sua pele. Grunhindo, Argernon se apoderou de
seu quadril e tentou se levantar, sorrindo.
— Mãos para cima e não me toque.
Seus brilhantes olhos azuis se entrecerraram. Não ficou
muito feliz, mas seguiu as instruções. Ele a soltou e esticou os braços
os dobrando na parte de trás da cabeça, exibindo braços e peito
musculosos. Sorrindo, Casey desceu a cabeça até o peito. Lambeu
um dos mamilos e começou a chupa-lo enquanto usava as unhas
para atiçar o outro até que ambos se endureceram. O homem
debaixo dela gemeu, seu corpo se esticou e os quadris se arquearam
levando a ambos alguns centímetros acima da cama.
— Calma, garotão. — Riu, soltando seu mamilo. — Fique
parado.
— Paciência é uma coisa que não tenho muita. Você me
excita demais. Talvez em alguns anos possa brincar mais com meu
corpo sem que me sinta quase morrendo se não estiver dentro de
você.
Anos? Ficou chocada enquanto a ideia de passar anos tendo
este tipo de vida sexual com Argernon. Estaria realmente falando
sério? Bem, não seria nada ruim. Deslizou para baixo em seu corpo,
tendo que se levantar acima da ereção dura como uma pedra,
sentando-se na parte superior das coxas, para permitir que sua boca
deixasse um caminho de beijos sobre suas costelas. Ela o lambia em
alguns lugares, como a fenda entre os músculos de seu abdômen.
Deixou que seus dentes mordessem o osso de seu quadril. No
momento em que chegou a seu pau, grosso e palpitante, ele grunhia
continuamente e seu corpo estava tenso o bastante para se parecer
com uma estatua muito grande e sexy. Suas pernas se moveram se
separando um pouco, mas não o suficiente para tira-la daquela
posição sobre ele.
— Por favor. — Gemeu. Sua voz era áspera e profunda.
Ela o provocara bastante. Uma de suas mãos se apoderou
da base de seu pênis, enquanto a outra acariciava as coxas.
Levantou-se.
— Abra suas pernas para que eu possa ficar entre elas.
A obedeceu imediatamente. Um sorriso surgiu em seus
lábios. Podia se acostumar a lhe dar ordens. Ela contemplou seu
rosto, tinha os olhos fechados, os lábios pressionados fortemente e os
afiados dentes superiores cerrados sobre o lábio inferior. Ela se
moveu entre suas coxas lentamente, se colocando entre as pernas se
inclinou para frente. Sua outra mão segurou as pesadas bolas com
cuidado, explorando e acariciando a parte inferior delas com as
pontas dos dedos.
— Bebê?
Argernon abriu os olhos para olhá-la.
— Sim? — Quase ofegou.
— Não se mexa. Pode me sufocar, certo? É muito grande. E
gosto de respirar.
A confusão iluminou seu rosto.
— Eu nunca a machucaria.
— Bem, você entendeu. Não mexa o quadril ou o fará.
Casey baixou o olhar até seu pênis, sabia que não
conseguiria introduzi-lo completamente na boca. Estava contente que
concordasse em ficar quieto. Se ele forçasse todo aquele pênis em
sua boca certamente lhe cortaria o ar. Umedeceu de novo os lábios
antes de abrir a boca completamente.
Lambeu a grande ponta arredondada pela primeira vez e
enroscou a língua ao redor da cabeça esponjosa. Seu sabor foi uma
surpresa. Provou o líquido pré-seminal que estava gotejando da
pequena rachadura do pênis. Para se certificar, o percorreu com a
língua novamente e o provar mais, deixando um rastro de sua saliva
na fenda. Um rosnado saiu de Argernon. Ele era doce, muito doce,
como calda de açúcar derretido. Era delicioso, apanhou mais o liquido
pré-seminal com a língua e gemeu, colocando-o mais para dentro da
boca. Era um sabor ao qual ela podia se viciar. Tinha a sensação de
que acabava de descobrir sua sobremesa favorita, quando tivesse o
desejo de algum doce.
A circunferência de seu pênis mal cabia em sua boca. Uma
vez passada a cabeça grossa, seu eixo era ligeiramente mais fino,
mas não muito, antes que se tornasse grosso de novo. Ouviu
Argernon ofegar. Seu corpo se movendo, mas não se empurrando
para dentro de sua boca. Retorcia-se debaixo dela, seu grunhido
baixo parecia mais ao de um animal que de um homem. Ouvia sua
respiração aumentando até chegar a um ruidoso gemido, parecia que
estava tendo dificuldades para respirar enquanto ela o chupava e o
lambia. Ela o engoliu mais e antes que pudesse se levantar, mudou o
ângulo da sua cabeça e tomou mais profundamente.
— Casey. — Ele grunhiu um pouco mais alto.
Foi o único aviso que recebeu antes que seu pênis inchasse
ligeiramente e explodisse em sua garganta. O sêmem doce encheu
sua boca. Ela gemeu, de surpresa e deleite ao prová-lo, engolindo
tudo o que ele tinha para lhe dar, até que ela começasse a sugar e
lamber, limpando-o com a língua.
Casey tinha pensado que seu líquido pré-seminal era doce,
mas seu sêmem era melhor ainda. Ordenhava-o com a boca até que
chegou à cabeça de seu eixo, bebendo cada gota que se escondeu ali.
O tirou de sua boca completamente, ela passou a ponta da língua
sobre seus lábios. Agora sabia o seu sabor. Mel e açúcar mascavo,
derretidos juntos. Levantou os olhos para Argernon.
A cabeça dele estava arremessada para trás, os olhos
fechados. Ainda respirava com dificuldade, ofegando. Estava com a
boca aberta. Uma de suas mãos estraçalhou o lençol da cama na
altura de seu quadril. A outra estava sobre seu peito com sangue
escorrendo.
Foi até ele e segurou sua mão ensanguentada. Ela puxou
uma parte do lençol e a enrolou na mão, se perguntando o que havia
acontecido. Seus olhos foram até seu rosto. Foi aí que viu o sangue
em seu lábio inferior e queixo. Seus olhos se voltaram para a mão
que segurava. Viu os orifícios que causavam o sangramento na palma
e no dorso da mão. Eram marcas da mordida de seus dentes.
— Por que se mordeu?
Seus olhos azuis se abriram. O assombro e a satisfação total
se estampavam em sua expressão, a boca curvada em um sorriso.
— Ordenou que eu não me movesse. Mais tive tanto desejo
por estar dentro de você que me mordi para ficar quieto e parado.
Sabia que com seus dentes ao redor de meu pau, se ficasse
assustada com meu rugido de prazer, bem... Não seria uma coisa
muito inteligente de se fazer. Senhor das Luas. Isso foi... — Ele riu
entre dentes. — Se tivesse alguma dúvida antes, agora teria certeza
de que é minha vinculada. — Sua mão esfregou seu abdômen em
uma carícia. Seus olhos seguiram a mão, olhos que se encheram de
admiração ao olha-la fixamente. — Engoliu minha semente por sua
garganta. Tenho profundo respeito por você, linda. Honrou-me mais
que qualquer mulher que conheço.
Ela piscou.
— Hum. — Deixou que aquelas palavras penetrassem em
sua mente enquanto a confusão a agitava. — Bem, está certo.
Argernon tinha um olhar de êxtase em seu rosto.
— As mulheres Zorn não engolem nossa semente. Deve
gostar um pouco de mim, já que bebeu minha semente, me aceite
como seu vinculado. Farei com que seja feliz, linda.
Casey não conseguiu conter a curiosidade.
— Suas mulheres não os chupam?
Ele não podia apagar o sorriso do rosto. E negou com a
cabeça.
— Lambem os hais, mas se afastam quando derramamos a
semente. Levou-me para dentro de sua boca, engoliu e recebeu
minha semente em seu ventre. — Sua mão acariciava seu abdômen
outra vez. — Senhor das Luas, foi espetacular.
— Hum. Para um mundo dominado por homens tão sexuais
como vocês, não têm muita imaginação.
Ele se manteve sorridente.
— O que quer dizer?
— Vocês não têm sexo anal e agora está dizendo que suas
mulheres não dão boquetes? Elas dão lambidas e fogem.
Ele riu entre dentes.
— Não se chama lamber e fugir. Isso se chama tonguing.
Suponho que o que acabamos de fazer tem o nome de boquete? Se
posso perguntar, porque o chamam assim?
Ela riu.
— Sei lá. Talvez porque faça explodir a mente do cara?
Riu enquanto ele a atraia para seu corpo.
— Minha mente explodiu. Sei do que está falando. Agora sei
o que deve sentir quando estou lambendo e chupando seu clitóris.
Você deve ter sentido isso muitas vezes com outros homens.
Preocupei-me com a primeira vez que a toquei e que talvez estivesse
fazendo alguma coisa errada. Mas sou um aprendiz que aprende
rápido e esperei que apreciasse tanto quanto eu enquanto me
ocupava dessa sua vagina deliciosa.
— Espere. — Casey o olhou confusa e surpresa. — O que
quer dizer com: estava preocupado de fazer alguma coisa errada e
espera aprender rápido?
Argernon riu entre dentes.
— Vocês, humanas, são ligeiramente diferentes. Nas
mulheres Zorn o unis é mais profundo e não posso usar a língua. Seu
unis, o clitóris, é muito acessível. Meu irmão me falou sobre as
humanas e como cuidar delas, já que sua vinculada é humana. O que
ele não me disse é que vocês possuem um sabor que pode nos viciar
facilmente ou como me excitaria em ter minha língua em seu sexo e
escuta-la gemer com meu toque. E então qual é sua opinião? Você
parece gostar do que posso fazer com minha boca.
Ela ficou atônita.
— Bem, você realmente aprendeu muito rápido.
Ele inclinou ligeiramente a cabeça, olhando-a. O sorriso de
Argernon desapareceu enquanto estreitava seu olhar.
— O que é esse brilho em seus olhos? Diga o que está
pensando.
Ela lentamente sorriu.
—Só estava pensando que é um tanto cômico que um tipo
que nunca se deitou com uma humana e que nunca tinha usado a
língua, se tornou o melhor amante que já tive. — Ela acariciou seu
peito. — Alguns homens da Terra deveriam ter aulas com os homens
de Zorn. Muitos deles mal conseguem encontrar um clitóris, mesmo
com um mapa, e nem têm ideia do que fazer com um depois que o
encontram.
Ele riu entre dentes.
— Talvez se entregássemos as mulheres Zorn a seus homens
eles aprendessem a dar valor ao prazer que as humanas podem
proporcionar.

Capítulo Sete

Casey olhava diretamente nos olhos de Argernon durante o


jantar no dia seguinte. Estavam sentados na cama, um de frente ao
outro, com as bandejas entre eles. Ele acabara de chegar. Estava
nervosa, tivera o dia todo para pensar em sua proposta. Argernon
arqueou uma sobrancelha.
— O que está pensando? Parece ansiosa.
— Tenho perguntas.
— Fui avisado que os seres humanos são muito curiosos.
Faça suas perguntas.
Ela sorriu. Parecia preparado para discutir com ela, a julgar
por sua expressão sombria e a tensão em seus ombros.
— Relaxe. Isso não vai ser doloroso.
— Tenho minhas dúvidas. Meu irmão me avisou que sua
vinculada se zanga com ele por razões que às vezes não consegue
entender ou quando recebe certas respostas para as suas perguntas.
— Isso parece muito similar ao que acontece aos casais na
Terra. Acaso sabe por que brigam? Talvez possamos começar por ai.
Quero saber os prós e os contras de estar vinculado.
Ele hesitou.
— Ela se recusa a andar nua dentro de sua casa.
Suas sobrancelhas se levantaram.
— Nua?
— Diz que não se sente confortável em andar nua pela casa,
mas é o costume Zorn. Nossas mulheres só cobrem seus corpos
quando têm convidados ou saem da casa. Nosso clima é perfeito para
isso, também.
— E prefere que esteja nua quando estivermos em casa
juntos, certo?
Ele se pôs a rir.
— O que lhe parece?
Ela sorriu.
— Não vejo problemas em andar nua em casa. — Piscou um
dos olhos. — Seria uma economia de tempo, não seria preciso nos
despir, não é?
Sorriu com prazer.
— Tinha certeza de que era perfeita para mim.
— Está bem. Estamos chegando a algum acordo. Sobre pelo
o que mais brigam?
Seu sorriso morreu rapidamente.
— Não gosta de ser obrigada a ter guardas ou a companhia
de meu irmão quando precisa sair à rua. Você precisa permanecer em
nossa casa, onde é seguro. As mulheres humanas são muito
desejadas em Zorn. Já lhe disse como são nossos homens. Antes de
vir ao planeta Terra, quatro Zorns atacaram a vinculada de meu
irmão em sua casa e a teriam matado depois de obrigá-la a recebê-
los dentro de seu corpo. Você ficará em nosso lar, nossa casa é muito
bonita e confortável, possui um grande jardim e uma linda vista,
ficará segura. Poderá passear sempre que desejar assim não se
sentirá sozinha ou aborrecida.
Casey pensou em suas opções, seu futuro modo de vida não
parecia tão ruim.
— Está bem. Posso ver o perigo e agora sei que não seria
seguro para mim como um ser humano caminhar sozinha por aí.
Posso viver com tudo isso, desde que não tenha que ficar o tempo
todo sentada e olhando para as paredes.
— Sem discussão?
— Não espere demais. Que outros desentendimentos têm?
Nesse momento Argernon engoliu em seco.
— Bem, ela ficou muito irritada quando meu pai enviou uma
mulher a meu irmão.
Isso a fez franzir o cenho.
— Por que seu pai enviou uma mulher a seu irmão?
— Em primeiro lugar meu pai não estava feliz por meu irmão
se comprometer com uma humana, então lhe mandou uma mulher
Zorn muito atraente, a quem muitos homens desejavam. Ele pensou
que talvez ela pudesse seduzir meu irmão e afasta-lo de sua
vinculada humana, mas não funcionou.
— Seu pai vai tentar fazer isso conosco?
Ele negou com a cabeça.
— Não. Ele aprendeu a lição. Não vai mandar mulheres para
nossa casa e nem tentar fazer me comprometer com uma mulher
Zorn em vez de você. — Ele hesitou. — Há algo que preciso lhe
explicar.
— O que? — Ela ficou alerta.
Argernon vacilou.
— Quando saímos de Zorn, não tinha intenção de me
comprometer com uma humana. Então não tomei nenhuma
providencia para leva-la para casa. Eu...
Uma forte explosão sacudiu o quarto. Casey gemeu, levando
as mãos aos ouvidos para tentar diminuir o som dos alarmes e
sirenes que começaram a tocar. Argernon saltou da cama, correndo
para a porta.
— Fique aqui. — Gritou.
Saiu correndo. Os sons das explosões e das sirenes
repercutiam através do quarto, um atrás do outro, machucando seus
ouvidos, apesar de estarem amortecidos por suas mãos. O que era
isso? O que poderia estar acontecendo? Argernon saíra do quarto
com uma expressão nada agradável. Saiu muito apressado, sem
camisa e sem botas, também. Agarrou um travesseiro e o pressionou
contra a cabeça tentando abafar os sons ensurdecedores.
De repente, tudo ficou silencioso. Casey largou o travesseiro
e se sentou ansiosa na cama mordendo os lábios. Certamente devia
ser algo bem ruim e urgente para que Argernon saísse dessa forma.
Havia ordenado para que ficasse no quarto, como se tivesse alguma
opção de sair do lugar. Sentou-se no centro da cama abraçando o
travesseiro contra os seios. Não estava gostando daquela falta de
informações.
O terror tomou conta de Casey quando escutou o som de
uma explosão abafada enquanto o quarto inteiro se sacudia como se
fosse um terremoto. Desceu, muito assustada, da cama e engatinhou
pelo chão, que vibrava com força, até a porta e aguardou. Que diabo
estava acontecendo? De repente sentiu que seus pés deixavam o
piso. O som alto de um alarme se ouviu de novo. Seus dedos
arranharam a parede, tentando se agarrar na textura lisa da porta.
Sentia-se estranha enquanto tentava, freneticamente, encontrar algo
em que pudesse agarra-se, tudo estava flutuando no quarto, inclusive
ela.
Meu Deus, a nave parecia estar sem gravidade. Tentou se
agarrar em alguma coisa mais uma vez. Estava assustada pela
sensação. Empurrou-se usando a parede como apoio e começou a
girar como louca no ar, gritando. Bateu a cabeça quando se bateu
com a parede e gemeu de dor. Viu que a cama era a única coisa
presa ao chão. Agarro-se a cabeceira alta, o que diminuiu seu
movimento. Chorava. Onde estava a maldita gravidade? Onde foi a
explosão? A nave colidiu com alguma coisa? O motor explodiu? Céus!
Estavam no espaço. Iriam morrer! Todos esses pensamentos
passaram por sua cabeça em rápida sucessão.
Agarrando-se a cabeceira com as duas mãos, obteve um
pouco de controle.
O alarme se silênciou. Não se atrevia a soltar a cabeceira e
lágrimas enchiam seus olhos. E o mais estranho foi ver algumas de
suas lágrimas flutuando. Não tinham se deslizado por suas
bochechas. Estavam flutuando e afastando-se dela.
— Ai, Deus. — A única coisa que sabia era que estava
assustada e que Argernon estava lá fora. Estaria vivo ou ferido?
Estaria próximo da explosão que escutou? Ela não tinha a menor
ideia.
— Merda!
Seus pensamentos seguintes foram apavorantes. E se ela
fosse à única sobrevivente da nave de Argernon? O oxigênio se
acabaria? Poderia morrer de fome? Ficaria à deriva no espaço em
uma nave destruída? Só queria que Argernon viesse e lhe dissesse o
que estava acontecendo. Queria que lhe dissesse que tudo estava
bem. Ela o queria bem e vivo.
Parecia que tinha se passado horas ali, sozinha e com medo.
As luzes piscaram e ela gemeu.
— Não é um bom sinal.
Acendiam e se apagavam. Até que finalmente se apagaram,
deixando-a em uma escuridão absoluta e aterradora. Agarrou-se
mais à cama, escutando o silêncio. Algo a tocou fazendo com que
gritasse. Tocou o que lhe tinha roçado as costas freneticamente. Uma
risada histérica lhe escapou quando percebeu que era só uma das
botas de Argernon. Ela afastou o pensamento de todas as coisas que
estavam flutuando no quarto. Mais coisas provavelmente a tocariam
e tentou se preparar para que não gritasse da próxima vez.
A nave parecia tranquila agora que as vibrações pararam e
não havia som algum. Ficou sobressaltada quando começou a flutuar
afastando-se da cabeceira novamente, o ligeiro puxão em sua mão a
impediu, assim aumentou a força com que se segurava, tentando
ficar mais alerta. Respirou profundamente. Bem, pelo menos parecia
ter ar para respirar, o que era um bom sinal. Seus pensamentos se
concentraram em Argernon, perguntando-se se ainda estaria vivo e
porque não lhe comunicara sobre a situação. A ideia de que algo o
impedisse de estar com ela nesse momento deixou-a desesperada.
Um barulho finalmente chamou sua atenção. Prestando
atenção o escutou de novo, era como uma batida, apenas
perceptível, e depois outra. O som estava se aproximando cada vez
mais. Parecia estar finalmente em sua porta. Seus olhos dispararam
nessa direção. Sentiu terror, era incapaz de ver algo naquela
escuridão. Uma forte pancada a sobressaltou. Era metal golpeando
metal. Escutou um estalo similar a um copo com água se quebrando.
Uma luz muito forte a atingiu subitamente, deixando-a cega por
alguns segundos. A porta se abrira.
— Graças a Deus. — Quase gemeu ao ver alguém empurrar
a porta e acabar de abri-la. Não era Argernon, e sim um estranho.
O medo avançou lentamente em seu interior. Não conseguia
ver suas feições, a luz em seus olhos quase a cegava, e só conseguia
deslumbrar seu vulto e isso começava a assustá-la. O estranho,
enorme, grunhia à medida que avançava em sua direção.
Thunk.Thunk.Thunk.
Seus olhos foram para seus pés. Usava botas que pareciam
de metal e que faziam esse som forte enquanto caminhava no
quarto. Talvez fossem botas para a gravidade. Chegou ao lado da
cama e lhe estendeu a mão. Viu sangue nela, mas a agarrou. Ao
aproximar-se mais pôde ver alguns cortes em seu abdômen nu. Suas
mãos também estavam esfoladas, como se ele tivesse golpeado algo.
A mão grande se envolveu ao redor da sua enquanto ele a afastava
da cama. Ela se soltou da cabeceira.
— O que aconteceu? Onde está Argernon? — Ela tentou
ignorar a sensação de mal-estar por estar sem peso e flutuando. A
única coisa que a mantinha ancorada ao chão era a mão do cara. O
estranho grandalhão continuava a grunhir e ela não estava
entendendo nada. Aquele tal de cunis não devia estar funcionando. A
frustração tomou conta de Casey. Era como estar de novo na caverna
com Argernon: sem comunicação. O homem envolveu sua mão sob
seu braço enquanto ele o dobrava para seu ombro. Sacudiu a cabeça
lhe indicando o outro braço. Ela compreendeu, por isso envolveu a
outra mão ao redor de seus ombros. Então o grandão se virou e
começaram a sair do quarto, com Casey flutuando atrás dele.
Avançaram pelo corredor com Casey batendo de vez em quando no
teto.
— Para onde está me levando? — Sua voz tremeu. —
Argernon está bem?
O cara não parou. Ignorou-a enquanto caminhava
lentamente pelo corredor. O grandão estava certamente se
esforçando em caminhar naquelas condições e não via motivos para
conversar com ela, sem mencionar que acabariam não se entendendo
mesmo. Conseguiram chegar até uma escada que conduzia a uma
escotilha. Ele olhou para cima e Casey seguiu seu olhar vendo a luz
que vinha de lá. Outro homem surgiu quando abriram a escotilha,
estavam em uma sala circular de aproximadamente um metro e meio
de largura e com uma escada de metal que conduzia para cima.
Foi então que conseguiu ver bem o homem, era ruivo e com
cabelos tão compridos quanto o de Argernon. O ruivo se voltou para
olha-la grunhindo baixo e apontando na direção das escadas. Uma de
suas mãos a agarrou em seu braço e gentilmente tirou sua mão de
seus ombros. Ela entendeu o que ele pedia, o soltou e ele lhe deu um
pequeno empurrão na direção da escotilha que estava a uns dez
metros acima de suas cabeças.
Um grito lhe escapou enquanto voava no ar sem que nada
pudesse para-la. Esperneou com os braços e pernas para ter algum
controle daquela maldita coisa. Dirigiu-se lentamente à escotilha. E
poderia jurar que de baixo dela, o ruivo ria da cena. Bem, se aquele
Zorn conseguia ver algo engraçado naquela situação, então à nave e
Argernon não estavam em perigo, não é?
O homem que estava na escotilha acima dela se inclinou e a
agarrou com as mãos assim que ela esteve ao seu alcance. Seu corpo
continuou flutuando enquanto atravessava a escotilha até que o outro
a puxou para seus braços. Ela olhou para o rosto do cara de cabelos
negros e brilhantes olhos verdes, outro desconhecido. Um
pensamento horrível atravessou sua mente. Eram companheiros de
Argernon ou tinham sido abordados por outra nave? Talvez fosse
uma equipe de resgate.
Fixou os olhos no estranho enquanto a mantinha nos
braços.
— Argernon está bem?
O homem piscou confuso, mostrando claramente que não
estava entendendo. Ela o viu olhar para baixo, agarrar sua camisa e a
farejar fortemente enquanto ela olhava para ele e insistia.
— Onde está Argernon?
Ela sabia que a roupa cheirava a Argernon, já que ele a
tinha usado no dia anterior e ela sabia que eles possuíam um olfato
muito apurado. O homem pareceu compreender. Ela viu algo em seu
olhar que fez seus olhos se encherem de lágrimas quando ele ficou
tenso. Pena.
— Ai, Deus. Ele está morto, é isso? — Agarrou o Zorn pelo
peitilho de sua camisa. — Está morto? — Levantou a voz, sabendo
que estava a ponto de começar a chorar.
O homem de repente segurou seu rosto, inclinando-se para
beija-la. Sobressaltada, Casey jogou a cabeça para trás. Parecia se
divertir quando se pôs a rir, segurou um de seus braços, mantendo
uma das mãos envolvendo sua cintura e caminhou para outro
corredor. Ela voltou à cabeça para ver a escotilha, mas o ruivo não os
estava seguindo. De fato, ela nem sequer podia ver a luz que vinha
do deque inferior na escotilha aberta.
O Zorn parou de frente a uma porta e a abriu fazendo girar
uma trava. Ele a agarrou pelo braço e a fez entrar. Ficou em estado
de choque ao entrar em uma grande sala, semelhante a uma área de
carga. Havia luzes, era uma pequena nave.
Ele a obrigou a caminhar pela área de carga e subir
tropeçando por uma rampa de acesso ao interior da nave. Entraram
em uma pequena câmara bem iluminada com outra porta de acesso.
O homem a agarrou, a segurando fortemente contra o corpo e
apertou um botão em um painel na parede. A rampa começou a se
levantar, até que se fechou. Ouviu um som bem agudo, se o homem
não tivesse a agarrando firme em seus braços ela provavelmente
teria caído com força no chão duro, tinham gravidade novamente. O
corpo contra o seu se tornou tenso, segurando seu peso e então a
deixou de pé. Casey se afastou dele aos tropeções.
Seu corpo estava pesado depois de estar suspensa durante
tanto tempo. Ficou enjoada ao ver o homem agachar-se e fazer algo
com as botas antes de tirá-las. Descalço, se endireitou até ficar em
sua altura completa, bem mais que dois metros. Apontou para a
porta atrás dela. Ela recuou enquanto ele se aproximava, chegou à
parede e pressionou outro botão e a porta se abriu.
O interior da nave não era grande. Surpreendeu-se ao ver
que não estavam sozinhos. Uma humana, magra e morena, estava
sentada em uma das cadeiras, parecia assustada. Casey ficou
surpresa quando seus olhares se encontraram. A mulher se levantou
imediatamente.
— É humana! — Exclamou a mulher.
— Sim. — Disse Casey enquanto afastava a atenção da
morena. Virou-se para o cara que a trouxera até ali. — O que está
acontecendo? Onde está Argernon?
— Acalme-se. Sou Rachael Dean. — Falou em voz baixa. —
Não grite. Não podem nos entender. Não acho que os computadores
daqui trabalhem com o programa Zorn de tradução e eles parecem
não ter os implantes em seus ouvidos.
O olhar de Casey disparou para a mulher.
— Sabe o que está acontecendo?
— Não, estava presa em meu quarto até que um deles se
apresentou. — O medo fez com que os olhos da mulher se abrirem
mais. — Não acho que sejam de Zorn. Olhe seu rosto de perto e verá
as diferenças, esses tipos têm as orelhas pontudas.
Casey estava com medo enquanto estudava o homem alto
parado próximo a ela, havia diferenças, realmente. Os olhos do seja-
lá-o-que-for eram um pouco puxados, tinha as orelhas bicudas e
manchas no dorso das mãos. Argernon não tinha nada disso. Agora
ela tinha certeza de que estes homens não eram Zorn.
— Merda. — Casey deu um passo para trás se afastando do
sujeito, dando-se conta pela primeira vez, que não tinha nenhum
espaço com exceção da parede traseira da nave, onde outros dois
sujeitos estavam parados bloqueando a porta que não tinha notado
antes. Ela encarou o homem que a olhava fixamente. — O que
querem? Pode me entender?
O homem alto avançou invadindo o espaço pessoal de
Casey. Um grunhido retumbou em sua garganta enquanto lhe dirigia
um olhar frio e ela recuou. Voltou a encará-lo de novo, tentando não
demonstrar terror. Ele se aproximou mais, quase tocando Casey,
para grunhir algo a ela. Mostrava seus dentes afiados. Seu tom não
era amigável. Atrás dela, Rachael amaldiçoou baixinho.
— Não olhe para baixo, mas esse cara está excitado, muito
exitado.
O olhar de Casey desceu até a dianteira das calças dele. O
medo a percorreu ao ver o estado evidente de excitação do cara. Está
bem, estava mesmo muito excitado. Retrocedeu um pouco mais até
alcançar Rachael, que gentilmente se agarrou a ela. Girando a
cabeça, Casey viu os outros dois na sala, ambos olhavam
atentamente Casey e Rachael com luxúria.
— Estamos na merda. — Rachael sussurrou.
— Basta manter a calma. — Era um bom conselho, mas
Casey estava tendo dificuldades em segui-lo. Onde estava Argernon e
quem eram estes homens? Tinham atacado à nave? Parecia o mais
provável. — Acho que podem ser piratas do espaço.
— Ótimo. Pra caralho. — Rachael quase chorava. — Primeiro
me embebedei em um bar, terminei na cama com este grande filho
da puta que podia foder como uma máquina, e então desperto em
uma espaçonave com a dita máquina me dizendo que eu era o
equivalente a sua esposa. Agora, esta merda. Acha que vão nos
matar?
— Não sei. Espero que não.
Rachael soluçava.
— Só quero ir para casa. O cara que me pegou é realmente
muito agradável e é endemoniadamente bom na cama, mas não
esperava esta merda. Só queria ter uma boa transa e ele parecia um
grande amante quando saí do bar. Você foi pega fora de um bar
também?
— Não.
Casey ficou atenta, quando os dois homens de trás
começavam a avançar em sua direção. Um deles começou a abrir a
frente da calça, seu interesse se concentrava totalmente em Rachael.
— Ouça-me, Rachael. Sabe brigar?
A mulher se agarrou mais a Casey, tremeu.
— Não. Por quê?
Casey baixou o olhar.
— Um deles já está tirando a roupa e agora seu amigo
também. Estão se despindo, o que é muito ruim.
A cabeça de Rachael virou para a parte traseira da nave e
choramingou.
— Ah, Deus. Não lute. Talvez não nos machuquem muito.
Sempre dizem para não lutar contra seu atacante.
Casey ficou uma fera com o comentário. Virou-se para
encarar o homem que a tinha levado a nave, o terror a envolveu
quando ele tirava lentamente a camisa, seus olhos se cravaram em
seus seios. Os três covardes iriam ataca-las.
— Não vou deixar que isso nos aconteça sem uma luta.
— Está louca? — Rachael engasgou. — São enormes e têm a
compleição de um zagueiro de futebol americano. Se batesse neles
seria como tentar derrubar uma parede de tijolos.
— Não têm três metros de altura, talvez um pouco mais de
dois e meio e não são tão musculosos como Argernon, talvez por isso
não sejam tão fortes. Não vou cair sem lutar. Está comigo?
— Está louca. — Rachael a soltou e se afastou.
Casey olhou fixamente para o homem que a trouxera até
ali. Ele abriu a calça e apontou para ela. Rosnou, apontando para sua
roupa. Ela sabia o que estava exigindo. Negou com a cabeça. De jeito
nenhum ia se despir e tornar as coisas mais fáceis para ele. Então,
ele avançou. Sua mente trabalhava freneticamente. Os agressores
nunca esperam que uma mulher se defenda.
Os outros dois, nus, avançaram na direção de Rachael e a
pegaram pelos braços, levantando-a e levando-a para o outro lado da
nave enquanto esperneava e gritava. Casey ficou atônita durante uns
segundos, chegou a dar alguns passos para alcançar Rachael e ajuda-
la, foi quando uma mão enorme a pegou pelo braço fazendo-a virar
violentamente. Ela se jogou para trás. Pego de surpresa, soltou-a e
ela, se aproveitando, investiu contra ele com todo seu peso. Chocada,
o viu estirado no chão mostrando seus dentes amarelos e afiados.
Seus olhos se entrecerraram enquanto o nariz dilatava, então
começou a se levantar. Casey não pensou duas vezes: se jogou
contra ele novamente, fazendo-o tropeçar enquanto lhe golpeava as
costelas com seu ombro. Ele não esperara tanta resistência da parte
dela. Ambos desabaram no chão.
Casey caiu sobre o homem. Ele ofegou quando ela o
acertava com o joelho, usando toda a sua força, um pouco acima da
virilha. Sabia que tinham testículos. Argernon os tinha e este era
humanoide também. Ele gritou de dor depois que seu joelho o
golpeou novamente, acertando em cheio seus testículos. O alienígena
a jogou longe para tira-la de cima e depois se curvou como uma bola
protegendo-se e gemendo alto.
Ela rodou pelo chão, se recostando contra os bancos,
seu corpo e joelho doíam muito, mas se obrigou a ficar de pé. O grito
de Rachael atravessou a nave. Viu os outros dois cada um lhe
rasgando a camisa com uma mão e com a outra pressionava à
mulher no chão, ambos tinham o olhar fixo em Rachael, estavam
despindo à mulher que lutava. Ela gritava e tentava tira-los de cima
lutando contra eles, mas seus golpes não surtiam nenhum efeito.
Ainda estavam de costas para Casey, eles não a tinham visto
derrubar aquele que a atacara e nem sabiam que ela estava atrás
deles.
Casey não pensou, gritou e investiu contra os dois homens
para tentar ajudar Rachael. Ela viu um deles se endireitar e virar
enquanto ela lançava seu corpo contra o dele. Esmurrava as costas
do homem, suas unhas o arranhavam. Ele ficou tenso, tentando
impedir a queda, quando o corpo de Casey se atracava ao dele. Ela
gritava em seus ouvidos. Suas unhas encontraram carne, arranhou-o
freneticamente o fazendo rugir de dor, de repente sentiu que era
atirada com violência contra a parede.
Seu quadril e o cotovelo doíam horrivelmente. Levantou a
cabeça para ver o homem que tinha atacado ficar de pé. O sangue
escorria pelos arranhões profundos que Casey lhe dera no ombro
esquerdo. A raiva o dominava quando se levantou completamente.
Atrás dele, seu amigo voltou à atenção para Casey também.
Isto deu a Rachael uma oportunidade a mais para lutar. Casey viu
Rachael sentar-se. Estava nua da cintura para cima. Rachael gritava,
parecendo enlouquecida de terror. O homem que a segurava pela
coxa se voltou e Rachael lhe arranhou o rosto. O homem urrou
enquanto desferia um soco no rosto dela.
Casey assistia a tudo paralisada. Aquelas criaturas eram
fortes e o punho dele acertou brutalmente o rosto de Raquel, na
altura da boca e nariz. O impacto causou um horrível rangido. O
sangue voou enquanto a cabeça de Rachael se rompia em dois, seu
corpo caiu inerte no chão.
Tudo dentro da nave pareceu se congelar, ao ouvir o
barulho, o homem que se aproximava de Casey se virou e olhou para
o corpo inerte de Rachael. O homem que tinha golpeado Rachael
retrocedeu com evidente terror, soltando-a. O sangue escorria por
seu rosto devido aos arranhões que Rachael acabara de fazer.
Atônita, Casey não conseguia acreditar, arrastou-se até
Rachael. Nenhum dos dois homens se mexeu. Casey se arrastou mais
rápido. Rachael estava estendida de costas, seu corpo nu exceto
pelas calças que usava. Casey tremia quando alcançou à mulher. Ela
olhava-a, horrorizada, em estado de choque.
— Ai, Deus!
Lágrimas ardentes escorriam pelo seu rosto. Rachael estava
morta. Seus olhos sem vida estavam abertos, olhando para o vazio.
Seu nariz estava esmigalhado, o sangue escorria pela boca e por sua
mandíbula aberta. Com mãos tremulas, Casey tocou a quente pele da
garganta de Rachael em busca de uma pulsação. Não sentiu nada.
Rachael estava definitivamente morta.
Casey se voltou para olhar com horror o homem que havia
matado Rachael com tanta crueldade. Pálido, seus olhos se
encontraram com os de Casey. Retrocedeu, movendo a cabeça em
negativa. Casey se limitou a olhá-lo.
— Seu filho da puta, você a matou! Desgraçado!
Ela escutou um urro. Virou a cabeça para enfrentar o som
aterrador. O homem a quem tinha derrubado com o joelho, se
levantara e rugiu vindo na direção de Casey e Rachael. Casey soube
que sua vida tinha terminado. Estes desgraçados eram estupradores
e assassinos.
O homem passou por Casey, ignorando-a, se inclinou sobre
o corpo de Rachael olhou para o rosto da mulher morta. Pôs uma
mão em sua garganta, rosnou, depois levantou a cabeça e fixou o
olhar no assassino de Rachael. O ódio que se refletia em seu rosto
era dirigido ao homem que tinha matado Rachael.
Estava furioso e se locomoveu rápido, passando por cima do
corpo de Raquel, lançando-se para agarrar o assassino pela garganta.
O alienígena arrastou o homem nu pelo chão, outro rugido se ouviu
através da nave, um segundo antes que o indignado alienígena
lançasse ao assassino de Rachael pelos ares. Seu corpo saiu voando
até que se chocou com a parede do fundo da nave. O homem caiu ao
chão depois de ricochetear contra a parede. O que o tinha golpeado
rosnou de novo.
Casey estava em choque. Agora, ela observava os três
rosnando de um para o outro. Era evidente que estavam discutindo.
Ignoravam-na, sentiu-se momentaneamente a salvo. Suas mãos
tremiam quando se aproximou para fechar os olhos da outra mulher,
cobriu seu rosto e seus seios com a camisa.
Casey se surpreendeu quando um dos homens que atacou
Rachael tentou segurar o alienígena que jogou o assassino na parede.
Começaram a lutar entre si em um amontoamento de punhos e
corpos grandes. Casey se levantou com as pernas trêmulas. A
câmara de descompressão da nave estava perto dela. Mexeu-se
rápido, sem pensar, sabendo que não tinha tempo a perder. Não
escutara os motores da nave, ainda estavam acoplados à nave Zorn.
Correu para a porta traseira que se abriu automaticamente para ela.
Entrou na câmara, a gravidade tinha sido restaurada.
Voltou-se para ver se a comporta se deslizava fechando-se atrás dela
na pequena nave. Desesperada deu voltas no pequeno espaço
tentando encontrar a porta exterior. Viu um botão grande e o
pressionou com toda a força. Um forte zumbido se ouviu e segundos
mais tarde as portas exteriores se abriram. Esperava que a falta de
gravidade não a deixasse a deriva outra vez. Moveu-se para frente,
saindo da nave menor. A gravidade e a luz haviam sido restauradas
na nave Zorn.
Casey saiu correndo. Não tinha ideia de para onde ia, só
queria escapar daqueles homens. Atravessou a porta pela qual tinha
passado antes, sentiu alívio quando, desta vez, se abriu
automaticamente para ela. Terminou em um corredor e mudou de
direção, correndo o máximo que podia para se afastar. Estava escuro
quando a levaram para essa área da nave, mas recordava de que
lado tinha vindo. Ela estava certa de que ia na direção correta.
Argernon estava em algum lugar da nave.
Capítulo Oito

O joelho e as costas de Casey doíam. Estava perdida,


assustada e não se encontrou com ninguém. Tinha achado uma
escotilha e se arrastou pelo chão. Onde estavam os homens Zorn?
Aqueles alienígenas deviam estar a sua procura. Estava apavorada,
não queria ser encontrada por eles.
Ela tinha certeza de que estava na área dos quartos da
tripulação. Tentou encontrar um lugar para se esconder, mas não
havia para onde ir. Nenhuma das portas se abriu neste nível. Tocava
e esmurrava as almofadinhas, mas as portas permaneceram
fechadas. As únicas portas que se abriam automaticamente eram as
portas dos corredores.
Com os pés descalços ela podia sentir a leve vibração do
piso, indicando que a nave estava em movimento outra vez. O alívio
veio e logo foi substituído pela incerteza. Talvez os Zorn tenham o
controle da nave de novo ou talvez não. Ouviu um grunhido antes de
perceber um movimento intermitentemente brilhante em outro
corredor, se voltou e começou a correr naquela direção.
Um homem estava caminhando na direção dela, vestido de
negro como Argernon, concentrava-se em uma espécie de tablete
que carregava em suas mãos. Parecia um Zorn. Os olhos de Casey
chegaram até suas orelhas, que surgiam na frente do cabelo
comprido e negro que estava afastado de seu rosto caindo em suas
costas, viu que eram definitivamente arredondados.
— Ei, você! — Casey chamou. Correu para ele.
Ele levantou a cabeça e parou. Pareceu surpreso por um
instante antes de vir correndo até ela. Casey estava certa de que era
um Zorn no momento em que ficou um de frente ao outro, afastados
por alguns metros.
Ela fixou os olhos verdes e brilhantes, uma sensação de
alegria por ter certeza de que era Zorn, agora estava a salvo.
— Pode me entender? Tem um implante?
O homem assentiu com a cabeça. Estendeu a mão com sua
palma para cima, como dizendo que estava tudo bem.
Casey hesitou mantendo distância.
— Onde está Argernon?
Estendeu sua mão para mais perto dela. Casey o observou
e indagou.
— Vai me levar até Argernon?
Casey sentiu um imenso alívio quando ele assentiu com a
cabeça. Ela pôs sua mão na maior, sentindo os dedos agarrando-a
com firmeza. Ele então mudou de direção, puxando-a e ela o seguiu
até que chegaram a um conis na parede. O tradutor estava
provavelmente ativando. Mais tranquila, pensou que seria mais fácil
falar com ele e explicar tudo.
Uma centena de perguntas passou por sua cabeça. Em vez
disso, o homem grunhiu para o dispositivo na parede.
Segundos mais tarde, alguém lhe grunhiu em resposta. O
homem soltou o conis para olhá-la. Seus olhos se afastaram dela
para olhar em ambos os lados. Ficou em guarda tenso, como se ele
esperasse problemas.
Ouviu grunhidos ao longe minutos depois, mas não
provinham do homem que segurava sua mão. Ela se voltou, olhando
para um corredor, só para ver Argernon correndo em sua direção.
Estava descalço, com o peito nu e havia outros dois homens Zorn
caminhando trás dele. Seu olhar se cruzou com o dela. Sentiu pura
felicidade ao ver Argernon vivo e bem. Ela jurava que o Zorn ao seu
lado se pôs a rir quando ele a soltou. No instante seguinte Argernon
agarrou-a com desespero e a abraçou com força.
Ela se apertou contra seu peito nu, sem se importar que ele
estivesse sujo ou suado. Seus braços a envolveram ao redor de sua
cintura enquanto ela o abraçava quase tão forte quanto ele. Todo seu
corpo vibrou quando ele baixou o rosto para acariciar a parte superior
de sua cabeça com a mandíbula.
Ela não queria separar-se dele, mas quando Argernon a
soltou isso a forçou a fazê-lo. Ela o olhou, viu alívio em sua expressão
e outras emoções que não podia adivinhar. Viu sua felicidade ao vê-la
e sabia que estava imensaamente feliz de voltar a vê-lo também.
Ele estudou seu rosto e logo começou a percorrer seu corpo
com as mãos em busca de ferimentos, então ele sentiu seu cheiro e
começou a grunhir zangado e muito nervoso. Os que acompanhavam
Argernon grunhiram por sua vez. Argernon parecia furioso quando se
virou para Casey. Um dos homens abriu o painel do conis e começou
a trabalhar nele com um objeto metálico. Em voz baixa expressou
com um grunhido algo e logo se produziu um assobio.
— Não me importa. — Grunhiu Argernon. — Arrume-o agora
mesmo. Quero saber o que aconteceu a ela. Devia estar a salvo
trancada em meu quarto. Tem cheiro dos Collis nela.
— Estou tentando solucionar o problema, Argis Argernon.
— Disse aquele que a tinha encontrado. — Parecemos um desastre.
Restaurei a gravidade e estamos nos movendo outra vez. Os motores
estão à plena potência, mas ainda estamos tendo problemas internos
com alguns de nossos sistemas. Ficaram muito danificados quando
atacaram os sensores internos. Não sei se algum deles ainda está a
bordo ou se matamos a todos. Espero que o sistema de bloqueio
esteja funcionando para pegarmos os Collis que ainda estão a bordo.
— Quero que arrume isso logo. — Argernon parecia bem
irritado. — Quero ter certeza de que minha vinculada está sã e salva.
Está cheirando a medo e você a encontrou vagando pela nave. Ela
entrou em contato com um Collis. Que seja uma prioridade. Não
posso suportar não ser capaz de falar com ela.
— Argernon? — Casey o olhou fixamente.
Sua cabeça baixou.
— Sim, linda? Gostaria que me entendesse.
— Eu posso.
Ele piscou. O choque transformou seus traços. Um segundo
depois sorriu.
— Pode? O conis está funcionando?
—Sim. O que aconteceu? Se os Collis são homens com
orelhas bicudas, mancha no dorso das mãos e se parecem um pouco
com os Zorn, então me encontrei com esses desgraçados. Tiraram-
me de seu quarto e me levaram a uma pequena nave. Eu consegui
escapar.
Argernon empalideceu.
— O que?
Ela lutou contra as lágrimas.
— Apanharam outra humana. Eles a mataram, Argernon.
Eles queriam nos estuprar. Eu lutei. Ela tentou... Um deles lhe deu
um murro no rosto quando ela arranhou a cara dele. Ele... Matou-a
por uns arranhões. Seu rosto... Ficou estraçalhado. Então os três
homens começaram a lutar entre si e me afastei deles. Fiquei
vagando pela nave a sua procura, mas não vi ninguém até que esse
homem me encontrou.
Argernon grunhiu. O tradutor estava em silêncio. Sacudiu
a cabeça para olhar ao redor e dar ordens a um de seus homens.
— Temos que procurar em cada centímetro da nave e
encontrar estes carniceiros agora. — Ele voltou toda sua atenção a
ela. Acariciando sua face. — Eles a tocaram? Diga-me a verdade.
— Escapei antes que pudessem fazer alguma coisa.
O alívio surgiu em seu rosto.
— Fomos atacados pelos Collis. Não estamos em guerra com
eles, não sabemos por que nos atacaram. Eles vivem em um planeta
não muito longe de Zorn. Invadiram a nave. Pensamos que fosse só
uma nave, mas pode haver outras naves a bordo. Nossos sensores
internos não estão funcionando muito bem. Então, efetivamos um
bloqueio que se ativa com a impressão da palma da mão, deve selar
a todas as portas da nave.
— Não está funcionando. Eu fui capaz de caminhar pelos
níveis e corredores da nave. As portas funcionam de forma
automática exceto as acomodações da tripulação.
Argernon grunhiu, voltando a cabeça para olhar a seus
homens.
— Conserte isso agora e avise a todos que o bloqueio não
está funcionando. Ordene a nossos homens que devem procurar em
cada centímetro desta nave. Quero por as mãos nesses Collis
carniceiros.
— Sim, Argis Argernon. Estou enviando as ordens agora. —
O homem no painel emitia o alerta.
Argernon baixou o olhar para Casey.
— Pensei que estivesse segura em meu quarto. Peço
perdão. Se eu soubesse que estava em perigo teria estado lá para
protegê-la. — Seus ombros baixaram bruscamente. — Não te protegi.
Ela estava agoniada por Argernon se culpar daquela
maneira.
— Não foi sua culpa. Por favor, não se sinta assim.
Argernon caiu de joelhos diante dela. Casey se surpreendeu
quando Argernon começou a cheirá-la, pressionando o nariz em sua
camisa e se assustou enquanto ele soltava grunhidos mais altos. Era
o som de um animal ferido de morte. Suas mãos agarrada a sua
camisa e a seus quadris, então ele levantou a cabeça e parecia estar
muito zangado.
— Cheiro a mais de um macho em você.
Ela hesitou com medo de sua reação.
— Derrubei o que tentava me estuprar e depois tentei
ajudar a Rachael, mas não consegui. Estou bem, Argernon.
Ele ficou de pé, um olhar de fúria endureceu seus traços.
— Você é minha vinculada. Devia tê-la protegido melhor.
Nunca mais serei negligente, Casey. Juro por minha honra. Pode me
perdoar?
Ela assentiu com a cabeça. Ele se culpava por algo que
estava além de seu controle. Ela ouviu um som semelhante a um
assobio. Argernon se virou para ouvir a um de seus homens.
—O que houve?
—Temos uma violação no convés três, estão vindo para nós,
enviarei um alerta a nossos homens para virem para cá agora
mesmo. — Afirmou um de seus homens.
Argernon empurrou Casey, nada gentilmente, contra uma
parede. Ele se moveu se colocando na frente dela, querendo proteger
seu corpo ali com o seu muito maior. Ela sentiu medo enquanto
olhava para suas costas largas. Ouviu os Collis antes de vê-los. Ainda
usavam as botas de metal que batiam com força no chão do corredor.
Casey contou sete alienígenas Collis entrando no corredor e parando.
— Aquele da frente foi quem tentou me estuprar e os sem
camisa atrás dele, mataram Rachael. — Sussurrou Casey.
— Fique aqui e não se mexa. — As palavras de Argernon
eram difíceis de entender, estava furioso. — O líder é meu. —
Argernon jogou a cabeça para trás e soltou um rugido assustador. —
Vai morrer por atacar a minha vinculada e a minha nave.
Outro rugiu em resposta.
— Queremos as humanas. Valem uma fortuna. Queremos as
fêmeas, todas elas e deixaremos os humildes Zorns com vida.
— Como souberam que havia humanas a bordo? — A
pergunta em tom suave, veio do Zorn que encontrara Casey.
— Não sei. — Cuspiu Argernon. — Mas será a última coisa
que farão depois de tentar roubar a minha vinculada. Matem a todos.
Casey ficou sem fôlego quando Argernon voltou a rugir. De
repente, ele sairá da frente dela, saltando para frente e alcançando o
Collis que a atacara. O rosto do extraterrestre empalideceu quando
Argernon investiu contra ele. Ambos caíram atrás dos Collis. Três
homens de Argernon entraram na luta, um instante depois. Eram
quatro Zorn contra sete Collis.
O medo e o horror do que poderia acontecer dominou
Casey, vendo os homens lutarem. Argernon se perdeu em um monte
de corpos em movimentos mortais. A maioria deles ainda em pé. Os
Zorn grunhiam e se mostravam muito mais fortes que os Collis.
Casey notou isso bem rápido enquanto via a um dos homens de
Argernon agarrar um dos Collis e joga-lo contra a parede, o grito e o
som de ossos fraturados chegou a seus ouvidos. Outro Collis gritava
de dor antes de ser enviado pelo ar e cair no chão a cinco metros de
distância dela.
Sua atenção se voltou para a luta. Argernon estava em cima
do cretino que tentara machuca-la, com os punhos golpeando o
homem imobilizado em baixo dele, os punhos de Argernon
mostraram sangue quando eles se levantaram. Mais homens vinham
pelo corredor bloqueado pela luta violenta. Seu medo cresceu quando
se deu conta que eram mais Collis. Inferno, onde estavam os Zorns.
Ela conseguia agora distingui-los pelo tipo de uniformes. Os Collis se
vestiam de negro também, mas seus trajes eram de estilo diferente.
Agora os Zorn eram superados em número de quatro para dez.
Um gemido chamou a atenção de Casey. O Collis que
praticamente voara, estava tentando se levantar, segurando o braço
e ombro com múltiplas fraturas, quase todas expostas. Notou que era
o Collis que matara Rachael. Arrastando-se, tentava escapar
enquanto Casey se lembrava da maneira horrível em que Rachael
morrera tentando se defender desse monstro, furiosa olhou para o
chão e encontrou uma das ferramentas usadas pelo Zorn que
arrumou o conis, era longa, feita de metal e semelhante a uma chave
de fenda, sem pensar, pegou-a e atacou.
O Collis a viu. Rosnando, a fitou com ódio. Levantou-se
preparado para matar, mesmo seriamente ferido investiu contra ela.
Casey não se intimidou e jogou seu peso sobre o lado ferido do Collis,
este urrou e recuou tentando se proteger. Aqueles miseráveis
invadiram a nave Zorn para usar, torturar e depois escravizar as
humanas. Fora de si, Casey investiu novamente contra o Collis, só
que desta vez, colocara a ferramenta de metal a sua frente.
— Desgraçado!
Houve o choque entre os dois corpos, logo depois um grito,
Casey se sentiu caindo, olhando para baixo viu algo viscoso e quente
respingar em sua camisa, levantou o rosto e viu o Collis meio
dobrado e com a ferramenta enterrada profundamente em seu
ventre, com olhos expressavam incredulidade, retirou a ferramenta,
volhava seu sangue se esvair. Tentou estanca-lo, mas o sangue
continuou a escorrer por seus dedos, se deixou cair de joelhos,
murmurava. Casey não entendeu e nem se importava com seus
grunhidos, se aproximou dele.
— Vá para o inferno. — Sussurou, sabendo que ele ia morre
com a pesada ferramenta segura em sua mão molhada, empapada de
sangue. — Isto é pela Rachael.
Os olhos do homem se fecharam e ele tombou, já sem vida.
Casey se voltou. A luta ainda estava renhida, viu corpos caídos. A
incerteza a dominou enquanto encontrava mais corpos, subitamente
sentiu alivio, não eram os Zorn. Mas também não via Argernon.
Finalmente conseguiu vê-lo quando dois homens lutavam
violentamente no chão, Argernon o golpeava até deixa-lo
inconsciente. Ele ficou em pé, se virou e começou a lutar contra outro
Collis, Argernon ficou andando em círculos analisando o oponente, de
repente deferiu um chute na perna em seguida o agarrou pelo
pescoço, sufocando-o. Outro tentou pegá-lo pelas costas, mas
Argernon percebeu, se virou e se atirou sobre o homem em direção a
parede. O homem bateu com força e caiu ao chão. Argernon rugia de
raiva. Ela viu sangue em seu rosto. Zorns e Collis estavam no
combate corpo a corpo, Casey não conseguia mais ver Argernon
lutando.
O som de passos pesados chamou sua atenção e se voltou.
Homens Zorn, seis deles, vinham correndo na direção oposta. Tinham
que saltar por cima dos Collis mortos pelo chão.
Um deles puxou Casey pelo braço e a segurou ao redor da
cintura. Ela abriu a boca quando seus pés deixaram o chão e foi
carregada até o outro lado do corredor. O estranho a colocou contra a
parede, levantou seu corpo e a apertou em seu abraço até que
estivesse de frente de um para o outro. Seus pés não alcançavam o
chão, se debatia em seus braços, mas teve coragem de levantar o
queixo e dar uma boa olhada em seu rosto, Argernon iria mata-lo.
Surpresa parou de se debater. Seus dedos foram envolvidos por uma
mão grande, os soltando da ferramenta que ainda segurava na mão,
Céus, aquele Zorn era muito parecido com Argernon. Então ele sorriu
e inspirou seu cheiro.
Franzindo o cenho, ele fixou seu olhar e grunhiu. Esperou,
mas o conis não traduziu. Sua atenção se voltou para o conis na
parede, mas já não funcionava.
— Pode me entender?
Ele assentiu com a cabeça. Uma mão enlaçou sua cintura.
Ele girou seu corpo quando afastou seu olhar dela. Seguiu para onde
estava olhando. Os Zorn tinham derrubado a todos os Collis que
ainda estavam vivos no chão. Argernon cambaleou para frente,
estava coberto de sangue. Casey o viu levantar a cabeça. Seus
olhares se encontraram.
— Solte-me. — Ela estapeou o peito do homem que a
segurava.
O Zorn que a segurava, soltou-a e assim que seus pés
tocaram o chão, correu nervosa para Argernon, mas estacou
alarmada com a sua palidez e pela quantidade de sangue espalhada e
escorrendo por seu corpo. Sua calça estava praticamente destruída.
Ele precisava dela, em questão de segundos estava a sua
frente, tentando ampara-lo.
— Você está bem?
Estendeu as mãos para ajuda-lo, mas Argernon grunhiu e
mostrou os dentes afiados. Ela baixou as mãos e ficou olhando para
ele.
— Está ferido, há muito sangue, deixe-me ajuda-lo. Por
favor, Argernon.
Ele voltou a grunhir desta vez com as mãos estendidas e as
palmas levantadas, depois mostrando o sangue, moveu a cabeça em
negativa, em seguida fez um som similar à água caindo, ela entendeu
todo aquele sangue não era dele. Queria um banho. Ficou aliviada.
— Quer tomar um banho primeiro antes de deixar-me toca-
lo, é isso?
Ele assentiu com a cabeça.
O homem que tinha segurado Casey caminhara logo atrás
dela. Ele grunhiu algo que fez Argernon sorrir e continuava sorrindo
enquanto prestava atenção ao homem atrás dela. Subitamente toda a
cor bronzeada desapareceu do rosto de Argernon, que lentamente
começou a cair no chão.
Casey se lançou para frente tentando amenizar a queda,
mas Argernon era malditamente pesado para suportar o peso por
muito tempo, entretanto foi o suficiente para que o homem atrás dela
pudesse avançar rapidamente e sustentar Argernon. O Zorn colocou
com cuidado Argernon no chão. Casey ficou de joelhos
imediatamente ao seu lado, segurando sua mão. Seus olhos estavam
fechados, estava muito pálido e inconsciente, mas respirava.
O Zorn perecido com Argernon grunhiu em voz alta a todos
os homens que estavam ao seu redor. Ele agarrou o braço de Casey,
obrigando-a a soltar Argernon. Ela gritou em protesto, mas o homem
agiu rápido.
Ele colocou suas mãos debaixo do corpo de Argernon,
levantando-o. O Zorn se queixou um pouco. Ambos tinham a mesmo
tamanho, mas conseguiu levanta-lo e carrega-lo nos braços. O
homem grunhiu, balançou a cabeça para Casey se afastar e saiu com
Argernon.
Outro Zorn se adiantou para Casey. Grunhiu baixo, a
empurroi com suavidade na direção que o suposto irmão,
carregando-o, tomava. Caminhava mais rápido, quase correndo. Ela
correu quando viu o homem que levava Argernon. Ela não iria perder
Argernon de vista.
Caminhara até uma espécie de sala médica. Casey olhou
para o Zorn mais velho, enquanto Argernon era colocado com
cuidado sobre uma superfície plana. O médico Zorn, Casey presumiu,
lançou-lhe um olhar curioso, mas logo a ignorou. O homem começou
a trabalhar.
O parente de Argernon ficou ao lado de Casey. Ela o olhou.
— É irmão de Argernon? — Ele desviou a atenção do medico
para olhá-la, inclinou a cabeça confirmando. — Ele é médico? — O
Zorn hesitou, antes de negar com a cabeça. — Onde está o medico?
— Casey se apavorou. — Ele precisa de um. Não há um médico nesta
nave?
O Zorn estava sombrio quando grunhiu novamente
movendo a cabeça, seus olhos se detiveram na figura tranquila de
seu irmão. Não suportando a situação, decidiu que iria ajudar ao Zorn
que cuidava de Argernon limpando-o do sangue. Apanhou algumas
toalhas e começou a limpa-lo, seu irmão a ajudou a virar e arrancar
as calças. Decidida a procurar os ferimentos e se possível medica-lo.
Não havia tradutores, não podiam falar uns com os outros,
mas aqueles dois a entenderam. Pelo menos era alguma coisa, mas
ainda se sentia frustrada. Eles encontraram uma ferida grande e
sangrando muito na parte de trás da cabeça. Havia outra, esta de
faca, em sua coxa, onde um dos filhos da puta dos Collis o tinha
apunhalado. Tinha cortes, contusões e marcas de garras, acabaram
de remover toda a sujeira de sangue e o enfaixaram. No entanto, o
que mais a preocupava era a lesão da cabeça. A concussão parecia
grave e a área estava muito inchada.
— Vocês têm gelo? Preciso de algo muito frio para pôr
sobre a ferida e reduzir o inchaço.
O Zorn mais velho lhe passou o que parecia ser uma bolsa
de gelo. Não havia equipamentos nem remédios e isso foi tudo o que
conseguiram fazer por Argernon. Mais homens Zorn feridos foram
chegando, Casey e o homem mais velho os atenderam na medida do
possível, já que ele parecia ter algum treinamento medico, limparam
e enfaixaram os feridos.
Nervosa esperava que ao menos Argernon acordasse.

*****

Estavam a três dias do planeta Zorn. A nave estava parada


e com muitas avarias, mas não havia riscos imediatos. O aparelho
conis não funcionava muito bem e o tradutor não podia ser
recuperado. As comunicações eram precárias em toda a nave. Nem
sequer podiam entrar em contato com o planeta Zorn. Os Collis
tinham destruído suas comunicações de longa distância quando
abordaram a nave.
O irmão de Argernon o visitava frequentemente. Através
dele ficou sabendo que tinham todo tipo de problemas elétricos.
Partes da nave não eram mais seguras ou se tornaram inabitáveis, a
maior parte da tripulação dos Zorn se mudara para o convês três
junto com Casey e Argernon. O sistema de água e comida foi afetado
e racionado.
Casey ajudava aos homens feridos enquanto Argernon
continuava inconsciente.
Mais de vinte Collis tinham sido mortos enquanto estavam
a bordo da nave, os Zorn só tinham sofrido quatro baixas, contando
com a morte de Rachael. Pelo menos trinta passaram a viver no
mesmo espaço em que ficava a enfermaria, por causa disso no
segundo dia, todos estavam fedendo, tanto devido ao combate
travado no dia anterior e posteriores ferimentos quanto pelo
abastecimento escasso de água. A circulação de ar não estava
funcionando bem tampouco. Em alguns momentos tivera quase como
certo morrer sufocada pela péssima qualidade do ar.
Mas, acima de tudo, sentia-se frustrada. Argernon parecia
estar se recuperando, no entanto ainda não despertara. O inchaço na
cabeça, quase desaparecera. Tinha falado enquanto inconsciente.
Casey lhe implorara para acordar, mas continuava em sono profundo.
Cada vez que a angústia ameaçava desanimá-la, ela subia na cama e
se deitava ao seu lado, absorvendo seu calor e sentindo sua
respiração, tentado se tranquilizar. Apenas se afastara dele uma vez,
para tomar um banho, logo depois de ajudar os feridos. Ao sair da
enfermaria se deparou com muitos Zorns acomodados nos corredores
próximos a ela. Alguns a olharam fixamente. Casey se sentiu
amedrontada com aquela atenção. Argernon, no momento, era
incapaz de protegê-la, decidiu que não se afastaria dele enquanto ele
não acordasse.
Finalmente, chegou uma nave Zorn para socorrê-los, em um
instante se dirigiram até Argernon com uma maca e o colocaram
nela. Casey deu um passo atrás enquanto eles o carregavam com
cuidado. Ela os seguiu, foi quando um dos homens tentou barrá-la,
ela olhou-o irritada, não se afastaria dele de maneira nenhuma, não
sabia se tinham médicos ou remédios, queria ter certeza de que o
tratariam bem.
— Para onde ele for eu irei. Saía de meu caminho e me
deixe segui-lo!
O irmão de Argernon surgira neste instante vindo de outro
corredor. Ele grunhiu ao homem, olhou para Casey e assentiu com a
cabeça. O Zorn se moveu para o lado e Casey pode correr até os
homens que levavam Argernon a outra nave. À medida que entrava
na outra nave, Casey começou a se preocupar. Iriam para o planeta
Zorn, Argernon estava gravemente ferido. Ela pisaria naquele planeta
sem sua ajuda ou proteção. Será que estava fazendo a coisa certa?
Temerosa, aproximou-se de sua maca e segurou sua mão inerte.

Capitulo Nove.

Casey fitou o planeta vermelho ao seu redor com espanto e


choque. Estava exausta e pior, preocupada. Tinha acabado de passar
três dias, infernais, de sua vida em uma nave avariada com um
monte de homens Zorn, um Argernon inconsciente e sem forma de se
comunicar, exceto por meio de perguntas que tinha sim ou não como
resposta.
A viagem na nave, cheia de feridos, até o planeta tinha sido
turbulenta. Depois de aterrissar na superfície de Zorn se encaminhou
para dentro de um espaço apertado utilizado para transportar os
feridos, Argernon foi primeiro. Casey tentou seguir os homens que o
levavam, mas um deles se pôs em seu caminho, tentando impedi-la
de ficar ao seu lado.
— Saia do meu caminho, droga. Estou com ele.
O homem tinha franzido o cenho, mas havia saído de sua frente
depois de cheira-la.
Ela correu atrás da maca que o levava. Entraram em algum
tipo de hospital, mas não um como o que ela já havia visto antes,
uma vez que parecia um prédio de escritórios. Deixaram-na ficar com
Argernon, mas ninguém falara com ela. O colocaram em uma cama
em uma sala grande e privada, tinha uma maquina que pairava sobre
ele escaneando seu corpo de cima a baixo. Ela passeava, olhando
Argernon, sentindo-se preocupada. Ele não tinha acordado em três
dias.
Havia cuidado dele, pingando água em sua boca hora após
hora. O tinha banhado, com a ajuda do seu irmão, duas vezes. Não
viu infecção em nenhum de seus cortes e o sangramento havia
parado completamente. Na realidade, haviam começado a cicatrizar.
O corte na cabeça se fechou, formando assim uma crosta vermelha.
O galo que a tinha preocupado estava começando a diminuir. As
portas do quarto se abriram para admitir uma mulher Zorn.
Casey foi pega de surpresa por ela. A mulher tinha
provavelmente um metro e oitenta, atletica e vestia uma túnica com
caças soltas. Parou por um momento para olhar para Casey antes de
entrar no quarto. Limpou a garganta.
— Olá, mulher da Terra. Sou a cientista e curadora Ahhu.
Casey teria caído de joelhos se não estivesse sentada.
— Fala inglês. Graças a Deus!
— Não falo. — Ela tocou a orelha. — Tenho o implante tradutor
com o programa atualizado para entender o idioma da Terra.
Também temos o programa rodando no conis para que você possa
me entender neste quarto. Vou colocar-lhe implantes em breve. Qual
é o seu nome?
— Casey Santhrom. Como está Argernom? Há três dias não
acorda.
A mulher olhou para Argernon, limpando a garganta.
— Está muito doente. Bateu forte com a cabeça, mas vai se
reuerar.
— Por que não está acordando?
A mulher aproximou-se, estudando Casey. Ela farejou e fez
uma careta.
— Você está fedendo.
Ficou instantaneamente com raiva.
— Estive presa em uma nave avariada em um espaço mínimo
com um grupo de homens sem tomar banho por três dias. O que está
de errado com Argernon, droga?
A mulher resmungou
— Não há necessidade de ser grosseira. Estava simplesmente
fazendo uma observação. Gostaria de um banho? Me encarregarei de
arrumar roupas para você enquanto cuidamos de Argis Argernon. Ele
deverá estar acordado no momento em que estiver limpa e cheirando
bem novamente.
— Senhora. — Casey a advertiu. — Estou preste a perder a
paciência e, ai sim, você saberá o que é grosseria. Merda, diga-me o
que há de errado com Argernon.
Ahhu deu um passo para trás com o cenho franzido.
— Lesionou a cabeça o suficiente para colocar seu corpo em
uma hibernação protetora.
Casey ficou chocada.
— Hibernação? Igual aos ursos?
A mulher franziu o cenho.
— O que é um urso?
— Esqueça. Como o acordamos?
Casey se aproximou de Argernon para segurar sua mão. A
preocupação entre a saúde dele, a constante apreensão pela nave e
por estar sendo enganada e estarem sufocando lentamente enquanto
viajavam e o temor do que encontraria quando chegasse a Zorn... Ela
estava um desastre emocional.
— Você precisa tomar banho. Seu cheiro é ofensivo. Vamos
banhar Argis Argernon.
A porta se abriu. Três mulheres bonitas, todas altas e atléticas,
entraram no quarto. Todas elas avançaram rapidamente para
Argernon. Uma delas empurrou Casey para fora de seu caminho.
Casey acabou tropeçando um metro e meio para trás. A angustia era
evidente no rosto das mulheres enquanto passavam as mãos pelo
corpo de Argernon. Uma delas voltou a atenção para Ahhu.
— Se recuperará?
Ahhu assentiu com a cabeça.
— Sim, Bara. Teve um inchaço no cérebro, mas não deixou
danos permanentes. Fechou-se a mais de um dia e seu corpo
respondeu da mesma forma para protegê-lo. Ele está hibernando.
A mulher tremia, lágrimas enchiam seus olhos.
— Vamos acordá-los depois de banhá-lo, para que não fique
incomodado com seu cheiro. — A mulher farejou e seu nariz se
franziu em um monte de rugas quando ela se inclinou para inalar
lentamente. Ela levantou a cabeça, sua atenção se voltou para Casey,
parecia realmente irada quando a olhou diretamente. — Quem é ela?
Seu perfume está em Argernon. Não senti no começo por causa do
odor corporal de dias sem banhar-se e de todos os outros perfumes
masculinos.
— Quem é você? — Casey não gostou, nem um pouco, da
maneira como a mulher estava olhando para ela. Estava furiosa
porque as três mulheres estavam tocando Argernon depois de tirá-la
do caminho. — E por que diabos está tocando nele? Vocês são suas
irmãs?
Ahhu clareou a garganta enquanto olhava entre as mulheres.
Resmungou baixinho. Voltou a atenção para Casey, parecendo
realmente desconfortável.
— São as ajudantes de casa de Argis Argernon. Esta é Bara,
Valle e Din.
Bara rosnou.
— Por que está falando com ela? Você fala comigo. Sou a
ajudante de casa.
Ahhu se encolheu visivelmente.
— Esta é uma noticia muito desagradável para todas vocês, é
claro. Argis Argernon está vinculado a esta mulher da Terra, Bara.
Você sabe que tenho que dirigir-me a ela primeiramente. Você não
precisa mais o levar para casa. Ela o fará.
Bara rosnou, a surpresa estava refletida em suas feições
enquanto empalidecia balançando um pouco sobre os pés. Seus olhos
perfuraram Casey, que viu as emoções passarem pelo rosto dela. A
mulher ficou furiosa, chocada e, a julgar pela forma de seus dedos
em garras, queria rasgar Casey com as unhas.
Casey estava em choque também. Argernon contou a ela sobre
as ajudantes de casa. Ela deixou que as informações que ele tinha
dado fossem absorvidas pelo seu cérebro até que compreendeu.
Olhou para as três mulheres enquanto o ciúme tomava conta dela,
mas a dor era mais forte. Estas três mulheres viviam com ele.
Dormiam com ele em sua cama, já que não estava vinculado, e as
mantinham como suas amantes.
Seu corpo balançou um pouco. Recuou para sentar com força
na cadeira mais próxima. Sentiu-se traída e com o coração partido.
Raiva e dor a destroçava ao mesmo tempo. Ele disse que queria
vincular-se a ela, mas ela nunca pensou, nem se quer considerou,
que ele pudesse ter ajudantes de casa vivendo com ele.
Forçou-se a ficar de pé. Cerrou os dentes enquanto pestanejava
para conter as lágrimas para olhar para a médica ou onde ela estava.
— Gostaria, por favor, de um banho e que fale... — Seus olhos
foram para Bara. — Com ela primeiro. Não estou vinculada a ele. Ele
tem o numero suficiente de mulheres em sua maldita cama.
Casey deixou seus olhos vagarem para Argernon. As mulheres
estavam tocando-o. Uma tinha a mão à sua coxa direita (contra suas
bolas), outra uma mão em seu coração (esfregando o peito nu, como
uma amante faria.) e a terceira tocava seu cabelo. O ciúme a atingiu
com toda a força. Queria chorar. Piscou para afastar as lágrimas e,
tirando seu olhar do corpo de Argernon, olhou para Ahhu.
— Quero sair agora. — A voz tremia e odiava que sua dor fosse
evidente.
Ahhu franziu o cenho. A porta se abriu atrás dela. O irmão de
Argernon, que estava no navio, tinha chegado. Ele entrou no quanto
e congelou. Outro homem entrou atrás dele, uma mulher humana
estava ao seu lado segurando sua mão. O outro homem era,
obviamente, outro irmão, a julgar a semelhança com Argernon.
Quantos irmãos eram?
— Isso está muito tenso. — Ahhu disse suavemente. Dirigiu sua
atnção para um dos irmãos. — Argis Rever, há um problema.
Rever franziu o senho.
— Qual é a condição de Argernon? Irá sobreviver?
Ahhu hesitou enquanto olhava de Casey para as mulheres que
tocavam Argernon. Ela assentiu com a cabeça.
— Vai se recuperar. Seu corpo entrou em hibernação desde o
trauma causado pela lesão na cabeça. As ajudantes de casa vieram
banhá-lo e irão revivê-lo. — Fez uma pausa. — Ele não disse à sua
vinculada sobre suas ajudantes de casa. Ela afirma que não é seu
vinculo e que quer sair agora. Posso cheirar sua dor daqui. Está muito
agitada.
Rever se virou para Casey. Casey piscou quando encontrou o
olhar do homem com quem havia passado três dias. Agora sabia seu
nome. Rever abriu a boca para em seguida fechá-la. Enrugou a testa
para Casey, olhando-a fixamente com seus intensos olhos azuis.
— Filho da puta! — A mulher humana gritou, empurrando para
longe o homem com quem estava de mãos dadas, virou para
enfrentá-lo. — Seu irmão é um idiota. Droga. Foi por isso que eu te
disse para não enviar homens para a Terra à procura de mulheres.
Disse que ia ser uma má ideia. — Deu a volta, olhando para Casey,
simpatia brilhava naqueles olhos. — Sou Ariel. Ele não lhe disse que
havia três mulheres vivendo com ele?
Casey negou com a cabeça.
— Quero sair agora. — Estava orgulhosa por sua voz não
tremer.
— Agora. — Ariel fechou os olhos. Quando o homem atrás dela
tocou suas costas ela pulou, assustada, e gritou. — Não me toque,
dane-se! Essa... Merda! — Se virou. — Ele vinculou você a ele?
Casey hesitou. Seus olhos foram para as três mulheres que
estavam acariciando, tocando, Argernon enquanto estava
inconsciente sobre a cama. Dor e raiva a inundou. Seus olhos foram
para Ariel.
— Nunca me candidatei para esta merda. Você pode me tirar
daqui? Preciso de um chuveiro e... — Olhou para Argernon. Mais dor
a afligiu. Tinha se apaixonado pelo filho da puta. Voltou a olhar para
Ariel. — Ficar longe dele, deles. Por favor.
Ariel assentiu com a cabeça.
— Sinto muito. Claro. Compreendo totalmente. — Se voltou
para olhar o homem grande que pairava atrás dela com uma carranca
no rosto. — Vamos levá-la para casa conosco, Ral. Seu irmão é um
babaca e de forma alguma vou deixá-lo magoá-la mais. Ele,
obviamente, mentiu e se manteve longe dela, assim eles não estão
vinculados.
Ahhu se aproximou da cama onde Argernon jazia, para abrir
uma gaveta em baixo dela. Pegou uma varinha e um controle
remoto. Apontou o controle para uma parede com uma tela, para
ativá-la, e caminhou para Casey. Ahhu umedeceu os lábios quando
parou na frente dela.
— Por favor, levante sua camisa, Casey Santhrom. Primeiro
preciso verificar a parte infeiror do seu estômago.
— Por quê? — Casey deu um passo para trás.
Ariel amaldiçoou.
— Apenas deixe, assim poderemos dar o fora daqui.
Casey suspirou levantando a camisa. A mulher pegou a varinha
e a agitou lentamente por cima de se estomago e com a outra mão
baixou as calças até o quadril. A mulher virou a cabeça, mexendo a
varinha. Seu foco foi para olhar para uma tela verde. Casey seguiu
seu olhar. Não sabia o que estava vendo. Ahuu ficou tensa. Seu olhar
voltou para Casey.
— Está vinculada a Argis Argernon independente de seus
desejos por não estar. Tem sua semente plantada em sua barriga.
As mulheres que estavama tocando Argernom ofegaram, uma
delas fungou. Casey olhou para as ajudantes de casa. Din e Valla
pareciam chocadas. Mas foi Bara quem havia fungado, lágrimas
deslizavam por suas bochechas, sua dor era evidente. A mulher
baixou a cabeça. Casey franziu o cenho para a médica.
— Você não pode me fazer ficar com ele só porque lhe dei um
maldito boquete. O que diabos essa coisa faz para saber, inclusive,
disso?
Ariel amaldiçoou.
— Ah, cara. Não foi isso o que ela quis dizer. Eles falam
esquisito. Semente plantada em sua barriga não quer dizer engolir
dessa forma. Para eles significa que você está carregando um bebê.
Ele te engravidou, Casey.
Casey fitou Ariel em estado de choque.
— Não.
Ariel avançou para pegar a mão de Casey.
— Sinto muito, mas se Ahhu diz que está grávida, então você
está. — Ela estendeu a mão para levantar sua camisa folgada. —
Confie em mim.
Casey olhou para o ventre inchado da mulher que segurava a
mão dela. A mulher estava com pelo menos cinco meses de gravidez.
O olhar de Caseu voou até Ariel. Ela balançou a cabeça.
— Não me importo se estou grávida. Não vou viver em sua
maldita casa de polígamo.
— Eu entendo. — Ariel disse suavemente. Ela se virou, ainda
segurando a mão de Casey. — Podemos levá-la para casa com
agente?
Ral negou com a cabeça.
— Ela está vinculada a ela. Não posso interferir a menos que
ele esteja abusando dela.
— E como isto se chama?! — Ariel gritou com ele, acenando
com a mão para Argernon e as ajudantes de casa. — Sabe como me
sinto agora, merda! — Deu uma olhada feia para o outro irmão. —
Em que diabos ele estava pensando? Você estava com ele.
Rever hesitou.
— Eu nem sabia que ele havia encontado uma mulher. Uma vez
que nos aproximamos da Terra não o vi até depois de sermos
atacados. Foi ferido, por isso não poderia falar. Seu cheiro estava
todo sobre ela e o dela sobre ele. Ela cuidou dele o tempo todo e
dormia ao seu lado quando descansava. Não sabia que tinha se
vinculado até que me encontrei com ela.
— Quero ir para casa. — Casey sussurrou. — Eu... — Olhou nos
olhos de Ariel e suplicou. — Eu só quero ir para casa. Só quero
acordar. Isso é um pesadelo, não é? Só quero minha vida de volta.
Ariel apertou sua mão, virando a abeca olhou para o homem
grande que tinha a testa franzida. Ele se mexia atrás dela.
— Faça algo, Ral.
O homem tenso parecia infeliz. Ele assentiu com a cabeça.
Olhou para as três ajudantes de casa.
— Vão para casa. Ela é o seu vinculo, veio de um planeta
monogâmico e ele não a avisou sobre vocês. Até que ele acorde para
arrumar a bagunça que fez é melhor que ela não se magoe mais.
Suas presenças a angustia.
Um grunhido saiu de Bara quando ela balançou a cabeça.
— Ela não sabe nada sobre os nossos homens, como irá revivê-
lo?
Ral rosnou e fez um gesto brusco para Bara.
— Você fica. Elas vão. — Dirigiu sua atenção para Ariel. —
Confie em mim nisto e leve sua vinculada para que fique limpa.
Ficarei aqui para cuidar de meu irmão até que seja reanimado. —
Deu um aceno de cabeça para Ahhu. — Mostre-lhes um quarto com
chuveiro.
Ariel estreitou os olhos.
— Porque você quer nos tirar daqui, Ral? O conheço muito bem.
Porque ela vai ficar? — Apontou para Bara.
Um grunhido retumbou de Ral.
— Confie em mim e leve sua vinculada para o chuveiro. Quando
voltar Argernon estará acordado então poderá concertar essa
confusão ele mesmo.
— Mas...
Outro rosnado veio de Ral.
— Ariel, eu te amo. Confie em mim, por favor? — Seu olhar se
prendeu com o dela.
— Merda. Odeio quando você me dá esse olhar. Está bem. —
Virou-se para Casey. — Vamos te conseguir um chuveiro, uma muda
de roupa e alimentá-la. Ral fará com que as mulheres voltem para
casa. Ela vai acordar Argernon e então você pode arrancar o saco
dele fora. — Ariel lançou um olhar para Ral. — E ele merece.
Ral acenou com a cabeça.
— Ele merece. Também foi advertido por você sobre as
mulheres da Terra. Obrigada. — Lhe deu uma piscadela.
— Me deve muito. — Sorriu para ele.
Casey se obrigou a não olhar para Argernon e às suas
companheiras de jogos sexuais. No entanto se sentia traída e ferida.
Ciumes fazia parte de suas emoções também. Se doía enquanto Ahhu
as conduzia para fora do quarto. Ela estava grávida? Não podia estar.
É claro que tiveram relações sexuais, tanta que era totalmente
possível. Ariel puxou a mão que ela segurava fazendo Casey tropeçar
para o quarto ao lado. Ahhu falou com Ariel.
— Vou mandar alguém trazer comida e roupa para o vinculo de
Argis Argernon. Também vou começar a dar-lhe os medicamentos
para que ela não sofra com o inchaço e a febre com aconteceu com
você.
— Obrigada. — Ariel deu um passo para ficar n caminho da
mulher antes que esta escapasse. — Por que Ral queria que
saíssemos do quarto?
Ahhu engoliu em seco. Seu olhar foi de Casey para Ariel.
— Pergunte a Argis Ral. Não é da minha conta.
Ariel soltou a mão de Casey dando um passo mais perto da
mulher Zorn alta, olhando-a.
— Estou perguntando a você. Não fale bobagens, Ahhu.
Chegamos a nos conhecer muito bem nos últimos meses. Eu,
inclusive, a considero uma boa amiga. Que diabos Ral está tentando
esconder de nós? Merecemos a verdade.
Ahhu parecia realmente desconfortável.
— Isso a magoaria muito.
Casey franziu o cenho.
— Já estou. Apenas cuspa. Que outra fodida coisa não me está
sendo dita que vai me fazer ter vontade de dar um tiro em Argernon?
Ahhu encontou o olhar curioso de Casey.
— Nossos homens são diferentes dos seus. São muito sexuais.
Quando um macho Zorn é gravemente ferido hibernam para retardar
as funções de seu corpo, já que são incapazes de satisfazer suas
próprias necessidades. — O olhar da mulher estava fixo em Ariel. —
Isso acontece para diminuir seu desejo sexual e reações físicas. Para
acordá-lo seu corpo tem que ser desperto.
— Droga. — Ariel deu um passo para longe da porta. — Ahhu,
leve sua bunda até lá e diga para eles não deixarem que aquela
mulher o toque. Primeiro vou falar com Casey. Entendeu? Se ele
precisa disso, ela o fará. Agora, vá.
Ahhu saiu. Casey olhou para Ariel com o cenho franzido.
— Que merda estou perdendo?
Ariel parecia irritada.
— Não estranhe se eu gritar com o meu marido, porque irão
ouvir do outro lado do planeta quando o encontrar. O que Ahhu disse,
com sua forma indireta de falar, é que: porque Argernon não poderia
gozar por dias seu corpo entrou em choque e desligou. Para acordar
ele precisa que seus ―homenzinhos‖ entrem em marcha, se é que me
entende. Meu marido nos mandou para cá para que pudesse ter o
pinto atletico de Argernon, enquanto ele está desmaiado, para poder
trazê-lo de volta. Isso é o que você precisa fazer para acordá-lo: um
trabalho manual. Provavelmente farão esse truque.
Casey fechou os olhos com a dor que as palavras lhe causaram.
Sentia-se doente e exausta. Abriu os olhos, encontrando os
interessados de Ariel.
— Deixe-a fazer. Ele não me pertence. É só um grande babaca
e eu... — Odiava as lágrimas que lhe encheram os olhos. — Eu não
dou à mínima. Onde está aquele banho e comida? Quero sair deste
planeta quando Argernon acordar, depois de sua fodida com essa
cadela. Estou exausta e apenas... Farta.
Casey virou-se e se afastou à procura do banheiro. Fechou a
porta com força, trancando-a, e de costas para a porta escorregou
até o chão do banheiro. Botou tudo para fora enquanto chorava. A
dor que experimentou ao descobrir que Argernon havia mentido para
ela sobre outras mulheres foi profunda.
Tinha sido raptada de sua vida e queria voltar. Os dias que
tinha passado a bordo com Argernon antes de a nave ser atacada e
os três dias seguintes que havia cuidado dele seriam colocados no
seu inconsciente até que chegasse ao seu planeta natal. Chorou,
acima de tudo, por ter caído de amores pelo bastardo.

Capítulo Dez.

Os dedos de Argernon estavam torcendo os cabelos de Casey.


Um sorriso brincou em seus lábios enquanto desfrutava de sua língua
lambendo a cabeça de seu pênis. Um rosnado se derramou dele
quando o prazer se queimou através dele. A língua dela se afastou
um pouco ante de ele gozar intensamente. O êxtase o fez gemer alto
enquanto sua libertação explodiu de seu corpo.
Gostava mais quando Casey envolvia seu pênis com a boca
para tomar sua semente em sua garganta. Mas não iria se queixar
sobre qualquer maneira que ela o quisesse tocar. Abriu os olhos, um
sorriso estava em seus lábios, se viu olhando para um teto branco.
Não era o teto de metal da nave. Ficou confuso. Casey puxou o
cabelo dela de sua mão, tentando soltar-se de seu aperto. Moveu a
cabeça. Sentia-se estranhamente fraco. Ficou em choque quando
Bara lhe deu um olhar cheio de ódio e acusação. Seus dedos estavam
agarrados à cabelos castanho escuro.
— Não sou sua humana. — Ela cuspiu. — Tive que sofrer o
escutando gemer o nome dela várias vezes enquanto te acordava. —
Deu um puxão forte com a cabeça tentando obrigá-lo a soltar seu
cabelo.
Angústia atravessou Argernon. Puxou a mão como se tivesse
sido queimado. Bara ficou de pé. Argernon sentou-se, percebendo
que estava em uma cama médica. Seu olhar voou pela sala. Estava
em Zorn. Como podia ser? Um movimento em um canto chamou sua
atenção. Ral estava encostado na porta, seu irmão o olhava
sombriamente. A atenção de Ral deslizou para Bara.
— Obrigado. — Ral disse rápido.
Bara deu um assobio de raiva.
— Você não é bem-vindo. Ele disse o nome dela. Você se
recusou a me deixar sozinha com ele. Não gosto que alguém me
observe com o meu protetor.
Ral respirou fundo
— Você está zangada, por isso não confio em você com ele até
que se acalme. Uma mulher com raiva é uma mulher com a qual não
deixaria com meu irmão indefeso. Não é como se eu não tivesse te
visto lamber um homem antes.
Rosnando, Bara mostrou os dentes afiados para Ral.
Endireitando a cabeça, olhou para Argernon.
— Você prometeu me proteger e me dar uma casa, não vou te
liberar de sua promessa. Eu...
— Parta. Agora. — Ral grunhiu. — Dê-lhe tempo para se
recuperar.
Bara se dirigiu rápido para a porta. Argernon percebeu que
estava nu na cama. Seu corpo estava úmido e o cheiro de sabão
estava sobre ele. Alguém tinha lavado seu cabelo, assim como
banhado. Estava confuso como o inferno. Seu olhar atordoado foi até
Ral enquanto lutava para sentar-se e cobrir o pênis com um lençol. A
raiva era evidente na postura rígida de Ral.
— A nave foi atacada pelos Collis. — Ral disse lentamente. —
Você sofreu ferimentos quando lutou contra eles e tem estado
inconsciente durante três dias. Eles iriam pegar as mulheres humanas
para vendê-las. Há alguns Collis dispostos a pagarem por ajudantes
de casa se elas forem da Terra. De alguma forma se inteiraram de
como as mulheres são sexualmente.
Argernon empalideceu. O sangue foi drenado de seu rosto.
— Eu me lembro. Casey... — A dor perfurou seu peito. Ela havia
morrido?
— Ela está viva, mas não está bem.
Argernon empurrou o corpo para a borda da cama para
equilibrar-se em suas pernas. Teria chegado a ficar de pé, mas Ral se
mexeu mais rápido agarrando-o pelos ombros com firmeza,
segurando-o no lugar. Seu irmão negou com a cabeça.
— Não tente sair da cama. Você está fraco e instável. Ahhu
teve que te pôr no soro. Acabou de sair da hibernação, seu corpo
precisa de algumas horas para se recuperar. Teria ficado em uma
situação pior, mas seu vinculo o forçou a ingerir nutrientes e água
por três dias, cuidou de você.
— Onde ela está? Se estiver ferida, tenho que estar com ela.
Fomos atacados pelos Collis? Leve-me para ela. Se não posso andar,
então me leve para o lado dela. Estou vinculado a ela.
— Sei o que você fez.
Argernon franziu o cenho.
— Sua raiva é tão forte que quase posso prová-la. Por quê?
— Ariel está com raiva de mim. Ela gritou comigo e bateu no
meu peito com o punho. Ela está carregando a minha descendência e
perturbá-la é ruim para a sua saúde e para a da prole. A única razão
pela a qual não te bato é porque você está fraco. Ariel nem sequer
quer falar comigo. Está com muita raiva.
— Não tenho tempo para descobrir porque Ariel está brava
contigo. Onde Casey está? Se não posso ir a ela, então ela pode vir a
mim? Quero vê-la pessoalmente pata ter certeza de que está bem.
— Ela está viva. — Ral respirou fundo. — Ela não verá você,
irmão. Neste momento, está trancada na sala ao lado e se nega a
falar com qualquer pessoa. Ariel nos ordenou a deixar sua mulher
sozinha neste quarto até que ela se acalme. Meu vinculo, com a
barriga dilatada, está sentada no corredor tentando convencê-la a
voltar a falar. — Ral rosnou. — Você fez uma verdadeira bagunça.
Argernon franziu o cenho.
— Casey está... — Sacudiu a cabeça. — O que está
acontecendo?
— Você não lhe disse que tinha ajudantes de casa. As três
correram para o seu lado quando foi trazido ao hospital. Casey já
estava com você. Ahhu disse que estava tensa e doída quando as
mulheres se reuniram ao seu redor. Bara é teimosa, como você diz
gostar. Ela foi desagradável com seu vinculo. Casey ficou surpresa e
magoada quando conheceu suas mulheres. Então, tenho certeza de
que Ahhu amenizou o quão ruim foi.
— Senhor das Luas. — Argernon gemeu.
— Chegamos e suas ajudantes de casa estavam tocando seu
corpo, alisando-o. Seu vinculo estava tão branco quanto um peixe lua
e eu podia sentir o cheiro de sua dor por todo o quarto. Ariel
percebeu a situação e reagiu como faz quando está zangada. Casey
negou que estava vinculada a você.
Argernon resmungou tentando sair da cama outra vez.
— Não, não vou deixá-la ir.
— Fique onde está. — Ral grunhiu de volta. — Ahhu já cuidou
de tudo. Casey não pode renunciar a você.
Argernon olhou para o irmão.
— Não entendo.
Ral respirou fundo.
— Ahhu examinou Casey. Bom plantio, irmão. Sua vinculada
está com prole.
Argernon sorriu.
— Tem certeza?
Ral se afastou cruzando os braços sobre o peito.
— Positivo. Estávamos todos no quanto: Eu, Ariel, Rever, sua
Casey e as três ajudantes de casa. Não sei por que você está sorrindo
de novo. — Os olhos de Ral se estreitaram. — O seu vinculo te odeia
e acha que você é um grande mentiroso. Sabe que Bara acabou de te
acordar da hibernação e como isso foi feito.
Argernon empalideceu.
— Ela sabe que Bara me lambeu?
Ral deu um aceno triste.
— Sabe.
— Mas eu não tinha como dizer...
— Para elas não importa. Confie em mim. Se outra mulher me
tocasse, Ariel iria arrancar uma parte do meu corpo. — A mão de Ral
desceu até as bolas dele.
— Por que a deixou fazer? — Argernon rosnou. — Você estava
no quarto.
— Tinha que ser acordado da hibernação. Acha que seu vinculo
te tocaria depois de ver a três ajudantes de casa esfregando as mãos
por todo o seu corpo? Três ajudantes de casa para quem não fez
arranjos pra encontrar outras casas para que partissem quando você
retornasse à Zorn. — Ral rosnou. — Você nem seque a avisou que as
tinha sob sua proteção. Quando trouxe Ariel para casa eu as tinha
mandado para longe. No que estava pensando? Foi avisado, pela
minha Ariel, que as mulheres humanas são monogâmicas.
— Eu ia fazê-lo. — Argernon grunhiu. — No entanto, não tive
tempo para fazer arranjos. Casey não tinha certeza se queria se
vincular a mim. Eu já tinha, mas ela me pediu um tempo para decidir
e eu queria que ela estivesse disposta a ser meu vinculo. Eu... —
Balançou a cabeça. — Preciso falar com ela.
— Não entende. — Ral suspirou. — Ela não irá perdoá-lo. Ariel
me assegurou disso. A feriu. Tinha lágrimas, e muitas, a julgar pelo
som que fazia. Podia cheirar sua dor. A magoou profundamente. As
mulheres humanas não são como as Zorn, Argernon. Se ferir a uma
intensamente, ela se recusa a deixá-lo entrar em seu coração, e sem
isso nunca se vinculará a você. Você deveria ter avisado a ela sobre
suas mulheres e não a ter deixado vê-las te tocando.
— Contei a ela sobre as ajudantes de casa.
— Disse que tinha três delas?
Argernon negou.
— Ia dizer que ia encontrar outras casas para elas e que
quando chegássemos a Zorn estariam fora da minha vida porque ela
seria a minha única mulher. Os alarmes soaram quando comecei a
compartilhar com ela os planos que tinha para nós dois. Ela carrega
minha semente em seu ventre, Ral. Ela é tudo para mim. Agora
entendo como se sente quando vê Ariel. Agora entendo porque ela é
tudo para você e como pôde renunciar às suas ajudantes de casa por
uma mulher. Como faço para concertar isso e tê-la de volta? Não
posso perdê-la.
Ral estendeu a mão para apertar o braço de seu irmão.
Simpatia fluía de seus olhos.
— Não sei.
— Tenho que recuperá-la. Tenho que concertar isso. — Se
encheu de agonia com o pensamento de perder Casey para sempre.

******
Casey se deu conta de que estava sendo infantil. Olhou para a
porta. A tinha bloqueado com uma cama e uma mesa. Sentiu-se
culpada por ter uma Ariel grávida no corredor que continuava
tentando convencê-la a abrir a porta. Admitiu que poderia ter lidado
melhor com isso. Encaminhou-se para a porta.
— Ariel?
— Estou aqui.
— Está sozinha? Se abrir a porta só você entrará?
— Prometo.
Suspirando, Casey afastou tudo da porta para abri-la. Olhou
para o corredor para ver Ariel, sozinha, sorrindo para ela.
— Ninguém está aqui, só eu. Mandei todos embora. Podemos
conversar?
Casey deixou-a entrar, mas trancou a porta atrás delas.
— Sinto muito. Não aceitei bem isso.
— Não te culpo. — Ariel sentou em uma cadeira. Massageou a
barriga distraidamente. — Ficaria chateada também. Argernon ferrou
tudo, de verdade.
— Ele deveria ter me contado.
— Sim. Deveria tê-las despachado. Sabia que se vinculasse
com uma de nós teria que desistir das outras mulheres. Disse como é
o nosso tipo.
— Dói. Pensei que se importava comigo e que era especial para
ele. Caí feito uma idiota. — Casey admitiu em voz baixa. — No
começo fiquei brava quando percebi que não voltaria para casa. Na
primeira vez que me sequestrou eu...
— Ele o quê?
Casey explicou como conheceu Argernon e como acabou a
bordo da nave. Piscou para Ariel.
— Então fomos atacados e achei que ele ia morrer. Fiquei ao
seu lado na cama minúscula por três dias, rezando para que ele
vivesse para que eu pudesse dezer-lhe que o amava. Fui uma
perfeita idiota. Deveria ter sabido. Éramos de mundos diferentes,
literalmente, e não é como se realmente o conhecesse. Afinal, como
poderia ter me apaixonado tanto e tão rápido por alguém?
— Eu entendo. Me apaixonei assim por Ral. Juro que me
apaixonei na primeira vez que fez amor comigo. Ele foi incrível. Era
tão protetor e másculo. E me consolou. Fui sequestrada por uma raça
de pessoas-lagarto e Ral lutou com um monte de homens Zorn para
me ganhar.
— Uau.
Ariel sorriu.
— Não que não tivemos nossos altos e baixos, temos, mas o
amo. Para mim é como o ar que respiro. Ele fará qualquer coisa para
me fazer feliz e se assegura de que eu saiba o quanto me ama.
Tristeza caiu sobre Casey.
— Argernon disse que iria me fazer feliz.
— São diferentes dos caras humanos. Mas com Ral acho que é
maravilhoso. Sinto muito, Casey. Talvez ele fosse mandá-las para
outro lugar. Você poderia falar com ele.
Ela sacudiu a cabeça.
— Deixe-o falar com Bara, Din ou Valle. Ele tem três delas.
— Eles têm uma grande energia sexual. Posso atestar isso.
Homens Zorn são ereções andantes. — Um sorriso separou os lábios
de Ariel. — Isso tem suas vantagens. Confie em mim. Minha vida
sexual está em alta e nunca diminui ou fica chato. — Esfregou o
ventre. — Tinha medo de que Ral perdesse o interesse em mim
quando minha barriga crescesse, mas ele acha que quanto maior
estou mais sexy fico. O homem me viciou a transar a cada poucas
horas todos os dias. — Ariel olhou para Casey. — É uma coisa da
cultura daqui o porquê de Argernon ter três mulheres em sua casa.
— Não é mais do que uma promiscuidade masculina.
— Ele é o segundo na linha de sucessão do governo deste
planeta. É como um príncipe. Aprendi muito desde que cheguei a
Zorn. Quando cheguei aqui achei que as mulheres eram maltratadas
no nível de condição escrava, mas isso não era verdade. As mulheres
têm muito mais poder e controle sobre suas vidas do que parece.
Elas são criadas sem inveja pelas outras mulheres Zorn com quem
partilham a casa. Seus corpos não podem lidar com sexo tanto
quanto os homens precisam, assim, de acordo com as mulheres Zorn
com quem falei, gostam de ter outras mulheres para tomar este
fardo. — Ariel bufou. — Elas chamam de fardo ninfomaníaco. Acho
que não desfrutam disso tanto quanto nós.
— Para elas isso incomoda.
Ariel riu.
— Provavelmente. As mulheres Zorn só tem inveja das
vinculadas porque lhes são permitido ter filhos e estão no comando
da casa. A maioria delas estão dispostas a abrir mão disso para ser
ajudantes de casa, porque para elas estar em uma boa casa é
sinônimo de poder e prestigio.
— Como limpar a casa e ser uma esquenta cama de alguém
pode te fazer alcançar poder e prestigio?
— Estou contigo, mas pense em todas as mulheres que se
casam com homens ricos por dinheiro. Aqui é da mesma forma. As
mulheres Zorn poderiam vincular-se aos homens se quisessem, mas
a verdade é que a maioria delas preferem viver em uma casa com
uma ou duas mulheres, se o homem tiver dinheiro suficiente.
Conseguem as melhores casas, a melhor comida, o melhor de tudo. E
gostam de dividir as tarefas com as outras.
Casey olhou para Ariel com o cenho franzido.
— Tem ajudantes de casa na sua casa? Deixa que outras
mulheres o toque? Não vou te julgar nem nada. Espero não estar
sendo intrometida. Simplesmente não me vejo vivendo dessa forma e
sendo feliz. E você?
Uma risada escapou de Ariel.
— Temos uma ajudante de casa. Estou muito feliz que ela
esteja lá. É uma mulher mais velha, bem mais velha e ela me trata
como a filha que sempre quis ter. Quanto à infidelidade, bem, se Ral
tocar em outra mulher o castro. — Ela piscou um olho. — Não que ele
fosse. Não posso ter o suficiente dele. Não há motivos para ser infiel.
— Tinha ajudantes quando você veio para cá?
— Ele as tinha mandado para uma das casas de seus irmãos.
Seu pai mandou uma para a nossa casa depois que cheguei. Na
verdade, ela tirou a roupa e ficou de quatro empurrando a bunda
para cima esperando que meu marido a montasse. Fiquei muito
brava. Não podíamos nos comunicar porque os malditos tradutores
ainda não conseguiam ler inglês. Foi tão frustrante. Tentei dizer ao
cara que se ele montasse a cadela, a qual estava empurrando a
bunda para ele no chão, nunca mais deixaria que me tocasse
novamente fazendo gestos com as mãos. — Ariel bufou. — Foi um
inferno e saí furiosa. Ele me seguiu e nunca a tocou.
— Tenho um filho dele. Minha vida está tão fodida.
Ariel suspirou.
— Fale com ele. Coloque os pés no chão, diga-lhe do que você
precisa. Ele poderia ter te levado de volta para a Terra. Inferno, ele
não tinha que trazê-la com ele. Te carregou pelo bosque e a raptou.
Se o pai dele descobre que te trouxe contra sua vontade, ele vai
estar na merda. Infringiu a lei te trazendo aqui.
Casey ficou chocada.
— O quê?
— Todas as mulheres humanas vinculadas tem que fazê-lo de
bom grado. É contra a lei sequestrar uma mulher que não quer ser
trazida para Zorn. Ele a tomou e se vinculou com você sem lhe dar
escolha, Casey. Se quiser arrancar suas bolas, deveria dizer ao seu
pai o que ele fez.
— Seu pai me mandaria de volta para a Terra?
Os olhos de Ariel caíram sobre sua barriga.
— Não. Não vou mentir para você. — Olhou para cima. — Não
consigo ver o pai dele deixando-a ir com seu neto e, diabos, seu bebê
não estaria à salvo na Terra. Você sabe disso. Quando me dei conta
de que estava grávida soube que não importa o que aconteesse com
Ral não poderia voltar para casa de novo. Meu filho seria uma
aberração. Pode imaginar o frenesi da mídia? Todo mundo tentando
usá-lo como um degrau para a fama, seria um verdadeiro inferno
para ele. — Ela esfregou a barriga. — Aqui em Zorn meu filho é como
todas as outras crianças. Para eles não importa que eu seja humana
ou que ele será parte humano. Sabem sobre as outras raças em
outros planetas e as aceitam. Em sua cultura ser só uma parte Zorn o
torna totalmente Zorn.
— O que eu devo fazer, então? Ir para a casa de Argernon e vê-
lo foder essas três mulheres? Talvez possamos tirar a sorte e ver
quem fica com ele em seu tempo livre. — Casey odiava a pitada de
amargura em sua voz. — Ouvi que desde que sou sua vinculada
posso dormir na cama e não no chão. Uhu. Que sorte a minha.
Ariel sacudiu a cabeça.
— Não. Você pode ser direta com o filho da puta. É só você ou
vai encontrar outro homem. Deixe-me te dizer uma coisa: somos a
melhor mercadoria neste maldito planeta. Há milhares de homens
bons em Zorn que saltariam sobre todos os obstáculos que você
coloque se você concordasse em se vincular a um deles. Seriam leais
e nunca a maltrataria.
— Bara fez algo a ele para acordá-lo.
Ariel suspirou.
— Eu sei. Fui eu quem teve que transmitir seu recado a Ahhu,
após a ter enviado para impedir que isso acontecesse.
— Não posso esquecer isso. Desculpe-me, eu deixei, mas não
posso esquecê-lo.
Ariel assentiu.
— Me deixe falar com Ral. Ele conhece um monte de homens
bons. Precisa encontrar um neste planeta para protegê-la. Vou fazer
com que Ral a deixe voltar para casa com agente e vamos te
apresentar a cada homem que meu marido conhece até encontrar por
quem se apaixone. Conseguiremos te vincular a alguém que possa te
fazer feliz e segura. Precisa disso agora. Pense no seu bebê.
Casey olhou para a barriga.
— Argernon deixará que seu filho se vá?
Ariel ficou de pé.
— Você foi forçada a abandonar a Terra. E ele se vinculou a
você sem o seu consentimento, uma vez que não tinha a menor ideia
do que significava quando ele gozou dentro de você. Ele quebrou a
lei. E essa é a maldita verdade. Enquanto o bebê estiver em Zorn e
seguro, não vejo como o pai pode protestar. Hyvin Berrr poderá ver o
seu neto, sem importar o homem que o crie. Há um monte de
homens bons em Zorn, Casey. Você poderia ser feliz aqui.
Isso quebrou seu coração, mas Casey assentiu.
— Não posso ficar com Argernon novamente. Não posso deixar
que me magoe mais do que já magoou.
— Vou falar com Ral e te levaremos para casa com agente.
Sinto muito mesmo, Casey. Argernon foi um verdadeiro idiota e
espero que sofra por tudo o que te fez.
Casey observou a mulher ir embora. Baixou a cabeça. Tudo o
que sabia era que Bara estava fodendo Argernon neste exato
momento. Doía muito.
Capítulo Onze

Os ouvidos de Casey já não a incomodavam. Antes que


saísse do edifício médico, Ahhu lhe aplicara uma injeção para a dor
por causa da colocação dos implantes. Casey poderia entender a
quem lhe falava, mas a avisaram de que nem todos os Zorn
poderiam compreendê-la. O programa de inglês era novo e a menos
que um Zorn pensasse em interagir com humanos, não separavam
tempo para atualizar seus programas de implantes para a tradução.
Era tarde da noite e Casey estava esgotada. Levou horas
para que Ahhu encontrasse tempo para implantar os tradutores em
seus ouvidos. Ral praticamente implorara a Ariel que voltasse para
casa com ele, argumentando que precisava descansar devido à
gravidez e Ariel tinha cedido diante do homem grande, somente
depois de deixar bem claro que Casey seria levada a sua casa quando
Ahhu terminasse o procedimento.
Três, enormes, homens Zorn tinham escoltado Casey do
edifício médico a um veículo que já os esperava. Eles a levaram para
uma casa grande e bonita no alto de uma colina. As casas Zorn eram
diferentes das casas da Terra. Eram arredondadas, térreas e muito
grandes. Eram feitas de um material que Casey nunca vira antes,
mas pareciam placas muito finas de pedra. Os homens a tinham
acompanhado até a porta.
Um deles colocou a palma da mão contra um scanner
enquanto sorria a Casey.
— Está em casa. Devo acompanhá-la até seu quarto. Quer
que desperte alguém para que lhe traga comida?
— Eu só quero dormir. É tarde, não quero incomodar Ariel
ou a seu marido.
O homem piscou e assentiu com a cabeça enquanto abria a
porta.
— Como desejar.
Os outros dois homens ficaram do lado de fora. Casey
entrou em uma sala espaçosa com duas poltronas, algumas mesas e
tapetes decoravam a sala. As luzes eram tênues, mas iluminavam o
bastante para ver. Ela engoliu em seco. O mobiliário se parecia com
madeira de um tom vermelho escuro que contrastava com a brancura
absoluta do chão e das paredes. Era uma casa bonita.
O homem a conduziu por um corredor. Todas as portas
estavam fechadas, à exceção da última, a de um quarto. Ele entrou e
agitou a mão ao longo da parede para acender as luzes no
dormitório.
— Há um sensor aqui. Agite sua mão para acender a luz ou
apagá-la. — Indicou uma porta aberta do outro lado do quarto. —
Este lugar é para suas necessidades pessoais. Agite a mão para cima
para ligar a água. Há sensores de movimento que controlam o fluxo
da água. — Ele se retirou do quarto. — Boa vida, humana. — E se
afastou.
Casey suspirou baixinho, fechou a porta. Não queria
incomodar a seus anfitriões. Ariel parecia exausta quando ela e seu
marido se retiraram do edifício. Casey se sentiu culpada, mas
agradecia aos céus pela amizade de Ariel. A mulher estava muito
indignada com o que Argernon lhe havia feito. Ser compreendida
tinha feito, realmente, se sentir melhor. Sua atenção voltou-se para o
quarto.
A cama era grande com dossel e de piso alto. Os Zorn eram
grandes e muito musculosos, tinham mais de dois metros de altura,
enquanto as mulheres que vira parecia ter um pouco menos e mesmo
assim eram mais altas que um humano médio. Inclusive seus corpos
eram maiores que o dos seres humanos em musculatura e estrutura
óssea. Casey se sentira tão pequena, como nunca em sua vida, quase
frágil em comparação com as pessoas com quem teria que conviver
agora.
Ao lado da cama havia duas mesas com gavetas. Um móvel
parecido com uma penteadeira encostava-se à parede sob uma
grande janela. Aproximou-se da janela. Nada a vendava. Ficou
parada olhando fixamente para fora, para escuridão absoluta, o que a
deixou com os pêlos da nuca em pé. Alguém poderia estar por alí,
vigiando-a e não saberia. Ela olhou por cima da janela. Não havia
marcas na parede indicando que algo houvesse sido pendurado ali
para obstruir a visão. Talvez os Zorn não soubessem o que eram
cortinas. Isso a fez sentir como um peixe fora d´água.
Ficou curiosa sobre o banheiro, mas o ignorou. Usara o
banheiro do centro médico antes de sair. Deram-lhe, inclusive, uma
escova de dente com aspecto bem estranho. Pôs a bolsa no chão
junto à cama. Havia alguns objetos pessoais que o centro médico
fornecera para sua utilidade, como medicamentos. Fora informada
que devia tomá-los todos os dias. Estava grávida e Ahhu lhe tinha
avisado que sua temperatura corporal ficaria elevada sem a
medicação, já que as temperaturas dos Zorns eram mais altas que a
dos seres humanos. A medicação também lhe ajudaria a evitar o
inchaço do corpo, que pensava precisar de mais líquido, outro
sintoma por estar grávida de um Zorn.
Casey tirou as botas que lhe tinham dado. Levando a mão à
cintura desabotoou as calças e se dirigiu para a porta depois de
chutá-las para longe. Decidiu dormir só com a camisa. Ela desejou
que os Zorn tivessem o costume de usar roupas intimas, mas Ariel
havia dito que não existia para as mulheres, já que as Zorn não
usavam qualquer tipo de roupa dentro da casa. Elas odiavam usar
coisas que ficavam justas no copo.
Ela olhou ao redor do quarto novamente antes de agitar a
mão para apagar as luzes. Casey quase teve que escalar a cama, já
que era muito alta. Estava exausta. Odiava-se por pensar em
Argernon, mas não conseguia parar. Ele tinha acordado e ficaria bem.
Quis falar com ela. Tinha pedido a Ahhu que lhe desse uma
mensagem. Queria que ela soubesse que ele nunca teve a intenção
de manter às outras mulheres após ter se vinculado a ela e
perguntou se ela iria vê-lo, por favor. Não queria falar com ele e com
certeza não queria vê-lo. Estava sofrendo. Afinal, que tipo de homem,
simplesmente, deixaria de lado três mulheres que dependiam dele?
Sua opinião sobre seu caráter só piorava.
Ela se perguntava, enquanto aconchegava-se na cama, se
Argernon ainda estava no edifício médico ou se ele agora estava na
cama com as três amantes. Só de imaginar isso seu coração quase
parava de bater. Odiava o ciúme que lhe trazia tanta dor. Continuou
dizendo a si mesma que estava melhor sem ele. Baixou a mão até
seu abdômen, através da fina camisa que usava para dormir o bebe
de Argernon descansava em seu interior. O impacto desta novidade
não tinha desaparecido ainda.
Casey não podia negar que ter filhos sempre fora seu
sonho. Sempre imaginara um casamento, em primeiro lugar, um
sujeito agradável que trabalhasse em um emprego das nove as cinco
como seu marido, a emoção de pintar e decorar um quarto de bebê.
Ela queria chorar, mas estava além das lágrimas. Em vez disso, teria
o bebê de um alienígena cercado de mulheres e ela seria obrigada a
se unir com um estranho que teria de aceitar ao bebê de outro
homem quando este nascesse.
Não queria sequer pensar nesse cenário.
Sua mente mal podia processar a ideia. Teria que encontrar
e se casar com um Zorn. Como eles diziam? Ah sim, vincular-se. Para
Casey seria como uma oferta de trabalho. Entrevistaria os candidatos
para a posição dizendo o que queria de um homem, o que era preciso
dele e depois escolheria os candidatos para ver quem seria o melhor
para o papel. Que maravilha. Deprimiu-se. Não podia retornar para a
Terra com um bebê Zorn e não havia nenhuma maneira de que ela
desistisse desse bebê. Ela o queria, mesmo com o pai sendo um
idiota mentiroso.
Virou-se sobre a cama. Casey olhou para o teto que não
podia enxergar no quarto escuro.
Sua cabeça se voltou para a grande janela do outro lado.
Ainda estava muito escuro para se conseguir ver algo, mesmo depois
de seus olhos se adaptarem às luzes apagadas. Zorn tinha três luas,
mas era uma noite muito nublada, nesse momento não eram visíveis.
Ariel prometera uma magnífica vista quando o tempo estivesse
melhor. Ah. Não tinha importância. Casey fechou os olhos. Precisava
descansar. Amanhã, quando não estivesse tão preocupada, se
ocuparia de toda esta merda.
Uma porta se fechou em algum lugar da casa. Sentiu-se
culpada. Ela deve ter despertado alguém quando entrou na casa, não
importando o quão silenciosos ela e o guarda tivessem sido. Ela
escutou novamente a casa silenciosa, antes de relaxar outra vez.
Tentou respirar lenta e profundamente querendo relaxar e dormir.
Era o melhor para ela. Amanhã não estaria tão esgotada e seu
cérebro funcionaria melhor.
Algo fora da porta do quarto fez um pouco de barulho.
Casey ficou tensa, mas logo se obrigou a relaxar. Provavelmente era
o marido de Ariel fazendo algo para a sua companheira grávida na
cozinha. Talvez se certificasse de que as portas estivessem fechadas.
Um ofego escapou dela quando a porta de seu quarto se abriu de
repente. A luz do corredor a cegou quando ela se sentou na cama.
Argernon estava escorado na porta aberta com as luzes acesas atrás
dele.
— Bem-vinda em casa, linda. — Ele grunhiu suavemente.
Tinha a voz rouca. — Sinto por não ter tomado medidas antes de
chegarmos aqui. Sei não quer me ver, mas eu quero ver você.
Um Argernon sem camisa estava a olhá-la. Casey ficou sem
fala quando lhe devolveu o olhar.
Tinha o cabelo solto sobre o peito e os braços. Ele se
agarrou à porta durante uns segundos, antes que entrasse
lentamente no cômodo. Fez um gesto com a mão sobre a parede
para ativar as luzes.
Ele moveu de novo a mão para atenuar a luminosidade, o
suficiente para que o ambiente estivesse quase às escuras, mas ainda
podia vê-lo muito bem. Seus brilhantes olhos azuis estavam fixos
nela.
— Você realmente pensou que eu a deixaria ir, Casey?
Achou, de verdade, que ficaria com outras mulheres quando a tive?
Ia fazer os acertos necessários para que as três fossem para outro
lugar, outra casa. Pensei que tinha tempo para fazê-lo, para que já
houvessem partido quando chegássemos a Zorn. — Avançou outro
passo. — Você é a única mulher que está na minha cama e é a única
que estará a partir de agora. Você parece perfeita nela.
Ela olhou para a cama em que estava sentada, a cor
sumindo drasticamente de seu rosto. Sua cama? Seu olhar se ergueu.
Ele estava mais perto. Ele pôs suas mãos sobre o final do colchão.
Olhos azuis a olharam intensamente.
— Você é tudo para mim, Casey. Leva meu filho em seu
ventre. Você me pertence, ambos sabemos disso. Nosso filho sabe.
Peço desculpas e lamento a dor que sofreu porque não fui capaz de
preparar uma casa para você, para lhe dar as boas-vindas com
alegria, mas concertei isso. As ajudantes estão em outras casas.
Conforme me foi lembrado, uma ajudante idosa virá pela manhã.
Suas tarefas incluem não me tocar. Ela cuidará de nossa casa e das
refeições. Ela lhe fará companhia e será sua amiga. É tudo o que
você precisa.
A ira foi crescendo lentamente nela.
— Acha que é assim tão simples?
Ele assentiu com a cabeça.
— Estou vinculado a você e minha semente foi plantada em
seu corpo. Estou muito contente, minha Casey. Senhor das Luas, faz-
me sentir orgulhoso.
— Essa é a palavra errada para usar.
Ele franziu o cenho.
— Que palavra?
— Orgulhoso. Deixe-me dizer o que penso sobre você.
Deveria estar envergonhado de si e acho que você vale menos que
um monte de merda de cachorro.
Seu cenho se aprofundou.
— Estou envergonhado e peço desculpas. Cometi erros, mas
os corrigi. Eu sei o que é merda, mas não o que é um cachorro. —
Seus olhos se estreitaram. — Entendo o insulto e sei que está
zangada comigo.
— Entenda isso: Não estou vinculada a você. De fato, Ariel
vai me apresentar a outros homens. Vou encontrar um Zorn bom,
que não seja um imbecil mentiroso com sua vinculada. Eu não sou
nada para você, exceto a mulher que está carregando seu filho. — O
olhou. — Não posso acreditar que tenha ordenado aos guardas para
me trazerem aqui sabendo que não quero ter mais nada com você.
A raiva se mostou nos traços de Argernon. Ele rosnou. Sua
mão fechou-se em punhos sobre a roupa de cama.
— Você não vai ser vinculada a outro homem. Você é
minha.
— Não Bara, Ville e Din são suas.
— Não é mais. Encontrei outras casas para viverem.
— Bem, será melhor que voltem, porque eu não vou ficar
aqui. — Ela se levantou sobre o colchão. Teve que se aproximar dele
para chegar até suas calças. Inclinou-se, agarrando-as e se afastou
dele. — Quero ser levada para a casa de Ariel, que é onde, se supõe,
eu deveria estar.
Mãos agarraram Casey e ela ficou sem fôlego quando
Argernon a levantou. Ela terminou jogada de barriga para cima na
cama grande. As calças saíram voando de sua mão. Ele caiu sobre ela
prendendo-a na cama sob o corpo grande dele, com o cuidado de não
machucá-la ou esmagá-la. Seus olhos estavam a centímetros dos
dela enquanto a olhava.
— Você viverá aqui comigo em nossa casa. Você não vai à
parte alguma.
— Não pode me manter aqui contra minha vontade.
— Posso e farei. Se deixar que outro homem a toque o
mato. Se escapar ou se vincular a outro homem ele vai morrer,
Casey. Eu o desafiarei e o matarei enquanto você observa. Você é
minha vinculada e não vou te deixar ir.
Casey ficou furiosa.
— Seu filho da puta. Fique longe de mim. Dá-me vontade de
vomitar.
Ele se mexeu, rolando a ambos facilmente com sua força e
a pegou em seus braços enquanto saia da cama. Ele a levou ao
banheiro. A deixou no chão com suavidade. Agitou a mão para que a
luz se acendesse. A preocupação estava gravada em seu rosto
enquanto apontava o vaso sanitário.
— Está doente? Devo chamar Ahhu? Ela se preocupa com
nossa família e cuidará de você se precisar de cuidados médicos.
Casey se afastou dele.
— Não vou vomitar. É apenas uma expressão. Significa que
não te suporto e que me faz sentir náuseas só em olhar para você.
Entendeu? Não preciso de um médico. Eu preciso que fique bem
longe de mim e nunca mais se aproxime outra vez.
Argernon empalideceu.
— Eu fiz as coisas certas, linda. Você deve saber disto e que
estou comprometido com você.
— Não me chame assim. Nunca volte a me chamar assim de
novo, filho de uma puta. Nós terminamos. Compreende? Não é mais
que um imbecil que teve quatro oportunidades. Teve três mulheres
que dependiam de você e com quem se deitou, entretanto, me usou
a seu bel prazer. Você acredita que eu penso que é uma pessoa
melhor, já que as empurrou para a sarjeta por mim? Isso só o faz
parecer um filho da puta sem coração. — Ele a olhou, parecia
confuso. — Não entendeu? Aquelas mulheres que viveram aqui e que
você deveria proteger foram descartadas como se fosse lixo. Acha
que isso me faz pensar que é maravilhoso? O que acontecerá a mim
quando encontrar outra para farrear? Chegará à sua casa e jogará
meu traseiro na rua? Você é formidável, um vencedor e caso não
tenha entendido, isso é sarcasmo, o que significa o oposto da
verdade. Acho que é um babaca e mau caráter. E é bom que saia do
meu caminho, preciso sair agora.
— Não me desfiz delas como lixo. Elas escolheram casas
que são seguras e confortáveis. Elas estão em um bom lar com
homens que as querem. E eu nunca poderia substituí-la. Não é uma
ajudante de casa. Você é minha vinculada. Eu nunca a jogaria de
nossa casa. Juro estar com você até a morte.
— Não quero um homem como você, Argernon. — Sua ira
se esvaia pelo cansaço. — Eu só quero ser livre. Não o desejo mais e
não o quero perto de mim. Nunca poderia estar com um homem que
mentiu e transforma as pessoas em merda, três delas, alegando que
o fez para o bem delas. Obrigado, mas não.
— Então quer que as traga de volta para ficar aqui conosco?
— Ele franziu o cenho.
— Não há nenhum ―conosco‖. E mais, Argernon. Fui. Tenha
uma boa vida. — Tentou caminhar contornando-o.
Ele se movimentou junto com ela grunhindo suavemente.
— Fomos felizes, Casey. Lembra-se? Só nós outra vez. Só
você e eu. Por favor, me perdoe. Cometi erros, mas os corrigi. Se eu
não tivesse sido ferido teria feito todos os acertos antes de chegar a
Zorn. Você nem saberia delas.
Ela o olhou fixamente. Ele realmente pensava que a
situação se resolveria de maneira fácil.
— Você mentiu para mim. Eu estava contente com nosso
relacionamento porque não sabia que tinha três mulheres, as quais
estava fodendo, a sua espera em casa. E você fodeu uma delas, sei
que é um fato, há algumas horas atrás. Saia de meu caminho antes
que eu vomite em cima de você. Você me dá asco.
Ele grunhiu.
— Não tive opção. Se soubesse, não teria deixado que Bara
encostasse em mim. Despertei com ela me tocando. Pensei que fosse
você. Sonhei que era você. A primeira palavra que disse quando
desperte foi seu nome.
Ela o olhou fixamente. A dor a atingiu com força.
— Isto não muda o fato de quem realmente era, não é
mesmo? Cai fora do meu caminho, Argernon. Terminamos. Estou
saindo. Trate de reaver suas amiguinhas de novo e se esqueça de
que alguma vez me conheceu. Porque vou fazer todo o possível para
esquecer tudo sobre você.
Os olhos de Argernon se estreitaram. Ele negou com a
cabeça.
— Não.
— Você não tem escolha.
Seus lábios se curvaram para cima.
— Tenho opções e não vou deixar que se vá. A sequestrei
de seu planeta para mantê-la comigo e vou mantê-la.
A inquietação se aninhou na boca do estômago de Casey
enquanto ela fixava o olhar em Argernon.
— Por favor, deixe-me passar.
Ele retrocedeu no dormitório. Casey avançou e se
aproximou de sua calça no chão. As colocou bruscamente, de costas
para Argernon. Inclinou-se para por as botas. Ela sairia dali. O
bastardo não poderia detê-la, se endireitou e se voltou na direção da
porta. Argernon estava perto da janela e seguia seus movimentos
com os olhos. Ela o encarou de novo.
— Adeus, Argernon,
Ele se mexeu. Para um homem tão grande era fantástico o
modo de se locomover com tamanha rapidez. Agarrou Casey pela
cintura e a levantou. Ela gritou quando suas botas deixaram o chão.
Caiu na cama de bruços onde ele a deixou, se surpreendeu quando
ele a prensou para baixo com o joelho e puxou uma de suas mãos
para trás dela, em seguida agarrou a outra e as pôs acima de sua
cabeça. Ouviu o som de correntes.
— Não. — Casey gritou. — Merda! — As algemas se
fecharam ao redor de seus pulsos. Seu joelho se afastou. Casey se
virou na cama, olhou com incredulidade para Argernon. — Não pode
fazer isto.
Ele sorriu, mas seus olhos eram frios.
— Você não me dá outra opção. — Levantou-se da cama e
foi até um dos criados-mudo.
Ouviu a gaveta se abrindo. Casey tentou se levantar, mas
Argernon foi mais rápido, novamente, alcançando-a a segurou pelos
pulsos das algemas e as prendeu com outro par na cabeceira da
cama, afastou-se um pouco dela. Extremamente irritada, tentou
chutá-lo, mas ele agarrou cada um de seus pés e tirou suas botas.
— Não faça isto, Argernon. Eu não te quero. — As lágrimas
encheram seus olhos. — Você jurou que nunca me forçaria.
Ele a olhou nos olhos.
— Está cansada. Nunca te forçaria. Não vou deixar você ir
embora, Casey. Você me pertence. Você é minha vinculada. —Ele
estendeu a mão para a parte dianteira de suas calças e a tirou
lentamente.
Ela o olhou. Ele estava ligado. Argernon sempre estava
excitado. Ela afastou o olhar de seu pênis grande, duro e que
apontava para cima. Obrigou-se a olhar para o outro lado. Ele
encontrou seu olhar de irritação quando se sentou de joelhos ao seu
lado.
— Preciso gozar. Sinto muita dor.
— Foda-se.
Ele assentiu com a cabeça.
— Achei que você não iria ajudar.
Ela o viu girar o corpo para se esticar até a mesinha outra
vez. Abriu outra gaveta. Ele retirou um tubo. Ela imaginou que fosse
a versão Zorn para lubrificante. Ele o destampou, espalhou um creme
branco em sua mão e começou a passa-lo, com a mão meio fechada,
no pênis duro. Argernon a pegou olhando-o, curiosa.
Então se negou a olhar outra vez para a parte de baixo de
seu corpo, mas ela podia ver sua mão em movimento. Ele não
afastou o olhar dela enquanto se masturbava. Viu seus olhos se
estreitarem quando sua boca ficou tensa. A cama se movia com ele
quando começou a mexer o quadril ao ritmo de seu punho sobre seu
eixo. O viu inclinar sua cabeça para trás, fechando seus olhos,
enquanto seus lábios se separaram. Ele gemeu quando gozou.
Ele saiu da cama e caminhou para o banheiro. Casey
fechou os olhos. Ela estava no inferno. Ele não a deixaria ir. Pela
manhã, Ariel teria que ajuda-la. Certamente saberia quando
despertasse que Casey não estivera ali, que algo errado havia
acontecido. Ariel tinha jurado que iria ajudar e ela confiava nela.
Casey só precisava passar uma noite com Argernon. A água no
banheiro parou de escorrer. Abriu os olhos para ver Argernon sair
completamente nu. Seu olhar brilhante estava fixo nela.
Ele se esticou para pegar sua camisa quando se sentou na
cama. Ela tentou se apartar, mas o aliem cretino era muito forte. Sua
camisa foi levantada descobrindo seu abdômen. Seus olhos se
fixaram naquela parte.
— Minha semente está plantada ai.
— Deixe-me ir.
Levantou o olhar para encontrar o dela. Suas mãos soltaram
a camisa. Ambas foram até a cintura de suas calças para desatá-las.
Belos olhos azuis se tornaram ferozes.
— Nunca.
Ela lutou, mas não era rival para Argernon. Ele as arrancou,
deixando-a nua e exposta. Uma de suas mãos acariciava sua coxa.
Ela se afastou, o que a deixou com seu abdômen e o traseiro
descoberto. Estendeu a mão outra vez para acariciá-la. A mão grande
envolveu seu traseiro suavemente, massageando-o.
— Não me toque. — Ela girou a cabeça para olhar para ele
sobre seu ombro.
Argernon suspirou.
— Já disse que nunca faria mal a você.
— Já fez, mais do que imagina. Não vou perdoa-lo. Não
consegue entender isso? Cada vez que me tocar só consigo ver Bara
te tocando, Din com suas malditas mãos em seu peito e Vale
passeando os dedos por seu cabelo.
Ele grunhiu irritado.
— Eu não estava acordado para detê-las.
— Elas viviam com você. Você fazia sexo com elas. Não aja
como se fosse inocente. Não é algo que não tivessem feito umas
malditas mil vezes, não é?
Ele rosnou.
— Não rosne para mim. Eu não tenho três homens em casa
com os quais me deito. Não minto. Nunca traí um homem em minha
vida
— Trair?
— Trair a confiança deles para dormir com outras pessoas
quando ele pensa que é o único.
Ele franziu o cenho.
— As ajudantes de casa não se sentem traídas se monto
outras mulheres. Para elas é aceitável.
— Maldição, eu não sou uma ajudante da casa.
Seus olhos aumentaram e logo se entrecerraram.
— Você sente que a traí.
— Não sinto merda nenhuma. Você me traiu, é um fato. Se
eu soubesse que tinha mulheres em casa te esperando, nunca teria
deixado que me tocasse. No segundo em que soubesse a respeito
delas, eu me afastaria. O fato de ocultar algo tão importante como
isso é tão ruim quanto mentir. Pensei que fosse importante para
você. Pensei... — Se obrigou a afastar o olhar dele antes de começar
a chorar. Ela fechou os olhos.
— Cheiro a sua dor. — Disse com voz rouca.
Ela o ignorou.
Ele grunhiu baixinho. A cama balançou quando se sentou de
joelhos ao seu lado.
— Nunca quis feri-la. Dói em mim quando você sofre. — Sua
voz era suave. — Nunca pensei em levar uma mulher da Terra. Não
fiz acertos como os outros homens que se prepararam para encontrar
lares para seus ajudantes de casa. Eu soube que era minha e que
tinha de estar vinculado a você no momento em que compartilhamos
sexo. Se não tivesse sido ferido eu teria encontrado lares adequados
para as minhas ajudantes de casa antes de chegar a Zorn. Jamais as
teria deixado me tocarem. Sei que é de uma espécie que sente dor e
raiva quando sabem delas, assim como sinto diante da ideia de um
homem lhe tocando. Eu entendo. Me olhe.
— Não.
Ele respirou profundamente.
— Eu mataria o homem que se atrevesse a toca-la. Mataria
só pela ideia de um homem na sua cama e dentro de você. — Ele
grunhiu. — Sinto uma raiva imensa diante da ideia de outros homens
a tocando antes de mim. Acredite, eu entendo Casey.
— Não. — Ela virou a cabeça, abrindo os olhos. Teve que
abrir e fechar várias vezes para retirar as lágrimas que teimavam em
cair. — Eu não sinto raiva. Sinto dor no meu coração, como se tivesse
sido arrancado de meu peito. Não posso te perdoar, Argernon. Tudo
no que posso pensar é nas mulheres lhe tocando e saber que você fez
sexo com Bara hoje... Por favor, se tiver algum sentimento por mim,
se afaste.
Capítulo Doze

Argernon parecia frustrado enquanto olhava Casey.


— Juro que ela não me montou.
— Ela o tocou. Te fez gozar de alguma forma, não foi?
Os olhos de Argernon obscureceram.
— Eu estava em um estado de sonho e não tinha consciência
do que era ou não real. Pensei que fosse você, Casey. Pensei que era
seu cabelo o que segurava em minha mão. Pensei que fosse sua
respiração me tocando. Pensei que fosse sua língua me trazendo para
o gozo.
Ela o olhou nos olhos. O odiava e o amava. Seu estilo de
vida lhe causava dor. Casey sabia que poderia ter evitado que Bara o
despertasse. Ariel tinha enviado Ahhu para impedir que Bara tocasse
a Argernon. Ela havia dito a Ariel que deixasse Bara fazê-lo. Não lhe
importara nesse momento, mas agora... Ela se sentiu em parte
responsável, mas isso não aliviou a dor em seu coração.
— Não posso superar isto, Argernon. Dói muito. Sinto-me
traída e não sei se virei a confiar em você outra vez. Tenho orgulho.
Entende? Você guardou coisas importantes de mim, me deixou andar
às cegas e isso doeu. Não posso acreditar que um homem de honra
sele um compromisso com três mulheres e depois simplesmente as
descarte quando conhece alguém que goste mais.
— Não é que eu goste mais de você. — Sobressaltada, ela
baixou o olhar. Ele foi direto. Doeu. — Eu te amo.
Sem poder acreditar, ela levantou os olhos e viu a
sinceridade queimando nas profundezas de seus olhos. Ele assentiu
com a cabeça.
— Casey, eu a amo. Você é tudo para mim. Não posso
renunciar a esse amor e não vou perdê-la. Você fala de orgulho, perdi
meu orgulho por você. Nunca imaginei que entregaria aquelas
mulheres a outro homem, dei minha palavra a elas de que as
protegeria e as manteria bem. Ofereci-lhes minha casa e pensei que
ficaria com elas até o fim da vida. Eu, Argis Argernon, filho do
governante de Zorn, fiz isso porque prefiro perder minha palavra
antes de perder você. Prefiro ferir os sentimentos das três mulheres
que tive a honra de proteger para evitar que você se ferisse. Você diz
que não me quer e mesmo sabendo disto estou disposto a implorar
seu perdão. Não me deixe.
Casey ficou atônita. Ela não conseguia fala. Já Argernon
não tinha esse problema.
Sua boca se endureceu em uma linha apertada por um
momento.
— Imploro seu perdão. — Com voz profunda. — Não me
deixe. — Fez uma pausa, mantendo o olhar nela. — Você é meu
coração. Imploro que me perdoe, linda. Você é tudo para mim. Você
está até acima do meu orgulho. Sou um guerreiro Zorn. Lutei muitas
batalhas na guerra. Levo as cicatrizes das vidas que tomei em
batalha. Eu caço e o faço bem. Nunca fui capturado e ou posto de
joelhos. — Ele estendeu sua mão e acariciou sua bochecha. Seus
olhos sombreados por um tênue sorriso. — Veja, minha linda, estou
aqui, capturado e de joelhos.
Seu coração se derreteu. Como poderia não fazê-lo? Ele
estava dizendo o que sentia. Ela viu a honestidade e o ardor em seu
olhar intenso. Seu tom de voz a fez tremer. Ela olhou seus olhos. O
impulso de tocá-lo era tão forte que tentou levantar os braços para
abraça-lo até se lembrar de que estava algemada. Hesitante, disse:
— Eu não sei como superar essa dor. — Admitiu em voz
baixa. — Também te amo. Eu só... — Ela piscou tentando conter as
lágrimas. — Não sei como parar de pensar nisto.
Ele piscou.
— Não pense. Sinta.
— Esse é o maldito problema. Sinto-me ferida. — Sua voz se
quebrou.
— Casey. — Ele se aproximou. — Deixe-me toca-la. Vou
fazê-la esquecer de tudo, menos de nós dois juntos. Não haverá dor
em meus braços ou em meu toque. — Ele estava tão perto de sua
boca que ela inalou sua respiração. Sustentando seus olhar. — Só me
deixe ama-la.
Sacudindo a cabeça, ela afastou o rosto.
— Não. — Rodou sobre suas costas para pôr um pouco de
distancia entre eles.
Argernon suspirou.
— Eu posso fazer com que me queira.
— Não, Argernon.
— Te quero e necessito. Sinto dor por você e com você. Não
aceito a ideia de perdê-la. — Ele se sentou escarranchado sobre suas
coxas.
Casey olhou para o homem nu que estava a ponto de tirar
sua camisa. Ela lutou, mas ele a tinha imobilizado da cintura para
abaixo. As algemas restringiam os movimentos dos braços.
— Maldição, Argernon. Não faça isto. Não vou perdoa-lo.
— Você disse que não me perdoaria nem agora e nem
nunca. O que farei não será mais imperdoável do que tenho feito?
— Haverá menos a perdoar se você não passar por cima de
tudo.
Ele teve o descaramento de rir. Seu sorriso se ampliou
quando rasgou sua camisa. Seu olhar passeou ao longo de seu corpo.
O sorriso morreu.
— Você é muito sexy. Sua pele é tão branca. Seus seios são
perfeitos e eu adoro o sabor deles. — Ele baixou a cabeça.
Casey tentou virar o corpo, mas ela não pode escapar da
boca quente que abocanhou um de seus mamilos. Suas mãos
estendidas sobre o ventre, prendendo-a, enquanto chupava e lambia
seu endurecido broto. Ela tratou de ignorar a sensação. Argernon
chupou com mais força. Ela sentiu a chupada por todo o caminho até
seus clitóris. Apertando os olhos bem fechados, ela mordeu o lábio.
Argernon grunhiu. Ele arrancou a boca de seu seio para
meter-se debaixo de seu corpo. Ele mudou de posição na cama para
poder abrir suas coxas. Casey tentou chutá-lo, mas Argernon era
mais rápido e forte. Grunhiu para ela com sua cabeça levantada.
Seus olhares se encontraram outra vez.
— Se comporte ou restringirei mais seus movimentos. Não
quero me arriscar machuca-la.
Ela olhou para o teto. Seu olhar seguiu o dela e ele riu entre
dentes. Ela o olhou quando ele teve o atrevimento de lhe dar uma
piscadela.
— Não há nada aí para pendura-la, mas vou arrumar isso
amanhã. Esta noite posso abrir suas pernas e as atar à cama.
— Droga, Argernon. Isto não é divertido. Deixe-me ir.
Ele assentiu com a cabeça.
— Por enquanto. — Soltou suas coxas, retrocedeu e desceu
da cama.
Casey fechou as pernas, olhando-o enquanto caminhava
para a cômoda. Inclinou-se, mostrando seu traseiro musculoso. Tinha
a bunda mais gostosa do universo, mas ela não queria admitir,
embora estivesse admirando-o. Ele se endireitou. O temor se fez
sentir ao ver que ele segurava vários cintos feitos de pano.
Ela tragou saliva quando ele retornou à cama com olhar
faminto.
— O que você tem aí? O que vai fazer com isso?
Não lhe respondeu. Em seu lugar ficou de cócoras ao lado
da cama. Ele estava tramando algo e ela sabia que não ia gostar.
Mordiscando o lábio, o observou em silêncio. Ele ia seduzi-la e,
merda, pensou, podia fazê-lo. Seu corpo já estava aceso.
A atenção de Argernon estava focada em alguma coisa na
parte de baixo da cama.
Ela via seus braços se moverem, mas não o que estava
fazendo. Endireitou-se, atirando o cinto na cama como se fosse uma
corda. Ele foi para o outro lado e começou a fazer a mesma coisa.
— Argernon. Não é divertido. Merda, o que você está
fazendo? O que planeja?
Ficou de pé quando terminou. Seu olhar intenso fixo no
olhar dela. Casey soube que estava em uma batalha perdida. Ela viu
o desejo à espreita em seus olhos. Ela conhecia muito bem esse
olhar. Ele a queria.
— Diversão não tem nada a que ver com isto. É uma lição,
linda. Quero você. Sinto dor por você. Então precisamos estar no
mesmo nível para nos entender. Quando você se machuca, eu me
machuco. Quando eu sentir dor, você também sentirá. Vamos
encontrar um terreno em comum para construir a partir daí.
Ele voltou para a cama. Ela o chutou novamente quando
tentou agarrar a sua perna, recebendo o golpe no peito. Ele grunhiu,
mas não se irritou quando conseguiu apanhar um pé em sua mão
grande. Ele ficou entre suas coxas. Casey estava zangada e gritou
frustrada quando Argernon a obrigou a dobrar sua perna. Ele
empurrou seu joelho até quase a altura de seus seios, onde a
manteve assim com uma mão. Com a livre se esticou, pegou o cinto
e prendeu seu joelho. Casey, louca de raiva, começou a se debater
enquanto Argernon repetia o mesmo procedimento com a outra
perna. Céus! Estava irremediavelmente amarrada e exposta a seu bel
prazer. Para seu desgosto, soube exatamente o que ele planejava.
— Pare agora mesmo. Inferno! Não quero fazer isto e muito
menos com você, Argernon! Me solta!
Mesmo estando amarrada daquele jeito, Casey não sentia
desconforto algum.
Ele se afastou um pouco, como se estivesse em duvida de
por onde começar. Seu olhar se fixou em sua vagina aberta. Ela
deixou de lutar depois de perceber que, ao vê-la se debater contra as
correias isso o estava excitando ainda mais. O olhou com raiva.
— Pervertido.
— O que é isso? — Ele arqueou uma sobrancelha.
— Uma pessoa que tem desejos sexuais doentios.
Ele riu entre dentes.
— Meus desejos sexuais são tão saudáveis como o de
qualquer macho. O que você gostaria primeiro? Meus dedos ou minha
boca, linda?
— Não me toque.
Ele suspirou. Sua mão pegando o tubo de lubrificante que
ele tinha deixado sobre a cama, quando se masturbara.
— Acho que os dedos primeiro. Pode resistir, mas seu corpo
sabe a quem pertence. Meu corpo anseia só por você, assim como
seu corpo anseia só pelo meu.
Ele espalhou o lubrificante entre os dedos. Casey estava
respirando rápido. Ela apertou os dentes.
— Pô, Argernon, não faça isso. Por favor?
Ele a olhou nos olhos.
— Se eu não o fizer você me deixará e não vou te deixar ir.
Não posso.
Ela ficou tensa quando ele a alcançou. Fechou os olhos.
Sabia que ele a estava olhando. Seus dedos estavam lambuzados
com algo quente e úmido. Passou-os pelos lábios externos, abrindo-
os mais. Ela sentiu suas mãos tremerem. Ficou surpresa ao perceber
que ele tremia.
— Você é um prazer para os olhos, Casey. Você é tão suave
e rosa.
Casey apertou os dentes com mais força. O dedo explorou
sua fenda. Ele deslizou o dedo maior para o seu interior. Casey
inspirou mais ar quando ele começou a alisar seu clitóris. Ela tentou
ignorar a sensação, mas era muito boa. Passara quase quatro dias
sem seu toque. Nem se quer tinha se tocado. Seu clitóris ansiava
pela atenção que lhe tinha sido negado. Ela levantou o queixo, virou
o rosto em direção ao dele, tentando manter-se quieta. Ela não tinha
a intenção de remexer seu quadril contra o dedo quando ele
aumentou a pressão. Eles ainda se moviam.
Ele pôs um dedo lentamente dentro dela, provocando-a. Ele
grunhiu baixo e profundo.
— Está molhada. Sinto seu aroma, Casey. Você responde ao
meu toque.
— É o lubrificante. — Ela disse entre dentes.
— Não, é você aqui. — Ele retirou um dedo antes que ele
empurrasse mais dois deles, lentamente.
Ela mordeu forte o lábio, tentando lutar contra o gemido
que queria sair de sua garganta enquanto seus dedos pouco a pouco
a esticavam. Ele explorou o interior dela, com outro dedo esfregando
seu clitóris. Seus quadris resistiram quando seus dedos pressionaram
para cima até que encontrou a área dentro dela que fez um gemido
brotar de seus lábios.
Ela ia explodir. Seus músculos internos apertaram os dedos
em movimento. Ele retirou apressadamente o dedo de seu clitóris.
Mas mantinha os dedos que estavam dentro dela em movimento. Era
muito bom enquanto ele massageava o ponto G, no entanto sem a
pressão sobre seus clitóris seu clímax recuou.
— Maldito. — Ela ofegou.
— Diga que me quer.
Ela negou com a cabeça.
— Nunca.
Ele grunhiu.
— Sabe quanto tempo posso fazê-la queimar por mim, linda?
— Miserável.
Ele grunhiu.
— Preciso de você tanto quanto você precisa de mim.
Ele retirou os dedos de seu interior. Casey ficou inerte na
cama, respirando com dificuldade. O corpo doia e palpitava com a
necessidade. Argernon se estendeu sobre ela, suas mãos sobre a
cama junto a seus flancos. Seus olhares se encontraram quando ela o
olhou. Eles pareciam brilhar mais do que o normal enquanto a paixão
queimava em seus olhos. Eram impressionantes.
— Preciso de você.
— Vá para o inferno.
— Onde quer que seja este lugar que você fala, tem que ser
melhor do que onde estou agora com você, com você me rejeitando.
Ele retrocedeu e ela relaxou. A cama balançou. Ela ganhara.
Ele ia dar-se por vencido. Ela respirou fundo, tentando acalmar seu
corpo até que a frustração sexual se esvaísse. Um suspiro escapou de
seus lábios quando duas mãos enormes deslizaram sob o seu
traseiro. Ela levantou a cabeça para ver, em estado de choque,
Argernon sentado na cama levantando o seu traseiro a alguns
centímetros do colchão. Ela teve o mau pressentimento de que não
havia terminado aquela doce tortura, e essa sensação a fez gemer de
prazer quando sentiu o pênis duro e grosso pressionar sua entrada.
Seus olhos se encontraram. Ele deslocou o quadril para que
pudesse entrar facilmente em sua vagina. O pênis grosso e quente
começou a penetra-la lentamente, a fazendo sentir como se estivesse
no céu e no inferno, quando sua entrada se esticava para aceitar toda
a longitude grossa dele. Ela estava muito molhada, ele entrou
empurrando com facilidade, pressionando sua pélvis contra o interior
de suas coxas para que assim pudesse aproximar-se dela o quanto
pôde. Ele foi se enterrando profundamente em seu interior, até suas
bolas, antes que ele se congelasse alí. Seus olhares se encontraram.
Uma de suas mãos se arrastou sobre seus quadris até o
estômago, deslizou até alcançar a separação de suas coxas.
— Quero sentir você gozar. Preciso de você e você precisa
de mim.
Ela abriu a boca, ofegante, quando seus dedos deslizavam
sobre ela. Um gemido foi arrancado de Casey. Ele estava esfregando
seu clitóris enquanto meneava lentamente o pênis dentro dela. Ela
desistiu de lutar contra ele. As sensações dele transando com ela
enquanto seus dedos massageavam seu clitóris inchado era demais.
Era uma batalha que nem sequer fazia mais questão de ganhar.
Um forte gemido escapou de seus lábios. Seus quadris se
sacudiram contra ele. O homem sabia como fazê-la reagir. Ela não ia
durar. Argernon grunhiu seu nome quando ele acelerou as investidas.
Seu pênis inchou, ficando maior, enquanto seus dedos dedilhavam
seu clitóris com maior rapidez.
Casey gritou quando o clímax atingiu-a. Argernon rugiu.
Seus músculos internos se comprimiam com força ao redor dele,
tremendo, quando seu sêmen foi disparado dentro dela. Seus corpos
acoplados onde estavam unidos, enquanto ambos montavam no
prazer. Casey fechou os olhos, ofegante, quando seu corpo começou
a relaxar depois do orgasmo.
— Te amo, linda. — Argernon disse, quase sussurrando.
Lágrimas ardentes queimaram atrás de suas pálpebras, que
ela manteve fechadas. Ela queria dizer as palavras de volta. Mas
simplesmente não podia. Ele havia mentido. A deixara andar na
confusão que ele mesmo havia provocado em que sua vida, sem nem
sequer um aviso. Nesse mesmo dia outra mulher lhe dera prazer
sexual e outras duas haviam acariciado seu corpo. Não importava se
estava consciente ou não. A imagem ainda estava lá, em sua cabeça.
Ele se retirou lentamente de seu corpo. Ele tocou suas
coxas, soltando as correias de seus joelhos com cuidado. Ela fechou
as coxas quando ficou livre e se afastou para longe dele. Argernon
ficou em silêncio. Esticou-se ao seu lado na cama. Longos segundos
se passaram.
Argernon de repente a agarrou, pegando-a pelos braços
com força e prensando-a contra seu corpo. Ele a agarrava com muita
força, como se quisesse que seus corpos fossem somente um. Seus
olhares se encontraram.
— Te amo, Casey. Custe o que custar eu a farei ter certeza
de que isso é verdade.
Ela estudou seus olhos. Ele era um homem teimoso. O viu
olhando-a. Não ia renunciar a ela e não ia deixa-la partir.
— Qual é seu plano? Manter-me amarrada à cama e
continuar a me fazer querer você a cada maldita vez que desejar ter
sexo comigo?
Ele suspirou.
— Se isso for necessário, sim. Você é minha vinculada,
Casey. Não vou deixa-la partir. Você é minha. Eu sou seu. Você é a
proprietária de meus pensamentos e minhas emoções.
— Ah, então é só seu corpo que é propriedade da
comunidade, não é?
Ele franziu o cenho.
— Você está tentando provocar a minha ira, mas não pode.
Eu entendi o que quis dizer. E não, meu corpo não está disponível
para outras mulheres. Meu corpo pertence só a você.
— Estou cansada.
Ele assentiu com a cabeça.
— Eu sei. Disseram como cuidou de mim quando não
conseguir despertar. Rever disse que pôde ver o quão fortes eram
suas emoções por mim. Isso significa que tenho a oportunidade de
fazer com que me perdoe. Eu vou, Casey. Não desistirei até que
esteja sorrindo para mim de novo e que esteja disposta a estar nos
meus braços. Sinto sua falta.
Suas palavras quebraram um pouco mais o seu coração.
Sentia falta dele também. Uma imagem brilhou em sua memória, ela
em seus braços antes que a nave fosse atacada. Ele a levantara
contra o corpo e se beijaram antes de começarem a comer suas
refeições. Esse dia tinha sido tão perfeito, até que o alarme
disparasse. Quase desejou que pudesse voltar no tempo.

Capítulo Treze

Uma boca quente a lambia. Casey gemeu enquanto a boca


chupava, lambia seu clitóris. Ela empurrou o quadril pra cima para
sentir o prazer que percorria seu corpo. Dois dedos grossos foram
empurrados lentamente para dentro dela, esticando sua vagina. Ela
gritou quando gozou em torno dos dedos que investiam para dentro e
fora dela. Eles sairam de seu corpo, deixando um vazio.
O corpo de Argernon caiu sobre o dela. Abrindo suas
pernas, as separando. Casey abriu seus olhos. A luz do sol entrava
pela janela do quarto. Ela olhou em seus olhos quando seu pênis
grosso cutucou seu sexo empapado. Ele entrou com um impulso
rápido que lhe roubou o fôlego. Tentou envolver os braços ao redor
de seu pescoço, mas suas mãos ainda estavam presas à cabeceira da
cama. Ela olhou em seus olhos sexys enquanto envolvia as pernas ao
redor de seu quadril, quando começou a entrar e sair dela em golpes
lentos e profundos.
Seus olhares se fixaram um no outro enquanto Argernon
a fodia. Ela gemeu, envolvendo as pernas mais acima, em sua
cintura, até que seus pés se cravaram no traseiro musculoso. Podia
sentir seus músculos flexíveis em seus calcanhares com cada
penetração. Ele girou o quadril, trocando sua posição e investiu com
mais furor em seu interior, Casey precisou fechar os olhos diante de
tanto prazer.
— Sim.
— Assim? — Rosnou para ela naquele tom sexy que ela
amava.
Ele se movimentou de novo, impulsionando do mesmo jeito
em seu interior. Casey assentiu com a cabeça freneticamente e se
agarrou a ele com as pernas. Seus dedos se envolveram ao redor das
algemas que a prendia à cabeceira como se sua vida dependesse
disso. O pêlo do peito de Argernon roçou seus mamilos fazendo-a
gemer mais forte com a sobrecarga sensorial. Quase enlouqueceu
quando ele baixou o rosto e lhe beijou o pescoço, mordendo em
seguida a pele ao longo de seu ombro com os dentes afiados, ela se
perdeu. Gozou outra vez, seus músculos apertavam-se ao redor de
Argernon. Ele gemeu e a mordeu um pouco mais forte à medida que
a penetrava profundamente e gozava também.
— Isso foi muito injusto. Eu não estava acordada.
Ele soltou a pele de seus dentes com um sorriso.
— Não serei justo enquanto não me perdoar, linda. Farei
qualquer coisa para mantê-la aqui em meus braços, onde você
pertence.
Casey o olhou nos olhos. Ele estava se divertindo. Ela não
pôde evitar devolver-lhe o sorriso.
— No entanto, não está livre da responsabilidade, querido.
Ele riu.
— Você não está livre da... — Sua cabeça se levantou, olhou
os pulsos dela e logo lhe devolveu o olhar. — Da cabeceira da cama,
ainda.
— Então é esse o seu plano? Manter-me algemada a sua
cama, me seduzindo, até que eu te perdoe?
Ele sorriu.
— Isso vai funcionar?
— Há banho e comida envolvidos nisso?
Ele riu.
— Sim.
— Me solte.
Seu sorriso morreu.
— Nunca.
Ela estudou a expressão intensa e a teimosia no modo com
que a olhava.
— Me referia aos meus pulsos, por favor.
Ele a estudou.
— Vai tentar fugir de mim? Não vou deixa-la longe de minha
vista. Se te soltar e tentar fugir, vou instalar um gancho sobre a
cama. Mas será mais baixo para que seus pés toquem a cama desta
vez. — Sua voz se tornou mais profunda com a ameaça. — Sabe que
farei isso.
— Eu sei que vai. Neste exato momento estou faminta e
quero um banho. Não planejo escapar. Pelo menos não agora.
Ele se pôs a rir enquanto se levantava devagar, retirando-se
de seu corpo. Ele se afastou para sair da cama. Casey o viu pegar
alguma coisa do criado-mudo. Seus olhares se encontraram quando
chegou à cama e as suas mãos, soltou seus pulsos. Ela os esfregou
enquanto se sentava. Argernon ofereceu uma das mãos para ela.
— Vamos tomar um banho antes de comer. A nova ajudante
da casa deve ter chegado esta manhã à primeira luz. Você gostará
dela. É uma velha amiga de minha mãe. Ela vai usar roupas em casa.
Sei que você apreciará isso. O nome dela é Gava. Ela acha os seres
humanos fascinantes. Ela e Ariel se dão muito bem.
Casey suspirou.
— De onde ela vem?
— Da casa de meu pai.
Casey ruborizou.
— Ela estava com seu pai? Eles eram amantes?
Ele negou com a cabeça.
— Seu vinculo morreu recentemente e ela ficou na casa de
meu pai até que encontrasse um novo lar. Quando um vinculado
morre, sua família ou amigos abrigam a mulher em sua casa para
protegê-la até que possa encontrar um novo lar, ou se for velha, até
que ela morra. Meu pai tem uma casa repleta de mulheres e Gava
amava a seu vinculado. Ela não quer outro homem em sua vida, por
isso estar em nossa casa será perfeito para ela. Ela gosta muito de
mim e eu gosto muito dela. Nos damos muito bem.
Casey franziu o cenho.
— Como “gosta”?
Argernon se pôs a rir.
— Ela é como uma mãe e eu sou como o filho que ela
gostaria de ter. Gava deu ao seu vinculado duas filhas, nenhum filho.
Você a conhecerá e não sentirá ciúmes, Casey.
— Certo.
Ele ria quando a ajudou a se levantar. Ele manteve sua mão
nela quando a levou para o banheiro. Eles tomaram um rápido banho
juntos. Casey escovou os dentes enquanto olhava Argernon se
barbear. Ele tinha barba no rosto. Ela só percebera isso quando
Argernon estava ferido e não pudera removê-la. Ele sorriu enquanto
o observava.
— O que está pensando?
— Eu gostei quando a barba ao longo de sua mandíbula
cresceu. Ficou muito sexy.
Ele se pôs a rir.
— Só os homens muito velhos a deixam crescer. Eu sou um
guerreiro. Mantemos nossos rostos livres de pêlos para demonstrar
respeito aos mais velhos.
— É um costume Zorn?
Ele assentiu com a cabeça.
— Os homens jovens de Zorn que não se barbeiam são... —
Ele hesitou procurando as palavras. — Não respeitosos e também não
seguem as leis. A maioria deles terminam presos por crimes.
— Nossa.
Ele assentiu com a cabeça enquanto ela terminava de
escovar os dentes. Ele agarrou sua mão e a levou ao dormitório.
Colocou uma calça e entregou a ela uma de suas camisas negras para
usar.
— Compraremos roupas para você. Isso levará alguns dias,
mas Gava vai comprar por você.
— Qual função Gava assumirá aqui? Quais serão as minhas
responsabilidades?
— Gava vai fazer as compras, a comida e a limpeza.
Atenderá suas necessidades e lhe fará companhia, caso se sinta
sozinha quando eu não estiver em casa. Pode ajudá-la se quiser. —
Ele a olhou. — Você é minha vinculada. Será mimada e guiará a casa.
— Não entendi o termo.
— Você está no comando.
Casey sorriu.
— Estou é? Posso lhe dar ordens? — Ela colocou a camisa
que atingia suas coxas. Ela olhou para suas pernas nuas. — Posso
pedir calças?
Ele riu entre dentes.
— Não. As mulheres vinculadas andam nuas dentro da casa.
Você está coberta como é o costume da Terra. Mas quero ver pelo
menos suas pernas, linda. É um acordo justo, não?
— Bem, ainda não respondeu a minha pergunta. Posso lhe
dar ordens?
Seus olhos brilhavam com diversão.
— O que quer que eu faça? Assim veremos se poderei seguir
suas ordens.
Ela sorriu. Seu lado mais peralta aflorou quando observou
seu corpo quase nu. Era um espécime masculino de primeira. Só de
olhá-lo ficava faminta por tocá-lo. Seus olhos se detiveram na parte
dianteira de suas calças. Ela não podia perder o vulto que havia ali.
Ele estava duro novamente. Seus olhos se levantaram.
— Abra sua calça.
Suas sobrancelhas se elevaram, mas um sorriso se
estendeu em seus lábios quando ele levou as mãos até a sua cintura
e abriu a calça. O pênis saltou livre. Ela o olhou com um sorriso. O
homem estava mais que bem preparado. Ela levantou a mão e
acenou com um de seus dedos para ele.
— Venha aqui.
Ele caminhou lentamente para ela. Viu o ardente desejo
dele enquanto ele se aproximava mais. Ele parou a um palmo dela,
olhando para baixo. O fato de que ele estava recebendo ordens dela,
as obedecendo de pronto, era surpreendente, e tremendamente
excitante. O homem era grande, forte, mas estava fazendo tudo o
que ela disse. Seus olhares se encontraram enquanto Casey caia
vagarosamente de joelhos diante dele. Argernon grunhiu para ela,
seu pênis se agitando diante de seu rosto, demonstrando que ele
estava muito excitado.
Casey se aproximou para acariciar a parte de baixo de seu
eixo com os dedos. As pernas de Argernon ficaram tensas enquanto
ele se preparava. Casey sorriu.
— Fique quieto. Não se mexa, a menos que eu diga.
Ele gemeu.
— Não vou me mexer.
Lambendo os lábios, sua mão segurou suas bolas. Ela
hesitou.
— Abra mais as pernas.
Ele o fez. Ficou surpresa por ele deixa-la no comando. Ele
era, no geral, muito mandão e responsável. Ela soprou sobre a
cabeça de seu pênis fazendo-o pular novamente. Um grunhido
retumbou do fundo de sua garganta lhe indicando que ele realmente
se acendeu. Ela lambeu a cabeça, abriu a boca e o engoliu o mais
profundo que se atrevia sem engasgar-se. Ele se mexeu.
Ela se afastou, olhando para cima. Sua mão pairava sobre
sua cabeça.
— Mexeu-se.
— Eu queria tocar seu cabelo.
Ela negou com a cabeça.
— Não. Ponha suas mãos sobre suas coxas e as mantenha
aí.
Ele rosnou, mas obedeceu. Seus olhos estavam
entrecerrados. Ela sorriu, voltando sua atenção novamente para seu
pênis. Ela abriu a boca para levá-lo para dentro outra vez. Ela o
acariciou com a língua enquanto o chupava massageava suas bolas.
Estava tão tenso que ela sabia que ele não conseguiria segurar por
muito tempo. Sabia e estava gostando muito disso. Ele ficou tão
excitado que não podia conter-se. Sabia que ele ia gozar quando
começou a tremer, tirou o pau de sua boca para olhar para ele.
Argernon parecia estar prestes a explodir. Seus olhos
estavam vidrados pela luxuria. O suor perolava em sua fronte e suas
mãos estavam em punhos nos flancos. Seus olhares se encontraram.
Ele estava respirando com muita força, mostrou seus dentes afiados
entre seus lábios entreabertos.
— Deite-se na cama.
— Casey...
— Deite-se na cama. Quero-o deitado de costas.
Ele gemeu em sinal de protesto, mas se moveu. Ela se
surpreendeu uma vez mais por ele a obedecer. Ela o viu tirar as
calças e subir na cama. Deitou-se de costas sobre o colchão. Seus
olhos estavam fixos nos dela. Respirava com dificuldade, e seu pênis
palpitava de necessidade.
Ela manteve a camisa enquanto subia no colchão depois
dele. Aproximou-se dele, de joelhos. Deixou que seus olhos
registrassem cada centímetro dele lentamente, antes que jogasse
uma das pernas por cima de sua cintura. Ela levantou a camisa para
que seu traseiro nu descansasse na parte inferior de seu abdômen.
Seu pênis estava duro contra a junção de suas nádegas.
Usando o braço, ela levantou a camisa até as costelas.
Seus olhos se encontraram com os de Argernon enquanto ela se
agachava, parando a alguns centímetros sobre ele, ela pôs a mão
entre as coxas. Estava molhada. Ela esfregou os dedos nos lábios
inferiores, molhando o dedo e esfregando-o em seu clitóris. Levantou
a vista. Argernon tinha toda sua atenção fixada no dedo e no que ela
estava fazendo. Ele começou a respirar mais forte.
— Tenho sua atenção, bebê?
Seus olhos voaram para ela.
— Sim.
Ela esfregou o clitóris mais rápido. Ver os olhos dele fixos
em sua masturbação e totalmente acesos excitou-a ainda mais. Ela
torceu o corpo para trás e com a outra mão agarrou seu pênis.
Argernon puxou o ar com força, enquanto ela o acomodava em seu
interior. Gemeu quando ele a preencheu totalmente. Sua pélvis se
expandiu confortavelmente para aceitá-lo. Mãos grandes se
apoderaram de suas coxas, um rosnaido rasgou a garganta dele.
— Ah. Senhor das Luas. Isso é muito bom.
Ela o montou enquanto esfregava o próprio clitóris. Ela ia
gozar e tinha certeza de que ele também. Ela parou de montá-lo
repentinamente, mas ainda acariciava seu clitóris.
— Bebê? — Seus olhos se encontraram. — Nunca me
machuque de novo, certo? Você é muito bom em me seduzir, mas eu
não sou nenhuma boba neste departamento. Você quer gozar?
— Por favor.
Ela voltou a se mexer, levantando e torcendo o quadril
enquanto descia com força sobre ele, colocando-o mais fundo nela.
Argernon rugiu, jogando a cabeça para trás, agarrando a cama. Ele
explodiu de prazer, seus quadris se levantavam em baixo dela. Ela
apertou o clitóris gritando quando atingiu o clímax. Suas costas se
arquearam pela intensidade do gozo. Deixando-se cair sobre seu
peito quando a última onda de prazer passou através dela.
Argernon passou os braços em volta dela, agarrando sua
bunda com as mãos. Ambos respiravam com dificuldade. A palma de
sua mão acariciava a curva de seu traseiro. Um estrondo profundo de
uma risada retumbou em seu peito. Casey levantou a cabeça para
olhá-lo.
— Suponho que não está louco, né?
— Não. O que é uma boba?
Ela sorriu.
— Quer dizer que eu posso te seduzir também.
— Linda, só bastaria sorrir para mim para que eu desejasse
me enterrar bem fundo em você.
— Bem, se for esse o caso, não vou pedir mais que abra as
calças, ou dar-lhe uma demonstração de como posso brincar comigo
mesma enquanto o monto.
— Por favor.
Ele sorriu. Entrecerrando os olhos com malicia, ela riu.
— Está bem. Só se seguir minhas ordens de vez em quando
e o fizer prontamente. — Sentando-se, ela tirou a camisa, estava
quente com eles estando unidos. — Então, qual a próxima coisa que
te ordenarei fazer? Tenho algumas ideias.
Argernon rolou sobre a cama de repente, colocando-a em
baixo de seu corpo.
— Eu...
A porta do quarto se abriu abruptamente. Casey engasgou.
Estavam nus. Argernon estava em cima dela e eles estavam unidos,
já que ele ainda estava dentro de seu corpo. Casey virou a cabeça na
direção da porta.
Bara entrou no quarto segurando uma faca de aspecto
mortal. Grande e afiada. Casey ficou horrorizada quando percebeu
que a mulher estava correndo para eles.
Sem olhar, Argernon suspirou.
— Gava, nunca entre em nosso quarto. Casey é tímida
sobre...
Casey usou toda a sua força para empurrar Argernon. Ela
conseguiu jogá-lo para longe da mulher que se aproximava com a
faca e gritou um aviso. Argernon viu o perigo no momento em que
caiu, Casey o tinha empurrado. Um rugido explodiu dos seus lábios
quando agarrou Casey. Ele rolou sobre a cama com ela nos braços
para que ambos caíssem do outro lado do móvel. Foi uma
aterrissagem violenta, a qual Argernon ficou com a pior parte, já que
Casey caiu em cima dele. Ela ouviu um estalo e olhou para o rosto
dele. Seus olhos estavam fechados.
— Vocês, humanas, pensam que podem tomar nossos
homens. — Bara gritou.
Casey ficou de pé. Argernon não se mexeu ou abriu os
olhos, mas respirava. Se deu conta de que devia ter batido a cabeça.
Observava Bara com atenção, do outro lado da enorme cama, com a
faca na mão, rosnando para ela.
— Eu era da casa de Argis Ral. Aquela criatura fraca o
enganou para se vincular a ele quando ele era prisioneiro do povo
inimigo. — Bara avançou até o final da cama, faca em punho,
olhando para Casey. — Ele me deu a Argis Argernon que me
prometeu que jamais me mandaria para outra casa. Você, criatura
fraca, deve tê-lo enganado também. Jamais ficarei em uma casa que
não pertença a um Argis. — A mulher estava furiosa quando se
aproximou de Casey. — Ele escolheu uma casa inferior para mim. O
homem escolhido não é tão bom no sexo quanto Argis Argernon. O
miserável não quer comprar as coisas que quero, acha que não sou
boa o bastante para valer a pena gastar. — Cuspiu as palavras. —
Argis Argernon não poderá se vincular a uma mulher morta. Terei
minha casa de volta. Se ele não aceitar vai morrer com você. Não
vou desistir das minhas coisas boas.
Casey tragou saliva olhando para a cadela louca que estava
empunhando a faca.
Bara era muito mais alta e forte. Casey olhou para
Argernon. Estava voltando a si. Sua perna se mexeu quando ele
gemeu, levando a mão para a parte posterior da cabeça e
esfregando-a, seus olhos se abriram. Casey desviou o olhar
novamente para Bara.
A Zorn não era só um perigo para ela, era para Argernon
também. Ele não deixaria que Bara se saísse bem depois de matá-la.
Casey sabia disso. Argernon estriparia a cadela com a mesma faca
que usou para feri-la. Casey respirou fundo. Ela fez a última coisa
que a mulher louca esperaria. Caminhou até o extremo da cama,
vendo Bara se mover como ela, até que a cama já não fosse um
obstáculo entre elas. Casey gritou enquanto avançava para a mulher
maior.
Viu o choque aumentar os olhos da mulher ao dar-se conta
de que Casey não estava fugindo, mas em vez disso atacava. Casey
abordou a mulher tentando agarrar o braço com a faca com ambas as
mãos, enquanto seus corpos se chocavam brutalmente. Ambas
caíram em um monte no chão. Casey caiu em cima de Bara. Ela
soube que Bara estava sem ar pelo ruído alto que ouviu quando elas
se chocaram e porque ela empalideceu consideravelmente. Casey não
hesitou nem por um segundo: levantou o joelho, golpeando-a forte
entre as coxas.
A mulher gritou um segundo depois. Homem ou mulher, Casey
sabia que isso doía pra caramba. A faca caiu dos dedos de Bara,
então Casey pôde empurrá-la para longe, a faca deslizou para
debaixo da cama. Assim que Casey percebeu que a arma estava fora
do alcance de Bara, voltou sua atenção para o rosto da mulher.
Puxando o seu punho para trás, Casey socou o nariz dela com toda a
força que tinha. Dor disparou pelo braço de Casey, mas ela puxou o
punho de volta para bater em Bara novamente. Ela viu sangue. Bara
gritava. Casey pegou um punhado de cabelo da mulher para bater
com a cabeça dela no chão e com a outra mão lhe deu mais um soco
no rosto.
Duas mãos grandes agarraram Casey pela cintura. Tirando-
a de cima da mulher Zorn que gritava debaixo dela. Seus pés saíram
do chão, Casey virou a cabeça e viu que era Argernon que a segurava
com força contra o peito enquanto retrocedia. Assim que seus olhos
se encontraram ele afrouxou o abraço em volta dela e ela se virou de
frente para ele. Abraçados se afastaram da mulher caída no chão.
Bara se encolheu onde estava, soluçando, entre gritos de
dor. Seu nariz sangrava e suas duas mãos massageavam sua virilha.
O ruído de botas penetrou no cérebro de Casey, ao mesmo tempo em
que Argernon amaldiçoava, girando em torno dos dois. Ele colocou
Casey colada à parede. Seu corpo quase a esmagando. Ela mal podia
ver por cima do ombro dele.
Quatro Zorns vestidos de negro entraram abruptamente no
quarto. Eles olharam para a mulher no chão antes que seus olhares
se detivessem em Argernon. O homem com o cabelo vermelho
grunhiu.
— O que está acontecendo aqui?
Argernon rosnou.
— Essa mulher foi minha ajudante de casa até que foi
mandada para outra casa. Não ficou muito feliz quando me vinculei a
uma humana e dispensei os serviços de outras mulheres em minha
casa. Ela chegou aqui com uma faca, que está sob a cama onde foi
jogada durante a briga. Ela atacou a mim e a minha vinculada com
ameaças de morte. Ela não tem mais o direito de estar em minha
casa. Ela é uma intrusa.
O olhar do ruivo voou à mulher no chão e logo depois de
volta para eles. Seu corpo relaxou um pouco. Franziu o cenho quando
encontrou o olhar de Argernon.
— Você a machucou, Argis Argernon? Entendo sua irritação,
mas ela é do sexo feminino. Isto é inaceitável.
Argernon suspirou.
— Bati a cabeça. Fiquei desacordado. Foi minha vinculada que
lutou com ela.
O olhar do homem voou para Casey. O choque estava claro
em seu rosto.
— Apresente-a para inspeção.
Argernon grunhiu irritado.
— Ela está nua. É por isso que a tenho aqui, para cobri-la.
O homem assentiu com a cabeça, examinando o cômodo.
Aproximou-se da cômoda para pegar uma camiseta. Voltou-se e
caminhou para Argernon. Ele pôs a camisa sobre o ombro de
Argernon, para a cobri-la. Ele voltou a assentir com a cabeça aos
outros homens. Dois deles se aproximaram de Bara para cuidar dela,
mas deram as costas a eles. Argernon baixou Casey ao chão e a
ajudou a se vestir.
— Estou encrencada? Ela tinha uma faca. — O medo se
arrastou através dela. Ela não conhecia as leis dos Zorn. — Eles vão
me prender?
Argernon negou com a cabeça.
— Basta fazer o que ele disser. Estou aqui, Casey.
Ela estava tremula quando contornou Argernon. Os quatro
agentes Zorn se voltaram lentamente estudando-a. O ruivo estava,
obviamente, no comando. Seu olhar passou por ela com rapidez e se
afastaram. Ele se dirigiu a Argernon.
— Posso? Com todo respeito.
Argernon sacudiu a cabeça.
— Sim. Fique quieta, Casey. Ele verificará se há lesões ou
marcas que comprovem que você esteve em uma briga.
Ela se encolheu quando o agente se aproximou. Ele a olhou
com incredulidade. Pelo seu olhar incrédulo, ela percebeu que ele
ainda não estava convencido de que ela tinha lutado com Bara. Ele
hesitou alguns segundos antes de baixar lentamente até ficar de
joelhos. Estavam quase olhos nos olhos Ele esticou as duas mãos
com as palmas para cima.
— Por favor, ponha suas mãos nas minhas.
Ela estava nervosa, mas obedeceu. Ele olhou suas mãos. Ela
tinha sangue nelas. Os nós dos dedos feridos pelo impacto com o
rosto de Bara. O homem soltou as mãos. A olhava dos dedos dos pés
a cabeça. Ainda estava com o cenho franzido.
— Você tem algum outro ferimento?
— Creio que não. Peguei-a de surpresa. Ela não esperava
uma reação agressiva de minha parte, provavelmente esperava que
eu fugisse em vez de pular nela.
As sobrancelhas do ruivo se arquearam.
— Pulou nela?
— Me joguei contra ela com toda minha força para derrubá-
la.
O homem pigarreou, olhando-a assombrado.
— Explique como a feriu, por favor.
Casey suspirou.
— Bati o meu joelho em sua virilha. E isso dói, em qualquer
um. Eu... Ãmm... Dei socos no rosto dela até que ela deixou a faca
cair, depois bati a cabeça dela contra o chão porque sabia que se ela
levantasse estaria encrencada. Ela é muito maior que eu. Eu só tinha
a surpresa do meu lado.
— Virilha?
— Ãmm, ela... — Casey se voltou, olhando para Argernon
em busca de ajuda. — Como se diz?
Argernon refreou uma risada.
— Ela acertou o sexo de Bara com o joelho.
— Obrigado. — Casey encontrou os olhos do ruivo. — Foi
isso o que fiz. Ela queria me matar. Ameaçou matar Argernon. Ele já
havia sido ferido na cabeça antes de chegarmos aqui e a bateu de
novo quando caiu da cama, conseguindo evitar que Bara nos
esfaqueasse nela, mas ele desmaiou depois. Ele precisa de ajuda
médica. — Seu olhar se fixou em Bara que ainda gemia encolhida em
uma bola no chão. — E ela também precisa. Acho que quebrei seu
nariz e dói muito.
O ruivo ergueu o corpo, olhando para Casey e depois
Argernon.
— Ouvi dizer que as humanas eram fracas. Ela é pequena.
Seus ossos são muito pequenos e... — Ele negou com a cabeça. —
Surpreendente.
Argernon a envolveu em seus braços, dobrando seu corpo
nu ao redor do dela. Ela o olhou. Ele estava sorrindo para o oficial
ruivo.
— Ela é menor, mas feroz. Há muito mais nas mulheres
humanas do que você pensa.
O ruivo devolveu o sorriso.
— A intrusa será retirada de sua casa. — Seu sorriso
morreu. — Ela tentou matá-lo. Quer punição, Argis Argernon?
O sorriso de Argernon morreu.
— Sim. Ela é uma ameaça para minha vinculada. Não vou
tolerar isso. Soube como entrar às escondidas em minha casa e nos
atacar em nossa cama. Assegure-se de que isso não volte a
acontecer.
O homem assentiu com a cabeça.
— Precisa de um médico?
— Estou bem.
Casey franziu o cenho, olhando Argernon.
— Você precisa ver um médico.
Ele suspirou.
— Estou bem.
Ela negou com a cabeça.
— Certo. Vou esperar que desmaie e um médico poderá
examina-lo enquanto estiver desacordado e frio. De todos os homens
teimosos do universo, você é o maior.
Ele riu entre dentes enquanto o ruivo ofegou com assombro.
Casey franziu o cenho, perguntando-se o porquê da surpresa. Ele
parecia bem confuso.
Argernon se pôs a rir.
— São muito voluntariosas. É muito divertido. Ela é um
prazer em todos os sentidos. E eu não posso resistir.
O ruivo se afastou lentamente. Ele assentiu com a cabeça,
mas parecia incerto.
— Deveria treiná-la melhor, Argis Argernon. Do contrário,
poderia contagiar as nossas mulheres. Todas elas estariam tentando
nos dizer o que fazer.
Argernon olhou para Casey com um brilho nos olhos.
— Você se surpreenderá do quão agradável pode ser em
seguir as ordens de uma mulher no quarto.
Casey sorriu. Então ele havia gostado de cumprir ordens
enquanto o seduzia. Afastou o olhar dele quando os homens
levantaram a ainda chorosa, Bara do chão. Dois deles a levaram para
fora. O outro homem se meteu debaixo da cama e recuperou a faca,
foram-se todos. Uma mulher idosa se precipitou do quarto ao lado.
Casey imaginou que fosse Gava. A mulher tinha dois
metros de altura, devia ter por volta dos oitenta anos, a julgar pelas
rugas no rosto, mas estava em incrível forma. A idade não tinha
dobrado seu corpo firme. Do pescoço para baixo poderia aparentar
uns quarenta anos. Seu cabelo prateado era longo, quase chegava
aos joelhos e usava calça e camisa de homem que mascarava a sua
cintura. A mulher correu até os dois.
— Estão bem? Eu chamei à segurança quando percebi o que
estava acontecendo. Bara amarrou uma corda da minha porta à outra
para me trancar no meu quarto. Felizmente, tenho um alarme lá.
Estava preocupada. — A mulher parecia não dar-se conta ou
preocupar-se de que Argernon estivesse nu. Toda sua atenção
concentrada em Casey. Ela sorriu. — Você é muito atraente.
Casey sorriu.
— Obrigada por conseguir ajuda para nós e pelo elogio.
A mulher pôs-se a rir. Finalmente voltou sua atenção a
Argernon. Ela sacudiu a cabeça, olhando o que podia ver dele atrás
de Casey.
— É bom que nossos homens não sejam tímidos. Ela fez um
suave som com a garganta. — Se vista, por favor. Não quero ver
tanto de você. — Ela se virou. — A comida está pronta. Andem logo
com isso. Sua vinculada esta com prole e necessita de alimentos para
engordar. Ela é tão pequena que temos que deixa-la mais forte, para
que possa dar a luz a um bebê Zorn grande e sadio.
Capítulo Quatorze

Argernon riu entre dentes.


— Gostou dela?
Casey se voltou em seus braços.
— O que vai acontecer com Bara?
— Você não vai querer saber.
— Eu não gosto quando fala dessa maneira. É melhor dizer.
Ele hesitou.
— Ela vai ser tratada por instabilidade mental, será enviada
aonde não faça mal a ninguém outra vez. Se ela se negar ao
tratamento ou ao castigo, então será enviada a uma Casa Med.
Casey empalideceu.
— Ah. É um daqueles lugares que enviam às mulheres para
ajudar aos homens doentes com sexo, não é?
— Ela tentou mata-la. — Os traços de Argernon se
endureceram, seu olhar furioso queimava de raiva. — Se tivesse sido
um homem, eu o teria matado com minhas próprias mãos por ter se
aproximado de você. É meu direito. Mesmo se a segurança chegasse
a tempo, se fosse homem, eu poderia matá-lo diante deles por ousar
se quer a olhar a minha vinculada. Ela tem sorte de ser uma mulher.
A morte não é uma opção para ela. Ela agiu errado, dificultou a
própria vida, você não tem culpa. Ela tem que pagar por seu delito.
— Como está sua cabeça? Eu gostaria que você fosse ver
Ahhu.
Ele negou com a cabeça.
— Estou bem. — Um sorriso curvou seus lábios. — Sinto-me
orgulhoso de você. Lutou bem.
— Lutei sujo. Tive medo de que ela me derrubasse e depois
nos matasse.
Ele se pôs a rir.
— Você foi feroz. Enfrentou um adversário sem hesitar e o
derrotou. — Seu sorriso morreu. — Mas de agora em diante não
precisará mais fazê-lo. Me esforçarei em lhe proteger melhor para
que você nunca tenha que se defender. Lembre-se de que é pequena
e que carrega minha descendência. — Sua mão se dirigiu ao
abdômen.
— Não planejo lutar mais, nunca planejei.
Ele assentiu com a cabeça.
— Onde aprendeu a lutar? É comum na Terra? Eles treinam
todos os seres humanos para serem guerreiros?
Ela riu.
— Não. Eu fui criada em uma família muito grande, cercada
por muitos meninos. Eles brincavam comigo, gostavam de me irritar,
assim aprendi a brigar sujo.
A raiva cruzou os traços de Argernon.
— Diga-me quem são e irei à Terra para castigar todos os
homens que a machucaram.
Ela o olhou fixamente. Ficou aturdida quando se deu conta
que ele falava a sério. Queria ir à Terra quebrar algumas cabeças só
para agrada-la. Ela sorriu, esticou-se o máximo que pôde para tocar
seu rosto.
— É tão incrivelmente doce.
Ele franziu o cenho.
— Eu não sou doce. Eu quero bater em todos os homens que
a obrigaram a aprender a brigar para se defender. Vou organizar um
transporte para a Terra e fazê-los sofrer.
Ela teve que se esforçar para não rir.
— Não é bem assim. Bem, ninguém me machucou. Só me
provocavam e me irritavam, mas não me faziam mal.
Ele rosnoiu.
— Não quero ouvir sobre os homens que brincavam com
você. Quero matar os que tocaram em você.
Ela teve que lutar para conter o riso.
— Não é no sentido sexual. Brincar é fazer uma pegadinha a
custa de outra pessoa que não acha nada divertido.
Seu corpo relaxou um pouco.
— Entendo. Então, não há homens na Terra a quem eu
deveria ir fazer mal?
— Só meu ex-namorado e definitivamente não vale a pena.
Foi o idiota que enviou aquelas dois homens para me prender. Não
vale o tempo ou a viagem. — Ela se apoiou contra Argernon, sorrindo
para ele. — Além disso, nunca mais quero entrar em outra maldita
nave.
— A comida! — Gava gritou do outro lado da casa.
Argernon riu entre dentes.
— Mencionei que ela é com uma mãe? Ela grita como uma.
— Mencionou. Estou morrendo de fome.
Ele vestiu a calça rapidamente. Colocou uma camisa
também.
— Vem, linda.
Adorava quando a chamava assim. Não era bonita, ninguém
jamais a tinha chamado assim antes, mas parecia falar a sério em
cada vez que o dizia. Talvez para os homens Zorn fosse. Era uma
sensação agradável.
Gava os esperava na sala de jantar. Sentaram-se e a mesa
estava cheia de comida. Na meio da refeição, um zumbido soou.
— O que foi isso? — Casey olhou ao seu redor procurando
pela fonte do som.
Argernon ficou de pé.
— Alguém está na porta da frente. Vou buscá-lo.
Casey o viu afastar-se com a esperança de que não fosse
outra ex-ajudante de casa puta da vida. Uma fôra mais do que
suficiente.
Em questão de segundos, Ariel e seu marido entraram na sala.
Ariel parecia zangada e seu enorme marido, que olhava para
Argernon, também.
— Casey, você está bem? Acordei e percebi que não estava
em casa. Fomos ao edifício médico, mas nos disseram que saiu
ontem à noite e que estaria aqui. — Ariel disparou um olhar
fulminante a Argernon. — Alguém subornou os guardas para que a
trouxesse aqui em vez da minha casa. Você não sabe nada sobre
isso, não é Argernon?
Ele sorriu quando se sentou de novo.
— Culpado. Os fiz trazer minha vinculada para minha casa.
— Está tudo bem. — Disse Casey em voz baixa.
As sobrancelhas de Ariel se elevaram enquanto abraçava
seu ventre arredondado.
— Sério? Conseguiram se entender?
Ral riu entre dentes.
— Disse que estaria tudo bem.
Ariel disparou a seu marido um olhar coquete.
— Se ele for parecido com você, ela não tinha a menor
chance.
Ariel se sentou, olhando para Gava.
— Posso? Estou sempre com fome. Juro que este bebê come
por três, assim fico em um estado de fome constante. Se não fosse
pelos exercícios que faço estaria tão grande quanto esta casa.
Uma Gava sorridente preparou um prato transbordante e o
pôs à frente de Ariel.
— A descendência Zorn é assim para as mulheres. Deve ser
um menino. — Gava fitou os dois homens e deu um sorriso. — Seu
apetite é extremo em todas as coisas e não podem conseguir o
bastante da mulher que os sustenta em seus corpos.
Casey quase engasgou com a comida. Ariel se pôs a rir.
— Se acostume com isso. São diretos a respeito disso. É
uma forma comum de fazerem piadas sobre como os homens Zorn
são garanhões.
Argernon franziu o cenho.
— O que é garanhão?
— Você. — Ariel apontou para o marido.
— Significa que você não consegue sexo suficiente e sempre
quer mais.
Argernon sorriu enquanto seu olhar caiu sobre Casey.
— Então eu sou definitivamente um garanhão.
Ral riu entre dentes enquanto sentava-se ao lado de sua
esposa e roubou um pedaço de fruta em seu prato. Ela piscou para
ele, obviamente se divertido. O amor brilhava em seu olhar enquanto
sorria para ela, estava evidente que era louco por ela.
Casey olhou para o casal. Eles se contrastavam. Ariel, tão
pequena e clara e o seu marido era grande e bronzeado. Eles eram
felizes juntos e muito apaixonados. Ela captou a maneira como eles
olharam entre si. Seu olhar se dirigiu a Argernon. Ele a observava em
silêncio.
— No que está pensando? — Sua voz era suave.
Ela sacudiu a cabeça.
— Nada que valha a pena compartilhar.
— Sempre preciso saber o que está pensando. — Ele franziu
o cenho.
Ral riu entre dentes.
— Acostume-se a isso. Sua vida mudou, irmão. — Ele sorriu
para sua esposa antes de voltar sua atenção a Casey. — Não estamos
acostumados a este tipo de relação com as mulheres. As mulheres
Zorn são tranquilas e se mantêm isoladas. Só convivem com outras
mulheres. A socialização entre homens e mulheres só acontece no
dormitório. E mesmo lá há pouca conversa. As mulheres humanas
interagem conosco em todos os níveis. Conversam conosco e mantêm
nosso interesse. — Seu olhar voltou para o Ariel. — Eu gostaria de
passar todo meu tempo com minha Ariel. Ela me envolve em todos os
sentidos, todo o tempo.
Ariel sorriu. Ela deu uma piscada a Casey.
— Em todos os sentidos. Estou quase aterrorizada ao pensar
em quantas crianças teremos. O controle de natalidade como as
pílulas não surtem efeito sobre eles. Disseram-me que seu sêmen,
supera todas as formas de controle de natalidade que já tentaram.
— E as camisinhas?
Ariel se pôs a rir.
— Explique a Argernon o que é. Olhe pra ele. Ah, é muito
engraçado. — Ela lançou um olhar divertido ao seu marido. — Não
diga uma só palavra.
Ral sorriu. Colocou outro pedaço de fruta na boca só sorriu
quando deu um aceno de incentivo para Casey. Seus olhos voaram
para seu irmão impaciente.
Suspirando, Casey encarou Argernon.
— Uma camisinha é um material elástico suave que se coloca
sobre o pênis da ponta até a base, e recolhe a sua semente para que
não entre na mulher. Entendeu?
Argernon rosnou. Ficou de pé parecendo chocado enquanto
olhava para Casey. Ele negava com a cabeça enquanto recuava.
— NÃO!
Ela se surpreendeu com a reação dele. Tinha esperado algo
engraçado, mas Argernon estava horrorizado. Ele a olhava como se
ela acabasse de lhe pedir que cortasse as próprias bolas e com uma
faca enferrujada, para acrescentar insulto à injúria. Ela franziu o
cenho .Atirando a Ariel um olhar sujo.
Ariel riu.
— Diga a ela por que você não vai usar uma camisinha.
Argernon, ainda parecia zangado e ofendido. Ele a olhou nos
olhos.
— Quando os machos Zorn são jovens...
— Adolescentes. — Riu Ariel. — Adolescentes com verdadeiro
tesão.
Argernon respirou fundo.
— Temos pouco controle sobre nossos impulsos sexuais
nessa idade. Se não conseguir se controlar poderia... — Ele suspirou,
olhando para Casey. — Ele passará a maior parte de seu tempo
expelindo seu próprio prazer. Nunca aprenderá a controlar seus
desejos sexuais.
Ariel voltou a rir.
— Pelo que entendi, eles vão se masturbar até que não
possam mais caminhar e ficarem desidratados.
Com uma inclinação aguda de cabeça, Argernon olhou a
Ariel e logo olhou nos olhos de Casey.
— Para ensinar aos homens o controle de não ejacularem
várias vezes durante o dia, nós usamos um equipamento semelhante
a esse que você mencionou. É estreito sem espaço para a ejaculação.
Se um macho gozar nele é doloroso, não há espaço. — Ele engoliu
em seco. — Dói muito.
Casey ficou olhando. Ela não riu. Isso não era engraçado.
— Por que permitem que façam isso?
Ral suspirou.
— Temos que aprender a ter controle sobre nossos corpos. É
difícil treinar, ou fazer algo produtivo, se todos os homens gozassem
constantemente. — Seus olhos se voltaram para Ariel. Sorriu. —
Aprendi a me controlar rápido, mas alguns homens... — Seus olhos
foram para Argernon e pôs-se a rir. — Não é verdade, irmão?
Quantas vezes o encontrei no chão de seu quarto em agonia?
Argernon grunhiu.
— Cale-se.
Ral gargalhou e se virou para Casey.
— Foram muitas, muitas vezes.
Casey suspirou. Sentiu simpatia pelo adolescente que ele
foi.
— Por que simplesmente não retirou a coisa?
Ele suspirou, olhando-a fixamente.
— Porque se tentasse seria ainda mais doloroso, eles dariam
choque. Só são retirados para o banho e liberar a urina, com um Zorn
adulto presente para assegurar de que é tudo o que se fará. O gozo é
permitido aos jovens três vezes ao dia. Eu queria mais.
— Estou esperando uma menina. — Riu Ariel.
Casey assentiu com a cabeça.
— Não tripudie. — Seus olhos foram até Argernon. — Há
muito espaço nas camisinhas para a ejaculação e não machucam.
Simplesmente recolhem a semente.
Ele estremeceu.
— Nunca usarei algo que me abrace dessa maneira. — Seus
olhos se estreitaram nela. — Você abraça meu pênis. — Ele sorriu. —
Muito bem. Usarei muitas vezes.
Casey ruborizou. Estava um pouco surpresa por ele falar
coisas assim diante de outras pessoas.
Ariel gargalhou.
— Se acostume. Como já disse, são muito sinceros. — Ariel
ficou de pé, dando um sorriso ao seu marido. — Vamos a casa. Tudo
está acertado entre os dois.
Casey viu o casal partir. Ela ter pedido a Ariel que a levasse
com ela, mas permaneceu em silêncio até que se perderam de vista.
Argernon estava em silêncio olhando-a. Ela deu a volta, estudando-o
de novo. Um sorriso lento se estendeu em seus lábios.
— Não tentou escapar. — Ele parecia satisfeito.
— Teria me deixado ir?
Ele negou com a cabeça.
— Não, você é minha vinculada, linda. Seu lugar é comigo.
— Por que ela haveria de querer ser livre? — Gava olhou a
Casey com o cenho franzido. — Por que não quer vincular-se a ele?
Ele é muito desejado em Zorn. É Argis. Muitas mulheres Zorn pedem
para ser sua vinculada ou ajudante de casa.
— É uma longa história. — Suspirou Casey. Seu olhar
malicioso se dirigiu a Argernon. — Ainda não instalou o gancho.
Ele riu entre dentes.
— Temos a cabeceira.
Gava ficou de pé.
— Eu não quero saber. — Ela começou a limpar a mesa.
Quando Casey se levantou para ajudá-la, Gava negou com a cabeça.
— Você está na fase inicial de seu novo vínculo. Aproveitem
o tempo juntos. — Ela desapareceu em direção à cozinha.
— É melhor obedecê-la. — Argernon lhe estendeu a mão.
— Vamos aproveitar.
— Bem e o que iremos fazer. — Seu olhar baixou à parte
dianteira de sua calça. O homem estava duro outra vez. Ela olhou seu
rosto quando ela ficou de pé. Ela pôs sua mão pequena sobre a calça.
— Você está sempre excitado, não é?
Ele riu entre dentes.
— Quando você não está perto de mim, não. A menos que
esteja pensando em você. Quero levá-la para o jardim. Você ainda
não começou a desfrutar realmente de Zorn.
— Isso é verdade. Quando chegamos fomos direto ao centro
medico e fiquei lá até o anoitecer.
Ele a acompanhou através da casa, mas em lugar de
dirigir-se à porta principal foram para a parte de trás da casa. Ela se
perguntou onde a levava, mas logo viu as portas de cristal e as abriu.
A vista da cidade a seus pés era enorme. A casa estava no alto de
uma colina, ela tinha uma vista espetacular da cidade. Ela notou os
muros altos e brancos que cercavam o pátio atrás da casa. Deixou
que seus olhos captassem a vista.
Zorn era realmente um planeta vermelho. A vegetação não
era verde. Tudo era vermelho, arroxeado e negro. O céu era de um
vermelho rosado. Os edifícios da cidade eram em sua maioria brancos
e suas estruturas eram curvas. Eles estavam a uma grande distancia,
não conseguia ver às pessoas ou os muitos detalhes, mas apostava
que seria bonita à noite, com as luzes. A grama era de um vermelho
suave. Zorn definitivamente se parecia muito pouco com a Terra.
— O que achou?
— É diferente e estranho. — Ela disse com sinceridade. — É
muito diferente da Terra.
Ele assentiu com a cabeça.
— Eu estive na Terra, lembra-se?
Ela o olhou.
— Com riqueza de detalhes.
Ele riu entre dentes.
— Eu gostei de sua água azul e verde onde era profunda.
— Eu adorei a caverna atrás da cascata em seu saco de
dormir. — Ela arrematou com malicia.
Argernon sorriu descaradamente.
— Estava tentando lhe dar um descanso, mas com seus
pensamentos em nossa primeira união, parece que não está
precisando. — Ele se voltou para ela e a abraçou. — Quero você.
— Então vamos entrar.
Ele negou com a cabeça.
— Ninguém vai nos incomodar. Gava não vai interferir.
— Estamos em plena luz do dia e em uma colina, Argernon.
— Estou ciente.
Ele caiu de joelhos de frente para ela. Ela o olhou
fixamente. O homem era atrevido.
— O que acontece se Gava caminhar junto às janelas?
— Não é nada de mais. O sexo é uma coisa muito natural
aqui, minha Casey. Ela evitará as janelas.
Mordendo o lábio, Casey olhou para os surpreendentes olhos
azuis de Argernon. Ela o amava. Bara tentou matá-los, não por ter
perdido a Argernon e sim por perder as coisas que ele poderia dar-
lhe: posição social e econômica. Ele não tinha quebrado o coração de
ninguém por desfazer-se das ajudantes de sua casa. Tinha ferido-a
por tê-las, em primeiro lugar. Argernon tocou o rosto de Casey com
as mãos.
— Eu te amo, linda.
Ela sorriu.
— Eu também te amo, bebê.
— Vire-se.
Argernon se mudou para trás dela, estendendo as pernas
dobradas e acomodou-a sentada entre suas pernas abertas. Seu
corpo quente pressionado contra suas costas.
Uma de suas mãos acariciou seu abdômen e depois deslizou
para baixo de sua camisa, tirando-a de seu caminho. Seus dedos
deslizaram entre suas coxas. Casey gemeu quando ele acariciou seus
clitóris. Argernon baixou a cabeça para atormentar sua garganta com
a boca.
— É a visão mais linda deste planeta. Não posso te perder,
Casey.
Ela empurrou o traseiro para trás se esfregando ao pênis
duro, preso em suas calças. Ele gemeu quando ela se remexeu contra
ele.
— O perdoarei por tudo e ficarei aqui com você para sempre
se você fizer uma coisa.
Sua mão se congelou.
— O que? Me diga, Casey.
Ela sorriu e voltou à cabeça para olha-lo por cima do ombro.
Encontrou com seus olhos sexys
— Jure que nunca tocará outra mulher além de mim para o
resto de nossas vidas juntos.
Ele assentiu com a cabeça.
— Juro. Você é tudo o que quero. Você é tudo o que preciso.
Você é tudo para mim.
— Será que você, ocasionalmente, obedecerá as minhas
ordens?
Ele sorriu.
— Sim.
— Então, abra suas malditas calças e foda-me.
Argernon riu entre dentes.
— Você me quer rápido ou lento, linda? Diga-me.
Ela se inclinou para frente até ficar de quatro, pondo suas
mãos sobre grama vermelha de Zorn.
— Lento a princípio e depois rápido. É como eu gosto.
Grunhiu para ela.
— Você é perfeita para mim.
Ela jogou o cabelo castanho de maneira que pudesse olhar
por cima do ombro de novo.
— Brinque com o meu clitóris enquanto me fode e você será
perfeito para mim. — Sorriu para ele.
Argernon baixou as calças e penetrou-a lentamente. Casey
fechou os olhos apreciando a sensação de ser amada por aquele
homem. Sim, ela poderia fazer isso pelo resto de sua vida, seria feliz
se tivesse Argernon. Braços musculosos a enlaçaram. Uma mão
quente deslizou entre suas coxas. Os dedos de Argernon esfregavam
seu clitóris enquanto a penetrava profundamente. Estar vinculada a
Argernon era puro prazer.
Ele começou a mover-se. Casey gemeu.
— Me ame, bebê.
—Sempre, linda. — Ele riu. — E muitas, muitas e muitas
vezes.
Fim

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